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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
FRUTAL, 04 DE JULHO DE 2019
DISCENTES: LAÍS VILAS BÔAS
 
 NASSER MIZIARA ISMAIL
 
 RAFAEL FERNANDES B SILVA
 
 WILLIAM REZENDE JOVIAL
1. Prevê o art. 6º. §4º. da Lei 11.101/2005 que após o deferimento do processamento (art. 52, § 1º.) ficam suspensas todas as ações e execuções contra o devedor requerente do pedido de recuperação judicial, bem como o curso dos prazos prescricionais pelo prazo, segundo a lei, IMPRORROGÁVEL, de 180 dias. Isto posto, pergunta-se: O PRAZO DE 180 (CENTO E OITENTA) DIAS CONTADO DO DEFERIMENTO DO PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO, QUE SUSPENDE O CURSO DA PRESCRIÇÃO E DE TODAS AS AÇÕES E EXECUÇÕES EM FACE DO DEVEDOR PODE SER PRORROGADO? Responda com fundamento na doutrina e na JURISPRUDÊNCIA aplicável, no último caso, citando o precedente que traga a hipótese que fundamentou a resposta. (10 pontos)
Não, porque em regra o que rege é a literalidade da lei. Contudo, para toda regra há exceção, e a excepcionalidade desta regra improrrogável, está disposta nos parágrafos 1º, 2º e 7º do mesmo artigo 6º da Lei 11.101/2005. Neste sentido, existem alguns entendimentos do STJ que são fundamentados com base nas exceções, o mais recente, é um Recurso Especial julgado em 15/05/2018 pela 3ª turma. No relatório, fica claro que a análise deve ser feita de acordo com as especificidades de cada empresa, ou seja, levando em consideração o caso concreto, não devendo apegar-se apenas ao prazo de 180 dias, assim a Ministra Nancy Andrighi diz: “o mero decurso do prazo não é bastante para, isoladamente, autorizar a retomada das demandas movidas contra o devedor, conforme se depreende dos seguintes julgados: CC 111.614/DF, Segunda Seção, DJe 19/06/2013; AgRg no CC 92.664/RJ, Segunda Seção, DJe 22/08/2011; e CC 79.170/SP, Primeira Seção, DJe 19/09/2008” e que a suspensão também encontra fundamento nos arts. 47 e 49 da Lei n. 11.101/2005, levando a concluir que: “devendo-se considerar, outrossim, a complexidade envolvida em cada processo de recuperação, resultante da dimensão ou do enredamento das relações jurídicas travadas pela sociedade que busca o soerguimento.” Destarte, a prorrogação não deve ser decidida de maneira desregrada ou de forma genérica, deve-se levar em consideração os julgados anteriores, que estão fundamentados aos casos excepcionais de prorrogação regidos pela lei.
2. Determinada sociedade empresária pretende requerer recuperação judicial. Diante da circunstância responda: 
a) Quais os limites impostos aos administradores da sociedade e à própria sociedade após o deferimento do processamento da recuperação judicial? Fundamente. (5,0 pontos) 
Os limites impostos após deferimento do processamento da recuperação judicial estão dispostos no artigo 53 da Lei 11.101/2005. Sendo deferida a recuperação judicial, constituirá a decisão título executivo judicial, implicando em novação dos créditos anteriores ao pedido, obrigando o devedor e todos os credores sujeitos ao Plano de Recuperação. E no artigo 52 § 4 está disposto que a desistência só será possível após o deferimento se obtiver aprovação da assembleia geral de credores.
b) Quais os limites impostos aos administradores da sociedade e à própria sociedade após a sentença de concessão da recuperação judicial? Fundamente. (5,0 pontos)
Depois de cumprida as exigências para a concessão de recuperação judicial (art. 58 §1º) e proferida a decisão o devedor permanecerá em recuperação judicial até que sejam cumpridas todas as obrigações previstas no plano que vencerem até dois anos depois da concessão da recuperação judicial (art. 61). Além disso, “durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial […]” (art. 64 Lei 11.101/2005) ressalvada as hipóteses previstas em lei.
