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Livro - Gerenciamento e Controle de Poluicao da Agua e do Solo (2)

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GERENCIAMENTO E CONTROLE DE 
POLUIÇÃO DA ÁGUA E DO SOLO
Amilcar Marcel de Souza
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Este material tem o objetivo de instrumentalizar o aluno para o Gerenciamento e 
Controle de Poluição da Água e do Solo. 
A qualidade das águas e dos solos para o desenvolvimento e qualidade de 
vida dos humanos é uma questão extremamente importante. Por isso, o ma-
terial abordará os parâmetros físicos, químicos e biológicos, que são funda-
mentais para a indicar a qualidade de águas e solos, visando sua importância 
no abastecimento de água doméstica e na agricultura e reduzindo possíveis 
impactos ambientais. Também terá como foco as tecnologias para recuperação 
da qualidade de águas contaminadas ou poluídas e as tecnologias voltadas à 
conservação desse recurso
Amilcar Marcel de Souza
IESDE BRASIL S/A
Curitiba
2016
Gerenciamento 
e Controle de 
Poluição da Água e 
do Solo
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S713g Souza, Amilcar Marcel de
Gerenciamento e controle de poluição da água e do solo / Amilcar 
Marcel de Souza. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2016.
240 p. : il. ; 21 cm.
ISBN 978-85-387-6214-0
1. Meio ambiente. 2. Água - Poluição. 3. Recursos hídricos. I. Título.
16-34093 CDD: 363.7
CDU: 628.19
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão IESDE
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Capa Evelyn Caroline dos Santos Betim
Imagem capa Shutterstock.com/violetkaipa
Arte-final Evelyn Caroline dos Santos Betim
© 2016 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer 
processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Produção
Sumário
Carta ao aluno | 5
1. Parâmetros físicos, químicos e biológicos | 7
2. Indicadores da qualidade de águas e solos
visando sua importância no abastecimento de
água doméstica e na agricultura | 25
3. Reduzindo possíveis impactos ambientais | 55
4. Tecnologias para recuperação da qualidade
de águas contaminadas ou poluídas | 75
5. Tecnologias voltadas à conservação do recurso | 95
6. Funcionamento e organizações de comitês
de bacias hidrográficas | 115
7. Outorga de direito e cobrança pelo uso da água | 137
8. Gestão e manejo de recursos hídricos em áreas urbanas | 155
9. Uso do solo urbano e impactos causados no ambiente | 177
10. Aspectos da ocupação do espaço rural e suas implicações no 
uso e na conservação dos recursos naturais | 197 
Gabarito | 217
Referências | 225 
Carta ao aluno
Este material tem o objetivo de instrumentalizar o aluno para 
o tema Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo,
que é muito importante para seu curso e para sua formação acadê-
mica. A qualidade das águas e dos solos para o desenvolvimento
e qualidade de vida dos humanos é uma questão extremamente
importante. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS),
constitui um dos principais assuntos de saúde pública, seja visto que
a humanidade necessita de água para seu consumo e do solo para a
produção de alimentos.
Para a melhor gestão desses recursos naturais, as instituições 
públicas e privadas vêm desenvolvendo estratégias de gestão ambien-
tal e tecnologias de controle e redução da poluição da água e solo. 
Uma dessas estratégias, por exemplo, é a definição de ordenamentos 
jurídicos restritivos associados aos procedimentos técnicos, como é 
o caso dos parâmetros de qualidade da água estipulados pela Anvisa.
– 6 –
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
A disciplina Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo é 
muito importante nesse contexto, pois ela abordará os parâmetros físicos, quí-
micos e biológicos, que são fundamentais para indicar a qualidade de águas 
e solos visando à sua importância no abastecimento de água doméstica e na 
agricultura e reduzindo possíveis impactos ambientais. Também terá como 
foco as tecnologias para recuperação da qualidade de águas contaminadas ou 
poluídas e as tecnologias voltadas à conservação do recurso. 
Integrando esses conteúdos, serão abordados o funcionamento e as orga-
nizações de comitês de bacias hidrográficas atuantes no Brasil, bem como a 
outorga de direito e cobrança pelo uso da água. 
O aluno terá a oportunidade de se aprofundar na gestão e no manejo 
de recursos hídricos em áreas urbanas, uso do solo urbano e nos impactos 
causados ao ambiente. Por fim, serão abordados os aspectos da ocupação do 
espaço rural e suas implicações no uso e na conservação dos recursos naturais.
Os conteúdos foram selecionados com muito cuidado e escritos com 
linguagem simples para dar mais autonomia aos seus estudos. 
Parâmetros físicos, 
químicos e biológicos
A qualidade das águas e dos solos para o desenvolvimento 
e a qualidade de vida dos humanos é uma questão extremamente 
importante. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
constitui um dos principais assuntos de saúde pública, seja visto que 
a humanidade necessita de água para seu consumo e do solo para a 
produção de alimentos.
Nesta aula serão apresentados os parâmetros de análise de 
qualidade da água e do solo no Brasil, dando enfoque aos parâme-
tros físicos, químicos e biológicos.
1
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 8 –
1.1 Parâmetros físicos da água e do solo 
1.1.1 Água
Segundo a Organização das Nações Unidas ONU (2010), estima-se que 
aproximadamente 1 (um) bilhão de pessoas necessitam de acesso a abasteci-
mento de água que seja suficiente para suprir suas necessidades básicas, defi-
nido como uma fonte que possa fornecer 20 litros por pessoa por dia a uma 
distância não superior a mil metros. Essas fontes incluem ligações domésticas, 
fontes públicas, fossos, poços e nascentes protegidos e coleta de águas pluviais. 
A Declaração da “ONU Água” para o Dia Mundial da Água em 2010 
apontou as seguintes diretrizes:
“A água potável limpa, segura e adequada é vital para a sobrevivência de 
todos os organismos vivos e para o funcionamento dos ecossistemas, comunidades e 
economias. Mas a qualidade da água em todo o mundo é cada vez mais ameaçada 
à medida que as populações humanas crescem, atividades agrícolas e industriais se 
expandem e as mudanças climáticas ameaçam alterar o ciclo hidrológico global. 
[…]
A cada dia, milhões de toneladas de esgoto tratado inadequadamente e resí-
duos agrícolas e industriais são despejados nas águas de todo o mundo. […] Todos 
os anos, morrem mais pessoas das consequências de água contaminada do que de 
todas as formas de violência, incluindo a guerra. […] A contaminação da água 
enfraquece ou destrói os ecossistemas naturais que sustentam a saúde humana, a 
produção alimentar e a biodiversidade. […] A maioria da água doce poluída 
acaba nos oceanos, prejudicando áreas costeiras e a pesca. […]”
A água é um bem natural de alto valor agregado e de interesse difuso 
com ordenamento jurídico bem extenso no Brasil, como na esfera fede-
ral pelo Decreto 24.643/34, que estipulou o Código de Águas; a Lei 
 9.433/97, conhecida como Lei das Águas, e a Lei 9.984/2000, que criou a 
Agência Nacional de Águas, sem olvidar da Carta Magna Federal de 1981 são 
os mais relevantes diplomas legais que disciplinam a temática.
Os diferentes processos físicos aquáticos podem ser influenciados pela 
poluição ambiental por meio do aporte de substâncias nos mananciais e têm 
– 9 –
Parâmetros físicos, químicos e biológicos
origem em várias fontes, como efluentes domésticos e industriais e escoamen-
tos superficial urbano e agrícola.Cada uma dessas fontes apreenta características próprias quanto aos 
poluentes que transportam, como: contaminantes orgânicos, nutrientes (que 
podem causar eutrofização dos ambientes lóticos e lênticos) e bactérias.
Mesmo separando os poluentes em grupos, a diversidade das indústrias 
existentes aumenta, ainda mais, a variabilidade dos contaminantes aportados 
nos corpos de água, tornando-se praticamente impossível a determinação sis-
temática de todos os poluentes que possam estar presentes nas águas superfi-
ciais, em tempo relativamente curto.
Existem parâmetros de qualidade de água, levando em conta os poluen-
tes mais representativos que são: físicos, químicos, microbiológicos e bioen-
saios ecotoxicológicos.
Nesta aula daremos enfoque aos parâmetros físicos que também são 
indicadores de qualidade das águas. No Brasil, a resolução Conama 357, de 
17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e dire-
trizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condi-
ções e os padrões de lançamento de efluentes, além de dar outras providências 
e ser utilizada para o monitoramento e fiscalização ambiental. 
A seguir, apresentamos os principais parâmetros físicos da água.
– Turbidez: A turbidez da água é determinada por 
diversos materiais em suspensão, de tamanho e natu-
reza variados, tais como areia, matéria orgânica e 
inorgânica, compostos corados solúveis, plâncton e 
outros organismos microscópicos. (BRASIL)
– Cor: A cor da água é proveniente da matéria orgânica 
como, por exemplo, substâncias húmicas, taninos e tam-
bém por metais como o ferro e o manganês e resíduos 
industriais fortemente coloridos. (BRASIL, 2006)
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 10 –
– Temperatura: A variação da temperatura tem incidência 
sobre distintos parâmetros físicos e químicos que, por sua 
vez, podem afetar a qualidade das águas de irrigação. Os 
fatores que se deve ter em conta são oriundos dos siste-
mas de irrigação, das condições de cultivo e da variação 
de temperatura diária e das estações. (ALMEIDA, 2010)
– Condutividade elétrica: A condutividade especí-
fica de uma água é a amplitude dela para transmitir 
uma corrente elétrica. Para medir a condutividade, faz-
-se uso de uma ponte de Wheatstone (condutivíme-
tro digital com sonda de temperatura) e uma cédula 
de condutividade apropriada. (ALMEIDA, 2010)
1.1.2 Solo
De acordo com Gomes (2016), a qualidade do solo é tão importante 
quanto às qualidades do ar e da água no estudo de indicadores da qualidade 
global dos ambientes e ecossistemas. A qualidade do solo está ligada direta-
mente aos efeitos na saúde e na produtividade de determinado ecossistema e 
nos ambientes a ele relacionados.
