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Apostila impressinismo


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História da Cultura 
e das Artes 
12.º ano 
 
Impressionismo 
 
Prof. Carlos Pinheiro 
 
Ao longo do século XIX, Paris tornou-se uma metrópole moderna: 
 
• A capital assistiu a uma explosão demográfica espantosa (o número de 
habitantes duplicou devido à crescente industrialização que atraiu à capital 
francesa grande parte da população rural, à procura de emprego; 
 
• Tornou-se uma capital com péssimas condições de vida e não correspondia já à 
metrópole próspera e representativa do esplendor de outrora; 
 
• Teve que se proceder a uma reestruturação da cidade e desenharam-se amplas 
avenidas, ruas e novos edifícios que afluíam ao centro da cidade – o centro 
burguês, repleto de artistas, intelectuais e de diversões. Na periferia instalaram-se 
os bairros operários e as fábricas. 
 
TEMPO: 1860 - 1900 
Contexto histórico… 
• A agitação social e a instabilidade económica tinham 
terminado e toda a França floresce a nível cultural (letras, 
ciências e artes). 
• As universidades e as academias atraíam imensa gente a 
Paris e a vida social desenvolve-se com várias diversões e 
espetáculos muito apreciados pela burguesia (teatro, ópera, 
etc.). 
• Os cafés tornam-se locais de encontro entre artistas e 
intelectuais e fazem-se mostras de arte até em salões, que 
alargam os horizontes dos artistas que trabalham também 
para o mercado privado. 
 
TEMPO: 1860 - 1900 
Contexto histórico… 
• O impressionismo foi uma reação ao intelectualismo sociopolítico do 
Realismo e ao academismo da época (preso às conceções clássicas e 
românticas.) 
 
• Trata-se de uma pintura mais intuitiva e espontânea, realizada perante o 
motivo, procurando o imediatismo de perceção e sensação. 
 
• Pretendia a captação de uma determinada realidade ou momento, 
sensível e fugaz, como a luz e os seus efeitos sobre a natureza, as 
pessoas e os objetos, no qual o tema não interessava muito. 
 
• É uma pintura de ar livre, onde os pintores registam um instante 
luminoso fugidio, em constante mudança, conforme o momento do dia, a 
estação do ano ou as condições atmosféricas. 
 
Características 
Técnica 
 
• a pintura executava-se no momento, perante o motivo (não havia esboços 
prévios), negava as teorias e a racionalização da arte; 
 
• era feita exclusivamente pela cor, porque é ela que dá as formas, e é usada pura 
sem misturas e tirada directamente do tubo; 
 
• a tinta é aplicada em pinceladas curtas, rápidas, fragmentadas e são 
rigorosamente colocadas de acordo com a lei das cores complementares, de modo 
a obter a fusão dos tons nos olhos do observador (síntese ótica). 
Características 
O resultado de tudo isto são quadros de aspeto inacabado e rugoso (tinta não 
alisada), de cores abertas, formas e volumes pouco definidos e quase 
desmaterializados, que põem em evidência os jogos “frios e crus” da luz e da 
cor, libertando-se das velhas noções de claro/escuro e afastando-se da visão 
racionalizada da realidade física que nos rodeia. 
Pintaram as grandes avenidas, os novos estabelecimentos de diversão e as 
modernas construções de aço (gares). 
No entanto também fixaram nas suas telas as suas digressões pela natureza e 
os piqueniques, que os modernos habitantes da metrópole gostavam de fazer 
para descansar. 
Características 
Temas 
 
 
• Paisagens dos românticos (Constable e Turner) 
• Tratamento da Natureza pela “Escola de Barbizon” 
• Interesse no quotidiano desenvolvido pelos realistas 
• Descoberta da fotografia (anos 30 do século XIX), mais especificamente dos 
seus enquadramentos e noções de perspetiva 
• Estampas japonesas (desenho bidemensional e decorativismo) 
• Descobertas científicas no campo da ótica, cor e perceção 
 
