Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
* Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino, marcelo@adimarco.com.br ou mecpaulino@yahoo.com.br APLICAÇÕES DE ANÁLISE DE RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA E I MPEDÂNCIA TERMINAL PARA DIAGNÓSTICO DE TRANSFORMADORES A.P. NUNES V. C. V. M. BELTRÃO M. E. C. PAULINO * ELETRONORTE ELETRONORTE Adimarco Brasil Brasil Brasil Resumo – Análise de Resposta em freqüência, geralmente conhecida dentro da indústria como FRA, é uma técnica de teste de diagnóstico poderosa Consiste em medir a função de transferência, também conhecida como resposta em freqüência, e a impedância terminal dos enrolamentos Este trabalho apresentará vários resultados de testes, em fábrica e em campo, em transformadores trifásicos de potência e autotransformadores de 138, 230 e 500 kV, discutindo e analisando esses resultados. São realizados medidas da função de transferência entre enrolamentos e medidas da impedância terminal das bobinas. Mostra ainda uma série de avaliações e busca de erro realizado em transformador sob ensaio com várias simulações de defeito. Palavras chave: Transformadores, deformações dos enrolamentos, impedância terminal, análise de resposta em freqüência, testes e análises, detecção de defeitos, diagnóstico. 1 INTRODUÇÃO Análise de Resposta em freqüência, geralmente conhecida dentro da indústria como FRA, é uma técnica de teste de diagnóstico poderosa. Sua aplicação é realizada pelo estudo da variação com a freqüência do quociente entre dois fasores, em amplitude e fase. Na variação da amplitude e da fase com a freqüência estará presente, a diferença de amplitude e o atraso de fase devido à configuração dos circuitos R-L-C que compõe a estrutura do elemento testado. Este método está baseado na suposição que qualquer deformação mecânica pode ser associada com uma mudança das impedâncias do circuito equivalente e essas mudanças serem detectadas por uma função de transferência. Consiste em medir a função de transferência, também conhecida como resposta em freqüência, e a impedância terminal dos enrolamentos. Essas medidas podem ser usadas como um método de diagnóstico para a detecção de defeitos elétricos e mecânicos do transformador em cima de uma larga escala de freqüências. Para tal é realizada a comparação entre a função de transferência obtida com assinaturas de referência. Diferenças podem indicar dano ao transformador que pode ser investigado usando outras técnicas ou um exame interno. Os transformadores são equipamentos essenciais em sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica. Na ocorrência de uma falta no sistema, descarga atmosférica ou uma falta dentro do transformador, podem ser geradas altas correntes circulantes nas bobinas e/ou uma alta tensão sobre estas. Conseqüentemente ocasionam danos estruturais, deformações nas bobinas e/ou de isolação do equipamento, fechando-se curto-circuito entre espiras, entre bobinas ou destas para a carcaça (ponto de terra). Danos de transporte também podem ocorrer se os procedimentos forem inadequados, podendo conduzir ao movimento do enrolamento e núcleo. O circuito equivalente de um transformador é complexo e composto de resistências, indutâncias e capacitâncias provenientes dos enrolamentos, assim como capacitâncias parasitas entre espiras, entre bobinas e destas para o tanque. Este circuito possui características únicas de resposta em freqüência para cada transformador, funcionando como uma impressão digital. Qualquer tipo de dano na sua estrutura interna, tanto na parte ativa (enrolamentos e núcleo) como na parte passiva (estrutura, suportes, 2 tanque etc.), afeta diretamente os parâmetros deste circuito equivalente, o que altera sensivelmente a resposta em freqüência deste circuito, que comparado à resposta original do mesmo pode claramente evidenciar a falha. Este trabalho apresentará vários resultados de testes, em fábrica e em campo, em transformadores trifásicos de potência e autotransformadores de 138, 230 e 500 kV, discutindo e analisando esses resultados. São realizados medidas