Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Conteúdo Programático: 1. Direitos Reais. Direitos reais e direitos pessoais. Características. Efeitos. Classificação. Aspectos constitucionais. Reforma agrária e rural. 2. Posse. Teorias. Aquisição. 3. Posse. Classificação. Extinção. 4. Posse. Efeitos de direito material. Efeitos de direito processual. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 5. Propriedade. Noção. Classificação. 6. Aquisição de propriedade. Aquisição de bens imóveis. Aquisição de bens móveis. 7. Usucapião de bens imóveis. Elementos. Modalidades. 8. Usucapião de bens móveis. Elementos. Modalidades. 9. Limitações ao direito de propriedade. Extinção da propriedade. Modalidades e regime jurídico. 10. Direitos de vizinhança. Espécies. Regime jurídico. 11. Condomínio. Modalidades. Regime jurídico. 12. Incorporação imobiliária. Noção. Regime jurídico . 13. Direitos reais sobre coisas alheias. Direitos reais de uso e gozo. Direito real de aquisição. 14. Direitos reais de garantia. Modalidades. Regime jurídico. 15. Registro Imobiliário. Noções. Elementos. Princípios e procedimentos. 16. Estatuto da Cidade. Ordenação urbana. Plano diretor. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Bibliografia básica: GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v. 5 – Direitos reais. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. 5: Direito das coisas. 15. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2020. LISBOA, Roberto Senise. Manual de direito civil, v. 4: direitos reais e direitos intelectuais. 7. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Bibliografia complementar: CARVALHO FILHO, José dos Santos. Comentários ao Estatuto da Cidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2013. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de direito civil, volume único. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. MONTENEGRO FILHO, Misael. Ações possessórias no Novo CPC. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Atlas, 2017. PAESANI, Liliana Minardi. Manual de propriedade intelectual. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Atlas, 2015. TARTUCE, Flávio. Direito civil, v.4: direito das coisas. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2016. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil, v.4: reais. 17. ed. Rio de Janeiro: Editora Atlas, 2016. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais DIREITO DAS COISAS Arts.1196 a 1510-E, do Código Civil. 1) Nomenclatura: DIREITO DAS COISAS DIREITOS REAIS Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 2) Conceito: TEORIA REALISTA TEORIA PERSONALISTA PESSOA X COISA PESSOA X COLETIVIDADE COISA PODER SUBMISSÃO Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 3) Localização: LIVRO III • TÍTULO I – Arts.1196 a 1224 do Código Civil • TÍTULO II – Arts.1225 a 1227 do Código Civil • TÍTULO III – Arts.1228 a 1368-F do Código Civil • TÍTULO IV – Arts.11369 a 1377 do Código Civil • TÍTULO V – Arts.1378 a 1389 do Código Civil • TÍTULO VI – Arts.1390 a 1411 do Código Civil • TÍTULO VII – Arts.1412 e 1413 do Código Civil • TÍTULO VIII – Arts.1414 a 1416 do Código Civil • TÍTULO IX – Arts.1417 e 1418 do Código Civil • TÍTULO X – Arts.1419 a 1510 do Código Civil • TÍTULO XI – Arts.1510-A a 1510-E do Código Civil Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 4) DIREITOS REAIS X DIREITOS PESSOAIS: DIREITOS REAIS DIREITOS PESSOAIS DIREITOS PESSOAIS DIREITOS REAIS Relativos – inter partes Absolutos – erga omnes Atipicidade Tipicidade (Regra – art.1225, CC) Pessoa x pessoa Pessoa e coisa* Rol exemplificativo Rol taxativo Inadimplemento – patrimônio do devedor Inadimplemento – bem determinado Transitório Permanente Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 5) Classificação: Quanto aos poderes do titular do direito real Quanto à propriedade do bem • Direitos reais sobre coisa própria • Direitos reais sobre coisa alheia • Direitos reais limitados • Direitos reais ilimitados Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 6) Características: Publicidade ou visibilidade Absolutismo • Erga omnes • Poder de agir sobre a coisa. • Ostentados publicamente. • Bens imóveis – registro (regra). • Bens móveis – tradição (regra). Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1 o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2 o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Ambulatoriedade Aderência Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. ... Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. Sequela • Ius persequendi Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Preferência Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação. Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívidas que, em virtude de outras leis, devam ser pagas precipuamente a quaisquer outros créditos. • Privilégio do titular do direito real. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Taxatividade Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) • Numerus clausus. • Exaustivo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Perpeituidade Lei nº6015/73 Art. 172 - No Registro de Imóveis serão feitos, nos termos desta Lei, o registro e a averbação dos títulos ou atos constitutivos, declaratórios, translativos e extintos de direitosreais sobre imóveis reconhecidos em lei, " inter vivos" ou " mortis causa" quer para sua constituição, transferência e extinção, quer para sua validade em relação a terceiros, quer para a sua disponibilidade. • Regra: não se extinguem com o não uso. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 7) Obrigações propter rem: • Ob rem, ambulatorial, mista ou real. • Recai sobre uma pessoa por força de um direito real. Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. STJ, SÚMULA N. 623 - As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá- las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 0005626-15.2016.8.19.0008 - APELAÇÃO Des(a). LÚCIO DURANTE - Julgamento: 27/08/2020 - DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. COTAS CONDOMINIAIS. AJUIZAMENTO DA DEMANDA CONTRA A INCORPORADORA QUE CONSTA NO RGI COMO PROPRIETÁRIA DO BEM. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DO IMÓVEL QUE, POR SI SÓ, NÃO AFASTA A RESPONSABILIDADE SOBRE A OBRIGAÇÃO PROPTER REM. AUSÊNCIA DE PROVA DE CIÊNCIA INEQUÍVOCA DE ALIENAÇÃO A TERCEIRO. DESPROVIMENTO. Despesas condominiais. Natureza propter rem, imputando ao proprietário do imóvel a responsabilidade pelo adimplemento de eventual débito pendente. Incidência do julgamento do Recurso Especial Representativo de Controvérsia - REsp 1.345.331/RS. Existência de instrumento particular de compra e venda que não é suficiente para retirar a responsabilidade da incorporadora pelas cotas condominiais do imóvel em que ainda consta como proprietária. Apelante que não se desincumbiu da prova efetiva da ciência de comunicação de tal negócio jurídico ao condomínio credor, ora apelado, ex vi do art. 373, inciso II. Termo de entrega de chaves que não conta com participação do condomínio. Documento unilateral que não prova a origem da ocupação (promessa de compra e venda), eis que a posse do imóvel poderia decorrer de outro vínculo contratual (locação, comodato etc), o que também poderia justificar o nome lançado na planilha de débito em nome de terceiro. Irrelevância do argumento não levantado em contestação e que caracteriza inovação da matéria em sede de recurso. DESPROVIMENTO DO RECURSO, fixados os honorários advocatícios recursais em favor do advogado do autor em 2% do valor da causa. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 0035006-68.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA - Julgamento: 27/08/2020 - OITAVA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS. HASTA PÚBLICA. ARREMATAÇÃO DO IMÓVEL. DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO DO ARREMATANTE PARA LEVANTAMENTO DE PARTE DO FRUTO DA ARREMATAÇÃO PARA PAGAMENTO DA DÍVIDA CONDOMINIAL PERTINENTE A MOMENTO POSTERIOR À ARREMATAÇÃO. O recorrente entende ser responsável apenas pelas dívidas contraídas após sua imissão na posse. As cotas condominiais constituem encargos da própria coisa, acompanhando-a, independente de quem for o seu dono. Da mesma forma que os tributos incidentes sobre o imóvel a dívida de condomínio se qualifica como obrigação propter rem, pois, decorre, diretamente, do direito de propriedade, acompanhando o bem e sendo garantida pelo próprio imóvel que deu origem à dívida. A arrematação é forma de aquisição originária da propriedade que rompe todo e qualquer vínculo do bem quanto aos ônus e gravames que o embaraçavam, na forma do artigo 908, §1º, do Código de Processo Civil. Estabelece o artigo 903 do Código de Processo Civil que qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos. A hipótese trata de cobrança de cotas condominiais posteriores à arrematação. Por se