Características 
Influências 
 
 
• Édouard Manet 
• Claude Monet 
• Auguste Renoir 
• Camille Pissarro 
• Edgar Degas 
• Armand Guillaumin 
• Fréderic Bazille 
• Alfred Sisley 
• Paul Cézanne 
• Berthe Morisot 
• Mary Cassat 
 
Artistas 
1874 – Camille Pissarro, Paul Cézanne, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Edgar 
Degas e Berthe Morisot, tentaram expor os seus trabalhos na Academia, mas estes 
não foram aceites e os artistas acabaram por expô-las no ateliê de um fotógrafo. Aí 
Monet apresentou um quadro chamado: “Impressão Sol Nascente”. Isto proporcionou 
várias reações do público, boas e más, mas houve um crítico que chamou a essa 
exposição: “Exposição de Impressionistas” e assim ficou o nome. A designação não 
era um elogio, porque na altura representar “impressões” não correspondia 
minimamente àquilo que se esperava da arte sublime. Porém o grupo aceitou a 
designação e procuraram sempre fugir ao convencional que lhes parecia tão fora de 
moda. 
 
A partir da descoberta da fotografia, o papel dos impressionistas vai desenvolver-se 
ainda mais, pois encontram nela uma nova inspiração para os seus trabalhos. 
Utilizam uma paleta de cores claras e detalhes, como pinceladas descontraídas, que 
relembravam as fotografias instantâneas. Para eles, tal como para os fotógrafos o 
importante era a perceção imediata, por isso pretendiam pintar aquilo que realmente 
viam, sendo tão objetivos como uma máquina fotográfica. 
Origem 
O quadro foi um 
escândalo para a época 
pela nudez que alguns 
acharam vulgar, de dois 
homens vestidos e uma 
mulher nua. Suzanne 
Leenhoff (sua mulher) e 
Victorine Meurent (sua 
modelo preferida) 
posaram para a 
composição da mulher 
nua, sendo o corpo de 
Suzanne e o rosto de 
Victorine. 
Almoço na Relva 
1863. Óleo sobre tela 
208 × 264 cm 
Olímpia. 1863. Óleo sobre tela. 130.5 × 190 cm 
"Olympia", pintada em 1863 mas só apresentada ao público em 1865, causou reações 
contrárias mais fortes do que "Almoço na relva". Era um retrato de uma jovem prostituta nua 
e havia uma referência audaciosa à obra de Ticiano (Vênus de Urbino). A modelo novamente 
foi Victorine Meurent retratada nua e aos seus pés um gato negro ao invés de um cachorro 
como no quadro de Ticiano. Em uma atmosfera erótica havia também falta de perspetiva. 
No ano de 1867, O tocador de 
Pífaro foi recusado no Salão Oficial 
de Paris. Isto fez com que Émile 
Zola escrevesse uma artigo no 
L’Événement defendendo a tela 
(Zola seria retratado por Manet em 
1868, quadro que foi aceite no 
Salão do mesmo ano). 
No ano seguinte, após ser excluído 
do Salão Internacional, promoveu 
com seu próprio dinheiro uma 
exposição das suas obras, mas, 
sem sucesso de público, a 
exposição foi um fracasso. 
O Tocador de Pífaro. 1866. Óleo 
sobre tela 
161 × 97 cm 
Impressão Sol Nascente. 1872. Óleo sobre tela. 48 × 63 cm 
Gare de Saint Lazare. 1877. Óleo sobre tela. 60 × 80 cm 
Barcos Vermelhos em Argenteuil. 1875. Óleo sobre tela. 56 × 67 cm 
Baile no moulin de la Galette. 1876. Óleo sobre tela. 131 × 175 cm 
No terraço 
1881. Óleo sobre tela 
100 × 80 cm 
 
 
 