da função de transferência entre enrolamentos e medidas da impedância terminal das bobinas. Conclusões e considerações são publicadas 2 A ANÁLISE DA RESPOSTA EM FREQUÊNCIA O ensaio de resposta em freqüência consiste na medição da impedância, admitância e/ou magnitudes de tensão de enrolamentos de transformadores sob uma grande faixa de freqüências, geralmente compreendida entre 10 Hz e 20 MHz. As medidas realizadas em transformadores em bom estado ou novos, desde que sejam precisas, fornecem um diagrama de resposta em freqüência de referência, denominado de impressão digital do transformador. Obter a impressão digital do transformador é importante porque é com ela que são comparadas as medições de resposta em freqüência realizadas após a ocorrência de eventos no sistema que poderiam ter danificado os enrolamentos do transformador. Desta forma é possível diagnosticar o estado em que se encontra os enrolamentos do equipamento. Designa-se por análise da resposta em freqüência o estudo da variação com a freqüência do quociente entre dois fasores. A representação do quociente entre fasores em notação polar, ou seja, a representação da amplitude e da fase, define as funções amplitude e fase da resposta em freqüência, que apontam a relação existente entre as amplitudes e a diferença entre as fases das senóides subjacentes aos fasores. As representações gráficas das funções amplitude e fase da resposta em freqüência, em escala logarítmica, designam-se por diagramas de Bode de amplitude e de fase. Nestes diagramas de amplitude são geralmente apresentados com o eixo das freqüências (horizontal) em escala logarítmica para abranger num mesmo gráfico uma escala ampla de freqüências. A escala vertical é representada pela função 20log10(amplitude), cuja unidade é dada por decibel (dB), como mostra a figura 1. Figura 1 – Diagrama de Bode de Amplitude e Fase 2.1 A Resposta do Circuito Elétrico: Freqüência de Ressonância Seja um circuito RLC qualquer com uma fonte de tensão senoidal representado na figura 2. Figura 2 - Circuito RLC como exemplo Sendo Vf e If a tensão e corrente, respectivamente, injetada pela fonte, têm-se: (1) 3 onde XL=ωL e XC=1/ωC. A corrente no circuito é máxima quando se verifica a igualdade XL=XC, isto é, quando: (2) (3) sendo ωR é designada por freqüência de ressonância. Ainda na freqüência de ressonância verifica-se que: (4) implicando em defasagem nula entre tensão e corrente. Vale ressaltar que a corrente e a potência dissipada no circuito são máximas para os valores de R, C e L na freqüência de ressonância. E para essas condições a impedância é mínima. 2.2 Domínio do Tempo e Domínio da Freqüência As respostas do sistema podem ser representadas no domínio de tempo ou no domínio da freqüência. Os sinais de tensão e corrente podem ser observados sobre o tempo, assim tendo por resultado um sinal contra a resposta no tempo ou no domínio de tempo. Todo o sinal pode ser representado por uma soma de sinais harmônicos senoidais, com variações de amplitudes e fase. Quando um sinal é representado por uma soma de sinais senoidais, o resultado é indicado e representado no domínio da freqüência. As várias ferramentas e as técnicas podem ser aplicadas em um ou outro argumento para analisar as respostas. As equações diferenciais e as convoluções são aplicadas aos sistemas lineares de ordem n no domíniode tempo, da mesma forma que os métodos de Fourier e de Laplace são usados extensivamente para sistemas lineares no domínio da freqüência. 