Gomes (2016) ainda aponta que a melhor eficiência e indicadores que 
sejam apropriados para avaliar a qualidade do solo dependem da conjuntura 
e análise dos componentes múltiplos que determinam a sua capacidade em 
desempenhar suas funções, como a produtividade e o equilíbrio ambiental. 
Neste capítulo daremos foco aos parâmetros físicos que são comumente 
analisados e que estão relacionados ao arranjamento das partículas e do espaço 
poroso do solo, incluindo densidade, porosidade, estabilidade de agregados, 
textura, encrostamento superficial, compactação, condutividade hidráulica e 
capacidade de armazenagem de água disponível.
O solo é composto fisicamente por estruturas complexas e variáveis 
resultantes da interação e mistura não homogênea dos seus componentes. É 
formado por um conjunto de três frações, sendo a física que são os sólidos, os 
– 11 –
Parâmetros físicos, químicos e biológicos
líquidos que é a solução do solo e os gases que são compostos pelo ar presente 
nos poros do solo (LIER, 2015).
Os principais parâmetros físicos do solo são:
– Textura: é um termo empregado para desig-
nar a proporção relativa das frações argila, silte ou 
areia no solo. Estes se diferenciam entre si pelo 
tamanho de suas partículas (granulometria).
– Densidade global: relaciona a massa do solo 
seco por unidade de volume. A densidade glo-
bal é variável, manifestando a influência da com-
pactação, estrutura, adensamentos e textura. 
– Porosidade: representa a porção do solo 
em volume, não ocupada por sólidos.
– Estabilidade de agregados: a agregação resulta das forças 
de aproximação e cimentação de partículas orgânicas e 
minerais no solo. A união de agregados menores formam os 
macroagregados (> 0,25 mm) do solo. Nos solos tropicais a 
cimentação é resultante principalmente da matéria orgânica 
e da ação e do metabolismo de organismos vivos sobre essa 
matéria orgânica gerando substâncias agregantes. Também 
tem papel relevante a secreção de compostos orgânicos 
pelas raízes e a presença de elementos químicos minerais 
como cálcio, magnésio, entre outros (HERNANI, 2016).
– Encrostamento: é o processo de desagregação do solo 
pela água da chuva reduzindo os poros que absorvem a 
água. Desse modo, com menos poros para absorver água, 
há uma diminuição da velocidade de infiltração de água 
no solo, estando esta mais sujeita a correr na superfície 
do solo em um processo denominado escoamento super-
ficial. Esse processo é chamado de erosão por salpico, 
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 12 –
e a redução da infiltração em virtude da obstrução de 
poros da superfície do solo é conhecida como selamento 
superficial devido à formação de crostas superficiais.
– Compactação: processo de aumento da densidade 
do solo no qual ocorre aumento de sua resistência, 
redução da porosidade, redução da permeabilidade, 
redução da disponibilidade de nutrientes e água.
1.2 Parâmetros químicos da água e do solo 
1.2.1 Água
No Brasil, os parâmetros químicos da água no que compete a sua qua-
lidade para o consumo humano são determinados pelo Ministério da Saúde 
pela Portaria MS 2.914, de 12 de dezembro 2011.
Essa portaria traz algumas definições que são importantes na análise de 
parâmetros de qualidade química de água.
I - água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, 
preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independen-
temente da sua origem;
II - água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabele-
cido nesta Portaria e que não ofereça riscos à saúde;
III - padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como 
parâmetro da qualidade da água para consumo humano, conforme 
definido nesta Portaria;
IV - padrão organoléptico: conjunto de parâmetros caracterizados por 
provocar estímulos sensoriais que afetam a aceitação para consumo 
humano, mas que não necessariamente implicam risco à saúde;
V - água tratada: água submetida a processos físicos, químicos ou 
combinação destes, visando atender ao padrão de potabilidade.
– 13 –
Parâmetros físicos, químicos e biológicos
Os indicadores de qualidade química que são analisados como referên-
cia para a qualidade de água são potencial hidrogeniônico (pH), alcalinidade, 
dureza, cloretos, ferro, manganês, nitrogênio, fósforo, fluoretos, oxigênio dis-
solvido (OD), matéria orgânica (demanda bioquímica de oxigênio: DBO e 
demanda química de oxigênio: DQO) e componentes orgânicos e inorgânicos.
De acordo com Moraes (2008), esses indicadores apresentam os seguin-
tes conceitos:
 2 Potencial hidrogeniônico (pH) – pH é a sigla usada para poten-
cial (ou potência) hidrogeniônico porque se refere à concentração 
de [H+] (ou de H
3O+) em uma solução. Assim, o pH serve para 
nos indicar se uma solução é ácida, neutra ou básica. A escala de 
pH varia entre 0 e 14 na temperatura de 25ºC. Se o valor do pH 
for igual a 7 (pH da água), o meio da solução (ou do líquido) será 
neutro. Mas se o pH for menor que 7, será ácido, e se for maior 
que 7, básico. 
 2 Alcalinidade da água – também pode ser identificada em função 
da concentração de sais alcalinos, como sódio e cálcio. Tais elemen-
tos interferem no processo de tratamento da água. A presença de 
cálcio e magnésio configuraa dureza, e esses sais em grandes con-
centrações provocam incrustações em tubulações, além de aumen-
tar o consumo de água pelos seres humanos.
 2 Oxigênio dissolvido (OD) – origina-se do ar e da atividade fotos-
sintética de algas e outros vegetais aquáticos e é fundamental à 
sobrevivência dos organismos aeróbios. A água com baixos teores 
de OD indica que recebeu uma carga de matéria orgânica que, para 
ser decomposta por bactérias aeróbias, necessita consumir o OD 
presente na água.
A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e a demanda química de 
oxigênio (DQO) indicam o teor de matéria orgânica presente em determi-
nado corpo hídrico. O aumento no teor da matéria orgânica, como o despejo 
de esgoto sem tratamento nos rios, representa o consumo de oxigênio por 
micro-organismos.
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 14 –
 2 Demanda bioquímica de oxigênio (DBO): quantidade de oxi-
gênio que seria necessário fornecer às bactérias aeróbias, para con-
sumirem a matéria orgânica presente em um líquido (água ou 
esgoto). A DBO é determinada em laboratório, observando-se o 
oxigênio consumido em amostras do líquido, durante cinco dias, à 
temperatura de 20°C.
 2 Demanda química de oxigênio (DQO): quantidade de oxigênio 
necessária à oxidação da matéria orgânica por meio de um agente 
químico. A DQO também é determinada em laboratório, em prazo 
muito menor ao teste da DBO. Para o mesmo líquido, a DQO é 
sempre maior que a DBO.
1.2.2 Solos
No Brasil, os parâmetros químicos da qualidade do solo são orientados 
pelas Resoluções CONAMA 420/2009 e 460/2013 (altera o artigo 8° da 
CONAMA 420/2009 e acrescenta novo parágrafo).
Em seu artigo 3.° da Resolução CONAMA 420/2009, “A proteção do 
solo deve ser realizada de maneira preventiva, a fim de garantir a manutenção da 
sua funcionalidade ou, de maneira corretiva, visando restaurar sua qualidade ou 
recuperá-la de forma compatível com os usos previstos”.
Parágrafo único. São funções principais do solo:
I - servir como meio básico para a sustentação da vida e de habitat 
para pessoas, animais, plantas e outros organismos vivos;
II - manter o ciclo da água e dos nutrientes;
III - servir como meio para a produção de alimentos e outros bens 
primários de consumo;
IV - agir como filtro natural, tampão e meio de adsorção, degradação 
e transformação de substâncias químicas e organismos;
V - proteger as águas superficiais e subterrâneas;
VI - servir como fonte de informação quanto ao patrimônio natural, 
histórico e cultural;
VII - constituir fonte de recursos minerais; e
– 15 –
Parâmetros físicos, químicos e biológicos
VIII - servir como meio básico para a ocupação territorial, práticas 
recreacionais e propiciar outros usos públicos e econômicos.
Para Gomes (2006), os estudos dos parâmetros de análise química do 
solo podem ser aplicados, tanto para uso agronômico quanto ambiental. 
Esses estudos podem ser agrupados em quatro classes: 
– Indicam os processos do solo ou de com-
portamento. Ex: pH, carbono orgânico.
– Indicam a capacidade do solo de resistir à troca 
de cátions. Ex.: Tipo de argila (1:1 ou 2:1), CTC, 
CTA, óxidos de ferro e óxidos de alumínio;
– Indicam as necessidades nutricionais das plantas. Ex: 
N, P, K, Ca, Mg e elementos traços (micronutrientes). 
– Indicam contaminação ou poluição. Ex.: metais 
pesados, nitrato, fosfato, agrotóxicos.
Os parâmetros de análise química dos solos mais comumente utiliza-
dos estão apresentados a seguir. É importante ressaltar que pode ter outros 
indicadores específicos de análise conforme a situação de interesse como aná-
lise de metais pesados advindos de contaminação de determinada indústria. 
Nesse caso, os parâmetros serão determinados de forma específica pelo órgão 
ambiental fiscalizador/controlador.
 2 Potencial hidrogeniônico (pH): índice de concentração de H+ no 
solo usado para determinar se um solo é ácido (pH menor que 
7), neutro (pH igual a 7) ou básico (pH maior que 7). Esse parâ-
metro identifica a solubilidade de nutrientes no solo, ou seja, o 
quanto pode ser absorvido pelos vegetais. Os solos ideais para cul-
tivo devem apresentar pH entre 6,0 e 6,5. Porém, essa faixa pode 
ser estendida de 5,5 a 6,8.
 2 Carbono orgânico: esse elemento não é um nutriente absorvível 
pela planta, no entanto ele está ligado à estrutura do solos podendo, 
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 16 –
na disponibilidade de água, ser um tamponante diante da presença 
de compostos tóxicos às plantas.
