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AULA ENDÓCRINO - Tireoide

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Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
Prof. Maria Crespo
Tireóide
A tiróide (ou tireóide) é uma glândula em formato de borboleta localizada na
base do pescoço, à frente da traquéia. Ela produz dois hormônios chamados de
triiodotironina e tiroxina, mais conhecidos como T3 e T4, respectivamente.
Esses hormônios são os responsáveis pelo metabolismo do corpo, ou seja, o
modo como o organismo armazena e gasta energia.
A glândula pituitária ou hipófise, é um órgão que se localiza na base do cérebro
e controla o grau de funcionamento da tiróide através de um hormônio
chamado TSH (em inglês, Hormônio Estimulador da Tireóide). A presença do
TSH no sangue estimula o funcionamento da tireóide; A ausência de TSH a
inibe.
Tireóide
Quando existe pouco
hormônio tireoidiano
circulante, a hipófise detecta
essa queda e imediatamente
aumenta a secreção de TSH,
estimulando uma maior
produção de T3 e T4 pela
tireóide. Quando existe muito
hormônio circulante, ela
diminui a secreção de TSH,
desestimulando a tireóide a
produzir T3 e T4. Assim, o
organismo consegue manter
seu metabolismo sempre em
um nível ideal.
http://4.bp.blogspot.com/_pMxMXFn7L-4/SSb7EAVbRHI/AAAAAAAADs4/9r09-6C7efk/s1600-h/tiroide+hipofise.jpg
Hipertireoidismo
Esse distúrbio hipermetabólico caracteriza-se por quantidades excessivas
de hormônio tireoidiano na corrente sanguínea.
Etiologia
A doença de Graves é uma das causas mais comuns de hipertireoidismo. Ela é
uma doença auto-imune, o que significa que o sistema imunológico ataca as
próprias células e tecidos saudáveis do corpo. Na doença de Graves o sistema
imunológico fabrica um anticorpo que causa a produção exagerada de
hormônios da tireóide
Os nódulos na tireóide, também chamados de adenomas, são caroços
geralmente não-cancerosos. Em torno de 3 a 7% da população têm nódulos
na tireóide, entretanto estes podem ficar superativos e produzir muito
hormônio.
A glândula tireóide usa iodo para
produzir hormônios, então a
quantidade consumida desse
mineral influência a quantidade
produzida de hormônios. Em
algumas pessoas, consumir grandes
quantidades de iodo pode fazer com
que a tireóide fabrique hormônios
em excesso. Algumas vezes há
quantidades significativas de iodo
em medicamentos e suplementos.
“A sua incidência é mais elevada na
faixa etária compreendida entre 20
e50 anos, afetando
aproximadamente 2% das
mulheres e 0,2% dos homens.”
(Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia, 2006)
Hipotireoidismo
Condição que se origina de quantidades inadequadas do hormônio
tireoidiano na corrente sanguínea. Leva a uma redução geral de todos os
processos físicos e mentais.
Etiologia
Hipotireoidismo primário: (mais comum)
✓ Doenças auto-imune (tireoidite de Hashimoto);
✓ Uso de iodo radioativo;
✓ Destruição, supressão ou remoção de todo o tecido da tireóide ou parte dele através de
tireoidectomia;
✓ Deficiência dietética de iodo;
✓ Tireoidite subaguda;
✓ Terapia com lítio;
✓ Tratamento excessivo com agentes antitireoidianos.
Hipotireoidismosecundário:
✓Causado pela secreção inadequada de TSH em consequência de doença na Hipófise (ex:
tumor, necrose..)
Exame Físico
Há três manobras para palpação da tireóide:
2ª- Abordagem Posterior
1ª- Abordagem Anterior
Dsiponível em: 
http://comunidadevip.maiscomunidade.com/conteudo/2009-08-
15/vivamelhor/959/DISFUN%C3%83%E2%80%A1%C3%83%E2%80
%A2ES-NA-TIREOIDE.pnhtml. Acesso em: 23 Jun 2011
Disponível em: http://www.corposaun.com/page/126/. Acesso em 23 Jun 
2011
3ª- O paciente e o examinador ficam
na mesma posição da segunda
manobra, com uma das mãos, o
examinador palpa toda a tireóide.
Exame Físico
Disponível em: Maciel LMZ. O exame físico da tireóide. 
