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Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Metodologia Científica Aspectos gerais sobre a sistematização na ciência Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Sumário Apresentação .............................................................................................................................. 3 Cronograma ................................................................................................................................ 5 Metodologia científica ................................................................................................................. 6 A ciência.................................................................................................................................... 7 Métodos e técnicas .................................................................................................................... 8 Projetos científicos .................................................................................................................... 13 Tema ........................................................................................................................................ 13 Embasamento teórico .............................................................................................................. 14 Formulação do problema ......................................................................................................... 15 Geração de hipóteses ............................................................................................................... 15 Organização elementar de projetos científicos.......................................................................16 1. Capa e folha de rosto...........................................................................................................17 2. Resumo................................................................................................................................18 3. Introdução...........................................................................................................................20 4.Objetivos .............................................................................................................................. 20 5.Justificativa .......................................................................................................................... 21 6.Métodos e técnicas/metodologias......................................................................................... 21 7.Cronograma .......................................................................................................................... 22 8.Metas....................................................................................................................................22 9.Orçamento ............................................................................................................................ 23 10.Referências ......................................................................................................................... 25 Estrutura de trabalhos científicos – Parte I ............................................................................ 31 Estrutura de trabalhos científicos – Parte II .......................................................................... 52 Atividades Finais.....................................................................................................................63 Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Apresentação Este material aborda a metodologia científica como importante mecanismo de padronização e normatização técnico-científica. São apresentados exercícios de fixação e verificação da aprendizagem ao final de cada tema. Trata-se de um importante suporte na produção de trabalhos científicos e acadêmicos, além de projetos científicos . Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Ficha técnica Ementa Ciência e sua epistemologia; metodologia científica: estudo de métodos e técnicas; desenvolvimento de projetos científicos; estruturas de trabalhos científicos. Objetivo Sintetizar os principais aspectos relacionados à metodologia científica e o emprego de métodos e técnicas que permitam a produção de trabalhos científicos bem estruturados. Estruturação da apostila Esta apostila é composta por quatro Unidades sendo que a Unidade I trata sobre a epistemologia da ciência. A Unidade II discute aspectos relacionados a projetos científicos. Na Unidade III podem ser encontradas discussões a respeito da composição e estruturação de trabalhos científicos (exceto artigos científicos). E, por fim, na Unidade IV são descritos as estrutura de artigos científicos. No final de cada unidade é fornecida uma série de exercícios e materiais complementares para estudo e reflexão. No final deste trabalho encontra-se uma nova série de exercícios de revisão. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Cronograma Acompanhe o desenvolvimento do seu aprendizado através de um cronograma preciso. Tema Início Término Unidade I / / / / Unidade II / / / / Unidade III / / / / Unidade IV / / / / Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Unidade I Metodologia científica A compreensão da ciência deve ser analisada mediante um caráter evolutivo. A capacidade de observação, um dos alicerces da ciência, só ocorreu mediante o desenvolvimento dos sentidos. Este processo de percepção do ambiente gera uma determinada impressão. Esta impressão, associada aos instintos, foram fundamentais para a preservação e perpetuação de várias espécies animais. No homem, entretanto, surgiu também a razão e a consciência as quais instigaram os seres dessa espécie a perguntarem o porquê das coisas, gerando o que chamamos hoje de conhecimento. A partir daí, surgiam muitas suposições para dar explicações aos fatos, as quais geraram diferentes tipos de conhecimentos. Muitas dessas suposições se baseavam em observações da natureza. Nascia assim, mesmo que de forma rústica, a filosofia. Entretanto, diante da limitação para explicar alguns fatos, muitas suposições possuíam teores sobrenaturais, o que deu origem ao pensamento teológico. A necessidade de responder às perguntas de forma clara e comprovar as respostas até então subjetivas, fez com que o homem começasse a estabelecer métodos. A severidade dos métodos permitia ainda reproduzir tais aplicações de forma que se obtivessem resultados similares. Nascia assim a ciência. Os conhecimentos produzidos por esses diferentes campos são atualmente classificados em quatro tipos: conhecimento popular, conhecimento filosófico, conhecimento teológico ou religioso, e conhecimento científico (TRUJILLO- FERRARI, 1974). Lakatos e Marconi (2003) sintetizam as características de cada um deles, conforme adaptado na Tabela 1. Tabela 1 Comparações entre diferentes tipos de conhecimento (Lakatos & Marconi, 2003) Popular Científico Filosófico Religioso (Teológico) Valorativo Real Valorativo Valorativo Reflexivo Contingente Racional Inspiracional Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático Verificável Verificável Não verificável Não verificável Falível Falível Infalível Infalível Inexato Aproximadamente exato Exato Exato Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Conhecimentos valorativos são aqueles que podem ser influenciáveis e ganham peso por qualquer que seja a variável, seja emocional, mística, ou racional.No caso desse caráter, a ciência é a que mais se aproxima do real. As ideias podem ser reflexivas, ou seja, de natureza observacional, contingente, ou seja, limitadas, racionais ou inspiracionais, produzidas de forma ordenada ou desordenada. Os conhecimentos populares e científicos admitem falibilidade enquanto os filosóficos e religiosos não, ou seja, estes últimos são se autodenominam como verdades absolutas. Além disso, o conhecimento popular admite a inexatidão, enquanto o conhecimento filosófico e religioso, não. O conhecimento científico, por sua vez, estabelece métodos que geram conhecimentos os mais próximos da exatidão possível reconhecendo probabilidades de desvios e assumindo esse desvio como real. A partir daqui nos deteremos principalmente na descrição do conhecimento científico, fazendo alguns aportes e associações com diferentes tipos de conhecimento. A ciência Todo trabalho científico é motivado por uma dúvida inicial. A partir dessa dúvida uma série de perguntas é elaborada, conjunto comumente denominado como science questions. Essas dúvidas podem ser amenizadas, como dito anteriormente, por suposições. Quando tais suposições são baseadas em observações sérias e dados confiáveis, elas são chamadas de hipóteses. Hipóteses podem ser geradas não só a partir de dados próprios, mas através de dados registrados por outros observadores. Para isso, um levantamento bibliográfico e a verificação do estado da arte de determinado assunto, os quais serão discutidos posteriormente, são