 2 Capacidade de Troca de Cátions (CTC) efetiva: este parâmetro 
mede a quantidade total de cátions retidos na superfície das argilas 
ou coloides minerais e orgânicos existentes no solo, expressa em 
e.mg/1 00 g ou cmolc/kg; CTC = Ca2+ + Mg2+ + K+ + H+ + Al3+ 
+ Na+ + NH4+ + ... Se estiver ocorrendo a troca de cátions, é um 
indicador que os nutrientes estão tendo mobilidade na solução do 
solo e portanto as plantas estarão absorvendo os nutrientes.
 2 Nitrogênio do solo: o nitrogênio é absorvido pelas plantas nas for-
mas nítrica (NO3–) e amoniacal (NH3–). De forma geral, a grande 
maioria das espécies de vegetais exigem teores elevados de nitrogê-
nio para desenvolverem-se. 
 2 Condutividade elétrica e sais solúveis totais: a alta concentração 
de sais na região das raízes é uma limitação severa, por exemplo, 
em muitos solos de regiões semiáridas e áridas, pois eles reduzem a 
CTC. A salinidade, portanto, constitui fator importante na avalia-
ção da qualidade química e produtividade dos solos.
1.3 Parâmetros biológicos da água e do solo 
1.3.1 Água
Os parâmetros da qualidade biológica no que tange à potabilidade e que 
serão focados neste capítulo são as algas e os coliformes. Os indicadores que 
são analisados determinam a potencialidade de um corpo de água ser portador 
de agentes causadores de doenças. Ressalta-se que a avaliação da qualidade de 
água também pode ser feita por meio de indicadores biológicos dos com-
ponentes de um ecossistema aquático, como o fitoplâncton, zooplâncton, 
bentos, macrófitas, peixes, pois comunidades bióticas refletem impactos ou 
alterações causadas em seus hábitats etc. (JONSSON, 2000)
A detecção dos agentes patogênicos, principalmente bactérias, protozoá- 
rios e vírus, em uma amostra de água, é extremamente difícil em razão de 
suas baixas concentrações. Portanto, a determinação da potencialidade de um 
– 17 –
Parâmetros físicos, químicos e biológicos
corpo d’água ser portador de agentes causadores de doenças pode ser feita de 
forma indireta, por meio dos organismos indicadores de contaminação fecal 
do grupo dos coliformes.
Coliformes: Os coliformes indicam a presença de 
micro-organismos patogênicos, provenientes de 
efluentes sanitários. Os principais constituintes são 
coliformes totais; coliformes termotolerantes; Esche-
richia coli; bactérias heterotróficas; protozoários 
(Giardia e Cryptosporidium) e clorofila “a”.
Os coliformes estão presentes em grandes quantidades nas fezes do ser 
humano e dos animais de sangue quente. A presença de coliformes na água 
não representa, por si só, um perigo à saúde, mas indica a possível presença 
de outros organismos causadores de problemas. Os principais indicadores 
de contaminação fecal são as concentrações de coliformes totais e coliformes 
fecais, expressas em número de organismos por 100 mL de água.
Os coliformes são bactérias e estão subdivididas em: totais e termoto-
lerantes ou fecais e estão presentes em materiais fecais. A sua presença na 
água pode indicar a possível presença de seres patogênicos. Quanto maior a 
concentração desses organismos em um corpo de água, maior o seu grau de 
poluição e também o seu potencial causador de doenças.
Todas as bactérias coliformes são gram-negativas manchadas, de hastes 
não esporuladas, que estão associadas às fezes de animais de sangue quente 
e com o solo. As bactérias coliformes fecais reproduzem-se ativamente a 
44,5ºC e são capazes de fermentar o açúcar. O uso da bactéria coliformefecal para indicar poluição sanitária mostra-se mais significativo que o uso 
da bactéria coliforme “total” porque as bactérias fecais estão restritas ao trato 
intestinal de animais de sangue quente.
Os coliformes totais são bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios 
facultativos e não formadores de esporos e estão associados à decomposição de 
matéria orgânica em geral. Exemplos: Citrobacter, Klebsiella, Enterobacter.
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 18 –
Os coliformes termotolerantes ou fecais toleram temperaturas acima de 
40°, reproduzem-se nessa temperatura em menos de 24 horas e estão associa-
dos às fezes de animais de sangue quente, como Enterobacter, Citrobacter.
Algas: as algas desempenham um importante papel no 
ambiente aquático, sendo responsáveis pela produção de 
grande parte do oxigênio dissolvido do meio. Quando 
presente em grandes quantidades, como resultado do 
excesso de nutrientes (eutrofização) na água, trazem alguns 
inconvenientes como sabor e odor; toxidez, turbidez e cor; 
formação de massas de matéria orgânica que, ao serem 
decompostas, provocam a redução do oxigênio dissolvido; 
corrosão; interferência nos processos de tratamento da água, 
além de apreentarem um aspecto estético desagradável.
A determinação da concentração dos coliformes assume importância 
como parâmetro indicador da possibilidade da existência de micro-organis-
mos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação 
hídrica, tais como febre tifoide, febre paratifoide, disenteria bacilar e cólera 
(FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE, 2006).
De modo geral, nas águas para abastecimento PÚBLICO, o limite 
tolerável de coliformes fecais estabelecido pela Portaria 2.914, de 12 de 
dezembro de 2011, do Ministério da Saúde não deve ultrapassar 4 mil coli-
formes fecais em 100 ml de água em 80% das amostras colhidas em qual-
quer período do ano.
1.3.2 Solo
Muito ao contrário do que visualmente se apresenta, o solo é um recurso 
natural vivo e dinâmico e que condiciona e sustenta a produção de alimentos 
e fibras e regula o balanço global do ecossistema. O solo tem sua qualidade 
definida como a capacidade de funcionar dentro do ecossistema visando sus-
tentar a produtividade biológica, mantendo a qualidade ambiental e promo-
– 19 –
Parâmetros físicos, químicos e biológicos
vendo a saúde e o desenvolvimento das plantas e dos animais, além de ser 
sustento físico para ambos, podendo ser avaliado pelo uso de indicadores 
físicos, químicos e biológicos (ARAÚJO, 2007).
Neste capítulo será dado enfoque para os parâmetros biológicos que 
estão relacionados a seguir. 
 2 Biomassa microbiana do solo: de acordo com Jenkinson e Ladd 
(1981, citado por Araújo, 2007), a biomassa microbiana do solo é 
o componente vivo da matéria orgânica do solo, exceto a macro-
fauna e as raízes dos vegetais. A biomassa microbiana é responsá-
vel por controlar os ciclos biogeoquímicos, como a decomposição 
e o acúmulo de matéria orgânica, ou transformações envolvendo 
os nutrientes minerais. Em função dos processos de decomposi-
ção e transformação são acumuladas consideráveis quantidades de 
nutrientes que servem como reserva, e que são continuamente assi-
miladas durante os ciclos de crescimento dos diferentes organismos 
que compõem o ecossistema.
 2 Respiração do solo: a respiração do solo é caracterizada pela oxi-
dação biológica da matéria orgânica gerando CO2 pelos microrga-
nismos aeróbios. Por esse processo, ela ocupa uma posição chave no 
ciclo do carbono nos ecossistemas terrestres. O estudo e a identifi-
cação da respiração do solo devem ser de forma frequente, seja visto 
que se quantifica a atividade microbiana no solo, podendo verificar 
os conteúdos de matéria orgânica, com a biomassa microbiana e 
consequentemente a dinâmica da vida ativa do solo.
 2 Fixação biológica do N2: a fixação biológica do nitrogênio é muito 
conhecida nos meios agronômicos com a utilização por plantas da 
família das leguminosas para melhorar as condições químicas do 
solo. Isso é possível, pois essa família botânica tem uma relação 
de simbiose com uma bactéria do gênero Rhizobium, Bradyrhizo-
bium e Azorhizobium, que convertem o N2 atmosférico em NH3, 
incorporada em diversas formas de N orgânico para a utilização por 
plantas. Esse processo ocorre no interior de estruturas específicas, 
denominadas de nódulos, nos quais as bactérias têm a capacidade 
de absorver o nitrogênio. Esse processo quebra a tripla ligação do 
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 20 –
N2 por meio de um complexo enzimático, denominado nitroge-
nase. (ODUM, 2007). Assim sendo, a análise desse processo no 
solo foi transformada em um parâmetro de análise biológica da 
qualidade do solo.
 2 Enzimas do solo: as enzimas são mediadoras do catabolismo bio-
lógico dos componentes orgânicos e minerais do solo, podendo 
ser estudada como medida de atividade microbiana, produtividade 
e efeito de poluentes no solo. A atividade enzimática do solo está 
relacionada com o aumento da matéria orgânica, com a melhoria 
das propriedades físicas e com a atividade e biomassa microbiana. 
Ampliando seus conhecimentos
Influência do uso e ocupação do solo na
 qualidade da água: um método para avaliar
 a importância da zona ripária
Para o desenvolvimento sustentável da humanidade são neces-
sárias as práticas de exploração dos recursos naturais que aliam 
princípios de preservação e conservação do meio ambiente, 
atendendo às necessidades do presente sem comprometer 
a capacidade de atendimento das futuras gerações (Word 
Commission on Environmental and Development,1987).
Além de considerar os aspectos econômicos e sociais, esse 
desenvolvimento deve considerar a mitigação dos impactos 
ecológicos com os conceitos de biodiversidade e integridade 
de ecossistemas. Esses efeitos ecológicos envolvem principal-
mente questões relativas à degradação do solo, às alterações 
do ciclo hidrológico, às alterações climáticas e à manutenção 
da biodiversidade.
Diferentes princípios, conceitos e práticas têm sido desenvolvi-
dos com vistas ao desenvolvimento, que, sendo “economica-
– 21 –
Parâmetros físicos, químicos e biológicos
mente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado” 
é chamado de sustentável. Variadas concepções envolvem 
tão abrangentes conceitos, como o que é “socialmente justo” 
ou o que vem a ser propriamente um ambiente “ecologica-
mente equilibrado”, mas além dessa discussão existe a clara 
necessidade de se avaliar o impacto exclusivo das atividades 
humanas no meio ambiente.
