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200955013019_PRATICA_JUIZADOS_AULA_01

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AULA 01- CURSO DE PRÁTICA PROCESSUAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS – ASPEC-
TOS PRÁTICOS E CONTROVERSOS-2019 
 
 
Profª: Sabrina Dourado 
 
 
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Temas: 
 
Competência e princípios informadores dos Juizados. Dinâmica do processo com a nova visão de solução dos 
conflitos através da conciliação, transação e arbitramento. Causas excluídas. Opcionalidade e obrigatoriedade do 
procedimento. Renúncia tácita. Estudo das partes. A atuação do advogado nos Juizados. Peculiaridades dos atos 
processuais. Estrutura da petição inicial nos JEC's. 
 
NOÇÕES INICIAIS 
 
Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária/Comum, serão criados pela União, no Distrito 
Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua 
competência. 
 
Em regra, os ordenamentos contemporâneos proíbem que as pessoas, na existência de um conflito de interesses, 
imponham sua vontade arbitrariamente à terceiro, proíbe-se a autotutela. 
 
Trata-se de conduta tipificada como crime, o exercício arbitrário das razões, vide artigo 345 do Código Penal, o qual 
possui a seguinte redação: “Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo 
quando a lei o permite”. 
 
Nestas situações de litígio, para que possam resolver seu problema, as partes devem recorrer ao Estado, quem, via 
de regra, detém o monopólio da jurisdição, possuindo poder para impor uma solução às partes. Em outras palavras, 
é necessário que as partes recorram ao Judiciário para resolverem seus problemas. 
 
Todavia a existência de despesas, bem como a demora para a obtenção de uma solução, muitas vezes constituem 
barreiras intransponíveis para que se possa defender um direito. Em muitos casos desistia-se, renunciava-se a um 
direito, ou, ainda, recorria-se a soluções alternativas que nem sempre ofereciam justiça ao caso concreto. 
 
Tal situação propiciava a existência de uma litigiosidade contida, algo que dificultava a harmonia social. 
 
Observava-se a limitação do procedimento ordinário como ferramenta apta à resolução de conflitos e, consequen-
temente, a estabelecer a mencionada harmonia social. Por tal motivo, observa-se que cerca de cinquenta por cento 
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das demandas atualmente são julgadas pelos Juizados Especiais, o que demonstrou a existência de uma litigiosi-
dade até então contida em razão das dificuldades inerentes à utilização do aparato judiciário. 
 
Dentre estas dificuldades, podemos elencar a demora na prestação judicial, a complexidade do processo, que impõe 
às partes a contratação de advogados, bem como a existência de despesas. 
 
PRINCÍPIOS 
 
O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeri-
dade, buscando, sempre que possível à conciliação ou a transação. Eis o disposto no art. 2º da Lei 9099.95. 
 
Oralidade 
 
Ao falar de oralidade, não se pode deixar de mencionar a longa batalha do grande mestre Italiano, Chiovenda, 
contra as amarras do processo escrito “la denuncia dei gravi e dannosi limiti dela strutura stessa del processo scrito”. 
De acordo com o jurista “o princípio em apreço não se esgota na possibilidade de manifestação oral em substituição 
à escrita, como mera declamação acadêmica, o que redundaria numa supérflua repetição de palavras”. 
 
Em verdade, a explanação dos argumentos de forma oral torna o julgamento muito mais interessante, produzindo 
um entendimento diverso em relação ao que se teria com a simples leitura de razões e votos escritos. É o poder da 
palavra oral imprimindo maior convencimento aos sujeitos processuais e também ao público externo, ainda distante 
dos nossos tribunais. 
 
Simplicidade 
 
Os Juizados Especiais Cíveis foram criados para solucionar causas de menor valor, permitindo que pessoas menos 
favorecidas também tenham acesso à Justiça. A simplicidade e informalidade contribuem para isto, ao acelerar o 
ritmo do processo. 
 
A simplicidade processual torna o procedimento compreensível ao leigo, o que pode ser observado na possibilidade 
de se propor a ação sem o auxílio de um advogado nas causas cujo valor não ultrapasse 20 salários mínimos. 
 
Informalidade 
 
A informalidade garante ao magistrado maior liberdade na condução da causa, podendo inclusive dispensar a rea-
lização de medidas que não trariam um resultado útil ao processo. 
Todavia, como todo princípio, ele não é absoluto, devendo coexistir com outros princípios de Direito. Assim, é lógico 
que em nome da informalidade não se pode solapar o direito de defesa, inerente ao princípio do devido processo 
legal, em sua faceta material, expresso no art. 5º, LV, da Constituição Federal. 
 
Celeridade 
 
 
 
 
 
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Um dos objetivos das mudanças legislativas trazidas pela Lei 9.099/95 foi exatamente o de abreviar a tramitação 
dos processos, garantindo-lhes maior efetividade. 
 
Esta tentativa de tornar mais célere coexiste com um agravamento na demora da prestação jurisdicional. 
 
Como explica Fernanda Tartuce, o aumento do número dos processos é resultado do “incremento no direito de 
informação e o maior conhecimento dos indivíduos sobre suas posições de vantagem como reafirmações dos direi-
tos cívicos a quem fazem jus. A verificação dessa verdadeira emancipação da cidadania tem gerado uma ampla 
disposição de não mais se resignar ante as injustiças, o que acarreta um maior acesso as corte estatais para ques-
tionar os atos lesivos; tal situação pode ser vista como uma “síndrome da litigiosidade”, sendo agravada pela redu-
ção da capacidade de dialogar verificada na sociedade contemporânea. 
 
Assim, se de um lado observa-se o aumento no número de demandas; de outro, não houve um aumento significativo 
da estrutura judiciária, o que resultou principalmente na morosidade nos Juizados, os quais, ainda assim, oferecem 
um procedimento mais célere que o ordinário. 
 
