Buscar

TCC E DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA? TIPOS DE DROGAS, 
EFEITOS E TRATAMENTOS. ....................................................................... 4 
2.1 O DSM-5 permite especificar: ..................................................... 7 
2.2 Semelhanças Entre Os Critérios Cid-10 e Dsm-5 ....................... 9 
3 FATORES ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS .......................... 10 
4 DEPENDÊNCIA QUÍMICA: MODELOS TEÓRICOS ....................... 13 
5 DEPENDÊNCIA FÍSICA E PSÍQUICA ............................................. 18 
6 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ................. 20 
6.1 Substâncias Depressoras do Sistema Nervoso Central ............ 21 
6.2 Substâncias Estimulantes do Sistema Nervoso Central ............ 24 
6.3 Substâncias Perturbadoras do Sistema Nervoso Central.......... 27 
7 ASPECTO SOCIAL, PROFISSIONAL DA TOXICOMANIA E OS 
CONFLITOS FAMILIARES .......................................................................... 29 
8 O ELO ENTRE A TEORIA COGNITIVA E A TEORIA 
COMPORTAMENTAL .................................................................................. 31 
9 TEORIA E TÉCNICA COGNITIVA APLICADA À DEPENDÊNCIA 
QUÍMICA ...................................................................................................... 33 
10 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE DE CONCEITUAÇÃO COGNITIVA
 36 
11 ESTRUTURA DAS SESSÕES DE TC ............................................. 38 
12 TÉCNICAS UTILIZADAS PELA TERAPIA COGNITIVA .................. 39 
13 BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 49 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 O QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA? TIPOS DE DROGAS, EFEITOS E 
TRATAMENTOS. 
 
Fonte: http://saude.culturamix.com 
O relato sobre o uso de drogas pela humanidade, remonta os tempos mais 
remotos, embora o principal objetivo de sua utilização fosse o alívio da dor ou 
servisse como parte da realização de rituais de uma determinada cultura. A 
utilização de substâncias para alterar o estado psíquico é conhecida há mais de 
4 mil anos, principalmente pelo povo egípcio, que àquela época já relatava o uso 
de opiáceos e maconha. A maioria dos medica mentos utilizados na Antiguidade 
era originário de plantas. Assim, a palavra "droga" é derivada de droog, que em 
holandês significa folha seca. 
A definição atual de "droga" utilizada no meio científico é qualquer 
substância capaz de trazer alterações no funcionamento do organismo de um 
ser vivo, resultando em mudanças fisiológicas e comportamentais, sejam elas 
nocivas ou medicinais. A capacidade de alterar os estados mentais ou psíquicos 
caracteriza as drogas conhecidas como psicotrópicas, que agem no cérebro e 
http://saude.culturamix.com/
 
5 
 
provocam mudanças nas sensações, nos pensamentos e comportamentos de 
um indivíduo. 
A palavra psicotrópico é originária de psico (mente) e trópico (atração por). 
Vale ressaltar que as alterações referidas podem ser causadas por qualquer tipo 
de droga, porém cada substância provoca uma reação diferente no organismo. 
No entanto, boa parte das drogas psicotrópicas apresenta uma forte tendência a 
causar a dependência de acordo com a sua utilização. 
Embora exista uma diversidade de conceituações de dependência 
química, todas elas são unânimes ao afirmar que a dependência é considerada 
uma relação alterada entre o indivíduo e seu modo de consumir uma 
determinada substância. 
A dependência química é uma doença crônica, caracterizada por 
comportamentos impulsivos e recorrentes de utilização de uma determinada 
substância para obter a sensação de bem-estar e de prazer, aliviando sensações 
desconfortáveis como ansiedade, tensões, medos, entre outras. 
A tolerância é o primeiro critério relacionado à dependência. Tolerância é 
a necessidade de crescentes quantidades da substância para se atingir o efeito 
desejado ou, quando não se aumenta a dose, é entendida também como u m 
efeito acentuadamente diminuído com o uso continuado da mesma quantidade 
da substância. O grau em que a tolerância se desenvolve varia imensamente 
entre as substâncias. Existe um padrão de uso repetido da substância que 
geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de 
consumo da droga. Um diagnóstico de Dependência de Substância pode ser 
aplicado a qualquer classe de substâncias. 
Os sintomas de dependência são similares entre as várias substâncias, 
variando na quantidade e gravidade de tais sintomas entre uma e outra droga. 
Os sintomas psíquicos e sociais decorrentes da dependência do fumo, por 
exemplo, são absolutamente menores do que aqueles da dependência ao álcool. 
Chama-se "fissura" o forte impulso subjetivo ou compulsão incontrolável 
para usar a substância. Embora não seja especificamente relacionada como um 
critério, a “fissura” tende a ser experimentada pela maior ia dos indivíduos com 
 
6 
 
Dependência de Substância (se não por todos). A dependência é definida como 
um agrupa mento de três ou mais dos sintomas relacionados adiante, ocorrendo 
a qualquer momento, no mesmo período de 12 meses. 
Os indivíduos com uso pesado de opióides e estimulantes podem 
desenvolver níveis gravíssimos de tolerância, por exemplo, como se 
necessitasse dez vezes mais quantidade depois de algum tempo. 
Frequentemente, essas dosagens da tolerância seriam letais para uma pessoa 
não-usuária. Muitos fumantes consomem mais de 20 cigarros por dia, uma 
quantidade que teria produzido sintomas de toxicidade para uma pessoa que 
está começando a fumar. 
Os indivíduos com uso pesado de maconha em geral não têm consciência 
de que desenvolveram tolerância, embora esta tenha sido largamente 
demonstrada em estudos com animais e em alguns indivíduos. A tolerância pode 
ser difícil de determinar com base apenas na estória oferecida pela pessoa, 
porém, os testes laboratoriais acabam mostrando altos níveis sanguíneos 
daquela substância, juntamente com poucas evidências de intoxicação, o que 
sugere fortemente uma provável tolerância. 
Segundos os critérios diagnósticos do DSM-V, a Dependência de 
Substância se apresenta sob os seguintes sintomas: 
Um padrão problemático de uso de substâncias, levando ao 
comprometimento ou sofrimento clinicamente significativo, é manifestado por 
pelo menos dois dos seguintes critérios, ocorrido durante um período de 12 
meses: 
1. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: – 
necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para 
atingir a intoxicação ou o efeito desejado; – acentuada redução do efeito com o 
uso continuado da mesma quantidade de substância. 
2. Síndrome de abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes 
aspectos: – síndrome de abstinênciacaracterística para a substância; – a mesma 
substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para 
aliviar ou evitar sintomas de abstinência. 
 
7 
 
3. Desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir 
ou controlar o uso da substância. 
4. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades 
ou por um período mais longo do que o pretendido. 
5. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da 
substância, na utilização ou na recuperação de seus efeitos. 
6. Problemas legais recorrentes relacionadas ao uso de substâncias. 
7. Uso recorrente da substância, resultando no fracasso em 
desempenhar papéis importantes no trabalho, na escola ou em casa. 
8. Uso continuado da substância, apesar de problemas sociais e 
interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por seus 
efeitos. 
9. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são 
abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância. 
10. Uso recorrente da substância em situações nas quais isso 
representa perigo para a integridade física. 
11. O uso da substância é mantido apesar da consciência de ter um 
problema físico ou psicológico persistente ou recorrente, que tende a ser 
causado ou exacerbado por esse uso. 
2.1 O DSM-5 permite especificar: 
 
 Em remissão inicial: apesar de todos os critérios para transtorno por uso 
de substância terem sido preenchidos há menos de 12 meses, nenhum 
foi observado durante um período mínimo de três meses (com exceção 
do critério: “fissura”, ou um forte desejo ou necessidade de usar a 
substância que pode ocorrer). 
 Em remissão sustentada: apesar de todos os critérios para transtorno 
por uso de substância terem sido satisfeitos anteriormente, nenhum deles 
foi preenchido em qualquer momento durante um período igual ou 
 
8 
 
superior a 12 meses (com exceção do critério: “fissura”, desejo ou 
necessidade de usar a substância, que pode ocorrer nessa classificação). 
 Em ambiente protegido: este especificador é usado se o indivíduo se 
encontra em um ambiente no qual o acesso à substância é restrito (por 
exemplo, internação hospitalar para dependência) e está sendo mantido 
com alguma substância que tem efeito semelhante à droga que provocou 
a dependência, porém com uso controlado e sob prescrição médica. 
Exemplo: dependente de heroína mantido abstinente para essa droga, 
mas usando metadona (agonista). Em ambiente controlado: quando a 
pessoa não preenche os critérios e está em um ambiente que não tem 
acesso à droga que provocou a dependência. Um exemplo seria a 
internação com portas trancadas. 
 
