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DIREITO DAS COISAS

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Conteúdo Programático: 
1. Direitos Reais. Direitos reais e 
direitos pessoais. Características. 
Efeitos. Classificação. Aspectos 
constitucionais. Reforma agrária e 
rural. 
 
2. Posse. Teorias. Aquisição. 
 
3. Posse. Classificação. Extinção. 
 
4. Posse. Efeitos de direito material. 
Efeitos de direito processual. 
 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
 
 
5. Propriedade. Noção. Classificação. 
 
6. Aquisição de propriedade. 
Aquisição de bens imóveis. Aquisição 
de bens móveis. 
 
7. Usucapião de bens imóveis. 
Elementos. Modalidades. 
 
8. Usucapião de bens móveis. 
Elementos. Modalidades. 
 
9. Limitações ao direito de 
propriedade. Extinção da 
propriedade. Modalidades e regime 
jurídico. 
 
10. Direitos de vizinhança. Espécies. 
Regime jurídico. 
 
11. Condomínio. Modalidades. 
Regime jurídico. 
 
12. Incorporação imobiliária. Noção. 
Regime jurídico . 
 
13. Direitos reais sobre coisas alheias. 
Direitos reais de uso e gozo. Direito 
real de aquisição. 
 
14. Direitos reais de garantia. 
Modalidades. Regime jurídico. 
 
15. Registro Imobiliário. Noções. 
Elementos. Princípios e 
procedimentos. 
 
16. Estatuto da Cidade. Ordenação 
urbana. Plano diretor. 
 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Bibliografia básica: 
 
 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v. 
5 – Direitos reais. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. 5: Direito das coisas. 15. ed. 
São Paulo: Editora Saraiva, 2020. 
LISBOA, Roberto Senise. Manual de direito civil, v. 4: direitos reais e direitos 
intelectuais. 7. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Bibliografia complementar: 
 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Comentários ao Estatuto da Cidade. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de direito civil, 
volume único. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Ações possessórias no Novo CPC. 4. ed. Rio de 
Janeiro: Editora Atlas, 2017. 
PAESANI, Liliana Minardi. Manual de propriedade intelectual. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Editora Atlas, 2015. 
TARTUCE, Flávio. Direito civil, v.4: direito das coisas. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora 
Forense, 2016. 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil, v.4: reais. 17. ed. Rio de Janeiro: Editora Atlas, 
2016. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
DIREITO DAS COISAS 
Arts.1196 a 1510-E, do Código Civil. 
 
1) Nomenclatura: 
DIREITO DAS COISAS DIREITOS REAIS 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
2) Conceito: 
TEORIA REALISTA 
TEORIA PERSONALISTA 
PESSOA X COISA 
PESSOA X COLETIVIDADE 
COISA 
PODER 
SUBMISSÃO 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
3) Localização: 
LIVRO III 
• TÍTULO I – Arts.1196 a 1224 do Código Civil 
• TÍTULO II – Arts.1225 a 1227 do Código Civil 
• TÍTULO III – Arts.1228 a 1368-F do Código Civil 
• TÍTULO IV – Arts.11369 a 1377 do Código Civil 
• TÍTULO V – Arts.1378 a 1389 do Código Civil 
• TÍTULO VI – Arts.1390 a 1411 do Código Civil 
• TÍTULO VII – Arts.1412 e 1413 do Código Civil 
• TÍTULO VIII – Arts.1414 a 1416 do Código Civil 
• TÍTULO IX – Arts.1417 e 1418 do Código Civil 
• TÍTULO X – Arts.1419 a 1510 do Código Civil 
• TÍTULO XI – Arts.1510-A a 1510-E do Código Civil 
 
 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
4) DIREITOS REAIS X DIREITOS PESSOAIS: 
DIREITOS REAIS DIREITOS PESSOAIS 
DIREITOS PESSOAIS DIREITOS REAIS 
Relativos – inter partes Absolutos – erga omnes 
Atipicidade Tipicidade (Regra – art.1225, CC) 
Pessoa x pessoa Pessoa e coisa* 
Rol exemplificativo Rol taxativo 
Inadimplemento – patrimônio do devedor Inadimplemento – bem determinado 
Transitório Permanente 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
5) Classificação: 
Quanto aos poderes do titular do direito real 
Quanto à propriedade do bem 
• Direitos reais sobre coisa própria 
 
• Direitos reais sobre coisa alheia 
• Direitos reais limitados 
 
• Direitos reais ilimitados 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
6) Características: 
Publicidade ou visibilidade 
Absolutismo 
• Erga omnes 
• Poder de agir sobre a coisa. 
 