A demora jurisdicional não é uma preocupação exclusivamente brasileira: a convenção europeia de Direitos do 
Homem e das Liberdades, subscrita em agosto 1955 (em seu artigo 6º), e o Pacto de San José da Costa Rica 
consagram que todos os cidadãos têm direito a que sua causa seja examinada em prazo razoável. A Constituição 
italiana traz expressamente esta garantia em seu artigo 111: “durata ragionevole del processo”. 
 
 Economia processual 
 
O princípio da economia processual, por seu turno, implica na desburocratização da Justiça, evitando-se atos des-
necessários na condução do processo. 
 
Busca da conciliação e transação 
 
Como ensina Fredie Didier, a autocomposição, gênero do qual são espécies a conciliação e a transação, “é a forma 
de solução de conflito pelo consentimento espontâneo de um dos contendores em sacrificar o interesse próprio, no 
todo ou em parte, em favor do interesse alheio. É a solução altruísta do litígio. Considerada, atualmente, como 
legítimo meio alternativo de pacificação social. 
 
Avança-se no sentido de acabar com o dogma da exclusividade estatal para a solução dos conflitos de interesses. 
Pode ocorrer de fora ou dentro do processo jurisdicional. 
 
Diversamente da heterocomposição, na qual existe um terceiro que imporá sua decisão às partes do conflito, inva-
riavelmente em detrimento dos interesses de um dos lados, os meios de autocomposição permitem que as partes, 
por meio da discussão, cheguem a um ponto de equilíbrio, em que ambas saiam satisfeitas, ou menos insatisfeitas. 
 
Há uma maior pacificação social, sendo mais provável que as partes cumpram o que tenham acordado entre si, do 
que o um terceiro, o juiz, tenha
lhes imposto. 
O CPC/15 também estimula as soluções autocompositivas. Observe-se, por exemplo, o disposto no art. 3º do texto. 
 
 
 
 
 
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 COMPETÊNCIA 
 
O artigo 3º determina a competência dos Juizados Especiais Cíveis, estabelecendo os critérios que devem ser 
utilizados para isto. 
 
 Nada obstante, é importante destacar a natureza optativa dos Juizados Especiais Cíveis, cabendo ao autor da ação 
escolher propor a ação perante estes ou perante a Justiça comum, adotando-se o procedimento ordinário neste 
caso. 
O Sistema dos Juizados Especiais tem por fonte a própria CF (art. 98, I) e em consequência consagra princípios 
próprios que visam aumentar e não restringir as alternativas de busca da satisfação de direitos, circunstâncias sufi-
cientes para que sua interpretação se afaste de teses clássicas cuja eficácia, aliás, já é questionada até mesmo em 
relação ao procedimento comum. 
Esta é a posição claramente dominante atualmente, sendo bem minoritária a corrente que defende a competência 
absoluta dos Juizados Especiais Cíveis. 
 
 Análise do art. 3º, vejamos: 
 
O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor 
complexidade, assim consideradas: 
 
 I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; 
 
 II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil; 
 
Atenção! O CPC/15 revogou as disposições do procedimento comum sumário. Será necessária a edição de lei que 
regule a temática nos JEC’s. 
 
Vejamos o inciso II do art. 275 do CPC: 
 
Art. 275 - Observar-se-á o procedimento sumário: 
 
[...] 
 
II - nas causas, qualquer que seja o valor: (Alterado pela L-009.245-1995) 
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; 
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; 
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; 
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; 
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo ressalvados os casos de 
processo de execução; 
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; 
 
 
 
 
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g) que versem sobre revogação de doação; 
 
h) nos demais casos previstos em lei 
 
 III - a ação de despejo para uso próprio; 
 
 IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo. 
 
ATENÇÃO! 
 
Art. 1.063 do CPC/15. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei no 9.099, 
de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento das causas previs-
tas no art. 275, inciso II, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
 
Valor da Causa 
 
Sendo os Juizados Especiais Cíveis destinados a julgar causas de menor complexidade, como se pode concluir da 
leitura dos artigos 24, inciso X, e 98, da Carta Magna, houve a necessidade de estabelecer critérios para mensurar 
esta complexidade. Um dos critérios utilizados foi o valor atribuído à causa. 
 
Estabeleceu-se como de competência dos Juizados Especiais as demandas cujo valor não exceda quarenta vezes 
o salário mínimo, havendo um aumento quando comparado ao Juizados de Pequenas Causas, cuja competência 
era limitada a causas cujo valor não excedesse vinte vezes o salário mínimo. 
A “mens legis” fora estabelecer que todas as causas distribuídas aos Juizados Especiais não pudessem ultrapassar 
o limite fixado, o teto de quarenta salários mínimos, adotado como critério para definir a menor complexidade da 
causa e, consequentemente, a desnecessidade de grandes investigações probatórias. 
Nada obstante, uma corrente doutrinária e jurisprudencial ao interpretar o artigo 3º, aponta que o valor da causa é 
critério utilizado para determinar a competência dos Juizados, mas não o único, de modo que este valor não se 
aplica às causas cuja competência tenha sido estabelecida em virtude da matéria. 
Esta hipótese ganhou projeção na seara jurisprudencial no julgamento do Recurso em Mandado de Segurança no. 
30170 do Superior Tribunal de Justiça. Em decisão unanime, entendeu a relatora, a Ministra Nancy Andrighi, que o 
limite de quarenta salários mínimos não se aplica quando a competência é fixada com base na matéria, ressaltando 
no julgado: 
 
“Ao regulamentar a competência conferida aos Juizados Especiais pelo art. 8, I, da CF, o legislador ordinário fez 
uso de dois critérios distintos -quantitativo e qualitativo – para definir o que são “causas cíveis de menor complexi-
dade”. Nos termos do art. 3º da Lei 9.099/95, consideram-se ações de menor complexidade: (i) aquelas cujo valor 
não ultrapasse 40 salários mínimos; (ii) as enumeradas no art. 275, II, do CPC; (iii) a ação de despejo para uso 
próprio; e (iv) as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente a 40 salários mínimos. 
 
