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Relação Teoria e Prática na Sala de Aula

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Dalvana Graziane da Silva
Isabel Cristina Alípio de Paula
REGIANE DE FATIMA GONÇALVES DA SILVA
RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO COTIDIANO DA SAULA DE AULA
Itajubá
2020
Dalvana Graziane da Silva
Isabel Cristina Alípio de Paula
REGIANE DE FATIMA GONÇALVES DA SILVA
RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO COTIDIANO DA SAULA DE AULA
Trabalho de Pedagogia, apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Avaliação da Educação, orientado pela professora Edilene.
Itajubá
2020
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2 DESENVOLVIMENTO	4
3 CONCLUSÃO 10
4 REFERENCIAS 11
INTRODUÇÃO
Quando se discute sobre a ralação Teoria e pratica no cotidiano é fundamental analisarmos qual concepção teórica embaso o trabalho do professor. Analisando a tendência pedagógica tradicional temos uma pratica baseada na memorização e repetição dos conteúdos, onde o professor é o dono do saber e do conhecimento e, o aluno tem que crescer pelo seu próprio mérito.
Em uma tendência escolanovista vemos o aluno como centro da aprendizagem e o autoritarismo do professor, que promove o conhecimento através de grupos, a resolução de problemas, pesquisas, levantamento de hipótese e experimentações.
Pensando em uma concepção avaliativa para ambas as tendências vemos a sua complexidade.
A avaliação em uma tendência tradicional ocorre normalmente ao final de um período tendo como única função, avaliar a aprendizagem como sendo um indicativo, do quanto o aluno aprendeu. Esta uma avaliação somativa.
Quanto a avaliação em uma tendência escolanovista serve para dar um direcionamento ao trabalho pedagógico, orientando professor e aluno.
Ganha a característica pedagógica para a obtenção dos conhecimentos prévios, precede a ação e norteia o trabalho, é também uma avaliação formativa. Ela ocorre durante todo o processo de desenvolvimento das atividades, sendo um feedback para o professor para o professor e alunos que, atuam ativamente em sua aprendizagem.
Tudo isso se consolida no currículo, que se alimenta desse processo avaliativo, o que o torna vivo e dinâmico, sendo reconstruído constantemente e tendo o compromisso de todos da escola.
Aprender, é algo muito abrangente, pois se da varias formas, sendo um processo de aquisição do conhecimento, através de sua experiência com o mundo, desde ao nascer até a vida adulta, resultando em suas transformações .
Para John Dewey a escola não pode ser uma preparação para a vida mas sim a própria vida.
DESENVOLVIMENTO
De um lado, um ensino tradicional baseado na repetição de conteúdos, memorização e autoritarismo. De outro, uma tendência pedagógica escolanovista, voltada para o aluno como sendo o centro da aprendizagem, valorizando a pesquisa, o trabalho em grupo como forma de socialização.
 Desde os primórdios a educação é compreendida como um processo de apropriação de conhecimentos, valores, hábitos e comportamentos.
Quando os jesuítas chegaram ao Brasil com a tarefa de catequisar e instruir os nativos; convertendo-os aos costumes dos brancos criando um sistema de ensino, surgiram então instruções de ensino voltada a elite. As características desse ensino permaneceram mesmo após a expulsão dos jesuítas.
Houve uma reforma na educação brasileira e criou-se um novo modelo educacional, mas o ensino continuava sendo só para alguns.
Tivemos muitas mudanças na área educacional. As revoluções Inglesa e Francesa acabaram com as monarquias absolutistas e criaram uma sociedade com divisão de poderes que temos hoje. Mais tarde com a Revolução Industrial, e a vinda da família Real Portuguesa para o brasil, junto com a crescente urbanização e industrialização, aumentar a necessidade de alfabetização e escolarização.
Desde então ocorreram muitas transformações mundiais, pensadores com suas ideias e concepções, deixaram marcas em diferentes frentes, que impactaram seriamente nosso modelo de educação atual. 
Por anos temos uma pedagogia tradicional que ainda é utilizada nos dias de hoje pela professora Lourdes. 
