Prévia do material em texto
A Lei nº 13.103/2015 (Código de Processo Civil), no § 1º do artigo 203, dispõe que “ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução”. Já o artigo 489 do CPC relaciona os três requisitos essenciais para a validade de uma sentença, nos seguintes termos: Art. 489. São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. De acordo com Alexandre Freitas Câmara (2017), o Relatório é a síntese do processo. É um resumo, no qual o juiz narrará, sinteticamente, tudo aquilo de relevante que tenha ocorrido ao longo do processo. Sendo, portanto, o relatório elemento essencial da sentença, deve-se considerar que a sentença com a ausência do relatório é nula, podendo o vício ser reconhecido de ofício, desde que demonstre que da ausência deste elemento resultou algum prejuízo. No entanto, o artigo 38 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, assenta que “a sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório”. Desta forma, a autora, no caso sob análise, não está correta ao questionar a ausência dos elementos essenciais da sentença proferida pelo Juizado Especial, visto que a sentença proferida está em conformidade com o artigo 38 da Lei nº 9.099/95, que dispensa expressamente o relatório