Como se vê, a menor complexidade que confere competência aos Juizados Especiais é, de regra, definida pelo 
valor econômico da pretensão ou pela matéria envolvida. Exige-se, pois, a presença de apenas um desses requisitos 
e não a sua cumulação. A exceção fica para as ações possessórias sobre bens imóveis, em relação às quais houve 
expressado conjugação dos critérios de valor e matéria. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art275ii
 
 
 
 
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Por essa razão, salvo na hipótese do art. 3º, IV, estabelecida a competência do Juizado Especial com base na 
matéria, é perfeitamente admissível que o pedido exceda o limite de 40 salários mínimos. 
Com efeito, a hermenêutica da Lei 9.099/95 evidencia que, quando o legislador quis agregar o pressuposto valora-
tivo ao material, assim o fez expressamente, no art. 3º, IV. 
 
ATENÇÃO! 
 
Compete ao Juizado Especial promover a execução: 
 
- dos seus julgados; 
- dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto no § 
1º do art. 8º desta Lei. 
 
CUIDADO! Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal 
e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capa-
cidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. 
 
Note-se que algumas das matérias excluídas da competência dos Juizados Especiais Cíveis foram atribuídas aos 
Juizados Especiais da Fazenda Pública, regulados pela Lei 10.259/2001, ou aos Juizados Especiais Federais, re-
gulados pela Lei 12.153/2009. 
As causas relacionadas a acidentes de trabalho, antes julgadas pela Justiça comum, com as alterações trazidas 
pela Emenda Constitucional 45, que realizou a reforma do Judiciário, passaram a ser analisadas pela Justiça do 
Trabalho. 
Quanto às demais causas, a justificativa apresentadas seria o grau de complexidade destas, necessitando de uma 
cognição muito ampla, algo incompatível com o rito dos Juizados Especiais. Pode se ilustrar a questão com os 
seguintes exemplos: “a) necessidade de certas provas, que não documental e a oral, nas causas alimentares; b) a 
complexidade do processo falimentar; c) a grande preocupação de resguardo dos interesses da Fazenda Pública, 
especialmente em matéria fiscal, onde se sobressai a indispensabilidade de agilização, a salvo de percalços, da 
cobrança de dívida ativa; d) a imprescindibilidade, em regra, de exame pericial, nas ações acidentárias; e) a neces-
sidade de real amadurecimento das causas, para julgamento consciente, quando versem sobre resíduos, ou estado 
e capacidade faz pessoas. 
 
Note-se que a incompetência nestes casos é absoluta, razão pela qual não é admissível a convalidação dos acordos 
celebrados A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça não admite sequer acordo celebrado
pelas partes em 
juizado especiais em ação alimentar, declinando a ineficácia para compulsão executória: 
 
Alimentos. Acordo celebrado perante o Juizado Especial Cível. Prisão civil do devedor. Inadmissibilidade. 
Alimentos. Prisão Civil. Acordo celebrado perante o Juizado Especial Cível. Parcelas pretéritas. 
Excluídas da competência do Juizado Especial às causas de natureza alimentar, o acordo celebrado pelas partes, 
ainda que homologado por aquele Juízo, não tem eficácia para a conclusão executória da prisão civil do devedor, à 
míngua do devido processo legal. 
 
RENÚNCIA 
 
 
 
 
 
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A opção pelo procedimento previsto na Lei, em comento, importará em renúncia ao crédito excedente ao limite 
estabelecido na mesma, excetuada a hipótese de conciliação. 
Como visto, a competência dos Juizados Especiais está limitada às causas cujo valor não ultrapasse quarenta 
salários mínimos. Todavia, isto não impede que o autor ajuíze uma demanda em que o objeto tenha valor superior 
ao referido teto. Neste caso deverá renunciar ao valor excedente. Este limite, contudo, não se aplica à conciliação. 
Vale lembrar que a regra da parte final §3º só tem aplicação para as causas em que o valor servir como critério 
definidor da competência. Nas demais, em que é cabível o procedimento dos Juizados Cíveis, quando a matéria em 
discussão é que estabelece a competência, não prevalece o limite de alçada, podendo haver condenação em valor 
superior a quarenta salários mínimos. 
Nos litígios envolvendo acidente de trânsito, por exemplo, a sentença pode condenar o responsável a pagar a parte 
lesada indenização superior a quarenta salários mínimos. 
 
Doutrina e jurisprudência dominante dizem ser necessária a renúncia expressa ao valor que exceder os 40 salários 
mínimos. Pois, ao contrário da desistência, que caracteriza tão somente a extinção de um processo que pode ser 
renovado, a renúncia importa em abdicação definitiva do próprio direito e, por isso, a partir de seu aperfeiçoamento 
é irretratável. 
 
Caso similar ocorre nas hipóteses em que o autor decidir ajuizar demanda cujo valor supere 20 salários mínimos, 
sem constituir advogado, posto que nestas causas é obrigatória a participação de profissional inscrito nos quadros 
da OAB. Nestas situações, deverá o juiz alertar ao autor das consequências de suas escolhas. 
 
Em ambas as situações a renúncia deverá ser homologada pelo juiz para que tenha efeito. 
 
REGRAS DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
 
É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro: 
 - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou 
mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; 
- do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; 
- do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza. 
 
Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I artigo 4º da Lei. 
 
Nos Juizados Especiais a regra é “actor sequitur forum rei”, o fórum competente é o do domicilio do réu (Código 
Civil art. 31/ art. 46 do CPC/15). 
 
