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DIREITODASCOISAS-AULA1

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Disciplina: Direito Civil –
Direito das Coisas
DOCENTES: 
JULIANA CARVALHO PAVÃO
PATRÍCIA MARTINS GARCIA
Direito das 
Coisas –
metodologia da 
aula
a) AULAS EXPOSITIVAS COM 
DISCUSSÃO DE QUESTÕES E 
CASOS PRÁTICOS;
b) 12 AULAS, DIVIDIDAS EM 4 
UNIDADES DE ENSINO;
2
Conteúdo da 
disciplina
a) PRIMEIRA UNIDADE: CONCEITOS 
DE DIRETOS DAS COISAS E 
DIREITOS REAIS, E POSSE.
b) SEGUNDA UNIDADE: 
PROPRIEDADE, DIREITO DE 
VIZINHANÇA E CONDOMÍNIO.
c) TERCEIRA UNIDADE: 
CONDOMÍNIO EDILÍCIO E 
DIREITOS REAIS
d) QUARTA UNIDADE: DIREITOS 
REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS
3
Bibliografia
CAROLINE MENEGHINI CARVALHO
MATOS. DIREITO CIVIL – COISAS. 
LONDRINA: EDITORA E 
DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL
S.A., 2017.
FLÁVIO TARTUCE. MANUAL DE 
DIREITO CIVIL – VOLUME ÚNICO. 
11ª EDIÇÃO. EDITORA MÉTODO. 
2021.
CARLOS ROBERTO GONÇALVES. 
DIREITO CIVIL BRASILEIRO: 
DIREITO DAS COISAS – VOL. 5. 16ª 
EDIÇÃO. SARAIVA JUR. 2020.
4
Unidade de 
Ensino 1 –
Introdução ao 
Direito das 
Coisas e Posse
SEÇÃO 1: DIREITO DAS COISAS E
DIREITOS REAIS:
a) CONCEITO, EVOLUÇÃO
HISTÓRICA, CONTEÚDO;
b) CARACTERÍSTICAS, OBJETO,
NATUREZA JURÍDICA;
c) DISTINÇÕES DO DIREITO
PATRIMONIAL OBRIGACIONAL,
TEORIAS;
d) AQUISIÇÃO. FIGURAS HÍBRIDAS
OU INTERMEDIÁRIAS
5
6
Direito das Coisas – Evolução histórica
uOrigem: primórdios da humanidade.
uPreocupação com a propriedade;
uDireito Romano, Feudalismo, Revolução Francesa;
uSéculo XX – restrições, interesse público;
uFunção social da propriedade.
7
Função social da propriedade
uFunção social da propriedade: propriedade deve atender 
aos interesses sociais, almejar o bem comum. 
8
Direito das Coisas
uConceito: estabelece normas que regem a relação entre a
pessoa e a coisa, assim como os diretos desta relação,
inclusive com terceiros.
uBem: realidades materiais e imateriais, com ou sem fins
econômicos (bens da personalidade).
uCoisa: realidades corpóreas com fim econômico.
9
Direito das Coisas – Código Civil 
uCódigo Civil de 1916 – matrimônio e propriedade da
terra;
uCódigo Civil de 2002 – propriedade empresarial e ativos
financeiros.
uCódigo Civil de 2002 – Título III ”Direito das Coisas”.
10
Diferença entre Direito das Coisas e Direitos Reais
Direito das Coisas Direitos Reais
Direitos reais + posse Categorias jurídicas relacionadas à 
propriedade (Flávio Tartuce).
11
Direitos Reais
u Art. 1.225. São direitos reais:
u I - a propriedade;
u II - a superfície;
u III - as servidões;
u IV - o usufruto;
u V - o uso;
u VI - a habitação;
u VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
u VIII - o penhor;
u IX - a hipoteca;
u X - a anticrese.
u XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
u XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
u XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm
12
uDúvidas?
13
Prática – Questões
(ACEP – 2018 – Prefeitura de Aracati – CE – Advogado)
Considerando a teoria do “numerus clausus” e o Código Civil
brasileiro, atualmente vigente, assinale a alternativa que não
constitui direito real.
A) O penhor.
B) A locação imobiliária urbana com cláusula de vigência no
cartório de registro de imóveis.
C) A anticrese.
D) A concessão de uso especial para fins de moradia.
14
Prática – Questões
(CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG – Titular de Serviços de Notas
e de Registros – Remoção) De acordo com o Código Civil,
são direitos reais, EXCETO:
A) O uso.
B) A concessão de uso especial para fins de moradia.
C) O penhor.
D) A posse.
