Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANA M A L RAMOS PATOLOGIA ODONTOLOGIA -UFPE ---- Distúrbios Circulatórios---- Os distúrbios circulatórios representam a patologia relacionada a falta de controle do sistema circulatórios (vasos sanguíneos + vasos linfáticos). Os vasos sanguíneos são interconectados tanto no sistema arterial quanto no venoso de alto ou baixo calibre. A circulação do sangue libera oxigênio e nutrientes, fazendo com que sejam removidos os resíduos gerados pelo metabolismo celular. Dessa forma, o sistema linfático vai atuar após o extravasamento dos vasos sanguíneos na drenagem de tecidos e órgãos recolhendo as linfas que estão nos tecidos. Esse sistema não é todo conectado, pois começam nas extremidades. Fluxo Sanguíneo É do tipo laminar, ou seja, as células fluem na região central do vaso e o plasma na extremidade, reduzindo as forças de cisalhamento (força no endotélio vascular), protegendo o endotélio das lesões A pressão arterial é a pressão intraluminal e a forças externas do vaso Tipos de Distúrbios Circulatórios --------------------------- Edema ---------------------------- É o acúmulo anormal de líquido nos tecidos, ou seja, na matriz extracelular. Nesse distúrbio há um aumento na quantidade de líquido no sistema circulatório, deixando o tecido edemaciado. O edema é facilmente reconhecido. Embora qualquer tecido possa ser envolvido, o edema é encontrado com mais frequência em tecidos subcutâneos, pulmão e cérebro. Principais edemas: edema subcutâneo, edema dependente, edema depressível, edema periorbital, edema pulmonar, edema cerebral. O edema pode ser tecidual ou dentro de cavidades (hidrotórax, hidropericárdio, hidroperitônio ou ascite e anarsaca). Além disso, pode ser localizado ou generalizado Morfologicamente os edemas podem apresentar um clareamento e separação da matriz extracelular, além de um discreto aumento celular. Os efeitos do edema são variáveis indo desde o mero incômodo até o edema rapidamente fatal. CAUSAS DE EDEMAS CATEGOTIA FISIOPATOLÓGICA 1. AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA Causa maior movimento de água para dentro do interstício. Pode ser local, devido ao comprometimento do retorno venoso (trombose venosa); pode ser generalizada, devido ao edema sistêmico (insuficiência cardíaca congestiva). 2. REDUÇÃO DA PRESSÃO OSMÓTICA Está relacionada com proteínas, principalmente a albumina, sua síntese inadequada pode ocasionar a redução da pressão osmótica plasmática. Além disso, alterações renais (síndrome nefrótica), desnutrição proteica, doenças hepáticas graves (cirrose). Edema grave, generalizado, tecidos subcutâneos e nas cavidades. ANA M A L RAMOS PATOLOGIA ODONTOLOGIA -UFPE Aumento das hemorragias 3. OBSTRUÇÃO LINFÁTICA Pode ser causada por uma condição inflamatória ou neoplásica. Ex: gestante. Tumor, academia, 4. RETENÇÃO DE SÓDIO Pode induzir o edema aumentando a pressão hidrostática (devido à expansão do volume intravascular) e reduzindo a pressão osmótica plasmática. 5. INFLAMAÇÃO OBS: A drenagem linfática irá estimular o sistema linfático, podendo reduzir medidas quando tiver extravasamento de plasma. É indicado para pacientes com alguma das fisiopatologias citadas. ---------------------- Hiperemia ------------------------- Se refere a aumento do volume sanguíneo em um tecido, no interior dos vasos de um órgão. Hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar e aumento do influxo sanguíneo. Se dá de forma sistemática ou local. Pode ocorrer de forma passiva por uma dificuldade de retorno venoso, desse modo consideramos a hiperemia passiva como Congestão. Sendo subdividida em localizada ou sistêmica. A hiperemia ativa é assim denominada devido uma vasodilatação. Pode acontecer em condições fisiológicas (atividade