Todavia, o legislador concedeu ao autor alternativas para a propositura da ação, também lhe sendo permitido ajuizá-
la onde a obrigação deva ser satisfeita, ou ainda em seu próprio domicílio ou local do ato ou fato, nas ações que 
tiverem como objeto a reparação de dano. 
 
Questão que ainda suscita controvérsia é a possibilidade da ação ser proposta no foro de eleição das partes. 
Diversamente do Código de Processo Civil, que prevê esta possibilidade, a Lei dos Juizados Especiais é silente 
sobre o assunto, havendo defensores dos dois lados. Os tribunais têm afastado em ações no Juizado Especial, 
principalmente as consumeristas fórum de eleição previsto em contrato. O momento para arguir a incompetência é 
o da audiência de instrução e julgamento, quando da apresentação da contestação, mas nada impede que seja 
apresentada na audiência de conciliação. 
 
 
 
 
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O julgado abaixo ilustra bem o afastamento do Fórum de eleição: 
 
JUIZADO ESPECIAL CIVEL. PROCESSO CIVIL. RELAÇÃO DE CONSUMO. FORO DE ELEIÇÃO AFASTADO. 
PREVALECE FORO DE ESCOLHA DO CONSUMIDOR. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA REJEITADA. CON-
SUMIDOR. FORMATURA DE GRADUAÇÃO. ACRÉSCIMO DE OBRIGAÇÃO APÓS ASSINATURA DO CON-
TRATO MEDIANTE DECLARAÇÃO EXPRESSA DE VONTADE DA FORMANDA. VALIDADE. PAGAMENTO EFE-
TUADO. RESTITUIÇÃO INDEVIDA. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. RECURSO CONHECIDO E PRO-
VIDO. SENTENÇA REFORMADA. 
 
1. No âmbito dos Juizados Especiais a competência territorial é fixada, de regra, pelo domicílio da parte ré, conforme 
dispõe o art. 4º, inciso I e parágrafo único, da Lei 9.099/95. As exceções encontram-se restritas às hipóteses de 
relação de consumo, em que o consumidor poderá optar por ajuizar a ação no foro de seu domicílio (hipossuficiência 
jurídica manifesta), no foro de eleição, ou nos casos de estar pendente o cumprimento de obrigação, no local onde 
esta deva necessariamente ser satisfeita. 
2. Escolhendo a recorrida o foro de seu domicílio, competente o Juízo a quo para processar e julgar o feito. Prelimi-
nar de incompetência rejeitada. 
1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal Apelação Cível do Juizado Especial 
20110310308112ACJ 
 
 
ATENÇÃO! 
 
 A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. 
 As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta 
ação oriunda de direitos e obrigações. 
 A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado 
negócio jurídico. 
 O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
 Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que 
determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
 Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. 
DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS JUÍZES LEIGOS 
 
O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar 
especial valor às regras de experiência comum ou técnica. 
 
O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às 
exigências do bem comum. 
 
Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os 
bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência. 
 
MUITA ATENÇÃO! 
 
 Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desempe-
nho de suas funções. 
 
 
 
 
 
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DAS PARTES 
 
De acordo com o art. 8º da Lei não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as 
pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil. 
 
COMENTÁRIOS 
 
As vedações: 
 
O incapaz 
 
Os artigos terceiro e quarto do Código Civil dispõem sobre os incapazes, respectivamente os absolutamente e os 
relativamente incapazes para os atos da vida civil. 
 
Conforme dispõe o CPC, em seu artigo 71, os incapazes dependem da representação ou assistência de seus pais, 
tutores ou curadores para que possam estar em juízo. 
 
A exigência destes requisitos traz maior complexidade ao processo, algo incongruente com a celeridade e simplici-
dade almejadas neste procedimento. 
Além disso, quando houver interesses de incapazes, o Ministério Público possui competência para intervir, o que 
traria ainda mais complexidade. 
 
O preso 
 
Da mesma forma é incompatível com objetivo célere, informal, simples e econômico dos Juizados Especiais a figura 
do preso como parte. A dificuldade
de seu comparecimento em juízo, considerando a necessidade de escolta policial 
e o aumento da segurança no ambiente do Fórum, bem como a necessidade de nomeação de curador especial na 
forma do artigo 72 do CPC, trariam certa dificuldade ao andamento processual. 
 
As pessoas jurídicas de direito público. As empresas públicas da União. 
 
Da simples instituição dos Juizados Especiais como órgão da Justiça ordinária (art.1º.) já decorre a impossibilidade 
ínsita de conhecerem causas de competência de uma das Justiças especializadas (militar, eleitoral, federal e traba-
lhista). Mas a colocação, neste dispositivo (art. 8º, caput), de regra pela qual ficam excluídas do processo, como 
parte, as pessoas jurídicas de direito público e as empresas públicas da União afasta fatalmente da competência 
desses órgãos as causas admitidas na Justiça Federal. 
 
A massa falida e o insolvente civil 
 
O juízo da falência é universal e indivisível, sendo competente para conhecer todas as ações e negócios referentes 
à massa falida. Isto levou o legislador a excluir a massa falida da competência dos Juizados Especiais. 
 
 
 
 
 
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Além disso, há incongruência com os princípios do microssistema, posto que a burocracia falimentar depende da 
arrecadação de bens e posterior habilitação nos autos da falência para pagar aos credores, algo incompatível com 
a procedimento de Execução nos Juizados Especiais, em que tão logo transite a sentença em julgado e o credor se 
manifeste, é realizada a penhora. 
Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial: 
- as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas; 
- as microempresas, assim definidas por lei; 
- as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei 
no 9.790/99., de 23 de março de 1999; 
 - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 
2001. 
Vale lembrar: O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para fins de 
conciliação. 
 
Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas 
por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória. 
 
Não é ponto pacifico na doutrina a possibilidade das partes estarem em juízo sem a assistência de um advogado, 
faculdade concedida pela Lei 9.099/95 nas causas de valor inferior a 20 salários mínimos ajuizadas perante os 
Juizados Especiais Cíveis. 
 