 
 
Fonte:alessandrouniclinicas.com.br 
 
 
 
9 
 
2.2 Semelhanças Entre Os Critérios Cid-10 e Dsm-5 
 
 
 
Como pode ser visto na comparação entre as duas classificações, os itens 
abordados são praticamente idênticos, mudando apenas a forma da redação. Os 
dois sistemas (CID-10 e DSM-5) também diferem na terminologia: a CID-10 
 
10 
 
classifica os usuários com problema em uso nocivo (ou prejudicial harmful use, 
em inglês) ou dependência e o DSM-5 classifica em transtornos do uso de 
substâncias em um continuum, de leve a greve. Note outro aspecto fundamental: 
nenhum dos dois critérios menciona a quantidade ingerida de álcool ou de 
qualquer outra droga, pois esse aspecto é extremamente variado e está 
relacionado a diferenças individuais. 
 
3 FATORES ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS 
 
Fonte: www.trabalhosescolares.net 
A adolescência é um momento de grande impacto no desenvolvimento 
humano, e se molda como período crucial no que tange ao uso de drogas. De 
acordo com o Ministério da Saúde, a adolescência corresponde à faixa etária 
entre 10 e 20 anos – conforme critério definido pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS) – e consiste em um processo de emancipação afetado por 
diversos fatores nos quais atitudes, hábitos e comportamentos se encontram em 
transformação. 
 
11 
 
Os primeiros contatos com o álcool e outras drogas ocorrem, geralmente, 
durante esse período, no qual as estruturas cerebrais responsáveis pela 
percepção temporal e pelo controle de impulsos estão ainda em 
amadurecimento. A satisfação imediata proporcionada pelo uso de substâncias 
psicoativas (SPA) vem ao encontro do comportamento impulsivo e do 
imediatismo muitas vezes presentes nos jovens dessa faixa etária. Tal fato, 
somado às transformações físicas e psíquicas e aos conflitos com o meio familiar 
e social, acaba por aprofundar a vulnerabilidade inerente a essa população 
específica. 
Conforme Levinas (apud Bittencourt; Goldim, 2015, p.312) define 
vulnerabilidade como condição de todo ser humano, na medida em que todos 
estamos expostos ao outro e ao mundo, e por eles somos responsáveis. A fim 
de precisar o uso do termo “vulnerabilidade” e como seu conceito vem sendo 
aplicado e compreendido pela bioética, Neves parte do reconhecimento da 
vulnerabilidade, estendendo tal entendimento à apuração da existência de 
grupos e indivíduos especialmente vulneráveis, os quais devem ser protegidos 
em razão de sua condição agravada por circunstâncias e situações específicas. 
Essa mesma distinção é feita, pela bioética da proteção, que diferencia essas 
duas condições por meio dos termos “vulnerável” e “vulnerado”. 
Um dos principais aspectos na formação da identidade é a capacidade de 
reconhecer – se como um indivíduo único, com um papel a cumprir na estrutura 
familiar ou comunitária. Alguns adolescentes inicialmente utilizam o álcool e as 
drogas para recreação e terminam não desenvolvendo outras formas de 
divertimento ou descontração. 
Parte desses adolescentes terá dificuldade em manter relacionamentos 
afetivos sem o uso dessas substâncias, dificultando ainda mais o 
estabelecimento de laços mais fortes de relacionamento. 
Os eventos que demarcam a passagem da adolescência para a vida 
adulta podem não ser biológicos nem etários, mas sociais, como o início da vida 
sexual, a constituição de uma família ou a entrada no mercado de trabalho. 
 
12 
 
Quando esta etapa é concluída com sucesso, o adolescente apresenta 
autocontrole e autoestima. Caso este processo seja interrompido ou distorcido 
por algum motivo – doença, violência, privação excessiva, uso de drogas – a 
personalidade resultante pode ser excessivamente dependente de fatores 
externos, em vez dos internos, na determinação de comportamentos e da 
identidade. (Scivoletto,2011 apud Bittencourt; Goldim, 2015, p.311). 
As representações sobre a juventude, a posição social dos jovens e o 
tratamento que lhes é dado ganham significados específicos em diferentes 
contextos históricos, sociais e culturais (Peralva,1997 apud Piccolo e Leal, 
2011). 
Conforme proposto por Dias (2006 apud Rapizo,2011), a família é um 
lugar que se atualizam as tensões sociais. É onde ocorre a aprendizagem social, 
a distribuição das relações de autoridade e submissão, a definição dos papéis 
de gênero. Elas suscitam transformações sociais e respondem a essas 
mudanças em um diálogo constante. 
A adolescência é uma fase de grande vitalidade física e mental, em que 
os adolescentes precisam de oportunidades para extravasar sua energia. Além 
disso, este é um período crítico para o desenvolvimento de competências 
pessoais e interpessoais, bem como para a aquisição de habilidades que 
permitem a atuação e tomada de decisões. 
 
 
Fonte: www.sostenescavalcante.com.br 
 
13 
 
4 DEPENDÊNCIA QUÍMICA: MODELOS TEÓRICOS 
 
Fonte: www.clinicamaxwell.com.br 
A síndrome da dependência é tida como um grupo inter-relacionado de 
sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos. As incapacidades 
relacionadas ao álcool, por outro lado, consistem em disfunções 
físicas,psicológicas e sociais que se seguem direta ou indiretamente 
ao uso excessivo da bebida e da dependência. (EDWARDS; LADER, 
1994, apud Colett.C; 2010, p.12).Diferentes modelos tentam explicar a dependência química. A seguir, são 
apresentados os mais conhecidos. 
 
Modelo moral 
 
Para o modelo moral, o uso de substâncias e a dependência química 
seriam escolhas pessoais. Segundo esse conceito, o consumo seria uma forma 
de desrespeito às normas, transformando o paciente em um transgressor. Esse 
entendimento torna o indivíduo sujeito a críticas sobre a doença, sendo ele 
responsável por ela e, como tal, apto a arcar com todas as consequências em 
quaisquer situações. Esse modelo muitas vezes faz do paciente intoxicado um 
alvo de críticas, desatenção e punição em serviços de saúde. São exemplos de 
pensamentos gerados por essa concepção: “Tanta gente doente e esse aí 
causando confusão porque bebe” ou “Esse paciente vive chegando drogado no 
pronto-socorro. Melhor atender rápido e mandar logo embora. ” 
 
14 
 
O modelo moral é uma abordagem em desuso para o tratamento da 
dependência química. Apenas responsabilizar o paciente pelo quadro de 
intoxicação não torna o profissional diferente das pessoas em geral (família, 
empregador, vizinhos), as quais, muitas vezes, já apresentaram esse tipo de 
postura. O indivíduo é levado a responsabilizar-se como causador da 
dependência e por mantê-la por não ter a “força de vontade” que promove 
mudanças comportamentais bem-sucedidas. 
 
Modelo da temperança ou sobriedade 
 
No século XVIII, o consumo de álcool começou a ganhar mais atenção, e 
quadros de embriaguez passaram a ser considerados doença a partir de 
trabalhos científicos, como, por exemplo, aqueles publicados por Thomas 
Trotter. No final do século XIX, nos Estados Unidos, o modelo da temperança ou 
sobriedade surgiu e teve certa credibilidade até 1933, sendo a primeira tentativa 
estruturada para entender a etiologia do alcoolismo. Com a utilização desse 
modelo como forma de entendimento da dependência de álcool, o objetivo do 
tratamento seria a utilização cautelosa e moderada da substância. 
O modelo da temperança, diferentemente do modelo moral, não 
considerava a embriaguez um pecado cometido por falha de caráter do indivíduo, 
mas um hábito a ser desaprendido. O intuito seria encontrar um equilíbrio no 
consumo de álcool, de forma que o sujeito retornasse ao estágio anterior à 
dependência. Esse modelo servia para entender a dependência de álcool como 
uma espécie de termômetro físico e moral. 
Para Rush, o consumo “começa com uma escolha, torna-se um hábito e, 
depois, uma necessidade”. Deveria haver uma fronteira entre o consumo 
adequado e o patológico, e as pessoas que tivessem ultrapassado esse limite 
deveriam retornar ao consumo sem prejuízo. A Lei Seca, ocorrida entre 1919 e 
1932, foi o auge desse movimento, proibindo a fabricação e o consumo de 
bebidas alcoólicas. 
 
 
 
15 
 
Modelo da degenerescência neurológica 
 
Em 1849, Magnus Huss, na Suécia, publicou um trabalho científico no 
qual, pela primeira vez, a palavra alcoolismo foi utilizada, e o fenômeno foi 
entendido como uma patologia. Houve forte tendência a acreditar que o 
tratamento deveria ser igual ao de outras doenças na época: banhos de vapor, 
tônicos, uso de sanguessugas, etc. 
 
