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AULA 1 PLANOS DE CARREIRA E DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL Profª Raquel Vaz 02 CONVERSA INICIAL A Importância da orientação de carreira na empregabilidade, de acordo com Nancy Malschitzky. O que determina a escalada para o sucesso? O mundo contemporâneo constante e rapidamente sofre influências advindas da tecnologia, da globalização, dos comportamentos humanos etc. Isso tudo altera o mercado de trabalho e a mão de obra que nele atua. Assim sendo, quando tratamos de pessoas, estamos conectando estas pessoas ao que é necessário para o bom desempenho delas em suas funções. Um bom conhecimento (tanto na parte técnica quanto superior) se faz necessário, mas a longevidade (tempo de casa) não é mais garantia de permanência. Sabemos que somos habitantes de uma época conhecida como "Era do Conhecimento" (citação feita por Claude Shanon, do Bell Labs). Isso pressupõe que o conhecimento seja a mercadoria que devemos estar constantemente trocando (atualizando). Essa atualização sistemática do conhecimento tem como base, em primeiro lugar, a evolução da tecnologia, vista a rapidez com que esta tecnologia tem sido imposta em nossas vidas. Note à sua volta as mudanças que a tecnologia trouxe e as exigências que ela impôs para que você a utilizasse plenamente. Por isso, como fazer para trazer para o mercado de trabalho profissionais devidamente alinhados com a modernidade e, principalmente, com as competências (habilidades) ideais para o sucesso de uma organização? Outro ponto que está em pauta, ou seja, o outro lado da questão envolve a realização pessoal e profissional dessa pessoa quando no exercício de uma função. As organizações devem propiciar estímulos para ela se motive a criar, inovar e produzir em um mundo cheio de incertezas e de constante mutação. CONTEXTUALIZANDO É muito importante que o profissional de hoje saiba construir e conduzir a sua carreira, não delegando para as empresas a responsabilidade por tal atitude, principalmente porque cada um deve desenvolver suas competências em concordância com as pretendidas pelo mercado, visando a própria condução de sua carreira. Não cabe mais somente às empresas a preocupação com a carreira de 03 cada colaborador. Cabe a esse colaborador prospectar o mercado e sentir a necessidade que as empresas têm. Quais competências estão atualizadas e fazem com que aquelas empresas os coloquem no processo de recrutamento e seleção? Esse estado de atualização que se faz necessário para o profissional moderno nada mais é do que manter a sua empregabilidade, ser um profissional que possa atuar em diferentes situações com base em um conhecimento sólido e eclético adquirido, que possa exercer funções desde a base funcional até cargos gerenciais ou mesmo de liderança. Para a atividade que o profissional focar, deverá haver a procura pelos novos conhecimentos aplicáveis àquela atividade. Podemos intitular como "foco na carreira", ou seja, o planejamento e a gestão que o profissional faz em sua vida profissional para atingir o objetivo desejado. Essa busca pelas metas pessoais e profissionais; esse planejamento e a própria gestão da sua carreira é prioritário e motiva aquele profissional a constantemente analisar as competências que já possui e as que precisará desenvolver. Isso ainda contemplará o conhecimento de si mesmo, tornando mais fácil a condução dos seus ideais e também facilitando o encontro do trabalho certo. Resumindo, disso tudo advirá uma satisfação pessoal e profissional. De acordo com Martins [...] seria necessário o indivíduo seguir algumas premissas básicas, como coletar informações sobre si mesmo e sobre o mundo do trabalho; traçar um perfil detalhado de suas características de personalidade, interesses e aptidões, bem como das possibilidades de atuação no mercado de trabalho e ocupações alternativas; estabelecer metas realistas baseadas nessas informações e implementar uma estratégia para o alcance das metas (Martins, 2001). Temos que ser realistas e muito objetivos quanto ao planejamento e à gestão da carreira: ela envolve o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes (comportamentos) apropriados, fazendo com que o profissional atenda às necessidades impostas pelo mercado de trabalho. Concomitantemente a isso, também terá a oportunidade de planejar o desenvolvimento de comportamentos e atitudes apropriados para o relacionamento interpessoal. Quanto mais ações de desenvolvimento pessoal/profissional e conhecimento agregado ele absorver, maior poderá ser a chance de encontrar uma posição vantajosa. 04 TEMA 1 – PLANEJAMENTO PESSOAL Como salienta Dutra (1996), "há, por parte das pessoas, uma natural resistência ao planejamento de suas vidas profissionais, tanto pelo fato de encararem a trilha profissional como algo dado, quanto pelo fato de não terem tido qualquer estímulo ao longo de suas vidas". Dutra (1996) apresenta um relato com dados evidenciados pela empresa DBM do Brasil, do segmento de recolocação, mostrando que, de 170 executivos de alto nível pesquisados no Brasil, apenas três haviam planejado suas carreiras. Ainda, segundo esses dados, os padrões em escritórios de outros países é também muito baixo. Para Dutra (1996), "a resistência ao planejamento individual é ainda muito grande no Brasil, as pessoas tendem a guiar suas carreiras mais por apelos externos: remuneração, status, prestígio, etc., do que por preferências pessoais". Ainda para o mesmo autor, "as pessoas tornam-se naturalmente mais preocupadas em planejar suas carreiras, buscando orientação, métodos e instrumentos que os ajude nesse processo, em momentos de crise e escassez de emprego". Assim sendo, além da escassez de emprego, outro fator que antecipa e, consequentemente, estimula o planejamento de carreira é estar atento ao ambiente social (às pressões que ali se apresentam sobre as pessoas), como o aumento da diversificação das oportunidades profissionais ocasionada pelos movimentos de maior complexidade organizacional e a tecnologia das empresas. Também se coloque junto à revisão das estruturas organizacionais e a diversificação do mercado de produtos e serviços, o que exige das pessoas posicionamentos cada vez mais conscientes quanto à sua trajetória profissional. Outro fator diz respeito à disseminação cada vez maior da ideia de que as pessoas são capazes de influenciar as suas carreiras tanto no setor público quanto no setor privado. Finalmente, a valorização social do contínuo crescimento, da mobilidade, da flexibilidade e da notoriedade. Esse tipo de valorização pressiona para que as pessoas venham a competir consigo mesmas, mas revendo as suas expectativas e necessidades. Para quase tudo precisamos utilizar das ferramentas do planejamento, e aqui não seria uma exceção. Assim sendo, ao se escolher uma carreira para trilhar, deverá haver um planejamento e também uma gestão que seja capaz de promover a satisfação no cumprimento de sua missão, e não apenas o 05 cumprimento dos horários de trabalho. Agindo assim, ao final do período contratado, esse profissional receberá a recompensa financeira e os possíveis méritos pela meta atingida. Milioni (citado por Boog, 2002, p. 329) "aborda o planejamento de carreira como uma metodologia que orienta a arquitetura de desenvolvimento do indivíduo para a carreira, levando em conta seus talentos, potenciais e experiências em precisa sintonia com as perspectivas da organização". Segundo Tachizawa (2001, p. 197) “planejamento de carreira é um processo contínuo de interação entre o empregado e a organização visando a atender aos objetivos e interesses de ambas as partes.”. Pode-se entender que o plano de carreiras é uma sucessão de níveis de capacitaçãoe complexidade e/ou diversificação crescentes. Portanto, o aumento do nível de desenvolvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) possibilita ao profissional estar capacitado para atender a requisitos cada vez mais complexos, aumentando a própria capacitação e versatilidade. Dessa forma, desenvolvendo sua capacitação, o profissional pode passar a exercer funções e cargos mais desafiadores, que lhe proporcionem maior reconhecimento ou compensação e melhor status. Quanto aos conhecidos planos de carreira, deverão conter e exigir competências que se casem, ou seja, tanto a do profissional quanto a da organização deverão estar em sintonia. Aqui cabe e muito a responsabilidade do profissional na constante busca pelo seu desenvolvimento pessoal e profissional. Não é como antigamente, quando tudo dependia da organização. Agindo assim, as organizações e as pessoas que exercem as suas funções dentro dela estarão devidamente motivadas a produzir. Para os colaboradores motivados e engajados, a retenção se torna uma simples palavra, e não um desafio. Onde existe um bom clima organizacional haverá a natural retenção dos melhores talentos e, finalmente, a real possibilidade de ascensão profissional. Waterman (citado por Ulrich, 2000) salienta que os indivíduos precisam mais do que nunca dedicar-se ao aprendizado contínuo, e estarem prontos a se remodelar para acompanhar o ritmo das mudança; que tomam para si a responsabilidade pela condução de suas carreiras. Eles devem estar conscientes de suas habilidades (considerando seus pontos fortes e pontos fracos) e ter um plano para aumentar seu desempenho e sua empregabilidade a longo prazo". (Waterman, 1994, citado por Ulrich, 2000, p. 294). Leitura Complementar 06 CHIAVENATO, I. Recursos humanos: edição compacta. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ANDRADE, P. V. Gestão de pessoas: o novo perfil do RH nas organizações. Disponível em: <https://portal.fslf.edu.br/wp- content/uploads/2016/12/Priscila_Vieira_Andrade.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017. Saiba mais FOLHA DE S. PAULO: Para não ficar parado, profissional deve criar seu plano de carreira. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/sobretudo/carreiras/2017/03/1867592-para-nao- ficar-parado-profissional-deve-criar-seu-plano-de-carreira.shtml>. TEMA 2 – COMO COLOCAR EM PRÁTICA ESSE PLANEJAMENTO London e Stumph (1982, citados por Dutra, 1996, p. 24) apresentam um modelo de planejamento de carreira, no qual os autores mostram a interdependência de três fatores de responsabilidade do indivíduo: 1. Autoavaliação: leva em consideração a avaliação de suas qualidades, seus interesses e seu potencial para vários espaços organizacionais. 2. Estabelecimento de objetivos de carreira: que trabalha com a identificação de objetivos de carreira e de um plano realista na autoavaliação e na avaliação das oportunidades oferecidas pelas empresas. 3. Implementação do plano de carreira: direciona para a obtenção da capacitação e o acesso às experiências profissionais necessárias para competir pelas oportunidades e atingir as metas de carreira. Esses autores afirmam que as pessoas podem conduzir seu planejamento de carreira de várias formas, porém é importante ressaltar duas preocupações essenciais: Formar uma visão realista, clara e apurada de suas qualidades, seus interesses e suas inclinações pessoais; Estabelecer objetivos de carreira e preferências profissionais. Dutra desperta a atenção para [...] a importância da utilização dos pontos fortes e pontos fracos 07 desempenhados nas atividades profissionais. Sempre que os pontos fortes são usados, o indivíduo se sente realizado e feliz. Por isso, deve- se escolher uma carreira que explore esses pontos fortes, os quais podem traduzir-se em uma habilidade (saber fazer), em um comportamento (saber relacionar-se, comunicar-se, etc.), em um dom (artístico, esportivo, intelectual etc.), ou em uma mistura de habilidade, comportamento social e dom (Dutra, citado por Boog, 2002). Quando o indivíduo tem de usar seus pontos fracos, então experimentará o desconforto quanto a sua realização profissional. Sendo assim, os pontos fortes devem ser propulsores da carreira, além de serem utilizados com prioridade para o desenvolvimento do autoconhecimento e do aprimoramento das competências (Dutra, citado por Boog, 2002). Para Dutra (citado por Boog, 2002), "autoconhecimento é o melhor caminho para o reconhecimento dos pontos fortes, pois favorece o encontro da forma ideal para o desenvolvimento dos propulsores de carreira". Portanto, para efetivar um plano de carreira, é preciso tomar como ponto de partida a autoavaliação e o autoconhecimento para, a partir daí, desenvolver os objetivos de carreira e efetuar o plano de ação para a consecução desses objetivos. A viabilidade de o indivíduo encontrar uma colocação que lhe traga maior satisfação profissional e remuneração mais adequada está no direcionamento dos objetivos que ele pretende atingir ao longo de sua carreira. Porém, se o desenvolvimento de competências do indivíduo for além de suas expectativas na execução de suas atividades na empresa onde está inserido, provavelmente ele buscará outra empresa que lhe exija maior aplicação de seus conhecimentos e habilidades, assim como o aproveitamento adequado de suas atitudes. Leitura Complementar BOOG, G.; MAGDALENA (Coord.) Manual de gestão de pessoas e equipes. São Paulo: Editora Gente, 2002. v. 2. DUTRA, J. S. Administração de carreira: uma proposta para repensar a gestão de pessoas. São Paulo. BARBOSA, R. dos S.; ESTENDER, A. C. A gestão estratégica de pessoas – uma ferramenta necessária a toda companhia. Disponível em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/18720144.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017. 08 Saiba mais Revista Valor Econômico: Plano de carreira. Disponível em: <http://www.valor.com.br/carreira/2638476/plano-de-carreira-e-mais-relevante- que-salario-ao-aceitar-nova-vaga>. TEMA 3 – AS EMPRESAS E AS CARREIRAS As organizações precisam despertar para o real aproveitamento de seus talentos, caso contrário terão um alto índice de rotatividade de profissionais com grande potencial de empregabilidade. Com as mudanças aceleradas no mundo do trabalho, na década de 1990, a transformação do perfil do trabalhador exigido pelas empresas de vários segmentos mudou consideravelmente. Além disso, ocorreu também o fim do contrato vitalício entre empregador e empregado, no qual as empresas ofereciam pelo menos alguma segurança no emprego em troca de desempenho adequado e algum sinal de fidelidade. Atualmente isso já não ocorre mais, com o advento dos novos modelos de gestão, como o downsinzing, eliminação dos níveis hierárquicos, rightsizing, demissões e reestruturações. "O que se espera é que cada trabalhador busque sua empregabilidade. Em outras palavras, é preciso que cada indivíduo não fique preso a apenas um emprego, a uma única empresa ou a uma só trajetória de carreira. O que importa agora é possuir competências competitivas exigidas para encontrar trabalho quando for necessário, onde quer que haja uma oportunidade que possa ser aproveitada"(MALSCHITZKY, 2012). A Secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional do Ministério do Trabalho (Brasil, 2000) define empregabilidade como um “conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e relações que tornam o profissional necessário não apenas para uma, mas para toda e qualquer organização”. Para Oliveira (1999), a empregabilidade surgiu com a expansão econômica. A internacionalização do capital e a globalização da econômica despertam nas grandes corporações a necessidade de buscar novos mercados, acirrando a disputa por novos consumidores. As empresas, para poderem fazer frente a essa disputa, buscam nas inovações tecnológicas e nos novos modelos de gestão a competência para se 09 estabeleceremnesse novo mercado. Essa reestruturação capitalista, por sua vez, impõe aos trabalhadores a necessidade de estabelecer novas estratégias de sobrevivência, principalmente quando elas estiverem sendo determinadas pela ocupação de um posto de trabalho. “O conceito de empregabilidade estrutura-se, então, a partir de uma organização econômica que tem como característica a eliminação de postos de trabalho e aumento da competição entre trabalhadores” (Oliveira, 1999, p. 56). Mariotti (1999) faz uma abordagem muito semelhante aos autores já citados, porém "diferencia com relação aos parâmetros utilizados para o desenvolvimento da empregabilidade". Leitura Complementar MARTINS, H. T. Gestão de carreiras na era do conhecimento: abordagem conceitual & resultados de pesquisa. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2001. CHANLAT, J-F. Quais carreiras e para qual sociedade. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n6/a08v35n6.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017. TEMA 4 – EMPREGABILIDADE "A empregabilidade pode ser definida como um conjunto de atributos que fazem com que os serviços de um indivíduo sejam requisitados esteja ele empregado, desempregado, ou mesmo sendo empregador, profissional autônomo ou voluntário" (Mariotti, 1999, p. 173). A empregabilidade está centrada em dez parâmetros: 1. pensamento sistêmico; 2. autopercepção; 3. automotivação; 4. capital intelectual; 5. capacidade física e mental; 6. integração razão-intuição; 7. criatividade; 8. capacidade de análise social; 9. visão pessoal de futuro; 10. competências interpessoais (capital relacional). 010 Portanto, a empregabilidade diz respeito à capacidade de o indivíduo garantir sua inserção no mercado de trabalho em longo prazo, a partir de habilidades específicas; ao resultado de um processo de desenvolvimento de carreira que vai dando ao indivíduo competências essenciais, as quais permitem a sua colocação no mercado de trabalho. Para aumentar a empregabilidade, os profissionais precisam estar aptos do ponto de vista técnico, gerencial, intelectual, humano e social para solucionar com rapidez problemas cada vez mais sofisticados e específicos. Torna-se vital, portanto, a obtenção de novos conhecimentos, múltiplas habilidades e boa reputação para que o profissional possa oferecer e vender seus serviços e empresariar seus talentos. Os conceitos de empregabilidade à luz de vários autores (Dutra, Boog e Chiavenato) levam a entender que o indivíduo é responsável pelo seu autodesenvolvimento, e é fundamental a preocupação pelo desenvolvimento de uma nova estratégia de mudança de postura pessoal e profissional. Cabe a cada indivíduo desenvolver suas habilidades e adquirir cada vez mais conhecimentos que lhe agreguem vantagens competitivas para obter um diferencial que atraia as oportunidades de trabalho. Assim, poderá também escolher com o que quer trabalhar e onde lhe oferecem maiores vantagens, permitindo a aplicabilidade prática de seus talentos. Leitura Complementar MARIOTTI, H. Organizações de aprendizagem: educação continuada e a empresa do futuro. