Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATIVIDADE A1 “Argentina, Brasil e México são federações populosas e economicamente relevantes, que em 2014 compreendiam 60,8% da população e 69,1% do PIB da América Latina. Entre 1930 e 1980, vivenciaram processos desenvolvimentistas que envolveram industrialização, legislação trabalhista, criação de instituições de previdência e atenção médica aos trabalhadores formais e implantação de programas de saúde pública para controle de doenças específicas. Nas últimas décadas, as reformas de seus sistemas de saúde apresentaram diferenças, influenciadas por distintos legados institucionais, agendas políticas e orientações governamentais”. MACHADO, C. V. Políticas de Saúde na Argentina, Brasil e México: diferentes caminhos, muitos desafios. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p. 2197-2212, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v23n7/1413-8123-csc-23-07-2197.pdf. Acesso em: 15 de maio de 2020. Considerando essas informações e os conteúdos estudados, escolha um sistema de saúde e faça comparações entre ele e sistema de saúde brasileiro (público e privado), quanto a pontos fortes e fracos de ambos os sistemas. Sistema de saúde no Brasil O Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro foi inspirado no sistema de saúde do Reino Unido, considerado o melhor sistema de saúde pública do mundo em 2017. No entanto, ainda que seja o maior sistema de saúde pública mundial, o SUS não tem uma boa performance, se comparado à sua inspiração. Estabelecido em 1988 (juntamente com a Constituição Brasileira), o SUS tem como principal filosofia que “Saúde é direito de todos e dever do Estado”, abrangendo desde uma consulta simples até procedimentos específicos (como cirurgias e transplante de órgãos) e tratamentos prolongados de patologias. Tudo isso é oferecido de forma gratuita, visto que, o SUS tem como visão promover saúde de maneira integral. Devido a oferta de serviços de saúde gratuitos, financiados pelo Estado (utilizando os impostos e orçamentos das três esferas: federal, estadual e municipal), no momento atual, o número de pessoas que utilizam exclusivamente o SUS como sistema de saúde principal está aumentando, visto que o país se encontra em uma crise financeira e uma expressiva parte da população está desempregada. Sistema de saúde na Argentina Na Argentina, o Estado começou a agir com mais afinco na saúde pública no início do século XX, apesar que, após a metade do século, houve uma prevalência do rateio e o subfinanciamento do sistema de saúde, de acordo com o poder aquisitivo de cada indivíduo. O sistema de saúde argentino se divide em outros três subsistemas, que se destinam a assistir à população em diferentes partes, sendo eles: o Subsistema de Serviços Públicos de Saúde, o Subsistema de Seguridade Social e o Subsistema Privado. Os recursos financeiros destinados à saúde provêm de diversas fontes (impostos diretos e indiretos, orçamentos das três esferas: nacional, provincial e municipal, além de créditos internacionais). O direito ao acesso à saúde é garantido pela Constituição Argentina segundo o artigo 42, sendo também reforçado no Protocolo de San Salvador, onde é afirmado que o direito à saúde é um bem público. Quadro 1. Pontos fortes e fracos dos sistemas de saúde da Argentina e Brasil. PAÍS PONTOS FORTES PONTOS FRACOS Argentina Ampliação de programas públicos específicos, com apoio financeiro internacional; Política de Medicamentos(genéricos; aumento dos medicamentos na lista do Programa Médico Obrigatório); Plano Nascer/Sumar (seguro público provincial; cobertura de gestantes e crianças; estendida a adolescentes e mulheres até 64 anos); Programa Médicos Comunitários; investimentos em infraestrutura hospitalar; obras sociais (contratação de prestadores privados e de empresas de medicina pré-paga); lei da Medicina pré-paga (em 2011). Conflito de interesses; escassa informação sistematizada; fraca regulação privada e participação social; insuficiente planejamento, coordenação, recursos, cobertura efetiva e qualidade. Brasil Políticas de fortalecimento da Atenção Primária em Saúde/ Estratégia Saúde da Família: inclusão de novos profissionais nas equipes; programa Mais Médicos (contratação de médicos para áreas remotas e abertura de vagas para Medicina); programas prioritários para áreas críticas: saúde bucal, atenção às urgências e assistência farmacêutica; estratégias de promoção da saúde; estratégias de fortalecimento da produção nacional de insumos estratégicos para a saúde; estratégias voltadas para a educação e gestão do trabalho em saúde; setor privado suplementar; setor em constante crescimento; Medida Provisória (que se torna Lei em 2015) autoriza abertura do setor saúde ao capital estrangeiro, inclusive na assistência à saúde. Descoordenação do planejamento setorial; instabilidade das fontes de financiamento; insuficiente cobertura integral, tecnológica e de qualidade; persistência de dissiparidades regionais. Fonte: Elaborado pela autora com base em Machado (2018) e informações da OPS (1995/1998/2002). REFERÊNCIAS MACHADO, Cristiani Vieira. Políticas de Saúde na Argentina, Brasil e México: diferentes caminhos, muitos desafios. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 7, p. 2197-2212, jul. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232018000702197&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 out. 2020. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD/OMS. Área de Dessarrollo Estratégico de la Salud. Unidad de Políticas y Sistemas de Salud. Perfil de los Sistemas y Servicios de Salud de Argentina. Buenos Aires, 1998. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD/OMS. Área de Dessarrollo Estratégico de la Salud. Unidad de Políticas y Sistemas de Salud. Perfil de los Sistemas y Servicios de Salud de Argentina. Buenos Aires, 2002. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD/OMS. Desarrollo de enfermería en Argentina. 1985-1995. Análisis de situación y líneas de trabajo, nº 43. Buenos Aires, 1995. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD/OMS. Programa de Organización y Gestión de los Sistemas y Servicios de Salud. División de Desarrollo de Sistemas y Sevicios de Salud. Perfil del Sistema de Servicios de Salud Del Brasil. Buenos Aires, 1998. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD/OMS. Programa de Organización y Gestión de los Sistemas y Servicios de Salud. División de Desarrollo de Sistemas y Sevicios de Salud. Perfil del Sistema de Servicios de Salud Del Brasil. Buenos Aires, 2002. 574de4180e2e94509bde28eba95bc01e4550bdda7bff04a46baafafd877298ee.pdf
Compartilhar