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A RELAÇÃO DO ACIONISTA COM O LUCRO E DIVIDENDOS

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A RELAÇÃO DO ACIONISTA COM O LUCRO E DIVIDENDOS
· Lucro é, basicamente, quando a receita é superior às despesas e gastos da empresa.
· Já os Dividendos são uma parcela do lucro apurado por uma sociedade anônima, distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício social. O exercício social, normalmente, ocorre entre 1 de janeiro e 31 de dezembro, quando não disposto de modo contrário pelo Estatuto Os dividendos são definidos no art. 202 da lei das S.A.
· Normalmente, as Companhias destinam 25% dos lucros ao pagamento dos dividendos. Essa destinação poderá ser diversa, a depender do que o Estatuto Social narre, bem como a periodicidade de seu pagamento. Poderão ser mensais, trimestrais, anuais, etc. É facultado à sociedade definir no seu estatuto social o dividendo mínimo obrigatório a ser dividido entre os sócios. No caso de omissão, a Lei define que a parcela a ser distribuída deve corresponder à metade do lucro auferido em cada exercício.
· Todos os acionistas têm direito a receber dividendos na mesma proporção em que participam no capital
Entrarei agora no direito dos acionistas de participação dos lucros 
· Conforme narra o inciso I do artigo 109 da Lei das S.A., o acionista possui direito de participação nos lucros sociais da Companhia;
· A sociedade anônima, qualquer que seja o seu objeto, tem natureza mercantil e deve vislumbrar sempre o lucro. O lucro é, inclusive, essencial à própria validade da Companhia. 
· A finalidade lucrativa da Companhia corresponde um direito subjetivo de os sócios haverem para si parcela do lucro correspondente à sua participação societária
· Nem Estatuto Social, deliberação em Assembleia Geral, mesmo que seja por maioria dos sócios, podem privar o acionista da participação nos lucros;
· Isso faz com que a participação dos acionistas nos lucros, seja e figure como um direito essencial ao acionista;
· Esse direito se concretiza com a apuração e a distribuição do resultado dentro do exercício social da Companhia
· O direito ao dividendo está sujeito à duas condições: uma de caráter suspensivo, de que o dividendo resulte de balanço devidamente aprovado pela Assembleia de Acionistas; outra de caráter resolutivo, de que a Assembleia Geral não suspenda o pagamento de parte ou da totalidade do lucro distribuível
· Agora para um exemplo mais prático, de uma empresa fechada. As AGOs, conforme art. 132 precisam ocorrer nos 4 primeiros meses do ano. A diretoria precisa apresentar as demonstrações financeiras em Assembleia para aprovação dos acionistas. A diretoria também precisa apresentar, em casa de auferição de lucro, a sua destinação. Nesse caso, os acionistas precisam aprovar tanto a demonstração financeira, quanto a proposta de destinação do resultado apresentada pela Diretoria;
· Independente desse direito essencial de distribuição de lucros, a Lei das S.A. não se opõe à retenção dos resultados sociais. Essa retenção em detrimento da distribuição dos dividendos (muitas vezes com o objetivo de criar demais reservas, respeitando o limite legal) somente poderá ocorrer, quando a diretoria apresentar proposta baseada, principalmente, no interesse social da Companhia e baseada na boa fé dos diretores. A proposta deverá ser clara ao indicar as razões que recomendam a retenção da parcela do lucro correspondente. 
· A exigência dos dividendos é derrogável e renunciável, o que permite à companhia certa liberdade ao determinar o uso do lucro social. A derrogabilidade do direito ao dividendo deve ser manifestada sempre tendo como norte o interesse social, e é limitada pelo princípio da boa-fé. A renúncia, por sua vez, não afeta os interesses individuais dos sócios e tampouco desestrutura a estabilidade da companhia. Pelo contrário, a possibilidade de renúncia garante a coerência em um sistema que dá liberdade à sociedade na destinação dos seus lucros sociais. Ainda assim, é importante ressaltar que a derrogabilidade e renunciabilidade ainda são limitadas para evitar quaisquer abusos de poder.
· A necessidade de limitação de partilha do lucro social decorre da possibilidade de abuso da maioria societária em relação à parcela minoritária, e sua regulação busca controlar os desentendimentos relativos a essa divisão. 
· a constituição de reservas Muito utilizada no passado, como meio de inviabilizar a distribuição dos dividendos aos acionistas, passou a ser submetida, na atual lei das s.a., a critérios mais rigorosos e transparentes, de modo que a sua criação sirva para os estritos propósitos de preservar a sobrevivência da empresa, e nunca para o intuito de impedir ou atrapalhar esse direito essencial do acionista;
Vou falar muito rapidamente sobre a diferença das ações ordinárias e preferenciais e qual o impacto no recebimento de dividendos pelo acionista
Ações ordinárias dão ao acionista o direito de voto em assembleias.
As ações preferenciais nominativas (PN) têm preferência na hora da distribuição dos dividendos.
Essa prioridade pode ser demonstrada, por exemplo, com o recebimento de um percentual maior do que o distribuído aos acionistas ordinários.
A prioridade dos dividendos aos acionistas preferenciais se dá como forma de compensação, já que as ações preferenciais não permitem nenhuma influência nas decisões de assembleia, nem proteção em caso de troca de controle da gestão.

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