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas: 1999. HASTENREITER, F. A importância da orientação profissional/vocacional. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/a- importancia-da-orientacao-profissional-vocacional/57568>. Acesso em: 10 nov 2017. Saiba mais Entrevista: Como estruturar um plano de carreira Líder do programa de orientação de carreira da DMRH, companhia que engloba as consultorias DM e Cia de Talentos, Tatiana Pina explica neste 011 episódio do "Carreira de Sucesso" como estabelecer metas e objetivos. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0I9JVZ-R0zU>. TEMA 5 – DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL O diagnóstico organizacional é um sistema constituído por algumas atividades que ajudam as pessoas a avaliar suas habilidades, seus interesses, seus valores e seu temperamento, baseado em ferramentas que contribuem para descobrir o tipo de trabalho a que se adaptam melhor, assim como analisar seu perfil pessoal/profissional (Martins, 2001). Esse sistema, ainda segundo Martins, as ajuda a entender a si próprias (autoconhecimento) e ao trabalho que poderão desenvolver, permitindo que sejam capazes de encontrar empregos certos e atualizar suas competências rotineiramente por meio de um planejamento de carreira (autoavaliação). Para definir que projeto terá maior viabilidade de execução, deverá levar em consideração alguns critérios, como: 1. Know-how: experiência acumulada. Mede a prontidão conceitual e os conhecimentos adquiridos durante a trajetória profissional. 2. Motivação: interesse/vocação, valores. Mede o nível de satisfação que o projeto proporcionará se for implementado. 3. Disponibilidade financeira: capital disponível. Mede os recursos acumulados ou possíveis de serem viabilizados para a realização do projeto. 4. Disponibilidade de tempo: mede o tempo necessário para implementar a carreira, analisando o prazo disponível para que seja viabilizado. Precisa contemplar a sua disponibilidade, inclusive de sobrevivência, para que ele ocorra. 5. Disponibilidade de energia: necessidade de dispêndio de energia X que o aluno sabe ter disponível para investir no projeto. 6. Conhecimento da área e/ou do negócio: mede o quanto o aluno tem de informações sobre a área de negócio em que está inserido o seu projeto. 7. Facilidade de implantação: mede o nível de complexidade do projeto e a interdependência de outras pessoas, informações ou variáveis externas, que definem a possibilidade de atingir a realização do projeto. Então verificamos que o chamado diagnóstico organizacional nada mais é do que as atividades que as pessoas têm à sua disposição para avaliação de suas 012 características pessoais e que ajudarão na busca do melhor trabalho. Leitura Complementar ULRICH, D. Recursos Humanos Estratégicos: novas perspectivas para os profissionais de RH. São Paulo: Futura, 2000. CASTANHA, M.; SANTOS, F. C. A. Gestão de recursos humanos como fator estratégico da gestão do conhecimento. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0704_0318.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017. Saiba mais Entrevista Larry Smith: Por que você vai falhar em ter uma carreira brilhante — TED Talk. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iKHTawgyKWQ>. FINALIZANDO O tema sobre o qual conversarmos ainda tem muito para ser discutido. O importante é que tenhamos a convicção de que algo pode ser feito, evitando as frustrações posteriores que foram muito comuns em antigas gerações. As mudanças estão à nossa frente: tecnologia, comportamentos etc. Como deveremos agir para melhor convivência e aprendizado, visando e objetivando uma carreira? Enfim, este módulo trouxe um embasamento para que essa caminhada facilite esse fim. REFERÊNCIAS BOOG, G.; MAGDALENA, (coord.) Manual de gestão de pessoas e equipes. São Paulo: Gente, 2002. CHIAVENATO, I. Recursos humanos: edição compacta. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. DUTRA, J. S. Administração de carreira: uma proposta para repensar a gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 1996. GREENHAUS, J, H. et al. Career management. 3. ed. Orlando: Harcourt, 1999. MALSCHITZKY, Nancy. A importância da orientação de carreira na empregabilidade. Revista da FAE, v. 15, n. 1, p. 150-165, 2012. MARIOTTI, H. Organizações de aprendizagem: educação continuada e a empresa do futuro. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas: 1999. MARTINS, H. T. Gestão de carreiras na era do conhecimento: abordagem conceitual & resultados de pesquisa. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. OLIVEIRA, A. M. B. O profissional de Recursos Humanos diante da Empregabilidade: desconhecimento e acomodação. Florianópolis: UFSC. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Administração – Universidade Federal de Santa Catarina),1999. SAVIOLI, N. Carreira: Manual do Proprietário. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. TACHIZAWA, T. Gestão com Pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001. ULRICH, D. Recursos Humanos Estratégicos: novas perspectivas para os profissionais de RH. São Paulo: Futura, 2000. 013 AULA 2 PLANOS DE CARREIRA E DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL Profª Raquel Vaz CONVERSA INICIAL Carreiras: de onde surgiram os primeiros estudos? Quando veio à tona este assunto? Bom, como quase tudo da literatura vem dos Estados Unidos, este tema não foge à regra. Anos 70, três professores: Hall, Schein e Maanen. Eles escreveram livros abordando o surgimento dos estudos relativos ao tema. Como conclusão, estabeleceram que carreira deveria ser tema para as áreas de psicologia, sociologia, antropologia, ciências políticas, economia e administração. Então, esses estudos formaram a base para o início dos estudos sobre carreiras e, posteriormente, impactaram a área de gestão de pessoas. Mais ainda, até aquele momento o tema carreira era tratado, simplesmente, como um processo que ocorria dentro das organizações. Anos após surgiram ainda novas teorias na tentativa de responder sobre o autogerenciamento das carreiras, ou seja, agora fora dos muros da organização. Mudando o universo para o Brasil, a primeira obra literária que trouxe o tema foi um livro lançado pelo professor Joel Dutra (1986). Simultaneamente, algumas empresas já se preocupavam com a gestão estratégica de recursos humanos. Mesclando os estudos norte-americanos, os brasileiros e os de âmbito internacional, chegou-se à conclusão de que o mercado de trabalho está passando por fortes transformações, principalmente quanto ao aumento da competitividade e ao efeito da globalização. Os estudos também apontaram novos comportamentos, como a quebra do acordo entre os empregados e os empregadores. O aspecto de lealdade (empregado) x segurança do emprego (empregador) estava mudando de conceito, algo que estava concebido para ser único e duradouro. O rompimento daquele acordo tácito fez com que o empregado tomasse as rédeas da sua carreira em vez de delega-las para outros. Assim sendo, os estudiosos do assunto começaram a observar dois importantes movimentos dos profissionais em relação às suas carreiras. Um movimento que se assemelha a um praticado pelo deus grego Proteus, ou seja, adquirir a capacidade de se adaptar às constantes mudanças. Em conformidade com a cultura grega, deu-se o nome de carreira proteana. Para aqueles que visualizam além das fronteiras da organização, o nome passou a ser carreira sem fronteira. Ambos se opõem ao modelo tradicional de carreira, o que vigia até então. Ambos os conceitos ainda estão em construção, e, segundo Sullivan e Arthur (2006, p.19-29), "a carreira proteana envolve somente mudanças 02 03 psicológicas e a carreira sem fronteiras apenas mudanças físicas". Para esses autores, essa é uma visão incompleta do conceito de carreira sem fronteiras, pois apresentaria tanto a mobilidade física quanto a psicológica. CONTEXTUALIZANDO Temos na literatura ainda muita coisa para construir no tocante ao tema carreiras, mas podemos dizer que existem algumas carreiras que já estão delineadas. Três modelos de carreiras foram previamente abordados neste estudo: 1. Tradicional. 2. Proteana. 