2.3 Representação pelo Modelo de Quadripolos Quando um transformador é posto a prova por um teste de reposta em freqüência, as conexões são configuradas de tal maneira que quatro terminais são usados. Estes quatro terminais podem ser divididos em dois pares originais, em um par para a entrada e em outro par para a saída. Estes terminais podem ser modelados em um par de terminais duplos ou em uma configuração como uma rede de duas portas. A figura 3 mostra esse modelo. Figura 3 – Representação de quadripolo Z11, Z22, Z12, e Z21 são os parâmetros de impedância de circuito aberto, e podem ser determinados ajustando cada corrente para zero e resolvendo a equação a seguir. (5) Onde: (6) Essas impedâncias são dadas por uma rede complexa RLC. Deve-se notar que os terminais negativos no diagrama acima são curto-circuitados quando os transformadores são testados - através do tanque do 4 transformador. O tanque do transformador é comum para os terminais negativos na figura 3. O tanque do transformador e os conectores de aterramento dos cabos de teste devem ser conectados juntos para conseguir uma medida da comum-modalidade. Isto assegura que nenhuma impedância externa será medida. A conexão realizada deste modo ajuda a reduzir os efeitos de ruídos. É muito importante obter uma impedância zero entre os terminais negativos, ou seja, um curto-circuito, para assegurar a repetibilidade da medida. 2.4 A Função de Transferência A análise da resposta em freqüência é realizada pelo estudo da variação com a freqüência do quociente entre dois fasores, em amplitude e fase. Na variação da amplitude e da fase com a freqüência estará presente, a diferença de amplitude e o atraso de fase devido a configuração dos circuitos R-L-C que compõe a estrutura do elemento testado. A função de transferência de uma rede RLC é a relação das respostas de freqüência da saída e da entrada quando as condições iniciais da rede são zero. A relação de amplitude e fase pode ser extraída da função de transferência. A função de transferência ajuda a compreender a relação entre a entrada e a saída de uma rede linear. A função de transferência representa também as características fundamentais de uma rede, e é uma ferramenta útil em modelar tal sistema. Figura 4 – Representação da disposição dos enrolamentos AT e BT com o núcleo magnético Figura 5 – Representação da rede RLC interna em um transformador Assim, o método de resposta em freqüência está baseado na suposição que qualquer deformação mecânica pode ser associada com uma mudança das impedâncias do circuito equivalente e essas mudanças serem detectadas por uma função de transferência. Em essência, o método consiste na aplicação de um sinal senoidal de baixa tensão, por exemplo, 1 V, variando a freqüência do sinal aplicado, de 10Hz a 20MHz. Figura 6 – representação de medida da função de transferência A função de transferência é representada no domínio da freqüência e é denotada pelo transformada de Fourier H(jω), onde (jω) denota a presença de uma função dependente da freqüência, onde ω = 2πf. A transformada de Fourier mostrando a função de transferência entre a entrada e saída é dada por Equação 7. (7) Quando uma função de transferência é reduzida a sua forma mais simples, gera uma relação de dois polinômios. As características principais, por exemplo, a ressonância, de uma função de transferência ocorre nas raízes dos polinômios. As raízes do numerador são chamadas “zero” e as raízes do denominador são os “pólos”. Os zeros produzem um aumento no ganho, quando os pólos causarem a atenuação. O objetivo de Ensaio de Resposta em Freqüência é medir o modelo da impedância do elemento sob teste. Quando é 5 realizada a medida da função de transferência H(jω), não é medida a impedância do elemento sob teste, ou seja, obtém-se a relação das tensões de entrada e saída e não a impedância Z(jω) deste elemento. A verdadeira impedância Z (jω) é dada pela rede de RLC medida. A grande maioria dos instrumentos de medida e arranjos de ensaio não fornece a medida da impedância, eles o calculam em função de uma impedância de referência. O equipamento FRAnalyzer da Omicron eletronics, utilizado neste trabalha, mede a impedância verdadeira do sistema. Quando o instrumento utilizado não é capaz de medir a impedância, utiliza-se o recurso de substituir uma corrente pela tensão de saída. Deve-se anotar que ao usar as relações de tensão, H(jω) sempre não está relacionado diretamente a Z(jω). Os arranjos de teste são baseados no circuito apresentado pela figura 2 onde Vfonte é o sinal injetado e Ventrada e Vsaída são as medidas da tensão de referência e de teste. Zfonte é a impedância interna do gerador de sinais ou do analisador