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EXCELENTÍSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO(A) DA 41ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO X
Autos n°...
 RITA, (apelante), já qualificada, nos autos do processo crime
em curso perante este Juízo, por seu procurador infra assinado, vem à presença de V.
Exa., inconformado, data vênia, com a sentença de fls. (___/___), interpor RECURSO DE
APELAÇÃO, nos termos do artigo 593, I do CPP, requerendo o preparo dos autos, bem
como seu encaminhamento à instância ad quem, para fins de direito e pelas razões
expostas.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, data
Advogado/ OAB
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) RELATOR(A) DA
CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
 
Processo n°.. 
RITA, já devidamente qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, por conduto dos
seus patronos que esta subscrevem, vem, perante V.Exa., apresentar
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
Apelante: Rita
Apelado: Justiça Pública
Autos nº: ...
Em que pese o indiscutível saber jurídico do meritíssimo juízo a quo, impõe-se a reforma
da sentença que veio a condenar a ré pelo crime de furto qualificado pelos motivos de
fatos e de direitos a seguir expostos.
1-DOS FATOS
Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia 10/11/2011 ao sair da filial de
uma grande rede de farmácias após ter furtado cinco tintas de cabelo. Para subtrair os
itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde estavam os referidos produtos,
conforme imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O valor
total dos itens furtados perfazia a quantia de R$49,95 (quarenta e nove reais e noventa e
cinco centavos).
Instaurado inquérito policial, as investigações seguiram normalmente. O Ministério
Público, então, por entender haver indícios suficientes de autoria, provas da
materialidade e justa causa, resolveu denunciar Rita pela prática da conduta descrita no
Art. 155, § 4º, inciso I, do CP (furto qualificado pelo rompimento de obstáculo). A
denúncia foi regularmente recebida pelo juízo da 41ª Vara Criminal da Comarca da
Capital do Estado ‘X’ e a ré foi citada para responder à acusação, o que foi devidamente
feito. O processo teve seu curso regular e, durante todo o tempo, a ré ficou em
liberdade.
Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 18/10/2012 (quinta-feira), o
Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012
ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava Rita pela prática do
delito de estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. As
alegações finais foram orais; acusação e defesa manifestaram-se. Finda a instrução
criminal, o magistrado proferiu sentença em audiência. Na dosimetria da pena, o
magistrado entendeu por bem elevar a pena-base em patamar acima do mínimo, ao
argumento de que o trânsito em julgado de outra sentença condenatória configurava
maus antecedentes; na segunda fase da dosimetria da pena o magistrado também
entendeu ser cabível a incidência da agravante da reincidência, levando em conta a data
do trânsito em julgado definitivo da sentença de estelionato, bem como a data do
cometimento do furto (ora objeto de julgamento); não verificando a incidência de
nenhuma causa de aumento ou de diminuição, o magistrado fixou a pena definitiva em 4
(quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta) diasmulta. O valor
do dia-multa foi fixado no patamar mínimo legal. Por entender que a ré não atendia aos
requisitos legais, o magistrado não substituiu a pena privativa de liberdade por pena
restritiva de direitos. Ao final, assegurou-se à ré o direito de recorrer em liberdade.
2-DO MÉRITO 
A acusada foi condenada pelo crime de furto qualificado com previsão no art. 155, §4º, I
do CP, por ter subtraído de uma farmácia cinco tintas de cabelo.
No momento da subtração a acusada não fez uso de força e nem chegou apresentar
qualquer perigo, além do que os objetos que foram subtraídos são de pequeno valor
não provocando relevante lesão ao patrimônio da grande rede de farmácias do
ofendido, de forma que, deve ser aplicado o Principio da Insignificância. Assim, o fato é
atípico pela ausência de tipicidade material da conduta praticada, devendo portando
reconhecer a atipicidade da conduta. 
Caso não entenda Vossa Excelência nesse sentindo, pede-se que se aplique a acusada a
conduta prevista no art. 155, §2º do CP, pois, ao tempo da conduta a ré ainda era
primária e o objeto furtado é de pequeno valor, podendo então responder na forma
privilegiada.
No momento da dosimetria da pena em trânsito em julgado da sentença, o magistrado
elevou a pena- base e da intermediária, por configuração de estelionato, entendeu ser
cabível a agravante de reincidência ambos por uma mesma condenação. Dessa forma,
ferindo o principio do "bis in idem", onde ocorre dupla punição pelo mesmo fato.
A agravante da reincidência não é aplicável no caso em tela, pois, quando praticou a
conduta de furto, ainda não havia transitado em julgado definitivo do delito de
estelionato, devendo então, ser afastada a seguinte agravante, conforme pressupostos
no art. 63 do CP.
Como a acusada ao momento de sua condenação não é reincidente, a ré faz jus ao
regime aberto, conforme disposto no art. 33, §2º, "c" do CP ou súmula 269 do STJ. Ainda
nesse sentindo configura-se presente os requisitos para a substituição de pena privativa
de liberdade pela restritiva de direitos presentes no art. 44 do CP c/c art. 155, § 2, do CP,
acerca da possibilidade de aplicação da pena de multa.
3-DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto requer seja o presente recurso recebido e provido aplicando-
se a reforma da sentença de modo que, a acusada seja absolvida sumariamente de
acordo com o art. 386, III do CPP, pois, aplicando o Principio da Insignificância gera
atipicidade material. 
Caso Vossa Excelência não entenda desta forma, que seja imputado a ré o crime de furto
privilegiado previsto no art. 155, §2º do CP, sendo a pena diminuída pelo afastamento
da agravante de reincidência por não ter se configurado a mesma. Que seja fixado o
regime aberto para cumprimento da pena, (art.33, §2º, "c" do CP) e substituída a pena
privativa de liberdade pela restritiva de direitos (art. 44 do CP), como medida de justiça.
Nesses termos,
 Pede deferimento.
 Local e Data
Advogado/OAB

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