3. Sem fronteiras. Conceituando carreira: Falar sobre carreira é algo que exige pesquisa (base histórica) e espirito visionário para captar tendências. Para pesquisadores, como Bendassoli (2009), a carreira pode ter o significado de emprego assalariado, mas há́ vários outros. O autor cita, por exemplo, o sentimento de pertencer a um grupo profissional, a vocação (algo que alguém faz com alto nível de comprometimento afetivo) e a ocupação (algo que alguém faz por necessidade ou obrigação). "A palavra carreira também pode ser usada ainda para determinar a posição de um profissional em uma organização (associada a passagens por diversos cargos na hierarquia); à trajetória de um empreendedor ou ainda a um roteiro pessoal para a realização dos próprios desejos" (Dutra, 2002, pg. 22 e 23). Dutra (2002) ainda chama a atenção para carreira como mobilidade ocupacional (um caminho a ser trilhado) ou como estabilidade ocupacional (a carreira como profissão). No conceito de Hall (2002), "carreira é a percepção individual sobre a sequência de atitudes e comportamentos associados às experiências de trabalho e atividades no decorrer de sua vida". Em outras palavras, carreira não é necessariamente uma sucessão linear de experiências e projetos. TEMA 1 – CARREIRAS NO TEMPO A globalização, as tecnologias e a diversidade nos ambientes de trabalho influenciaram e muito as empresas e, consequentemente, as carreiras. Até os 04 anos 60, carreira era uma linha estável, um casamento entre o empregado e o seu empregador. Uma relação duradoura que existia devido a um tácito acordo entre as partes: a empresa provia segurança para o empregado no exercício do seu trabalho, e o empregado prometia lealdade para com a mesma. A lógica era a da ascensão profissional hierárquica: quanto mais alto o degrau alcançado, maiores as recompensas (Sullivan; Baruch, 2009). No Brasil, o ambiente político dos anos 70, dominado pela repressão, influenciou o ambiente de trabalho, marcado pela pouca participação e pelo rigor à hierarquia (Fleury; Fischer, 1992). Na mesma década, dois autores americanos, Douglas Hall e Edgar Schein, deram grandes contribuições aos estudos de carreira, agora sob o impacto dos movimentos hippies e da chegada da mulher ao mercado de trabalho, conforme ressalta Dutra (2002). Para este, os pesquisadores citados acima foram fundamentais por analisarem a dinâmica entre a pessoa e a empresa nas discussões de carreira. Os debates sobre carreira se intensificaram nos anos 80, devido à pressão que um mercado competitivo e globalizado exercia sobre as organizações. Iniciam-se os movimentos por qualidade total, trabalho em equipes e automação das linhas de produção. A literatura especializada passa a se dedicar ao auxílio para as pessoas que planejam e escolhem uma carreira. Internet e celular. Anos 90. Encurtamento das distâncias faz com que haja flexibilização nas jornadas de trabalho, alterando as fronteiras das carreiras. As palavras-chaves no mundo organizacional passam a ser competitividade, empregabilidade, a convergência das tecnologias, mobilidade e a explosão das redes sociais. Todos estes acontecimentos mexeram também com comportamentos, as atitudes dos indivíduos em relação às suas carreiras. Novos desafios como conciliar a vida pessoal com o trabalho. O aumento do número de pais e mães solteiros. As necessidades de adaptação a vários empregos no decorrer de uma vida e a flexibilização necessária para agir em um mundo globalizado (Dutra, 2002). Considerando esse novo contexto, as novas carreiras são definidas como uma série de experiências relevantes que uma pessoa acumula ao longo da vida, seja dentro ou fora da organização (Sullivan; Baruch, 2009). Essa definição é uma tentativa de reconhecer que as carreiras são moldadas por movimentos físicos (como a troca de emprego ou de empregador) e pela interpretação que o indivíduo dá aos eventos relacionados a ela (o fato de ver a demissão, por exemplo, como uma derrota ou a oportunidade de um novo começo). 05 Leitura Complementar FLEURY, M. T. L.; FISCHER, R. M. Relações de trabalho e políticas de gestão: uma história das questões atuais. Revista de Administração, v. 27, n.4, FLEURY, M. T. L.; Fischer, R. M. Relações de trabalho e políticas de gestão: uma história das questões atuais. Disponível em: <http://www.spell.org.br/documentos/ver/18654/relacoes-de-trabalho-e-politicas-de-gestao--uma-historia-das-questoes-atuais>. Acesso em: 10 nov. 2017. Saiba mais INSTITUTO DO SER. Planejamento de carreira e desenvolvimento profissional. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KNODnwtqHg4>. Acesso em: 10 nov. 2017. TEMA 2 – CARREIRA TRADICIONAL Carreira tradicional: esse conceito se baseia na herança da sociedade industrial (Bendassoli, 2009), "pela qual o empregado faz uma troca com a organização: ele se dedica e é fiel e, como recompensa, recebe segurança e estabilidade". O que é chamado de transição de carreira nas novas carreiras nas tradicionais seria descrito como estando fora do trabalho (Hall, 2002). O fator segurança, porém, mudou em relação ao passado. Atualmente, pode estar mais relacionado a qualificações pessoais e a atitudes sobre a própria carreira do que em restringir suas possibilidades ao empregador (Veloso; Dutra, 2010). O declínio da carreira tradicional foi acompanhado pelo surgimento, nas últimas décadas, de duas novas perspectivas: a carreira proteana e a carreira sem fronteira (Briscoe, Hall; Demuth, 2006). Ambas se tornaram populares na literatura, como veremos em mais detalhes a seguir. Quadro 1 – Comparativo dos modelos de carreiras Tipos de carreiras Embasamento teórico Atitudes Carreira proteana Carreira proteana é um processo que gerencia mais a pessoa, não a 1.Indivíduo assume o controle da sua carreira em 06 organização. Implica independência de influências externas. Duas variáveis são a autogestão e o sucesso interno (psicológico). É modelada mais pelo individuo do que pela empresa e pode ser redirecionada de tempos em tempos para atender às necessidades da pessoa. Personalidade proativa. vez de delegá-la à organização, criando suas próprias oportunidades. 2.Prioriza os próprios valores ao estabelecer prioridades e objetivos. O sucesso é definido a partir de critérios próprios. Carreira sem fronteiras Pessoa é responsável por sua carreira, o que ocorre com o cultivo de networks e com a busca constante de acesso ao conhecimento e recursos externos. Carreiras se movem através das fronteiras do empregador; discurso hierárquico e princípios de progresso têm suas fronteiras quebradas; decisões de carreira por razões pessoais; perceber um futuro sem fronteiras; personalidade proativa. Mobilidade física e psicológica. 1.Preferência por interagir com pessoas e organizações além das fronteiras da empresa. 2.Desejo de trabalhar para várias empresas ao longo da carreira. O comprometimento ocorre em troca de oportunidades de desenvolvimento. 3.Busca o aprendizado dentro e fora da empresa; atitude pró-ativa. Carreira Tradicional Predominava até́ os anos 80. Pessoa trabalha para uma empresa até́ a aposentadoria. A senioridade e a maturidade são qualidades valorizadas e respeitadas. Carreiras ligadas a grandes organizações; presumem ambiente estável; há interdependência entre empresa e pessoa; aprendizagem se dá́ dentro da organização; transferências de conhecimento dentro da companhia. 1.Pessoa planeja manter-se na mesma empresa toda a vida. As mudanças causam apreensão e desconforto. 2.Desenvolvimento profissional é determinado pelos interesses da empresa; Carreira muda para atender a empresa. 3.Desejo de ascensão hierárquica pois leva à 07 conquista de símbolos de poder e status. Fonte: Adaptado de Arthur e Rousseau (1996), Arthur, Inkson e Pringle (1999), Briscoe et al (2006) e Dutra (2002). Leitura Complementar VELOSO, E. F. R.; DUTRA, J. S.; NAKATA, L. E. Percepção sobre carreiras inteligentes: diferenças entre as gerações Y, X e baby boomers. Anais do Enanpad. Rio de Janeiro: Anpad, 2008. Revista Brasileira de Orientação Profissional. Diferentes gerações e percepções sobre carreiras inteligentes e crescimento profissional nas organizações. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 33902012000200007>. Acesso em: 10 nov. 2017. Saiba mais! Gestão de carreiras: o bonzinho - Max Gehringer. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=e0QFfKJbdGI>. TEMA 3 – CARREIRA PROTEANA Para entendermos a expressão proteana e a sua relação com carreiras, precisamos voltar para Hall (1976), o primeiro autor a utilizá-la. Hall faz uma metáfora ao deus grego Proteus, que mudava de aparência conforme a circunstância, para descrever o profissional capaz de adaptar conhecimento, habilidades e competências ao novo contexto econômico, social e tecnológico que surgia à época. Descreve um cenário no qual a pessoa, e não a organização, passa a ter o controle da carreira. O termo carreira proteana só́ viria a se popularizar duas décadas depois com outro trabalho de Hall, conforme comentam Sullivan e Baruch (2009). Nesse novo trabalho, Hall (citado por Sullivan; Baruch, 2009) fala de "um profissional flexível, que valoriza a liberdade, acredita em aprendizado constante e procura recompensas intrínsecas ao trabalho. O que está́ em jogo agora é o sucesso psicológico em oposição ao sucesso definido por valores externos". "As atitudes proteanas estão positivamente correlacionadas com personalidade proativa, autenticidade na carreira, abertura a experiências e orientação a objetivos" (Briscoe et al, 2006). Conforme aponta Hall (2002), a carreira proteana é caracterizada por duas variáveis: 08 Autogestão da carreira: acontece quando o profissional assume o controle de seu destino profissional e cria as próprias oportunidades de desenvolvimento. Carreira orientada por valores: ocorre quando o profissional prioriza os próprios valores ao estabelecer prioridades e objetivos e quando o sucesso é definido a partir de critérios próprios, não da empresa nem do mercado. A autogestão aparece nas pessoas orientadas mais por objetivos e crescimento pessoal e menos por segurança no emprego. Por outro lado, ser orientado por valores significa medir o sucesso a partir dos próprios valores (sucesso psicológico), em vez da opinião externa. Em outras palavras, a pessoa precisa seguir sua bússola interna. Como decorrência dessas variáveis, o profissional com carreira proteana pode apresentar atitudes como mudança frequente, intensa renovação de competências e autonomia nas decisões. Bendassolli (2009, p. 392) complementa essa visão ao afirmar: “A mensagem é clara: carreira depende de versatilidade, continua adaptação e resiliência". Leitura Complementar BENDASSOLLI, P. F. Recomposição da relação sujeito-trabalho nos modelos emergentes de carreira. Revista de Administração de Empresas- RAE, v. 49, n. 4, pp. 387-400, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v49n4/v49n4a03.