• Ostentados publicamente. 
• Bens imóveis – registro (regra). 
• Bens móveis – tradição (regra). 
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando 
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se 
adquirem com a tradição. 
 
 
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o 
registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos 
(arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. 
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto 
possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de 
terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. 
 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de 
Imóveis. 
§ 1 o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do 
imóvel. 
§ 2 o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o 
respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Ambulatoriedade 
Aderência 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do 
poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
... 
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, 
inclusive multas e juros moratórios. 
Sequela 
• Ius persequendi 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Preferência 
Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica 
sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação. 
 
Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou 
empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade 
no registro. 
Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívidas que, em virtude de outras 
leis, devam ser pagas precipuamente a quaisquer outros créditos. 
 
• Privilégio do titular do direito real. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Taxatividade Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei 
nº 11.481, de 2007) 
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 
13.465, de 2017) 
XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
 
• Numerus clausus. 
• Exaustivo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Perpeituidade 
Lei nº6015/73 
 
Art. 172 - No Registro de Imóveis serão feitos, nos termos desta Lei, o registro e a averbação dos títulos 
ou atos constitutivos, declaratórios, translativos e extintos de direitosreais sobre imóveis reconhecidos 
em lei, " inter vivos" ou " mortis causa" quer para sua constituição, transferência e extinção, quer para 
sua validade em relação a terceiros, quer para a sua disponibilidade. 
• Regra: não se extinguem com o não uso. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
7) Obrigações propter rem: 
• Ob rem, ambulatorial, mista ou real. 
 
• Recai sobre uma pessoa por força de um direito real. 
 
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se 
adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), 
salvo os casos expressos neste Código. 
 
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de 
conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. 
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. 
 
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, 
inclusive multas e juros moratórios. 
 
 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências 
prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de 
propriedade vizinha. 
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do 
prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de 
tolerância dos moradores da vizinhança. 
 
STJ, SÚMULA N. 623 - As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-
las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. 
 
 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
0005626-15.2016.8.19.0008 - APELAÇÃO 
 