Argumentava-se a inconstitucionalidade face ao teor do estabelecido pelo artigo 133 da Constituição: “o advogado 
é indispensável à administração da justiça”. Este argumento perdeu seu fundamento em razão de decisão do Su-
premo Tribunal Federal proferida na Adin 1.539-7. 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ACESSO À JUSTIÇA. JUIZADO ESPECIAL. PRESENÇA DO 
ADVOGADO. IMPRESCINDIBILIDADE RELATIVA. PRECEDENTES. LEI 9099/95. OBSERVÂNCIA DOS PRECEI-
TOS CONSTITUCIONAIS. RAZOABILIDADE DA NORMA. AUSÊNCIA DE ADVOGADO. FACULDADE DA PARTE. 
CAUSA DE PEQUENO VALOR. DISPENSA DO ADVOGADO. POSSIBILIDADE. 
1. Juizado Especial. Lei 9099/95, artigo 9º. Faculdade conferida à parte para demandar ou defender-se pessoal-
mente em juízo, sem assistência de advogado. Ofensa à Constituição Federal. Inexistência. Não é absoluta a as-
sistência do profissional da advocacia em juízo, podendo a lei prever situações em que é prescindível a indicação 
de advogado, dados os princípios da oralidade e da informalidade adotados pela norma para tornar mais célere e 
princípios da oralidade e da informalidade adotados pela norma para tornar mais célere e menos oneroso o acesso 
à justiça. Precedentes. 
2. Lei 9099/95. Fixação da competência dos juízos especiais civis tendo como parâmetro o valor dado à causa. 
Razoabilidade da lei, que possibilita o acesso do cidadão ao judiciário de forma simples, rápida e efetiva, sem 
maiores despesas e entraves burocráticos. Ação julgada improcedente. 
 
Questão similar já havia sido analisada no julgamento da Adin 1.127-8, que questionava a constitucionalidade do 
artigo primeiro, inciso I, da Lei 8.906/94, que previa como atividade privativa de advogado “a postulação a qualquer 
órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais”. Apesar de julgado inconstitucional o dispositivo em comento, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9790.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9790.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10194.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10194.htm#art1
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823945/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
 
 
 
 
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12 
cabe destacar o voto vencido do Ministro Marco Aurélio, quem teceu veemente critica à dispensabilidade do advo-
gado: 
 
“Fico a imaginar, por exemplo, o subscritor da inicial desta ação direta de inconstitucionalidade – Dr. Sérgio Bermu-
des – prestando assistência a uma grande empresa e, do lado contrário a defender-se um autor de ação concernente 
a uma causa de pequeno valor, sem a representação processual por advogado, acionando, portanto, a capacidade 
postulatória direta. O massacre técnico seria fatal. É um engodo pensar-se que o afastamento do advogado por si 
só implica na celeridade almejada dos procedimentos judiciais. Se a Justiça é morosa, há outras pessoas também 
responsáveis por essa morosidade. Nunca tive, com a participação dos advogados, um entrave ao bom andamento 
dos processos nos quais atuei” 
Assim, é ponto pacífico na jurisprudência a possibilidade das partes estarem em juízo sem o auxílio de advogado 
nos Juizados Especiais, nada obstante a doutrina contrária. 
 
Possibilidade de mandado verbal 
 
No rito comum, é necessário mandato escrito para que o advogado atue em nome da parte. Em consonância com 
os princípios que orientam o funcionamento dos Juizados Especiais, admite-se que o mandato seja feito verbal-
mente pela parte, salvo quanto aos poderes especiais previstos no artigo 105 do Código de Processo Civil – receber 
citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se 
funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso – aos quais ainda é necessário documento escrito. 
O mandato verbal autoriza até mesmo a interposição de recurso contra as decisões do juiz, conforme orientação do 
FONAJE expressa no enunciado 77: “O advogado cujo nome constar de termo de audiência estará habilitado para 
todos os atos do processo, inclusive para recurso.” 
Nada obstante, a jurisprudência tem colocado algumas restrições a isto. Há decisão do STF considerando inexis-
tente o recurso extraordinário interposto por advogado sem procuração nos autos, devendo, portanto, ser juntado o 
instrumento de procuração ainda que haja mandado verbal. Neste mesma linha, há decisão de Turma Recursal que 
aponta a necessidade de que o recurso tenha sido registrado no termo de audiência para que o causídico possa 
interpor recursos: 
 
Mandato verbal. Fase recursal. Requisito de admissibilidade. Obrigatoriedade de constar o nome do procurador no 
termo de audiência. 
Embargos de declaração em recurso cível inominado. Seguimento negado monocraticamente pelo relator por au-
sência de pressuposto recursal. Recebimento como agravo interno. Aplicação do princípio da fungibilidade recursal. 
Constitui requisito de admissibilidade recursal a existência de procuração ou substabelecimento em favor do advo-
gado subscritor da peça recursal, sob pena de
ser tido como inexistente o recurso inominado. O mandato verbal a 
que alude o parágrafo 3º do art. 9º da Lei 9.099/95, somente tem aplicabilidade em sede recursal se constar expres-
samente no termo de audiência, inocorrente na hipótese. Nesse norte, o magistério de Joel Dias Figueira Júnior, 
“Versando a espécie sobre mandato verbal, esse registro haverá de ser feito no termo de assentada da audiência 
de maneira resumida, segundo orientação do art. 13, parágrafo 3º da Lei 9.099/95. É de bom alvitre o apontamento 
da outorga do mandato verbal, sem qualquer menção aos poderes conferidos ao mandatário, implícitos, no caso 
para o foro em geral. [...] Contudo, a norma insculpida no parágrafo 3º do art. 9º da Lei 9.099/1995 não encontrará 
aplicabilidade em sede recursal ou para interposição de qualquer meio de impugnação (“v.g.” mandado de segu-
rança; reclamação) se o mandato verbal não tiver sido consignado em termo de audiência” (Juizados Especiais 
Cíveis e Criminais. 5. ed. São Paulo; RT, 2007. P. 186) Decisão que negou seguimento ao recurso mantida. Reco-
mendável que o magistrado de primeiro grau de jurisdição ao receber a peça recursal, verifique a existência de 
procuração ou instrumento de substabelecimento do subscritor do recurso, determinando, na ausência, a regulari-
zação em prazo razoável, pena de negar seguimento ao recurso, por falta de requisito de admissibilidade. (Embar-
gos de Declaração em Recurso Inominado 2008.500330-4/Joinville – j. em 25.08.2008 – Rel. Juiz Carlos Adilson 
Silva – 5ª T. – Joinville)[ 
 
