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EXERCÍCIOS – JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LOCAL DA INFRAÇÃO, DO DOMICÍLIO DO RÉU E DA MATÉRIA Instruções: • Questões para serem resolvidas, indicando V para verdadeiro e F para Falso. As questões Falsas devem ser corrigidas, indicando e erro. • Indicar, no quadro abaixo, a resposta correta para cada questão. • Justificar as alternativas “falsas” nas linhas abaixo do gabarito com fundamento legal. • Valor: 1,0 Gabarito: 1 F 2 V 3 V 4 F 5 F 6 V 7 F 8 F 9 F 10 F 1. ( F ) Jonas foi preso em flagrante por ter furtado uma bicicleta havia dois meses. Conduzido à delegacia, Jonas, em depoimento ao delegado, no auto de prisão em flagrante, confessou que era o autor do furto. Na audiência de custódia, o Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, sob o argumento da gravidade abstrata do delito praticado. No entanto, após ouvir a defesa, o juiz relaxou a prisão em flagrante, com fundamento de que não estava presente o requisito legal da atualidade do flagrante, em razão do lapso temporal de dois meses entre a consumação do crime e a prisão do autor. Dias depois, em nova diligência no inquérito policial instaurado pelo delegado para apurar o caso, Jonas, já em liberdade, retratou- se da confissão, alegando que havia pegado a bicicleta de André como forma de pagamento de uma dívida. Ao ser ouvido, André confirmou a narrativa de Jonas e afirmou, ainda, que registrou boletim de ocorrência do furto da bicicleta em retaliação à conduta de Jonas, seu credor. Por fim, o juiz competente arquivou o inquérito policial a requerimento de membro do Ministério Público, por atipicidade material da conduta, sob o fundamento de ter havido entendimento mútuo e pacífico entre Jonas e André acerca da questão, nos termos do relatório final produzido pelo delegado. Nesse caso, Caso Jonas seja indígena, a competência para processá-lo e julgá-lo é da justiça comum federal. De acordo com a súmula 140 do STJ, compete a Justiça Comum Estadual, processar e julgar crime em que o indígena figure autor ou vítima. 2. ( V ) Sobre a competência no processo penal, é correto afirmar que será determinada, em regra, pelo local da infração. De forma supletiva, o critério de fixação utilizado será o foro do domicílio ou residência do réu. 3. ( V ) Juliana exerce atividade de camelô em Balneário Camboriu. Por não aceitar a negociação com agentes de segurança pública, um tipo de “arrego", teve sua mercadoria apreendida visto que comercializava pacotes de cigarro, da marca, “Buenos Tragos", considerada suspeita pelos agentes de segurança. Os cigarros “Buenos Tragos" são oriundos do Paraguai e possuem um preço bem mais abaixo que os nacionais, mas são vendidos de forma clandestina. No entanto, estes cigarros são produtos aprovados pela ANVISA e, portanto, é permitida sua importação e comercializados no Brasil, desde que cumpridas as obrigações legais e tributárias. Vale ressaltar, no entanto, que Juliana não possuía nota fiscal dos cigarros apreendidos em sua posse. Conduzido a delegacia de Polícia Civil, Juliana confessou que adquiriu os cigarros de Scarlet, uma mulher que também mora em Belo Horizonte e fornece mercadorias para os camelôs. Nessa situação, a competência para julgamento dos crimes de contrabando e de descaminho cometidos por Juliana é da Justiça Federal, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. 4. ( F ) Antonio Osmar foi autor de uma contravenção penal, em detrimento dos interesses da Caixa Econômica Federal, empresa pública. Praticou, ainda, outra contravenção em conexão, dessa vez em detrimento dos bens do Banco do Brasil, sociedade de economia mista. Dessa forma, para julgá–lo será competente a Justiça Federal, no caso da contravenção praticada em detrimento da Caixa Econômica Federal, e Justiça Estadual, no caso da infração em detrimento do Banco do Brasil. O art. 109 IV da CF/1988, excluí as contravenções das Competências da Justiça Federal. Bem como a súmula 38 do STJ estabelece que: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da CF/88, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas entidades. 5. ( F ) Marcela, voltando do Paraguai com diversas mercadorias que configurariam o crime de contrabando, entra no país pela cidade de Foz do Iguaçu (PR). Em lá chegando, compra uma passagem de ônibus para a cidade de Curitiba e segue, posteriormente, para Porto Alegre, sua cidade natal, quando é surpreendida por policiais federais que participavam de uma operação de rotina na rodoviária. Os policiais, então, apreendem as mercadorias e conduzem Marcela à Delegacia Policial. Nessa hipótese, o órgão competente para julgamento dos crimes praticados por Marcela é a justiça comum (estadual) do Estado do Paraná. De acordo com a súmula 151 do STJ a competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens. 6. ( V ) Após denúncia anônima, David foi preso em flagrante pelo crime de moeda falsa no momento em que fazia uso de notas de cem reais falsificadas. Ele confessou a autoria da falsificação, confirmada após a perícia. Com base nessa situação hipotética e nos conhecimentos específicos relativos ao direito processual penal, David deverá ser investigado pela polícia federal e processado pela justiça federal do lugar em que ocorreu o fato criminoso. 7. ( F ) Aos crimes militares aplicam-se as mesmas disposições do Código de Processo Penal, excluídas as normas de conteúdo penal que tratam de matéria específica diversa do direito penal comum. O art. 1°, III do CPP excluí os crimes militares dos seus regramentos. 8. ( F )A Justiça comum é competente para processar e julgar os crimes de lesão corporal cometidos por militares no exercício de sua função, ainda que contra vítima civil, bem como os crimes dolosos contra a vida praticado por militares contra civil. De acordo com o art. 125, §5° da CR/88 compete a Justiça Militar julgar crime militar mesmo que cometido contra civil. 9. ( F ) Tanto o crime de roubo praticado contra o Banco do Brasil quanto o crime de roubo praticado contra a Caixa Econômica Federal são de competência da justiça federal. O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, portanto o processo e julgamento de crimes em que figure como vítima devem se dar no Juízo Comum Estadual. Súmula 42 do STJ. 10. ( F ) A Emenda Constitucional n. 45/04, comumente chamada de Reforma do Judiciário, estabeleceu a competência exclusiva da Justiça Federal para processar e julgar os crimes contra os direitos humanos; Apesar de a emenda adicionar o inciso V-A no art. 109 da CF/88, o §5° deste mesmo artigo determina que deva ser grave a violação e o Procurador-Geral da República, poderá suscitar perante o STJ, o incidente de deslocamento de competência. Portanto se o procurador não o fizer ou se o STJ negar permanece no juízo em que se deu início.
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