15
Características dos Direitos Reais
uA) Tipicidade (ou taxatividade)
uB) Absolutismo (erga omnes)
uC) Sequela
uD) Preferência
uE) Publicidade
16
A) Tipicidade (ou Taxatividade)
uDisposição em Lei;
uConcessão de uso especial para fins de moradia, 
concessão de direito real de uso e direito real de Laje –
leis específicas;
uCríticas a essa característica;
u Impossibilidade de criação pela vontade.
17
A) Tipicidade (ou Taxatividade)
uDecisão do STJ sobre “time sharing” em 2016 
reconhecendo a natureza jurídica de direito real.
u2018 – Lei 13.777 – multipropriedade – adota regime do 
condomínio.
* Diversos titulares dividem o uso do bem (móvel ou 
imóvel) por intervalos/frações de tempos. 
18
B) Absolutismo (ou erga omnes)
uEfeitos contra todos;
uNão significa poder ilimitado.
19
C) Sequela
uDireito de perseguir a coisa onde quer que esta esteja.
20
C) Sequela
uExceção: Súmula 308 do Superior Tribunal de Justiça
u ”A hipoteca firmada entre a construtora e o agente
financeiro, anterior ou posterior à celebração da
promessa de compra e venda, não tem eficácia perante
os adquirentes do imóvel”.
21Súmula 308 do STJ – Apenas para imóvel 
residencial 
u AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 1. HIPOTECA CONSTITUÍDA
PELA CONSTRUTORA SOBRE UNIDADE OBJETO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. IMÓVEL
COMERCIAL. NÃO APLICAÇÃO DO DISPOSTO NA SÚMULA N. 308/STJ. 2. INTERPRETAÇÃO LÓGICO-
SISTEMÁTICA. DECISÃO ULTRA PETITA NÃO CONFIGURADA. 3. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.1. A
jurisprudência desta Casa orienta que o entendimento cristalizado na Súmula 308/STJ aplica-se
exclusivamente às hipotecas que recaiam sobre imóveis residenciais, afastando-se, por conseguinte, a
incidência do respectivo verbete sumular quando a citada garantia recair sobre imóvel comercial,
como no caso dos autos.1.1. De fato, "mesmo que comprovada a boa-fé do terceiro adquirente, tal
não é bastante para afastar a hipoteca firmada como garantia ao financiamento imobiliário de caráter
comercial, como é a situação dos autos. Precedentes" (AgInt no AgInt no REsp 1.682.434/PR,
Rel.Ministro Lázaro Guimarães, Desembargador Convocado do TRF 5ª Região, Quarta Turma, julgado
em 28/11/2017, DJe 4/12/2017).2. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não
há falar em julgamento ultra ou extra petita quando o julgador, mediante interpretação lógico-
sistemática, examina a petição apresentada pelo insurgente como um todo.3. Agravo interno
desprovido.(AgInt nos EDcl no AgInt no REsp 1844770/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 08/02/2021, DJe 12/02/2021)
22
Imóvel comercial (Hipoteca posterior)
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS PELOS APELADOS – ACÓRDÃO QUE DEU PROVIMENTO AO
RECURSO DE APELAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO EM RELAÇÃO AO DIREITO APLICÁVEL NA HIPÓTESE DE
AFASTAMENTO DA SÚMULA 308 DO STJ E SOBRE O DANO AO TERCEIRO ADQUIRENTE DE BOA-FÉ –
OCORRÊNCIA – AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL PARA
FINS COMERCIAIS – HIPOTECA FIRMADA ENTRE A CONSTRUTORA E A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA –
INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 308 DO STJ – HIPOTECA, CONTUDO, POSTERIOR AO COMPROMISSO DE
COMPRA E VENDA – ACÓRDÃO QUE INCORREU EM ERRO DE FATO EM RELAÇÃO À ANTERIORIDADE DA
HIPOTECA – ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES PARA CORREÇÃO DA OMISSÃO E ERRO DE FATO
CONFIGURADOS – INEFICÁCIA DA HIPOTECA OUTORGADA PELA CONSTRUTORA AO AGENTE
FINANCIADOR EM DATA POSTERIOR À CELEBRAÇÃO DA PROMESSA DE COMPRA E VENDA EM RELAÇÃO
AO PROMISSÁRIO-COMPRADOR – ART. 1.420 DO CÓDIGO CIVIL – MANUTENÇÃO DA SENTENÇA QUE
DETERMINOU O LEVANTAMENTO DA GARANTIA HIPOTECÁRIA, POR FUNDAMENTO DIVERSO – ACÓRDÃO
MODIFICADO – EMBARGOS CONHECIDOS E ACOLHIDOS, COM EFEITOS INFRINGENTES. (TJPR - 17ª C.Cível -
0033216-64.2019.8.16.0001 - Curitiba - Rel.: JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU
HAMILTON RAFAEL MARINS SCHWARTZ - J. 14.02.2022)
23
D) Preferência
uPreferência aos credores com garantia real no momento 
do pagamento.