No caso dos processos hidrológicos, onde interagem os 
ciclos biogeoquímicos, o fluxo de energia e os dinâmicos 
fatores bióticos, em muitos casos têm-se considerado a bacia 
hidrográfica como a unidade ecossistêmica para estudo e 
planejamento (Lotspeich, 1980), sendo utilizados diferen-
tes indicadores tais como balanço hídrico, extensão e con-
dição da zona ripária, taxas de infiltração e de erosão do 
solo, diversidade de invertebrados bentônicos e qualidade 
da água, para mensurar e avaliar a sustentabilidade das inter-
venções antropogênicas em métodos de análise multicriterial 
(Francisco et al., 2008).
Uma zona fundamental para a preservação da qualidade da 
água e diversificação de habitats em uma bacia hidrográfica 
é o ecossistema ripário que constitui uma interface entre o 
ambiente terrestre e o aquático. Esse ambiente ribeirinho 
reflete um complexo de fatores geológicos, climáticos, hidro-
lógicos que em interação com os fatores bióticos definem uma 
heterogeneidade de ambientes (Rodrigues, 2000). Sob flo-
restas ciliares ocorre uma significativa variação de solos, cujos 
reflexos aparecem nos diversos tipos de formações florestais 
(Jacomine, 2000). As comparações florísticas entre remanes-
centes de formações florestais ciliares mostram que essas áreas 
são muito diversas, mesmo em áreas de grande proximidade 
espacial, e essa diversidade é dependente também, entreoutros fatores, do tamanho da faixa ciliar florestada (Metzeger 
et al., 1997). Esses autores ressaltam que apenas um grande 
esforço de preservação pode possibilitar a manutenção dessa 
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 22 –
biodiversidade, no pouco que resta de florestas ciliares, aliado 
a uma implementação no conhecimento científico sobre essas 
áreas. A água que flui nos cursos não está isolada e hermética 
à complexa interação com a área ripária. Em realidade, são 
sistemas abertos e que participam de todos os processos eco-
lógicos que ocorrem nas bacias hidrográficas, historicamente 
negligenciados no processo de exploração dos recursos natu-
rais (Barrela et al., 2000).
A preservação da faixa ripária, principalmente nos córregos, 
é de extrema importância pois evita a erosão de solos adja-
centes, impedindo ou atenuando a sedimentação e assorea-
mento do leito. O assoreamento provoca a perda de habitats 
aquáticos, o rebaixamento do lençol freático, a diminuição 
na vazão média e o declínio da biodiversidade do sistema 
(Berkman e Rabeni, 1987). A retirada da vegetação das mar-
gens dos cursos d’água é prejudicial também porque o mate-
rial em suspensão interfere na qualidade da água do corpo 
receptor (Odum, 1988). Em escala de pequenas bacias e 
sub-bacias hidrográficas, a extensão e condição da mata ciliar 
podem ser utilizadas como indicadores hidrológicos da sus-
tentabilidade das atividades humanas (Lima e Zákia, 1998), 
pois a vegetação ripária é responsável por grande parte do 
regime ambiental do ecossistema aquático (Likens, 1985).
A delimitação da zona ripária é uma das primeiras etapas para 
a avaliação desta como um indicador, e, em tese, seus limi-
tes estendem-se às margens laterais dos corpos d’água até o 
alcance máximo da zona saturada do solo, que dada a dinâ-
mica dessa zona, aumenta a dificuldade de seu mapeamento. 
Diferentes métodos de modelagem e mapeamento das zonas 
ripárias foram desenvolvidos a partir de fatores topográficos 
e de condutividade do solo, simulando a resposta hidroló-
gica da bacia a uma determinada chuva em modelos digitais 
(Simões, 2001), entretanto, na legislação brasileira, a zona 
– 23 –
Parâmetros físicos, químicos e biológicos
ripária é estabelecida, na prática, conforme a largura da lâmina 
dos corpos d’água, sendo protegida como área de preserva-
ção permanente (Brasil, 1965). O uso dessa área é permitido 
em casos de utilidade pública, como obras de infraestrutura, 
ou no caso de interesse social, como no caso da pequena 
propriedade agrícola aliada às práticas de manejo sustentável 
(Brasil, 2000) as quais podem implementar a funcionalidade 
do sistema, diminuindo a contaminação dos corpos d’água 
por poluentes antropogênicos (Wallace, 1997).
Mas como avaliar a condição da zona ripária? No caso de 
toda a bacia, Mancini et al. (2005) avaliaram a condição da 
bacia de drenagem classificando o uso e cobertura do solo 
em 4 categorias avaliados com um índice de antropização. 
Esse índice foi correlacionando com a qualidade biológica da 
água, avaliada pela diversidade de invertebrados bentônicos. 
O escopo deste trabalho foi desenvolver um método unicri-
terial de avaliação da zona ripária com enfoque no uso do 
solo, avaliado com um índice de antropização adaptado e 
correlacionado com a qualidade físico-química da água cor-
rente, considerando-se como zona ripária aquela estritamente 
estabelecida na legislação brasileira como área de preservação 
permanente ripária.
COELHO, Raul Candido da Trindade Paixão. Acesso em: 
mar. de 2016. Disponível em: <www.ambi-agua.net/seer/in-
dex.php/ambiagua/article/download/446/831>. 
Atividades
1. Escolha um corpo de água mais próximo e de fácil acesso, colete 
uma amostra de água e faça uma análise visual. Verifique a turbidez, a 
cor, o odor e a temperatura. Nessa análise, observe se nessa amostra 
ocorre algum fenômeno que indique a qualidade da água.
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 24 –
2. Faça um ensaio sobre a qualidade do solo. Pegue uma pequena quan-
tidade de diferentes tipos de solos presentes em sua localidade (de 
um campo de futebol, da beira de um rio, da base de uma edificação 
recém-iniciada etc.) e verifique alguns indicadores, como fertilidade 
e compactação. Para isso, escolha uma espécie de vegetal de rápido 
crescimento, plante-o em recipientes com a mesma quantidade de 
solo e disponibilize as mesmas condições de irrigação. Verifique o 
comportamento da planta quanto ao seu crescimento, coloração e 
absorção de água pelo solo.
3. Faça uma pesquisa sobre a qualidade de água de abastecimento pú-
blico de seu município. Solicite a análise de água que é feita pela con-
cessionária de captação e tratamento e verifique se as análises estão 
de acordo com o limite tolerável de coliformes fecais estabelecido 
pela Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da 
Saúde, que diz que não deve se ultrapassar 4 mil coliformes fecais 
em 100 mL de água em 80% das amostras colhidas em qualquer 
período do ano.
Indicadores da qualidade 
de águas e solos visando 
à sua importância no 
abastecimento de água 
doméstica e na agricultura
O Brasil tem um sistema de avaliação e controle da quali-
dade das águas para o consumo humano e para as atividades de 
produção agrícola. Esse controle se torna importante, pois o cresci-
mento da população tem pressionado os recursos naturais, como a 
água demandando em maior quantidade e ao mesmo tempo impac-
tando-a pelos seus modos de desenvolvimento. A qualidade de vida 
e da saúde das pessoas acaba por ser comprometida caso não ocorra 
controle da qualidade das águas. 
Nesta aula serão apresentados os parâmetros de análise de 
qualidade da água, previstos na legislação brasileira para o abasteci-
mento humano e no uso na agricultura.
2
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 26 –
2.1 Indicadores previstos na legislação 
para o abastecimento de água doméstica
O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União, Seção 1, 
do dia 14 de dezembro, a Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, que 
dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da 
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. 
Essa portaria teve antecedentes na legislação brasileira de potabilidade 
de água para consumo humano, sendo a Portaria BSB 56, de 14 de março de 
1977, a primeira legislação nacional que estabeleceu o padrão de potabilidade 
brasileira, após assinatura do Decreto Federal 79.367, de 9 de março de 1977. 
Esse decreto previu a competência do Ministério da Saúde para legislar sobre 
normas e o padrão de potabilidade da água para consumo humano. A Porta-
ria BSB 56/1977 foi revisada em 1990 e resultou na Portaria GM 36/1990, 
seguida da Portaria MS 1.469, de 29 de dezembro de 2000. Em função do 
novo ordenamento na estrutura do Ministério da Saúde com a instituição 
da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), a Portaria MS 1.469/2000 foi 
extinta passando a vigorar a Portaria MS 518, de 25 de março de 2004 e que 
foi substituída pela atual 294/2011.