Modelo espiritual 
 
Em 1935, Bill Wilson e Robert Smith criaram os Alcoólicos Anônimos. A 
dependência de álcool, nesse modelo, é entendida como uma condição que o 
indivíduo é incapaz de superar por si só. A esperança de mudança consiste em 
entregar a vida a uma força superior, e, a partir daí, segui-la rumo à recuperação. 
Praticar o Programa de 12 Passos é fundamental para a recuperação. A partir 
do AA, diversas outras irmandades foram criadas seguindo, basicamente, a 
programação dos 12 passos. 
O Al-Anon e o Alateen foram criados para familiares de dependentes de 
álcool; além desses, há o NA (Narcóticos Anônimos), o DASA (Dependentes de 
Amor e Sexo Anônimos), o Neuróticos Anônimos, o CCA (Comedores 
Compulsivos Anônimos) e muitos outros. 
 
Modelo psicológico 
 
A seguir, são apresentadas diversas escolas de pensamento voltadas ao 
modelo psicológico que tentam explicar o surgimento da dependência química: 
 
 Condicionamento clássico – As situações do cotidiano provocam 
estímulos, produzindo respostas no indivíduo. 
 Condicionamento operante – O consumo de substâncias 
psicoativas – produzindo bem-estar, relaxamento e quadros de 
euforia ou retirando sensações de ansiedade e mal-estar (reforços 
positivos e negativos) – resultaria em padrões de comportamento. 
 
16 
 
 Modelo cognitivo-comportamental – Busca ressaltar a importância dos 
processos mentais sobre os comportamentos. O esforço do modelo volta-se 
para o entendimento das expectativas do indivíduo acerca dos efeitos do 
álcool e de outras substâncias. Expectativas positivas podem promover 
consumos mais pesados. 
O modelo de prevenção de recaída ressalta a importância dos processos 
cognitivos na evocação ou evitação da recaída. Os enfoques voltados para a 
teoria comportamental surgiram na primeira metade dos séculos XX, com 
Pavlov e Skinner, e preconizavam que situações capazes de prover o 
indivíduo de prazer e recompensa geram reforço positivo, aumentando as 
chances de manutenção do comportamento. 
Quando a pessoa aprende que o consumo de álcool é capaz de trazer alívio 
diante de situações estressantes, aumentam as chances de manter o 
comportamento para situações desse tipo e generalizá-lo para outras. 
 
 Modelo psicanalítico 
 
 A dependência de substâncias estaria ligada a tentativas de retorno a 
estados prazerosos infantis. A doença é explicada a partir da “hipótese da 
automedicação” a interações disfuncionais na primeira infância, como 
vulnerabilidade no desenvolvimento da autoestima, construção de 
relacionamentos e de intimidade problemáticos, habilidade de autoproteção com 
prejuízos e déficits de tolerância aos afetos. 
 
 Modelo de aprendizado social 
 
 Discorda que o indivíduo nasça dependente. O aprendizado não é só do 
contexto da substância, mas do que ela pode proporcionar ao indivíduo. O 
modelo sociocultural apresenta uma visão mais ampla sobre o papel da 
sociedade e das subculturas na modelagem dos padrões individuais de 
consumo, pois propõe intervenções macrossociais para atuar nas questões das 
substâncias (p. ex., aumento de preços, normas claras sobre o consumo, 
cumprimento de punições previstas, proibição de anúncios, etc.). 
 
17 
 
 
 
 Modelo sistêmico 
 
O comportamento individual é parte interativa de um sistema social mais 
amplo, no qual a família se destaca. No entendimento das atitudes do 
dependente, consideram-se seus relacionamentos (nos vários níveis). O sistema 
(família) tende a manter um equilíbrio – muitas vezes precário – que resiste às 
mudanças. O modelo propõe que a dependência química é um distúrbio familiar, 
e a mudança de comportamento do dependente provocaria desagrado ou 
resistência da família. A terapia familiar é um instrumento indicado para alcançar 
o sucesso terapêutico. 
 
 Modelo biológico 
 
O modelo biológico ganhou novo fôlego na década de 1970 e envolveu a 
etiologia com a fisiologia e a genética. O transtorno relacionado ao consumo de 
substâncias seria primário e independente de outras condições. Esse modelo 
estuda a herança genética e a constituição biológica do indivíduo e como tais 
características determinam o surgimento da dependência. 
Estudos com famílias, gêmeos e adoção enfatizam a importância das 
características biológicas dos indivíduos para o surgimento desse processo, 
como, por exemplo, estudos com gêmeos idênticos separados na infância e 
adotados por famílias com diferentes características evoluindo para quadros de 
dependência química na idade adulta. Na década de 1970, a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma nova conceituação sobre a 
dependência química, considerando-a como uma síndrome que obedece uma 
continuidade de gravidade. Além disso, estabeleceuuma distinção entre 
consumo abusivo e dependência. 
 
 Modelo biopsicossocial 
 
Segundo esse modelo, uma multifatoriedade está envolvida no 
surgimento da dependência química. As diferentes teorias associadas seriam 
 
18 
 
necessárias para determinar a doença, e o indivíduo não teria apenas uma única 
causa para explicar o desenvolvimento, o curso e o prognóstico do problema. 
A substância seria apenas um dos fatores de uma tríade que incluiria o 
indivíduo e a sociedade de que faz parte e na qual a substância se encontra. 
 
5 DEPENDÊNCIA FÍSICA E PSÍQUICA 
 
Fonte: www.colegioweb.com.br 
A dependência física ocorre pela adaptação das células à presença de 
substâncias químicas reassumindo sua função parcialmente normal. Para que o 
organismo tenha as reações semelhantes às do primeiro contato com a droga, 
são necessárias doses cada vez mais altas e com maior frequência. 
A dependência celular também implica uma adaptação de células isoladas 
à presença da droga em seu ambiente, mas neste caso a adaptação é tão severa 
que a célula não pode funcionar normalmente na ausência da droga (Edwards; 
Lader, 1994, apud Colett.C; 2010, p.14). 
 
19 
 
Com a dependência orgânica instalada, as células não conseguem 
funcionar “normalmente” quando há a ausência da droga. Essa perturbação no 
funcionamento celular é chamada de síndrome de abstinência, ou seja, 
incapacidade do organismo manter-se sem adição de álcool e/ou drogas. Essa 
síndrome é caracterizada por sinais e sintomas como: delirium tremens, ou seja, 
tremor intenso e alucinações. 
Inicialmente, os sintomas são mais leves, menos frequentes e ainda não 
interferem na capacidade do indivíduo manter suas relações sociais e 
produtivas; ansiedade, insônia e irritação podem ser atribuídas a outros fatores 
do dia-a-dia. 
Os sintomas mais perceptíveis, segundo Focchi (2001, p. 3), são: físicos 
(tremores, náuseas, vômitos, sudorese, cefaleia, câimbras, tontura); afetivos 
(irritabilidade, ansiedade, fraqueza, inquietação, depressão); senso percepção 
(pesadelos, ilusões, alucinações visuais, auditivas ou tácteis). 
Portanto, o organismo possui uma certa tolerância à dependência física. 
A tolerância é a capacidade das células funcionarem com a ingestão de doses 
em maiores ou menores quantidades e com maior ou menor frequência. Já a 
dependência física é caracterizada pelos sintomas estereotipados, pois, ao 
ingerir doses elevadas, o funcionamento neuronal fica alterado. 
Também há a dependência psicológica, praticamente imensurável, 
porque abrange o subjetivo. O usuário desenvolve um comportamento de busca 
das drogas. 
Portanto, pode-se afirmar que a dependência está ligada a valores 
intrínsecos e extrínsecos ao ser humano, uma vez que o vício não é 
desencadeado apenas por aspectos desviantes da personalidade, mas também, 
pela sociedade que historicamente busca uma nova sensação de prazer, muitas 
vezes sem medir as drásticas consequências. 
 
20 
 
6 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 
 
Fonte: pt.wikipedia.org 
Antes de classificar as substâncias psicotrópicas, é preciso conhecer 
alguns conceitos, os quais foram sistematizados pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS): 
Droga: “qualquer entidade química ou mistura de entidades (outras que 
não aquelas necessárias para a manutenção da saúde, como, por exemplo, água 
e oxigênio) que alteram a função biológica e possivelmente a sua estrutura”. 
Drogas psicoativas: “são aquelas que alteram comportamento, humor e 
cognição”. 
 Drogas psicotrópicas: “agem no SNC produzindo alterações de 
comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade 
reforçadora e sendo, dessa maneira, passíveis de autoadministração”. São os 
psicotrópicos, portanto, as substâncias que podem levar à dependência. 
Segundo Chaloult apud Zanelatto.N,2013, p.46, as substâncias 
psicotrópicas podem ser classificadas em: 
 
 
21 
 
6.1 Substâncias Depressoras do Sistema Nervoso Central 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
Os agentes depressores do sistema nervoso central (SNC) diminuem a 
atividade do sistema, lenteando seu funcionamento. Em termos de efeito, as 
consequências desse fenômeno são sonolência, diminuição da concentração, 
lentidão psicomotora, diminuição dos reflexos e sensação de relaxamento e 
tranquilidade. Fazem parte dessa classe as seguintes substâncias: 
 
Benzodiazepínicos 
 
São medicamentos cuja propriedade é a redução do estado de tensão e de 
ansiedade; são chamados também de ansiolíticos. No Brasil, os 
benzodiazepínicos à venda no mercado são: diazepam, bromazepam, clobazam, 
clonazepam, estazolam, flurazepam,flunitrazepam, lorazepam, nitrazepam e 
clordiazepóxido. 
A ação dessa classe de substâncias ocorre pela atuação no sistema 
neurotransmissor GABAérgico. Visto que a ansiedade e a tensão são resultados 
do hiperfuncionamento de determinadas áreas do nosso cérebro, os 
benzodiazepínicos exercem o efeito contrário, isto é, inibem os mecanismos que 
 
22 
 
funcionam de maneira exagerada, provocando um estado de tranquilidade, 
relaxamento e alheamento em relação aos estímulos do ambiente, gerando 
reações prazerosas. 
 