24
D) Preferência – Código de Processo Civil
u Art. 908. Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o 
dinheiro lhes será distribuído e entregue consoante a ordem 
das respectivas preferências.u § 1º No caso de adjudicação ou alienação, os créditos que 
recaem sobre o bem, inclusive os de natureza propter rem , 
sub-rogam-se sobre o respectivo preço, observada a ordem 
de preferência.
u § 2º Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será 
distribuído entre os concorrentes, observando-se a 
anterioridade de cada penhora.
25
D) Preferência - Ordem
uCrédito trabalhista (até 150 salários mínimos por 
credor);
uCréditos com garantia real até o valor do bem gravado;
uCréditos tributários;
uCrédito com privilégio especial;
uCrédito com privilégio geral;
uCrédito quirografário.
26
Crédito com privilégio especial
u Exemplos:
u -Credor por benfeitorias necessárias ou úteis sobre a coisa beneficiada;
u -Autor da obra, pelos direitos do contrato de edição, sobre os exemplares
dela na massa do editor;
u -Credor titular de direito de retenção sobre a coisa retida;
u -Subscritores ou candidatos à aquisição de unidade condominial sobre as
quantias pagas ao incorporador falido;
u -Credor titular de nota de crédito industrial;
u -Crédito do comissário.
27
Crédito com privilégio especial
u Art. 964. Têm privilégio especial:
u I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação;
u II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento;
u III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis;
u IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais,
dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento;
u V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita;
u VI - sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às
prestações do ano corrente e do anterior;
u VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito
fundado contra aquele no contrato da edição;
u VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros
créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários.
u IX - sobre os produtos do abate, o credor por animais. (Incluído pela Lei nº 13.176, de 2015)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13176.htm
28
Crédito com privilégio geral
u Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor:
u I - o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar;
u II - o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa;
u III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram
moderadas;
u IV - o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte;
u V - o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no trimestre
anterior ao falecimento;
u VI - o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior;
u VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros
seis meses de vida;
u VIII - os demais créditos de privilégio geral.
29
D) Preferência
u 3. "O credor com título de preferência legal pode participar
do concurso previsto no artigo 711 do CPC' de 1973 -
correspondente ao artigo 908 do NCPC - 'para resguardar o
seu direito de preferência, mesmo que não tenha promovido
a execução do seu crédito. Nessa hipótese, reconhecida a
preferência do crédito, o levantamento do valor fica
condicionado a posterior ajuizamento de execução' (REsp
1219219/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma,
julgado em 17/11/2011, DJe 25/11/2011)".
30
D) Preferência
u AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL – CHEQUE –
DECISÃO AGRAVADA QUE RECONHECEU O DIREITO DE PREFERÊNCIA DO CREDOR
HIPOTECÁRIO – INSURGÊNCIA POR PARTE DO EXECUTADO – 1.) CONCURSO
SINGULAR DE CREDORES APÓS ARREMATAÇÃO DO BEM DADO EM GARANTIA
HIPOTECÁRIA E PENHORA – CREDORES HIPOTECÁRIOS TÊM PREFERÊNCIA SOBRE
OS CREDORES SEM GARANTIA REAL, INDEPENDENTEMENTE A PRECEDÊNCIA
QUANTO AO AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO – PRECEDENTES DO STJ – 2.) ARGUIÇÃO
DE OCORRÊNCIA DE FRAUDE À EXECUÇÃO – CONDUTA FRAUDULENTA NÃO
CONSTATADA – AUSÊNCIA DE PROVA DA DIMINUIÇÃO PATRIMONIAL DO DEVEDOR
E DA INTENÇÃO DE PREJUDICAR O CREDOR. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
(Agravo de Instrumento nº 0072045-83.2020.8.16.0000, da Vara Cível da Comarca
de Matelândia, 13ª Câmara Cível do TJ-PR, Agravante: José João Viapiana, Agravado:
João Marino Filho, Interessado: Espólio de Luiz Benjamin Crespi, Relator:
Desembargador Roberto Massaro, julgamento 26 de março de 2021)
31
E) Publicidade
uNecessária a publicidade para o direito ter oponibilidade 
em face de terceiro.
u Inter vivos:
uA) Imóvel – registro em cartório;
uB) Móvel – tradição.