de redes e Z(jω) é a impedância do enrolamento. Uma impedância Zfonte é definida como 50 Ω e incorporada em H(jω). A figura 7 mostra a montagem do circuito convencional de teste. Figura 7 - Circuito básico para teste A equação 8 mostra o relacionamento de Z (jω) a H (jω). (8) (9) Os resultados obtidos são apresentados em forma gráfica, segundo as medidas dos sinais de tensão e corrente de entrada e saída. As representações gráficas das funções amplitude e fase da resposta em freqüência, em escala logarítmica, designam-se por diagramas de Bode de amplitude e de fase. Nos diagramas de Bode de amplitude, o eixo das freqüências (horizontal) representa-se em escala logarítmica, ao passo que na escala vertical se representa a função 20log10(amplitude), em vez da amplitude apenas, cuja unidade se designa por decibel (dB). Tem-se como resultado, tanto para amplitude, quanto para fase, a função transferência de tensão, apresentando a relação entre o valor do sinal de tensão de saída e o sinal de tensão de entrada em função da freqüência, ou seja, Vsaida/Ventrada (f). A figura 8 mostra a representação da obtenção da função de transferência. A medida da amplitude da relação de tensões ou da função transferência de tensão é dada por: (10) (11) E a relação das fases: (12) (13) (14) 6 Figura 8 - Representação da obtenção da função de transferência 3 ESTRUTURAS DE CONEXÕES PARA TESTE O equipamento utilizado neste trabalho mede a resposta em freqüência dos transformadores em uma larga faixa de freqüências, de 10Hz a 20MHz. Isto permite a detecção de defeitos tanto nos enrolamentos como no núcleo dos transformadores. É portátil e liga-se a um PC Desktop ou Notebook através de uma conexão USB (Universal Serial Bus) via cabo normal de 1,5 m, ou através de conversor de fibra-óptica com 15 m, eliminando assim qualquer perigo de indução neste. O equipamentoFRAnalyzer é mostrado na Figura 9, sem seus conectores e cabos. Figura 9 – Equipamento FRAnalyzer da Omicron electronics Este sistema de teste inova em dois importantes aspectos: sua capacidade de eliminar indução nas conexões por causa de seu sistema de conexões e o procedimento de avaliação das representações gráficas. A conexão realizada pela grande maioria dos dispositivos utilizados até o momento envolve ligações com cabos que introduzem altas indutâncias no circuito medido. Esta seja talvez umas das causas de vários testes não conseguirem chegar a escalas mais altas de freqüência, pois introduziriam cada vez mais ruídos na medida, comprometendo a repetibilidade das respostas. A figura 10 mostra um exemplo de medida em laboratório e a figura 11 identifica seus principais componentes. Figura 10 – Conexões usuais utilizadas para o teste de resposta em freqüência Figura 11 – Representação das conexões usuais utilizadas para o teste de resposta em freqüência 7 O FRAnalyzer [3] promove uma conexão como mostrada nas figuras 12 e 13, onde são utilizados 2 cintas colocadas rentes à descida da bucha resultando em baixas indutâncias no circuito. Além disso, graças a disposição de 2 condutores de aterramento, utilizando os conectores especiais criados pela Omicron, a indução é reduzida a níveis mínimos Figura 12 – Conexões realizadas pelo FRAnalyzer 1 . Cabo co-axial 2. Condutor interno do cabo co-axial 3. Conexão do cabo co-axial 4. Cabeça da bucha 5. Tubos isolantes 6. Campo magnético (interferência) 7. Corrente de ruído induzida 8. Cinta de aterramento 9. Ponto de aterramento 10 Base da bucha 11. Tanque do Transformador 12. Condutor interno da Bucha 13. Segunda cinta de aterramento 14. Corrente de ruído induzida em direção oposta Figura 13 – Conexões realizadas pelo FRAnalyzer – designação dos componentes 3.1 Ensaio de Função de Transferência Neste ensaio o sinal é injetado na bobina de alta tensão, H1, sendo a medição feita na bobina de baixa tensão, x1, como indicado no esquemático da Figura 14, onde o cabo amarelo é a injeção de sinal, o vermelho de tomada de sinal de referência, e o azul o de medição. Os terminais opostos das bobinas são aterrados. Assim são levantados os gráficos de magnitude e defasagem da impedância do transformador em função da freqüência. Figura 14 – Diagrama Esquemático de Conexões do Ensaio de Função de Transferência Figura 15 – Diagrama Esquemático de Conexões do Ensaio de Impedância Terminal 3.2 Ensaio de Impedância Terminal Para este ensaio não se utiliza o terceiro cabo, o de referência. A injeção de sinal é feita na bobina de alta tensão, H1, cabo amarelo. A medição é realizada na outra ponta da bobina de alta, H2, cabo azul, conforme o esquemático da Figura 15. 