tratar de obrigação propter rem o débito condominial vencido após a arrematação do imóvel em hasta pública é de inteira responsabilidade do arrematante. O fato de não ter sido imitido na posse do imóvel em razão da demora para a expedição da carta de arrematação não afasta a obrigação, uma vez que se tornou o proprietário das salas arrematadas que estavam vazias por muito tempo de bens e pessoas. Não há provas nos autos originais, ou neste recurso, no sentido de que o executado causou qualquer embaraço para a imissão do arrematante na posse das salas. A inércia na efetivação da posse, por questões alheias ao atuar do devedor, não pode servir de norte para imputar esse ônus ao mesmo, que através da venda do imóvel em hasta pública satisfez o débito que gerou a constrição. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte. Decisão mantida. Agravo CONHECIDO e DESPROVIDO. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 0006672-31.2019.8.19.0203 - APELAÇÃO Des(a). ODETE KNAACK DE SOUZA - Julgamento: 27/08/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO IMOBILIÁRIO. DÍVIDA CONDOMINIAL. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 1.345 DO CC/02. MATÉRIA QUE SE SE ENCONTRA SEDIMENTADA NO STJ, INCLUSIVE SOB O REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS (RESP 1.345.331/RS). PARA QUE O PROMITENTE COMPRADOR RESPONDA PELAS DÍVIDAS CONDOMINIAIS, DEVE SER OBSERVADA A SUA IMISSÃO NA POSSE, BEM COMO EFETIVA CIÊNCIA DA TRANSAÇÃO PELO CONDOMÍNIO. DÉBITO COBRADO QUE É ANTERIOR À POSSE DO COMPRADOR. PRECEDENTES DO STJ E DESTE TRIBUNAL. APELO A QUE SE NEGA PROVIMENTO Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 0067488-40.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). GEÓRGIA DE CARVALHO LIMA - Julgamento: 05/02/2019 - DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL Agravo de Instrumento. Decisão agravada que indeferiu o pedido de ressarcimento das despesas pagas após a arrematação de imóvel, referentes às cotas condominiais, IPTU e Taxa de Incêndio, argumentando a recorrente, em suma, de que tais obrigações são anteriores à sua imissão na posse do bem. Conforme entendimento consolidado na jurisprudência, o arrematante de imóvel em hasta pública é responsável pelo pagamento das despesas condominiais a partir da arrematação, ainda que anteriores à imissão na posse do bem, ante a natureza propter rem da referida obrigação, incluindo-se o IPTU e à Taxa de Incêndio, que seguem o mesmo raciocínio. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Tempo decorrido entre a arrematação e a imissão na posse do imóvel, que, embora não seja desejável, é decorrente da marcha processual prevista no nosso ordenamento jurídico pátrio, considerando que, após a arrematação, houve a oposição de Embargos à Arrematação e a interposição, pela ora recorrente, de Agravo de Instrumento. Ademais, o imóvel jáhavia sido desocupado pelos executados, o que foi confirmado posteriormente pelo mandado de imissão na posse, que certificou estar o bem desocupado. Recurso ao qual se nega provimento, revogando-se, consequentemente, a liminar de fls. 21/22. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 0000618-03.2016.8.19.0026 - APELAÇÃO Des(a). ANTONIO CARLOS DOS SANTOS BITENCOURT - Julgamento: 08/08/2018 - VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE DANOS MORAIS. CONTRATO DE COMPRA E VENDO DE VEÍCULO ENTRE PESSOAS FÍSICAS. RECURSO EXCLUSIVO DA RÉ. MOTOCICLETA. PARTE RÉ COMPRADORA DO BEM, PRONTIFICANDO-SE A EFETUAR A TRANSFERÊNCIA DO AUTOMÓVEL, NO PRAZO LEGAL, OCORRE QUE NÃO ADIMPLIU A CITADA OBRIGAÇÃO. PARTE AUTORA QUE AO REALIZAR CONSULTA JUNTO AO DETRAN, TOMOU CONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE DÉBITOS DE IPVA, DPVAT, TAXA DE LICENCIAMENTO ANUAL E TAXA DE EMISSÃO CRLV REFERENTE À MOTOCICLETA ALIENADA. AS CITADAS COBRANÇAS FORAM IMPUTADAS À DEMANDANTE PORQUE ATÉ A PRESENTE DATA NÃO FOI REGULARIZADA A SITUAÇÃO DO VEÍCULO NO DETRAN, CONFORME FORA ACORDADO, PERMANECENDO O BEM EM NOME DA AUTORA. COMO BEM RESSALTOU O JUÍZO A QUO, O ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO ATRIBUI RESPONSABILIDADES ÀS PARTES ENVOLVIDAS NA COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. AO ANTIGO PROPRIETÁRIO, NOS TERMOS DO ART. 134 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, COMPETE AO MESMO ENCAMINHAR AO ÓRGÃO EXECUTIVO DE TRÂNSITO DO ESTADO DENTRO DE UM PRAZO DE TRINTA DIAS, CÓPIA AUTENTICADA DO COMPROVANTE DE TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE, DEVIDAMENTE ASSINADO E DATADO, SOB PENA DE TER QUE SE RESPONSABILIZAR SOLIDARIAMENTE PELAS PENALIDADES IMPOSTAS E SUAS REINCIDÊNCIAS ATÉ A DATA DA COMUNICAÇÃO. SALIENTE-SE QUE, QUANTO À VENDA A TERCEIRO, NÃO PODE SER OPOSTA EM VIRTUDE DO PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS. POR OUTRO LADO, QUANTO À TRANSFERÊNCIA DAS INFRAÇÕES, QUADRO FÁTICO DEMONSTRANDO QUE O AUTOR E O RÉU NÃO TÊM MAIS A DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA ATENDER OS TRAMITES EXIGIDOS PELO DETRAN. TRADIÇÃO RECONHECIDA PELO RÉU A TERCEIROS. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL QUE MITIGA A APLICAÇÃO DO ART. 134 DO CTB. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 324 DESTE TJRJ. JÁ EM RELAÇÃO AOS TRIBUTOS, O ENTENDIMENTO ADOTADO PELA JURISPRUDÊNCIA É QUE NÃO SE ESTENDE A SOLIDARIEDADE PREVISTA NO ART. 134 DA LEI N° 9.503/1997, AO PAGAMENTO DO IPVA E DPVAT, POR SE TRATAREM DE DÍVIDAS "PROPTER REM". NESSE SENTIDO, RECENTEMENTE FOI EDITADA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA O VERBETE SUMULAR N° 585, IN VERBIS: "A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO EX-PROPRIETÁRIO, PREVISTA NO ART. 134 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO CTB, NÃO ABRANGE O IPVA INCIDENTE SOBRE O VEÍCULO AUTOMOTOR, NO QUE SE REFERE AO PERÍODO POSTERIOR À SUA ALIENAÇÃO". EM RELAÇÃO A EVENTUAIS MULTAS DE TRÂNSITO, NÃO SE VISLUMBRA QUALQUER ÓBICE PARA QUE O DETRAN REALIZE A DEVIDA TRANSFERÊNCIA, DESDE QUE AS MULTAS SEJAM DEVIDAMENTE IDENTIFICADAS AO VERDADEIRO INFRATOR. SENTENÇA QUE SE REFORMA. PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais TJ/RJ 0042566-63.2017.8.19.0001 - APELAÇÃO Des(a). TEREZA CRISTINA SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO - Julgamento: 12/02/2020 - VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. - Débitos relativos aos serviços essenciais, tais como água esgoto e energia elétrica, são de natureza pessoal, não se caracterizando como obrigação de natureza propter rem, de forma que não pode o proprietário do imóvel ser responsabilizado por dívidas oriundas de consumo de antigo ocupante do imóvel. - Considerando a natureza pessoal dos débitos cobrados, bem como o fato de que as contas de consumo e o comunicado de cobrança de irregularidade acostadas aos autos, encontrarem-se em nome do locatário "Babylon Wines Comércio de Vinhos Ltda-Me", é o autor, proprietário do imóvel, parte ilegítima para discutir perante a concessionária, o restabelecimento do serviço e a desconstituição de débitos tidos por indevidos, visto se tratarem de questões relativas ao contrato de prestação de serviços, em relação ao qual não fez parte. - Acrescente-se, ainda, a ilegitimidade ativa do autor quanto à propositura da ação para transferir a conta de consumo para o nome do novo locatário, sr. Raimundo Carlos Viana da Silva, visto que somente a este cabe a solicitação de transferência de titularidade. SENTENÇA REFORMADA DE OFÍCIO. EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, COM FULCRO NO ARTIGO 485, VI, DO CPC. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais TJ/RJ 0048603-58.2018.8.19.0038 - APELAÇÃO Des(a). LUIZ HENRIQUE OLIVEIRA MARQUES - Julgamento: 10/02/2020 - DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL DIREITO CIVIL. APELAÇÃO. EMBARGOS DE DEVEDOR. DÉBITO CONDOMINIAL. CONDOMÍNIO DE FATO. CONVENÇÃO DE CONDOMÍNIO NÃO REGISTRADA. SITUAÇÃO IRREGULAR QUE NÃO IMPEDE A COBRANÇA DE COTAS DE CONDOMÍNIO. SENTENÇA QUE JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS. APELO DA EMBARGANTE. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. DESPROVIMENTO DO RECURSO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais TJ/RJ 0017440-76.2015.8.19.0002 - APELAÇÃO Des(a). PETERSON BARROSO SIMÃO - Julgamento: 05/02/2020 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. COTAS CONDOMINIAIS VENCIDAS. RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. SEPARAÇÃO JUDICIAL. FORMAL DE PARTILHA NÃO REGISTRADO. LEGITIMIDADE DO POSSUIDOR DO IMÓVEL. Cota condominial que é dívida propter rem de responsabilidade do proprietário do imóvel. Demandada que não registrou formal de partilha, no qual foi atribuída ao ex-cônjuge a titularidade do imóvel, objeto da lide. STJ que já expressou entendimento no sentido de que o possuidor do bem é responsável pelo pagamento dos débitos condominiais em caso de promessa de compra e venda não registrada (REsp 1.345.331-RS, na forma do rito dos Recursos Repetitivos ¿ Tema 886). Solução análoga que deve ser aplicada às hipóteses de separação e divórcio. Sentença recorrida que condenou o possuidor e proprietário ao pagamento da dívida em razão da relação jurídica material com o imóvel. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais TJ/RJ 0017440-76.2015.8.19.0002 - APELAÇÃO Des(a). PETERSON BARROSO SIMÃO - Julgamento: 05/02/2020 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. COTAS CONDOMINIAIS VENCIDAS. RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. SEPARAÇÃO JUDICIAL. FORMAL DE PARTILHA NÃO REGISTRADO. LEGITIMIDADE DO POSSUIDOR DO IMÓVEL. Cota condominial que é dívida propter rem de responsabilidade do proprietário do imóvel. Demandada que não registrou formal de partilha, no qual foi atribuída ao ex-cônjuge a titularidade do imóvel, objeto da lide. STJ que já expressou entendimento no sentido de que o possuidor do bem é responsável pelo pagamento dos débitos condominiais em caso de promessa de compra e venda não registrada (REsp 1.345.331-RS, na forma do rito dos Recursos Repetitivos ¿ Tema 886). Solução análoga que deve ser aplicada às hipóteses de separação e divórcio. Sentença recorrida que condenou o possuidor e proprietário ao pagamento da dívida em razão da relação jurídica material com o imóvel. PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais TJ/RJ 0007898-81.2018.8.19.0211 - APELAÇÃO Des(a). MARIA ISABEL PAES GONÇALVES - Julgamento: 03/02/2020 - SEGUNDA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO INDENIZATÓRIO. SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA. ALEGAÇÃO DE RECUSA AO REQUERIMENTO DE TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE. SENTENÇA DE PROCEDENCIA PARCIAL. DÍVIDA DO ANTIGO POSSUIDOR DO IMÓVEL. OBRIGAÇÃO QUE NÃO TEM NATUREZA PROPTER REM. PARTE AUTORA QUE NÃO TEM OBRIGAÇÃO DE ARCAR COM OS DÉBITOS ANTERIORES A LOCAÇÃO DO IMÓVEL. SOLICITAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE NÃO DEMONSTRADA PELA AUTORA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE RECUSA DA CONCESSIONÁRIANA ALTERAÇÃO DA TITULARIDADE DA RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO. INEXISTÊNCIA DE CONDUTA ILÍCITA DA RÉ A CONFIGURAR A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR POR LESÃO A DIREITOS DA PERSONALIDADE. DEMANDANTE ORA RECORRIDA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DA PROVA MÍNIMA DOS FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO ALEGADO (ART. 373, I, DO CPC) PARA FINS DE ACOLHIMENTO DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO Nº 330 DA SÚMULA DO TJRJ. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA QUE SE IMPÕE. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais 0081762-72.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). MARCELO LIMA BUHATEM - Julgamento: 30/04/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEILÃO DE IMÓVEL LOCALIZADO NA BARRA DA TIJUCA. INFORMAÇÃO CONSTANTE NA CHAMADA PÚBLICA AFASTANDO A RESPONSABILIDADE DO ARREMATANTE PELOS DÉBITOS DE IPTU E DEMAIS TAXAS E IMPOSTOS, BEM COMO OS DÉBITOS CONDOMINIAIS, SUB- ROGADOS NO VALOR DA ARREMATAÇÃO. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 130 CAPUT DO CTN E 908, §1º DO CPC PREVISÃO DE QUE A VENDA DO IMÓVEL EM HASTA PÚBLICA SERIA FEITA DE FORMA LIVRE E DESEMBARAÇADA DE DÉBITO DE IPTU E DE TAXAS - ENCARGOS CONDOMINIAIS, DEVEM SER ADIMPLIDOS COM O PRODUTO DA ARREMATAÇÃO AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA- SUB-ROGAÇÃO DOS DÉBITOS SOBRE O RESPECTIVO PREÇO- PRECEDENTES DO STJ E DO TJRJ. DÁ-SE PROVIMENTO AO RECURSO. Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais • Direito à prestação – oponibilidade a terceiros – dimensão de direito real (lei). Lei nº8245/91 Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. § 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo. § 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação. 8) Obrigações com eficácia real: http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 8.245-1991?OpenDocument Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais • Código Civil Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro. § 1º O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel. § 2º Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de noventa dias após a notificação. Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Compartilhar