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017. Saiba mais SOUZA, M. Plano de carreira e desenvolvimento de pessoas. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/plano-de-carreira-e- desenvolvimento-de-pessoas/53077/>. Acesso em: 10 nov. 2017. TEMA 4 – CARREIRA SEM FRONTEIRA Ao mesmo tempo em que os estudos sobre carreira proteana avançavam, surgiam as primeiras pesquisas sobre as carreiras sem fronteiras, ou, no inglês, boundaryless career. O professor Michael Arthur, da Suffolk University, de Boston, nos Estados Unidos, e alguns colegas decidiram investigar o quanto esse novo tipo de organização estava afetando as carreiras de seus funcionários. As empresas inteligentes possuiriam três distintas competências: uma cultura capaz de assimilar a contribuição de seus funcionários, um know-how 09 (conhecimento técnico) e uma rede de relacionamentos que dá́ acesso aos recursos externos. As pesquisas sobre carreiras sem fronteiras foram debruçadas sobre as atitudes que as caracterizam (Briscoe et al, 2006). O termo boundaryless career, que serviu de título ao livro que Arthur e Rousseaupublicaram em 1996 nos Estados Unidos, representa o passo seguinte nos estudos sobre as carreiras. Segundo essa nova definição, o profissional com atitude de carreira sem fronteira é "alguém que é independente, em vez de dependente, dos arranjos tradicionais da carreira organizacional" e que busca "oportunidades que vão além de um único empregador" (citado por Briscoe; Finkelstein, 2009, p 243). Há um consenso de que os profissionais com esse tipo de carreira se sentem confortáveis tanto com movimentação físicas (troca de emprego e empresa) quanto psicológica (criar e sustentar relacionamentos ativos além da fronteira da empresa). São duas as variáveis das carreiras sem fronteiras, segundo Briscoe et al (2006): Mobilidade psicológica: característica que aparece nos profissionais que preferem interagir com pessoas, que se sentem motivados por novas experiências, situações e aprendizado no trabalho, com um olhar além das fronteiras de sua atual empresa. Mobilidade física: aparece quando a pessoa deseja trabalhar para várias empresas e se compromete ao trabalho na medida em que percebe que está se desenvolvendo. A carreira sem fronteira se opõe à do tipo tradicional pelo fato de não estar confinada às fronteiras de uma única organização, emprego, ocupação, região ou domínio de expertise (Bendassoli, 2009). Leitura Complementar DUTRA, J. S. A Gestão de Carreira. In: As Pessoas na Organização. São Paulo: Editora Gente, v. 10, 2002. Link: <http://anpad.org.br/admin/pdf/gpr732.pdf>. Saiba mais MATTA, V. da. Como preparar plano de carreira para os meus funcionários? Sociedade Brasileira de Coaching. Disponível em: 010 <https://www.sbcoaching.com.br/blog/carreira/como-preparar-plano-de- carreira/>. Acesso em: 10 nov. 2017. TEMA 5 – DIFERENCIANDO CARREIRA PROTEANA, SEM FRONTEIRAS E TRADICIONAL A carreira proteana e a sem fronteias são construtos independentes, embora tenham relação. Assim, uma pessoa pode ter atitudes proteanas e mesmo assim não cruzar as fronteiras da organização. Outra pode ter o mindset sem fronteiras, embora desenvolva sua carreira numa única empresa (texto da Revista da PUC - 2012). Ainda encontramos nos textos da revista acima citada que os construtos variam de acordo com o estágio de carreira e o contexto. Em outras palavras, proteana e sem fronteiras definem atitudes das pessoas, e não são, portanto, traços de personalidade ou diferenças individuais. Entretanto, pesquisadores também mencionam que algumas das características das carreiras tradicionais ainda influenciam os profissionais, mesmo aqueles que demonstram atitudes de carreira proteana e sem fronteira (Arthur; Rousseau, 1996; Briscoe et al, 2006). 5.1 O impacto das diferenças individuais na carreira A discussão teórica sobre o impacto das diferenças individuais sobre as atitudes de carreira é recente e ainda inconclusiva, especialmente no Brasil. Uma maior experiência em gestão e um maior grau de educação estão positivamente relacionados aos motivadores ligados à gestão da própria carreira, variável da carreira proteana, e às mobilidades física e psicológica, variáveis das carreiras sem fronteiras (Segers et al., 2008). Com relação à cultura, diferenças culturais também podem influenciar a mobilidade psicológica e física. Culturas individualistas enfatizam objetivos pessoais, equidade em premiações, rede de relacionamentos e promoções. Já́ culturas coletivistas enfatizam objetivos e premiações grupais, bem como segurança no trabalho. (Sullivan; Arthur, 2006) Para Hofstede (1990), "há seis níveis de cultura: 1. Nacional: depende do país ao qual pertence. 2. Étnico, religioso ou linguístico: a maioria das nações são compostas por grupos culturalmente diferentes. 011 3. Gênero: depende do sexo, masculino ou feminino. 4. Geração: a cultura entre avós, pais e filhos é diferente. 5. Origem social: está associada ao nível de escolaridade e à profissão exercida. 6. Empresa: para aqueles que trabalham, Hofstede (1990) mede valores culturais em relação a cinco dimensões: individualismo versus coletivismo, distância de poder, evitar a incerteza, masculino versus feminino e orientação para longo termo. A partir dessas variáveis, Caldas (2006) descreve a cultura do Brasil com tendências a manter a distância do poder, ter nível médio para alto de coletivismo, mais feminino que masculino e com preferência por evitar a incerteza. 5.1.1 Gênero Ao pesquisar sobre as novas carreiras em comparação com a carreira tradicional, Segers et al. (2008) concluíram que as mulheres são mais orientadas por valores, porém não existe diferença de gênero quando a variável relacionada à carreira proteana é a autogestão. Os homens, por sua vez, tendem a valorizar mais as próprias conquistas, enquanto as mulheres, o crescimento pessoal. Ambos os motivadores ajudam na gestão da própria carreira e na adaptação aos requisitos de performance e aprendizado que vêm com cada ciclo de carreira (texto retirado da publicação Revista da PUC – 2012). Quando o modelo de carreira avaliado é o sem fronteira, as mulheres são mais motivadas pela mobilidade psicológica, enquanto os homens, pela mobilidade física (Segers et al., 2008). Para Sullivan e Arthur (2006), esse comportamento da mulher pode ser explicado por questões familiares. Uma executiva pode rejeitar uma oportunidade que requeira mudança de residência ou aumento no número de viagens para se manter perto da família. A mulher não possui a mobilidade (aqui mobilidade psicológica) que um homem possui, tanto pelas paralisações advindas do nascimento de filhos quanto pelo acompanhamento à carreira do cônjuge. O homem se adapta melhor ao trabalho tradicional pelas expectativas sociais a que está submetido. Pesquisa feita no Brasil por Carvalho Neto, Tanure e Andrade (2010) confirma as conclusões internacionais. As viagens e mudanças de moradia 012 frequentes, que são exigências dos altos cargos corporativos, favorecem os homens, mais dispostos a deixar a família para trabalhar em outra cidade, e prejudicam a carreira das mães executivas, que não podem e/ou não querem se separar dos filhos. 