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Semiologia abdominal Introdução Limites anatômicos do abdome Superior: apêndice xifoide Inferior: sínfise púbica Anamnese sobre DOR abdominal existem 3 tipos de principais categorias Dor visceral Originada da distensão ou da contração das paredes musculares ou estiramento de cápsulas ÓRGÃOS ABDOMINAIS OCOS – INTESTINO E ARVORE BILIAR contraem-se de forma extremamente rigorosa ou são estendidos ou esticados ÓRGÃOS SÓLIDOS – FÍGADO (estiramento de sua cápsula), nesse caso do fígado, só acontece a dor, caso há o estiramento da cápsula que o envolve e os RINS Paciente irá se queixar de corrosão / queimação / cólica / vaga ou imprecisa / localização difícil Obs: quando intensa – sudorese / palidez / náusea / vômito / inquietação Tipicamente ocorre próximo a linha média – varia segundo a estrutura envolvida Dor parietal Inflamação no peritônio parietal Sensação álgica é constante e vaga – mais intensa que a dor visceral Localização mais precisa sobre a estrutura envolvida Piora com movimentos ou tosse – paciente prefere ficar deitado e imóvel Dor referida Percebida em locais mais distantes do órgão – locais que inervação entra na medula pela mesma rota e confunde-se a origem da dor (do órgão interno afetado e da pele) Quando o órgão e a pele possuem a mesma rota de neurônios aferentes até chegarem á medula no mesmo nível Aparece quando a dor inicial torna-se mais intensa Pode ser superficial ou profunda Em geral, BEM localizada EXAME FÍSICO INSPEÇÃO Divisão topográfica do abdome 4 quadrantes 9 áreas Obs: fossa ilíaca direita(suspeita de apendicite) INTRODUÇÃO Ordem diferente dos demais sistemas para que a palpação não altere o peristaltismo das alças e consequentemente os ruídos hidroaéreos 1- INSPEÇÃO Paciente deitado em decúbito dorsal (sem travesseiro), com mãos estendidas ao longo do corpo e em ortostase Examinador posicionado do lado direito Inspeção estática Tipos de abdome (plano, escavado, globoso e o pendular ou batráquio) Alterações da pele e anexos (alteração de cor, alteração de textura, cicatrizes, distribuição de pelos) ex: abaulamento ao lado do umbigo, Abaulamentos e retrações Turgência venosa (circulação colateral) ex: vasos dilatados Inspeção dinâmica Hérnias (por isso importância da inspiração e da expiração profundas) Movimentos peristálticos visíveis Pulsações (ex: dilatação aneurismática) Movimentos respiratórios 2- AUSCULTA Examinar o paciente em um ambiente tranquilo Coloca-se o receptor do estetoscópio em diferentes locais da parede abdominal (quadrantes ou nas 9 áreas) e tem-se como objetivo identificar a presença dos ruídos hidroaéreos e quantificar se estão aumentados (ex: diarreia) Permanência do examinador por 2 minutos Outro objetivo é a ausculta vascular, no intuito de identificar sopros, para isso, auscultamos os pontos da artérias renais, das artérias ilíacas e das artérias femorais 3- PERCUSSÃO Técnica digito-digital ou plexor-plaximetro Órgãos sólidos: som maciço (fígado e esplenomegalia) Órgãos ocos: som timpânico (intestino delgado e grosso) Ex: um paciente com uma massa abdominal, então terá um som maciço Ex nos órgãos fígado necessário fazer a percussão da amplitude hepática, então na linha média esternal de 4 a 8 cm e na linha hemiclavicular de 6 a 12 cm baço espaço de Traube espaço semilunar do sexto ao décimo primeiro espaços intercostais, tendo como limites: gradeado costal, baço, pâncreas, cólon, rim e estômago. Normalmente, quando percutido apresenta timpanismo RIM Punho percussão ou percussão com a borda da mão Aqui é verificado se o paciente possui alguma dor na região do rim 4- PALPAÇÃO Máximo de relaxamento da parede abdominal Decúbito dorsal, a cabeça apoiada em plano ligeiramente superior àquele em que se apoiam os ombros, que devem estar ligeiramente elevados com relação ao restante do tronco, braços estirados ao longo do corpo e joelhos levemente fletidos Superficialmente Fazemos a palpação com as polpas digitais comprimindo pontos simétricos de cada