fundamentais nas pesquisas científicas. Tendo em vista que hipóteses são baseadas em observações, nota-se que até nesta fase os trabalhos científicos são meramente filosóficos. Ciência é a busca sistematizada das causas de determinados efeitos a partir do emprego de métodos e técnicas. "Não existe ciência sem filosofia, existe ciência que conseguiu embarcar sem ter a bagagem revistada". Daniel Dennett Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. A ciência, entretanto, difere da filosofia quando emprega testes para verificar a confiabilidade de determinadas observações e conjuntos de dados na explicação dos fatos a partir das causas questionadas. Enquanto a filosofia se baseia nos sentidos para explicar os fatos, a ciência procura ainda aprimorar e potencializar tais sentidos a fim de fornecer explicações sobre os fatos. Ambas tem um compromisso com a verdade, mas uma se limita à certeza impositiva enquanto a outra busca as possibilidades detalhadas. Além disso, um papel muito importante da ciência é o de transformar as causas. Isso implica que além de buscar o porquê das coisas, a ciência tenta aplicar os motivos descobertos em prol de outra utilidade, ou seja, efetuar transformação. Assim, dados observados na natureza são muitas vezes utilizados em diferentes campos biotecnológicos. Existem dois campos fundamentais na ciência: a ciência básica, a qual se atém à explicação dos porquês, e a ciência aplicada que utiliza esses porquês para a aplicação e utilização das descobertas. Métodos e técnicas A palavra método, do grego methodos, significa o caminho para se chegar a um fim. Segundo Lakatos e Marconi (2003), “... o método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo...”.É importante ressaltar aqui a diferença entre os termos método e metodologia. Metodologia, do grego methodos, o caminho para se chegar a um fim, e logos, estudo, significa o estudo dos caminhos utilizados se chegar a um fim. Essa ordenação a qual denominamos métodos pode ser feita principalmente por indução ou dedução (BASTOS & KELLER, 2002). Ciência: perguntar, hipotetizar, testar e verificar. Metodologia é o estudo dos métodos. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. O método indutivo assume que se todas as premissas obtidas a partir de observações são verdadeiras, a conclusão pode ser verdadeira (SALMON, 1987). Nesse caso, a conclusão não está implícita nas premissas e é mais abrangente que as observações feitas. Lakatos e Marconi (2003) descrevem três fases do método indutivo: observação dos efeitos, descoberta da relação entre eles, e generalização do efeito sobre a relação deles. A indução pode ser completa ou incompleta. Na indução completa, todos os elementos são utilizados, ou seja, se n é o número total de efeitos, n será analisado para geração da conclusão (e.g., se Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são maiores que Pernambuco; e Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os estados que compões o Centro-Oeste; então, todos os estados do Centro-Oeste são maiores que Pernambuco). Esse método aristotélico, entretanto, pode ser muito difícil ou mesmo impossível em determinados eventos. Por outro lado, o método de indução incompleto, também chamado científico, desenvolvido por Galileu e difundido por Francis Bacon e Fisher, consiste na seleção aleatória de um número significativo de elementos, denominado na estatística de amostra (e.g., se as fêmeas de cangurus, gambás e coalas possuem bolsa abdominal; e se cangurus, gambás e coalas são marsupiais, então todos os marsupiais tem bolsa abdominal). Entretanto, o método indutivo incompleto pode apresentar riscos, já que depende sempre do número amostral. Um exemplo é citado abaixo: Premissa 1: maçã, melancia, mamão, laranja, amora, morango e uva têm sementes; verdadeira. Premissa 2: maçã, melancia, mamão, laranja, amora, morango e uva são frutas; verdadeira. Conclusão: toda fruta tem sementes; falsa. O método dedutivo descobre uma verdade a partir de uma outra verdade preexistente. Nesse caso, se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão necessariamente será verdadeira, já que as premissas são mais abrangentes e contém, implicitamente, a conclusão (e.g., todas Rubiaceae apresentam estípulas interpeciolares soldadas; o café é uma Rubiaceae; logo, o café possui estípulas interpeciolares soldadas). Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Dentro do método dedutivo existem dois tipos de argumentos condicionais válidos, a afirmação antecedente e a negação do consequente (LAKATOS E MARCONI, 2003). Exemplo 1: Afirmação antecedente Tigres acuados atacam; Ora, esse tigre está acuado; Então, esse tigre atacará. Exemplo 2: Negação do consequente Tigres acuados atacam; Ora, esse tigre não está acuado; Então, esse tigre não atacará. Outro método existente é o hipotético-dedutivo. Caracterizada por Popper (1977), a abordagem assume que perguntas geram hipóteses, que depois de testadas geram novas perguntas. Isso leva o próprio autor a fazer uma afirmação bem coerente de que “a ciência começa e termina com problemas” (POPPER, 1977). Tal método implica no conhecimento de determinado assunto, no levantamento e formulação de perguntas não respondidas, na geração de hipóteses, na aplicação de testes, na análise e discussão dos resultados, resultando então na refutação ou corroboração das hipóteses inicias, neste caso gerando novas teorias. Quando falamos de técnicas, descrevemos a forma como desenvolvemos o método. As técnicas incluem as ferramentas utilizadas para testar nossas hipóteses. Enquanto o método é o caminho que trilhamos pra chegar a um resultado, a técnica exprime como caminharemos. Assim, as técnicas podem mudar, podem ser inventadas, mas o método sempre dependerá do objetivo da pesquisa (FACHIN, 2003). Embora não sejam diretamente especificados nos trabalhos, esses conceitos devem estar claros durante a realização de qualquer trabalho científico. Teoria é um conjunto de hipóteses testadas e corroboradas aceitas por um determinado grupo ou segmento científico. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e areprodução. Referências BASTOS, C.L. & KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 104 p. FACHIN, O.Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 195 p. LAKATOS, E.M. & MARCONI, M.A.Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 311 p. POPPER, K.R. Autobiografia intelectual. São Paulo: Cultrix, 1977. 263 p. SALMON, W. C. Lógica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987. 142 p. TRUJILLO-FERRARI, A. Metodologia da ciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. 242 p. Atividades 1) O que é conhecimento? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2) Qual a diferença entre conhecimento científico e os demais tipos de conhecimento? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3) Considerando-se as diferenças entre o conhecimento científico e os demais tipos de conhecimento, qual a importância da ciência na construção do conhecimento? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 4) Qual o papel da geração de hipóteses na construção de conhecimento? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 5) O que são métodos e qual a importância da metodologia no processo de construção de conhecimento? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 6) Define-se o método científico como um conjunto: a) de regras metafísicas e religiosas. b) de princípios não sistematizados. c) autoritário de preceitos e normas. d) de regras físicas e sociais. e) de procedimentos sistematizados e técnicos. Atividades complementares Assista ao vídeo chamado Conhecimento: http://www.youtube.com/watch?v=AXzfjQeEjYg http://www.youtube.com/watch?v=AXzfjQeEjYg Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Unidade II Projetos científicos O termo pesquisa se refere a uma busca sistematizada ou investigação. Pesquisa pode ainda ser definida como o conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um problema, que têm por base procedimentos científicos Cervo e Bervian (1983). Uma pesquisa científica deve descrever passos os quais levarão à solução ou não de determinados problemas, às respostas para determinadas perguntas. Portanto, uma pesquisa de caráter científico se utilizará de métodos e técnicas apropriados para a busca dessas soluções. Para tanto, antes de qualquer pesquisa é indispensável o estabelecimento de um roteiro que compile as formas para se chegar aos resultados, assim, às soluções. O projeto de pesquisa é a “caixa”onde constarão todas essas ideias, sendo ela abstrata ou concreta. É importante ressaltar essa diferença. De um lado existe o projeto concreto, ou seja, o documento onde tais roteiros são descritos. De outro lado, existe a entidade abstrata a qual se refere à realização da pesquisa. A realização de um projeto de pesquisa constitui o início de qualquer trabalho científico. Nele devem constar os fundamentos teóricos que levaram às perguntas, os métodos e técnicas utilizados para responder às perguntas, as perspectivas quanto a possíveis resultados e o prazo para realização da pesquisa. Como norteador, o projeto delimitará o tempo e espaço da pesquisa. Tema A primeira fase para a construção de um projeto é o estabelecimento de um tema. O tema definirá o campo científico no qual se aterá o projeto. Nenhuma das Pesquisa é a busca sistematizada por respostas para um determinado problema. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. etapas subsequentes do projeto deverá fugir desse item cerceador. A definição de tema pode ser expressa através da pergunta “O que minha pesquisa abordará?”. Embasamento teórico Após o estabelecimento do tema, uma profunda busca sobre ele deverá ser feita, baseado em dados contidos em literatura. Nesse ponto, deverão ser explorados os conhecimentos de que a ciência já dispõe sobre o tema e serão verificadas ainda quais as lacunas a serem preenchidas.Serão também fornecidas informações relevantes ao tema. Alguns modelos de trabalhos incluem a revisão bibliográfica, ou “estado da arte”, dentro da introdução. Outros modelos, por sua vez, tratam o estado da arte como um item à parte a ser incluído depois das justificativas do projeto. Nesse caso, devem ser observadas as normas particulares. O que é essencialmente importante nessa discussão é que a revisão não seja negligenciada. Um bom levantamento bibliográfico dependerá de muita leitura. Um projeto, ou mesmo um trabalho científico, com um bom embasamento teórico dependerá de como essas informações lidas serão associadas ao tema proposto. Diante do volume de leitura, é interessante que haja desde o início um trabalho de documentação. Muitos autores sugerem o fichamento. Embora acreditemos que essa parte do trabalho dependerá da sistematização em que o pesquisador mais se sinta à vontade, a ABNT (2002a) normatiza sistemas de fichamento. Existem três tipos essenciais de fichamento: a ficha de referência, a ficha de citação e a ficha de resumo. Todas contém um título geral, um título específico e a referência bibliográfica de interesse, no caso da ficha de referência somente isto. Na ficha de citação, após as informações de referência serão ainda destacadas as citações mais importantes do texto. Segundo a ABNT (2002a) existem dois tipos de citação, a citação direta e a citação indireta. A citação direta é a “transcrição textual de parte da obra do autor consultado” e a citação indireta é “texto baseado na obra do autor consultado”. No caso das fichas de citação, são utilizadas citações diretas. Assim, citações diretas de até três Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. linhas devem ser contidas em aspas duplas; trechos maiores que três linhas devem ser apresentados destacados do texto através de fonte menor que utilizada no texto e recuo de 4 cm da margem esquerda. A chamada de autores se feita fora de parênteses deve ser feita com a inicial maiúscula, com ano e número da página citada entre parênteses. Já quando nomes de autores forem citados entre parênteses, todo o nome do autor deverá estar em maiúsculo, seguido por ano e página, todos separados por vírgulas. A indicação de página deverá ser feita pela abreviatura “p.”. Já na ficha de resumo, as citações serão substituídas por um resumo essencialmente informativo (veja logo abaixo os tipos de resumo). Formulação do problema A partir da verificação das lacunas, caberá ao pesquisador formular os problemas. Isso implica em fazer perguntas, as quais deverão ser respondidaspela pesquisa a ser realizada. Geração de hipóteses Tendo-se as perguntas em mãos, o pesquisador deverá gerar hipóteses que podem explicar ou responder tais problemas. Essa fase, juntamente com o estabelecimento do tema, é uma das mais importantes. As hipóteses restringirão ainda mais a pesquisa. A partir delas, métodos e técnicas explícitos serão empregados para a realização. Assim, as hipóteses serão possíveis respostas para solucionar o problema, mas somente testes bem fundamentados poderão corroborar ou refutar tais hipóteses e, dessa forma, definir uma resposta mais objetiva ou a negar uma possível resposta. As hipóteses podem ser afirmativas positivas (e.g., as águas de algumas represas são verdes em razão da presença de algas), afirmativas negativas (e.g., células motoras não executam sua função sem receber os estímulos necessários) e condicionais (e.g., Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. caso haja novo estímulo luminoso leucoplastos podem se transformar em clorosplastos e assumirem papel na fotossíntese). Organização elementar de projetos científicos Modelos de estruturação de projetos podem variar de instituição para instituição. Contudo, os elementos que os compõem são sempre os mesmos. Tais elementos podem ser classificados quanto à posição que ocupam em relação ao objeto concreto, isto é, o projeto escrito, ou a posição em relação ao corpo textual (Quadro II.1). Quadro II.1 Organização textual de projetos científicos ESTRUTURA TIPO DE ELEMENTO ELEMENTO PARTE EXTERNA PRÉ- TEXTUAIS Capa PARTE INTERNA PRÉ- TEXTUAIS Folha de rosto Resumo na língua vernácula TEXTUAIS Introdução Objetivos gerais Objetivos específicos Justificativa Material e métodos Cronograma Metas/resultados esperados Orçamento PÓS- TEXTUAIS Referências Anexo(s) Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 1) Capa e folha de rosto Geralmente, os projetos científicos contam com uma parte externa e a parte interna. A parte externa de um projeto é composta por um único elemento pré-textual, a capa. Na capa devem constar dados como instituição, título do projeto, nome do coordenador, e o local e a data de composição do projeto (Fig. II.1). a b Fig. II.1 Modelos de a) capa e b) folha de rosto de projetos científicos. Dentre os elementos internos, existem os pré-textuais, os textuais e os pós- textuais. A folha de rosto e o resumo são os elementos pré-textuais mais comuns, mas não necessariamente obrigatórios. Na folha de rosto deverão constar a instituição principal, o título do trabalho, a equipe de trabalho, os laboratórios e institutos envolvidos, e o local e a data de composição do projeto (Fig. II.1). Caso não haja necessidade de folha de rosto, tais dados deverão ser fornecidos na capa. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 2) Resumo O resumo é compactação da ideia central do trabalho sem prejuízo de seu conteúdo. Portanto, apesar de ser posicionado anteriormente ao trabalho, o resumo deve ser um dos últimos elementos a serem redigidos. Nele deverá constar um texto enxuto que expresse o trabalho sucintamente, ou seja, suas ideias principais. A redação do resumo de projetos deverá seguir a mesma linha dos elementos textuais, excetuando a descrição do cronograma. No caso de outros trabalhos científicos, os resumos deverão ainda contar com a apresentação de resultados e conclusão. Poder de síntese, evitar frases longas, organização, clareza de ideias, texto autoexplicativo, evitar as citações bibliográficas, são sempre recomendações, senão exigências, para a construção de um bom resumo (SALOMON, 2001; MEDEIROS, 2004). Outro fator importante é que o resumo deve ser chamativo, mostrar as ideias essenciais para atrair os interessados pelo assunto para a leitura do seu trabalho. Existem três tipos principais de resumos (ANDRADE, 2001): • Resumo informativo é aquele no qual as ideias principais de um texto são extraídas, mas sempre respeitando as ideias do autor; nesse tipo de resumo é aceitável a cópia de trechos desde que colocados entre aspas e com as fontes devidamente citadas. • Resumo crítico ou resenha é aquele onde, além das ideias do autor, são manifestadas também as opiniões de quem está resumindo. • Resumo acadêmico científico é aquele onde constam informações de um trabalho científico. Neste caso, vem agregado ao trabalho científico em sim e é realizado pelo próprio autor do texto. Este último tipo é o de maior interesse nesse momento, já que se refere a projetos e demais trabalhos científicos. Deve ser apresentado exclusivamente em uma folha. Segundo a ABNT (2003), monografias e artigos, 250 palavras; relatórios, teses e dissertações não devem ultrapassar 500 palavras; os resumos para publicações podem Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. variar de 150 a 300 palavras. Contudo, as normas para número de palavras e caracteres em periódicos científicos podem variar. No final dos resumos devem ser apresentadas um conjunto de palavras chave. Palavras chave são expressões as quais podem ser compostas por mais de uma palavra. Entretanto, nunca devem ser expressões longas. O número de palavras chave pode variar de acordo com as normas da instituição ou periódico, mas nunca é menor que três. Os sistemas de busca sempre se baseiam em palavras do título e nas palavras chave. Portanto, o objetivo das palavras chave é aumentar o poder de busca do trabalho em questão. As palavras chave devem, portanto, se referir a temas essenciais abordados no trabalho, mas que não devem ser expressões contidas no título do trabalho (Fig. II.2). Fig. II.2 Relação entre título e palavras chave Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 3) Introdução A introdução é a primeira parte textual do projeto. Ela deverá ser clara e objetiva de forma que o leitor compreenda qual é o tema e o que se sabe sobre ele, e quais são as lacunas encontradas. Assim, a construção da introdução exigirá a exposição concisa de um complexo levantamento bibliográfico, da formulação dos problemas e da geração de hipóteses. No caso de projetos científicos, as hipóteses, o objetivo geral, os objetivos específicos e a justificativa devem ser apresentados em itens específicos. Em alguns tipos de trabalhos científicos, como nos artigos científicos, esses pontos deverão ser incluídos no final da introdução como um texto contínuo. 