Para o melhor entendimento dos parâmetros previstos na legislação para 
o abastecimento de água doméstica é importante se ater o que descreve o 
artigo 5.° da Portaria MS 2.914/2011. As principais definições pela referida 
Portaria refere-se que:
I - água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, 
preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independen-
temente da sua origem;
II - água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabele-
cido nesta Portaria e que não ofereça riscos à saúde;
III - padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como 
parâmetro da qualidade da água para consumo humano, conforme 
definido nesta Portaria;
IV - padrão organoléptico: conjunto de parâmetros caracterizados por 
provocar estímulos sensoriais que afetam a aceitação para consumo 
humano, mas que não necessariamente implicam risco à saúde;
V - águatratada: água submetida a processos físicos, químicos ou 
combinação destes, visando atender ao padrão de potabilidade;
– 27 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
VI - sistema de abastecimento de água para consumo humano: insta-
lação composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipa-
mentos, desde a zona de captação até as ligações prediais, destinada 
à produção e ao fornecimento coletivo de água potável, por meio de 
rede de distribuição;
VII - solução alternativa coletiva de abastecimento de água para con-
sumo humano: modalidade de abastecimento coletivo destinada a 
fornecer água potável, com captação subterrânea ou superficial, com 
ou sem canalização e sem rede de distribuição; 
VIII - solução alternativa individual de abastecimento de água para 
consumo humano: modalidade de abastecimento de água para con-
sumo humano que atenda a domicílios residenciais com uma única 
família, incluindo seus agregados familiares;
IX - rede de distribuição: parte do sistema de abastecimento formada 
por tubulações e seus acessórios, destinados a distribuir água potável, 
até as ligações prediais;
X - ligações prediais: conjunto de tubulações e peças especiais, situado 
entre a rede de distribuição de água e o cavalete, este incluído;
XI - cavalete: kit formado por tubos e conexões destinados à instala-
ção do hidrômetro para realização da ligação de água;
XII - interrupção: situação na qual o serviço de abastecimento de água 
é interrompido temporariamente, de forma programada ou emergen-
cial, em razão da necessidade de se efetuar reparos, modificações ou 
melhorias no respectivo sistema;
XIII - intermitência: é a interrupção do serviço de abastecimento de 
água, sistemática ou não, que se repete ao longo de determinado perí-
odo, com duração igual ou superior a seis horas em cada ocorrência;
XIV - integridade do sistema de distribuição: condição de operação e 
manutenção do sistema de distribuição (reservatório e rede) de água 
potável em que a qualidade da água produzida pelos processos de 
tratamento seja preservada até as ligações prediais;
XV - controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto 
de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou 
por solução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado 
a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a asse-
gurar a manutenção desta condição;
XVI - vigilância da qualidade da água para consumo humano: con-
junto de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde 
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 28 –
pública para verificar o atendimento a esta Portaria, considerados os 
aspectos socioambientais e a realidade local, para avaliar se a água 
consumida pela população apresenta risco à saúde humana;
XVII - garantia da qualidade: procedimento de controle da qualidade 
para monitorar a validade dos ensaios realizados;
XVIII - recoleta: ação de coletar nova amostra de água para consumo 
humano no ponto de coleta que apresentou alteração em algum parâ-
metro analítico; e
XIX - passagem de fronteira terrestre: local para entrada ou saída 
internacional de viajantes, bagagens, cargas, contêineres, veículos 
rodoviários e encomendas postais.
O artigo 27 define que a água potável deve estar em conformidade com 
padrão microbiológico definido em seus anexos, assim como as demais dispo-
sições dessa portaria como turbidez, pH, temperatura, substâncias químicas 
inorgânicas, substâncias orgânicas, agrotóxicos e desinfectantes.
No quadro 1, estão apresentados os padrões para o parâmetro microbio-
lógico da água para abastecimento humano, no qual se destaca a análise de 
coliformes totais e em que toda análise deverá ter como referência de potabi-
lidade e segurança para o consumo.
Quadro 1: Padrão microbiológico da água para abastecimento humano
Tipo de água Parâmetro VMP(1)
Água para consumo 
humano Escherichia coli
(2) Ausência em 100 mL
Água 
tratada
Na saída do 
tratamento Coliformes totais
(3) Ausência em 100 mL
No sistema de 
distribuição 
(reservatórios 
e rede)
Escherichia coli Ausência em 100 mL
Coliformes 
totais(4)
Sistemas ou 
soluções alternativas 
coletivas que 
abastecem menos de 
20 mil habitantes
Apenas uma amostra, 
entre as amostras 
examinadas no mês, 
poderá apresentar 
resultado positivo
Sistemas ou soluções 
alternativas coletivas 
que abastecem 
a partir de 20 
mil habitantes
Ausência em 100 mL 
em 95% das amostras 
examinadas no mês
– 29 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Indicador de contaminação fecal.
(3) Indicador de eficiência de tratamento.
(4) Indicador de integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede).
Anexo II: Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção
Tratamento da água VMP(1)
Desinfecção (para águas subterrâneas) 1,0 uT(2) em 95% das amostras
Filtração rápida (tratamento 
completo ou filtração direta) 0,5
(3) uT(2) em 95% das amostras
Filtração lenta 1,0(3) uT(2) em 95% das amostras
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Unidade de turbidez.
(3) Esse valor deve atender ao padrão de turbidez de acordo com o especificado no §2.o do 
art. 30.
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011.
No quadro 2, estão apresentados os padrões para o parâmetro turbidez 
da água para abastecimento humano, no qual se destaca a análise de partícu-
las em suspensão e em que toda análise deverá ter como referência de potabi-
lidade e segurança para o consumo.
Quadro 2: Padrão para turbidez da água para abastecimento humano
Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta)
Período após a 
publicação da portaria Turbidez < 0,5 uT Turbidez < 1,0 uT
Final do 1.º ano Em no mínimo 25% das amostras mensais coletadas
No restante das amostras 
mensais coletadas
Final do 2.º ano Em no mínimo 50% das amostras mensais coletadas
Final do 3.º ano Em no mínimo 75% das amostras mensais coletadas
Final do 4.º ano Em no mínimo 95% das amostras mensais coletadas
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 30 –
Filtração lenta
Período após a 
publicação da portaria Turbidez < 1,0 uT Turbidez < 2,0 uT
Final do 1.º ano Em no mínimo 25% das amostras mensais coletadas
No restante das amostras 
mensais coletadas
Final do 2.º ano Em no mínimo 50% das amostras mensais coletadas
Final do 3.º ano Em no mínimo 75% das amostras mensais coletadas
Final do 4.º ano Em no mínimo 95% das amostras mensais coletadas
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011.
No quadro 3, estão apresentados os padrões para o parâmetro pH 
(potencial hidrogeniônico da água para abastecimento humano, no qual se 
destaca a análise da acidez e em que toda análise deverá ter como referência 
de potabilidade e segurança para o consumo.
Quadro 3: Padrão para pH da água para abastecimento humano
C(2)
Temperatura = 5ºC
Valores de pH
≤ 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
≤ 0,4 38 47 58 70 83 98 114
0,6 27 34 41 49 59 69 80
0,8 21 26 32 39 46 54 63
1,0 17 22 26 32 38 45 52
1,2 15 19 23 27 32 38 45
1,4 13 16 20 24 28 34 39
1,6 12 15 18 21 25 30 35
1,8 11 13 16 19 23 27 32
2,0 10 12 15 18 21 25 29
– 31 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
C(2)
Temperatura = 5ºC
Valores de pH
≤ 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
2,2 9 11 14 16 19 23 27
2,4 8 10 13 15 18 21 25
2,6 8 10 12 14 17 20 23
2,8 7 9 11 13 15 19 22
3,0 7 9 10 13 15 18 20
C(2)
Temperatura = 10ºC
Valores de pH
≤ 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
< 0,4 27 33 41 49 58 70 80
0,6 19 24 29 35 41 49 57
0,8 15 19 23 27 32 38 45
1,0 12 15 19 23 27 32 37
1,2 11 13 16 19 23 27 32
1,4 9 11 14 17 20 24 28
1,6 8 10 16 15 18 21 25
1,8 7 9 11 14 16 19 22
2,0 7 8 10 1215 17 20
2,2 6 8 10 12 14 16 19
2,4 6 7 9 11 13 15 17
2,6 5 7 8 10 12 14 16
2,8 5 6 8 9 11 13 15
3,0 5 6 7 9 11 12 14
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 32 –
C(2)
Temperatura = 15ºC
Valores de pH
≤ 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
≤ 0,4 19 24 29 35 41 48 57
0,6 13 17 20 25 29 34 40
0,8 11 13 16 19 23 27 31
1,0 9 11 13 16 19 22 26
1,2 7 9 11 14 16 19 22
1,4 7 8 10 12 14 17 20
1,6 6 7 9 11 13 15 17
1,8 5 7 8 10 11 14 16
2,0 5 6 7 9 10 12 14
2,2 5 6 7 8 10 11 13
2,4 4 5 6 8 9 11 12
2,6 4 5 6 7 8 10 12
2,8 4 4 5 7 8 9 11
3,0 3 4 5 6 8 9 10
Quadro 4: Padrão para pH da água para abastecimento humano (continuação)
C(2)
Temperatura = 20ºC
Valores de pH
≤ 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
≤ 0,4 14 17 20 25 29 34 40
0,6 10 12 14 17 21 24 28
0,8 7 9 11 14 16 19 22
1,0 6 8 9 11 13 16 18
1,2 5 7 8 10 11 13 16
1,4 5 6 7 9 10 11 14
1,6 4 5 6 8 9 11 12
– 33 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
C(2)
Temperatura = 20ºC
Valores de pH
≤ 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
1,8 4 5 6 7 8 10 12
2,0 3 4 5 6 7 9 10
2,2 3 4 5 6 7 8 9
2,4 3 4 4 5 6 8 9
2,6 3 3 4 5 6 7 8
2,8 3 3 4 5 6 7 8
3,0 2 3 4 4 5 6 77
C(2)
Temperatura = 25ºC
Valores de pH
≤ 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
≤ 0,4 9 12 14 18 21 24 28
0,6 7 8 10 1 15 17 20
0,8 5 6 8 10 11 13 16
1,0 4 5 6 8 9 11 13
1,2 4 5 5 7 8 10 11
1,4 3 4 5 6 7 8 10
1,6 3 4 4 5 6 7 9
1,8 3 3 4 5 6 7 8
2,0 2 3 4 4 5 6 7
2,2 2 3 3 4 5 6 7
2,4 2 3 3 4 4 5 6
2,6 2 2 3 3 4 5 6
2,8 2 2 3 3 4 5 5
3,0 2 2 3 3 4 4 5
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 34 –
C(2)
Temperatura = 30ºC
Valores de pH
≤ 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0
≤ 0,4 6 8 10 12 15 17 20
0,6 5 6 7 9 10 12 14
0,8 3 5 6 7 8 10 11
1,0 3 4 5 6 7 8 9
1,2 3 3 3 5 6 7 8
1,4 2 3 3 4 5 6 7
1,6 2 3 3 4 4 5 6
1,8 2 2 3 3 4 5 6
2,0 2 2 3 3 4 4 5
2,2 2 2 2 3 3 4 5
2,4 2 2 2 3 3 4 4
2,6 1 2 2 3 3 4 4
2,8 1 2 2 2 3 3 4
3,0 1 2 2 3 3 3 4
NOTAS:
(1) Valores intermediários aos constantes na tabela podem ser obtidos por interpolação.