5.1.2 Idade e geração Segundo Segers et al. (2008), o avanço da idade produz mudanças de atitudes dos profissionais em relação à carreira proteana. A orientação por valores tende a se fortalecer, enquanto a atitude de buscar a autogestão da carreira tende a se enfraquecer. Uma das explicações é que ocorre uma redução da expectativa de que haverá́ equilíbrio entre esforço e recompensas. Os adeptos da carreira sem fronteiras tendem, com o avanço da idade, a reduzir a motivação pela mobilidade física. Já́ a mobilidade psicológica não foi afetada pela idade. Por outro lado, o desejo de autonomia aumenta. Analogamente, comportamentos relacionados à idade também podem estar conectados à geração do empregado. O conceito de geração pode ser entendido como grupos de pessoas que partilharam experiências semelhantes diante dos mesmos eventos históricos, culturais e sociais. (Parry; Urwin, 2010). Desde a Segunda Guerra Mundial, convencionou-se classificar as pessoas nascidas numa determinada época como membros de uma dada geração. As três classificações aceitas tanto pela academia quanto pelo meio empresarial são: geração baby boomers, geração X e geração Y (Cennamo; Gardner, 2008; Martin; Tulgan, 2006; Mcguire et.al, 2007; Parry; Urwin, 2010; Westerman; Yamamura, 2007). A delimitação temporal e a descrição de cada geração foram originalmente criadas tendo por base a realidade norte-americana. Entretanto, Parry e Urwin (2010) expõem que nem mesmo nas economias ocidentais avançadas, como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, há consenso sobre delimitação dos períodos abrangidos em cada geração, bem como sobre as diferenças entre elas.No Brasil, em geral, são usados os parâmetros norte-americanos. Em todo o mundo, pesquisadores têm procurado entender as diferenças de perspectivas, sistemas de valores e visões de mundo de acordo com grupos organizados a partir dessas faixas etárias. No Quadro 2, é apresentado um resumo das principais características comportamentais de cada geração no trabalho (Veloso et.al, 2008): 013 Quadro 2 – Caracterização das gerações baby boomers, X e Y (explicadas no quadro abaixo) Gerações População IBGE em % Características gerais Relação com o trabalho Contexto Baby Boomers (nascidos entre 1945 e 1964) 34 Otimistas, motivados e cooperativos. Workaholics; buscam o status e a ascensão profissional dentro da empresa; são leais ao empregador Pós-guerra; economia em expansão. Geração X (nascidos entre 1965 e 1977) 34 Céticos e questionadores Leais ao próprio projeto profissional; buscam a informalidade no ambiente de trabalho; questionam a hierarquia Viveram a reengenharia, downsizing, fim da lealdade às organizações. Geração Y (nascidos a partir de 1978) 33 Conectados, individualistas e defendem suas opiniões. Priorizam a vida pessoal no lugar da profissional; acostumados à instabilidade econômica Nasceram com a volta da democracia e consolidação da economia Fonte: Adaptado de Veloso et al (2008). Ao pesquisar a percepção sobre as carreiras inteligentes nas diferentes gerações no Brasil, Veloso et al (2008) verificaram que cada uma tem seu próprio sentido para o trabalho: Os baby boomers tendem a gostar mais do que fazem, e o trabalho proporciona segurança e tranquilidade para eles e para a família. Esse mesmo grupo percebe mais positivamente as três competências das carreiras inteligentes (knowing why, knowing how e knowing who), especialmente a knowing why, relacionada ao significado do trabalho. Isso mostra que as pessoas mais velhas possuem um maior grau de identificação com o trabalho. Já ́os mais jovens (gerações X e Y) apostam na possibilidade de crescimento e desenvolvimento de relações que proporcionem novas oportunidades de trabalho. Leitura Complementar CARVALHO NETO, A. M.; TANURE, B.; ANDRADE, J. Executivas: carreira, maternidade, amores e preconceitos. RAE Eletrônica, v. 9, n. 1, 2010. Disponível em: <http://www.spell.org.br/documentos/ver/29926/executivas-- carreira--maternidade--amores-e-preconceitos>. Acesso em: 10 nov. 2017. 014 Saiba Mais! Leitura do site: PEOPLEMININ. Qual é a diferença entra carreira tradicional e a carreira proteana e como isso se aplica ao nosso dia a dia? Disponível em: <https://www.peopleminin.com/blog/qual-e-diferenca-entra- carreira-tradicional-e-carreira-proteana-e-como-isso-se-aplica-ao-nosso-dia- dia/>. FINALIZANDO Este módulo foi muito legal! Nele foi devidamente conceituada carreira e mostrado quando foi, pela primeira vez, utilizado este termo no Brasil. Também aprendemos que existem três tipos de carreira, além do que, lembramos muito das carreiras tradicionais que nossos pais e avós tiveram em suas vidas. Assim sendo, com este módulo, estamos ganhando embasamento para os módulos futuros (que estão chegando). Essa base será muito importante para consolidarmos os nossos conhecimentos sobre o tema carreira. REFERÊNCIAS ANASTASI, A; URBINA, S. Testagem psicológica. 7. ed. Porto Alegre. ARTMED, 2000. ARTHUR, M.B. The Boundaryless career: a new perspective for organizational inquiry. Journal of Organizational Behavior, v. 15, pp. 295-306, 994. ARTHUR, M.; CLAMAN, P.; DEFILLIPPI, R. (1995) intelligent enterprise, intelligent careers. Academy of Management Executive. v. 9, n. 4, pp 7-22 ARTHUR, M. B.; INKSON, K.; PRINGLE, J. K. (1999). The new careers: Individual action and economic change. London: Sage, 1999. ARTHUR, M. B.; ROUSSEAU, D. (1996). Introduction: The boundaryless career as a new employment principle. Em M. B. Arthur & D. Rousseau (Orgs.), The boundaryless career: A new employment principle for a new organizational era (pp. 3-20). New York: University Press. BENDASSOLLI, P. F. Recomposição da relação sujeito-trabalho nos modelos emergentes de carreira. Revista de Administração de Empresas- RAE, v. 49, n. 4, pp. 387-400, 2009. BRISCOE, J.P; HALL, D.T. The interplay of boundaryless career and protean careers: Combinations and Implications. Journal of Vocational Behavior, v. 69, pp. 4-18. 2006. BRISCOE, J. P.; HALL, D. T.; DeMUTH, R. L. F. Protean and boundaryless careers: An empirical exploration. Journal of Vocational Behavior, v. 69, pp. 30-47, 2006. BRISCOE, J.P.; HALL, D.T., The interplay of boundaryless career and protean careers: Combinations and Implications. Journal of Vocational Behavior, v. 69, pp.4-18. 2006 BRISCOE, J. P.; FINKELSTEIN, L. M. The "new career" and organizational commitment - do boundaryless and protean attitudes make a difference? Career Development International. v. 14, n. 3, pp. 242-260, 2009. CALDAS, M. P. Conceptualizing Brazilian Multiple and Fluid Cultural Profiles. Management Resource: The Journal of the Iberoamerican Academy of Management. v. 4, n. 3, 2006. CARVALHO NETO, A. M.; TANURE, B.; ANDRADE, J. Executivas: carreira, maternidade, amores e preconceitos. RAE Eletrônica, v. 9, n. 1, 2010. 015 016 CENNAMO, L.; GARDNER, D. Generational differences in work values, outcomes and person-organisation values fit. Journal of Managerial Psychology, v. 23, n. 8, pp. 891-906, 2008. CERVO, A. L.; BERVIAN, P.; DA SILVA, R. Metodologia Científica. São Paulo: Pearson Eduiacation do Brasil, 2007. DUTRA, J. S. 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Isso é justamente o que pretendemos neste módulo, ou seja, a definição de uma trajetória profissional. Somente a partir do século XIX houve essa utilização. É claro que o conceito como descrito acima era tido como uma propriedade estrutural das organizações ou mesmo de ocupações. A pessoa escolhia uma carreira (estrada predeterminada) já sabendo o que esperar daquele percurso. Alguns autores contemporâneos, tais como Caldas e Tonelli (2000), Grisci e Carvalho (2004), chegaram mesmo a estabelecer uma analogia entre o profissional moderno e as exigências do cenário mutante e competitivo no qual está imerso um camaleão. Essa transformação seria como uma defesa. Seria o moderno profissional, compulsivamente agindo por medo e insegurança, do mesmo modo que o agir do camaleão, que, para se defender ou enfrentar um meio ambiente hostil, se utiliza do recurso da mudança de cor. As organizações e as pessoas, segundo esses autores, são compelidas a buscar uma aparência “moderna”, um visual contemporâneo (do momento), não advindo de um momento estratégico (reflexão), mas simplesmente assumindo um comportamento defensivo ante um ambiente beligerante. Ao assumir identidades variáveis (Grisci; Carvalho, 2004), com o objetivo de se moldar às demandas do mercado, o sujeito-camaleão enfrenta diversas transformações, imediatas e reversíveis. Essa reversibilidade aparece como uma característica fundamental, dada a volatilidade que se apresenta frente a ele, fazendo que com esse sujeito constantemente se altere. CONTEXTUALIZANDO Foi a sociedade industrial que trouxe a ideia de carreira, mas somente no século XX ela encontrou acolhimento com a sistematização dos estudos teóricos. O conceito de carreira, com o passar dos tempos, foi incorporando outros elementos, passando do significado meramente de trabalho (ou ocupação) para outras dimensões. Mais ainda, a carreira não é determinada a priori; é algo para ser construído, sugerindo um papel mais ativo do trabalhador. Schein (1978) conceituou o que chamou de “perspectiva de desenvolvimento de carreira”, sobre a necessidade de se estabelecer uma relação entre 03 autodesenvolvimento, desenvolvimento de carreira e desenvolvimento da vida pessoal e familiar. Faz-se necessário, segundo Schein (1978), “entender as suas necessidades e características, as quais não estão ligadas apenas à vida no trabalho, mas fruto da interação da pessoa com todos os espaços de sua vida”. Esta evolução, durante os anos 90, foi ampliada e expressões como espaço da vida e projeto de vida constantemente aparecem nas conceituações. A vida passa a ser o foco do conceito, assim como os seus diferentes aspectos, necessidades, desejos, ansiedades, capacidades, potencialidades pessoais e as pressões e condicionantes ambientais. Acrescentem-se ainda as responsabilidades na esfera familiar. Tudo isso somado convergiu na ideia de desenvolvimento de carreira visando ao próprio desenvolvimento pessoal. Fazendo também uma análise da evolução do conceito de carreira, embora sob uma perspectiva diferente, Robbins (1998, p. 489) considera que o papel da Administração no desenvolvimento de carreira passou por mudanças significativas em anos recentes. Essa evolução