 
Álcool 
O termo “álcool”, utilizado no cotidiano, corresponde, na verdade, ao álcool 
etílico, obtido pela fermentação de açúcares ou carboidratos presentes em 
vegetais. Trata-se de uma substância lícita, cuja venda é permitida para 
indivíduos maiores de 18 anos e de consumo incentivado no contexto social, fato 
evidenciado pelas propagandas na mídia. Essas características modificam o 
enfoque terapêutico e de prevenção do uso dessa substância. 
O álcool provoca alterações em vários sistemas neuroquímicos cerebrais. Sua 
ingestão provoca a inibição do sistema glutamatérgico – do qual faz parte o 
glutamato, o neurotransmissor estimulante mais potente do SNC – e a liberação 
do ácido GABA (ácido g-aminobutírico). Esse ácido é o principal 
neurotransmissor inibitório do SNC, da serotonina, da acetilcolina e de opioides 
endógenos, responsável pela sensação de prazer e bem-estar mediada pela 
liberação de dopaminano nucleus acumbens. Devido ao efeito exercido em 
diversos neurotransmissores cerebrais, o efeito agudo do álcool sobre o SNC 
não é único. Em geral, primeiro ocorrem euforia e desinibição e, depois, os 
efeitos depressores do SNC. 
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) (2009), apud 
Colett.C; 2010, p.12: 
Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. 
Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o 
consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6.000 
a.C. Sendo, portanto, um costume extremamente antigo e que tem 
persistido por milhares de anos. 
 
 
 
 
23 
 
Solventes 
 
Esse grupo é composto por diversas substâncias diferentes pertencentes ao 
grupo químico dos hidrocarbonetos: cola, benzina, gasolina, vernizes, esmaltes, 
removedores,fluido de isqueiro, acetona, lança-perfume (cloreto de etila), 
“cheirinho da loló” (clorofórmio), etc. 
O mecanismo de ação dos solventes ainda é obscuro por ser muito complexo, 
mas parece estar relacionado ao estímulo dos sistemas dopaminérgico e 
noradrenérgico, com estimulação do SNC e do sistema GABAérgico, além da 
inibição do sistema glutamatérgico, com depressão do SNC. 
Dessa forma, os efeitos dos solventes são semelhantes aos do álcool, ou seja, 
inicialmente euforia e, em seguida, depressão. Em doses maiores, pode ocorrer 
depressão profunda do SNC, com perda da consciência, convulsões e até morte. 
É preciso considerar que os solventes são substâncias voláteis, o que torna 
praticamente impossível dosar a quantidade inalada, sendo muito frequente a 
ocorrência de overdose. 
 
Opiáceos 
 
O ópio é obtido a partir de uma planta chamada Papaver somniferum, 
popularmente denominada papoula-do-oriente. Desse preparado inicial, é 
possível extrair a morfina, principal substância opióidenatural, e a codeína, 
utilizada como medicamento de ação antitussígena. Uma pequena modificação 
na estrutura química da morfina dá origem à heroína, importante opiáceo 
considerado semissintético por conta da forma como é obtido. Há, ainda, 
substâncias de efeito semelhante ao dos opiáceos, mas totalmente obtidas em 
laboratório e, portanto, consideradas sintéticas, como metadona, meperidina e 
propoxifeno. 
As aplicações clínicas mais comuns dessa classe de agentes estão relacionadas 
aos efeitos analgésico (extremamente potente), antitussígeno e antidiarreico. 
 
24 
 
Esses efeitos são obtidos pelo estímulo dos receptores opioides presentes no 
SNC, normalmente ocupados por um peptídeo endógeno chamado endorfina. 
Quando esse sistema é ativado, ocorre o bloqueio da transmissão da dor e a 
alteração da percepção dolorosa no centro da dor existente no cérebro. O efeito 
provocado pelos opioides é muito mais potente do que aquele observado em 
condições naturais, e a capacidade que eles têm de anestesiar não apenas a dor 
física, mas também a psicológica, é uma das principais responsáveis pelo prazer 
obtido com seu uso. 
 
6.2 Substâncias Estimulantes do Sistema Nervoso Central 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
As substâncias estimulantes do SNC aceleram a atividade deste, 
causando aceleração da atividade psicomotora. Essa hiperexcitabilidade 
aumenta o estado de alerta e o poder de concentração, diminui o sono e o 
apetite, gera sensação de euforia e provoca irritabilidade. São apresentadas, a 
seguir, as substâncias que fazem parte dessa classe. 
 
 
25 
 
Cocaína e crack 
 
A cocaína é extraída da folha de coca, cujo nome científico é Erythroxylum 
coca, originária das regiões andinas da América do Sul. Após o processo de 
refino, a cocaína é apresentada na forma de pó, o qual pode ser aspirado ou 
diluído e injetado diretamente na veia. O crack é obtido a partir da mistura da 
pasta de cocaína com bicarbonato de sódio. Nessa apresentação, ocorre a 
queima do produto, que é fumado pelo usuário. A diferença na via de 
administração da substância confere características muito diferentes à potência 
e à duração de seus efeitos. 
O efeito da cocaína ocorre por meio do bloqueio abrupto e agudo da 
receptação de dopamina das fendas sinápticas no SRC, com o consequente 
aumento repentino de sua quantidade, o que gera a sensação de intenso prazer. 
Além desse efeito psicoestimulante, a cocaína também tem propriedades 
anestésicas e vasoconstritoras. 
 
Anfetaminas 
 
As anfetaminas são substâncias sintéticas com grande poder estimulante, 
capazes de gerar efeitos euforizantes, reduzir a fadiga e aumentar o estado de 
alerta. Além da própria anfetamina, esse grupo inclui seus derivados, entre os 
quais se destacam o femproporex, a dietilpropiona, o metilfenidato, a pemolina, 
o mazindol, as metanfetaminas (ice, cristal) e o ecstasy. Assim como acontece 
com a cocaína, o efeito das anfetaminas ocorre pelo bloqueio da recaptação de 
dopamina das fendas sinápticas no SRC. As anfetaminas inibem a 
monoaminoxidase, enzima que metaboliza a dopamina da fenda sináptica; tal 
característica confere às anfetaminas o efeito mais duradouro quando 
comparadas à cocaína. 
 
 
 
 
26 
 
Tabaco 
 
Embora tenham sido identificadas milhares de substâncias químicas 
capazes de causar danos à saúde, a nicotina é a substância presente na folha 
de tabaco capaz de gerar dependência por conta de suas propriedades 
farmacológicas. Esse efeito ocorre porque a nicotina pode agir em diversos 
neurotransmissores, como a dopamina, a noradrenalina, a serotonina e a 
acetilcolina. Observam-se aumento do estado de alerta e melhora da atenção, 
concentração e memória. 
 