 
 
 
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13 
Preposto 
A promulgação da Lei 12.137/2009, que trouxe alterações à Lei 9.099/95, findou calorosas polêmicas quanto à 
representatividade das empresas, pois tornou expresso não ser necessário que o preposto mantivesse relação de 
emprego com a empresa representada. 
As pessoas físicas são impossibilidades de serem representada por preposto, devendo comparecer pessoalmente 
às audiências. Neste sentido é o enunciado 20 do FONAJE: “O comparecimento pessoal da parte às audiências é 
obrigatório. A pessoa jurídica poderá ser representada por preposto.”. 
 
Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa 
jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao 
Juizado Especial, na forma da lei local. 
 
Importante: 
 
O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar. 
 
O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais. 
 
O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado. 
 
O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado, mu-
nido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício. 
 
Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litiscon-
sórcio. 
 
O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei. 
ATOS PROCESSUAIS 
 
Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de 
organização judiciária. 
 
Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendi-
dos os critérios indicados no art. 2º da Lei. 
 
Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. 
 
A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação. 
 
Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas, 
taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será 
inutilizada após o trânsito em julgado da decisão. 
 
 
 
 
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14 
 
As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que o instruem. 
 
 
MODELO DE INCIAL 
 
 
 
Modelo de Petição inicial para o Juizado Especial Cível 
 
 
ESTRUTURA BÁSICA: 
 
 
ENDEREÇAMENTO; 
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES; 
NARRATIVA DOS FATOS; 
FUNDAMENTOS; 
PEDIDOS; 
PLEITO DE PROVAS; 
VALOR DA CAUSA; 
ENCERRAMENTO. 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
Como o juiz não age de ofício, a petição inicial "é universalmente a peça preambular, exordial ou inaugural do 
processo civil, independentemente do rito sobre o qual incidirá, tornando-se responsável, por conseguinte, pela 
instauração da demanda e da tutela jurisdicional - pública ou privada –“ É o instrumento, escrito, que contém o 
pedido do autor, assim como os demais requisitos pertinentes à individualização subjetiva e objetiva da ação.” 
Ela é o primeiro ato do processo. A lei exige o preenchimento de requisitos para a sua construção. Tais requisitos 
estão dispostos nos arts. 319 e 320 do CPC, senão vejamos: 
A petição inicial indicará: 
- o juízo a que é dirigida; 
Com o inciso I, aponta-se o órgão competente para conhecer da ação, primeira dificuldade com que se defronta o 
advogado, pois nem sempre de fácil determinação. 
- os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição 
no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o do-
micílio e a residência do autor e do réu1; 
O inciso é muito mais moderno e completo quando comparado ao CPC/73. 
 
1 Em ações de reintegração de posse, em casos como o de invasões de terras por integrantes do “Movimento dos 
Sem Terra”, tem-se com razão dispensado a indicação do nome de cada um dos invasores, sendo a ação movida 
contra os invasores ou ocupantes, citando-se os líderes do movimento, ou todos, com o uso de megafone. É possí-
vel, ainda em outros casos, que o juiz haja de se contentar com a descrição física do réu e indicação do lugar em 
que se encontre. 
 
 
 
 
 
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15 
- o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
Determina-se a causa de pedir não apenas com a indicação da relação jurídica de que se trata (propriedade, por 
exemplo), mas também com a indicação do respectivo fato gerador (aquisição da propriedade por compra e venda, 
por doação, por sucessão mortis causa, etc.). Adotou, assim, o Código, não a teoria da individualização (bastaria a 
indicação da relação jurídica correspondente, especialmente nas ações reais – causa de pedir imediata), mas a da 
substanciação (os fatos integram a causa de pedir – causa de pedir mediata, fática ou remota). Exige-se a indicação 
do fundamento jurídico do pedido (propriedade, por exemplo), não a indicação do dispositivo legal correspondente. 
- o pedido com as suas especificações; 
É um dos mais importantes requisitos da exordial. Distingue-se o pedido imediato do mediato. O pedido imediato 
indica a natureza da providência solicitada: declaração, condenação, constituição, mandamento, execução. Pedido 
mediato é o bem da vida pretendido (quantia em dinheiro, bem que se encontra em poder do réu, etc.). 
- o valor da causa; 
O valor da causa, a que se refere o inciso V, pode ser importante para fins de determinação do órgão competente, 
do procedimento a ser observado, dos recursos cabíveis e do valor da taxa judiciária, das custas, da condenação 
em honorários advocatícios e multas. 
O valor da causa é o 'quanto' representativo', precisado e estipulado pelo autor em moeda corrente nacional, ao 
tempo da propositura da ação, e atribuído na petição inicial, considerando-se, para sua fixação, regras ditadas na 
Lei Instrumental Civil ou fazendo-se sua estipulação criteriosamente, quando assim é facultado. 
- as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
Na petição inicial deverá o autor indicar de maneira especificada as provas que pretende demonstrar o fato consti-
tutivo do seu direito alegado, não bastando requerer ou muito menos protestar genericamente pela 'produção de 
todos os meios de prova admitidos em direito. 
A falta de indicação das provas que pretende produzir pode autorizar o julgamento antecipado da lide, dispensada 
a audiência de instrução, desde que preenchidos os demais requisitos legais. 
- a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
Eis um requisito novo. O autor terá de indicar se pretende ou não comparecer a audiência de conciliação ou 
mediação, a depender do caso. 
ATENÇÃO! 
Caso não disponha das informações relativas à qualificação das partes, poderá o autor, na petição inicial, requerer 
ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações relacionadas à qualificação, for possível 
a citação do réu. Ademais, ela não será indeferida pelo não atendimento ao disposto acima se a obtenção de tais 
informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
Entendemos como super positivas as disposições acima. O NCPC, como já vimos, adotou o princípio da supremacia 
do julgamento de mérito. 
 