32
E) Publicidade
u APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ANULATÓRIA DE ARREMATAÇÃO DE IMÓVEL –
CONTROVÉRSIA QUANTO A NULIDADE DA ARREMATAÇÃO POR AUSENCIA DE
INTIMAÇÃO DA CONJUGE DO EXECUTADO – CONTRATO NÃO LEVADO A REGISTRO
NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS – DIREITO REAL NÃO ALCANÇADO PELA
REQUERENTE – INTELIGENCIA DO ARTIGO 1.417 DO CÓDIGO CIVIL - REGISTRO DO
CONTRATO DE COMPRA E VENDA NO REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS QUE
NÃO CONFERE A PUBLICIDADE DEVIDA CAPAZ DE EVITAR A PENHORA – PREÇO VIL
DA AVALIAÇÃO NÃO CARACTERIZADO – IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECER A
NULIDADE DA ARREMATAÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO NÃO PROVIDO,
COM MAJORAÇÃO DAS VERBAS HONORÁRIAS RECURSAIS NA FORMA DO ARTIGO
85, §11 DO CPC. (Apelação Cível nº 0020567-53.2018.8.16.0017, 6ª Vara Cível de
Maringá, Apelante: Diane Pereira Camacho. Apelado: Citylote LTDA, Relator:
Desembargador Luiz Antônio Barry, Julgado em 24 de março de 2021).
33
E) Publicidade
uArt. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em
que se não pactuou arrependimento, celebrada por
instrumento público ou particular, e registrada no
Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente
comprador direito real à aquisição do imóvel.
34
Trecho do voto da Apelação
u ”Assim, em que pese ter sido mencionado que a ora
Apelante, esposa de Giovani, tenha legitimidade para
responder pela execução em razão do casamento sob a
comunhão parcial de bens, fato é que após nova análise dos
autos, verifica-se a ausência de direito real da recorrente,
pois o direito real sobre a propriedade só lhe é garantido
quando o contrato ou o imóvel é efetivamente registrado no
cartório de registro de imóveis. A respeito, temos a máxima
de que, “quem não registra não é dono”, ou seja, não há
direito real sobre o bem daquele que não registra.”
35
Classificação dos Direitos Reais
uQuanto à propriedade do bem:
uA) Direito sobre coisa própria (jus in re propria)
uB) Direito sobre coisa alheia (jus in re aliena)
uQuanto aos poderes do titular:
uA) Limitados;
uB) Plenos
36
uDúvidas?
37
Prática – Questões
(CESPE/CEBRASPE – 2003 PC-RR – Delegado de Polícia Civil)Em determinado município brasileiro, a Lei
Municipal n.º 1, de 10/1/2001, estabeleceu que os lotes de imóveis urbanos não poderiam ter área
menor que 100 m2 . Nesse mesmo município, a Lei Municipal n.º 2, de 10/3/2001, com vacatio legis de
dois anos, estabeleceu que os lotes de imóveis urbanos não poderão mais ter área menor que 150 m2 .
Marcos, em 30/4/2001, vendeu para Carlos e Augusto, por meio de escritura pública registrada no
cartório de registro, imóvel de 210 m2 , fracionado para cada um em 105 m2 , tendo sido abertas novas
matrículas no cartório de registro de imóveis do município em 1.° /5/2001.
Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue o item subseqüente, tendo como base a Lei
de Introdução ao Código Civil, o direito das coisas e as competências legislativas dos entes federados.
Para realizar a venda do imóvel mencionado não era necessáriaescritura pública, podendo a venda
ocorrer apenas por documento particular com a simples tradição do bem.
(____) Certo
(____)Errado
38
Caso prático
u João decidiu reformar a sua casa, então pediu um
empréstimo para sua colega Gabriela. Gabriela,
advogada, realizou o empréstimo mas estipulou como
garantia o penhor do carro de João. O contrato de
empréstimo com garantia foi assinado entre eles.
Contudo, Gabriela não é a única credora de João. As
outras dívidas dele são: não pagou os últimos dois
salários do funcionário (Carlos) da sua loja e não pagou
as roupas que comprou na loja do bairro.
39
Caso prático
u A dona da loja de roupas, Cláudia, decidiu cobrar judicialmente a
dívida de João, e no processo foi pedido o leilão do veículo dele para
saldar o débito. Quando Gabriela soube desse processo, ela
começou a pensar quais providências deve tomar. Diante desse
caso, responda:
u A) Há algum direito real nesse caso? Se sim, qual? E quais são as
características dos direitos reais?
u B) O que Gabriela pode fazer nesse caso?
u C) Qual a ordem de preferência dos credores de João para o
pagamento da dívida?
40
Aquisição dos direitos reais
u Transferência do domínio em vida: se for móvel é pela tradição (art.
1.226 do CC), se for imóvel é pelo registro (art. 1.227 do CC).
u Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem
com a tradição.
u Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no
Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a
1.247), salvo os casos expressos neste Código.
u Transmissão após o falecimento – aberta a sucessão.
