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• A hemostasia é um processo fisiológico, envolvendo as plaquetas, os fatores da coagulação e o endotélio, que ocorre no local da lesão vascular e culmina na formação do tampão fibrinoplaquetário, que serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento Vasoconstrição arteriolar Ocorre imediatamente e reduz notoriamente o fluxo sanguíneo na área lesionada Ela é mediada por mecanismos reflexos neurogênicos e incrementada pela secreção local de fatores como a endotelina, um potente vasoconstritor derivado do endotélio. O efeito é, contudo, transitório, e o sangramento poderia prosseguir se não houvesse a ativação das plaquetas e dos fatores de coagulação. Hemostasia primária: Formação do tampão plaquetário. A descontinuidade do endotélio expõe o fator de von Willebrand (vWF) e o colágeno subendoteliais, que promovem a aderência e ativação das plaquetas. A ativação das plaquetas resulta em uma alteração importante em sua forma (de pequenos discos arredondados para placas achatadas, com prolongamentos espiculados que aumentam acentuadamente sua área da superfície), assim como na liberação de grânulos secretores. Em alguns minutos o produto secretado recruta plaquetas adicionais, que são agregadas e formam um tampão hemostático primário Hemostasia secundária: Deposição de fibrina; consolida o tampão plaquetário primário O fator tecidual é também exposto no local da lesão. O fator tecidual se liga e ativa o fator VII colocando em movimento uma cascata de reações que culmina na formação da trombina. Estabilização e reabsorção do tampão: A fibrina polimerizada e as plaquetas agregadas sofrem contração para formar um tampão permanente, sólido, que previne hemorragias ulteriores. Nessa etapa, os mecanismos contrarreguladores (p. ex., ativador do plasminogênio tecidual, t-PA) são colocados em movimento limitando a coagulação no local da lesão (Fig. 4-4D) e levando, finalmente, à reabsorção do tampão e ao reparo do tecido • As plaquetas são fragmentos anucleados de células em forma de disco, que se originam dos megacariócitos, na medula óssea, para a corrente sanguínea • Elas desempenham um papel importante na hemostasia, formando o tampão primário que inicialmente sela as rupturas vasculares e fornece uma superfície que liga e concentra os fatores de coagulação ativados. o Após uma lesão vascular traumática, as plaquetas encontram componentes do tecido conjuntivo subendotelial, como vWF e colágeno. Em contato com essas proteínas, as plaquetas passam por uma sequência de reações que culminam na formação do tampão plaquetário Adesão e agregação plaquetárias. O fator de Von Willebrand funciona como uma ponte de adesão entre o colágeno subendotelial e o receptor plaquetário glicoproteína Ib (GpIb). A agregação é realizada através de pontes de fibrinogênio entre receptores GpIIb-IIIa de plaquetas diferentes. • Compreende uma série de transformações de pro-enzimas em enzimas ativadas que culminam na formação de trombina que converterá o fibrinogênio em fibrina • Cada etapa de reação envolve uma enzima (um fator de coagulação ativado), um substrato (uma forma pró-enzima inativa de um fator de coagulação), e um cofator (um acelerador de reação). o Síntese Hepática o A montagem dos complexos de reação também depende do cálcio o Fatores dependentes de Vitamina K • O balanço entre as atividades anticoagulantes e pró- coagulantes do endotélio frequentemente determina se ocorrerá a formação, a propagação ou a dissolução dos trombos. • As células endoteliais normais expressam fatores que inibem as atividades pró-coagulantes das plaquetas e dos fatores de coagulação e outros que aumentam a fibrinólise • Esses fatores agem em conjunto para prevenir a trombose e limitar a sua ocorrência aos locais de dano vascular. Contudo, se lesionadas ou expostas a fatores pró-inflamatórios, as células endoteliais perdem várias de suas propriedades antitrombóticas • Processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos ou do coração, em indivíduo vivo o Coágulo: massa não estruturada de sangue fora dos vasos ou coração ou formada por coagulação após a morte Etiopatogênese Desequilíbrio da hemostasia – ativação patológica Patogênese – Tríade de Virchow Ocorre quando há: A tríade de Virchow da trombose. A integridade endotelial é o fator mais importante. Lesão das células endoteliais pode alterar o fluxo sanguíneo local e afetar a coagubilidade. O fluxo de sangue anormal (estase ou turbulência), por sua vez, pode causar graves lesões endoteliais. Esses fatores podem promover a trombose de forma independente ou combinada Lesão Endotelial o Causas de disfunção endotelial: ▪ Perda endotelial - lesão endotelial direta Lesão vascular traumática ou inflamatória (ativação neutrófilos) Endotoxinas bacterianas Placa ateromatosa Fluxo turbulento sobre valvas cicatrizadas Invasão neoplasias malignas ▪ Disfunção endotelial Hipercolesterolemia Produtos absorvidos da fumaça do cigarro → Redução da síntese de substâncias antitrombóticas Alterações no fluxo sanguíneo normal ▪ Estase Principal causa de trombo venoso Rompimento do fluxo laminar → plaquetas entram em contato com endotélio Impedem diluição dos fatores coagulantes Retardam o fluxo dos inibidores do fator coagulante Promovem ativação celular endotelial ▪ Turbulência Causa trombose endotelial arterial e cardíaca Modifica fluxo laminar → plaquetas contato com endotélio Turbulência do fluxo lesa endotélio Hipercoaguabilidade • A Hipercoaguabilidade (também chamada de trombofilia) pode ser definida como qualquer distúrbio do sangue que predispõe à trombose • Possui um papel importante na trombose venosa e pode ser dividida em distúrbios primários (genéticos) e secundários (adquiridos) ▪ Disfunções primárias Mutações do fator V (substituição de Arg por Glu provocando resistência à inativação pela proteína C ativada) Mutação de protrombina Níveis elevados dos fatores VIII, IX, XI ou fibrinogênio ▪ Disfunções secundárias – adquiridas Politraumatismos Pós-parto e pós-operatórios Tabagismo Neoplasias Viremias Queimaduras Policitemia / Trombocitemia Obesidade Excesso de estrógeno e progesterona Aspectos Morfológicos • Desenvolve-se em qualquer lugar no sistema cardiovascular • Aderidos a paredes em que se formam • Tamanho e formas variáveis o Depende do local de origem e das circunstâncias de seu desenvolvimento Classificação dos Trombos ▪ Constituição/Formação: Brancos ou fibrinosos – aglutinação (lesão endotelial) Vermelhos – coagulação (por estase) Mistos – aglutinação + coagulação (estrias de Zahn) ▪ Situação: Oclusivo ou obliterante Mural ou parietal Trombos Arteriais ou Cardíacos • Começam no local da lesão endotelial ou turbulência • Crescem em direção retrógrada ao ponto de ligação • Laminações aparentes: Linhas de Zahn ✓ Camadas claras de plaquetas e fibrina/ camadas escuras de hemácias • Geralmente não oclusivos Trombos Venosos • Ocorrem no local de estase • Crescem em direção ao fluxo sanguíneo • Normalmente oclusivos Formados por hemácias presas em uma rede de fibrina, plaquetas e formam-se em área de estase após ativação do sistema de coagulação Destinos do Trombo o Propagação Os trombos acumulam plaquetas e fibrinas adicionais; predomínio processo de coagulação completa o Embolização O trombo se desaloja e viaja para outros locais da rede vascular o Dissolução A dissolução é o resultado da fibrinólise, que pode resultar em rápida diminuição e total desaparecimento de trombos recentes o Organização e recanalização Equilíbrio coagulaçãoe fibrinólise PI - fagocitose restos fibrina e hemácias Proliferação de fibroblastos e células endoteliais ✓ Incorporados na parede vascular espessada - Restabelece o fluxo vascular ✓ Recanalização: crescimento capilares neoformados - restabelecimento parcial do fluxo • É a obstrução de um vaso por um êmbolo que não se mistura com o sangue o Êmbolo: massa intravascular sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue para um local distante de seu ponto de origem, onde ela geralmente causa disfunção tecidual ou infarto ▪ Tipos de êmbolos: ▪ Tipos de embolia: o Embolia de líquido amniótico o Embolia gasosa o Embolia gordurosa o Tromboembolismo pulmonar o Tromboembolismo sistêmico Embolia de Líquido Amniótico Complicação grave (1 em cada 50.000 partos) Rupturas membrana placenta ou veias uterinas Líquido amniótico: PGF2 e componentes fetais → pró-coagulantes Embolia Gordurosa ▪ Patogenia Embolia Gasosa ▪ Causas Procedimentos obstétricos Pneumotórax • Desenvolve-se em qualquer lugar no sistema cardiovascular e são aderidos a parede em que se formam • É uma complicação comum em pacientes acamados, principalmente após cirurgias. Além da liberação de tromboplastina por traumatismos prévios e pelo próprio ato cirúrgico, redução do fluxo venoso pela imobilização favorece trombose nas veias profundas dos membros inferiores e pélvicas • 90% dos casos – sistema venoso profundo • Como os trombos venosos formam-se geralmente por estase (que ativa os fatores de coagulação, mas sendo a ativação plaquetária menos importante}, quase sempre são vermelhos-azulados por serem formados predominantemente por hemácias e fibrina, muito semelhantes ao sangue coagulado em um tubo de ensaio. Flebotrombose Formação de trombos no interior de veias Geralmente, veias de MMII e plexos pélvicos Tromboflebite Resposta inflamatória ao trombo e o seu processo de organização Resto de trombo aderido a valva da veia femoral de paciente que faleceu por embolia pulmonar Manifestações: Congestão e edema locais Dor “Empastamento” de panturrilha (ou do segmento comprometido) Complicações: Isquemia e infarto Embolia (TEP) • Na maioria dos casos, os êmbolos de origem vêm dos trombos venosos profundos (95%) Veias Iliofemorais profundas Veias profundas da panturrilha • Doença pulmonar letal mais frequente em indivíduos hospitalizados Consequências Depende do TAMANHO e NÚMERO dos êmbolos Êmbolos grandes: • Êmbolos volumosos (5% dos casos de embolia pulmonar) que obstruem o tronco da artéria pulmonar causam bloqueio mecânico do leito arterial agravado por vasoconstrição reflexa, o que cria redução anatômica e funcional do leito vascular pulmonar • Com isso, a pressão pulmonar aumenta abruptamente, causando sobrecarga aguda no ventrículo direito (cor pulmonale agudo) • Também por conta do bloqueio arterial, há redução acentuada do sangue que chega ao átrio esquerdo, podendo resultar em choque Manifestações: Dispneia, tosse, dor torácica e hipotensão arterial Tromboembolia pulmonar. A. Êmbolo volumoso causando obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar e sobrecarga ventricular direita (cor pulmonole agudo). B. Tromboembolia em ramo de médio calibre em paciente com insuficiência cardíaca causando infarto pulmonar. C Múltiplos pequenos êmbolos, provocando hipertensão pulmonar. Hipertensão pulmonar aguda → sobrecarga aguda VD → cor pulmonale agudo → morte súbita Êmbolos de médio volume: • Em indivíduos previamente saudáveis, êmbolos que se alojam nos ramos pulmonares de médio calibre podem ser assintomáticos, pois a irrigação pelas artérias brônquicas é capaz de evitar necrose no território que sofreu obstrução da artéria pulmonar • Em indivíduos com insuficiência cardíaca, a pressão nas artérias brônquicas não é suficiente para superar o aumento da pressão nas veias pulmonares e, assim, o fluxo sanguíneo torna-se lento e incapaz de manter o parênquima vivo ▪ Ocorre necrose hemorrágica devido a existência de um fluxo mínimo de sangue; região da necrose tem forma triangular Manifestações Fraqueza temporária, dispneia, arritmia, dor pleural e hemoptise Na radiografia, aparecem sinais de derrame pleural Êmbolos de pequeno volume • Êmbolos pequenos, mas múltiplos, repetidos e disseminados podem ocluir a circulação pulmonar. • Oclusão de mais de 30% do leito pulmonar causa hipertensão pulmonar e cor pulmonale. • Podem ser lisados, organizados ou recanalizados ▪ Quando a recanalização é incompleta, podem ficar na luz das artérias pulmonares cordões fibrosos Êmbolos que viajam na circulação arterial ▪ Coração e aorta Origem: ▪ Trombos intracardíacos (80%) ▪ Aneurisma aórtico ▪ Placas ateroscleróticas ulceradas Consequências: ▪ Locais de embolização arteriolar ▪ Calibre do vaso obstruído ▪ Aporte vascular do tecido colateral Morfologia: Principais sedes de trombos no coração e na aorta que podem originar êmbolos • A hiperemia e a congestão decorrem do aumento do volume sanguíneo dentro dos tecidos, mas têm mecanismos subjacentes e consequências diferentes Hiperemia (hiperemia ativa) Processo ativo resultante da dilatação arteriolar Ocorre por exemplo como no músculo esquelético durante o exercício ou em locais de inflamação, levando a um aumento do fluxo sanguíneo Os tecidos afetados tornam-se vermelhos (eritema) devido ao aumento no fornecimento de sangue oxigenado Etiopatogênese ▪ Mecanismo central: Através de estímulos vasodilatores neurogênicos ou metabólicos ▪ Mecanismo periférico localizado: Regulado por substâncias vasoativas Exemplo: rubor facial; músculo esquelético durante o exercício físico Áreas inflamadas (↑ permeabilidade vascular) Histologicamente Hiperemia de vasos na serosa do apêndice Congestão (hiperemia passiva) Processo passivo resultante da redução do efluxo sanguíneo de um tecido. Tecido afetado fica mais vermelho-azulado (cianose) devido ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada nos tecidos afetados Etiopatogênese ▪ Alteração sistêmica: Como na insuficiência cardíaca ▪ Alteração localizada: Como em uma perturbação da circulação venosa por causas intrínsecas do vaso (trombose); compressão extrínseca das veias (dedo preso por um cordão) Histologicamente • É o aumento da quantidade de líquido intersticial nos tecidos ou nas cavidades orgânicas Fatores que influenciam o movimento de líquidos através das paredes capilares. Normalmente, as forças hidrostática e osmótica estão equilibradas, então há pouco resíduo da saída de líquido dos vasos. Muitos distúrbios patológicos diferentes estão associados ao aumento da pressão hidrostática capilar ou à diminuição da pressão osmótica plasmática, o que provoca o extravasamento de líquido nos tecidos. Os vasos linfáticos removem uma grande parte desse excesso de líquido, mas se a capacidade da drenagem linfática for excedida, resulta em edema tecidual Etiopatogênese PHs Comprometimento do retorno venoso (trombos ou compressão extrínseca ou insuficiências de válvulas venosas) Aumento da pressão venosa sistêmica por insuficiência cardíaca direita POp Perda excessiva ou síntese reduzida de albumina Síndrome nefrótica (aumento da permeabilidade glomerular) Desnutrição proteica (hipoproteinemia) Cirrose (redução na síntese de albumina) ↑ da permeabilidade vascular Permite a passagem de H2O, íons e proteínas plasmáticas para o interstício Inflamação aguda, infecções, queimaduras, reações alérgicas ↓ da drenagem linfática (linfedema) Obstrução inflamatória (colapso do vaso pela destruição das fibras da MEC por enzimahidrolíticas - inflamação) Neoplasia e tratamentos radioterápicos (inflamação) Filariose (elefantíase) Mecanismos do edema sistêmico em insuficiência cardíaca, insuficiência renal, desnutrição, insuficiência hepática e síndrome nefrótica Histologicamente Macroscopia ↑ de volume dos tecidos que cedem facilmente a pressão localizada, dando origem a depressão que lentamente desaparece (cacifo ou sinal de Godet) Denominações GENERALIZADO: Desde o início (ICC e hipoproteinemia) ou por mecanismos de compensação ▪ Anasarca → com tumefação profunda do tecido subcutâneo LOCALIZADO: Causas locais que alteram as pressões ou que interferem na drenagem linfática ▪ Cavidade Pleural → Hidrotórax ▪ Cavidade Peritoneal → Ascite ▪ Pericárdio → Hidropericárdio FILTRADO Água, eletrólitos e pequenas moléculas orgânicas (carboidratos simples, ácidos graxos) ▪ Transudato (edema hemodinâmico): água e eletrólitos, pobre