 
 
 
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petição inicial será, ainda, instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. É cediço que a prova 
documental será produzida na fase postulatória. 
PEDIDO 
O pedido deve ser certo. 
Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os 
honorários advocatícios. Eis uma novidade que estava consolidada na Jurisprudência. Tias hipóteses são 
conhecidas como pedidos implícitos. 
O CPC determina que interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da 
boa-fé. Tal disposição é substancial e muito importante. 
Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas in-
cluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, en-
quanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. 
O pedido deve ser determinado. 
É lícito, porém, formular pedido genérico: 
- nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
- quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
- quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. 
 
MODELO de INICIAL 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor juiz de direito do juizado especial cível da comarca de ... 
 
OU 
 
Ao juízo de direito do juizado especial cível da comarca de... 
 
(espaço) 
 
 
Autor, sobrenome, nacionalidade, estado civil, existência de união estável, profissão, inscrito no CPF sobre n°...,por-
tador do RG ...,domicilio e residente na rua.., número..., e-mail... CEP..., bairro.., cidade..., estado... por seu advo-
gado regularmente constituído, com procuração, em anexo, com endereço profissional situado na rua...onde rece-
bera as devidas intimações, vem a presença de Vossa Excelência, com base legal nos artigos 319 CPC e outros... 
Propor ação de ....com pedido de... em desfavor de réu, sobrenome, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito 
no CPF sobre n°...,portador do RG ...,domicílio e residente na rua.., número..., CEP..., bairro.., cidade..., estado..., 
pelos fatos e fundamentos a seguir delineados: 
 
Da concessão dos benefícios da gratuidade judiciária 
 
Ressalta, desde logo, que o autor não possui condições para arcar com as custas processuais, sem prejuízo do seu 
próprio sustento ou de sua família. Razão pela qual deverá ser concedido os benefícios da assistência gratuita, 
conforme estabelece a lei 1.060/50 e 98 e seguintes do CPC. 
 
 
 
 
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OU 
Do recolhimento das custas processuais 
 
Ressalta-se, desde logo, o recolhimento de custas processuais, conforme guias , em anexo. 
 
*Da necessidade de prioridade de tramitação 
 
É importante destacar, que o autor é maior de 60 anos, sendo assegurado o direito fundamental de prioridade de 
tramitação dos processos e procedimentos e execução, conforme estabelece o artigo 71 da lei 10.741/03(estatuto 
do idoso). (Ou da criança e do adolescente conforme artigo 152 ECA.) Vide também art. 1048. 
 
*Da tutela de urgência 
 
O pedido e o fundamento da tutela de urgência na modalidade de tutela antecipada devido o perigo da demora e 
probabilidade do direito. NÃO DEIXE DE UTILIZAR O ART. 300 DO CPC NA SUA PEÇA. 
 
Dos fatos 
 
Narrativa minuciosa dos dados ofertados pelo cliente. 
 
Do direito 
 
Exposição do direito, fundamentado com artigos e súmulas. 
 
*Da tutela de urgência 
 
Tópico para explicar o motivo e a fundamentação legal da tutela. 
 
Dos pedidos e requerimentos 
 
Ante o exposto requer a total procedência dos pedidos a seguir delineados: 
 
I- Seja deferida a tutela antecipada, com o proposito de determinar... 
II- Seja julgado procedente o pedido, condenando o Requerido a pagar as custas e honorários de advogado (85 
cpc); 
III- Deferimento da justiça gratuita. 
I- A citação do réu, no endereço fornecido na sua qualificação, para querendo, compareça a audiência e, não obtido 
êxito, pronuncie sua defesa dentro de 15 dias sobre pena de revelia; 
II- Intimação do Ministério Público ( 178 CPC) 
III- Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, tais como a juntada de novos 
documentos e o depoimento pessoal da adversa parte, sob pena de confesso. 
 
Dá-se a causa o valor de R$..... 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local, data e ano. 
Advogado 
OAB/.... 
 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA 
 
 
A) Definição: Ação de conhecimento, de rito COMUM (por isso leva a qualificação “ordinária”), que visa compelir o 
réu à adoção de conduta específica. 
 
B) Fundamentação legal: arts. 319 e 537/538 do CPC e art. 84 do CDC. 
 
 
 
 
 
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18 
 
A elaboração da peça compreende os seguintes passos: 
 
 
1º Passo: Endereçamento 
 
A ação será ajuizada, atendendo-se as regras gerais de competência, fixadas nos artigos 42 e seguintes do CPC, 
tendo como regra geral o foro do domicílio do réu (art. 46, CPC). 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DOA JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA COMARCA DE BELO HO-
RIZONTE/ MINAS GERAIS, Por exemplo! 
 
 
2º Passo: Qualificação das partes 
 
Aqui, como em toda petição inicial, as partes necessitam ser qualificadas (nome, estado civil, profissão, RG, CPF e 
endereço, bem como e-mail). 
 