Des(a). LÚCIO DURANTE - Julgamento: 27/08/2020 - DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. COTAS CONDOMINIAIS. AJUIZAMENTO DA DEMANDA CONTRA A INCORPORADORA 
QUE CONSTA NO RGI COMO PROPRIETÁRIA DO BEM. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DO IMÓVEL QUE, POR SI SÓ, NÃO 
AFASTA A RESPONSABILIDADE SOBRE A OBRIGAÇÃO PROPTER REM. AUSÊNCIA DE PROVA DE CIÊNCIA INEQUÍVOCA DE 
ALIENAÇÃO A TERCEIRO. DESPROVIMENTO. Despesas condominiais. Natureza propter rem, imputando ao proprietário do 
imóvel a responsabilidade pelo adimplemento de eventual débito pendente. Incidência do julgamento do Recurso Especial 
Representativo de Controvérsia - REsp 1.345.331/RS. Existência de instrumento particular de compra e venda que não é 
suficiente para retirar a responsabilidade da incorporadora pelas cotas condominiais do imóvel em que ainda consta como 
proprietária. Apelante que não se desincumbiu da prova efetiva da ciência de comunicação de tal negócio jurídico ao 
condomínio credor, ora apelado, ex vi do art. 373, inciso II. Termo de entrega de chaves que não conta com participação do 
condomínio. Documento unilateral que não prova a origem da ocupação (promessa de compra e venda), eis que a posse do 
imóvel poderia decorrer de outro vínculo contratual (locação, comodato etc), o que também poderia justificar o nome lançado 
na planilha de débito em nome de terceiro. Irrelevância do argumento não levantado em contestação e que caracteriza 
inovação da matéria em sede de recurso. DESPROVIMENTO DO RECURSO, fixados os honorários advocatícios recursais em 
favor do advogado do autor em 2% do valor da causa. 
 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
0035006-68.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
Des(a). CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA - Julgamento: 27/08/2020 - OITAVA CÂMARA CÍVEL 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS. HASTA PÚBLICA. 
ARREMATAÇÃO DO IMÓVEL. DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO DO ARREMATANTE PARA LEVANTAMENTO DE PARTE DO FRUTO 
DA ARREMATAÇÃO PARA PAGAMENTO DA DÍVIDA CONDOMINIAL PERTINENTE A MOMENTO POSTERIOR À ARREMATAÇÃO. O 
recorrente entende ser responsável apenas pelas dívidas contraídas após sua imissão na posse. As cotas condominiais constituem 
encargos da própria coisa, acompanhando-a, independente de quem for o seu dono. Da mesma forma que os tributos incidentes 
sobre o imóvel a dívida de condomínio se qualifica como obrigação propter rem, pois, decorre, diretamente, do direito de 
propriedade, acompanhando o bem e sendo garantida pelo próprio imóvel que deu origem à dívida. A arrematação é forma de 
aquisição originária da propriedade que rompe todo e qualquer vínculo do bem quanto aos ônus e gravames que o embaraçavam, 
na forma do artigo 908, §1º, do Código de Processo Civil. Estabelece o artigo 903 do Código de Processo Civil que qualquer que seja 
a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, 
acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata 
o § 4º deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos. A hipótese trata de cobrança de cotas 
condominiais posteriores à arrematação. Por se tratar de obrigação propter rem o débito condominial vencido após a arrematação 
do imóvel em hasta pública é de inteira responsabilidade do arrematante. O fato de não ter sido imitido na posse do imóvel em 
razão da demora para a expedição da carta de arrematação não afasta a obrigação, uma vez que se tornou o proprietário das salas 
arrematadas que estavam vazias por muito tempo de bens e pessoas. Não há provas nos autos originais, ou neste recurso, no 
sentido de que o executado causou qualquer embaraço para a imissão do arrematante na posse das salas. A inércia na efetivação 
da posse, por questões alheias ao atuar do devedor, não pode servir de norte para imputar esse ônus ao mesmo, que através da 
venda do imóvel em hasta pública satisfez o débito que gerou a constrição. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e desta 
Corte. Decisão mantida. Agravo CONHECIDO e DESPROVIDO. 
 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
0006672-31.2019.8.19.0203 - APELAÇÃO 
 
Des(a). ODETE KNAACK DE SOUZA - Julgamento: 27/08/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL 
 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO IMOBILIÁRIO. DÍVIDA CONDOMINIAL. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. INTELIGÊNCIA 
DO ARTIGO 1.345 DO CC/02. MATÉRIA QUE SE SE ENCONTRA SEDIMENTADA NO STJ, INCLUSIVE SOB O REGIME 
DE RECURSOS REPETITIVOS (RESP 1.345.331/RS). PARA QUE O PROMITENTE COMPRADOR RESPONDA PELAS 
DÍVIDAS CONDOMINIAIS, DEVE SER OBSERVADA A SUA IMISSÃO NA POSSE, BEM COMO EFETIVA CIÊNCIA DA 
TRANSAÇÃO PELO CONDOMÍNIO. DÉBITO COBRADO QUE É ANTERIOR À POSSE DO COMPRADOR. 
PRECEDENTES DO STJ E DESTE TRIBUNAL. APELO A QUE SE NEGA PROVIMENTO 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
0067488-40.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
Des(a). GEÓRGIA DE CARVALHO LIMA - Julgamento: 05/02/2019 - DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL 
Agravo de Instrumento. Decisão agravada que indeferiu o pedido de ressarcimento das despesas pagas após a arrematação de 
imóvel, referentes às cotas condominiais, IPTU e Taxa de Incêndio, argumentando a recorrente, em suma, de que tais obrigações 
são anteriores à sua imissão na posse do bem. Conforme entendimento consolidado na jurisprudência, o arrematante de imóvel 
em hasta pública é responsável pelo pagamento das despesas condominiais a partir da arrematação, ainda que anteriores à 
imissão na posse do bem, ante a natureza propter rem da referida obrigação, incluindo-se o IPTU e à Taxa de Incêndio, que 
seguem o mesmo raciocínio. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Tempo decorrido entre a arrematação e a imissão na 
posse do imóvel, que, embora não seja desejável, é decorrente da marcha processual prevista no nosso ordenamento jurídico 
pátrio, considerando que, após a arrematação, houve a oposição de Embargos à Arrematação e a interposição, pela ora 
recorrente, de Agravo de Instrumento. Ademais, o imóvel jáhavia sido desocupado pelos executados, o que foi confirmado 
posteriormente pelo mandado de imissão na posse, que certificou estar o bem desocupado. Recurso ao qual se nega 
provimento, revogando-se, consequentemente, a liminar de fls. 21/22. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
0000618-03.2016.8.19.0026 - APELAÇÃO 
 