 
Fonte:proavirtualg10.pbworks.com 
 
 
 
27 
 
6.3 Substâncias Perturbadoras do Sistema Nervoso Central 
 
 
Fonte: extremosbioquimica.blogspot.com 
As substâncias perturbadoras do SNC provocam perturbação da atividade 
cerebral, o que gera quadros alucinatórios, geralmente de natureza visual. São 
consideradas psicoticomiméticas porque mimetizam estados psicóticos (delírios, 
alucinações,perda da noção de realidade) nos indivíduos que as utilizam. Fazem 
parte dessa classe as seguintes substâncias: 
 
Cannabis 
 
O princípio ativo puro da Cannabis é o D-9-tetra-hidrocanabinol (THC). No 
Brasil, a apresentação mais comum dessa droga é a maconha (erva, fumo, 
marijuana, beck, etc.). Trata-se de uma mistura de folhas, sementes, caules e 
flores secas da Cannabis sativa, a planta da maconha, e é a concentração de THC 
que determina sua potência. Nos anos 1960, essa concentração girava em torno 
de 1%; hoje, atinge níveis em geral quatro vezes maiores, e há algumas cepas 
especialmente modificadas para chegar a 20% de concentração. Além disso, há 
 
28 
 
outras formas potencializadas de maconha: o haxixe, por exemplo, é uma resina 
concentrada extraída das flores da planta da maconha, cuja potência pode ser 
de 5 a 10 vezes maior do que a da maconha comum. O óleo de haxixe é um óleo 
essencial retirado da mesma planta por meio do uso de vários tipos de solventes, 
e as concentrações de THC nesse óleo podem variar de 15 a 50%. 
O efeito do THC no cérebro ocorre por meio dos receptores específicos 
no SNC (córtex, hipocampo, hipotálamo, cerebelo, amígdala, giro do cíngulo 
anterior e gânglios da base) com a ocorrência de alterações cognitivas 
(afrouxamento das associações e fragmentação do pensamento; prejuízo da 
memória de fixação e da atenção; incapacidade de falar de forma coerente, 
elaborar conceitos e tomar decisões de maneira lógica; alterações do humor; 
aumento do apetite; e falta de coordenação motora). 
Os efeitos reforçadores mais comuns são sensação de relaxamento, leve 
euforia, alteração da percepção do tempo (sensação de que o tempo passa mais 
devagar), intensificação das experiências sensoriais normais e aumento da 
sociabilidade. Também podem ser observados efeitos desagradáveis, como 
ansiedade, disforia, ideias delirantes geralmente paranoides e alucinações; a 
classificação da Cannabis como perturbadora do SNC é justificada por esses 
efeitos. 
 
LSD 
O LSD é o mais clássico e potente dos alucinógenos, e sua obtenção 
acontece exclusivamente em laboratório. Seu efeito ocorre pelo bloqueio da 
ação da serotonina, responsável pela inibição sobre a dopamina no SRC, 
gerando, dessa forma, a sensação de euforia. As alucinações visuais 
(paisagens, pessoas, objetos simbólicos, padrões geométricos, etc.) são muito 
comuns, mas pode haver mistura de sentidos (sons podem ser vistos, e objetos, 
ouvidos). Pode haver perda ou dificuldade na distinção dos limites do corpo 
(alteração da autoimagem corporal) e sensação de que o tempo parou. 
 
 
 
29 
 
 
Cogumelos 
Os cogumelos não comestíveis pertencentes aos gêneros Psilocybe, 
Panaeolus e Conocybe somam cerca de 15 espécies e são originários da América 
do Norte; seus princípios ativos são a psilocibina e a psilocina. A ingestão desses 
cogumelos gera sintomas mais leves, mas semelhantes aos efeitos gerados pelo 
LSD. 
 
Anticolinérgicos 
 
São substâncias que têm a capacidade de bloquear a ligação da 
acetilcolina aos seus respectivos receptores. Os anticolinérgicos podem ser 
encontrados em plantas como beladona e mandrágora e também nas plantas do 
gênero Datura. O consumo desse tipo de substância com fins recreacionais não 
é comum. Quando utilizados em doses elevadas, os anticolinérgicos podem 
provocar efeitos sobre o psiquismo, como delírios, confusão mental e perda da 
memória para fatos recentes. Podem ocorrer também efeitos somáticos, como 
dilatação pupilar, boca seca, taquicardia, diminuição do trânsito intestinal e 
dificuldade para urinar. 
 
7 ASPECTO SOCIAL, PROFISSIONAL DA TOXICOMANIA E OS 
CONFLITOS FAMILIARES 
Segundo a OMS a toxicomania é um estado de intoxicação periódica ou 
crônica, nociva ao indivíduo e à sociedade,produzida pelo consumo de uma 
droga natural ou sintética. 
Na medicina, muitas drogas são utilizadas. Em pequenas dosagens e, 
quando controladas, bem controladas curam diversas doenças. Porém, o uso 
excessivo intoxica o organismo trazendo prejuízos à saúde biopsicossocial. 
Devido à falta de esclarecimento, a população fica indefesa diante dos 
 
30 
 
acidentes diários que prejudicam a saúde pública. Chegando ao atendimento de 
emergência, muitos pacientes estão em alto grau de intoxicação com 
dependência física e/ou psicológica e sem condições de explicar sobre o 
contexto em que foi utilizado o agente tóxico o que pode comprometer sua 
própria vida. Os familiares nem sempre conseguem esclarecer os fatos. 
Muitas pessoas não conseguem administrar os tóxicos e tornam-se 
dependentes física e psicologicamente, mas, é importante destacar, o 
dependente é um sujeito que reflete as relações sociais e familiares. É uma 
expressão da questão social que envolve inúmeras variáveis. É um reflexo 
histórico-social das condições pessoais (singulares) e sociais do sujeito, o qual 
pode optar por um atendimento médico, psicológico ou social para sair deste tipo 
de alienação. 
Quando o dependente químico procura tratamento, é fundamental a 
participação da família. Muitas vezes, quem procura o médico primeiramente é 
um familiar que, preocupado, assustado ou desorientado pensa em encontrar 
alternativas para a abordagem do problema. 
Segundo Focchi (2001, p. 72), “algumas famílias podem ser encaminhadas a 
grupos de autoajuda, no intuito de aprender a lidar com a questão, bem como 
obter apoio”. 
A família que recebe orientação e apoio fica em melhores condições 
psicológicas de enfrentar os problemas causados pelo adicto e, assim, oferecer 
uma base para as mudanças de vida necessárias para o sucesso de tratamento. 
Em muitos casos, a família tende a acusar os supostos amigos do usuário de 
drogas pelo grau de dependência apresentado. Desse modo, os pais sentem 
isenção de culpa, remorso e escondem do terapeuta a fragilidade das relações 
familiares o que dificulta a abordagem. 
É comum encontrar dificuldade de relacionamento, afeto, falta de limites 
e estabelecimento dos papéis na estruturação familiar do dependente químico. 
Mas, através da terapia familiar, é possível trabalhar os conflitos familiares 
proporcionando um relacionamento mais seguro com base para a efetivação de 
mudanças. 
 
31 
 
8 O ELO ENTRE A TEORIA COGNITIVA E A TEORIA COMPORTAMENTAL 
 
Fonte: www.melissapascoal.com.br 
Pela teoria cognitiva, a dependência química resulta de uma interação 
complexa entre cognições (pensamentos, crenças, ideias, esquemas, valores, 
opiniões, expectativas e suposições); comportamentos; emoções; 
relacionamentos familiares e sociais; influências culturais; e processos 
biológicos e fisiológicos. A TC, obviamente, focaliza primordialmente os 
processos cognitivos. Estes, por sua vez, interagem com os sistemas 
emocionais, ambientais e fisiológicos, determinando se uma pessoa terá maior 
ou menor probabilidade de ser dependente. 
A prática clínica da TC prescinde da teoria. Assim, a TC pode ser 
considerada a aplicação da teoria cognitiva de psicopatologia a um caso 
individual. Ela relaciona os vários transtornos psiquiátricos a variáveis cognitivas 
específicas e se fundamenta em diversos princípios formais e abrangentes. Na 
teoria da TC, a natureza e a função do processamento de informação e de 
atribuição de significados aos acontecimentos da realidade constituem a chave 
para entender o comportamento mal adaptado. 
A teoria comportamental da dependência química tem seu foco nas 
teorias do aprendizado social (condicionamento clássico, aprendizagem 
instrumental e modelagem), que será detalhado mais adiante. 
 
32 
 
Entretanto, cognições e comportamentos têm intima relação. A teoria 
cognitiva tem como uma de suas premissas básicas o fato de que a cognição 
tem primazia sobre a emoção e sobre o comportamento. 
Em outras palavras, para a teoria cognitiva, mais importante que a 
situação real são as cognições associadas a elas. São as avaliações atribuídas 
à situação específica que influenciam as emoções e os comportamentos. 
Além disso, no processo terapêutico, as mudanças cognitivas precedem 
as mudanças emocionais e comportamentais. Embora haja significativas 
diferenças entre a teoria cognitiva e a teoria comportamental, tem sido debatido, 
ultimamente, que a teoria cognitiva constitui-se como unificadora para a 
psicoterapia e para a psicopatologia. 
A TC utiliza um conjunto de técnicas dentro do enquadre do modelo 
cognitivo da psicopatologia, mas utiliza também técnicas derivadas dos modelos 
comportamentais. Dada esta complexa relação, recomendamos que a Terapia 
Cognitiva, a Terapia Comportamental e, principalmente, a combinação delas, 
sejam aplicadas por profissionais devidamente treinados, com formação e que 
dominem o conhecimento teórico. 
Já a Prevenção de Recaída e o Treinamento de Habilidade não consistem 
formalmente num modelo de terapia. A PR e o TH assentam-se nas teorias 
cognitivas e comportamentais e sua aplicação clínica baseia-se em técnicas 
mais aprimoradas para o comportamento de uso de drogas. Portanto, a PR e o 
TH são ideais para serem utilizados pelos psiquiatras gerais, com treinamento 
adequado, sem a necessidade da formação nem das supervisões 
recomendadas por Beck, no caso da TC e TCC. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
9 TEORIA E TÉCNICA COGNITIVA APLICADA À DEPENDÊNCIA QUÍMICA 
 
Fonte: alessandrouniclinicas.com.br 
A TC é uma abordagem estruturada ou semiestruturada, diretiva, ativa e 
de prazo limitado. Ela se fundamenta na racionalidade teórica de que o afeto e 
o comportamento de um indivíduo são, em grande parte, determinados pelo 
modo como ele estrutura o mundo. Neste sentido, mais importante do que a 
situação real, é a avaliação que o indivíduo faz a respeito dela. Uma mesma 
situação pode, portanto, desencadear diferentes emoções (tristeza, raiva, 
ansiedade, etc). Por exemplo, imaginemos um indivíduo que chega à garagem 
do seu prédio e percebe que esqueceu as chaves do carro no apartamento. Ele 
pode avaliar esta situação de várias maneiras. Exemplifiquemos duas: 
 
1) ao perceber que está sem as chaves, ele pode pensar que é uma 
pessoa “azarada” e que seu dia começara ruim; a emoção que acompanha essa 
avaliação é tristeza e desânimo. Com este sentimento, seu desempenho no 
trabalho tende a ser baixo. 
 