em células e proteínas (desequilíbrio entre as PH e PO) ▪ Exudato (inflamatório): rico em proteínas e células inflamatórias (aumento da permeabilidade vascular) • Hemorragia ou sangramento é a saída do sangue do espaço vascular (vasos ou coração) para o compartimento extravascular (cavidades ou interstício) ou para fora do organismo. • A hemorragia pode ser interna ou externa e recebe nomes particulares segundo sua localização • O sangramento pode ocorrer com ou sem solução de continuidade do vaso. Hemorragia por rexe É o sangramento que ocorre por ruptura da parede vascular ou do coração, com saída do sangue em jato. As principais causas são: 1. Traumatismos 2. Rupturas; enfraquecimento da parede vascular, que pode ocorrer por lesão do próprio vaso (vasculites, hipertensão arterial crônica com lesão de pequenas artérias cerebrais) ou nas suas adjacências, como na tuberculose que atinge a parede de vasos, ou na invasão da parede vascular por neoplasias malignas 3. Cirurgias; aumento da pressão sanguínea, como acontece em crises hipertensivas. Hemorragia por diapedese É a que se manifesta sem aparente solução de continuidade da parede do vaso As hemácias saem de capilares ou vênulas individualmente entre as células endoteliais, com afrouxamento da membrana basal Quase sempre não se encontram lesões vasculares à microscopia de luz. Ao exame ultra estrutural, observam-se alterações nas células endoteliais e/ou na membrana basal. As causas desse tipo de sangramento são numerosas, mas as principais são: inflamação e congestão prolongada Diátese Hemorrágica Diátese hemorrágica é definida como a tendência a sangramento sem causa aparente (hemorragias espontâneas) ou hemorragia mais intensa ou prolongada após traumatismo. Ocorre devido a anormalidades da parede vascular, das plaquetas e dos sistemas de coagulação ou de fibrinólise Diabrose É o sangramento decorre da digestão química da parede do vaso sanguíneo. As principais causas são: 1. Úlceras Pépticas 2. Pancreatites 3. Necrose liquefativa/caseosa Classificação quanto ao meio do extravasamento: Externa Extravasa para o meio externo Ex: sangramento em pele dos membros e da face Interna com fluxo externo Extravasa para o lúmen de vísceras ocas e pode ser visualizado direta ou indiretamente. Ex: Sangramento em trato aero digestivo e geniturinário Interna (oculta) Extravasa para o interstício ou parênquima de vísceras e para o interior de cavidades anatômicas. Ex: sangramento em cavidade peritoneal, pericárdica ou interstício de vísceras Classificação quanto ao tipo e calibre dos vasos: Artérias Sangue jorrando Fluxo pulsátil Cor vermelho-viva Veias Fluxo lento, estável Cor vermelho-escura Vasos Capilares Fluxo lento; uniforme Classificação quanto à Morfologia: Petéquias Pontos hemorrágicos de 1-2 mm de diâmetro. Podem acometer a pele, mucosa ou serosa de órgãos. Púrpura Pontos hemorrágicos medindo entre 3-5 mm. Pode ter como causa as mesmas condições que levam à formação de petéquias e podem coalescer. Equimose Hemorragias com 1-2 cm de extensão. Podem apresentar o aspecto de sufusões com formação de halo equimótico (roxo/azuladoazul/esverdeado-amarelo/amarronzado Hematoma Acúmulo de sangue no interior de um tecido que leva a um aumento de volume tecidual. Pode acumular no interstício ou em cavidades • É uma área de necrose isquêmica decorrente da obstrução do suprimento arterial ou venoso de um tecido • Quando prolongada, a isquemia resulta em consumo da reserva energética na área afetada, provocando necrose tanto das células parenquimatosas como das estromais. • O infarto pode ser branco ou vermelho. Fatores que influenciam o desenvolvimento do infarto: 1. Suprimento vascular do órgão afetado (anatomia) 2. Taxa de oclusão do vaso 3. Vulnerabilidade do tecido à isquemia 4. Hipoxemia Causas: Trombose arterial Embolia (Tromboembolia) Vaso espasmo Instabilidade de placa de ateroma (hemorragia na placa) Compressão extrínseca de um vaso (ex: neoplasias, aneurisma