Des(a). ANTONIO CARLOS DOS SANTOS BITENCOURT - Julgamento: 08/08/2018 - VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE DANOS MORAIS. CONTRATO DE COMPRA E VENDO DE VEÍCULO ENTRE PESSOAS FÍSICAS. RECURSO EXCLUSIVO 
DA RÉ. MOTOCICLETA. PARTE RÉ COMPRADORA DO BEM, PRONTIFICANDO-SE A EFETUAR A TRANSFERÊNCIA DO AUTOMÓVEL, NO PRAZO LEGAL, OCORRE QUE NÃO ADIMPLIU A 
CITADA OBRIGAÇÃO. PARTE AUTORA QUE AO REALIZAR CONSULTA JUNTO AO DETRAN, TOMOU CONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE DÉBITOS DE IPVA, DPVAT, TAXA DE 
LICENCIAMENTO ANUAL E TAXA DE EMISSÃO CRLV REFERENTE À MOTOCICLETA ALIENADA. AS CITADAS COBRANÇAS FORAM IMPUTADAS À DEMANDANTE PORQUE ATÉ A 
PRESENTE DATA NÃO FOI REGULARIZADA A SITUAÇÃO DO VEÍCULO NO DETRAN, CONFORME FORA ACORDADO, PERMANECENDO O BEM EM NOME DA AUTORA. COMO BEM 
RESSALTOU O JUÍZO A QUO, O ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO ATRIBUI RESPONSABILIDADES ÀS PARTES ENVOLVIDAS NA COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. AO 
ANTIGO PROPRIETÁRIO, NOS TERMOS DO ART. 134 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, COMPETE AO MESMO ENCAMINHAR AO ÓRGÃO EXECUTIVO DE TRÂNSITO DO ESTADO 
DENTRO DE UM PRAZO DE TRINTA DIAS, CÓPIA AUTENTICADA DO COMPROVANTE DE TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE, DEVIDAMENTE ASSINADO E DATADO, SOB PENA DE TER 
QUE SE RESPONSABILIZAR SOLIDARIAMENTE PELAS PENALIDADES IMPOSTAS E SUAS REINCIDÊNCIAS ATÉ A DATA DA COMUNICAÇÃO. SALIENTE-SE QUE, QUANTO À VENDA A 
TERCEIRO, NÃO PODE SER OPOSTA EM VIRTUDE DO PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS. POR OUTRO LADO, QUANTO À TRANSFERÊNCIA DAS INFRAÇÕES, QUADRO 
FÁTICO DEMONSTRANDO QUE O AUTOR E O RÉU NÃO TÊM MAIS A DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA ATENDER OS TRAMITES EXIGIDOS PELO DETRAN. TRADIÇÃO 
RECONHECIDA PELO RÉU A TERCEIROS. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL QUE MITIGA A APLICAÇÃO DO ART. 134 DO CTB. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 324 DESTE TJRJ. JÁ EM 
RELAÇÃO AOS TRIBUTOS, O ENTENDIMENTO ADOTADO PELA JURISPRUDÊNCIA É QUE NÃO SE ESTENDE A SOLIDARIEDADE PREVISTA NO ART. 134 DA LEI N° 9.503/1997, AO 
PAGAMENTO DO IPVA E DPVAT, POR SE TRATAREM DE DÍVIDAS "PROPTER REM". NESSE SENTIDO, RECENTEMENTE FOI EDITADA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA O 
VERBETE SUMULAR N° 585, IN VERBIS: "A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO EX-PROPRIETÁRIO, PREVISTA NO ART. 134 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO CTB, NÃO 
ABRANGE O IPVA INCIDENTE SOBRE O VEÍCULO AUTOMOTOR, NO QUE SE REFERE AO PERÍODO POSTERIOR À SUA ALIENAÇÃO". EM RELAÇÃO A EVENTUAIS MULTAS DE 
TRÂNSITO, NÃO SE VISLUMBRA QUALQUER ÓBICE PARA QUE O DETRAN REALIZE A DEVIDA TRANSFERÊNCIA, DESDE QUE AS MULTAS SEJAM DEVIDAMENTE IDENTIFICADAS AO 
VERDADEIRO INFRATOR. SENTENÇA QUE SE REFORMA. PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
TJ/RJ 
0042566-63.2017.8.19.0001 - APELAÇÃO 
 