34 
 
 2) ele pode, ao contrário, pensar que, se subir ao apartamento para pegar 
as chaves, vai se atrasar. A emoção que ocorre neste caso é ansiedade. Ele 
chega ao trabalho tão ansioso que não consegue seguir a programação do dia: 
seu desempenho também cai. O objetivo da TC é reestruturar as cognições 
disfuncionais e dar flexibilidade cognitiva no momento de avaliar situações 
específicas. Como a exemplificada acima. A TC visa à resolução de problemas 
focais, objetivando, em última análise, dotar o paciente de estratégias cognitivas 
para perceber e responder ao real de forma funcional. 
A TC contrasta com a BT por dar maior ênfase às experiências internas 
(pensamentos, sentimentos, desejos). O terapeuta cognitivo formula as idéias e 
crenças disfuncionais do paciente sobre si, sobre suas experiências e sobre seu 
futuro em hipóteses e, então, testa a validade dessas hipóteses de uma forma 
objetiva e sistemática. 
Beck preconiza que as crenças adictivas giram em torno da busca de 
prazer, da solução de problemas e do alívio do desconforto e variam de pessoa 
para pessoa e com o tipo de droga preferida. Entre as crenças adictivas, cita: 
• a droga é necessária para manter o equilíbrio psicológico ou emocional; 
• a droga melhorará o funcionamento social e intelectual; 
• a droga trará prazer e excitação; 
• a droga fornecerá força e poder; 
• a droga terá efeito calmante; 
• a droga trará alívio paraa monotonia, ansiedade, tensão e depressão; 
• sem o uso da droga, o craving – fissura – continuará, indefinidamente e 
cada vez mais forte. 
Em oposição às crenças adictivas, os pacientes apresentam crenças de 
controle, aquelas que diminuem a possibilidade do uso e abuso de substâncias 
Os dependentes lidam com situações mistas, ou seja, convivem com a 
coexistência de crenças adictivas e crenças de controle. 
 
Os pilares conceituais da prática de TC são os seguintes: 
 
 
35 
 
- Esquemas e Crenças Básicas 
 
Os Esquemas são estruturas psíquicas que contêm avaliações 
firmemente estabelecidas. O Esquema, se traduzido em palavras, forma 
criações hipotéticas chamadas de Crenças Básicas. As Crenças Básicas, 
quando disfuncionais, caracterizam-se por serem irracionais, 
supergeneralizadas e rígidas. Levam a sofrimento psíquico e comportamentos 
mal adaptados, além de impedirem a realização de metas. A Tabela 1 mostra 
alguns exemplos de Esquemas Cognitivos disfuncionais e suas respectivas 
Crenças Básicas. Segundo Beck, as Crenças Básicas disfuncionais podem ser 
classificadas em dois tipos: 
1) Crenças de Desamparo e 
2) Crenças de “Não ser querido”. 
 
- Pensamentos automáticos 
 
As Crenças Centrais Básicas são avaliações genéricas sobre si mesmo, 
sobre o outro e sobre a relação com o mundo que o cerca. Na maioria das vezes, 
tais crenças não são conhecidas e claras para o indivíduo (são inconsciente) 
mas, sob determinadas circunstâncias, influenciam a percepção sobre as coisas 
e é expressa como pensamento automático, específico a uma situação. Os 
pensamentos automáticos derivam de um “erro” cognitivo e têm íntima relação 
com as crenças. 
 
- Estratégia compensatória 
 
São comportamentos que visam aliviar ou anular os pensamentos 
automáticos e emoções negativas. Por exemplo, imaginemos um paciente 
músico, diante de uma situação na qual vai se apresentar publicamente. Ocorre-
lhe um pensamento: “Vou errar”. Lembrando que o pensamento automático é 
uma constatação inflexível, o paciente sente-se triste, com medo e ansioso. Ele, 
então, faz uma suposição: “se eu beber, conseguirei ficar menos ansioso e 
 
36 
 
poderei me apresentar”. Pede uma bebida alcoólica e bebe. O comportamento 
de busca e ingestão do álcool é um exemplo de Estratégia Compensatória. 
Poderíamos nos perguntar: por que esse conjunto de cognições ocorreu? 
Uma explicação possível seria a seguinte: o fato de ser exposto a essa 
situação ativou, neste paciente, um Esquema disfuncional que, em palavras, 
seria: “Sou inadequado“; “Sou incapaz”. A partir desta ativação, desencadeou-
se todo o processo cognitivo descrito. 
O terapeuta cognitivo chega a hipóteses semelhantes à descrita acima ao longo 
do processo terapêutico. Ele vai testando, reconstruindo suas hipóteses e se 
aproximando da Estrutura Cognitiva do paciente. Essa construção da hipótese 
cognitiva global é chamada de Conceituação Cognitiva, cujo conceito segue 
abaixo. 
 
- Conceituação Cognitiva 
 
A Conceituação Cognitiva é uma hipótese sobre pensamentos, suposições, 
emoções e crenças do paciente. Ela pode ser reformulada no decorrer da 
terapia, à medida que novas informações e evidências vão se reunindo. 
 
10 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE DE CONCEITUAÇÃO COGNITIVA 
 
Vamos entender como o terapeuta cognitivo constrói a hipótese da 
Conceituação Cognitiva. As experiências de vida precoce podem influenciar o 
desenvolvimento de uma Crença Básica disfuncional. 
Imaginemos o seguinte exemplo: um paciente com diagnóstico de Uso Nocivo 
do Álcool e Episódio Depressivo relata, em sua história infantil, que o pai era 
extremamente crítico, desvalorizava o que ele fazia e o comparava com o irmão 
mais velho o tempo todo. 
 
37 
 
O paciente, no plano inconsciente, começa a formular, através destas 
e outras experiências, uma hipótese sobre si mesmo (sua auto eficácia, sua 
condição de ser querido, etc), formando os Esquemas. Essa avaliação sobre si 
mesmo, em palavras, compõe a Crença Básica. Por exemplo, constroem-se 
algumas crenças, tais como “não sei fazer nada certo”, “meu pai não gosta de 
mim”, “não sou uma pessoa querida”. 
A partir da crença, o paciente faz algumas suposições. Por exemplo: 
“não sou querido porque não faço nada certo, logo, se eu me esforçar muito, eu 
conseguirei fazer algo bem-feito e, se nunca errar, meu pai gostará de mim”. 
Essas suposições influenciarão, inevitavelmente, o seu comportamento. Diante 
de situações específicas, essas crenças e suposições serão ativadas e ele 
desenvolverá padrões comportamentais denominados de Estratégias 
Compensatórias. As Estratégias Compensatórias visam aliviar a aflitiva Crença 
Básica. 
 
 
Beck JS.Terapia Cognitiva, teoria e prática 
 
38 
 
11 ESTRUTURA DAS SESSÕES DE TC 
A TC é uma abordagem de forma estruturada, diretiva, focal e de prazo 
limitado (12 a 24 sessões). Ela se baseia numa relação genuína entre paciente 
e terapeuta, pautada pela empatia e colaboração mútua. A primeira sessão pode 
ser estruturada como segue: 
1. Estabelecer uma agenda explicitamente, por escrito, para a sessão; 
2. Estabelecer o início de uma relação empática; 
3. Identificar o foco principal da terapia; 
4.Coletar informações (queixa atual, história do problema, 
antecedentes, comorbidades); 
5. Utilizar as informações e queixa para estabelecer uma meta compartilhada 
com o paciente; 
6. Educar o paciente sobre a metodologia utilizada na terapia; 
7. Iniciar um raciocínio teórico visando à construção da Conceituação 
Cognitiva; 
8. Estabelecer um contrato de parceria com a participação do paciente, 
incluindo custos, a necessidade dos deveres entre as consultas e o sigilo. 
 