4) Objetivos Os objetivos são algumas vezes confundidos com hipóteses em alguns trabalhos. Entretanto, há uma grande diferença entre esses dois pontos. Enquanto a hipótese é a possível solução para uma determinada problemática, o objetivo visa verificar se essa hipótese responde ou não a essas perguntas. Os objetivos também são algumas vezes confundidos com as metas do projeto. Entretanto, no item meta discutiremos as diferenças entre esses dois pontos. Os objetivos são geralmente expressos através de dois itens: objetivo geral e objetivos específicos. O objetivo geral, como o próprio nome diz, se refere à generalidade do projeto, ou seja, ele é um objetivo panorâmico e se refere ao tema central. Já os objetivos específicos remetem a subtemas dentro do tema geral, clivando-o de forma que as partes juntas corroborarem ou não as hipóteses do trabalho. Embora não seja sempre a regra, objetivos começam com verbos no infinitivo. Lembre-se: os objetivos se referem à pesquisa e não ao projeto. O projeto é uma proposta de pesquisa. Evite termos como: “o objetivo deste projeto”. O objetivo de um projeto é sempre sistematizar a intenção de pesquisa; já o objetivo da pesquisa, sistematizada em um projeto, é que pode variar. Logo, o que deveser exposto são os objetivos da pesquisa. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 5) Justificativa Neste ponto, serão fornecidas informações sobre a relevância do projeto especificamente, enquanto no embasamento teórico, apresentado na introdução dos projetos, serão fornecidas informações sobre a relevância do tema. Na justificativa deverão ser explicitados o “porque” de se preencher as lacunas encontradas. 6) Métodos e técnicas/metodologias Como discutido anteriormente, há uma diferença entre métodos e técnicas, e metodologia (vide Unidade I). Entretanto, diferentes tipos de discussão têm gerado confusões na adoção deste termo. No caso de trabalhos das ciências exatas e biológicas, observa-se um maior uso do termo “material e métodos” ou somente “métodos”. Nesse ponto, então, são descritos os métodos e técnicas utilizados para se realizar determinada pesquisa. Assim, qualquer discussão sobre os métodos e técnicas utilizados, ou seja, a eficiência, uma maior adequação para a proposta de trabalho, é feita muitas vezes na introdução do projeto. Isso implica que, neste caso, a parte metodológica é descrita na introdução. No caso da maioria dos trabalhos da área de humanas, métodos e técnicas a serem utilizados nos trabalhos, bem como, as discussões sobre tais métodos e técnicas são feitos num ponto determinado metodologia.Novamente, as normas específicas para a área do trabalho deverão ser analisadas. O importante é que não se confunda as denominações dos pontos como sinônimos. Nesse ponto, serão descritas a escala espacial (i.e., caracterização da área de estudo) e a escala temporal (i.e., o período do estudo), além dos métodos e técnicas utilizadas no trabalho. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 7) Cronograma No cronograma será definido o tempo para a realização das diferentes etapas do projeto. Essas etapas incluirão levantamento bibliográfico, os métodos e técnicas principais, e a produção do documento conclusivo. Atividades a serem desenvolvidas 2011 Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Levantamento Bibliográfico Coleta de material biológico Purificação de limpeza Cultivo e repiques Desenvolvimento e teste de meios Apresentações em Congressos Testes estatísticos e análises Redação do trabalho 8) Metas Nas metas, deverão constar os resultados esperados. As metas descrevem uma importante parte do projeto na qual o pesquisador, depois de demonstrar o caminho a seguir, descreverá o possível lugar onde se que chegar e como organizará os resultados que possivelmente obterá. Essas metas estarão sustentadas pelos objetivos e pelos métodos que serão adotados. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 9) Orçamento Um detalhado orçamento sobre os custos do projeto também é fundamental já que este pode ser um fator limitante para as condições de realização do projeto. Nesse ponto devem ser descritos uma lista de equipamentos, materiais de consumo, serviços de terceiros, os quais serão indispensáveis para a realização do projeto. Deverão ser descritos mesmo os materiais e equipamentos necessários para a realização do projeto, mas já disponibilizados pelos laboratórios ou locais onde será realizada a pesquisa. É importante ressaltar que o montante correspondente a esses produtos deverão também ser informados em um campo que indique a contrapartida de cada laboratório membro da pesquisa. Exemplo II.1: Descrição do equipamento requerido Uso* Tempo para uso (meses) Qtd Und. Valor Unit. (R$) Valor Tot. (R$) ABI Prism310 Genetic Analyzer Perkin- Elmer FL 20 1 und 90.000,00 90.000,00 Agitador de tubos tipo vortex FL 20 1 und 869,00 869,00 Agitador magnético com aquecimento, controle de rotação de 80 – 1500 rpm, temperatura controlada de 50 – 320 ºC, placa de 14 cm de diâmetro no mínimo, com barra magnética de 9x25 mm CD 36 1 und 1.100,00 1.100,00 Autoclave 300 L CD 36 1 und 12.100,00 12.100,00 Balança analítica digital, legibilidade 0,1 mg (0,0001g), linearidade 0,3 mg, calibração automática. CD 36 1 und 4.201,00 4.201,00 Balança eletrônica de precisão, milésimo de grama, Legibilidade 0,001 g, linearidade 0,002 g, campo de pesagem de 0 a 500 g, campo de taragem de 0 a 500 g, tempo de estabilização 2 segundos; CD 36 1 und 1.999,00 1.999,00 Banho-maria, com termostato de 50 a 180 ºC, cuba em inox, cuba de 30x20cm. TX 30 1 und 1.110,00 1.110,00 Barriletes 100 L, PVC CD, TX e FL 36 2 und 612,00 1.224,00 Bico de Bunsen, altura 140 mm, latão e base inox CD 36 1 und 70,00 70,00 Espectrofotômetro, Digital FL 20 1 und 8.858,00 8.858,00 Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Descrição do equipamento requerido Uso* Tempo para uso (meses) Qtd Und. Valor Unit. (R$) Valor Tot. (R$) microprocessado; Faixa de trabalho: 200 a 1000 nm; Largura da banda: 5nm; Exatidão fotométrica: +- 2nm; Reprodutibilidade: +- 1nm; Perda de radiação: menor que 0,5% à 220nm e 340 nm; Lâmpada: Tungstênio - halogênio / Deutério; Transmitância: 0 - 12.0%; Absorbância: 0 - 2,5A; Concentração: 0 - 1999C ( 0 - 1999F); Precisão fotométrica: +- 1% de T; Alimentação: 85 - 264 VAC / 50 -60 Hz; Dimensões 465 x 175 x 365 mm. Fluxo laminar horizontal Veco com Ultra violeta CD 36 1 und 15.000,00 15.000,00 Fonte para cuba de eletroforese FL 20 1 und 1.200,00 1.200,00 Freezer CD 36 1 und 1.000,00 1.000,00 Micromputador ou Laptop Macintosh FL 20 1 und 5.000,00 5.000,00 Microscópio binocular, Olympus BX 51 CD e TX 20 2 und 119.200,00 119.200,00 Microscópio Eletrônico de varredura Jeol, modelo JSM-6390 TX 36 1 und 388.000,00 388.000,00 Microscópio Eletrônico de Transmissão Jeol 1200 EX TX 36 1 und 659.600,00 659.600,00 Metalizador Balzers/Union FL-9496 TX 36 1 und 75.660,00 75.660,00 Secador em ponto crítico, Marca Balzers, modelo CPD 020 TX 26 1 und 40.740,00 40.740,00 Microscópio invertido Axiovert Carl Zeiss CD 20 1 und 14.000,00 14.000,00 Refrigerador vertical CD 36 1 und 1.500,00 1.500,00 Termociclador Perkin-Elmer 480 FL 20 1 und 20.000,00 20.000,00 Transiluminador UV FL 20 1 und 3.000,00 3.000,00 Ultracentrífuga, Velocidade fixa em 6.200 rpm (2.000 x); Capacidade para 6 microtubos de 1,5-2,0 ml; Rotor ângulo fixo. FL 20 1 und 875,00 875,00 Total Equipamentos 1.466.306,00 Descrição do material requerido Uso* Qtd Und. Valor Unit. (R$) Valor Tot. (R$) Pipeta de Pasteur vidro (caixa c/ 100 unidades) CD 1 cx 49,44 49,44 Placas de Petri de vidro CD 100 und 4,23 423.00 Erlemeyer 500 mL CD 5 und 7,84 39,20 Kitassato 500 mL CD 5 und 32,28 161,40 Tubos de ensaio de vidro, 20 mL fundo abaulado, com tampa CD 300 und 1,66 498.00 Erlrmeyer 50 mL CD 20 und 5,54 110,8 Micropipetas 0,02 mL (p20) CD e FL 2 und 1.237,03 2.474,06 Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Descrição do material requerido Uso* Qtd Und. Valor Unit. (R$) Valor Tot. (R$) Micropipetas 0,2 mL (p200) CD e FL 2 und 1.237,13 2.474,26 Micropipetas 1 mL (p1000) CD e FL 2 