A pedagogia tradicional tem sua proposta de educação centrada no professor, que tem por função ensinar a matéria corrigir, aconselhar e vigiar o aluno. As matérias são ensinadas através de aulas expositivas, e os alunos precisam prestar atenção e realizar exercícios repetitivos, com o objetivo de gravar e reproduzir a matéria. Tendo o professor como um sujeito ativo, dono do saber e do conhecimento, o papel da escola tradicional é fazer com que o aluno, o ser passivo aprenda com seu próprio mérito. 
"o caminho cultural em direção ao saber é o mesmo pra todos os alunos, desde que se esforcem. Assim, os menos capazes devem de lutar para superar as dificuldades e conquistar um lugar juntos com os mais capazes. Caso não consigam devem procurar um ensino mais profissionalizante." (Gôngora, 1985, p 29)
 O professor preocupa apenas com o conhecimento repassado enfatizando a disciplina. Ao aluno cabe a aprendizagem decorativa e repetitiva sendo importante pra memorização para que responda as novas situações de forma semelhante a anterior. Para a professora Melissa que embasa sua prática na tendência pedagógica Renovada não Diretiva (escola nova) ou simplesmente Escolanovista. 
Uma prática Escolanovista permite que o aluno assuma o centro de processo de aquisição do conhecimento. 
A Escola Nova surgiu no final do séc. XIX para propor novos caminhos para a educação voltada para o indivíduo que vive e interage com o meio. 
Com o manifesto dos pioneiros da educação Nova, elaborado em 1932, a Educação Nova deixaria de ser um privilégio para assumir um caráter biológico, assim todo indivíduo teria o direito de ser educado, pois, todos são iguais diferenciando apenas suas capacidades cognitivas.
"O conhecimento em lugar de ser transmitido pelo professor para memorização, emergia da relação concreta estabelecida entre os alunos e esses objetos ou fatos, devendo a escola responsabilizar-se por incorporar um amplo conjunto de materiais." (Vidal, 2003, p. 509)
 Nessa tendência o tempo do aluno é respeitado, pensar-se no sujeito como um todo, valorizando os aspectos emocionais, sensoriais e físicos.
 O papel do professor é auxiliar o desenvolvimento do aluno é intervir quando necessário, tendo o método de ensino baseado no aprender ou aprender fazendo com resoluções de problemas e pesquisas, tanto no trabalho individual como em grupos, garantindo a socialização e a troca de experiências. 
Com o método de pesquisa alunos e professores, faz juntos a resolução de problemas, levantamento de dados, consultando livros, documentos entre outros, formulação de hipóteses que são testados. 
Sendo o professor um facilitador da aprendizagem poderão usar técnicas de acordo com o interesse dos alunos, como o estudo dirigido, projetos etc. 
Nesse sentido o papel da escola é valorizar os conhecimentos que o aluno traz e, estimular os alunos, sendo o plano de aula dinâmico, visando a avaliação continua e processual, redirecionando o trabalho pedagógico.
 Lourdes e Melissa têm visões diferentes do que é aprender, sendo assim as avaliações que embasam suas práticas, também são diferentes.
 Lourdes com seu método tradicional utiliza de uma avaliação somativa ou classificatória. 
 Segundo Pedro Morales (2003, p. 44) “A avaliação somativa é mais ou menos convencional. É constituída pelos exames finais que aplicamos aos alunos com o intuito de verificar a situação de aprendizado de cada um e que nota merece.”
A classificação da avaliação foi concebida por Bloom, é uma estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais. Foi resultado do trabalho de uma comissão multidisciplinar de especialistas de várias universidades dos Estados Unidos , liderada por Benjamin S. Bloom, nadécada de 1950. Sua proposta dividiu a possibilidade de aprendizagem em três grandes domínios:
 - O cognitivo, abrange a aprendizagem intelectual. 
- O afetivo, abrange os aspectos de sensibilização e a gradação de valores;
 - O psicomotor, abrange as habilidades de execução de tarefas que envolve o organismo muscular.
 Ele tem níveis diferentes de aprendizado, por isso é denominado hierárquica.