3.3 Conectando o FRAnalyzer em Transformadores de Potência A diferença das conexões de teste propostas por esse trabalho é aqui apresentada. Para realizar tal conexão, a Omicron criou uma nova tecnologia, com patente já registrada, baseada em conectores especialmente criados para o uso de cabos coaxiais de medida e das cintas de aterramento. A figura 16 mostra o conector especial do FRAnalyzer em mais detalhes. 8 Figura 16 – Detalhes da conexão dos cabos de teste no terminal do transformador Os dois conectores, sinal do gerador de sinais (amarelo) e o canal de referência (vermelho) são colocados em um adaptador BNC 2x1. Podem-se observar os parafusos com as fitas de aterramento conectadas cada uma de um lado do ponto de injeção dos cabos coaxiais. Mostra a conexão do cabo de medida (azul) em outra bucha do transformador sob teste, com as fitas de aterramento fixas no topo e estiradas ao lado da bucha. 4 ESTUDO DE CASO: OCORRÊNCIA EM AUTOTRANSFORMADOR DE 500 KV Foram realizados os ensaios de função de transferência e de impedância terminal em um Autotransformador monofásico de 100 MVA - 500 kV / 230 kV / 13,8 kV,Fabricante: Alsthom Savoisienne – 1980 / ABB – 2002. A seqüência de fatos começa em abril de 2008, quando foram realizados os ensaios de Análise de Resposta em Freqüência e Impedância Terminal no Autotransformador. No final do mês de setembro tivemos uma ocorrência com atuação do relé diferencial 87 e relé de gás do comutador (63 CSC) e do Autotransformador. Novamente os ensaios de Análise de Resposta em Freqüência e Impedância Terminal foram realizados. Os resultados são apresentados a seguir. 4.1 Ensaios de Análise de Resposta em Freqüência Condições do ensaio de Análise de Resposta em Freqüência: • Temperatura: 32 ºC • Umidade: 65% • Posição do Comutador: 2L - 7 • Freqüência Inicial: 20 Hz • Freqüência Final: 10 MHz • Freqüência Central: 5 MHz • Modo de varredura: Linear • Nº Pontos: 801 • Resistência de referência: 50 Ω Instrumento Utilizado: FRAnalyzer - Analisador de Resposta em Freqüência da Omicron. A. Análise de Resposta em Freqüência no Enrolamento de 500 kV – H0H1 Figura 17 – Conexão para ensaio de Análise de Resposta em Freqüência no Enrolamento de 500 kV – H0H1 H0 H1 Ref(H0 H1) f/Hz 1.000e+002 1.000e+003 1.000e+004 1.000e+005 1.000e+006 dB -90 -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 Figura 18 - Curva de Módulo - Vout/Vin (dB) – comparação H0H1 em duas datas 9 Comparação entre a curva medida em 01/10/2008 (azul) e a assinatura do equipamento medida em 22/04/2008 (vermelho) é mostrada na figura 18. B. Análise de Resposta em Freqüência no Enrolamento de 230 kV – X0X1 Figura 19 – Conexão para ensaio de Análise de Resposta em Freqüência no Enrolamento de 500 kV – X0X1 Comparação entre a curva medida em 01/10/2008 (vermelho) e a assinatura do equipamento medida em 22/04/2008 (preto) é mostrada na figura 20. x0 x1 Ref(x0 x1) f/Hz 1.000e+002 1.000e+003 1.000e+004 1.000e+005 1.000e+006 dB -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 Figura 20 - Curva de Módulo - Vout/Vin (dB) - comparação X0X1 em duas datas C. Análise de Resposta em Freqüência no Enrolamento de 13,8 kV – y1y2 Figura 21 – Conexão para ensaio de Análise de Resposta em Freqüência no Enrolamento de 500 kV – y0y1 Comparação entre a curva medida em 01/10/2008 (verde) e a assinatura do equipamento medida em 22/04/2008 (roxo) é mostrada na figura 22. y1y2 Ref(y1y2) f/Hz 1.000e+002 1.000e+003 1.000e+004 1.000e+005 1.000e+006 dB -90 -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 Figura 22 - Curva de Módulo - Vout/Vin (dB) - comparação y0y1 em duas datas 4.2 Ensaios de Impedância Terminal A. Impedância Terminal do Enrolamento de 500 kV – H0H1 Figura 23 – Conexão para ensaio de Impedância Terminal no Enrolamento de 500 kV – H0H1 10 Figura 24 – Comparação Parte Real H0H1 Figura 25 – Comparação Parte Imaginária H0H1 B. Impedância Terminal do Enrolamento de 230 kV – X0X1 Figura 26 – Conexão para ensaio de Impedância Terminal no Enrolamento de 230 kV – X0X1 Figura 27 – Comparação Parte Real X0X1 Figura 28 – Comparação Parte Imaginária X0X1 C. Impedância Terminal do Enrolamento de 13,8 kV – y1y2 Figura 29 – Comparação Parte Real y1y2 Figura 25 – Comparação Parte Imaginária y1y2 11 Figura 30 – Conexão para ensaio de Impedância Terminal no Enrolamento de 13,8 kV – y1y2 4.3 Análise dos resultados: Para efetuar a análise dos resultados do ensaio de resposta em freqüência foi utlizado o Padrão Chinês de Análise do FRA – Norma DL/T911-2004. Ele é uma norma para análise da resposta em freqüência usada na República Popular da China. Para maiores detalhes o usuário pode visitar o website www.cepp.com.cn da empresa China Electric Power Publishing Co. O algoritmo avalia a similaridade de duas respostas em freqüência de enrolamentos de transformadores (duas assinaturas) pelo cálculo dos fatores RLF, RMF e RHF Esses fatores de avaliação do enrolamento são apresentados na tabela 1, onde as condições de deformação do enrolamento do transformador são definidas a seguir. Grau de Deformação doEnrolamento Fator de Avaliação do Enrolamento Enrolamento normal (Normal winding) RLF ≥ 2,0 E RMF ≥ 1,0 E RHF ≥ 0,6 Deformação Leve (Slight deformation) 2,0 > RLF ≥ 1,0 OU 0,6 ≤ RMF < 1,0 Deformação Óbvia (Obvious deformation) 1,0 > RLF ≥ 0,6 OU RMF < 0,6 Deformação Severa (Severe deformation) RLF < 0,6 Tabela 1 - Avaliação de enrolamentos de acordo com a norma DL/T911-2004 Comparando as medidas realizadas em abril de 2008 (considerada a assinatura padrão) com as medidas realizadas em 01/10/2008 (após falha), foram calculados os seguintes valores para RLF, RMF e RHF. Faixa de Freqüência Fator de avaliação do enrolamento H0H1 X0X1 y1y1 1 kHz – 100 kHz RLF 1,71 1,01 0,67 100 kHz – 600 kHz RMF 1,90 0,83 0,10 600 kHz – 1 MHz RHF 1,23 1,59 -0,11 Tabela 2 - Resultados de acordo com a norma DL/T911-2004 Assim, segundo a norma DL/T911-2004, os enrolamentos H0H1 e X0X1 apresentam deformação leve enquanto o enrolamento y1y2 apresenta deformação óbvia. Porém ressaltamos que as medições de resposta em freqüência do enrolamento y1y2 foram realizadas em condições diferentes. Em 22/04/2008 as medições foram realizadas com o enrolamento aterrado, já em 01/10/2008 este enrolamento foi medido sem aterramento. Por isto, para o enrolamento y1y2, a análise acima não pode ser levada em consideração, devendo ser observada a medição de impedância terminal. Os ensaios de impedância terminal dos enrolamentos H0H1 e X0X1 mostram diferenças significativas entre as medições realizadas em 22/04/2008 e as medições realizadas em 01/10/2008, indicando problemas nos mesmos. Já no enrolamento y1y2, tais diferenças não são observadas, indicando que este enrolamento permanece nas mesmas condições que se encontrava em 22/04/2008. Após os ensaios e constatado o defeito, foi realizada uma inspeção interna do Autotransformador (Seletora, enrolamentos, núcleo, conexões buchas, etc.). Realizada inspeção na Chave Seletora - nada encontrado de anormal. Realizada inspeção visual geral nas partes visíveis da armadura, núcleo, bobinas, terminações das buchas, terminações de saída dos enrolamentos, sendo identificada descarga no condutor de saída do conjunto de enrolamentos e se conecta ao ponto 13 da chave seletora. A seguir são mostrados os registros fotográficos da inspeção. 