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“O homem é o lobo do homem, em guerra de todos contra todos” > Hobbes é um monarquista, ou seja, alinhado aos dogmas clericais > Escreve O Leviatã na época da Guerra Civil na França (tem uma visão externa do que realmente acontece) > * Contratualista – Estado de Natureza antes da criação do próprio Estado Guerra civil inglesa: monarquia X parlamentarismo Católicos, a maioria dos nobres, metade do Parlamento e áreas mais pobres do Norte e Oeste Puritanos, membros militantes do Parlamento (burgueses), comerciantes e as áreas mais ricas do Sul e Leste (classe ascendente) - Parlamentaristas ganha a guerra e ocorre o julgamento e a execução do Rei Carlos 1 em 1649 (rei católico) e exílio de Carlos 11 - Comunidade da Inglaterra e Protetorado de Oliver Cromwell (República) - Restauração da Monarquia em 1660 alinhada com a Igreja católica, resultando em mais desentendimentos entre monarquistas e parlamentaristas - Revolução Gloriosa em 1688 e consolidação do Parlamento como poder dominante da Inglaterra. (maior representatividade) Estado de Natureza: Perspectiva - O homem natural de Hobbes não é um selvagem: é o mesmo homem que vive em sociedade - Existe um Estado de Natureza antes da criação do próprio Estado = filosofia contratualista - Homens “tão iguais” que veem o mundo à sua perspectiva, não a do outro, entendendo enquanto verdade Thomas Hobbes (1588 – 1679) - “Todo homem é opaco aos olhos de seu semelhante” ou seja, eu não sei do outro e o outro não sabe de mim, da sua própria construção - Das suposições recíprocas se caminha para um ataque, ou mesmo um ataque preventivo: a guerra se generaliza entre todos - Apenas a presença de um Estado Absoluto pode evitar essa trajetória → “poder capaz de manter a todos em respeito” TRÊS CAUSAS PRINCIPAIS DA DISCÓRDIA a) A competição: leva os homens a atacar os outros pelo lucro b) A desconfiança: leva os homens a atacar os ouros pela segurança c) A glória: leva os homens a atacar os outros pela reputação - Exame de consciência: “Conhece-te a ti mesmo” SOLUÇÃO: ABRIR MÃO DA SOBERANIA - Abrir mão de parte do seu arbítrio seria passível de destruir a própria vida ou privar o indivíduo dos meios de preservá-la → “Que o homem concorde, quando os outros também o façam, e na medida em que tal considere necessário para a paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar a seu direito a todas as coisas, contendo-se em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação a si mesmo” > *Na sociedade atual o conceito de poder está nas mãos da polícia, pois é ela que detém o monopólio legítimo da força - Não basta o fundamento jurídico (as leis), deve existir uma forma de obrigar o indivíduo a obedecer: um Estado dotado da espada (força que compõe a figura do Leviatã), armado e que tenha o respeito. O leviatã: Estado com poder pleno - Estado Medieval: não conhecia o poder absoluto → Jean Bodin (séc.XVI): teórico pioneiro do Estado Soberano - Hobbes retoma a questão de que apenas um homem, ou uma Assembleia de homens pode reduzir a pluralidade de vontade, através do voto, a uma só vontade “Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta Assembleia de homens, com a condição de transferir a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isso, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado, em latim civitas” - Na visão hobbesiana, mesmo a soberania sendo individual, não cabe a cada ser discordar das ações do Estado, haja vista que, por meio do voto, é ele que o coloca naquela condição de poderio. O SOBERANO E O INDIVÍDUO - O detentor do poder é soberano, sendo os demais seus súditos - Sociedade e Estado surgindo de forma concomitante - Soberano não assina o contrato, uma vez que é ele que surge com o contrato - É com o surgimento do Estado que derivam os direitos - Não existe possibilidade de renunciar a condição de súdito - Crítica a pactos de religião em detrimento do Estado (puritanismo) - O Estado é soberano em relação à religião (católicos e protestantes) Não pode fazer com que o Estado se submeta ààs mudanças pedidas pela religião, é necessário que as mudanças ocorram, por intermédio dos indivíduos que a querem, dentro dos pontos do pacto social - Questão do consentimento através do voto da maioria e necessidade do consentimento dos demais IGUALDADE E LIBERDADE - Hobbes desmonta o valor retórico que se atribui às palavras - A igualdade para, em sua visão, é o fator que levaria à guerra de todos (utópica e nociva ao Estado) - Crítica a visão de liberdade do período. Entende como liberdade a capacidade de movimentar-se dentre de um campo pré-determinado (definir o que é ser livre → limite determinado entre normas) -Apenas quando o soberano deixa de proteger a vida de determinado indivíduo, este, e apenas ele, não lhe deve mais sujeição → condição individual (como a condição de vida, se o Estado não atuou com essa atuação o indivíduo pode resistir) - O Estado absoluto de Hobbes conserva o direito à vida do indivíduo - “Ninguém tem a liberdade de resistir à espada dos Estado, em defesa de outrem, seja culpado ou inocente” - Delimitação da vida social a partir de um contrato feito pelo Estado - O contrato social é mais importante do que a sua opinião pessoal, por conta disso é importante que o individuo não questione as condições dadas pelo Estado a fim de não ocasionar o caos O ESTADO, O MEDO E PROPRIEDADE -Justifica a imposição do Leviatã através do medo como condição de evitar a barbárie do desgoverno (alusão à Revolução Inglesa) → decaída da Idade Medieval e ascensão da burguesia - Chave em Hobbes: Paz, Segurança e Prosperidade - Período marcado pela ascensão do entendimento de propriedade privada burguês em detrimento do entendimento medieval (direito das classes populares à terra comunal ou privada) - Para Hobbes, todas as terras e bens deveriam ser controladas pelo soberano (não podem ficar à mercê dos indivíduos para que o soberano não perca poder) Contraria fortemente a visão liberal dos parlamentaristas à época (Locke) PROPRIEDADE PRIVADA COMO RISCO - Condição de limitar a incerteza e tirania oriundo da má distribuição de terra pelos homens consequentemente, a desigualdade social - Manter a concentração de poder na mão de um só indivíduo (Leviatã) seria, segundo a sua visão, a única forma de organizar a vida coletiva CONCLUSÃO - Considerado um pensador conservador maldito tal como Maquiavel em virtude da negação do direito “natural” da propriedade privada cristalizado com a vitória dos parlamentares (1688), do controle burguês do Estado e da teoria liberal de Locke. Liberais = progressistas Monarquistas = conservadores
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