A finalidade da taxonomia de Bloom é auxiliar a identificação e a declaração dos objetivos ligados do desenvolvimento cognitivo.
Segundo Ferraz Belhot (2010), na educação decidir e definir os objetivos de aprendizagem significa estruturar, de forma consciente o processo educacional de modo a oportunizar mudanças de pensamentos ações e condutas. 
A taxonomia de Bloom é utilizada como apoio ao planejamento didático-pedagógico e como pratica avaliativa.
Para Bloom (1944,1972) a capacidade humana é diferente entre as pessoas.
Uma revisão da taxonomia de Bloom original de 1996, foi realizada em 2001, agregando-lhe algumas alterações que a tornaram mais flexível quanto a hierarquia e modificaram os nomes das categorias de domínio cognitivo, de substantivos (conhecimento, compreensão, aplicação, analise, síntese e avaliação), para verbos de ação que expressassem melhor sua natureza, invertendo as duas ultimas (conhecer, entender, aplicar, analisar, avaliar e criar).
Moretto (2008) salienta que a taxonomia busca definir o que os educadores querem que os alunos saibam, organizando os objetivos educacionais numa hierarquia cumulativa do mais simples para o mais complexo, onde uma categoria mais simples pré-requisito para a próxima mais complexa.
Tendo em vista que na taxonomia de Bloom, avaliar esta relacionada a estabelecer uma conexão entre o novo e o conhecimento previamente adquirido.
A avaliação diagnostica indica os conhecimentos que os alunos possuem, ou seja, os conhecimentos prévios. O professor realiza um diagnostico do que o aluno sabe ou deveria saber. Essa avaliação permite ao professor elaborar um planejamento de acordo com as necessidades dos alunos.
Esse diagnóstico não classifica os alunos, mas, possibilita conhece-los e ter uma ação pedagógica com êxito, desenvolvendo tudo aquilo que a escola deseja promover. A avaliação diagnostica procede a ação.
Charles Hadji (2001, p 19) “Na medida em que identifica certas características do aprendiz e faz um balance, mais ou menos aprofundado, de seus pontos fortes e fracos, a avaliação é sempre diagnostica.”
A Lei de Diretrizes de Bases da educação (LDB), em seu artigo 24, enfatiza que a avaliação deve ser processual e contínua.
Art. 24, inc. V da Lei de Diretrizes e Bases - Lei 9394/96
“a) Avalição continua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais.”
Assim ela esta focando na extra concepção avaliativa que é a avaliação formativa, utilizada pela professora Melissa.
“A avaliação formativa esta a serviço da aprendizagem, uma vez que seu foco também esta no professor, que passa a avaliar e refletir sobre sua prática. Ela engloba todas as atividades desenvolvidas pelos professores e seus alunos, com o intuito de fornecer informações a serem usadas como feedback para reorganizar o trabalho pedagógico.” (Black; Dylan, 1998, p,7)
Na avaliação formativa além de importância do professor, enfatiza o papel do aluno no processo de aprendizagem. Dessa forma o erro passa a ser fonte de informação e direcionamento para novas ações onde o professor utiliza de vários instrumentos e procedimentos avaliativos, tendo em vista que a escola apresenta um enorme capital cultural.
Sendo assim, a avaliação da aprendizagem se concretiza de acordo com as concepções dos professores, e que estão expressas no currículo escolar, pois, este é um elemento vivo na escola, tendo suas efetuações com o compromisso de todos. É através da avaliação que o currículo é construído e reconstruído, permanecendo vivo e dinâmico.
Desta forma nós futuros professores pretendemos atuar em uma pedagogia libertadora, embasando nossas ações no que explicita Paulo Freire:
“em verdade, não seria possível a educação problematizadora, que rompe com os esquemas verticais característicos da educação bancaria, realizar-se como pratica da liberdade, sem supera a contradição entre o educador e os educando, como também nos lhe seria possível faze-lo fora do dialogo.”
Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que enquanto educa, é educado, em dialogo com o educando que a o ser educado também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem. “Em que para ser-se, funcionalmente autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra eles.”