41
Outras formas de aquisição
uTraditio brevi manu: primeiro a coisa está em poder de
quem não é dona, mas em um segundo momento, a
pessoa continua com a coisa e se torna dona.
u Ex.: compra de uma casa alugada;
uConstituto possessório (cláusula constituti): primeiro a
pessoa que está com a coisa é dona, depois um terceiro
adquire, mas mantém o antigo dono com a coisa.
u Ex.: vender casa própria com cláusula de permanência no imóvel na
condição de locatário.
42Diferença entre Direito Reais e Direito das 
Obrigações 
uConceito de obrigação: ”relação jurídica transitória,
existentes entre um sujeito ativo, denominado credor, e
outro sujeito passivo, o devedor, e cujo objeto consiste
em uma prestação situada no âmbito dos direitos
pessoais, positiva ou negativa. Havendo o
descumprimento ou inadimplemento obrigacional,
poderá o credor satisfazer-se no patrimônio do devedor”
(Flávio Tartuce).
43Diferença entre Direitos Reais e Direito das 
Obrigações
uDireito das obrigações:
uRege o vínculo entre credor e devedor;
u Direito relativo;
u Direito a prestação positiva ou negativa;
u Exercício da autonomia privada.
44
Direito Reais e Direito das Obrigações
Direito Reais Direito das Obrigações
Absoluto (erga omnes); Relativo;
Sujeito passivo é universal; Sujeito passivo é específico;
Numerus clausus; Numerus apertus;
Bens com valor e utilidade econômicos; Obrigações das relações entre as partes;
Direito de sequela. Patrimônio do devedor.
45
Teorias sobre os Direitos Reais
u Teoria realista ou clássica: direito real é um poder imediato
que a pessoa exerce sobre a coisa, com eficácia erga omnes.
Já o direito pessoal, é uma relação entre pessoas.
u Teoria Personalista: direitos reais são uma relação jurídica
entre pessoas, mas intermediada por coisas. Mas sujeito
passivo é indeterminado.
u Teoria da Instituição: Estado não consegue zelar por todos os
direitos individuais, os indivíduos criam formas para defender
juridicamente os direitos sobre suas coisas.
46
uDúvidas?
47
Prática – Questões
u (Defensoria Pública SP 2006) Considere as afirmações:
u I. Os direitos reais e os pessoais integram a categoria dos direitos patrimoniais,
sendo o primeiro exercido sobre determinada coisa, enquanto o segundo exige o
cumprimento de certa prestação.
u II. Os direitos reais não podem ser classificados como direitos absolutos.
u III. O direito real, quanto à sua oponibilidade, é absoluto, valendo contra todos,
tendo sujeito passivo indeterminado, enquanto que o direito pessoal (ou
obrigacional) é relativo e tem sujeito passivo determinado.
u IV. Os direitos reais obedecem ao princípio da tipificação, ou seja, só são direitos
reais aqueles que a lei, taxativamente, denominar como tal, enquanto que os
direitos pessoais podem ser livremente criados pelas partes envolvidas (desde que
não seja violada a lei, a moral ou os bons costumes), sendo portanto o seu número
ilimitado.
48
Prática – Questões
uSOMENTE estão corretas as afirmações:
uA) I e II.
B) II e III.
C) I, III e IV.
D) I, II e III.
E) I, II e IV.
49
Caso
u Gabriela visita Margareth em sua casa. Esta conta que morava
naquela casa há 30 anos, mas, há 6 anos, seu filho João, com
autorização de Margareth, vendeu a casa onde moravam para
investir na empresa que ele havia criado. A casa foi vendida para
uma pessoa que aceitou alugá-la para Margareth, que continua a
viver no local, mas agora como locatária.
u Margareth disse: ”Já se passaram seis anos desde que a casa foi
vendida, meu filho abriu um novo negócio e está conseguindo nos
sustentar. Acredito que, em breve, conseguiremos comprar a casa
de volta. De toda forma, antes eu morava como dona, agora, moro
como locatária, mas o que importa é que eu continuo aqui”.
50
Caso
u Após ouvir a história, Gabriela disse ”No Direito, quando uma
pessoa ocupa algum lugar que era seu e depois o transfere a
terceiro, mas continua ocupando este mesmo local sem ser a
proprietária, chamamos isso de constituto possessório”.
u Sobre esse caso, responda:
u A) Quais as formas de aquisição dos direitos reais?
u B) Qual a diferença entre constituto possessório e traditio brevi
manu? O caso da Margareth foi de constituto possessório?
u C) Como classificar os direitos reais do caso?