física – o uso de vasodilatadores irá auxiliar na performance pelo fato de melhorar a contação) ou patológica (inflamações). Hiperemia aguda/rápida (êmbolo – hiperemia aguda passiva); hiperemia cônica/ lenta (aterosclerose). A classificação aguda e crônica é devido ao tempo com que se instala. -------------------- Hemorragia ---------------------- É quando há saída do sangue para o compartimento extravascular (hemorragia interna - hiperbilirrubinemia) ou para fora do organismo (externa- diminuição da volemia e pode ocasionar anemia pelo fato das hemácias saírem do corpo, ex: úlcera no intestino, ulcera no estômago). A hemorragia por Rexe é quando se sangra por ruptura da parede vascular ou do coração. Esse extravasamento de sangue pode ocorrer em várias situações podendo ir desde insignificante até uma hemorragia fatal dependendo do local, do volume de sangue perdido e da velocidade do sangramento. ---------------------- Hemostasia------------------------ Processo fisiológico envolvido com a fluidez do sangue e controle do sangramento quando ocorre lesão vascular. HEMORRAGIA TROMBOSE Tanto a hemostasia como a trombose envolvem três elementos: parede vascular, plaquetas e cascata de coagulação. HEMOSTASIA NORMAL Petéquia Equimose Púrpura ANA M A L RAMOS PATOLOGIA ODONTOLOGIA -UFPE Após lesão vascular, fatores neuro-humorais locais induzem vasoconstrição transitória. A lesão endotelial expõe a matriz extracelular (MEC) subendotelial altamente trombogênica, facilitando a adesão, ativação e agregação plaquetárias. A formação do tampão plaquetário inicial é chamada de hemostasia primária. Plaquetas ligam os receptores de glicoproteína Ib (GpIb) ao fator de von Willebrand (fvW) na matriz extracelular (MEC) exposta e são ativadas, sofrendo alteração de forma e liberação de grânulos. A adenosina difosfato liberada (ADP) e o tromboxano A2 (TxA2) induzem a agregação plaquetária adicional pela ligação de receptores Gp IIb-IIIa ao fibrinogênio. Essa agregação plaquetária preenche o defeito vascular, formando o tampão hemostático primário. A trombina ativada promove a formação de um coágulo insolúvel de fibrina por clivagem de fibrinogênio; a trombina também é um potente ativador de plaquetas adicionais. Ativação local da cascata de coagulação (envolvendo fator tecidual e fosfolipídios plaquetários) resulta na polimerização de fibrina, “cimentando” as plaquetas em um tampão hemostático secundário, que é maior e mais estável que o tampão primário e contém hemácias e leucócitos capturados. Mecanismos contrarregulatórios, como liberação de t-PA (ativador de plasminogênio tecidual, um produto fibrinolítico) e trombomodulina (que interfere na cascata de coagulação), limitam o processo hemostático ao local da lesão. Células endoteliais normais, íntegras, ajudam a manter o fluxo sanguíneo pela inibição da ativação plaquetária e dos fatores de coagulação. No entanto, quando estimuladas por lesão ou citocinas inflamatória fazem a regulação crescente de expressão dos fatores pro-coagulantes, que fazem a coagulação e a regulação decrescente de expressão dos fatores anticoagulantes. A perda da integridade endotelial expõe o fvW subendotelial e o colágeno da membrana basal, estimulando a adesão plaquetária, a ativação plaquetária e a formação de coágulo. ------------------------- Trombose-------------------------- A princípio saiba que: Trombo Coágulo. Massa sólida formada pela solidificação do sangue e fica aderido a parede do vaso. Forma-se em sua maioria nas ilíacas pela Tríade de Virchow: (1) lesão endotelial, (2) estase ou fluxo sanguíneo turbulentoe (3) hipercoagulabilidade do sangue. Dentro do organismo vivo Fora dos vasos sanguíneos ANA M A L RAMOS PATOLOGIA ODONTOLOGIA -UFPE 1. LESÃO ENDOTELIAL - Coração e nas artérias - Maiores quantidades de fatores pró-coagulantes - Sintetiza menores quantidades de moléculas anticoagulantes - Induzida por agressões, toxinas 2. ALTERAÇÃO NO FLUXO SANGUÍNEO - É uma turbulência que causa lesão ou disfunção endotelial. - Estase é um fator importante para o desenvolvimento de trombos venosos. - O fluxo laminar normal as plaquetas ficam no lúmen do vaso, estase permite que plaquetas e leucócitos entrem em contato com o endotélio quando o fluxo é lento. - O fluxo sanguíneo turbulento e estático contribui para a trombose em uma série de quadros clínicos - As síndromes de hiperviscosidade, aumentam a resistência ao fluxo e causam estase dos pequenos vasos. 3. HIPERCOAGULABILIDADE - É a superativação dos fatores da cascata de coagulação - Pode ser de origem genética (primária)ou adquirida (secundária). Os trombos podem se desenvolver trombos em qualquer parte do sistema cardiovascular. Trombos arteriais ou cardíacos surgem tipicamente em locais de lesão endotelial ou turbulência; trombos venosos, também conhecidos com trombos vermelhos, se formam na circulação venosa lenta e contem hemácias emaranhadas, ocorrem caracteristicamente em locais de estase. Tendem a se propagar na direção do coração. Os trombos podem se propagar, resolver-se, tornar-se organizados ou embolizar. Evolução do trombo: 1- Crescimento e obstrução 2- Dissolução 3- Organização 4- Embolo Massa sólida, líquida ou gasosa que são transportadas dentro do sangue e obstrui o vaso. --------------------------- Embolia--------------------------- Êmbolo é uma massa sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue para um local distante de seu ponto de origem. Os êmbolos se alojam em vasos muito pequenos para permitir a sua passagem, resultando em oclusão vascular parcial ou completa. A consequência primária da embolização sistêmica é a necrose isquêmica (infarto), a embolização na circulação pulmonar leva a hipóxia, hipotensão e insuficiência cardíaca direita. *TROMBOEMBOLISMO PULMONAR O trombo fica no pulmão. As consequências vão variar de acordo com o tamanho do êmbolo, da célula/tecido que vai sofrer a hipóxia. O TEP pode levar a um infarto, pode causar dispneia, taquicardia, taquipneia. --------------------------- Infarto--------------------------- Um infarto é uma área de necrose isquêmica causada por obstrução do suprimento vascular para o tecido afetado. A isquemia pode ser total ou parcial, rápida ou lenta. Os infartos são classificados com base em sua cor (que reflete a quantidade da hemorragia) e presença ou ausência de infecção microbiana. INFARTOS VERMELHOS: em órgãos de circulação lateral, causados por oclusão venosa ou que ocorrem em tecidos esponjosos são tipicamente hemorrágicos INFARTOS BRANCOS: em órgão sólido e de circulação terminal. Aqueles causados por oclusão arterial em tecidos compactos são tipicamente pálidos. ANA M A L RAMOS PATOLOGIA ODONTOLOGIA -UFPE ----------------------------- Choque ------------------------- É estado de hipoperfusão tecidual sistêmica por redução de débito cardíaco e/ou de volume sanguíneo circulante efetivo, ou seja, não chega sangue, nutriente e nem O2 para todas as células do corpo, podendo causar hipóxia se não corrigido. Os principais tipos de choque são: CARDIOGÊNICO (é uma falha da bomba miocárdica resultante de dano miocárdico intrínseco, pressão extrínseca ou obstrução do fluxo de saída, p. ex., infarto do miocárdio), HIPOVOLÊMICO (Volume sanguíneo ou plasmático inadequado, p. ex., perda de sangue) e SÉPTICO (Vasodilatação periférica e acúmulo de sangue; ativação/lesão endotelial; dano induzido por leucócito; coagulação intravascular disseminada; ativação das cascatas de citocina, p. ex., infecções). REFERÊNCIAS 1. ROBBINS, PATOLOGIA BÁSICA. 9ª EDIÇÃO
Compartilhar