Medicina (Ribeirão Preto) 2007; 40 (1): 72-77. Acesso 
em: 23 Jun 2011
A tireóide normal e palpável é lisa, elástica, móvel, indolor, com
temperatura normal da pele e ausência de frêmito, porém o exame físico
da tireóide não permite caracterizar o hiperfuncionamento da glândula.
A ausculta da tireóide é feita quando esta está aumentada.
Durante a realização das três manobras, deve-se observar:
✓Volume
✓Consistência
✓Mobilidade
✓Superfície
✓Temperatura da pele
✓Presença de frêmito e sopro
✓Sensibilidade
Auto Exame
Material necessário: um copo com água e um espelho.
1. Segure o espelho e procure no seu pescoço a região logo abaixo do
Pomo de Adão. Sua tireóide está localizada ali.
2. Estenda a cabeça para trás para que esta região fique mais exposta.
Focalize-a pelo espelho.
3. Beba um gole de água e engula.
4. Com o ato de engolir, a tiróide sobe e desce. Observe se há alguma
protrusão ou nódulos na sua tiróide.
5. Ao notar protrusões, procure atendimento.
Manifestações Clínicas
Em sua forma mais suave, não apresenta sintomas facilmente diagnosticáveis
ou apenas distúrbios como fraqueza ou sensação de desconforto. Entretanto,
em seu aspecto mais grave, a doença pode até matar. Há risco da disfunção
afetar a gravidez ou a fertilidade feminina, entre outros males.
Em geral, nos pacientes idosos com sinais e sintomas mais inespecíficos,
torna o distúrbio mais difícil de ser detectado.
Os sintomas como taquicardia, fadiga, confusão mental, perda de peso,
alteração no hábitos intestinais e depressão podem ser atribuídas á idade e
outras doenças comuns para as pessoas idosas.
HIPERTIREOIDISMO
Manifestações Clínicas
Ocorre um aumento no volume da tireóide durante o hipertireoidismo, o que
também pode ser associado a outros sintomas, como:
✓Taquicardia;
✓Irregularidade no ritmo cardíaco, principalmente em pacientes com mais
de 60 anos;
✓Nervosismo, ansiedade e irritação;
✓Mãos trêmulas;
✓Aumento da sudorese;
✓Queda de cabelo;
✓Rápido crescimento das unhas, com tendência à descamação das mesmas;
✓Fraqueza nos músculos;
✓Incontinência;
✓Perda ponderal;
✓Alterações no período menstrual;
✓Aumento da probabilidade de aborto;
✓Protusão dos olhos, com ou sem visão dupla;
✓Perda de cálcio dos ossos.
Manifestações Clínicas
Entre as causas para o hipertireoidismo estão:
✓Doença de Graves;
✓Bócio;
✓Existência de um nódulo tóxico (que produz mais hormônio tireoideano que
o necessário);
✓Tireoidite subaguda, silenciosa ou pós-parto;
✓Ingestão excessiva de iodo (presente em comprimidos de alga,
expectorantes ou em amiodarona, usada em remédios para arritmia
cardíaca);
✓Superdosagem de hormônio tireoideano;
✓Proptose.
Disponível em: 
http://jmarcosrs.wordpress.com/2011/06/18/doenc
as-da-tiroide/. Acesso em 23 jun 2011
Diponível em: 
http://www.universovisual.com.br/publ
isher/preview.php?edicao=0306&id_ma
t=1011. Acesso em 23 Jun 2011
HIPOTIREOIDISMO
Manifestações Clínicas
Assim como no hipertireoidismo, o hipotireoidismo também causa um
aumento de volume da tireóide.
Contudo, esse aumento não é acompanhado de mais produção dos
hormônios tireoidianos, mas sim pela queda na produção dos hormônios T3
(triiodotironina) e T4 (tiroxina).
O hipotireoidismo é mais comum em mulheres, mas pode ocorrer em
qualquer indivíduo, independente de gênero ou idade.
É necessário fazer o auto exame da tireóide regulamente, em especial
mulheres acima de 40 anos, como é recomendado pelos endocrinologistas.