As partes são comumente chamadas de autor e réu, tendo em vista que estamos diante de ação de conhecimento. 
Assim: 
 
 
FULANO DE TAL, (Qualificação), através do advogado que a esta subscreve, com escritório profissional situado na 
(xxx), onde receberá intimações, vem a presença de vossa excelência, com fundamento nos artigos 300 e 497 do 
CPC, c/c artigo 84, CDC, propor AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, 
em face de BELTRANO, (Qualificação), nos seguintes termos: 
 
 
3º Passo: Fundamentação 
 
 
1. FATOS 
 
1. O Autor é beneficiário de plano de saúde, mantido junto à empresa ré, desde..., período em que sempre honrou 
com suas obrigações, mediante o pagamento da respectiva mensalidade; 
2. O referido plano, por ser do mais alto nível dentre as categorias existentes, concede direito à total assistência ao 
beneficiário, independentemente do malefício sofrido, inclusive com apoio de serviços extra-hospitalares do tipo 
“home care”; 
3. Pois bem, no dia......o autor fora internado em unidade hospitalar com suspeita de.....; constatada a existência do 
malefício, verificou-se a necessidade de apoio extra-hospitar, do tipo “home care”, haja vista que a sua permanência 
na unidade hospitalar poderia acarretar-lhe outros malefícios, oriundos de possível infecção hospitalar; 
4. Instado a proceder com as despesas relativas à instalação do serviço, o plano
de saúde negou-se, sob a alegação 
de que ..... 
5. Diante disso, ao autor não restou outra alternativa, senão vir a este mm. Juízo requerer o que lhe seja de direito. 
 
Ato contínuo, o advogado deverá partir para os fundamentos de direito. Vejamos: 
 
 
2. DO DIREITO 
 
O direito do demandante é vislumbrado na medida em que, além de estar ele incluso na modalidade mais alta dentre 
as categorias existentes do plano, SEMPRE honrou com pontualidade no pagamento das respectivas mensalidades, 
não havendo, por isso, motivos para a recusa da prestação do serviço buscado. 
 
 
ANALISEMOS O ART. 497 e seguintes 
 
 
 
 
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Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a 
tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equiva-
lente. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, 
ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. 
A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível à tutela específica 
ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Eis a disposição do art. 499. 
 
4º Passo: Pedido de tutela antecipada 
 
Expostos os fatos e fundamentos jurídicos, chegou o momento de requerer a tutela antecipada. Aqui o advogado 
demonstrará a presença dos requisitos ensejadores do deferimento, mediante uma linguagem simples e direta. Por 
exemplo: 
 
 
3. DA TUTELA ANTECIPADA 
 
O ordenamento jurídico nacional, através do artigo 300, CPC, previu, genericamente, a possibilidade de o juiz an-
tecipar os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que estejam presentes os requisitos autorizadores, 
dentre os quais, ressaltam-se: 
 
a) Da probabilidade do direito 
 
A plausibilidade do direito do demandante é constatada na medida em que o mesmo acosta às fls. .... cópia do 
contrato de prestação de serviços mantido junto à ré, o qual demonstra estar ele incluso na modalidade mais alta 
dentre as categorias existentes do plano. 
 
b) Do perigo de dano/ risco ao resultado útil do processo 
 
Por sua vez, o perigo da demora resta evidenciado, na medida em que a demora na instalação dos aparelhos poderá 
acarretar a morte do demandante. 
 
Sendo assim, cumpridos os requisitos legais, torna-se necessária a concessão de tutela antecipada para determinar 
o cumprimento de obrigação de fazer, no sentido de ser a demandada compelida a instalar os serviços de “home 
care”, por ser medida de justiça. 
 
5º Passo: Pedidos 
 
Nos pedidos, é mister requerer: a) a concessão de tutela antecipada, com a possibilidade de aplicação de multa 
diária, para o cumprimento da obrigação; b) a realização de audiência de justificação prévia, caso o juiz entenda 
necessária para a concessão da medida antecipatória; c) requerimento de citação do réu para, querendo, compa-
recer a audiência de autocomposição e não obtido acordo, contestar a ação no prazo de 15 dias; d) a procedência 
da demanda, com a confirmação da tutela inicialmente deferida; e) condenação nas custas processuais e nos ho-
norários advocatícios. Por exemplo: 
 
 
4. DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
 
a) Seja deferida a TUTELA ANTECIPADA, de modo que o réu seja condenado em obrigação de fazer, consistente 
na imediata instalação do “home care” nas dependências da residência do autor, sob pena de multa diária, a ser 
 
 
 
 
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prudentemente fixada por este mm. Juízo, nos termos do artigo 84, par. 4º, do Código de defesa do consumidor (Lei 
8.078/90) c/c artigo 537 do CPC; 
b) a citação do réu para, querendo, comparecer à audiência ou oferecer resposta, sob pena de revelia; 
d) AO FINAL, seja a ação julgada procedente, com a confirmação da tutela antecipada e condenação do réu nas 
custas processuais e honorários advocatícios. 
 
 
6º Passo: Protesto pelas provas 
 
 
Como se trata de “ação”, é mister que o autor prove o alegado, para que os pedidos formulados na demanda sejam 
acolhidos. Por exemplo: 
 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, em especial pelo depoimento pessoal, 
testemunhas, perícias e tudo quanto se fizer necessário para a efetivação da justiça! 
 
 
7º Passo: Valor da causa 
 
A toda causa deve ser atribuída uma valoração (arts. 291 e 292, CPC), a qual corresponderá ao benefício econômico 
pretendido pelo autor. 
 
Assim, no exemplo ora analisado, o valor da causa corresponderá às despesas necessárias para a execução dos 
serviços. Por exemplo: 
 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). 
 
 
 
8º Passo: Encerramento 
 
Pede-se o deferimento daquilo que fora postulado, seguindo-se do local, data e advogado. Por exemplo: 
 
Termos em que pede deferimento. 
Local, data, 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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