Renoir demonstrou interesse pelas 
cenas sociais dos pequenos lazeres da 
burguesia urbana e também pelo nu 
feminino. 
O Almoço de Remadores. 1881. Óleo sobre tela. 129,5 × 172,7 cm 
Boulevard Montmartre, 1897. Óleo sobre 
tela. 74 × 92.8 cm 
Boulevard Montmartre na Primavera, 1897. Óleo sobre 
tela. 65 × 81 cm 
Boulevard Montmartre no Inverno, 1897. Óleo sobre tela. 
64.8 x 81.3 cm 
Boulevard Montmartre à noite, 1898. Óleo sobre tela. 
55 × 65 cm 
Absinto, 1873. 
Óleo sobre tela. 92 × 68.5 cm 
Final de Arabesco, c. 1877 
Óleo sobre tela. 67 × 38 cm 
Bailarina com um buquê de flores, 
1878. Óleo sobre tela. 81 × 66 cm 
Ballet Rehearsal, 1873. 
Óleo sobre tela. 45.8 × 61 cm 
Paisagem, 1870. 
Óleo sobre tela 
Place Valhubert, 1875. 
Óleo sobre tela 
Pôr do sol em Ivry, 1873. 
Óleo sobre tela. 81 × 65 cm 
O Pequeno Jardineiro, 1866-7 
Óleo sobre tela. 
Cena de Verão (Os 
Banhistas), 1869. 
Óleo sobre tela. 
160 × 160.7 cm 
Terraço em Saint-Germain, Primavera, 1875.Óleo sobre tela. 
73.6 cm 99.6 cm 
Inundação em Port Mary, 1876. 
Óleo sobre tela. 
60 cm x 81 cm 
Ponte em Villeneuve-la-Garenne, 1872. 
Óleo sobre tela. 
49.5 × 65.4 cm 
Jas de Bouffan, 1876 
Óleo sobre tela. 
46.1 × 56.3 cm 
Monte Sainte-Victoire, 1887 
Óleo sobre tela. 
67 × 92 cm 
Caça de borboleta, 1873. 
Óleo sobre tela. 
Campo de trigo, 1875. 
Óleo sobre tela. 
47 × 69 cm 
O chá, 1880. 
Óleo sobre tela. 
Verão, c. 1894. 
Óleo sobre tela. 
Esta tendência surgiu de fazer evoluir o impressionismo no sentido do rigor na 
aplicação das novas teorias científicas da cor. 
 
Teve origem em Georges Seurat , que “descobriu” um novo método de 
execução que consistia em reduzir as pinceladas a pequenas manchas 
arredondadas – Pontilhismo – de cor pura não misturada, cientificamente 
colocadas umas ao lado das outras de acordo com a Lei das 
Complementares. A uma certa distância estes pontos misturavam-se aos olhos 
do observador. 
 
Com este método, reflexivo e seguro, a representação do instante luminoso 
passou a ser um elemento secundário do quadro, aumentando-se o jogo 
harmonioso das cores em si. A obra deixou de ser uma impressão fugaz e 
passou a ser uma rigorosa construção de cores, de formas e de linhas, 
perseguindo as leis universais e eternas da harmonia, ritmo, simetria e 
contraste. 
TEMAS… 
 
• Vida citadina 
• Paisagens marítimas 
• Diversões 
 
ARTISTAS… 
 
• Georges Seurat 
• Paul Signac 
• Camille Pissarro 
 
Georges Seurat (1859-1891) 
Domingo à tarde na ilha La Grande Jatte. 1884-1886 
Óleo sobre tela. 207.5 × 308.1 cm 
O Sena e La Grande Jatte. 1888 
Óleo sobre tela. 65 × 82 cm 
Georges Seurat (1859-1891) 
O Circo. 1891 
Óleo sobre tela. 185 × 152 cm 
Georges Seurat (1859-1891) 
Georges Seurat (1859-1891) Os Banhistas. 1884 
Óleo sobre tela. 201 cm × 300 cm 
Paul Signac (1853-1890) 
Retrato de Félix Fénéon. 1890 
Óleo sobre tela. 73.5 x 92.5 cm 
Pequeno-Almoço, 1886-1887. 
Óleo sobre tela. 
Paul Signac (1853-1890) 
Paul Signac 
(1853-1890) 
Domingo, 1888-1890. 
Óleo sobre tela. 
150 x 150 cm 
O Grande Canal, Veneza, 1905. 
Óleo sobre tela. 
73.5 × 92.1 cm 
Paul Signac (1853-1890) 
Paul Signac (1853-1890) 
O Porto de Saint Tropez, 1901-2. 
Óleo sobre tela. 131 × 161 cm 
A recolha do trigo, 1887. Óleo sobre tela. 51 x 66 cm 
No Pós-Impressionismo cruzam-se diferentes tendências e diferentes autores 
na busca de novos caminhos para a arte. Derivam do Impressionismo na 
medida em que separam a pintura da representação minuciosa da natureza e 
a interpretam pelos valores específicos – os da cor e da bidimensionalidade, 
mas divergem dele pois reagem contra a superficialidade da sua análise 
ilusionística da realidade. 
 
