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OBS: POR FAVOR NÃO COPIEM AS RESPOSTAS DAS QUESTÕES DISCURSIVAS. OS TUTORES ESTÃO TIRANDO PONTOS E EXPONDO OS NOMES DE QUEM COLOCOU RESPOSTAS "MUITO PARECIDAS". questões Formação da Literatura Portuguesa 2020 1. A respeito do notório escritor português, José de Saramago, não é correto afirmar: Escolha uma: a. Que teve sua obra traduzida para várias línguas; b. Que sua escrita quebrou paradigmas da narrativa clássica; c. Que é o único escritor português que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de Língua Portuguesa; d. Que a sua produção se afastava completamente do real e do histórico; e. Que sua escrita tem características inusitadas; 2. Para a construção de sua prosa, com características inusitadas, entre outros expedientes, Saramago lançava mão de: Escolha uma: a. Uso excessivo de parágrafos; b. Escrita sem uso de parágrafos; c. Uma pontuação convencional; d. Distinção clara entre discurso direto e indireto; e. Escrita com várias interrupções; 3. Marque a opção que apresenta a obra que, com sua publicação, oficializou o Neorrealismo em Portugal: Escolha uma: a. Gaibéus, de Alves Redol; b. Passagem, de Pessoa; c. Gaibéus, de Ricardo Reis; d. O judeu, de Saramago. e. O judeu, de Alves Redol; 4. Sobre o Presencismo, marque a opção que apresenta correção em relação ao que se afirma abaixo: I – A geração de Presença, entre outros critérios, valorizava a liberdade do artista. II – A revista Presença priorizava o que chamavam de “literatura viva”. III – José Régio foi o poeta que mais se destacou na geração de Presença. b. Todas estão certas 5. Sabendo que Fernando Pessoa se “dividia” nos chamados heterônimos, marque a alternativa que melhor define aquele que o poeta nomeou de Ricardo Reis. Escolha uma: a. Canta a brevidade da vida e sobre a certeza da velhice e da morte; b. É o que mais está integrado ao universo, em sintonia com ele; c. escreveu poemas que representam o futurismo português; d. É o poeta da simplicidade, por essência. e. Não se importava com efemeridade da vida; 6. O heterônimo de Pessoa que mais se “aproximou” do poeta foi: Escolha uma: a. Álvaro de Campos; b. Fernando; c. Horácio. d. Ricardo Reis; e. Alberto Caeeiro; 7. Marque a alternativa que apresenta aquele que é considerado o maior prosador do Realismos português: Escolha uma: a. Antero de Quental, que escreveu o poema “Transcendentalismo”. b. Camilo Castelo Branco c. Herculano, que escreveu “Eurico, o presbítero” d. Cesário Verde, o poeta do cotidiano; e. Eça de Queiroz, um homem de grande cultura; 8. Sobre a figura do herói, na prosa da literatura portuguesa realista, marque a alternativa correta: I – Os heróis eram retratados de forma objetiva com os valores da época. II – Os heróis eram retratados como personalidades complicadas. III – Os heróis eram retratados como personalidades simples. a. Apenas a I e a II estão corretas; 9. O movimento literário Barroco em Portugal não apresentou uma grande produção literária. Contudo, entre os escritores, destacou-se um, tanto pela obra quanto por suas ações. Estamos nos referindo a: a. Santo Agostinho; b. Gregório de Matos; c. Padre Antônio Vieira; d. Padre Anchieta; e. Luís de Camões. 10. Conhecido por ser um dos mais importantes poemas épicos de todos tempos, Os Lusíadas é dotado de muitas características. Das alternativas abaixo, a única que não podemos dizer que se refere a essa epopeia portuguesa é: a. Narra as viagens dos portugueses à Indias; b. Narra a história de Inês de Castro. c. Tem como grande herói o piedoso Eneias; d. Tem como grande herói Vasco da Gama; e. Segue o modelo de grandes poemas épicos gregos e romanos; 11. Sobre o homem responsável por reunir os textos dos poetas palacianos, não podemos afirmar: a. Que era um homem protegido pelos reis. b. Que não era, também, um poeta; c. Que seja Garcia de Resende; d. Que escreveu sobre a morte de Inês de Castro; e. Que