teve como origem o paternalismo (a organização assumia a responsabilidade em gerenciar as carreiras dos seus empregados) até nossos tempos (apoio das empresas para os profissionais à medida que estes assumirem a responsabilidade pessoal pelo seu futuro). TEMA 1 – PLANO DE CARREIRA Valorizar a carreira. Estar atualizado. Fixar metas e planejar os seus objetivos. Essas são algumas das decisões em relação ao crescimento profissional que o indivíduo deve tomar. Para Maanen (1977, citado por Boog, 2002, p. 201), “carreira passa a ideia de um caminho estruturado e organizado no tempo e no espaço, que pode ser seguido por alguém”. Outro conceito é de Hall (1976), que nos diz que “Carreira é uma sequência de atitudes e comportamentos associados com experiência e atividades relacionadas ao trabalho durante a vida de uma pessoa”. Assim sendo, os conceitos analisados não consideram as influências externas que o indivíduo sofre no decorrer da vida e de sua carreira, por exemplo, a influência da sociedade ou então da empresa em que este atua. Para evoluirmos ainda mais na conceituação de carreira, deveremos citar London e Stumpf (1982, citado por Boog; Boog, 2002, p. 201), para os quais essa carreira tem várias fases e intervenções: Carreira são as sequências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, 04 motivos e aspirações individuais e expectativas e imposições da organização e da sociedade. Da perspectiva do indivíduo, a carreira engloba o entendimento e a avaliação de sua experiência profissional, enquanto da perspectiva da organização a carreira engloba políticas, procedimentos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, compensação e movimento de pessoas. Essas perspectivas são conciliadas pela carreira dentro de um contexto de constante ajuste, desenvolvimento e mudança. Os objetivos da organização devem impreterivelmente adequar-se aos objetivos individuais (carreira) e vice-versa. Somente assim advirá o sucesso. Existem, segundo Dutra (2002, p. 202), três tipos de carreiras: 1. Operacionais: ligadas às atividades-fim da empresa. Exigem o uso do corpo ou alto grau de estruturação. 2. Profissionais: relacionadas com atividades especificas. Em geral, exigem formação técnica ou de nível superior. 3. Gerenciais: ligadas às atividades de gestão da empresa. Normalmente, aproveitam-se pessoas oriundas das carreiras operacionais ou profissionais que, ao longo de seu processo de crescimento, demonstraram vocação e interesse pela carreira gerencial. Para Chiavenato (2006, p 283.), “Cada vez mais as pessoas estão assumindo a responsabilidade total por suas próprias carreiras. As empresas oferecem oportunidades e o impulso para aprender, enquanto as pessoas seguem adiante”. Infelizmente é possível afirmar que nem sempre essa interação empresa- colaborador funciona: o desencontro de interesses ou objetivos, a má́ distribuição da cultura organizacional, a presença de líderes que não estimulam o interesse pelo conhecimento e o desinteresse das partes envolvidas desconstroem esse relacionamento. Desenvolver-se profissionalmente diz respeito a administrar a sua carreira, expondo-se às qualificações existentes (competências), sendo organizado. Agindo assim, uma pessoa demonstrará estar apta a alçar voos maiores. O plano de carreira tem, na sua construção, a participação tanto do empregado quanto do empregador e, segundo Dutra (2002, p. 103), essa carreira deve ser pensada, portanto, como uma estrada que está sempre sendo construída pela pessoa e pela empresa. Desse modo, se olharmos para frente, vamos ver o caos a ser ordenado e, quando olhamos para trás,enxergaremos a estrada que já́ construímos. Uma empresa que administre de forma compartilhada as carreiras terá́ diante de si várias estradas em construção. 05 Torna-se imprescindível que, para se construir uma carreira de sucesso em uma organização, o conhecimento é o meio mais importante para alcançar esse objetivo. Mas não é o único! É necessário que, ao planejar sua carreira, o profissional cultive bons contatos, seja possuidor de atitude e vislumbre perspectivas. É preciso estar atualizado, renovar-se constantemente, descobrir novas formas de aperfeiçoamento, conhecer a área profissional em que atua. Essas são premissas para o profissional de sucesso. Um profissional que tem opinião própria tem perspectiva, com base em conhecimento. É aquele que faz diferença, é inovador. As empresas estão freneticamente à procura desse profissional. Atitude + conhecimento = profissional completo Uma posição ativa no grupo é o que se busca em um profissional que chame a responsabilidade para si. Posição ativa aqui se resume a essa atitude e ao conhecimento. Chiavenato (s.d.) exemplifica: conhecimento, perspectiva e atitude podem ser chamadas de “santíssima Trindade” para o alcance do sucesso profissional. Cérebros: acrescido de mãos, fazem o desejo de qualquer organização, principalmente em tempos em que os recursos são escassos. Com isso, a palavra produtividade ganha força onde menos pessoas realizam o mesmo trabalho. Vivendo como estamos na era do conhecimento, nada mais importante do que ofertar capital intelectual, mental. Quem estiver sintonizado com esta matéria-prima tão escassa terá um grande futuro. Também encontramos na literatura outras características que ajudam ao profissional na construção do seu plano de carreira, o que será o assunto para as demais aulas. TEMA 2 – O PAPEL DA EMPRESA NA GESTÃO DE CARREIRA Motivação, engajamento, comprometimento e o papel que as empresas desempenham sobre o planejamento de carreira dos seus empregados se fundamentam em: Princípios Princípios são inegociáveis e representam a ligação entre as empresas e as pessoas (admitindo ajustes durante o tempo estipulado) e garantindo que, entre as cláusulas ali existentes, haja o compromisso da estabilidade e a consistência do sistema. 06 Estrutura de carreira Definição da sucessão de posições na cadeia hierárquica, sua valorização e seus requisitos de acesso. Instrumentos de gestão O devido suporte para o planejamento de uma carreira e as oportunidades futuras advirão do conhecimento e do nível de informação que as pessoas obtiverem tanto da empresa quanto do mercado. Esse relacionamento empresa/empregado contém espaços para a livre negociação, atendendo aos anseios/expectativas de ambas as partes. O papel da empresa pode ser dividido em três categorias: 1. Definição estratégica O conciliamento, o entrosamento entre a empresa e os empregados é fator crucial, principalmente quanto aos princípios, pois definem as metas, as trajetórias de carreira, manutenção e ampliação das vantagens competitivas, entre outras. 2. Definição do sistema de gestão de carreira Entre as várias definições, podem estar a formatação e as particularidades relativas à estrutura das carreiras, requisitos de acesso, instrumentos de gestão. 3. Definição da metodologia de concepção, implementação e atualização do sistema Voltado para o bom funcionamento do sistema. Leva-se em conta a cultura, o momento histórico e as necessidades da empresa. Por sua vez, as responsabilidades podem ser divididas em três níveis: 1. Individual Devem estar disponibilizados todos os sistemas de apoio para o desenvolvimento (ferramentas, instrumentos de autoconhecimento), em que constem as devidas responsabilidades e também as respectivas recompensas encontradas internamente e no mercado de trabalho. 2. De equipes Uma equipe de alta performance pressupõe que exista a gestão de um líder que tenha a habilidade em gerir a carreira dos seus liderados, dando-lhes autonomia, respeito, visando ao atendimento das necessidades e ao crescimento de todos, orientando-os a adquirir mais 07 competências mercadológicas e a se envolverem em projetos dentro do ambiente organizacional. 3. Organizacional O mercado tem sinalizado que um bom ambiente de trabalho é um ambiente feliz, onde reina o diálogo, autonomia e respeito aos interesses individuais quanto aos coletivos. Essa posição deve estar inclusa em seu planejamento (empresa), onde o mandamento maior deverá ser possuir flexibilidade, foco no comprometimento das pessoas, foco no conhecimento, nas competências e nas entregas. TEMA 3 – AS GERAÇÕES TRASNPONDO AS CARREIRAS Como país, os Estados Unidos são a fonte da literatura no tocante ao mundo da administração. Nos anos 1980, houve uma abundante produção de assuntos sobre carreira, abordando os seguintes aspectos: 1. No início dos anos 1980, os chamados babyboomers (pessoas que nasceram no período do pós-guerra, provocaram uma exploração de nascimentos nos Estados Unidos e na Europa) e começaram a ocupar as posições de média gerência, fazendo com que as gerações seguintes ficassem sem espaço no mercado de trabalho. 2. A mulher no mercado de trabalho começou a ganhar força, nos anos 1970, em que entraram mais fortemente, ocasionando alterações na malha de concorrência e preocupações com a carreira do casal. Sendo assim, a mobilidade geográfica foi se tornando mais complexa porque as empresas começaram a ter de se ocupar não apenas com a carreira de seus empregados, mas também da de seus cônjuges. 3. A entrada do Japão como novo concorrente internacional, gerando grandes transformações no mercado em 1980, fazendo com que as organizações ficassem pressionadas a darem resposta mais rápidas, com menor custo e mais qualidade. 