und 1.237,13 2.474,26 Ponteiras 0,02 mL (pacotes com 1000 unidades) CD e FL 1 pct 232,31 232,31 Ponteiras 0,2 mL (pacotes com 1000 unidades) CD e FL 1 pct 16,90 16,90 Ponteiras 1 mL (pacotes com 1000 unidades) CD e FL 1 pct 31,65 31,65 Frascos de vidro com tampa rosqueável e batoque 100 mL âmbar CD 50 und 1,38 69,00 Frascos snapcap 100 mL âmbar CD 20 und 6,17 123,40 Frascos snapcap 100 mL translúcido CD 50 und 6,17 308,50 Micropipetas 0,01 mL (p10) CD e FL 2 und 1.558,66 3.117,32 Lâmina de microscopia lisa CD e TX 20 cx7,98 79,80 Lamínula de microscopia TX 40 cx 49,44 49,44 Pinças CD, TX e FL 10 und 4,23 423,00 Total materiais 13.125,74 Despesas gerais de coleta Uso* Qtd Und. Valor Unit. (R$) Valor Tot. (R$) Diárias FL 20 und 130,00 2.600,00 Diárias motorista FL 20 und 130,00 2.600,00 Passagens 10 und 500,00 5.000,00 Total Despesas gerais de coleta 10.200,00 Especificação de custos Valor (R$) Custos com equipamentos 1.466.306,00 Custos com materiais 13.125,74 Custos com coleta 10.200,00 Contrapartidas UFRJ 900.334,32 Contrapartidas UnB 587.324,31 Total Projeto 1.489.631,74 Total contrapartidas 1.487.658,63 Captação em agências de financiamento 1.973,11 Saldo 0,00 10) Referências Cada obra citada deve ser devidamente referenciada. Neste caso, as normas podem também variar de instituição para instituição. No Brasil é comum, e Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. recomendando por alguns grupos, a adoção de normas estabelecidas pela ABNT (2002b), segundo a qual a referência pode se localizar no rodapé, no fim de texto ou de capítulo, ou em uma lista de referências. A ABNT (2002b) define ainda que: As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples e separadas entre si por espaço duplo. Quando aparecerem em notas de rodapé, serão alinhadas, a partir da segunda linha da mesma referência, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem espaço entre elas. Cada referência possui elementos essenciais e elementos complementares. • Elementos essenciais: São as informações indispensáveis à identificação do documento. Os elementos essenciais estão estritamente vinculados ao suporte documental e variam, portanto, conforme o tipo. Ex.: autor, título e subtítulo, edição, cidade, editora, ano, número de páginas, etc. • Elementos complementares: São as informações que, acrescentadas aos elementos essenciais, permitem melhor caracterizar os documentos. Ex.: data de acesso, etc. Os elementos essenciais e complementares são sempre retirados da obra a ser referenciada. Caso haja um dado faltando e esse mesmo dado for retirado de outro documento, tal dado pode ser fornecido entre colchetes. A ordem dos elementos essências e complementares deve ser padronizada. , são autor, título e subtítulo, edição, local, editora e ano. Elementos complementares são páginas, ISBN, DOI, etc. Regras gerais (ABNT, 2002): • Autores: Indica-se o nome dos autores, de modo geral, pelo último sobrenome, em maiúsculas, seguido dos prenomes e outros sobrenomes, abreviados ou não. Separam-se os nomes por ponto- e-vírgula, seguido de espaço. Quando existirem mais de três Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. autores, indica-se apenas o primeiro, acrescentando-se a expressão “et al.”. Quando houver indicação explícita de responsabilidade pelo conjunto da obra, em coletâneas de vários autores, a entrada deve ser feita pelo nome do responsável, seguida da abreviação, no singular, do tipo de participação (organizador, compilador, editor, coordenador etc.), entre parênteses. As obras de responsabilidade de entidade (órgãos governamentais, empresas, associações, congressos, seminários etc.) têm entrada, de modo geral, pelo seu próprio nome, por extenso.Em caso de autoria desconhecida, a entrada é feita pelo título. O termo anônimo não deve ser usado em substituição ao nome do autor desconhecido. • Título e subtítulo: O título e o subtítulo (se for usado) devem ser reproduzidos tal como figuram no documento, separados por dois-pontos. Títulos devem sempre ser destacado do restante do texto. Em títulos e subtítulos demasiadamente longos, podem-se suprimir as últimas palavras, desde que não seja alterado o sentido. A supressão deve ser indicada por reticências. • Edição:Quando houver uma indicação de edição, esta deve ser transcrita, utilizando-se abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edição, ambas na forma adotada na língua do documento. Ex.: 5. ed. ou 5th ed. • Local: o nome da cidade de publicação deve ser indicado tal como no documento. No caso de homônimos de cidades, acrescenta-se o nome do estado, do país, etc. Quando houver mais de um local para uma só editora, indica-se o primeiro ou o mais destacado. Quando a cidade não aparece no documento, mas pode ser identificada, indica-se entre colchetes. Não sendo possível determinar o local, utiliza-se a expressão sine loco, abreviada, entre colchetes [S.l.]. • Editora: nome da editora deve ser indicado tal como figura no documento, abreviando-se os prenomes e suprimindo-se palavras que designam a natureza jurídica ou comercial, desde que sejam Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. dispensáveis para identificação. Quando houver duas editoras, indicam-se ambas, com seus respectivos locais (cidades). Se as editoras forem três ou mais, indica-se a primeira ou a que estiver em destaque. • Data: deve ser indicada em algarismos arábicos. Se nenhuma data de publicação, distribuição, copirraite, impressão etc. puder ser determinada, registra-se uma data aproximada entre colchetes. Nas referências de vários volumes de um documento, produzidos em um período, indicam-se as datas mais antiga e mais recente da publicação, separadas por hífen. • Páginas: pode-se registrar o número da última página, folha ou coluna de cada seqüência. Quando o documento for constituído de apenas um volume, indica-se o número total de páginas ou folhas, seguido da abreviatura p. ou f. Quando se referenciarem partes de publicações, indica-se as páginas inicial e final, precedidos da abreviatura f. ou p., ou indica-se o número do volume, precedido da abreviatura v. • Volume: quando o documento for publicado em mais de um volume, indica-se a quantidade de volumes, seguida da abreviatura v. Os elementos essenciais podem variar de documento para documento. Exemplos: Livro: FORACCHI, M. M.&MARTINS, J. S. Sociologia e Sociedade. Leituras de Introdução à Sociologia. São Paulo: LTC. 1978. 366p. Artigo científico: EWERS, F. W.; FISHER, J. B.; CHIU, S. T. Water transport in the liana Bauhinia fassoglensis (Fabaceae). Plant Physiology, [S.l.], v. 91, p. 1625-1631. 1989. A folha é composta de duas páginas: anversoe verso. Alguns trabalhos, como teses edissertações, são impressos apenas no anverso e, neste caso, indica-se f. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Referências ANDRADE, M.M. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.174 p. SALOMON, D.V. Como fazer uma monografia. 10. ed. rev. São Paulo: M. Fontes, 2001. 412 p. MEDEIROS, J.B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 323 p. CERVO, A.L. & BERVIAN, P.A. Metodologia Científica: para uso dos estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: MCCRAW-HILL do Brasil,1983. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002 a. _______.NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002b. _______. NBR 6028: informação e documentação: resumos: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. Atividades: 1) Em que se baseia a pesquisa científica? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2) O que é um projeto científico? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3) Qual o objetivo de uma revisão bibliográfica? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 4) O que são hipóteses? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 5) Quais são os principais elementos de um projeto? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Atividades complementares: Assista aos filme A máquina do tempo, 2002, dirigido porSimon Wells e Gore Verbinski, e Uma mente brilhante, 2001, dirigido por Ron Howard. Sites recomendados: http://comunicare2009.blogspot.com.br/2009/05/como-fazer-um-resumo.html http://www.filologia.org.br/ixcnlf/12/15.htm http://www.lendo.org/como-fazer-um-resumo/ http://comunicare2009.blogspot.com.br/2009/05/como-fazer-um-resumo.html http://www.filologia.org.br/ixcnlf/12/15.htm http://www.lendo.org/como-fazer-um-resumo/ Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Unidade III Estrutura de trabalhos científicos – Parte I Como vimos anteriormente, um projeto científico trata de uma proposta a ser desenvolvida. Partes textuais como o material e os métodos, os objetivos e as metas são aquelas que indicam ações futuras. Tais ações, depois de realizadas, gerarão resultados os quais deverão ser apresentados sob a forma do que chamamos trabalho científico. Diferentemente do projeto, os trabalhos científicos tratarão de resultados já obtidos para determinados objetivos, e material e métodos definidos no passado. Dessa forma, o objetivo de um trabalho científico é apresentar um projeto executado e os resultados obtidos a partir deste. Os principais tipos de trabalhos científicos são relatórios, monografias, dissertações, teses e artigos científicos. Nesta unidade, serão tratados exclusivamente os três primeiros. Os artigos científicos, por sua vez, serão discutidos na Unidade III. Relatório Um relatório é a descrição das ações tomadas para a realização de um determinado evento e os resultados obtidos a partir dele. Tais eventos podem ser projetos técnico-científicos ou administrativos, viagens e visitas, etc. Assim, de forma geral, boa parte dos trabalhos científicos conta com uma parte de relatoria. Um relatório, strictu sensu, contudo, se presta principalmente a relatar e descrever. Os objetivos de um relatório são, geralmente, amplos e visam dar um panorama de determinado evento, ou seja, o tema não é aprofundado. Relatórios não visam explicar os resultados de eventos, mas sim, relatá-los. Dessa forma, se dois tratamentos forem diferentes, um relatório informará sobre a ocorrência da diferença e não sobre os detalhes que explicam essa diferença. O objetivo de um trabalho científico é apresentar um projeto executado e seus resultados. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Monografia Uma monografia é um trabalho científico dissertativo no qual um tema em estudo é aprofundado. Os objetivos são mais restritos e geralmente é composto por apenas um único e os resultados são discutidos. Monografias são compostas, geralmente, por aplicações de técnicas já desenvolvidas ou revisões. Isso demonstra que, apesar de ter objetivos bem claros, esse tipo de trabalho raramente é elaborado com base em uma pesquisa original. Este é o conceito mais comum no Brasil o qual tem sido aplicado principalmente para trabalhos de conclusão de cursos de graduação. Em outros países, entretanto, esse é um termo mais generalista utilizado como sinônimo de dissertação. Além disso, o termo pode se aplicar diferentemente também dependendo das áreas de estudos. Na Sistemática e Taxonomia biológica, por exemplo, o termo monografia se refere a um estudo detalhado de uma determinada espécie, o que em outras áreas como Fisiologia ou Anatomia podem ser definidas pelo termo Tratado (e.g., Tratado de Fisiologia; Tratado de Parasitologia, etc.). Dissertação Dissertação (do latim, dissertare: discutir, argumentar, mais ação) se remetem ao ato de discutir determinado tema. Mais especificamente, se referem a trabalhos de natureza teórica e reflexiva. A ABNT (2011) define dissertação como: documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. [grifo nosso ressaltando diferenças em relação à definição de tese] Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Existem três tipos básicos de dissertação: • Dissertação científica é baseada em um trabalho científico com discussões, debates, exposições e defesa de ponto de vista. • Dissertação expositiva é aquela em que o autor apresenta uma ideia, uma doutrina e expõe o que ele ou outros pensam sobre o tema ou assunto. Geralmente faz a amplificação da ideia central, demonstrando sua natureza, antecedentes, causas próximas ou remotas, consequências ou exemplos. • Dissertação argumentativa é aquela em que o autor quer provar a corroborar ou refutar determinadas ideias; pretende convencer o leitor ou ouvinte, dirigindo-se a ele através de argumentos, de provas evidentes, de testemunhas. A dissertação científica é o objeto de nossos estudos aqui. O caráter metodológico-científico faz com que este tipo seja considerado a parte, mesmo possuindo claramente características dos outros tipos de dissertação. Assim como nos outros tipos de trabalho científicos, o texto da dissertação é impessoal. Nela, parte-se de elementos gerais para elementos mais específicos. A dissertação exerce um papel didático na preparação do autor para a construção de uma tese. No Brasil, o termo dissertação tem sido utilizado para especificar o trabalho de conclusão do curso de mestrado. Em outros países, entretanto, a tradução literal desse termo se aplica a trabalhos de conclusão de curso doutorado filosófico (PhD). Tese Tese (do grego, thésis: proposição) se refere a uma proposta, ou seja, algo novo, inédito. Mais especificamente, é um tipo de trabalho científico onde um tema mais Dica: Ao produzir qualquer trabalho científico em Português, abra mão de pronomes e de verbos conjugados na primeira pessoa do singular e evite consideravelmente a utilização de pronomes e verbos que indiquem primeira pessoa do plural. Por outro lado, no Inglês, o uso de pronomes e verbos na primeira pessoa pode ser mais Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. específico é abordado e proposições novas são levadas em consideração para explicação de determinados eventos. A ABNT (2011) define tese como: documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deveser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. A tese, geralmente, é mais complexa que as dissertações, pois na argumentação e defesa de ideias novas. Enquanto a dissertação argumenta principalmente baseando-se nas explicações vigentes. No Brasil, o termo tese se aplica aos trabalhos de conclusão de curso dos programas de doutorado. Em outros países, entretanto, esse termo se refere ao trabalho de conclusão de cursos de bacharelado e mestrado. Estruturação de trabalhos científicos Assim como os projetos, os trabalhos científicos possuem partes externas e internas, as quais podem ser classificadas em pré-textuais, textuais e pós-textuais (Quadro III.1). A opcionalidade de determinados elementos podem variar do tipo de trabalho científico, das normas estabelecidas pela instituição ou da preferência do autor do trabalho. Por conta disso, não será discutida aqui a obrigatoriedade ou opcionalidade de alguns elementos, mas somente a descrição de cada um dos elementos. No Quadro III.1 a obrigatoriedade ou opcionalidade é definida pela ABNT (2011). Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Quadro III.2 Organização textual de trabalhos científicos tipo relatórios, monografias, dissertações e teses (ABNT, 2011) ESTRUTURA TIPO DE ELEMENTO ELEMENTO OPÇAO PARTE EXTERNA PRÉ- TEXTUAIS Capa Obrigatório Lombada Opcional PARTE INTERNA PRÉ- TEXTUAIS Folha de rosto Obrigatório Errata Opcional Folha de aprovação Obrigatório Dedicatória(s) Opcional Agradecimentos Opcional Epígrafe Opcional Resumo na língua vernácula Obrigatório Resumo em língua estrangeira Obrigatório Lista de ilustrações Opcional Lista de tabelas Opcional Lista de abreviaturas e siglas Opcional Lista de símbolos Opcional Sumário Obrigatório TEXTUAIS Introdução Obrigatório Desenvolvimento Obrigatório Conclusão Obrigatório PÓS- TEXTUAIS Referências Obrigatório Glossário Opcional Apêndice(s) Opcional Anexo(s) Opcional Índice(s) Opcional Capa Em relatórios, monografias, dissertações e teses a capa é obrigatória. Esta, juntamente com a lombada é uma das partes pré-textuais externas. Na capa devem constar, nessa ordem: nome da instituição, seguido das respectivas repartições (e.g., universidade, instituto, departamento, curso de graduação ou nome do programa de pós- Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. graduação); nome do autor; título, seguido de subtítulo, se houver;número do volume; cidade onde será apresentado o trabalho; ano do de apresentação do trabalho (Fig. III.1). a Fig. III.1 Modelo de capa Lombada A lombada é a parte da capa que reúne as margens internas ou dobras das folhas, sejam elas costuradas,grampeadas, coladas ou mantidas juntas de outra maneira;também chamada de dorso (ABNT, 2004). É um elemento opcional e apresenta, segundo a ABNT (2004), os seguintes elementos: nome(s) do(s) autor(es); título; elementos alfanuméricos de identificação de volume, fascículo e data, se houver (Fig III.2). O nome dos autores deve ser escrito no sentido da lombada. Já o título da lombada pode ser escrito no sentido horizontal ou descendente, ou seja, do alto para o pé da lombada. Caso haja elementos alfanuméricos, estes deverão ser escritos no sentido da lombada. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Fig. III.2Modelo de lombada Folha de rosto Dentre os elementos internos, a folha de rosto é o primeiro deles e, para trabalhos científicos em geral, este é um elemento obrigatório. Ela é composta pela parte do anverso e pela parte do verso. Segundo a ABNT (2011), o anverso da folha de rosto deve ser composto pelos seguintes elementos: nome do autor;título, seguido de subtítulo, se houver;número do volume; natureza (i.e., tipo do trabalho: tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso e outros; e objetivo: aprovação em disciplina, grau pretendido e outros; nome da instituição, seguido das respectivas repartições; área de concentração); nome do orientador e, caso haja, do coorientador; cidade onde deve ser apresentado o trabalho;ano de apresentação do trabalho (Fig III.3). Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Fig. III.3Modelo de folha de rosto No verso da folha de rosto devem constar os dados de catalogação do trabalho, também conhecidos como ficha catalográfica. A ficha catalográfica comumente é feita por um bibliotecário. Errata A errata é uma parte opcional e se refere à indicação de possíveis erros ao longo do documento já impresso, bem como sua correção. Ela pode ser apresentada sob a forma de um papel avulso ou encartado, mas sempre exclusiva em uma folha. A ABNT (2011) não estabelece normas senão para a posição da errata ao longo do texto, caso tal elemento seja necessário. Entretanto, esta norma provê um exemplo o qual recomendamos ser seguido. Em tal exemplo, a página recebe o título de “ERRATA”, seguida pela referência da obra. Posteriormente são listados os erros de escrita indicados pelo número da folha e a respectiva linha onde podem ser encontrados, e a forma correta. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Folha de aprovação A folha de aprovação é outro dos elementos pré-textuais obrigatórios. Deve ser inserida imediatamente após a folha de rosto ou depois da errata, caso esta exista. Na folha de aprovação devem constar dados como: - pelo nome do autor do trabalho; - título do trabalho e subtítulo (se houver) - natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da instituição a que é submetido, área de concentração) - data de aprovação - nome, titulação e assinatura dos componentes da banca examinadora e instituições a que pertencem. A data de aprovação e as assinaturas dos membros componentes da banca examinadora devem ser colocadas após a aprovação do trabalho. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Fig. III.4 Modelos de folha de aprovação Dedicatória Este elemento é opcional. Não existem normas para a dedicatória, a não ser a posição, a qual deve ser logo após a folha de aprovação. Há, contudo, recomendações que se referem à aparência da dedicatória, a fim de se evitar o clichesismo. Nesse elemento, não deve constar título. O autor pode então dedicar o trabalho às pessoas a que achar necessário. Deve-se evitar dedicar a um grande número de pessoas e fazer dedicatórias demasiadamente longas. O autor não deve confundir dedicatória com agradecimentos. Dica: Quer um trabalho científico apresentável? Evite exageros nos elementos opcionais. Trabalhos científicos não são lidos por qualquer um e, a bem da verdade, as pessoas interessadas sempre saltam para as partes que os interessa: o trabalho em si. Deixe os elementos opcionais agradáveis para leitura. Textos longos são cansativos. Dedicatórias e agradecimentos mais curtos incentivam à leitura. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Agradecimentos Os agradecimentos constituem outro elemento pré-textual opcional. Evite parágrafos longos. Resuma o máximo possível e evite ultrapassar mais do que duas páginas. Epígrafe Trata-se de um elemento opcional que deverá vir logo após os agradecimentos, e sem título na página. A epígrafe pode ser uma frase ou um trecho em verso ou prosa relacionado ou não ao texto Apesar de ser opcional, a epígrafe deve obedecer a normas de citação adotadas ao longo do texto. Segundo a ABNT (2002a), as citações diretas (i.e., trechos transcritos literalmente) com até três linhas devem ser estar contidas entre aspas duplas (aspas simples são utilizadas para indicar uma citaçãona citação) e obedecer formatação geral do documento. Para citações com mais de três linhas, o trecho deve ser destacado através de recuo de 4 cm da margem esquerda, com a letra um pouco menor do que a do texto normal e sem aspas. Em ambos os casos, o nome do autor, se citado entre parênteses, deverá ser escrito todo em letras maiúsculas, e ano, sendo estes dois itens separados por vírgula e espaço. Caso o nome do autor seja indicado fora de parênteses, somente as iniciais do nome deverão estar em maiúscula e o ano, obrigatoriamente, deverá constar entre parênteses. Resumo na língua vernácula e resumo em língua estrangeira As recomendações para resumo já foram discutidas na unidade anterior (Unidade II). Ressalta-se novamente que, segundo ABNT (2003a) o número de palavras Dica: Indique sua relação com as pessoas. É interessante para os leitores conhecer a sua relação com aqueles aos quais você agradece. Ex. Aos meus pais, Ana e Carlos, ....; Ao Philip, ao Junior e à Christina, meus irmãos, ...: etc. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. para trabalhos científicos, excetuando-se os artigos, devem conter de 150 a 500 palavras. Além disso, no final do resumo devem ser fornecidas também as palavras chave. Em alguns casos, o resumo em língua estrangeira deve ser precedido pela versão do título também em língua estrangeira. Estas normas, contudo, não são definidas pela ABNT, mas sim por normas de algumas instituições. Lista de ilustrações Este é mais um elemento pré-textual opcional. Nele deverão constar as ilustrações apresentadas ordenadamente ao longo do texto de acordo com o rótulo, travessão, título da ilustração e página onde se encontra (ABNT, 2011). Exemplo III. Figura 1 – Mapa da região Centro-Oeste brasileira 5 Figura 2 – Imagem de satélite do Rio Araguaia junto ao Estado de Goiás 22 Lista de tabelas A lista de tabelas é opcional. Deverão ser especificadas as tabelas, apresentadas ordenadamente ao longo do texto, de acordo com o rótulo, travessão, título da tabela e página onde se encontra (ABNT, 2011). Dica: Lembre-se: título não tem ponto. Sinais como “:” ou “,” podem ser utilizados no decorrer do título. O sinal “?” pode ser utilizado para títulos em forma de pergunta. Contudo, recomenda-se que títulos em forma de perguntas devem ser evitados. Dica: Em títulos de ilustrações e tabelas feitas pelo autor não devem constar os termos que esteja no rótulo (e.g., Figura 1 – Figura mostrando mapa...). Reserve esses termos, em último caso, para ilustrações ou tabelas de outros autores (e.g., Figura 1 – Ilustração original de Encyonema prostratum Kütz. fornecida por Kützing (1833). Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Exemplo III. Tabela 1 – Caracterização de pontos amostrais peixes cartilaginosos e respectivas coordenadas geográficas ao longo da zona costeira do Estado do Rio Grande do Norte 4 Lista de abreviaturas e siglas Este elemento pré-textual opcional consiste da apresentação das siglas e abreviaturas em ordem alfabética e seus respectivos nomes por extenso. Neste caso, não é necessário relacionar as páginas em que foram citadas. Exemplo III. INCT Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior BGBM Botanischer Garten und Botanisches Museum INPA Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Fique ligado: Qual a diferença entre abreviação, abreviatura e sigla? • A abreviação do vocábulo é conhecida também como forma reduzida da palavra e compreende na redução da palavra até um limite, de modo que não haja prejuízo ao entendimento (e.g., moto - motoclicleta, pneu - pneumático, foto - fotografia, etc). • Abreviatura é a representação de uma palavra através de suas sílabas (geralmente iniciais) ou de letras (e.g., m – metro; kg – quilograma; a.C. – antes de Cristo, etc). • A sigla é muito comum, principalmente em textos científicos e os jornalísticos em geral (e.g., CEP - Código de Endereçamento Postal; TCU – Tribunal de Contas da União; CINB – Código Internacional de Nomenclatura Botânica, etc). Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Lista de símbolos Este é o último elemento pré-texto opcional. Segundo a ABNT (2011) a lista de símbolos deve ser organizada de acordo com a ordem apresentada no texto, e os respectivos significados. Sumário O sumário é o último elemento pré-textual e é obrigatório em relatórios, monografias dissertações e teses.Deve estar posicionado imediatamente antes da introdução do trabalho. Segundo a ABNT (2003b), o sumário é a “enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um documento, na mesma ordem em que a matéria nele se sucede”. Nele constarão os principais itens de forma em que o texto foi organizado e sua localização ao longo do texto. O sumário deverá ser organizado da seguinte forma: - a palavra “sumário” deverá ser o título da página e deverá estar centralizada, utilizando a mesma fonte e tamanho de fonte utilizados no texto; a palavra pode ser escrita toda maiúscula ou somente a primeira letra maiúscula, entretanto, deve concordar com a forma de escrita das seções primárias, ou seja, as principais subdivisões do texto. - a subordinação dos itens no sumário deve estar tipograficamente de acordo com aquela apresentada no texto; - os elementos pré-textuais não devem constar no sumário; - os indicativos devem ser alinhados à esquerda (Quadro III.2); - os títulos e subtítulos (caso haja) devem suceder os indicativos de seção e ser alinhados pela margem do título mais extenso; - nomes de autores, se houver, devem suceder os títulos e subtítulos (se