formou o Cancioneiro Geral; 12. A respeito das Cantigas produzidas no período que conhecemos como Trovadorismos, leia as afirmativas abaixo e marque a alternativa correta em relação as mesmas: I – Nas Cantigas de Amigo, o “eu lírico” aparece pela voz de um homem. II – Nas Cantigas de Amor, o “eu lírico” aparece pela voz de uma mulher. III – Foram produzidas as chamadas Cantigas de Amor, Cantigas de Amigo e Cantigas de Mal dizer e de Escárnio. Escolha uma: c. Apenas a III está correta; 13. (FEI - SP) Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Fernando Pessoa A palavra título indica que: b) o poema tecerá considerações sobre a subjetividade do próprio eu lírico. Autopsicografia significa dizer: auto, do grego autós, -ê, -ó, eu mesmo, ele mesmo. Exprime a noção de próprio, de si próprio, por si próprio. Psicografia. s. f.1. História ou descrição da alma. Podemos dizer que autopsicografia diz respeito a uma pessoa, no caso, o poeta Fernando Pessoa, que faz a descrição da sua própria alma, do fazer literário do poeta. 14. Leia o poema de Fernando Pessoa para responder à questão. Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama o coração. (Obra poética, 1984.) Se for considerada a temática predominante nas obras de Fernando Pessoa (ele-mesmo, ortônimo) e nas obras de seus heterônimos mais conhecidos, é correto afirmar que o poema “Autopsicografia” pode ser atribuído a c) Fernando Pessoa, ele-mesmo, ortônimo. 15. Leia o texto a seguir: AUTOPSICOGRAFIA O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas [trilhos] de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio [trem] de corda Que se chama o coração. (PESSOA, Fernando. “Autopsicografia”. In: Obra Poética. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 164-5) Acerca do poema de Fernando Pessoa (1888-1935), é correto afirmar: c) O texto exemplifica uma reflexão acerca da ficção poética e esclarece a concepção de arte do autor. 16. (UFPA) Com referência ao romance O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, a única afirmação INCORRETA é: a) influenciado pelas teorias do Naturalismo, o autor procura demonstrar que o meio social e a educação religiosa é que determinam o comportamento do indivíduo. b) influenciado pelas teorias do Naturalismo, Eça procura demonstrar que os antecedentes de raça e as taras sexuais é que determinam o comportamento de Amaro e Amélia. c) adotando os pressupostos da estética realista, o autor critica os efeitos nocivos da arte romântica sobre o caráter de Amélia. d) tendo por base uma consciência crítica, tipicamente realista, o escritor defende a ideia de que a moral católica, fundada somente em dogmas, opõe-se em tudo à moral natural. e) tendo por base uma orientação tipicamente realista, o escritor critica o domínio que os padres, por meio de sacramentos como a confissão, exercem sobre os fiéis. 17. (UFU-MG) E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mim um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde, celebrado Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto, e sublimado, Um estilo grandíloco e corrente, Porque de vossas águas Febo ordene, Que não tenhainveja às de Hipocrene. A Tágide e Febo aplicam-se os seguintes conteúdos semânticos: c ) ninfas do rio Tejo e deus da poesia,Apolo. 18.E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mim um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde, celebrado Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto, e sublimado, Um estilo grandíloco e corrente, Porque de vossas águas Febo ordene, Que não tenha inveja às de Hipocrene. Os versos acima pertencem aos Lusíadas, de Luís de Camões. Pelo que se lê, conclui-se que encerram: d) uma dedicatória 19. (ENC-SP) O pregador há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça favor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro; se de uma parte está dia, de outra há de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. No