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RELÁTORIO DE FISICA EXPERIMENTAL lll Departamento de Física Princípios de Kirchhoff I Introdução Usualmente os circuitos elétricos apresentam o aspecto de verdadeiras redes (Figura 1). Cada circuito poligonal fechado é chamado de malha. Figura 1: Esquema com três malhas. Cada ponto de intersecção dos lados das malhas de uma rede recebe o nome de nó ou junção. O trecho do circuito compreendido entre dois nós consecutivos constitui um ramo. Nos circuitos em rede, cada ramo é percorrido por uma corrente. Para determinarmos estas correntes usamos os princípios ou Leis de Kirchhoff, que são dois: • Princípios das correntes; • Princípios das tensões; Estes princípios traduzem para a linguagem dos circuitos elétricos, os princípios da conservação da energia e da carga elétrica. O princípio das correntes estabelece o seguinte: A soma algébrica das correntes instantâneas em um nó é nula. Aplicando este princípio ao nó A da Figura 1, podemos escrever: 𝑖2 + 𝑖3 − 𝑖1 − 𝑖4 = 0 ou 𝑖2 + 𝑖3 = 𝑖1 + 𝑖4 O princípio das tensões enuncia-se assim: A soma algébrica das tensões instantâneas em uma malha é nula. Aplicando estre princípio à malha A B C D A da Figura 1, podemos escrever: 𝑖2𝑅 − 𝜀 − 𝑖3𝑅 − 𝑖3𝑅 = 0 Onde 𝜀 é a força eletromotriz (f.e.m) da fonte. A f.e.m de um gerador ou fonte de energia elétrica, está ligada à capacidade que ele tem de levar cargas positivas do polo negativo para o polo positivo. Quantitativamente é definida por : 𝜀 = 𝑑𝑊 𝑑𝑞 Onde (dW) é o trabalho realizado sobre uma carga (dq) que atravessa o gerador. A f.e.m. (𝜀) é a d.d.p. (V) entre os terminais de uma fonte são duas grandezas homogêneas, relacionadas através da equação 𝑉 = 𝜀 − 𝑟𝑖 onde ( r ) é a resistência interna da fonte. Quando a fonte é de boa qualidade, r é desprezível, e podemos considerar ε ≃ V . Em circuito aberto ( i = 0 ), V = ε. Usamos as seguintes convenções, baseadas na conservação da energia: 1º – Quando, ao percorrer a malha, atravessamos uma fonte no sentido da força eletromotriz ( do polo negativo para o polo positivo ) há uma elevação de potencial ( ε > 0 ). Em sentido contrário há uma diminuição de potencial (ε < 0 ). 2º – Quando, ao percorrer a malha, atravessamos um resistor no mesmo sentido da corrente há uma queda de potencial ( iR< 0 ). Em sentido contrário à corrente há uma elevação de potencial ( iR> 0 ). II - Parte Experimental II.1 Objetivos: • Aplicar as leis de Kirchhoff à resolução de circuitos em rede. • Determinar experimentalmente a f.e.m. de uma fonte. II.2 Materiais utilizados: Fontes de tensão, multímetro, resistores, cabos, pontas de prova, jacarés e placas de bornes. II.3 Procedimento: 1. Entre os resistores fornecidos selecione 4 de maior resistência. Anote os valores na Tabela (1) 2. Monte o circuito abaixo, considerando 𝜀𝐴 > 𝜀𝐵 , sendo 𝜀𝐵 a f.e.m. desconhecida. Figura 2: Circuito de duas malhas. Figura 3: Montagem do sistema na placa de bornes. 3. Ligue a fonte de tensão (εA ) e regule-a para 20 V. 4. Ligue a outra fonte (εB ), no máximo. Tabela 1: Sistema com duas malhas Resistência experimental (Ω) Corrente (mA) Tensão (V) Potência dissipada (W) R1 = 0,991 i1 = 7,96 V1 = 7,88 Pd1 = 62,73 R2 = 4,81 i2 = 2,56 V2 = 12,32 Pd 2 = 31,52 R3 = 1,78 i3 = 5,41 V3 = 9,65 Pd 3 = 52,1 R4 = 1,88 i4 = 5,40 V4 = 10,16 Pd 4 = 54,82 5. Com o amperímetro meça as correntes em cada ramo e anote na Tabela(1) 6. Com o voltímetro, na faixa mais adequada, faça também a leitura das quedas de tensão em cada resistor. Anote na Tabela (1) 7. Zere a fonte e desligue-a. III – Questões 1. Aplique o princípio das tensões ( lei das malhas ) à malha ABCDA e, usando os valores medidos, encontre o valor desconhecido ( εB ) para a fonte. + εB – i3*R1 – i3*R4 – i1*R1 + εA = 0 εB = 5,41mA*1,78kΩ + 5,41mA*1,88kΩ + 7,96mA*0,991kΩ – 20 εB = -7,68V 2. Usando as leis de Kirchhoff e os valores de εA e εB, encontre os valores das correntes em cada ramo. -i2*R2 – i1*R1+ εA = 0 -i2*R2 – (i2+i3)*R1 + εA = 0 -i2*4,81 – (i2+i3)*0,99 + 20 = 0 -i2*5,8 – 0,99i3 = -20 5,8i2 = 20 – 0,99i3 i2 = (20-0,99i3)/5,2 (1) -7,68 – i3*1,78 – i3*1,82 + (+3,45-0,17i3)*4,81 = 0 -7,68 – 3,66i3 + 16,59 – 0,8177i3 = 0 4,477i3 = 8,81 i3 = 1,99 substituindo em (1) : i2 = 3,45 – 0,17i3 i2 = 3,11 i1 = i2 + i3 i1 = 3,11 + 1,99 i1 = 5,10 3. Compare com os valores medidos e ache o desvio percentual. Erro i1 = [5,1 – 7,96]/7,96 * 100 Erro i1 = 36% Erro i2 = [3,11 – 2,56]/2,56 * 100 Erro i2 = 21,5% Erro i3 = [1,99 – 5,4]/5,4 * 100 Erro i3 = 63,1% 4. Usando os valores das correntes, item 2. Obtenha VB - VD, partindo de B e somando algebricamente as variações de potencial, até D. VB – VD = 1,99*1,78 + 1,99*1,88 + 5,10*0,99 VB – VD = 3,54 + 3,74 + 5,049 VB – VD = 12,329V 5. Compare com o valor obtido, através da tabela, e calcule o desvio percentual. Desvio percentual = [12,32 – 12,32]/12,32 * 100 Desvio percentual = 0,073% 6. Calcule a potência dissipada em cada resistor - Tabela(1) Pd = Ri2 Pd1 = 0,99*7,962 Pd1 = 62,73W Pd2 = 4,81*2,562 Pd2 = 31,52W Pd3 = 1,78*5,112 Pd3 = 52,1W Pd4 = 1,88*5,42 Pd4 = 54,82W
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