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S I S T E M A C I R C U L A T Ó R I O A circulação do sangue e da linfa em cada órgão depende do funcionamento integrado de todo o sistema circulatório. De forma resumida: coração (bomba), tubos de distribuição e coletores (artérias, veias, e vasos linfáticos), grande rede de tubos de paredes finas (capilares). Troca rápida de substâncias entre o sangue, o interstício e as células. Fluxo unidirecional. A circulação do sangue exerce 3 tipos de pressão sobre os vasos: Distensão Extensão longitudinal Cisalhamento Quando essas forças ultrapassam a resistência, microlesões podem surgir. O fluxo é diretamente proporcional a pressão e inversamente proporcional a resistência. A microcirculação é organizada em unidades funcionais, controladas pelo sistema adrenérgico e por hormônios, além de mecanismos de regulação autonômica, metabólicos e miogênicos. Processo fisiológico de controle de sangramento quando ocorre lesão vascular. Parede vascular: é indispensável para manter a fluidez normal do sangue Células do endotélio tem atividade trombolítica Endotélio íntegro impede: Interação de plaquetas com o fator de Von Willebrand (região subendotelial) Contato do plasma c/ o colágeno (região subendotelial HEMOSTASIA Sistema de coagulação A reação fundamental do processo de coagulação é a transformação do fibrinogênio em fibrina insolúvel Reação em cascata: 1. Via intrínseca – contato dos fatores de coagulação com uma superfície 2. Via extrínseca – ativada pela liberação de tromboplastina quando há destruição celular Hemorragia É a saída do sangue do espaço vascular para o compartimento extravascular ou para fora do organismo – interna ou externa. A extensão do sangramento na superfície corpórea ou dos órgãos define a terminologia: Hemorragias puntiformes ou petéquias: Pequenas áreas hemorrágicas (até 3 mm de diâmetro), geralmente múltiplas – defeitos qualitativos ou quantitativos de plaquetas. Púrpura: lesão tecidual um pouco maior que as petéquias, geralmente na pele, múltipla, plana ou discretamente elevada (até 1 cm). Equimose: aparece como mancha azulada ou arroxeada, mais extensa do que a púrpura e que pode provocar aumento discreto de volume local, frequente em traumatismos. Hematoma: onde o sangue se acumula formando uma tumoração, comum em traumatismos. Os grandes acúmulos de sangue em uma ou outra cavidade corporal são denominadas de acordo com o local. Hemotórax; Hemopericárdio; hemartrose. Os pacientes com hemorragias excessivas desenvolvem ocasionalmente uma icterícia. O significado clínico da hemorragia depende do volume e da taxa de sangramento. A rápida perda de até 20% do volume sanguíneo ou perdas lentas pode ter pouco impacto em adultos sadios. Perdas maiores entretanto, ocasionam choque hemorrágico (hipovolêmico). O local da hemorragia também é importante Complicações: 1. Choque hipovolêmico – perda de cerca de 20% do volume de sangue; 2. Anemia – sangramento crônico e repetido, perda crônica de ferro; 3. Asfixia – quando há hemorragia pulmonar; 4. Tamponamento cardíaco – sangue ocupa todo pericárdio; 5. Hemorragia intracraniana – aumento da pressão. Se for em regiões vitais pode ser letal. Ex.: centro cardiorrespiratório. Diátese hemorrágica Sangramento sem causa aparente ou pode ser hemorragia mais intensa e prolongada do que o normal Devido a anormalidades da parede vascular, plaquetas ou sistema de coagulação. 1. Escorbuto – defeito na membrana dos vasos - Vitamina C – síntese de colágeno 2. Aplasia da medula óssea (quimioterapia, infecções) - Redução na produção de plaquetas e coagulação Intravascular 3. Hemofilia – diminuição da atividade do fator VIII - Redução da coagulação – plaquetas e endotélio normais Hiperemia: Consiste no aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão. Tipos: 1.Ativa: Dilatação arteriolar com aumento do fluxo sanguíneo local – abertura de capilares “inativos”. Fisiológica - por maior necessidade. Ex: músculo durante o exercício, mucosa intestinal na digestão Patológica - inflamações agudas 2.Passiva – ou congestão: decorre da redução da drenagem venosa. Região adquire coloração vermelho escuro – alta concentração de hemoglobina desoxigenada Obstrução extrínseca ou intrínseca – compressão do vaso, trombose, etc. Redução do retorno venoso – por insuficiência cardíaca Muitas vezes associada com edema – aumento da pressão hidrostática. Mais importante: pulmões, fígado e baço. Trombose