51
2º Caso
u Irmãs gêmeas
u Ruth e Raquel são irmãs gêmeas e moram em Belo
Horizonte. Um dia, Ruth chegou em sua casa com a notícia
que tinha comprado um carro novo. Enciumada, Raquel
alugou um automóvel e disse para Ruth: ”Viu, Ruth? De que
adianta estudar e trabalhar como você se, ao final, eu, com
muito menos esforço, consigo um carro igualzinho ao seu?
Você deveria aprender comigo e deixar de ser boba! O
mundo é dos espertos”.
52
2º Caso
u Mas Ruth respondeu: ”Querida irmã, há uma significativa
diferença entre a sua relação com o carro alugado e a minha
relação com o carro que comprei. A sua relação decorre de
um direito meramente obrigacional entre locador e você, ou
seja, para ter acesso ao veículo, você depende que o locador
esteja disposto a alugá-lo. Por se tratar de um direito relativo.
Eu, no entanto, não dependo de ninguém para ter acesso ao
meu carro. Eu o comprei e adquiri um direito real sobre este
bem, de forma que este é oponível a todos”.
53
2º Caso
uDiante dessa resposta, Raquel disse a Ruth que se o
locador não quiser mais alugar o carro para ela, ela iria
pegar o carro de Ruth que estava na garagem. Ruth
respondeu que o carro é dela, e ela pode requere-lo
onde estiver, além disso ela já assinou o documento do
carro no departamento de trânsito, tornando a
informação da aquisição do carro pública.
54
2º Caso
uCom base nesse caso, responda:
uA) Quais são as diferenças entre os direitos obrigacionais
e os direitos reais?
uB) A diferença das relações entre as irmãs com os seus
carros, conforme apresentado por Ruth, está correta?
uC) Quais são as características dos direitos reais?
uD)Identifique as características dos direitos reais
apresentadas por Ruth em sua fala.
55
Figuras híbridas
uA) Obrigação propter rem;
uB) Ônus reais;
uC) Obrigação com eficácia real;
uD) Abuso de direito no exercício de propriedade.
56
A) Obrigação propter rem
uRecaí sobre a pessoa devido a coisa.
uVincula o titular da coisa.
57
A) Obrigação propter rem
u AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL.AÇÃO DE COBRANÇA DE DESPESAS COM
REMOÇÃO E ESTADIA DE VEÍCULO EM PÁTIO PRIVADO. VEÍCULO OBJETO DE
CONTRATO DE FINANCIAMENTO, COM CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.
INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS ASSENTARAM QUE O RECOLHIMENTO FOI DECORRENTE
DE AÇÃO MOVIDA PELO CREDOR. CREDOR RESPONSÁVEL PELAS DESPESAS DE
ESTADIA. PRECEDENTES. VIOLAÇÕES DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO.
INCIDÊNCIA EM CASO DE PENALIDADE POR INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. O QUE
NÃO É O CASO DOS AUTOS. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.
u (...)
u 5. O pagamento devido pelas despesas relativas à guarda e
conservação de veículo alienado fiduciariamente em pátio privado em
virtude de cumprimento de decisão judicial em ação movida pelo
credor, por se tratar de obrigação propter rem, é de
responsabilidade do credor fiduciário, quem detém a propriedade do
automóvel objeto de contrato garantido por alienação fiduciária.
58
A) Obrigação propter rem
u 6. As instâncias ordinárias assentaram que o recolhimento do veículo
ao pátio privado decorreu de determinação judicial em ação proposta
pelo credor fiduciário. Para entender-se de maneira diversa do
assentado pelo acórdão recorrido seria necessário o reexame de prova
dos autos, o que se revela defeso no âmbito do recurso especial ante
o óbice da Súmula 7/STJ.
u 7. Toda a argumentação da recorrente para justificar a violação aos
artigos do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), demandam o
acolhimento de sua afirmação no sentido de que a apreensão do
veículo, que deu causa ao encaminhamento do mesmo ao pátio do
recorrido, não se originou em decorrência de eventual ação proposta
pela recorrente e sim por conta de infração administrativa do
devedor fiduciante. Todavia, como assentado, as instâncias
ordinárias assentaram que o recolhimento do veículo ao pátio privado
decorreu de ação proposta pela ora recorrente. Afastar essa premissa
exige, obrigatoriamente, o reexame de provas, o que se revela defeso
no âmbito do recurso especial ante o óbice da Súmula 7/STJ.
8. Agravo interno não provido. (AgInt no Resp 1817294/SP, relator Min Luis Felipe Salomão, Órgão
Julgador Quarta Turma, Data do Julgamento 19/04/2021, data da pulicação 26/04/2021)
59
Despesas com água, esgoto e energia elétrica
u ”1. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que os débitos
relativos aos serviços essenciais, tais como água/esgoto e energia
elétrica, são de natureza pessoal, ou seja, de quem efetivamente obteve
a prestação do serviço, não se caracterizando como obrigação de
natureza propter rem, pois não se vinculam à titularidade do imóvel.