dissecante ou edema em espaços confinados) Torção de vasos (Ex: torção testicular ou vólvulo intestinal) Ruptura de vaso Encarceramento de hérnias Trombose venosa (menos comum pois gera normalmente somente congestão) Infarto branco (anêmico) Coloração pálida Ocorrem quando há obstrução arterial em órgãos sólidos com circulação terminal (com pouca ou nenhuma circulação colateral) São encontrados tipicamente no coração, no baço e nos rins. Infarto vermelho. É aquele em que a região atingida tem coloração avermelhada por causa da intensa hemorragia que se forma na área de necrose. Ocorre, principalmente, em órgãos de dupla circulação (fígado e pulmões) mais esponjosos ou em órgãos com rica rede de anastomoses (intestino). Também pode ocorrer após obstruções venosas (ex: torções do ovário), em áreas de congestão prévia ou em tecidos reperfundidos após o infarto (infarto miocárdico após angioplastia rápida) Definição: • O choque pode ser definido como a condição em que há falência circulatória caracterizada por queda abrupta na pressão arterial, hipoperfusão generalizada de tecidos e órgãos e hipóxia celular. • Com queda da perfusão tecidual, a oferta de 02 e nutrientes às células torna-se insuficiente, não há remoção adequada de catabólicos e o metabolismo celular passa de aeróbio para anaeróbio Etiopatogênese: • O estado de hipoperfusão que caracteriza o choque pode ser provocado por: 1. Distúrbio inicial na macrocirculação, podendo ser por falha da bomba cardíaca (choque cardiogênico) ou por redução do volume sanguíneo (choque hipovolêmico); 2. Distúrbio na distribuição do volume sanguíneo (distúrbio inicial na microcirculação, que ocorre no choque séptico, anafilático ou neurogênico). O denominador comum em todos esses casos é queda de pressão na microcirculação, resultando em baixa perfusão generalizada Características clínicas gerais: • Letargia • Alteração do estado mental • Diminuição do débito urinário • Taquicardia • Taquipneia • Lentificação da perfusão periférica Etiopatogênese do choque por distúrbio inicial na macrocirculação. Patogênese do choque causado inicialmente por distúrbio na distribuição do volume sanguíneo (distúrbio inicial na microcirculação). Estágios evolutivos Inicial: Perfusão mantida por mecanismos compensatórios (taquicardia, vasoconstrição periférica) Progressivo: Piora circulatória, hipoperfusão e desarranjo bioquímico/metabólico (acidose) Irreversível: Dano tecidual tão grave que a sobrevivência não é possível, mesmo se corrigida as alterações hemodinâmicas (falência de múltiplos órgãos)Tipos de choques: Choque hipovolêmico Ocorre quando há perda súbita de quantidade apreciável de líquidos do organismo, podendo ser provocado por sangramento intenso (traumatismos, cirurgias, ruptura de vasos calibrosos), perda de plasma (queimaduras extensas) ou desidratação (diarreia profusa, calor excessivo). É necessário repor volume Choque cardiogênico Redução grave da função cardíaca proveniente de dano direto miocárdico (infarto do miocárdio; coração torna-se incapaz de contrair-se de modo eficaz) ou uma anormalidade mecânica do coração (tamponamento cardíaco) Débito cardíaco fica bastante reduzido porque o espaço para fazer sístole/diástole fica diminuído Cerca de 20% dos pacientes desenvolve síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) Choque extra cardíaco/obstrutivo Obstrução do fluxo no circuito cardiovascular que gera enchimento diastólico inadequado ou função sistólica reduzida em ração da pós-carga elevada Choque distributivo A dilatação arterial e venosa conduz a diminuição na pré-carga, com débito cardíaco diminuído, normal ou elevado, dependendo da presença de depressão miocárdica. Causas inflamatórias produzem disfunção micro circulatória, hipotensão e disfunção do sistema de múltiplos órgãos sem uma redução no débito cardíaco Choque dissociativo Deficiência na utilização do oxigênio ou deficiência no mecanismo celular
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