fragmento acima, pertencente ao Sermão da Sexagésima, o padre Antônio Vieira mostra uma tendência muito comum em sua obra: I – Uso das antíteses com o propósito deliberado de equilibrar os anseios espiritualistas e teocêntricos da Idade Média com os materialistas e antropocêntricos do Renascimento. II – Critica os exageros formais dos pregadores cultistas, que usavam e abusavam das antíteses, tornando o estilo obscuro. III – Defende o apuro formal dos pregadores gongoristas, vendo nele uma forma mais adequada de convencer e converter o fiel. Interpreta corretamente o que se afirma apenas em: b) II. 20. (ENC-SP) CAMINHO Tenho sonhos cruéis; n’alma doente Sinto um vago receio prematuro. Vou a medo na aresta do futuro, Embebido em saudades do presente... Saudades desta dor que em vão procuro Do peito afugentar bem rudemente, Devendo, ao desmaiar sobre o poente, Cobrir-me o coração dum véu escuro! ... Porque a dor, esta falta d’harmonia, Toda a luz desgrenhada que alumia As almas doidamente, o céu d’agora, Sem ela, o coração é quase nada: Um sol onde expirasse a madrugada, Porque é só madrugada quando chora. (...) Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com base nisso, considere as seguintes afirmações a respeito do soneto acima: I – O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe provoca sonos cruéis. II – O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é essencial ao coração humano. III – A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de harmonia. IV – O poeta experimenta um sentimento ambivalente em relação à dor. Interpreta corretamente o soneto o que se afirma apenas em: e) II e IV. 21. (ENC-SP) NUM BAIRRO MODERNO Dez horas da manhã; os transparentes Matizam uma casa apalaçada; Pelos jardins estancam-se os nascentes, E fere a vista, com brancuras quentes, A larga rua macadamizada. Rez-de-chaussée repousam sossegados, Abriram-se, nalguns, as persianas, E dum ou doutro, em quartos estucados, Ou entre a rama dos papéis pintados, Reluzem, num almoço, as porcelanas. Como é saudável ter o seu conchego. E sua vida fácil! eu descia, Sem muita pressa, para o meu emprego, Aonde agora quase sempre chego Com as tonturas duma apoplexia. (...) A leitura dessas estrofes de Cesário Verde permite a seguinte análise: a) A postura aí assumida é eminentemente expressionista, na medida em que esse poeta deforma o real, seguindo os pressupostos do ideário naturalista. 22. (ENC-SP) Amor de perdição é uma obra tipicamente romântica porque nela Camilo Castelo Branco valoriza: d) O mundo das paixões, o excesso de sentimentos, evidentes no modo violento como Simão assassina Baltazar Coutinho. 23. (SANTA CASA-SP) Afrânio Coutinho aponta as seguintes qualidades que caracterizam o espírito romântico: I – Individualismo e subjetivismo. II – Escapismo. III – Exagero. E explica: a) Na sua busca de perfeição, o romântico cria o mundo em que coloca o que imagina de bom, bravo, belo, amoroso, puro, um mundo de perfeição e sonho. II - Escapismo. b) O romantismo é o primado exuberante da emoção, imaginação, paixão, intuição, liberdade pessoal e interior. I - Individualismo e subjetivismo. c) Nem fatos nem tradições despertam o respeito do romântico. Pela liberdade, revolta, fé e natureza, constrói o mundo novo à base do sonho. III - Exagero. A melhor associação de qualidade e explicações é: e – I – b; II – a; III – c. QUESTÕES DISCURSIVAS O Orfismo foi o movimento literário que inaugurou o modernismo em Portugal. Entre seus fundadores, estão os poetas Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros. O que é propriamente revista em sua essência de vida e cotidiano, deixa-o de ser ORPHEU, para melhor se engalanar do seu título e propôr-se. O modernismo em Portugal desenvolveu-se aproximadamente no início do século XX até ao final do Estado Novo, na década 1970. Seu início ocorreu num momento em que o panorama mundial estava muito conturbado. Além da