Precedentes: AgRg no AREsp 45.073/MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, Primeira Turma, DJe 15/02/2017; AgRg no AREsp 829.901/SP, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 11/05/2016AgRg
no AREsp 592.870/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe
21/11/2014; AgRg no REsp 1.320.974/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
Primeira Turma, DJe 18/08/2014; AgRg no REsp 1.444.530/SP, Rel. Min.
Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 16/05/2014. ” (Trecho do Agravo em
Recurso Especial 2019/0228088-1, Primeira Turma do STJ).
60
B) Ônus reais
uGravame que recaí sobre a coisa.
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Diferenças
Obrigação propter rem Ônus reais
Devedor responde com todos os seus 
bens,
Responsabilidade pelo ônus é limitada ao 
bem onerado.
Obrigação pode permanecer mesmo com 
o perecimento da coisa.
Se objeto perece, desaparece o ônus.
Pode surgir de prestação negativa. Sempre ocorre de prestação positiva.
Ação cabível é de natureza pessoal Ação cabível é de natureza real.
62
C) Obrigação com eficácia real
uObrigações decorrentes do contrato que, por força da lei, 
tem dimensão real no sentido de ser oponível a terceiro 
que adquira o bem.
63
D) Abusos de direito no exercício da 
propriedade
uDever de indenizar.
64
uDúvidas?
65
Caso
uFlávia estava vendendo o seu apartamento e Roberta
ficou interessada. Elas fizeram um contrato de compra e
venda. Roberta mudou para o novo apartamento e parou
de pagar as despesas do condomínio. O condomínio
ingressou contra uma ação judicial de execução contra
Flávia pelo falta de pagamento, entretanto, Flávia alegou
que não era mais proprietária e sim Roberta. Sobre esse
caso, responda:
66
Caso
uA) Qual a natureza jurídica das despesas do condomínio?
uB) Quem deve pagar essas despesas nesse caso e por 
que?
67
2º Caso
u João viu uma casa a venda, mas o imóvel estava locado a 
Fernando pelo prazo de 60 dias e registrado. Sobre esse 
caso, responda:
uA) Qual a natureza jurídica da locação com registro?
uB) Se João comprar a casa, ele poderá pedir a saída de 
Fernando enquanto estiver em exercício o contrato de 
locação?
68
Lei 8.245/91 – Lei de Locação de imóvel urbano
u Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente
poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a
desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o
contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e
estiver averbado junto à matrícula do imóvel.
u § 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário
cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel
e título registrado junto à matrícula do mesmo.
u § 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias
contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo - se,
após esse prazo, a concordância na manutenção da locação.
69
Para discutir: Taxatividade dos Direitos Reais
u Texto ”A tipicidade dos direitos reais e os fatos e negócios jurídico com repercussão
no registro de imóveis – O Caso Maison de Poésie” de Carlos Alberto Garbi,
publicado no Migalhas.
u Caso Maison de Poésie (França): A Maison de Poésie (Fundação) vendeu um imóvel
em 1932 com a cláusula de que a vendedora poderia fazer uso de uma parte do
imóvel vendido. Esse direito seria extinto se o adquirente colocasse à disposição da
vendedora, de forma gratuita, outro imóvel com as mesmas características. A
adquirente ingressou no Judiciário pedindo a extinção do direito, sob a alegação
que o direito de uso não poderia passar de 30 anos. A Corte de Apelação entendeu
que não havia um direito real típico, logo concedeu o pedido da adquirente. Mas a
Corte de Cassação reformou a sentença, mantendo o direito da vendedora,
alegando que foi criado direito de fruição especial sobre o bem.
70
Para Discutir: Taxatividade
u PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. MULTIPROPRIEDADE
IMOBILIÁRIA (TIME-SHARING). NATUREZA JURÍDICA DE DIREITO REAL. UNIDADES FIXAS DE TEMPO.
USO EXCLUSIVO E PERPÉTUO DURANTE CERTO PERÍODO ANUAL. PARTE IDEAL DO
MULTIPROPRIETÁRIO. PENHORA. INSUBSISTÊNCIA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.
u 1. O sistema time-sharing ou multipropriedade imobiliária, conforme ensina Gustavo Tepedino, é uma
espécie de condomínio relativo a locais de lazer no qual se divide o aproveitamento econômico de
bem imóvel (casa, chalé, apartamento) entre os cotitulares em unidades fixas de tempo, assegurando-
se a cada um o uso exclusivo e perpétuo durante certo período do ano.
u 2. Extremamente acobertada por princípios que encerram os direitos reais, a multipropriedade
imobiliária, nada obstante ter feição obrigacional aferida por muitos, detém forte liame com o
instituto da propriedade, se não for sua própria expressão, como já vem proclamando a doutrina
contemporânea, inclusive num contexto de não se reprimir a autonomia da vontade nem a liberdade
contratual diante da preponderância da tipicidade dos direitos reais e do sistema de numerus clausus.
u 3. No contexto do Código Civil de 2002, não há óbice a se dotar o instituto da multipropriedade
imobiliária de caráter real, especialmente sob a ótica da taxatividade e imutabilidade dos direitos reais
inscritos no art. 1.225.