As demais sessões podem ser estruturadas da seguinte maneira: 
1. Construir uma agenda para a sessão, baseando-se nos acontecimentos da 
semana, na demanda do paciente e no foco da terapia (breve atualização, por 
exemplo sobre o uso de droga) e nas metas estabelecidas; 
2. Fazer uma ponte com a sessão anterior; 
3. Revisar a tarefa de casa; 
6. Discutir os tópicos do roteiro estabelecido na agenda (item 1); 
7. Estabelecer a nova tarefa de casa; 
8. Fazer um resumo do que foi discutido na sessão e dar feedback. 
 
 
39 
 
 
Fonte:alcoolpsi.blogspot.com 
12 TÉCNICAS UTILIZADAS PELA TERAPIA COGNITIVA 
 
As técnicas utilizadas visam identificar, testar a realidade e corrigir as 
conceituações cognitivas distorcidas. O paciente é instruído sobre seu problema 
sobre a terapia. A própria terapia é uma experiência de aprendizado para o 
paciente. Durante o processo terapêutico, o paciente aprende as técnicas 
utilizadas pelo terapeuta para que se torne o seu próprio terapeuta. 
As técnicas mais usadas na TCC do dependente químico, embora sejam 
de uso comum nas terapias cognitivas em geral, serão sucintamente descritas a 
seguir: 
 
40 
 
Identificação de pensamentos automáticos (PA) Avaliação e 
questionamento de PA Registro diário de pensamentos automáticos 
disfuncionais (RPD) Identificação de crenças Avaliação e modificação de 
crenças Seta descendente Solução de problemas Exame das vantagens e 
desvantagens Distração, Agendamento e monitorização, Exposição gradual e 
dificuldade crescente, Experimentos comportamentais, Cartões de 
enfrentamento, Relaxamento Exercício físico, Dramatização, Treinamento de 
assertividade. 
 
Identificação de pensamentos automáticos (PA) 
 
Logo após uma importante modificação de humor ou o surgimento de forte 
vontade de usar a droga, o terapeuta, ou o próprio paciente, deve investigar: o 
que você estava pensando naquele momento, naquela situação? Que 
pensamento você acha que lhe passou pela cabeça? 
 Outras perguntas podem auxiliar a i certificação do pensamento 
automático: O que você acha que estava pensando naquela situação? Que 
pensamento lhe passou pela cabeça? Poderia estar pensando... ? Ou? O que 
essa situação significoupara você? Será que você pensou…… ? (O terapeuta 
propõe um pensamento neutro ou oposto ao esperado.) 
 
Avaliação e questionamento de PA 
 
Após a identificação de um ou mais pensamentos automáticos, o 
terapeuta vai auxiliar o paciente a avaliar sua veracidade, utilidade e 
consequências. Usa, para isso, o método do questionamento socrático, guiando 
o paciente para chegar às suas próprias conclusões, mas também treinando-o 
para realizar esse exercício sozinho. 
 O paciente deve avaliar, de O a 10, o quanto acredita em seu 
pensamento – e depois questioná-lo. As perguntas básicas do questionamento 
socrático são: 
 
41 
 
Quais as evidências reais a favor deste pensamento? Quais as evidências 
reais contra este pensamento? Poderia haver outra explicação? Outra hipótese? 
Se o PA for verdadeiro, o que de pior poderia acontecer? Você conseguiria 
superar isto? O que de melhor poderia acontecer? Qual o resultado mais 
provável? O que você deveria fazer a esse respeito? Qual a consequência de 
você acreditar neste pensamento? O que poderia fazer para modificar este 
pensamento? O que você diria para um amigo ou parente que estivesse nessa 
situação? 
É óbvio que nem sempre todas as perguntas serão formuladas e, muitas 
vezes, terão que ser adaptadas. Após o questionamento e ser reavaliado o 
quanto o paciente ainda acredita no PA. 
 
Registro Diário de Pensamentos Disfuncionais (RPD) 
 
Treinar o paciente e solicitar que ele registre seus pensamentos 
disfuncionais, no final do dia, de preferência, ainda na vigência do desconforto 
psicológico, é técnica muito utilizada na TCC. No tratamento dos dependentes 
químicos, o mesmo é feito em relação às fissuras. Os usuários tendem a seguir 
usando drogas em função de seus pensamentos automáticos e crenças 
disfuncionais e das emoções negativas resultantes. O preenchimento do RPD 
ainda durante a fissura ocupa um tempo no qual pode ocorrer a diminuição da 
mesma. Além disso, o exame da adequação e da veracidade dos PA pode levar 
à redução da intensidade da fissura. 
 O preenchimento do RPD como tarefa de casa, no intervalo das 
sessões, oportuniza ao paciente seguir identificando, avaliando e questionando 
seus pensamentos automáticos. E permite ao terapeuta ter uma ideia do que 
realmente ocorre com seu paciente entre as sessões. 
 
 
 
 
 
42 
 
Identificação de crenças 
 
As crenças sobre drogas, sobre fissuras e as crenças intermediárias e 
centrais do paciente podem ser identificadas pelo uso das mesmas técnicas: 
observando quando um pensamento automático expressa uma crença; usando 
a técnica da seta descendente a partir de um PA; examinando diversos PA e 
encontrando uma temática comum; pinçando uma suposição do paciente 
e explorando-a; aplicando inventários de crenças sobre uso de drogas e sobre 
fissuras. 
 
Avaliação e modificação de crenças 
 
A avaliação e a modificação de crenças é uma atividade central na terapia 
cognitiva em geral. Na TCC dos dependentes químicos, isso se repete. 
 Crenças centrais e crenças intermediárias identificadas, muitas vezes 
relacionadas com a co-morbidade apresentada pelo paciente (frequentemente 
transtorno depressivo, transtorno de ansiedade e da personalidade), precisam 
ser modificadas, para que seja obtida melhora mais duradoura. 
 As crenças adictivas identificadas, sejam antecipatórias, de alívio ou 
permissivas, devem ser modificadas, e crenças de controle devem ser 
reforçadas, elaboradas e testadas. Para isso, podem ser usados: o 
questionamento socrático; o exame das vantagens e desvantagens de acreditar 
na crença; o experimento comportamental; a dramatização. 
 
Seta descendente 
 
É uma técnica usada, com frequência, para atingirmos uma crença a partir 
da identificação de um PA. Parte-se do PA questionando: se isto é verdadeiro, 
significa o quê? E se isto é verdadeiro, significa o quê? De maneira repetitiva, 
até que muitas vezes chega-se a uma crença central. Exemplo: 
Pensamento automático: “Não dá para ir a uma festa e não beber”. 
 
43 
 
Se isto é verdade, significa o quê?: “Que eu não consigo me divertir se não 
beber”. E não se divertir na festa, significa o quê?: “Não vou poder falar com 
ninguém, dançar”.E se for assim, significa o quê?: “Que eu sou uma porcaria, 
não sou de nada”. Ser uma porcaria, não ser de nada, significa o quê?: “Que eu 
sou um incapaz, um fracasso” – a crença central subjacente. 
 
Solução de problemas 
 
É técnica básica na TCC e pode ser treinada e utilizada desde o início da 
terapia. Ela visa a auxiliar o paciente a: identificar e delimitar o problema; pensar 
nas diversas soluções possíveis (tempestade de ideias); examinar os prós e os 
contras para cada solução pensada; escolher a melhor solução disponível; 
colocá-la em prática; avaliar a efetividade e a adequação da solução escolhida. 
 
Exame das vantagens e desvantagens 
 
É uma técnica utilizada para auxiliar os pacientes na tomada de decisões. 
O paciente é estimulado a escrever as vantagens e desvantagens de 
determinada decisão ou comportamento e examiná-las e, então, tomar sua 
decisão. Pode ser utilizada, também, na análise sobre a conveniência de manter 
determinada crença ou de aceitar uma crença nova. 
 Na TCC das dependências químicas, ela pode ser usada para examinar 
as vantagens e desvantagens do uso da droga e da abstinência na motivação 
do paciente, no trabalho de modificação das crenças adictivas e na elaboração 
de novas crenças de controle. 
 Os usuários de drogas, tipicamente, mantêm crenças que minimizam as 
desvantagens do uso e maximizam suas vantagens. Os pacientes são 
orientados a preencher uma matriz, com quatro áreas, nas quais listarão as 
vantagens de usar, as desvantagens do uso, as vantagens e as desvantagens 
da abstinência. 
 
 
44 
 
 
Distração 
 
Esta é uma técnica importante no manejo da ansiedade e da fissura. 
Nestas condições, ansiosa e fissurada, a pessoa tende a concentrar sua atenção 
nas várias sensações corporais e nos pensamentos automáticos concomitantes. 
A “distração” consiste no esforço para mudar o foco da atenção do mundo 
interno para o ambiente externo. 
Como exemplos de distração: retirar-se do ambiente, se nele está 
presente o desencadeante da ansiedade e da fissura; descrever detalhes do 
meio ambiente (carros, cores, contagens de objetos); envolver-se em diálogo 
sobre outro tema com pessoa disponível (amigo, familiar, consultor, terapeuta); 
envolver-se em atividade prática, como tarefa doméstica, arrumação de arquivo, 
organização de livros, banho; lembrar e executar poema, oração ou música de 
seu agrado, silenciosamente ou em bom som; envolver-se em atividade lúdica e 
que requeira atenção: jogos de carta, videogames, palavras cruzadas, quebra-
cabeças, jogos de computador. 
 