Em seu mais conhecido trabalho, “Pedagogia do Oprimido”, Paulo Freire, propõe uma pedagogia com uma nova forma de relacionamento entre professor, estudante e sociedade.
Ademais, uma pratica libertadora permite conscientizar para transformar a realidade problematiza a experiência social com conteúdos extraídos do cotidiano dos alunos, onde em grupos de discussões coma uma relação horizontal entre professor e aluno, o ato de educar se concretiza.
Pois, compreendemos que aprendizagem é um processo de aquisição de conhecimento através de experiências, ensinamentos e estudo. A partir de sua interação com o mundo, por meio de suas experiências, temos como resultado de transformação a aprendizagem.
Atuaremos com amor e responsabilidade, visando sempre a problematização da realidade, das relações sociais com foco na transformação. Não esquecendo que o professor e os alunos são sujeitos do conhecimento.
Assim a nossa forma de avaliar se dará durante todo o processo de aprendizagem, tanto inicialmente com uma avaliação diagnostica, quanto processualmente com a avalição formativa.
CONCLUSÃO 
No Brasil a educação passou por vários momentos devido a colonização. No começo o ensino era ofertado para poucos e ministrados pelos padres. Anos mais tarde houve necessidade da expansão da educação, devido a industrialização.
O estudo era ministrado pela pedagogia tradicional onde o professor era o dono do conhecimento e se preocupava somente em aplicar o conteúdo e a avaliação havendo assim um grande numero de abandono da escola. Com o passar dos anos houve a necessidade de um novo ensino surgindo a nova escola onde o professor media o conhecimento respeitando o tempo de aprendizagem do aluno.
Nos dois sistemas pedagógicos a avaliação se torna importante para saber se houve mesmo a aprendizagem. Essa avaliação pode ser somativa, classificatória e diagnostica. Benjamin Bloom elaborou uma taxonomia para facilitar o planejamento didático pedagógico como pratica avaliativa, pois a capacidade humana é diferente entre as pessoas, fazendo com que os professores elaborem os métodos educativos menos complexos e de fácil entendimento. A avaliação diagnostica mostra conhecimento que os alunos já possuem e indica o que eles precisam saber. A avaliação formativa esta a serviço da aprendizagem e seu foco esta no professor e no aluno. Onde o erro passa a ser fonte de informação e direcionamento para novas ações. Seguindo um currículo onde o processo avaliativo é construído e reconstruído através da avaliação onde o conhecimento continua e se desenvolve a medida que a sociedade evolui e as pessoas se modificam. E sem a existência da avalição qualquer novidade se torna oculta, portanto as questões sobre a avaliação e o currículo devem permanecer abertas e sujeitas a mudanças. 
REFERÊNCIAS
ARCAS, Paulo Henrique. Avaliação na educação. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2017. 
SOUZA GOMES, Thauana Paiva, COSTA VITORINO, Diego. Educação formal e não formal e informal. 1º edição. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2017.
GONGORA, Francisco Carlos, Tendências Pedagógicas na Pratica Escolar. Loyola. São Paulo, 1985.
HADJI, Charles. AvaliaçãoDesmitificada. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Tendências Pedagógicas na Pratica Escolar, de José Carlos Libaneo. Disponível em https://pravistecnoligia.files.wordprees.com/20/04/08/tendenciaspedagogicas_libaneo.pdf
Avaliação da aprendizagem e currículo: algumas reflexões disponível em https://www.revista.ueps.br/index.php
Moretto, V.P. Prova: um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. 8.ed. Rio de Janeiro. Lamparina. 2008. 
Vidal, Diana Gonçalves. Escola e processo educativo. Vm? Lopes, Eliana Marta, FIGUEIREDO, Luciano e GREIVAS, Cynthia (orgs), 500 anos de educação no Brasil . Belo Horizonte: Autentica, 3º Ed, 2003.
BLACK, Paul; DYLAN, Wiliam. Assessment and classroom learning. Assessment in education: principles policy and practice, OK, London: carfax publishing, V.S, n.1, p.7, march 1998.
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www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=436Evento=10
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