3. (XXVII Exame OAB Unificado) Caio Brito & Cia. Ltda. vendeu máquinas industriais para pagamento a prazo, em trinta parcelas fixas, para determinada sociedade empresária. As máquinas foram devidamente especificadas e são infungíveis. Do contrato, celebrado por escrito e registrado no domicílio do comprador, constou cláusula pela qual o vendedor reservou para si a propriedade até que o preço fosse integralmente pago. Verificado o inadimplemento do comprador a partir da décima segunda parcela, o vendedor o constituiu em mora mediante protesto do contrato. Durante a tramitação de ação de cobrança do preço devido, o comprador obteve o processamento de sua recuperação judicial. Com base nas informações acima, responda aos itens a seguir. 
a) Com o processamento da recuperação judicial, fica suspensa a ação anteriormente ajuizada pelo vendedor? (Valor: 5,0 pontos) 
Não, porque o processamento da recuperação judicial não suspende ações que foram ajuizadas antes para cobrança de créditos excluídos de seus efeitos, como dito na questão 1, e conforme o Art. 52, inciso III, da Lei nº 11.101/05.
b) O crédito do vendedor pode ser submetido ao plano de recuperação judicial, considerando-se que se trata de crédito existente na data do pedido? (Valor: 5,0 pontos)
Não, porque nesse caso, trata-se de um contrato de venda que possui cláusula que determina reserva de domínio, não submetendo o crédito do vendedor aos efeitos da recuperação judicial. Aqui prevalece o que foi acordado em contrato (Art. 49, § 3º, da Lei nº 11.101/05).
4. Cervejaria Caramuru Ltda. fornece cervejas artesanais para Supermercados Gersin S/A. Em abril de 2017 o Supermercados Gersin S/A requereu sua recuperação judicial, tendo sido deferido seu processamento em 03 de maio daquele ano. Cervejaria Caramuru, como outros credores teve seus créditos referentes às vendas anteriores a abril de 2017 relacionados pelo devedor, reconhecidos pelo administrador judicial e incluídos na recuperação judicial, no caso R$ 20.000,00 (vinte mil reais), representados por duplicatas. O plano de recuperação judicial foi apresentado, não houve objeções e este foi homologado pelo juiz da causa, por sentença em 19 de dezembro de 2017. Detalhe: Cervejaria Caramuru Ltda. continuou a fornecer cervejas artesanais, mesmo após o deferimento da recuperação judicial. Ocorre que, recentemente, Supermercados Gersin S/A descumpriu com uma das obrigações previstas no Plano de Recuperação Judicial homologado por sentença, tendo o juiz decidido, mediante provocação de o Administrador Judicial convolar a recuperação judicial em falência. Isto posto responda: 
a) Tendo em vista que parte do passivo da Cervejaria Caramuru Ltda., nos termos do Plano de Recuperação Judicial, ainda não foi quitado, como ele deve ser classificado agora na falência de Supermercados Gersin S/A? Fundamente. (Valor: 5,0 pontos) 
O valor representado em duplicatas, no caso, os 20.000,00 reais serão classificados como quirografários na ordem de pagamento descrita no inciso VI do artigo 83 da Lei 11.101/2005. 
b) Considerando ainda que Cervejaria Caramuru Ltda. continuou a fornecer cervejas artesanais para Supermercados Gersin S/A (em recuperação judicial), e certo de que há uma duplicata não paga no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), qual seria a classificação deste crédito na falência? Fundamente. (Valor: 5,0 pontos) 
Neste caso, este fornecimento da Cervejaria ao supermercado Gersin S/A no valor de 8.000,00, durante a recuperação judicial, será considerado um crédito extraconcursal conforme disposto no artigo 67 § único da Lei 11.101/2005. Tendo, portanto, precedência de pagamento e conforme art. 83 inciso V alínea b, crédito com privilégio geral. Também acolhido no artigo 84 da mesma lei.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.º 11.101, de 09 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Brasília-DF, fev 2017. 
STJ – 3ª Turma – RECURSO ESPECIAL Nº 1.710.750 - DF (2017/0280465-0)- Relatora: Ministra Nancy Andrighi. Julgado em 15/05/2018 publicado em: 18/05/2018. Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/inteiroteor/?num_registro=201702804650&dt_publicacao=18/05/2018Acesso: 03/07/2019.
REDE de Ensino Luís Flávio Gomes. [2008] A preferência dos créditos extraconcursais na falência. Disponível em:<http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/120605/a-preferencia-dos-creditos-extraconcursais-na-falência> Acesso em: 03/07/2019.

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