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A1 gestão de saúde

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O sistema de saúde brasileiro compreende um sistema público-privado misto, no qual os serviços privados complementam os serviços públicos e competem entre si. No Brasil o sistema de saúde é pluralista tanto em termos institucionais quanto no que diz respeito a fontes de financiamento e a modalidades de atenção à saúde. 
Uma parte do sistema de saúde brasileiro consiste em serviços de saúde privado, que oferece diferentes tipos de planos, com diferentes coberturas, taxas mensais e subsídios fiscais, muitas vezes no papel de complementação, em função de coberturas incompletas do serviço público, como taxas adicionais de consulta, serviços especializados não cobertos e outros casos. O setor privado brasileiro inclui prestadores privados ao SUS, planos e seguros de saúde.
O sistema público de saúde brasileiro como conhecemos atualmente é o Sistema Único de Saúde, outorgado na Constituição de 1988 e tem como características principais estabelecidas em lei: a descentralização, o atendimento integral priorizando para as atividades preventivas e por último, mas não menos importante, a participação da comunidade. A gestão do empreendimento desse modelo assistencial pública funciona em quatro grandes funções: formulação de políticas/planejamento; financiamento; regulação, coordenação, controle e avaliação (do sistema e dos prestadores); prestação direta de serviços de saúde.
O financiamento acontece com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. A União mantém o controle do repasse de recursos (TREVISAN; JUNQUEIRA, 2007) e essas transferências, em boa parte, são condicionadas ou vinculadas à ações e programas específicos. 
Refletindo sobre o que podem ser as principais fraquezas do sistema de saúde brasileiro é a falta de recursos para prover a saúde no modo como especifica o projeto do Sistema Único de Saúde e o recurso existente acabam não sendo aplicados adequadamente, o que repercute na questão referente a abrangência e qualidade dos serviços de saúde, muito inferiores ao esperado. Além disso, área da saúde de forma geral sofre grande influência e regulamento estatal/governamental no Brasil, o que pode ser visto com maus olhos internacionalmente.
Em contrapartida, o SUS preza pela universalização, equidade e integralidade de assistência, implantando a universalização do acesso aos serviços de saúde em todo território nacional que caberia ao governo. Além disso, o SUS também trata de outras questões como a Vigilância Sanitária, de responsabilidade da ANVISA, a saúde das populações indígenas e regulação da saúde suplementar à saúde que é responsabilidade da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Por todo esse delineamento do modelo, é referência ao redor do mundo.
Já o sistema de saúde da Argentina consiste em três subsistemas separados, mas inter-relacionados: o setor público, o setor privado e os fundos de seguro social de saúde. Contextualizando, o governo de Perón (1946-1955) fortaleceu as mutuais (antecessoras das obras sociais), mas nas últimas décadas houve predominância do subfinanciamento e a fragmentação do sistema de saúde de acordo com a capacidade de pagamento dos pacientes. O governo também implantou nas últimas décadas reformas voltadas para abertura econômica e privatização, que foram viabilizadas em aliança com os empresários, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.
Enquanto fraqueza do sistema de saúde argentino deve ser considerada a característica de alta fragmentação do sistema com uma fraca coordenação entre os múltiplos setores encarregados de oferecer assistência em saúde. Entretanto, o esforço e as alianças desde a década de 1990 para reformas e melhor desempenho do setor, pode apontar um futuro promissor com essas mudanças.

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