Manifestações Clínicas
Entre os sintomas do hipotireoidismo estão:
✓Depressão;
✓Bradicardia;
✓Constipação;
✓Menstruação irregular;
✓Falha da memória;
✓Cansaço excessivo;
✓Dores musculares;
✓Sonolência excessiva;
✓Pele seca;
✓Queda de cabelo;
✓Ganho de peso;
✓Aumento do colesterol no sangue.
Manifestações Clínicas
Nos idosos os sintomas sutis do hipotireoidismo, como fadiga, dores
musculares, e confusão mental, podem ser atribuídos ao processo normal
do envelhecimento.
Os sinais e sintomas são frequentemente atípicos nas pessoas idosas, o
paciente idoso pode ter poucos sintomas ou apresentar-se assintomático até
que a disfunção seja grave.
Depressão, apatia e mobilidade ou atividade diminuída podem ser os
principais sintomas iniciais. Podendo se acompanhado de perda de peso
significativa.
Na maioriadas vezes, o hipotireoidismo é causado por uma inflamação
denominada Tireoidite de Hashimoto, uma disfunção auto-imune.
O hipotireoidismo também afeta recém-nascidos. Nesses casos, o problema
é diagnosticado pelo conhecido "teste do pezinho" e o tratamento deve ser
iniciado imediatamente.
Quando o tratamento não é adequado, o paciente pode ter as seguintes
complicações:
✓Anemia;
✓Coronariopatia;
✓Desordens gastrointestinais, neurológicas, endócrinas, metabólicas e renais;
✓Disfunções respiratórias;
✓Dislipidemia;
✓Glaucoma;
✓Hipertensão arterial;
✓Insuficiência cardíaca.
Em recém-nascidos:
✓Retardo mental;
✓Surdez;
✓Deficiência de crescimento.
Complicações
Tratamento
O hipertireoidismo corresponde a 5% dos casos de dor torácica de origem
cardíaca, o hormônio tireoidiano pode influenciar diretamente nos fatores
que determinam o consumo de oxigênio pelo miocárdio, resultando em
angina e infarto agudo do miocárdio. (CASINI et al, 2006)
O tratamento do Hipertireoidismo é no sentido de reduzir a hiperatividade
tireóidea para aliviar os sintomas e remover a causa de complicações
importantes. O tratamento vai de acordo com a causa do hipertireoidismo.
HIPERTIREOIDISMO
Tratamento
Existem três formas de farmacoterapia disponíveis:
✓Uso de irradiação por administração de iodo (I¹³¹);
✓Medicamentos antitireoideos (DAT) que interferem com a síntese de
hormônios tireóideos;
✓Remoção cirúrgica que é uma terapia não farmacológica.
Sendo que nenhuma delas é considerada ideal, pois não atua diretamente
na etiopatogênese da disfunção.
A escolha do tratamento é influenciada por fatores como:
✓Idade do paciente;
✓Volume glandular;
✓Intensidade do hipertireoidismo;
✓Preferência do paciente;
✓Recursos disponíveis.
Tratamento
Terapia com Iodo Radioativo
Foto. Dsiponível em: http://comunidadevip.maiscomunidade.com/conteudo/2009-
0815/vivamelhor/959/DISFUN%C3%83%E2%80%A1%C3%83%E2%80%A2ES-NA-TIREOIDE.pnhtml. Acesso em: 23 Jun 2011
O iodo além de bloquear a liberação dos hormônios
tireoideanos, reduz a vascularização da glândula. A taxa
de mortalidade com a cirurgia é de 0,08% e leva a cura
em torno de 80% dos pacientes
(SANDRINI et al, 2001).
Cerca de 70 a 85% dos pacientes são curados por uma dose de iodo
radioativo. 10 a 20% requer duas doses, raramente há necessidade de
terceira dose.
Após administração do iodo, o paciente deve ser monitorado rigorosamente,
pois a incidência de hipotireoidismo após o tratamento é alta.
Em 3 a 4 semanas os sintomas de hipertireoidismo são diminuídos, por isso
faz-se necessária a reposição com hormônio tireóideo (pequenas doses), para
a estabilização dos níveis de T4 e TSH.
Tratamento
A associação de drogas antitireoidianas e Iodo tem sido utilizada por cerca de
20-40% dos tireoidologistas, para a redução da quantidade de hormônios
armazenados na tireóide, evitando a exacerbação do hipertireoidismo ou a
“tempestade tireoidiana”, isto leva a uma taxa de mortalidade de 10% nos
paciente idosos.