12 Figura 31 – Vista da chave seletora e contatos deslizantes Figura 32 – Vista do condutor com vestígios de descarga elétrica para a terra e camada de papel isolante danificada Figura 33 – Detalhe da descarga através do suporte e fixador isolante do condutor Figura 34 – Vista do suporte isolante, detalhe das descargas ocorridas Durant e falha para terra Figura 35 – Detalhe a isolação de papel do condutor danificada após a descarga ocorrida para a Terra através do suporte isolante Figura 36 – Detalhe do condutor, mais de 60% dos fios rompidos devido a descarga elétrica e corrente que circulou no momento da falha 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o regime normal de operação do transformador, é de vital importância a detecção precoce de todo processo que pode levar a uma falta iminente na sua isolação elétrica, pois esta fica sujeita a vários tipos de estresses. Por estes motivos, diversas técnicas de monitoramento e detecção de faltas incipientes em transformadores de potência têm sido estudadas e implementadas nos últimos anos, com a finalidade de evitar a ocorrência de falhas ou mitigar seus efeitos. O procedimento apresentado envolvendo o equipamento FRAnalyzer, seus mecanismos de conexão e ferramentas de avaliação, se mostrou eficiente para a identificação de falhas em transformadores, onde a resposta em freqüência alterou-se sensivelmente, tanto na magnitude como na defasagem angular. 13 A interpretação das características do método da resposta em freqüência pode ser subjetiva quando a comparação das assinaturas se dá somente pela forma gráfica. A utilização de uma ferramenta que fornece uma referência numérica ajuda a equipe de teste na tomada de decisão, eliminando erros na análise do resultado. Assim aumenta-se consideravelmente a confiabilidade do ensaio. No estudo de caso mostrado no item 4, os ensaios de resposta em freqüência e de impedância terminal realizados no equipamento mostram que existem problemas tanto no enrolamento H0H1 quanto no enrolamento X0X1, estando íntegro somente o enrolamento y1y2. 6 REFERÊNCIAS [1] M. E. C. Paulino, “Diagnóstico de Transformadores e Comparações entre Algoritmos para Análise de Resposta em Freqüência”. Anais do V WORKSPOT- INTERNATINAL WORKSHOP ON POWER TRANSFORMERS, Belém, PA, Brasil, 2008. [2] M. E. C. Paulino, “Testes Automatizados em Equipamentos de Subestação – FRAnalyzer, Análise de Falhas em Transformadores de Potência com Teste de Resposta em Freqüência”, Apostila, Adimarco - Rio de Janeiro, RJ; janeiro/ 2008. [3] OMICRON: - FRAnalyzer User- Sweep Frequency Response Analyzer for Power Transformer Winding Diagnosis . FRA.AE.2/2005 [4] M. E. C. Paulino, “Análise da Utilização de Resposta em Freqüência para a Detecção de Defeitos em Transformadores”, Anais do XII ERIAC - Décimo Segundo Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ , Foz do Iguaçu, Pr, Brasil, 2007. 7 SOBRE OS AUTORES Marcelo Paulino é Engenheiro Eletricista pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá – EFEI. Atualmente é Gerente Técnico da Adimarco Representações e Serviços LTDA. É instrutor certificado pela OMICRON eletronics. Instrutor convidado do Curso de Especialização em Proteção de Sistemas Elétricos CEPSE e Curso de Especialização em Manutenção de Sistemas Eletricos CEMSE, ambos da UNIFEI-Itajubá. Coordenador do GT B5 32 – Functional Testing of IEC 61850 based Systems do CE B5 do Cigré-Brasil. Secretário do CE 03:057-10 (COBEI / ABNT) - Comunicação entre Dispositivos Eletrônicos Inteligentes (IED) e módulos de dados associados. Antonio Nunes é Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal do Pará - UFPA. Especialista em Manutenções de Equipamentos de Subestações de Extra Alta Tensão. Especialização em Sistemas de Potência UNB. Possui 30 anos de experiência em empresa de energia elétrica, atuando na manutenção de equipamentos, montagem e comissionamentos de subestações seccionadoras e abaixadoras de energia elétrica. Vanessa Beltrão é Engenheira Eletricista pela Universidade Federal do Pará - UFPA. Atualmente é engenheira - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A e instrutora da Universidade Corporativa Eletronorte. Tem experiência na área de Transmissão da Energia Elétrica, atuando principalmente nos temas de Gerenciamento da Manutenção, Ensaios Elétricos, Análise de Ocorrências e Pesquisa de Novas Metodologias para Diagnóstico em Equipamentos de Subestação.
Compartilhar