71
u 4. O vigente diploma, seguindo os ditames do estatuto civil anterior, não traz nenhuma vedação nem
faz referência à inviabilidade de consagrar novos direitos reais. Além disso, com os atributos dos
direitos reais se harmoniza o novel instituto, que, circunscritoa um vínculo jurídico de aproveitamento
econômico e de imediata aderência ao imóvel, detém as faculdades de uso, gozo e disposição sobre
fração ideal do bem, ainda que objeto de compartilhamento pelos multiproprietários de espaço e
turnos fixos de tempo.
u 5. A multipropriedade imobiliária, mesmo não efetivamente codificada, possui natureza jurídica de
direito real, harmonizando-se, portanto, com os institutos constantes do rol previsto no art. 1.225 do
Código Civil; e o multiproprietário, no caso de penhora do imóvel objeto de compartilhamento
espaço-temporal (time-sharing), tem, nos embargos de terceiro, o instrumento judicial protetivo de
sua fração ideal do bem objeto de constrição.
u 6. É insubsistente a penhora sobre a integralidade do imóvel submetido ao regime de
multipropriedade na hipótese em que a parte embargante é titular de fração ideal por conta de
cessão de direitos em que figurou como cessionária.
u 7. Recurso especial conhecido e provido. (STJ, REsp 1.546.165/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Ricardo Villa
Bôas Cueva, Rel. p/ acórdão Min. João Otávio de Noronha, 26.04.2016, Dje 06.09.2016)
72
Para refletir e discutir:
uE você, o que acha da característica da tipicidade ou 
taxatividade?
uO que pensa dos julgados?
73
Revisando
u (MP/BA 2004) Segundo o Código Civil, são direitos reais:
u A) Propriedade, usufruto, penhor, hipoteca e renda
constituídas sobre imóveis.
u B) Propriedade, usufruto, uso, habitação e comodato.
u C) Propriedade, usufruto, habitação, penhor e anticrese.
u D) Superfície, usufruto, direito do promitente comprador,
penhor e locação.
u E) Uso, servidões, usufruto, habitação e retenção de
benfeitorias.
74
Revisando
u (CESPE/CEBRASPE-2015 – FUB – Tecnólogo – Negócios Imobiliários) 
Acerca de posse e de propriedade, julgue o item que se segue.
u A transmissão da propriedade ou do domínio de bens imóveis, por 
meio de atos entre pessoas vivas, somente se efetiva com a 
transcrição junto ao registro no cartório de registro de imóveis em 
que o bem se encontra registrado.
u (___) Certo
u (___) Errado
75
Revisando
u (CESPE – 2008 – OAB-SP – Exame de Ordem – Primeira Fase) Considerando as ideias do texto acima e 
os dispositivos do Código Civil relativos ao direito das coisas, assinale a opção correta.
u A) São elementos da relação jurídica oriunda dos direitos reais subjetivos: aquele que detém a 
titularidade formal do direito, a comunidade e o bem sobre o qual o titular exerce ingerência 
socioeconômica.
u B) Ao titular do direito real é imprescindível o uso da ação pauliana ou revocatória para recuperar a 
coisa em poder de terceiros, inclusive na hipótese de fraude à execução.
u C) A promessa de compra e venda registrada no respectivo cartório de registro de imóveis e a 
propriedade fiduciária constituem exemplos de direitos pessoais.
u D) Caracterizam-se os direitos reais pela formação de relações jurídicas de crédito entre pessoas 
determinadas ou determináveis, estando o credor em posição de exigir do devedor comportamento 
caracterizado por uma prestação de dar, fazer ou não fazer.
76
Resumo da aula
uConceito de Direito das Coisas;
uDiferença entre Direito das Coisas e Direitos Reais;
uCaracterísticas dos Direitos Reais;
uClassificação dos direitos reais;
uDiferença entre Direitos Reais e Direitos Obrigacionais;
uAquisição dos direitos reais;
uFiguras híbridas.
77
Próxima aula
uPosse
JULIANA CARVALHO PAVÃO
E-MAIL: JULIANA.PAVAO@HOTMAIL.COM
78
Dúvidas?

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