Pacientes tratados somente com a Terapia com Iodo, apresentam redução
dos níveis séricos de hormônios tireoidianos, portanto esses valores
permanecem significativamente mais elevados durante todo o período de
acompanhamento, quando comparados a paciente tratados previamente com
medicações antitireoidianas.
Por isso, o tratamento isolado com Iodo, pode levar a uma série de
complicações, especialmente em idosos e cardiopatas.
(ANDRADE et al, 2001)
Tratamento
Medicamentos Antitireóideos
Seus objetivos são inibir a síntese de hormônio tireóideo na liberação
hormonal e reduzir a quantidade de tecido tireóideo, com a diminuição da
produção do hormônio.
As drogas mais utilizadas são o propitiltiouracil (Propacil, PTU) ou metimazol
(Tapazole), que pertencem a classe das tionamidas.
Disponível em: 
http://www.petsupplies99.com/t
apazole/. Acesso em 23 Jun 
2011
A terapia é determinada com base nas
alterações de:
✓Pulso;
✓Peso corporal;
✓Tamanho do bócio;
✓Resultados de exames laboratoriais.
Tratamento
A grande desvantagem do uso dessas medicações se deve as possibilidades
de efeitos colaterais em até 7% dos pacientes, como hepatite tóxica e
agranulocitose, acometendo pacientes com mais de 40 anos e a grande taxa
de abandono reduz a efetividade do tratamento. Se houver qualquer sinal de
infecção recomenda-se parar o tratamento imediatamente. (VALENTE, 2009)
Há uma associação de hormônios tireóideos com medicações
antitireoidianas, a fim de estabelecer um repouso na tireóide, desta forma
evita-se o hipertireoidismo por excesso de medicamento.
Pacientes idosos devem ser constantemente monitorados devido o risco de
desenvolver granulocitopenia (diminuição do numero de leucócitos
granulares).
Tratamento
Terapia Adjuvante
Compostos como iodeto de potássio (KI), solução de Lugol e solução
saturada de iodeto de potássio (SSKI) podem ser usadas para preparar o
paciente com hipertireoidismo para a cirurgia, reduzindo a atividade do
hormônio tireóideo e a vascularização da tireóide.
Tratamento Cirúrgico
O tratamento cirúrgico tem indicações limitadas, sendo que quase
considerado um tratamento de exceção, embora sendo associado a maior
probabilidade de eutireoidismo a longo prazo, apresentando o risco de
complicações cirúrgicas. Sendo empregada em pacientes com condições
especiais como: mulheres grávidas alérgicas as medicações, pacientes com
grandes bócios ou pacientes incapazes de tomar agentes antitireóideos.
Tratamento
HIPOTIREOIDISMO
Para tratar o hipotireoidismo é escolhida a levotiroxina sintética por via oral,
esta vai também suprimir os bócios atóxicos.
Deve ser feita preferencialmente em jejum, pois sua administração
juntamente com a alimentação pode reduzir em até 40% sua absorção.
Devido a sua longa meia vida de sete dias, a administração única e diária
resulta em concentrações constantes e estáveis de T3 e T4.
(VALENTE e VALENTE, 2009)
A dose deve ser realizada em cerca de 1,6 mg/kg de peso, geralmente
sendo utilizada uma dose mais elevada em pacientes com câncer de tireóide
e com hipotireoidismo central (diminuição da produção de TSH pela hipófise
ou do TRH pelo hipotálamo).
Tratamento
Existem várias apresentações da levotiroxina no Brasil de 25mg a 200mg.
Em pacientes idosos deve-se iniciar o tratamento com doses menores, sendo
aumentadas gradualmente para evitar efeitos cardiovasculares e
neurológicos. Nestes pacientes a insuficiência cardíaca e as taquiarritimias
podem se agravar e a demência pode se tornar mais evidente.
Quando a terapia de reposição é adequada os sintomas de mixedema (há
acúmulo de água, sais e proteínas especiais produzidas no hipotireoidismo)
desaparecem e a atividade metabólica normal é reestabelecida, exceto em
casos de hipotireoidismo congênito.
Disponível em: 
http://www.shoppingvakinha.com.br/Categoria.aspx
?id=1037&p=45. Acesso em 23 Jun 2011
Disponível em: 
http://www.saisdaterra.com.br/farmacia/p
uran_t4_100mcg_30_comprimidos.html. 