 Agendamento e monitorização 
 
É um método simples e direto. O paciente, concordando em utilizá-lo, 
recebe uma grade com os sete dias da semana, divididos em intervalos de meia 
ou uma hora, para registrar – monitorar – as atividades realizadas, o grau de 
satisfação e de competência percebidos em cada atividade e o estado de humor. 
Esta técnica visa a: 
 Tornar claro o dia-a-dia do paciente, suas atividades reais durante a 
semana e como elas relacionam com suas fissuras e com seu uso de 
drogas; 
 Programar atividades futuras – agendamento partindo do registro das 
atividades semanais (monitoração) e planejando atividades que o 
afastem do uso de drogas; 
 
45 
 
 Acompanhar o cumprimento das atividades agendadas. 
Com a interrupção do uso de drogas, pode-se sobrar muito tempo livre na 
vida do paciente, e é possível que sua rede social esteja composta 
exclusivamente por usuários. Esta monitoração servirá como uma linha basal, 
inicial, para introduzir ou resgatar atividades prazerosas ou gratificantes, assim 
como planejar, progressivamente, atividades relacionadas com drogas,o que 
levará o paciente, a médio prazo, a criar uma nova rede social e a organizar um 
novo estilo de vida. 
Este é um método simples, mas pode ser de difícil implementação, pois 
exige uma série de habilidades que o paciente talvez nunca tenha desenvolvido. 
É previsível o surgimento de resistências, sabotagens, evitação passiva, além 
de sentimentos de desesperança, baixa autoestima, frustração. Cada obstáculo, 
e os PA com ele relacionados, devem ser abordados à medida que novos passos 
forem programados. 
 
Exposição gradual e dificuldade crescente 
 
A busca da vida em abstinência obriga o paciente a algumas tarefas 
sentidas como muito grandes, muito difíceis e, por isso, desanimadoras. Esta 
técnica consiste em auxiliar o paciente a dividir esta (grande) tarefa em diversas 
etapas e acompanhá-lo no planejamento e na execução de cada 
passo. Exemplo: paciente cocainômano, cujos amigos atuais todos usam a 
mesma droga, pode decidir (e ser apoiado a) realizar uma tarefa simples, como 
ir ao cinema com um vizinho ou colega de serviço que não use droga. Após o 
cumprimento da tarefa, examinado seu sucesso (ou não) e os PA relacionados 
com sua execução, é decidida a nova tarefa, de maior dificuldade e exposição. 
 
 
 
 
 
 
46 
 
Experimentos comportamentais 
 
São usados para testar tanto a validade de pensamentos e crenças sobre 
o uso de drogas como as crenças centrais do paciente. Este escolhe o 
pensamento ou a crença que quer testar (por sua importância), planeja seu 
experimento cuidadosamente e o implementa. Posteriormente, examina seus 
resultados e a possibilidade de modificar sua crença. 
 Exemplo: Um paciente pode ter a crença de que jamais conseguirá se 
divertir em uma festa sem álcool e cocaína. Programa cuidadosamente sua ida 
a uma festa de não-usuários de cocaína, planeja abster-se de álcool na festa e, 
posteriormente, avalia os resultados. 
 Um outro paciente pode ter a crença de que perderia todos os seus 
amigos se parasse de usar maconha. Poderia planejar uma reunião com seus 
amigos para lhes comunicar que parou de usar a droga e convidá-los a 
continuarem companheiros em atividades sem drogas. 
Após algum tempo, seriam examinados os resultados. Quanto aos amigos 
que perdesse, ele seria estimulado a examinar o significado dessas amizades 
pré-abstinência. Os amigos que conservasse estariam corrigindo sua crença de 
que perderia todos os amigos se não usasse maconha. 
 
Cartões de enfrentamento 
 
São cartões com lembretes que o paciente pode carregar consigo ou 
afixar em locais frequentemente visíveis (espelho do banheiro, porta da 
geladeira, agenda, painel do carro). 
Os lembretes podem ser elaborados na sessão ou pelo paciente, como 
tarefa de casa. Normalmente constituem: respostas funcionais a pensamentos 
automáticos disfuncionais ou a crenças sobre drogas (crenças de controle); 
estratégias de enfrentamento da fissura; pensamentos ou crenças que 
fortaleçam a motivação. 
 
47 
 
 Os cartões de enfrentamento são instrumentos importantes no 
enfrentamento das fissuras. 
 
Relaxamento 
 
Nos usuários de drogas, com frequência, a ansiedade é um sintoma 
importante. Alcoolistas e tabagistas muitas vezes relacionam o uso de drogas 
com sua necessidade de relaxar. Como sintoma de abstinência e na fissura de 
diversas substâncias, a ansiedade se destaca. Por isso, as técnicas de 
relaxamento, provendo aos pacientes instrumentos de redução da ansiedade, 
são úteis no tratamento das dependências. 
 As principais técnicas de relaxamento são de dois tipos: exercícios 
respiratórios e relaxamento muscular progressivo. Ambas são técnicas nas quais 
há redução importante da ansiedade, sendo, portanto, úteis nas dependências e 
no manejo da fissura. O relaxamento, durante a fissura, além de reduzir a 
ansiedade, fornece ao paciente um intervalo de tempo durante o qual a 
intensidade da fissura pode diminuir. Além disso, o relaxamento pode permitir ao 
paciente a elaboração e confirmação de crenças de que ele está no controle e 
de que é capaz de lidar com sua fissura. 
 
Exercício físico 
 
Geralmente os usuários de drogas estão afastados da prática de esportes 
e de atividades físicas sadias. A introdução de exercícios físicos no tratamento 
desses pacientes é importante por três aspectos: 
 A prática de exercícios físicos é um importante passo no 
desenvolvimento de um estilo de vida sem drogas; 
 É instrumento importante no manejo de emoções negativas como 
ansiedade, insegurança e irritabilidade; 
 Contribui na formação de uma nova a imagem, mais sadia, confirmando 
crenças mais positivas do paciente a respeito de si mesmo. 
 
48 
 
Dramatização 
 
A dramatização (roleplay, encenação) é um recurso que pode ser utilizado 
nas intervenções de tratamento das sete fases do modelo adictivo, porque se 
presta aos mais diversos propósitos: obter um PA, provocar reações emocionais, 
provocar fissura e treinar o seu manejo, questionar PA, avaliar crenças, modificá-
las e testar novas crenças, treinar habilidades, etc. 
 O paciente deve ser estimulado e treinado a utilizar a dramatização, e 
isso é muito facilitado pela participação ativa do terapeuta na sessão, assumindo 
o papel dos “outros” (patrão, cônjuge, amigo, etc.), bem como o do próprio 
paciente, quando cabe a este trocar de papel. As técnicas de dramatização 
podem, com mais facilidade, ser utilizadas em tratamentos em grupo. 
 
Treinamento de assertividade 
 
Espera-se que o indivíduo seja capaz de expressar e defender com 
clareza e firmeza suas decisões. A fim de capacitá-lo para isso, utilizam-se 
diversas técnicas: dramatização, solução de problemas, exposição gradual, 
experimentos comportamentais. 
 A assertividade deve ser dirigida não apenas à capacidade do paciente 
de “dizer não” ás drogas, mas também às diversas da sua vida – familiar, afetiva, 
profissional – nas quais o paciente necessita fazer reajustes que, em conjunto, 
vão configurar uma modificação no seu estilo de vida. 
 
 
 
 
 
49 
 
13 BIBLIOGRAFIA 
COLETT, Clarice. Dependência Química E Relações Sociais No Centro de 
Detenção Provisória De São José Dos Pinhais - PR. Matinhos, 2010. 
DA SILVA, Cláudio Jerônimo; SERRA, Ana Maria. Terapias Cognitiva e 
Cognitivo-Comportamental em Dependência Química. São Paulo, 2004. 
FERRI, Cleusa Pinheiro; Galduróz, José Carlos Fernandes. Critérios 
Diagnósticos: Cid-10 E Dsm Eixo Políticas e Fundamentos. SÃO PAULO, 2016. 
FONTES, Maria Alice. O que é a Dependência Química? Tipos de drogas, efeitos 
e tratamentos. [S. l.], 2010. 
PORTELA, Bittencourt, Ana Luiza; Garcia França, Lucas; Roberto Godim, José. 
Adolescência vulnerável: fatores biopsicossociais relacionados ao uso de 
drogas. Porto Alegre, 2015.

Outros materiais