Des(a). TEREZA CRISTINA SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO - Julgamento: 12/02/2020 - VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA 
CÍVEL 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. - 
Débitos relativos aos serviços essenciais, tais como água esgoto e energia elétrica, são de natureza pessoal, não se 
caracterizando como obrigação de natureza propter rem, de forma que não pode o proprietário do imóvel ser 
responsabilizado por dívidas oriundas de consumo de antigo ocupante do imóvel. - Considerando a natureza 
pessoal dos débitos cobrados, bem como o fato de que as contas de consumo e o comunicado de cobrança de 
irregularidade acostadas aos autos, encontrarem-se em nome do locatário "Babylon Wines Comércio de Vinhos 
Ltda-Me", é o autor, proprietário do imóvel, parte ilegítima para discutir perante a concessionária, o 
restabelecimento do serviço e a desconstituição de débitos tidos por indevidos, visto se tratarem de questões 
relativas ao contrato de prestação de serviços, em relação ao qual não fez parte. - Acrescente-se, ainda, a 
ilegitimidade ativa do autor quanto à propositura da ação para transferir a conta de consumo para o nome do 
novo locatário, sr. Raimundo Carlos Viana da Silva, visto que somente a este cabe a solicitação de transferência de 
titularidade. SENTENÇA REFORMADA DE OFÍCIO. EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, COM 
FULCRO NO ARTIGO 485, VI, DO CPC. 
 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
TJ/RJ 
0048603-58.2018.8.19.0038 - APELAÇÃO 
 
Des(a). LUIZ HENRIQUE OLIVEIRA MARQUES - Julgamento: 10/02/2020 - DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL 
DIREITO CIVIL. APELAÇÃO. EMBARGOS DE DEVEDOR. DÉBITO CONDOMINIAL. CONDOMÍNIO DE FATO. CONVENÇÃO 
DE CONDOMÍNIO NÃO REGISTRADA. SITUAÇÃO IRREGULAR QUE NÃO IMPEDE A COBRANÇA DE COTAS DE 
CONDOMÍNIO. SENTENÇA QUE JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS. APELO DA 
EMBARGANTE. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. DESPROVIMENTO DO RECURSO. 
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
TJ/RJ 
0017440-76.2015.8.19.0002 - APELAÇÃO 
 
Des(a). PETERSON BARROSO SIMÃO - Julgamento: 05/02/2020 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. COTAS CONDOMINIAIS VENCIDAS. RESPONSABILIDADE DO 
PROPRIETÁRIO. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. SEPARAÇÃO JUDICIAL. FORMAL DE PARTILHA NÃO 
REGISTRADO. LEGITIMIDADE DO POSSUIDOR DO IMÓVEL. Cota condominial que é dívida propter rem de 
responsabilidade do proprietário do imóvel. Demandada que não registrou formal de partilha, no qual foi 
atribuída ao ex-cônjuge a titularidade do imóvel, objeto da lide. STJ que já expressou entendimento no 
sentido de que o possuidor do bem é responsável pelo pagamento dos débitos condominiais em caso de 
promessa de compra e venda não registrada (REsp 1.345.331-RS, na forma do rito dos Recursos Repetitivos 
¿ Tema 886). Solução análoga que deve ser aplicada às hipóteses de separação e divórcio. Sentença 
recorrida que condenou o possuidor e proprietário ao pagamento da dívida em razão da relação jurídica 
material com o imóvel. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
TJ/RJ 
0017440-76.2015.8.19.0002 - APELAÇÃO 
 