 
TEMPO: 1880-1900/10 
ARTISTAS 
 
VINCENT VAN-GOGH 
 
Teve influências do realismo e do impressionismo e desenhava de uma forma 
violenta com cores contrastadas e arbitrárias, com formas sinuosas e 
flamejantes que resultam da sua pincelada larga e pontilhada. 
 
PAUL CÉZANNE 
 
Tinha uma pintura mais reflexiva, apoiada na análise detalhada, lenta e 
laboriosa da luz e da forma, ajustando as cores e os tons com grande rigor. Foi 
influenciado pela luminosidade impressionista. 
 
 
 
TEMPO: 1880-1900/10 
Van Gogh (1853-1890) 
Ponte de Langlois, perto de Arles, Arles, março de 
1888. Óleo sobre tela. 54 x 65 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Ponte de Langlois, perto de Arles com Dama de Sombrinha, 
Arles, maio de 1888. Óleo sobre tela. 49,5 x 64 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Pessegueiro em flor (Recordação de 
Mauve), Arles, março de 1888. Óleo 
sobre tela. 73 x 59,5 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
O Semeador (segundo Millet), Arles, junho d e 1888 
Óleo sobre tela. 64 x 80,5 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Doze girassóis numa Jarra, Arles, 
agosto de 1888. Óleo sobre tela. 91 x 72 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
O Café de Noite na Place Lamartine, 
Arles, setembro de 1888. Óleo sobre 
tela. 70 x 89 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Exterior de Café , à Noite na Place 
du Forum, Arles, setembro de 1888. 
Óleo sobre tela. 62 x 47 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
A Casa Amarela, Arles, setembro de 1888 
Óleo sobre tela. 72 x 91,5 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
O Quarto em Arles, Arles, outubro de 1888 
Óleo sobre tela. 70 x 90 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Atutorretrato com orelha ligada, 
Arles, janeiro de 1889. Óleo sobre tela. 
60 x 49 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Seara com ciprestes, Saint-Rémy, junho de 1889 
Óleo sobre tela. 72,5 x 91,5 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
A noite estrelada, Saint-Rémy, junho de 1889 
Óleo sobre tela. 73 x 92 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Atutorretrato, Saint-Rémy, setembro 
de 1889. Óleo sobre tela. 65 x 54 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
A sesta (segundo Millet), Saint-Rémy, janeiro de 1890 
Óleo sobre tela. 73 x 91 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Caminho de Ciprestes sob o céu 
estrelado, Saint-Rémy, maio de 1890. 
Óleo sobre tela. 92 x 73 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Retrato do Dr. Gachet, Auvers, junho 
de 1890. Óleo sobre tela. 66 x 57 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Campo de trigo com corvos, Auvers, 
junho de 1890. Óleo sobre tela. 
50,5 x 100,5 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
A Igreja de Auvers, Auvers, junho de 
1890. Óleo sobre tela. 
50,5 x 100,5 cm 
Van Gogh (1853-1890) 
Rua em Auvers, Auvers, julho de 1890. 
Óleo sobre tela. 
73 x 92 cm 
Paul Cézanne (1839-1906) 
A Montanha de Saint-Victoire. 
1904-06. Óleo sobre tela. 71 x 92 cm 
Paul Cézanne (1839-1906) 
Esta montanha foi o tema mais querido de Cézanne, que a avistava de 
sua casa em Aix-en-Provence e que representou por diversas vezes. Na 
tela é a cor (naturalista) e a pincelada (curta, larga e estruturante) que 
constroem as formas (nitidamente geometrizadas) e os planos. 
Esta obra foi o paradigma dos pintores cubistas no século XX 
A Montanha de Saint-Victoire. 
1904-06. Óleo sobre tela. 71 x 92 cm 
A pintura não era a cópia da realidade, mas sim a sua transposição mágica, 
imaginativa e alegórica. 
 