A hemostasia implica na manutenção do sangue como um líquido até determinado momento quando uma lesão necessita da formação de um coágulo. A coagulação em locais inapropriados (trombose) ou a migração de coágulos (embolia), obstrui o fluxo sanguíneo aos tecidos e levam a morte celular. Três influências principais predispõem a formação do trombo, conhecida como tríade de Virchow: Lesão endotelial: o Essencial para manutenção da hemostasia o Situação em que há formação de trombos no coração ou na circulação arterial, onde o fluxo sanguíneo é maior, havendo certa dificuldade na coagulação nessas áreas. o A perda física do endotélio leva a uma exposição da MEC subendotelial, adesão plaquetária ou liberação de fator tecidual. o O endotélio não precisa estar fisicamente rompido para contribuir para o desenvolvimento da trombose. o Qualquer perturbação no equilíbrio dinâmico dos efeitos pró e antitrombóticos podem influenciar os efeitos de coagulação local Estase ou alteração do fluxo sanguíneo o O fluxo sanguíneo é laminar, com as plaquetas fluindo centralmente, no lúmen do vaso, separado do endotélio – plasma (movimento mais lento) o As turbulências contribuem para a trombose arterial e cardíaca por causar lesão ou disfunção endotelial, bem como pela formação de locais de estase. o Rompimento do fluxo laminar: plaquetas em contato com o endotélio; retardam o fluxo interno dos inibidores do fator coagulante e permitem a formação do trombo; adesão leucocitária e outros efeitos endoteliais. Hipercoagulabilidade sanguínea o Contribui com menos frequência aos estados trombóticos, porém é importante. o Definida como qualquer alteração das vias de coagulação que predispõe a trombose. o Causas genéticas ou adquiridas o Genéticas: mutações no gene do fator V e gene da protrombina entre as mais comuns. o Fator de risco de causa genética: o indivíduo pode co-herdar mutações (pai e mãe). Destino do trombo: se um paciente sobrevive aos efeitos imediatos de uma obstrução vascular trombótica, os trombos são submetidos a quatro eventos seguintes: Propagação – o trombo pode acumular mais plaquetas e fibrina levando a obstrução do vaso. Ex: artérias (isquemia), veias (edema). Dissolução – os trombos podem ser dissolvidos por atividade fibrinolítica Organização e recanalização – os trombos podem induzir a inflamação e fibrose (organização) e podem tornar-se eventualmente recanalizados – restabelecer o fluxo vascular ou ser incorporados na parede vascular. Embolia Consiste na existência de um corpo sólido, líquido ou gasoso transportado pelo sangue e capaz de obstruir um vaso. Em 90% dos casos um êmbolo se origina de trombos. Tipos: 1. Tromboembolia pulmonar: Normalmente origina-se de trombos formados nas veias íleo-femorais – consequências variam com o tamanho do trombo Êmbolos grandes – obstrução tronco da artéria pulmonar (Quando mais de 60% do leito arterial é ocluído o tromboembolismo é letal) Êmbolos médios – se alojam nos ramos pulmonares de médio calibre (Pode ser assintomático, artérias brônquicas evitam a necrose) Êmbolos pequenos – pequenos mas múltiplos podem ocluir a circulação (Oclusão maior que 30% causa hipertensãopulmonar; podem ser lisados, organizados ou recanalizados) 2. Tromboembolia arterial – trombos originados no coração. Podem se originar de placas ateromatosas Podem causar obstrução no encéfalo, intestino, rins 3) Embolia de líquido amniótico – entrada de líquido amniótico na circulação 1:500.000 partos. Ruptura de membranas da placenta e veias uterinas – atividade pró- coagulante. 4) Embolia gasosa – presença de bolhas de gás que obstruem vasos sanguíneos Venosa: Grande quantidade de ar penetra rapidamente pela veia (punções, cirurgias, pneumotórax, parto, sistemas de infusão) Arterial: Passam para a circulação através dos capilares pulmonares; Mudanças bruscas de pressão (expansão de gases sanguíneos); Obstruem capilares e promovem a formação de fibrina e agregação plaquetária. 5) Embolia gordurosa – presença de gotículas de lipídeos na circulação. Causas: fraturas de ossos longos, traumatismo intenso, diabetes, pancreatite Além da presença de gotículas de gordura, os ácidos graxos liberados são lesivos para o endotélio, podendo aumentar a permeabilidade vascular e causar CIVD Comum após grandes cirurgias e não é um problema por si só, complicações ocorrem em 1-2% dos casos. Depende do número e do tamanho das gotículas
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