(2) C: residual de cloro livre na saída do tanque de contato (mg/L).
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011.
No quadro 5, estão apresentados os padrões para o parâmetro desinfec-
ção por meio de cloraminação da água para abastecimento humano, no qual 
se destaca a análise do cloro residual e em que toda análise deverá ter como 
referência de potabilidade e segurança para o consumo.
Quadro 5: Padrão para a desinfecção por meio de cloraminação, de acordo com 
concentração de cloro residual combinado (cloraminas) e com a temperatura da 
água, para valores de pH da água entre 6 e 9 em águas para abastecimento humano
– 35 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
C(2)
Temperatura (ºC)
5 10 15 20 25 30
≤ 0,4 923 773 623 473 323 173
0,6 615 515 415 315 215 115
0,8 462 387 312 237 162 87
1,0 369 309 249 189 130 69
1,2 308 258 208 158 108 58
1,4 264 221 178 135 92 50
1,6 231 193 156 118 81 43
1,8 205 172 139 105 72 39
2,0 185 155 125 95 64 35
2,2 168 141 113 86 59 32
2,4 154 129 104 79 54 29
2,6 142 11 9 96 73 50 27
2,8 132 11 0 89 678 46 25
3,0 123 103 83 63 43 23
NOTAS:
(1) Valor intermediários aos constantes na tabela podem ser obtidos por interpolação.
(2) C: residual de cloro combinado na saída do tanque de contato (mg/L).
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de Dezembro 
de 2011.
No quadro 6, estão apresentados os padrões para o parâmetro Desin-
fecção com Dióxido de Cloro da água para abastecimento humano, onde se 
destaca a concentração de Dióxido de cloro e em que toda a análise deverá ter 
como referencia de potabilidade e segurança para o consumo.
Quadro 6: Padrão para a desinfecção com dióxido de cloro, de acordo com 
concentração de dióxido de cloro e com a temperatura da água, para valores de 
pH da água entre 6 e 9 em águas para abastecimento humano
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 36 –
C(2)
Temperatura (ºC)
5 10 15 20 25 30
≤ 0,4 13 9 8 7 6 6
0,6 9 6 5 6 4 4
0,8 7 5 4 4 3 3
1,0 5 4 3 3 3 2
1,2 4 3 3 3 2 2
1,4 4 3 2 2 2 2
1,6 3 2 2 2 2 1
1,8 3 2 2 2 1 1
2,0 3 2 2 2 1 1
2,2 2 2 2 1 1 1
2,4 2 2 1 1 1 1
2,6 2 2 1 1 1 1
2,8 2 1 1 1 1 1
3,0 2 1 1 1 1 1
NOTAS:
(1) Valor intermediários aos constantes na tabela podem ser obtidos por interpolação.
(2) C: residual de cloro combinado na saída do tanque de contato (mg/L).
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011.
No quadro 7, estão apresentados os padrões para substâncias químicas 
inorgânicas e orgânicas da água para abastecimento humano em que toda a 
análise deverá ter como referência de potabilidade e segurança para o consumo.
Quadro 7: Padrão de potabilidade de água para substâncias químicas inorgânicas 
e orgânicas que representam risco à saúde
Parâmetro CAS(1) Unidade VMP(2)
Inorgânicas
Antimônio 7440-36-0 mg/L 0,005
Arsênio 7440-38-2 mg/L 0,01
– 37 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
Parâmetro CAS(1) Unidade VMP(2)
Inorgânicas
Bário 7440-39-3 mg/L 0,7
Cádmio 7440-43-9 mg/L 0,005
Chumbo 7439-92-1 mg/L 0,01
Cianeto 57-12-5 mg/L 0,07
Cobre 7440-50-8 mg/L 2
Cromo 7440-47-3 mg/L 0,05
Fluoreto 7782-41-4 mg/L 1,5
Mercúrio 7439-97-6 mg/L 0,001
Níquel 7440-02-0 mg/L 0,07
Nitrato (como N) 14797-55-8 mg/L 10
Nitrito (como N) 14797-65-0 mg/L 1
Selênio 7782-49-2 mg/L 0,01
Urânio 7440-61-1 mg/L 0,03
Orgânicas
Acrilamida 79-06-1 μg/L 0,5
Benzeno 71-43-2 μg/L 5
Benzo[a]pireno 50-32-8 μg/L 0,7
Cloreto de vinila 75-01-4 μg/L 2
1,2-dicloroetano 107-06-2 μg/L 10
1,1-dicloroeteno 75-35-4 μg/L 30
1,2-dicloroeteno (cis + trans) 156-59-2 (cis)156-60-5 (trans) μg/L 50
Diclorometano 75-09-2 μg/L 20
Di(2-etil-hexil)ftalato 117-81-7 μg/L 8
Estireno 100-42-5 μg/L 20
Pentaclorofenol 87-86-5 μg/L 9
Tetracloreto de Carbono 56-23-5 μg/L 4
Tetracloroeteno 127-18-4 μg/L 40
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011.
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 38 –
No quadro 8, estão apresentados os padrões para o parâmetro agrotóxi-
cos presentes na água para abastecimento humano, no qual se destaca a aná-
lise de elementos químicos prejudiciais à saúde humana e em que toda análise 
deverá ter como referência de potabilidade e segurança para o consumo.
Quadro 8: Padrão de potabilidade de água para agrotóxicos
Parâmetro CAS(1) Unidade VMP(2)
Agrotóxicos (continuação)
2,4 D + 2,4,5 T 94-75-7 (2,4 D)93-76-5 (2,4,5 T) μg/L 30
Alaclor 15972-60-8 μg/L 20
Aldicarbe + Aldicarbesulfona 
+ Aldicarbesulfóxido
116-06-3 (aldicarbe)
1646-88-4 
(aldicarbesulfona)
μg/L 10
1646-87-3 (aldicarbe 
sulfóxido) μg/L
Aldrin + Dieldrin
309-00-2 (aldrin)
60-57-1 (dieldrin)
μg/L 0,03
Atrazina 1912-24-9 μg/L 2
Carbendazim + benomil
10605-21-7 (carbendazim)
17804-35-2 (benomil)
μg/L 120
Carbofurano 1563-66-2 μg/L 7
Clordano 5103-74-2 μg/L 0,2
Clorpirifós + clorpirifós-oxon
2921-88-2 (clorpirifós)
5598-15-2 
(clorpirifós-oxon)
μg/L 30
DDT+DDD+DDE
p, p’-DDT (50-29-3)
p, p’-DDT (72-54-8)
p, p’-DDE (72-55-9)
μg/L 1
Diuron 330-54-1 μg/L 90
Endossulfan (α β e sais)(3) 115-29-7; I
(959-98-8); II
μg/L 20
(33213-65-9);
sulfato (1031-07-8)
μg/L
– 39 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
Parâmetro CAS(1) Unidade VMP(2)
Agrotóxicos (continuação)
Endrin 72-20-8 μg/L 0,6
Glifosato + AMPA
1071-83-6 (glifosato)
1066-51-9 (AMPA)
μg/L 500
Lindano (gama HCH) (4) 58-89-9 μg/L 2
Mancozebe 8018-01-7 μg/L 180
Metamidofós 10265-92-6 μg/L 12
Metolacloro 51218-45-2 μg/L 10
Molinato 2212-67-1 μg/L 6
Parationa metílica 298-00-0 μg/L 9
Pendimentalina 40487-42-1 μg/L 20
Permetrina 52645-53-1 μg/L20
Profenofós 41198-08-7 μg/L 60
Simazina 122-34-9 μg/L 2
Tebuconazol 107534-96-3 μg/L 180
Terbufós 13071-79-9 μg/L 1,2
Trifluralina 1582-09-8 μg/L 20
Desinfetantes e produtos secundários da desinfecção(5)
Ácidos haloacéticos total (6) mg/L 0,08
Bromato 15541-45-4 mg/L 0,01
Clorito 7758-19-2 mg/L 1
Cloro residual livre 7782-50-5 mg/L 5
Cloraminas total 0599-903 mg/L 4,0
2,4,6 triclorofenol 88-06-2 mg/L 0,2
Tri-halometanos total (7) mg/L 0,1
NOTAS:
(1) CAS é o número de referência de compostos e substâncias químicas adotado pelo Chemical 
Substract Service.
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro de 2011.
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 40 –
No quadro 9, estão apresentados os padrões para o parâmetro cianoto-
xinas presentes na água para abastecimento humano e em que toda análise 
deverá ter como referência de potabilidade e segurança para o consumo.
Quadro 9: Padrão de potabilidade de água de cianotoxinas da água para consumo 
humano
Cianotoxinas
Parâmetro(1) Unidade VMP(2)
Microcistinas μg/L 1,0(3)
Saxitoxinas μg/L equivalente STX/L 3,0
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) O valor representa o somatório das concentrações de todas as variantes de microcistinas.
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011.
No quadro 10, estão apresentados os padrões para o parâmetro radioati-
vidade da água para abastecimento humano e em que toda análise deverá ter 
como referência de potabilidade e segurança para o consumo.
Quadro 10: Padrão de potabilidade de água de radioatividade da água para 
consumo humano.
Parâmetro(1) Unidade VMP
Rádio-226 Bq/L 1
Rádio-228 Bq/L 0,1
NOTA:
(1) sob solicitação da Comissão Nacional da Energia Nuclear, outros radionuclídeos devem 
ser investigados.
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011.
No quadro 11, estão apresentados os padrões para o parâmetro orga-
noléptico da água para abastecimento humano, no qual se destaca o gosto e 
odor provocados por determinados elementos químicos e em que toda análise 
deverá ter como referência de potabiidade e segurança para o consumo.