Acesso em 23 Jun 2011
Disponível em: 
http://bregantiniblog.blogspot.com/2010/
11/puran-t4-ou-synthroid-ou-
euthirox.html. Acesso em 23 Jun 2011
Tratamento
Qualquer paciente que teve hipotireoidismo por um longo tempo possui
níveis séricos elevados de colesterol, aterosclerose e cardiopatia coronariana.
O hormônio tireóideo aumenta o consumo de O2 pelo miocárdio, o que se
associa a um risco de induzir arritmias cardíacas, angina pectoris e infarto
agudo do miocárdio em pacientes idosos.
Os pacientes acima de 50 e 60 anos devem ser tratados inicialmente com a
dose inicial de 50mg de levotiroxina ao dia.
Coronariopatas devem iniciar com 12,5 mg a 25mg ao dia.
(VALENTE e VALENTE, 2009)
Tratamento
Os hormônios tireóideos podem aumentar o nível glicêmico, exigindo um
ajuste na dosagem de insulina ou de hipoglicemiantes orais em pacientes
diabéticos.
Os efeitos do hormônio tireóideo podem ser aumentados pelo uso de
fenitoína (anticonvulsivante) e por agentes antidepressivos tricíclicos.
Os hormônios tireóideospodem aumentar os efeitos farmacológicos dos
glicosídeos digitálicos e agente anticoagulantes.
A perda óssea e a osteoporose também podem ocorrer com a terapia
tireóidea.
Agentes hipnóticos e sedativos podem induzir profunda sonolência, depressão
respiratória e hipoventilação alveolar quando administrados juntamente com
os hormônios tireóideos.
(BRUNNER e SUDARTH, 2012)
Prevenção
Importante modo de prevenção é a realização de exames, determinação dos
níveis séricos de tiroxina, e vários métodos custo-efetivos estão disponíveis
no mercado.
É importante também lembrar que uma alimentação natural adequada pode
tanto potencializar os efeitos do tratamento como ajudar a prevenir esses
distúrbios.
✓Alimentos ricos em selênio
O selênio compõe as desiodinases I e II (selenoproteínas responsáveis pela
conversão do hormônio T4 em T3). Estudos mostram que o tratamento de
casos de tireoidite de Hashimoto tem uma redução significativa dos
processos inflamatórios na presença do selênio.
O alimento mais rico em selênio é a castanha do pará (ou castanha-do-
brasil);
Prevenção
✓Zinco
A deficiência de zinco pode reduzir os níveis de T3 e T4. Ele está presente na
semente de abóbora, no gérmen de trigo, nos grãos integrais (arroz integral,
feijão, lentilha, grãos de bico, aveia), no levedo de cerveja;
✓Alimentos orgânicos
Quanto mais orgânicos na alimentação, menor o risco de distúrbios da
tireóide;
✓Evite contato com plásticos
O plástico contém organoclorados. Estes tendem a se acumular no
organismo causando prejuízos como lesões na tireóide e redução na ação
dos hormônios T3 e T4.
Cuidados de Enfermagem
HIPERTIREOIDISMO
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM:
Risco para débito cardíaco diminuído
Os fatores de risco podem incluir:
Hipertireoidismo descontrolado, aumento da sobrecarga cardíaca,
mudanças no retorno venoso e na resistência vascular sistêmica.
Possivelmente evidenciado por:
[não aplicável; presença de sinais e sintomas estabelece o diagnóstico
real].
(DOENGES, MOORHOUSE e GEISSLER, 2003)
Cuidados de Enfermagem
NIC
✓Monitorar os sinais vitais com frequência;
✓Monitorar o estado cardio vascular;
✓Monitorar os valores dos exames laboratoriais adequados (p. ex.,
enzimas cardíacas, nível de eletrólitos.
NOC
Paciente irá manter débito cardíaco adequado para as necessidades
teciduais, conforme evidenciado pelos sinais vitais estáveis , pulso
periféricos palpáveis, bom enchimento capilar, estado mental usual e
ausência de disritmias.
Cuidados de Enfermagem
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM:
Risco para Processos Alterados do Pensamento
Os fatores de risco podem incluir:
Mudanças fisiológicas: estimulação do SNC aumentada/atividade mental
acelerada;
Padrões de sono alterados.