Des(a). PETERSON BARROSO SIMÃO - Julgamento: 05/02/2020 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. COTAS CONDOMINIAIS VENCIDAS. RESPONSABILIDADE DO 
PROPRIETÁRIO. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. SEPARAÇÃO JUDICIAL. FORMAL DE PARTILHA NÃO 
REGISTRADO. LEGITIMIDADE DO POSSUIDOR DO IMÓVEL. Cota condominial que é dívida propter rem de 
responsabilidade do proprietário do imóvel. Demandada que não registrou formal de partilha, no qual foi 
atribuída ao ex-cônjuge a titularidade do imóvel, objeto da lide. STJ que já expressou entendimento no 
sentido de que o possuidor do bem é responsável pelo pagamento dos débitos condominiais em caso de 
promessa de compra e venda não registrada (REsp 1.345.331-RS, na forma do rito dos Recursos Repetitivos 
¿ Tema 886). Solução análoga que deve ser aplicada às hipóteses de separação e divórcio. Sentença 
recorrida que condenou o possuidor e proprietário ao pagamento da dívida em razão da relação jurídica 
material com o imóvel. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
TJ/RJ 
0007898-81.2018.8.19.0211 - APELAÇÃO 
 
Des(a). MARIA ISABEL PAES GONÇALVES - Julgamento: 03/02/2020 - SEGUNDA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO INDENIZATÓRIO. SERVIÇO DE ENERGIA 
ELÉTRICA. ALEGAÇÃO DE RECUSA AO REQUERIMENTO DE TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE. SENTENÇA DE 
PROCEDENCIA PARCIAL. DÍVIDA DO ANTIGO POSSUIDOR DO IMÓVEL. OBRIGAÇÃO QUE NÃO TEM 
NATUREZA PROPTER REM. PARTE AUTORA QUE NÃO TEM OBRIGAÇÃO DE ARCAR COM OS DÉBITOS 
ANTERIORES A LOCAÇÃO DO IMÓVEL. SOLICITAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE NÃO 
DEMONSTRADA PELA AUTORA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE RECUSA DA CONCESSIONÁRIANA 
ALTERAÇÃO DA TITULARIDADE DA RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO. INEXISTÊNCIA DE CONDUTA ILÍCITA DA RÉ 
A CONFIGURAR A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR POR LESÃO A DIREITOS DA PERSONALIDADE. DEMANDANTE ORA 
RECORRIDA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DA PROVA MÍNIMA DOS FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO 
ALEGADO (ART. 373, I, DO CPC) PARA FINS DE ACOLHIMENTO DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO Nº 330 DA SÚMULA DO TJRJ. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. 
REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA QUE SE IMPÕE. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
0081762-72.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
Des(a). MARCELO LIMA BUHATEM - Julgamento: 30/04/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEILÃO DE IMÓVEL LOCALIZADO NA BARRA DA TIJUCA. INFORMAÇÃO 
CONSTANTE NA CHAMADA PÚBLICA AFASTANDO A RESPONSABILIDADE DO ARREMATANTE PELOS 
DÉBITOS DE IPTU E DEMAIS TAXAS E IMPOSTOS, BEM COMO OS DÉBITOS CONDOMINIAIS, SUB-
ROGADOS NO VALOR DA ARREMATAÇÃO. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 130 CAPUT DO CTN E 908, §1º DO 
CPC PREVISÃO DE QUE A VENDA DO IMÓVEL EM HASTA PÚBLICA SERIA FEITA DE FORMA LIVRE E 
DESEMBARAÇADA DE DÉBITO DE IPTU E DE TAXAS - ENCARGOS CONDOMINIAIS, DEVEM SER 
ADIMPLIDOS COM O PRODUTO DA ARREMATAÇÃO AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA- SUB-ROGAÇÃO DOS 
DÉBITOS SOBRE O RESPECTIVO PREÇO- PRECEDENTES DO STJ E DO TJRJ. DÁ-SE PROVIMENTO AO 
RECURSO. 
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
 
 
• Direito à prestação – oponibilidade a terceiros – dimensão de direito real (lei). 
 
Lei nº8245/91 
 
Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo 
de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver 
cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. 
§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogável, 
com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo. 
§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do 
compromisso, presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação. 
 
 
8) Obrigações com eficácia real: 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 8.245-1991?OpenDocument
Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 
• Código Civil 
 
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a 
respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de 
alienação, e não constar de registro. 
§ 1º O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do domicílio do 
locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, 
quando imóvel. 
§ 2º Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja obrigado a 
respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de 
noventa dias após a notificação. 
 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou 
arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório 
de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.

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