Em 1880, alguns escritores insurgiram-se contra a falta de conteúdo espiritual 
da arte naturalista e a crítica que lhe fizeram depressa chegou às artes 
plásticas. Criticavam o objetivismo da realidade levado a cabo pelos realistas, 
impressionistas e pontilhistas. Apontavam uma ausência de “profundidade 
espiritual” e de uma “ideia fundamental” nas suas obras. 
 
O simbolismo teve a influência dos Pré-Rafaelitas pelo seu idealismo. 
TEMPO: 1880-1900 
Baseou-se nos estados emocionais e anímicos, angústias, sonhos e fantasias, 
afastando a arte da representação da natureza. 
 
Como não se desenvolveu num estilo uniforme, é difícil dar uma definição que 
englobe todos os quadros, trata-se por isso de um conjunto de quadros 
elaborados por indivíduos distintos e de artistas que se demarcaram da pintura 
objetivista materializando as emoções e estados de alma. 
 
TEMAS 
• Históricos 
• Literários 
• Mitológicos 
• Religiosos 
• Filosóficos 
• Quotidiano 
ARTISTAS 
 
• Paul Gaugin 
• Puvis de Chavannes 
• Gustave Moreau 
• Odilon Redon 
• Paul Sérusier 
• Edouard Vuillard 
• Pierre Bonnard 
PAUL GAUGUIN 
 
Foi iniciado na pintura por Pissarro e contactou com Cézanne e Van Gogh. Foi percursor 
do Expressionismo, pois não tinha intenção de representar o mundo tal como ele se 
apresenta, a sua prioridade era o mundo dos sentidos, sentimentos e realidade espiritual. 
Desenha formas simplificadas e não está agarrado à cópia real do visível, nem às cores 
reais. Dá importância aos contornos e retorna ao espaço bidimensional, em que o 
segundo plano passe despercebido. 
Instalou-se em Pont-Aven, uma aldeia da Bretanha e fundou a “Escola de Pont-Aven”. Aí 
foi influenciado pelas estampas japonesas e pela arte medieval do vitral, em que cada 
espaço de cor estava envolvido por um traço grosso.Adorava as formas da arte primitiva, ligadas aos modos de vida mais simples e 
ancestrais. A forma de pintar que atinge em Pont-Aven, já é considerada Simbolista. 
 
 
 
Paul Gauguin (1848-1903) 
Autorretrato com Auréola, 
1889. Óleo sobre madeira, 
78,2 x 51,3 cm 
Paul Gauguin (1848-1903) 
O Cristo Amarelo, 1889. Óleo 
sobre tela, 
92 x 73 cm 
Paul Gauguin (1848-1903) 
A visão depois do sermão, 1888. 
Óleo sobre tela, 
73 x 92 cm 
Paul Gauguin (1848-1903) 
Quem Somos? De Onde Vimos? Para Onde Vamos?, 1897. Óleo sobre tela, 139 x 374 cm 
 
Carregada de símbolos – homem, animal, totem, natureza -, tudo nesta obra se conjuga 
harmonicamente para chamar a atenção para as grandes questões sobre o sentido da vida. Nesta 
alegoria da vida humana, que vai do nascimento à morte (da direita para a esquerda), o autor 
coloca outros tantos símbolos de interpretações múltiplas: à direita, um casal tratado com tons 
vermelhos diluídos, à esquerda, um deus pagão, um ícone de cor clara e de nítido recorte; no 
fundo uma natureza rebuscada, antinaturalista, fantástica e simbólica. 
 
Guagin pintou este quadro no tempo em que vivia no Taiti e após uma tentativa gorada de 
suicídio.

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