hemiabdome Objetivos de sensibilidade / tensão na parede abdominal / tumorações superficiais - lipomas / temperatura Profunda (técnica deslizante) o toque é realizado pelas polpas digitais dos maiores dedos de cada mão feita pelas duas mãos ou feita com mãos em garra No inicio da expiração, fase de máximo relaxamento da parede abdominal, a palpação deve ser aprofundada até que seja percebida a resistência oferecida pelas estruturas retroperitoneais, deslizando as polpas digitais no sentido craniocaudal Órgãos que só são palpados em condições patológicas Bexiga Apêndice cecal Vesícula biliar Flexuras do cólon Intestino delgado Baço PALPAÇÃO DO FÍGADO Técnicas LEMOS TORRES (paciente em decúbito dorsal, examinador ao lado direito vai colocar a mão esquerda embaixo das costas e a mão direita vai altura da cicatriz umbilical na linha média clavicular) para localizar a boca do fígado e MATHIEU (feita com mãos em garra com o paciente em decúbito dorsal) Posições PALPAÇÃO RENAL Método de ISRAEL (paciente em decúbito dorsal) Limitação propedêutica devido a posição retroperitonial (pólo inferior) Palpação pelo método de ISRAEL RESUMO EM SEMIO DO ABDOMEN 1. REGIÕES ABDOMINAIS A cavidade abdominal é divida por quatro planos: dois horizontais e dois verticais, delimitando as seguintes regiões: Hipocôndrio direito (HCD): fígado, vesícula biliar, rim direito; Epigástrio: lobo esquerdo do fígado, piloro, duodeno, cólon transverso e cabeça e corpo do pâncreas; Hipocôndrio esquerdo: baço, estômago, rim esquerdo, cauda do pâncreas; Flanco direito (ou região lateral): cólon ascendente, rim direito e jejuno; Mesogástrio (ou região umbilical): duodeno, jejuno, íleo, aorta abdominal, mesentério, linfonodos; Flanco esquerdo (ou região lateral): cólon descendente, jejuno, íleo; Fossa ilíaca direita (ou região inguinal): ceco, apêndice, ovário e tuba uterina direita; Hipogástrio: bexiga, útero, ureter; Fossa ilíaca esquerda (ou região inguinal): cólon sigmoide, ovário e tuba esquerda. A cavidade abdominal também pode ser divida em quatro quadrantes, a partir do plano mediano (vertical), seguindo o trajeto da linha alba e o plano transumbilical (horizontal) entre L3 e L4. A partir do exame físico minucioso e história clínica do paciente, é possível estabelecer suspeitas diagnósticas de acordo com a região acometida. Abaixo veremos passo a passo como realizar o exame físico do abdome. OBS: diferente do sistema cardiovascular e respiratório, a ausculta deve ser o primeiro elemento a ser avaliado após a inspeção. A explicação é que a palpação ou percussão do abdome pode alterar os movimentos peristálticos. 2. INSPEÇÃO Deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com pernas estendidas. São observadas, forma, volume e alterações cutâneas do abdome. Forma: avaliar se há presença de assimetria, como pode ocorrer na hepatoesplenomegalia, hérnias de parede abdominal, neoplasias e obstruções. Globoso (panículo adiposo ou líquido ascítico), escavado (emagrecimento ou síndrome consuptiva), pendular (gravidez). Abaulamentos: presença de massas abdominais, como neoplasias ou hérnia da parede abdominal. Retrações (depressões): bridas pós-cirúrgicas, caquexia. Circulação colateral: pode ser visível em caso de obstrução do sistema venoso porta (cabeça de medusa) ou veia cava. Ondas peristálticas: em geral não são observadas em indivíduos normais,mas pode estar presente quadros obstrutivos. Lesões cutâneas: sinal de Cullen e sinal de Turner, presentes na pancreatite aguda. 3. AUSCULTA Deve ser realizada nos quatro quadrantes de forma superficial para avaliar os ruídos hidroaéreos. Para avaliar alterações do fluxo aórtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio ao longo do trajeto da aorta. Principais alterações a serem pesquisadas na ausculta: Presença de ruídos hidroaéreos (descrever intensidade ++++/IV); Peristaltismo de luta: obstrução; Íleo paralítico: silêncio abdominal; Sopros: sugerem aneurismas e compressões arteriais. 