Revolução Russa de 1917, no ano de 1914 eclodiu a Primeira Guerra Mundial. Em Portugal este período foi difícil, porque, com a guerra, estavam em jogo as colónias africanas que eram cobiçadas pelas grandes potências desde o final do século XIX. Além disto, em 1911, foi eleito o primeiro presidente da República. O marco inicial do modernismo português foi a publicação da revista Orpheu, em 1915, influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias, como o Futurismo, o Expressionismo, etc., reunindo Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros, entre outros. A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de desagregação de valores. Os modernistas portugueses respondem a esse momento, deixando atrás o acanhado meio cultural português, entregando-se à vertigem das sensações da vida moderna, da velocidade, da técnica, das máquinas. Era preciso esquecer o passado, comprometer-se com a nova realidade e interpretá-la cada um a seu modo. Nas páginas da revista Orpheu, esta geração publicou uma poesia complexa e de difícil acesso, causadora de um grande escândalo naquela época. Tendo uma curta duração, foram publicadas apenas duas edições. São características de estilo deste movimento: o rompimento com o passado, o carácter anárquico, o sentido demolidor e irreverente, o nacionalismo com múltiplas facetas - o nacionalismo crítico, que retoma o nacionalismo em uma postura crítica, irónica e questiona a situação social e cultural do país, e o nacionalismo ufanista (conservador), ligado principalmente às posturas da extrema-direita. Aquele período apresentava-se dividido em três partes: Orfismo - escritores responsáveis pela revista Orpheu, e por trazer Portugal de volta às discussões culturais na Europa; Presencismo - integrada por aqueles que ficaram de fora do orfeísmo, que fundaram a revista Presença e que buscavam, sem romper com as ideias da geração anterior, aprofundar em Portugal a discussão sobre teoria da literatura e sobre novas formas de expressão que continuavam surgindo pelo mundo; Neo-Realismo - movimento que combateu o fascismo, e que defendeu uma literatura como crítica/denúncia social, combativa, reformadora, a serviço da sociedade – extremamente próxima do realismono Brasil, daí advindo a nomenclatura “neo-realismo”, um novo realismo para “alertar” as pessoas e tirá-las da passividade _________________________________________________________ Texto de Alfredo Bosi para a questão abaixo: O Romantismo expressa os sentimentos dos descontentes com as novas estruturas: a nobreza, que já caiu, e a pequena burguesia que ainda não subiu: de onde, as atitudes saudosistas ou reivindicatórias que pontuam todo o movimento. Assim, apesar das diferenças de situação material, pode-se dizer que se formaram em nossos homens de letras configurações mentais paralelas às respostas que a inteligência européia dava a seus conflitos ideológicos. Os exemplos mais persuasivos vêm dos melhores escritores. O romance colonial de Alencar e a poesia indianista de Gonçalves Dias nascem da aspiração de fundar um passado mítico a nobreza recente do país. Como os seus ídolos europeus, os nossos românticos exibem fundos traços de defesa e evasão, que os leva a posições regressivas: no plano da relação com o mundo e no das relações com o próprio eu. O fulcro da visão romântica do mundo é o sujeito, que é o emissor da mensagem. A natureza romântica é expressiva. Ao contrário da natureza árcade, decorativa. Prefere-se a noite ao dia, pois à luz crua do sol impõe-se ao indivíduo, mas é na treva que latejam as forças inconscientes da alma: o sonho, a imaginação. A nação afigura-se ao patriota do século XIX como uma idéia-força que tudo vivifica. Acendra-se o culto à língua nativa e ao folclore. O homem romântico reinventa o herói, que assume dimensões titânicas, sendo afinal reduzido a cantor da própria solidão. Alfredo Bosi
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