Quadro 11: Padrão organoléptico de potabilidade de água para consumo humano
Parâmetro CAS Unidade VMP(1)
Alumínio 7429-90-5 mg/L 0,2
– 41 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
Parâmetro CAS Unidade VMP(1)
Amônia (como NH
3
) 7664-41-7 mg/L 1,5
Cloreto 16887-00-6 mg/L 250
Cor aparente(2) uH 15
1,2-diclorobenzeno 95-50-1 mg/L 0,01
1,4-diclorobenzeno 106-46-7 mg/L 0,03
Dureza total mg/L 500
Etilbenzeno 100-41-4 mg/L 0,2
Ferro 7439-89-6 mg/L 0,3
Gosto e odor(3) Intensidade 6
Manganês 7439-96-5 mg/L 0,1
Monoclorobenzeno 108-90-7 mg/L 0,12
Sódio 7440-23-5 mg/L 200
Sólidos dissolvidos totais mg/L 1000
Sulfato 14808-79-8 mg/L 250
Sulfeto de hidrogênio 7783-06-4 mg/L 0,1
Surfactantes (como LAS) mg/L 0,5
Tolueno 108-88-3 mg/L 0,17
Turbidez(4) uT 5
Zinco 7440-66-6 mg/L 5
Xilenos 1330-20-7 mg/L 0,3
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Unidade Hazen (mgPt-Co/L).
(3) Intensidade máxima de percepção para qualquer característica de gosto e odor com 
exceção do cloro livre, nesse caso por ser uma característica desejável em água tratada.
(4) Unidade de turbidez.
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de Dezembro 
de 2011.
No quadro 12, estão apresentados os padrões para o parâmetro ciano-
bactéria presente na água para abastecimento humano, no qual se destaca a 
análise da quantidade máxima permitida e em que toda análise deverá ter 
como referência de potabilidade e segurança para o consumo.
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 42 –
Quadro 12: Padrão de frequência de monitoramento de cianobactérias no 
manancial de abastecimento de água
Quando a densidade de cianobactérias (células/mL) for: Frequência
<= 10.000 Mensal
> 10.000 Semanal
Fonte: Retirado da Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011.
2.2 Indicadores previstos na 
legislação para a agricultura 
A agricultura intensiva desenvolvida no Brasil apresenta diferentes 
impactos ambientais na qualidade da água. É necessário, portanto, o moni-
toramento de diversos indicadores de qualidade e entre eles a avaliação de 
resíduos de agrotóxicos.
2.2.1 Água
Assim, os indicadores de avaliação da qualidade de água previstos na legis-
lação para a Agricultura são ordenados juridicamente pela Portaria do Minis-
tério da Saúde 2.914, de 12 de dezembro de 2011, nos quais os principais 
indicadores estão apresentados no quadro 7 do capítulo anterior e também pela 
Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 17 de 
março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes 
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e os 
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
2.2.2 Solo
A qualidade dos solos utilizados na agricultura tem uma legislação que 
traz como indicadores de controle da produção e do comércio de fertilizantes, 
corretivos, inoculantes e biofertilizantes. O Departamento de Fiscalização de 
Insumos Agrícolas (DFIA/SDA) do Ministério da Agricultura é o responsável 
pela fiscalização em nível nacional.
– 43 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
O Decreto 8.384, de 29 de dezembro de 2014, que dispõe sobre a ins-
peção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, 
inoculantes, ou biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas 
destinados à agricultura traz as diretrizes de controle de qualidade dos solos 
no Brasil.
O referido decreto apresenta as seguintes considerações e definições:
Art. 2.o Para os fins deste Regulamento, considera-se:
I - produção: qualquer operação de fabricação ou industrialização e 
acondicionamento que modifique a natureza, acabamento, apresen-
tação ou finalidade do produto; 
II - comércio – atividade de compra, venda, exposição à venda, cessão, 
empréstimo ou permuta de fertilizantes, corretivos agrícolas, inocu-
lantes, biofertilizantes e matérias-primas; III - fertilizante: substância 
mineral ou orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais 
nutrientes de plantas, sendo:
IV - corretivo – produto de natureza inorgânica, orgânica ou ambas, 
usado para melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas 
do solo, isoladas ou cumulativamente, não tendo em conta seu valor 
como fertilizante, além de não produzir característica prejudicial ao 
solo e aos vegetais, assim subdividido
V - inoculante: produto que contém micro-organismos com atuação 
favorável ao crescimento de plantas, entendendo-se como:
a) suporte: material excipiente e esterilizado, livre de contaminantes 
segundo os limites estabelecidos, que acompanha os micro-organis-
mos e tem a função de suportar ou nutrir, ou ambas as funções, o 
crescimento e a sobrevivência destes micro-organismos, facilitando a 
sua aplicação; e
b) pureza do inoculante: ausência de qualquer tipo de micro-organis-
mos que não sejam os especificados;
VI - biofertilizante: produto que contém princípio ativo ou agente 
orgânico, isento de substâncias agrotóxicas, capaz de atuar, direta 
ou indiretamente, sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, ele-
vando a sua produtividade, sem ter em conta o seu valor hormonal 
ou estimulante;
VII - matéria-prima – material destinado à obtenção direta de fer-
tilizantes, corretivos, inoculantes, biofertilizantes, remineralizadores 
e substratos para plantas, por processo químico, físico ou biológico;
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 44 –
VIII - dose: quantidade de produto aplicado por unidade de área ou 
quilograma de semente;
IX - lote: quantidade definida de produto de mesma especificação e 
procedência;
X - partida – quantidade de produtode mesma especificação consti-
tuída por vários lotes;
XI - produto – qualquer fertilizante, corretivo, inoculante, biofertili-
zante, remineralizador e substrato para plantas; 
XII - produto novo: produto sem antecedentes de uso e eficiência 
agronômica comprovada no País ou cujas especificações técnicas não 
estejam contempladas nas disposições vigentes;
XIII - carga: material adicionado em mistura de fertilizantes, para o 
ajuste de formulação, que não interfira na ação destes e pelo qual não 
se ofereçam garantias em nutrientes no produto final;
XIV - nutriente: elemento essencial ou benéfico para o crescimento e 
produção dos vegetais, assim subdividido:
a) macronutrientes primários: Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio 
(K), expressos nas formas de Nitrogênio (N), Pentóxido de Fósforo 
(P2O5) e Óxido de Potássio (K2O);
b) macronutrientes secundários: Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxo-
fre (S), expressos nas formas de Cálcio (Ca) ou Óxido de Cálcio (CaO), 
Magnésio (Mg) ou Óxido de Magnésio (MgO) e Enxofre (S); e
c) micronutrientes: Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), 
Manganês (Mn), Molibdênio (Mo), Zinco (Zn), Cobalto (Co), Silí-
cio (Si) e outros elementos que a pesquisa científica vier a definir, 
expressos nas suas formas elementares;
XV - aditivo: qualquer substância adicionada intencionalmente ao 
produto para melhorar sua ação, aplicabilidade, função, durabilidade, 
estabilidade e detecção ou para facilitar o processo de produção;
XVI - fritas: produtos químicos fabricados a partir de óxidos e silica-
tos, tratados a alta temperatura até a sua fusão, formando um com-
posto óxido de silicatado, contendo um ou mais micronutrientes; 
XVII - estabelecimento – pessoa física ou jurídica registrada ou cadas-
trada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujas 
atividades consistem na produção, na importação, na exportação ou 
no comércio de produtos abrangidos por este Regulamento, ou que 
prestam serviços de armazenamento, de acondicionamento e de aná-
– 45 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
lises laboratoriais relacionados a esses produtos ou, ainda, que gerem 
materiais secundários ou forneçam minérios concentrados para a 
fabricação de produtos;
XVIII - transporte – ato de deslocar, em todo território nacional, fer-
tilizantes, corretivos, inoculantes, biofertilizantes, remineralizadores e 
substratos para plantas e suas matérias-primas;
XIX - armazenamento – ato de armazenar, estocar ou guardar os fer-
tilizantes, corretivos, inoculantes, biofertilizantes, remineralizadores e 
substratos para plantas e suas matérias-primas;
XX - embalagem – invólucro, recipiente ou qualquer forma de acon-
dicionamento, destinado a empacotar, envasar, proteger ou identificar 
os fertilizantes, corretivos, inoculantes, biofertilizantes, remineraliza-
dores e substratos para plantas
XXI - tolerância: os desvios admissíveis entre o resultado analítico 
encontrado em relação às garantias registradas ou declaradas;
XXII - varredura: toda sobra de fertilizantes, sem padrão definido, 
resultante da limpeza de equipamento de produção, instalações ou 
movimentação de produtos, quando do seu carregamento ou ensaque;
XXIII - embaraço: todo ato praticado com o objetivo de dificultar a 
ação da inspeção e fiscalização;
XXIV - impedimento: todo ato praticado que impossibilite a ação da 
inspeção e fiscalização;
XXV - veículo: excipiente líquido utilizado na elaboração de fertili-
zante fluido.
XXVI - fraude, adulteração ou falsificação – ato praticado para obten-
ção de vantagem ilícita, com potencial de causar prejuízo a terceiros, 
por alteração, supressão ou contrafação de produtos, matérias-primas, 
rótulos, processos, documentos ou informações;
XXVII - rótulo – toda inscrição, legenda, imagem ou matéria des-
critiva ou gráfica que esteja escrita, impressa, estampada, gravada, 
gravada em relevo ou litografada ou colocada sobre a embalagem de 
fertilizantes, corretivos agrícolas, inoculantes ou biofertilizantes; 
XXVIII - garantia – indicação da quantidade percentual em peso de 
cada elemento químico, de seu óxido correspondente, ou de qualquer 
outro componente do produto, incluídos, quando for o caso, o teor 
total, o teor solúvel ou ambos os teores de cada componente e a espe-
cificação da natureza física;
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 46 –
XXIX - quantidade declarada ou teor garantido – quantidade de pro-
duto adicionado ou o teor de um elemento químico, nutriente, de seu 
óxido, ou de qualquer outro componente do produto que deverá ser 
nitidamente impresso no rótulo, na etiqueta de identificação ou em 
documento relativo ao produto
XXX - análise de fiscalização – análise efetuada rotineiramente sobre 
os produtos e matérias-primas abrangidos por este Regulamento, para 
verificar a ocorrência de desvio quanto a conformidade, qualidade, 
segurança e eficácia dos produtos ou matérias-primas; 
XXXI - análise pericial ou de contraprova – análise efetuada na outra 
unidade de amostra em poder do órgão de fiscalização, quando reque-
rida pelo interessado, em razão de discordância do resultado da aná-
lise de fiscalização; 
XXXII - segregação – separação e acomodação seletiva das partículas 
constituintes de um produto, motivado por sua movimentação e 
trepidação; 
XXXIII - amostra de fiscalização – porção representativa de um lote 
ou partida de fertilizante, inoculante, corretivo, biofertilizante, remi-
neralizador e substrato para plantas suficientemente homogênea e 
corretamente identificada, retirada por fiscal federal agropecuário ou 
sob sua supervisão ou aprovação e obtida por método definido pelo 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; 
XXXIV - amostragem – ato ou processo de obtenção de porção de pro-
duto, para constituir amostra representativa de lote ou partida definidos; 
XXXV - remineralizador – material de origem mineral que tenha 
sofrido apenas redução e classificação de tamanho de partícula por 
processos mecânicos e que, aplicado ao solo, altere os seus índices de 
fertilidade, por meio da adição de macronutrientes e micronutrientes 
para as plantas, e promova a melhoria de propriedades físicas, físico-
-químicas ou da atividade biológica do solo; e 
XXXVI - substrato para plantas – produto usado como meio de cres-
cimento de plantas.