4. PALPAÇÃO Palpação superficial: Avaliar sensibilidade, integridade anatômica e grau de distensão da parede abdominal. Os pacientes com dor abdominal devem ser solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a palpação da área mais distante da região dolorosa, deixando esta por último. Deve ser feita com uma mão a 45 graus ou duas mãos superpostas. Pontos dolorosos: Ponto epigástrico: sensível na úlcera péptica em atividade; Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pelo rebordo costal direito com a borda externa do músculo reto abdominal, na interseção da linha hemi clavicular com o rebordo costal direito. Deve ser palpado em busca do Sinal de Murphy que pode estar presente na colecistite aguda. Ponto de McBurney: união do terço externo com dois terços internos da linha que une a espinha ilíaca ântero-superior à cicatriz umbilical. Dor nessa região sugere apendicite aguda. O Sinal de Blumberg , dor a descompressão, pode ser pesquisado na palpação profunda. Palpação profunda: tem como objetivo palpar órgãos abdominais em busca de visceromegalias e tumorações. Palpação do fígado: o método mais utilizado na prática é o de Lemos Torres, em que o examinador com a mão esquerda na região lombar direita do paciente tenta evidenciar o fígado para frente e com a mão direita espalmada sobre a parede anterior, tenta palpar a borda hepática anterior durante a inspiração profunda. Deve ser avaliado a borda hepática, se tem borda fina ou romba; regularidade da superfície, sensibilidade, consistência, presença de nodulações. Palpação do baço: normalmente não é palpável, exceto quando atinge duas ou três vezes seu tamanho normal. Para palpá-lo, o examinador posiciona-se à direita do paciente e com a mão direita em garra tenta sentir o polo esplênico inferior durante a inspiração profunda próximo ao rebordo costal esquerdo. Causas de esplenomegalia: hipertensão portal, infecção, anemia hemolítica, linfomas, esquistossomose. 5. PERCUSSÃO A partir da percussão é possível identificar presença de ar livre, líquidos e massas intra- abdominais. A técnica é digito-digital, em que o examinador posiciona uma das mãos sobre o abdome e percute com o dedo indicador. Som normal: maciço (baço e fígado), timpânico (vísceras ocas); Percussão normal: macicez hepática no hipocôndrio direito; timpanismo no espaço de Traube, timpanismo nas demais regiões. Massas abdominais sólidas ou líquidas (ascite) são maciços. Timpanismo generalizado pode indicar obstrução Algumas manobras são fundamentais para avaliar o paciente com suspeita de ascite, que é o acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. Essa avaliação baseia-se justamente na percussão como veremos nas duas principais manobras abaixo: Macicez móvel: ocorre em casos de ascite de médio volume. Quando o paciente está em decúbito dorsal o líquido acumula-se na região lateral do abdome, revelando timpanismo na região anterior, quando o paciente posiciona-se em decúbito lateral, o líquido desloca-se para o mesmo lado, onde fica maciço e a região acima fica timpânica. Semi-círculo de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal percute-se a regiçao periumbilical do meio para as extremidades. Em casos de ascite, observa-se alteração do timpanismo. 6. OUTROS SINAIS DO EXAME ABDOMINAL Sinal de Giordano: punho-percussão das lojas renais. Se o paciente sentir dor, é positivo e pode indicar pielonefrite aguda. Sinal de Jobert: percussão do hipocôndrio direito com detecção de timpanismo. É indicativo de pneumoperitôneo (ar na cavidade abdominal). Sinal de Corvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável. Pode ser indicativo de neoplasia. 7. EXAME DO ABDOME NORMAL ABDOME: plano, sem lesões de pele, cicatrizes, circulação colateral, retrações ou abaulamentos. Peristalse não identificável à inspeção. Ruídos hidroaéreos presentes nos quatros quadrantes (+/IV). Ausência de timpanismo difuso e macicez em flancos. Traube livre. Fígado e baço não palpáveis. Abdome indolor à palpação profunda e superficial.
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