houver); Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. - a paginação deve ser indicada: pelo número da primeira página, pelo número da página inicial e final separadas por hífen, ou pelo número das páginas em que o texto se distribui. Quadro III.2. Indicativos se seções (ABNT, 2003c) Seção primária Seção secundária Seção terciaria Seção quaternária 1 1.1 1.1.1 1.1.1.1 2 2.1 2.1.1 2.1.1.1 3 3.1 3.1.1 3.1.1.1 4 4.1 4.1.1 4.1.1.1 5 5.1 5.1.1 5.1.1.1 6 6.1 6.1.1 6.1.1.1 7 7.1 7.1.1 7.1.1.1 8 8.1 8.1.1 8.1.1.1 9 9.1 9.1.1 9.1.1.1 Seção: Parte em que se divide o texto de um documento, que contém as matérias consideradas afins na exposição ordenada do assunto. Seção primária: Principal divisão do texto de um documento. Seção secundária, terciária, quaternária, quinária: Divisão do texto de uma seção primária, secundária, terciária,quaternária, respectivamente. (ABNT, 2003c) Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Introdução Assim como no projeto, a introdução é o primeiro elemento textual do trabalho científico. Ela é a formulação clara e simples do tema da investigação; é a apresentação sintética da questão, importância dos métodos (metodologia) e rápida referência a trabalhos anteriores realizados sobre o mesmo assunto. No caso de projetos científicos, as hipóteses, o objetivo geral, os objetivos específicos e a justificativa devem ser apresentados em itens específicos. Em alguns tipos de trabalhos científicos, entretanto, como nos artigos científicos, esses pontos deverão ser incluídos no final da introdução como um texto contínuo. Objetivos Os comentários feitos sobre esse mesmo item na Unidade II são válidos aqui também. A única ressalva é que, em projetos científicos o pesquisador descreve quais serão os objetivos da pesquisa, enquanto que na descrição dos objetivos do trabalho científico em si, o objetivo já foi proposto. Note que a orientação de refere ao tempo. Assim, enquanto em um projeto osobjetivos “serão”, no trabalho, os objetivos “foram”. Dica: Uma boa introdução deve abordar as expressões chave dos objetivos. Ex. Se o objetivo for “descrever as relações tróficas entre comunidades planctônicas em ambientes riberinos”, a introdução deverá abordar temas como relações tróficas, comunidades planctônicas, comunidades planctônicas em ambientes riberinos, relações tróficas em comunidades planctônicas; a partir daí o pesquisador deverá demonstrar algum tema que falte ser estudado (o qual ele pesquisará) e a importância de se compreender essa lacuna. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Desenvolvimento No desenvolvimento do trabalho deverão ser fornecidas informações sobre o material e os métodos, os quais incluem a delimitação da área amostras e caracterização de técnicas adotadas, os resultados e a discussão. Quando o trabalho utiliza-se de técnicas novas é importante que haja uma discussão metodológica, ou seja, a importância ou o porquê de se utilizar tais técnicas. Em algumas áreas da ciência, essas últimas justificativas são descritas na introdução. Nos resultados devem ser descritos somente os resultados obtidos. Explicações para o porquê de tais resultados devem ser direcionadas à discussão. Nos resultados é comum a utilização de gráficos, tabelas, quadros e ilustrações. Entretanto, o pesquisador deve se lembrar sempre de que esse tipo de material deve ser fornecido para ajudar na compreensão dos resultados e não só para embelezar o trabalho. Esses materiais devem ser autoexplicativos, mas os seus conteúdos deverão ser discursados ao longo dos resultados. Todo e qualquer material de acréscimo (i.e., figuras, tabelas) deverão ser ligados ao texto. Na discussão serão dadas explicações dos resultados. Essas explicações devem ser fornecidas baseadas no conjunto de dados obtidos e em dados de literatura. No meio científico, não há lugar para especulações ou achismos sem qualquer fundamento. Quando uma suposta explicação não pode ser comprovada por próprios resultados, mas existem resultados em literatura que poderiam se assemelhar aos resultados obtidos, então, o pesquisador passa a gerar uma nova dúvida e, portanto, uma nova hipótese. Conclusão A conclusão deve utilizar os resultados do trabalho para tentar responder às hipóteses inicias e atender aos objetivos. Assim, a conclusão corroborará ou refutará a hipótese inicial. A conclusão deverá destacar sinteticamente o que levou a corroborar ou refutar a hipótese inicial. No final de uma conclusão, deverão ser apresentadas as novas hipóteses geradas a partir do trabalho e destacar o que chamamos de perspectivas futuras, ou seja, sugestões de trabalhos que deverão ser feitos no futuro para se compreender melhor sobre o tema. Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Referências As referências constituem o primeiro elemento pós-textual e o último elemento obrigatório de trabalhos científicos, assim como de projetos científicos. Suas normas variam de instituição para instituição. Algumas instituições brasileiras adotam a NBR 6023 (ABNT, 2002b) e as principais exigências podem ser revistas na Unidade II. Glossário O glossário é uma lista de palavras ou expressões técnicas utilizadas no texto acompanhadas das respectivas definições.É um elemento pós-textual opcional. A única recomendação, segundo a ABNT (2011) é que seja tais palavras sejam dispostas em ordem alfabética. Apêndice Apêndice é texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho. É um elemento pós-textual opcional. Anexo Anexo é um texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração. É um elemento pós-textual opcional. Índice O índice é uma lista de palavras ou frases, ordenadas segundo determinado critério, que localiza e remete para as informações contidas no texto. É um elemento pós-textual opcional. Atente-se para a diferença entre apêndice e anexo. Apêndice é de autoria do pesquisador, enquanto anexos não. Note que existe diferença entre índice e sumário. O sumário está relacionado a indicações da localização das seções adotadas na organização do texto. O índice se refere à palavras. Muitos livros misturam esses conceitos. Fique atento! Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002 a. _______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002b. _______. NBR 6028: informação e documentação: resumos: apresentação. Rio de Janeiro, 2003a. _______. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro, 2003b. _______. NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das seções de um documento escrito: apresentação. Rio de Janeiro, 2003c. _______. NBR 12225: informação e documentação: lombada: apresentação. Rio de Janeiro, 2004. _______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2011. Atividades: 1) Dentre as opções abaixo, marque aquelas que são considerados trabalhos científicos: a) ( ) artigos científicos b) ( ) projeto c) ( ) coletas de campo d) ( ) teses e dissertações e) ( ) testes estatísticos f) ( ) análises de dados g) ( ) relatórios h) ( ) livros 2) O objetivo de um trabalho científico é: a) ( ) divulgar os resultados de uma pesquisa para o meio científico b) ( ) demonstrar a importância de um dado grupo de cientistas em um determinado campo científico c) ( ) finalizar um projeto de pesquisa d) ( ) descrever os caminhos a se seguir para uma pesquisa a ser realizada Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 3) Quais são os elementos obrigatórios e os elementos opcionais de um trabalho científico? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4) Elabore a capa e a folha de rosto para uma dissertação de mestrado. Para isso você poderá criar os nomes do autor, o título do trabalho, o nome do orientador, o local e a data a serem apresentado. 5) Sobre as dissertações, é verdadeiro afirmar que: a) ( ) dissertações científicas são trabalhos científicos que relatam os resultados de uma pesquisa científica sem se preocupar em discuti-las. b) ( ) em dissertações expositivas o autor expõe ideias, mesmo que essas não sejam exatamente científicas. c) ( ) a dissertação argumentativa não tem a intenção de convencer o leitor, mas simplesmente expor ideias do próprio autor e de outros autores. d) ( ) dissertações são trabalhos apresentados na conclusão de curso de mestrado como um dos requisitos para a obtenção do título de mestre. 6) Relacione os tipos de elemento a seguir com os itens abaixo: ( 1 ) Elementos pré-textuais, ( 2 ) Elementos textuais, ( 3 ) Elementos pós-textuais. ( ) Capa ( ) Referências ( ) Índice(s) ( ) Glossário ( ) Lombada ( ) Conclusão ( ) Folha de aprovação ( ) Anexo(s) ( ) Agradecimentos ( ) Introdução ( ) Resumo na língua vernácula ( ) Folha de rosto ( ) Sumário ( ) Lista de abreviaturas e siglas ( ) Lista de símbolos ( ) Lista de tabelas ( ) Dedicatória(s) ( ) Resumo em língua estrangeira ( ) Lista de ilustrações ( ) Errata ( ) Apêndice(s) ( ) Desenvolvimento ( ) Epígrafe Biblioteca online – sem valor comercial. Proibida a venda e a reprodução. 7)
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