2.3 Órgãos competentes e oficiais previstos 
na legislação para análise de indicadores 
2.3.1 Água para abastecimento humano
De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12 de 
dezembro de 2011, todas as esferas da federação têm competências e res-
– 47 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
ponsabilidades no que tange à verificação de indicadores de análise de qua-
lidade de água.
Em seu artigo 6.°, são definidas as competências atribuídas à União e 
que serão exercidas pelo Ministério da Saúde e entidades a ele vinculadas, que 
estão apresentadas no quadro 13.
Quadro 13: Relação de órgãos vinculados ao Ministério da Saúde
Órgãos Vinculados Ao Ministério Da Saúde Sigla
Secretaria de Vigilância em Saúde SVS/MS
Secretaria Especial de Saúde Indígena Sesai/MS
Fundação Nacional de Saúde Funasa
Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa
Fonte: O autor.
A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) apresenta as seguintes 
competências estabelecidas pela supracitada portaria:
I - promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água para 
consumo humano, em articulação com as Secretarias de Saúde dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e respectivos responsá-
veis pelo controle da qualidade da água;
II - estabelecer ações especificadas no Programa Nacional de Vigilân-
cia da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA);
III - estabelecer as ações próprias dos laboratórios de saúde pública, 
especificadas na Seção V desta Portaria;
IV - estabelecerdiretrizes da vigilância da qualidade da água para con-
sumo humano a serem implementadas pelos Estados, Distrito Federal 
e Municípios, respeitados os princípios do SUS;
V - estabelecer prioridades, objetivos, metas e indicadores de vigilân-
cia da qualidade da água para consumo humano a serem pactuados na 
Comissão Intergestores Tripartite; e
VI - executar ações de vigilância da qualidade da água para consumo 
humano, de forma complementar à atuação dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios.
Em atenção especial aos povos indígenas brasileiros foi criada em 2010 
a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS), que tem como compe-
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 48 –
tência executar, diretamente ou mediante parcerias, incluída a contratação de 
prestadores de serviços, as ações de vigilância e controle da qualidade da água 
para consumo humano nos sistemas e soluções alternativas de abastecimento 
de água das aldeias indígenas.
Compete à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) apoiar as ações de 
controle da qualidade da água para consumo humano proveniente de sistema 
ou solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano, em 
seu âmbito de atuação, conforme os critérios e parâmetros estabelecidos na 
supracitada portaria. 
Em Portaria interna da Funasa, 190/2014, fixa-se a orientação ao 
Apoio ao Controle da Qualidade da Água (ACQA) como um conjunto 
de ações exercidas pelas Unidades Regionais de Controle da Qualidade da 
Água (URCQA), instaladas nas Superintendências da Funasa junto aos 
Estados, podendo ser traduzidas como a análise laboratorial, visita e orien-
tação técnica, capacitação, suporte técnico, orientação acerca das alterna-
tivas e tecnologias apropriadas ao tratamento e à análise de água para con-
sumo humano, inclusive em áreas de interesse do Governo Federal, como 
as comunidades quilombolas, reservas extrativistas, assentamentos rurais e 
populações ribeirinhas.
Por fim, na esfera federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(Anvisa) tem como competência de exercer a vigilância da qualidade da água 
nas áreas de portos, aeroportos e passagens de fronteiras terrestres, conforme 
os critérios e parâmetros estabelecidos na portaria do Ministério da Saúde 
supracitada, bem como diretrizes específicas pertinentes.
Já no âmbito da esfera estadual, são as Secretarias de Saúde dos Estados 
que têm as competências para a análise de indicadores de qualidade de água. 
Conforme a Portaria do Ministério da Saúde 2.914/2011, as seguintes atri-
buição são de sua competência:
I - promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água, em 
articulação com os Municípios e com os responsáveis pelo controle 
da qualidade da água;
II - desenvolver as ações especificadas no VIGIAGUA, consideradas 
as peculiaridades regionais e locais;
– 49 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
III - desenvolver as ações inerentes aos laboratórios de saúde pública, 
especificadas na Seção V desta Portaria;
IV - implementar as diretrizes de vigilância da qualidade da água para 
consumo humano definidas no âmbito nacional;
V - estabelecer as prioridades, objetivos, metas e indicadores de vigi-
lância da qualidade da água para consumo humano a serem pactuados 
na Comissão Intergestores Bipartite;
VI - encaminhar aos responsáveis pelo abastecimento de água quais-
quer informações referentes a investigações de surto relacionado à 
qualidade da água para consumo humano;
VII - realizar, em parceria com os Municípios em situações de surto 
de doença diarréica aguda ou outro agravo de transmissão fecal-oral, 
procedimentos de análise de água:
VIII - executar as ações de vigilância da qualidade da água para con-
sumo humano, de forma complementar à atuação dos Municípios, 
nos termos da regulamentação do SUS.
Na esfera municipal compete às Secretarias de Saúde dos Municípios a 
aplicação da Portaria do Ministério da Saúde 2.914/2011.
I - exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competên-
cia, em articulação com os responsáveis pelo controle da qualidade da 
água para consumo humano;
II - executar ações estabelecidas no VIGIAGUA, consideradas as 
peculiaridades regionais e locais, nos termos da legislação do SUS;
III - inspecionar o controle da qualidade da água produzida e distri-
buída e as práticas operacionais adotadas no sistema ou solução alter-
nativa coletiva de abastecimento de água, notificando seus respectivos 
responsáveis para sanar a(s) irregularidade(s) identificada(s);
IV - manter articulação com as entidades de regulação quando detec-
tadas falhas relativas à qualidade dos serviços de abastecimento de 
água, a fim de que sejam adotadas as providências concernentes a sua 
área de competência;
V - garantir informações à população sobre a qualidade da água para 
consumo humano e os riscos à saúde associados, de acordo com 
mecanismos e os instrumentos disciplinados no Decreto nº 5.440, 
de 4 de maio de 2005;
Gerenciamento e Controle de Poluição da Água e do Solo
– 50 –
VI - encaminhar ao responsável pelo sistema ou solução alternativa 
coletiva de abastecimento de água para consumo humano informa-
ções sobre surtos e agravos à saúde relacionados à qualidade da água 
para consumo humano;
VII - estabelecer mecanismos de comunicação e informação com os 
responsáveis pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abasteci-
mento de água sobre os resultados das ações de controle realizadas;
VIII - executar as diretrizes de vigilância da qualidade da água para 
consumo humano definidas no âmbito nacional e estadual;
IX - realizar, em parceria com os Estados, nas situações de surto de 
doença diarréica aguda ou outro agravo de transmissão fecal oral.
X - cadastrar e autorizar o fornecimento de água tratada, por meio 
de solução alternativa coletiva, mediante avaliação e aprovação dos 
documentos exigidos no art. 14 desta Portaria.
2.3.2 Água para o uso na agricultura
Os órgãos competentes e oficiais previstos na legislação para análise de 
indicadores do uso da água na agricultura podem ser nas esferas federal, esta-
dual e municipal dependendo da área de abrangência da análise.
Cada ente da federação define seus órgãos competentes, mas de forma 
geral são incumbidos dessa tarefa os órgãos de agricultura e meio ambiente 
que devem seguir os parâmetros das qualidades das águas que são regidos pela 
Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama, de 17 
de março de 2005.
Ampliando seus conhecimentos
NOVA PORTARIA DE POTABILIDADE DE ÁGUA 
Busca de consenso para viabilizar a melhoria 
de água potável distribuída no Brasil
Em dezembro de 2011, o Ministério da Saúde publicou a 
portaria nº 2914, que dispõe sobre os procedimentos de 
controle e de vigilância da qualidade da água para consumo 
– 51 –
Indicadores da qualidade de à águas e solos visando sua importância no abastecimento 
de água doméstica e na agricultura
humano e seu padrão de potabilidade. Esta nova portaria 
é a quinta versão da norma brasileira de qualidade da água 
para consumo que, desde 1977, vem passando por revisões 
periódicas, com vistas à sua atualização e à incorporação 
de novos conhecimentos, em especial fruto dos avanços 
científicos conquistados em termos de tratamento, controle 
e vigilância da qualidade da água e de avaliação de risco 
à saúde. Essas revisões acomodam, também, possibilidades 
técnicas e institucionais próprias de cada momento de revi-
são da norma. E, a cada revisão nota-se a preocupação do 
Ministério da Saúde e do setor do saneamento em inovar e 
aprimorar tanto o processo participativo de revisão como as 
exigências a serem apresentadas.
Esta última publicação é resultado de um amplo processo de 
discussão para revisão da Portaria MS nº 518/2004, realizado 
no período de 2009 a 2011, sob a coordenação do Depar-
tamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Tra-
balhador, da Secretaria de Vigilância

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