4. Os pais começam a ficar muito mais preocupados com a carreira de seus filhos. (Fleury, 2002) TEMA 4 – EMPREGABILIDADE Empregabilidade é “a capacidade que cada um de nós tem de gerar trabalho e renda”. (Saad, 2002). A obrigação sentida pelos profissionais em se aperfeiçoarem se dá em virtude da forte concorrência no mercado. Um grande exemplo para não ser esquecido foi a crise imobiliária ocorrida nos Estados Unidos e que impactou o mundo, principalmente forçando muitas empresas a demitirem milhões de pessoas. Aquela desaceleração econômica foi a causadora do valor para as carreiras e também aos currículos profissionais. As empresas e os profissionais estão em constante mutação. 08 Com a escassez de mão de obra qualificada, é preciso aproveitar para o aperfeiçoamento e análise do mercado. As chances aumentam para os profissionais diferenciados, ou seja, aqueles que dão algo novo para as organizações e que são visionários, inovadores. Frequentemente ouvimos sobre as oportunidades que existem de empregos em determinadas áreas por não se encontrarem profissionais devidamente qualificados para aquelas funções. Assim sendo, temos o aparecimento do termo empregabilidade, que, segundo Chiavenato (2009, citado por Giovanela; Santos, 2009, p. 245), “é a capacidade de se proteger das oscilações do mercado, obtendo conhecimento, fácil adaptação a novos ambientes, experiências, sendo empreendedor, criativo, uma referência no seu segmento de atuação”. É importante frisar que não somente as empresas sofrem com as variações de mercado, mas todas as partes que compõem esse mercado. Chiavenato (s.d.) explica o significado de empregabilidade, dizendo que significa o conjunto de competências e habilidades necessário para uma pessoa manter-se colocada em uma empresa. Significa a capacidade de conquistar e de manter um emprego de maneira sempre firme e valiosa. E como a natureza do emprego está́ mudando rapidamente, essa capacidade deve incluir flexibilidade e inovação dapessoa para acompanhar a mudança irresistível. O emprego está́ se tornando temporário, parcial, fugidio e passageiro. Mais do que isso multifuncional, flexível e mutável. Quando as mudanças tecnológicas influenciam o mercado, essas mudanças têm origem externa, ou seja, são incontroláveis. O profissional precisa estar preparado para essas mudanças e direcionar para o seu aperfeiçoamento necessário para aquisição de informação e conhecimento. A informação e o conhecimento andam juntas. Acrescente-se possuir uma boa rede de relacionamentos que auxiliará nesse processo de evolução da carreira. Ao falar sobre relacionamentos ou rede de networking, Saad (2002) comenta sobre essa importante ferramenta, alegando que é algo que não pode ser delegado. Ninguém poderá construir redes de networking para nós. Muitos profissionais dizem não gostar de procurar pessoas, não gostar de eventos pessoais ou profissionais e, por fim, não conseguem pedir conselhos ou informações, preferindo o trabalho solitário. Então, para essas novas exigências organizacionais, segundo Werdesheim (2002), “as grandes empresas aumentaram suas exigências de formação por parte dos profissionais ocupantes de qualquer posição hierárquica, 09 pois as atividades passaram a exigir conhecimentos de maior escopo, além do relacionamento interpessoal”. Portanto, ter as competências devidas e necessárias significa ser emocionalmente qualificado (deter o conhecimento na inteligência emocional), muito apreciada pelo mercado e tida como essencial, pois engloba fatores primários como saber ouvir, saber liderar, saber trabalhar em equipe, ser automotivado e ser motivador, influenciar e desenvolver pessoas, ter um posicionamento embasado e firme, dominar a comunicação verbal e corporal e, enfim, possuir o espírito da mudança. A busca por profissionais que possuam essas habilidades ou competências se dá de uma forma quase neurótica. Segundo Saad (2002), “as empresas, se eu pudesse resumir bastante a questão, acreditam ser mais fácil ensinar alguém a falar inglês ou obter conhecimento técnico e especifico que fazer com que seja mais flexível, aceite mudanças ou conviva melhor com os colegas”. TEMA 5 – ENCERRAMENTO DE CARREIRA E APOSENTADORIA Como encaixar o encerramento de uma carreira? Isso pode se dar por motivos como idade, acidente ou mesmo por livre escolha, mas os dois primeiros motivos são por força maior e o último por livre opção. Nem sempre o fim de uma carreira estará relacionado com a obsolescência. O aspecto físico de uma pessoa apresenta sinais de envelhecimento, e o aspecto social está intrinsecamente ligado à interação dessa pessoa com outras e o seu ambiente. A rigidez tomada em seus papéis frente à não aceitação pode ser enquadrada por discriminação. Como o meio ambiente está em constante transformação, essas mudanças podem provocar crises, que podem acontecer em diversos momentos da vida dessa pessoa, podendo ser classificadas como: Aborrecimento: falta de um objetivo para a vida e para o trabalho. Envelhecimento biológico, psicológico e social. Obsolescência. Questionamento de valores e mudanças de metas. Mudança de motivação no trabalho. Sentimento de perda de status. Mudança na vida familiar. Medo de crescer ou envelhecer. 010 Para lidar com esses processos chamados negativos (envelhecimento, aposentadoria), faz-se necessário um preparo psicológico, mental e até físico. Um aparte nessa situação deve-se ao adiamento que muitas pessoas fazem em suas aposentadorias, visto que a expectativa de vida aumentou muito nos últimos tempos. Esses profissionais estão aumentando o seu tempo de serviço na própria empresa ou mesmo buscando recolocação no mercado. FINALIZANDO Muitas características comportamentais estão mudando. O mundo globalizado também está apresentando, dia a dia, novas tendências. Deverá haver o casamento entre as duas situações, visto que tanto as organizações quanto as pessoas precisam uma das outras. Ambas deverão estar evoluindo, mas sem esquecer o lado humano, o lado social. Carreira nada mais é do que um sinônimo para felicidade para o sucesso! É uma linha da vida (que pode ou não ser uma reta) na busca dos objetivos pessoais. 011 REFERÊNCIAS BOOG, G.; BOOG, M. Manual de gestão de pessoas e equipes. v. 2. São Paulo: Gente, 2002. CALDAS, M; TONELLI, M. J. O homem-camaleão e os modismos gerenciais: uma discussão sociopsicanalítica do comportamento modal nas organizações. In: MOTTA, F. C. P.; FREITAS, M. E. Vida psíquica e organização. Rio de Janeiro: FGV, 2000, cap. 7, p. 130-147. CHIAVENATO, I. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos. 4. ed. São Paulo: Altas, 1999. _____. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 8. ed. São Paulo: Altas, 2006. _____. Talento e empregabilidade. Instituto Chiavenato, [s.d.]. Disponível em: <http://www2.unicentro.br/empregabilidade/files/2013/08/talento-e- empregabilidade1.pdf?x61462>. Acesso em: 13 dez. 2017. DUTRA, J. S. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2002. FLEURY, M. T. L. (Org.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. _____. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. GIOVANELA, A.; SANTOS, G. dos. Plano de carreira e empregabilidade na percepção dos estudantes de Administração do IBES/SOCIESC. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v. 3, n. 4, p. 241-257, GRISCI, C. L. I.; CARVALHO, M. L. Gerenciamento de Impressão e entrevista de seleção: camaleões em cena. Psicologia, Ciência e Profissão, 2004, n. 24 (2), 72-85. HALL, D. T. Careers in organizations. Glenview, IL. Scott, Foresman, 1976. KUCZMARSKI, S. S.; KUCZMARSKI T. D. Liderança: baseada em valores. 1. ed. São Paulo: Educator, 1999. ROBBINS, S. P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2003. 012 _____. Comportamento organizacional. 8. ed. São Paulo: LTC, 1998. SAAD, et al. Manual de gestão de pessoas e equipes. v. 2. São Paulo: Genet, 2002. SCHEIN, E. H. Career dynamics: Matching individual and organizational needs. Massachusetts: AddisonWesley, 1978. WERDESHEIM, et al. Manual de gestão de pessoas e equipes. v. 2. São Paulo: Gente, 2002. VARGAS, R. Os meios justificam os fins: gestão baseada em valores. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. AULA 4 PLANOS DE CARREIRA E DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL Profª Raquel Vaz 02 CONVERSA INICIAL Onde estamos e onde gostaríamos de chegar? Como fazer a diferença? CONTEXTUALIZANDO Você é quem tem a capacidade de mudar e fazer a diferença! Vamos ver a história “Estrelas-do-mar”: Era uma vez um escritor que morava em uma praia tranquila, junto a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar e à tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do- mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano. – Por que você está fazendo isto? - perguntou o escritor. – Você não vê? - explicou o jovem – A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia. O escritor espantou-se. – Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma. O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor. – Para essa aqui
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