Possivelmente evidenciado por:
[não aplicável; presença de sinais e sintomas estabelece o diagnóstico
real].
(DOENGES, MOORHOUSE e GEISSLER, 2003)
Cuidados de Enfermagem
NIC
✓Avaliar nível de ansiedade.
✓Observar as mudanças de comportamento.
✓Avaliar os processos de pensamento, memória, atenção espacial,
orientação quanto a pessoa/lugar/tempo.
NOC
Manter a orientação da realidade usual.
Reconhecer mudanças no pensamento/comportamento e fatores
causadores.
Prioridades de Enfermagem
✓Reduzir as demandas metabólicas e o apoio à função cardiovascular;
✓Fornecer apoio psicológico;
✓Evitar complicações;
✓Fornecer informação sobre processo da doença/prognóstico e
necessidades de terapia.
Cuidados de Enfermagem
HIPOTIREOIDISMO
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Constipação relacionada à redução da motilidade intestinal caracterizada
por hipofunção da glândula tireóide.
NIC
✓Recomendar alimentos ricos em fibras;
✓Incentivar o aumento de ingestão de líquidos;
✓Recomendar que o paciente monitorize a função intestinal anotando a
frequência e consistência das fezes.
NOC
O paciente deverá recuperar a sua função intestinal normal.
(NETTINA, 2007)
Cuidados de Enfermagem
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM:
Intolerância à atividades relacionada à taxa metabólica reduzida
NIC
✓Ensinar o paciente a intercalar as atividades para promover o repouso e
o exercício, de acordo com sua tolerância.
✓Aumentar gradativamente o nível de atividades, de acordo com a
tolerância.
NOC
Tolerância ao esforço e maior participação nas atividades.
(NETTINA, 2007)
Cuidados de Enfermagem
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM:
Déficit e conhecimento relacionado às necessidades de cuidados pessoais
para a terapia de reposição de hormônio tireoidiano.
NIC
✓Descrever os efeitos do hormônio tireoidiano sobre o paciente;
✓Descrever os sinais e sintomas da dose insuficiente e da superdosagem
da medicação.
NOC
O paciente demonstrará conhecimento apropriado para os cuidados 
pessoais na terapia de reposição de hormônio tireoidiano.
(NETTINA, 2007)
Cuidados de Enfermagem
Deve-se ajudar o cliente nos cuidados de higiene e o estimular a se exercitar
dentro dos seus níveis de tolerância.
Deve-se monitorar sempre os sinais vitais para averiguar deteriorização do
estado físico e mental, adesão ao tratamento e complicações do mixedema.
Deve-se promover o conforto físico, pois o paciente apresenta calafrios e
intolerância extrema ao frio.
Deve-se fornecer apoio emocional, quando o paciente não tem apoio da
família, esta deve ser aconselhada a respeito da doença.
Deve-se promover o cuidado domiciliar e comunitário, instruindo o paciente e
a família a respeito do tratamento, horários das medicações e efeitos
colaterais.
No paciente idoso deve-se monitorar periodicamente os níveis séricos de
TSH, por causa da má adesão a terapia e tomada inadequada dos
medicamentos.
(BRUNNER e SUDDARTH, 2005)
Referências Bibliográficas
MD. Saúde. Diponível em: http://www.mdsaude.com/2009/02/doencas-sintomas-tireoide.html. Acesso em: 22
Jun 2011
NETTINA, Sandra M. Manual de Prática de Enfermagem. 3 ed. Guanabara Koogan, 2007
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CANADAS, Viviane et al. Avaliação da radioiodoterapia com doses fixas de 10 e 15 mCi em pacientes com doença
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ANDRADE, Vânia A.; GROSS, Jorge L. e MAIA, Ana Luiza. Tratamento do hipertireoidismo da Doença de
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CASINI, Alessandra Ferri et al. Angina pectoris em paciente com hipertireoidismo e coronárias angiograficamente
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PORTO, Celmo Celeno. Exame Clínico: bases para a prática médica. 6ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
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Tireóide. Disponível em: http://www.tireoide.org.br. Acesso em 23 Jun 2011
BRUNNER e SUDDARTH, Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica 10ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara, 2005.
DOENGES, Marillyn E, MOORHOUSE, Mary Frances, GEISSLER, Alice C. Planos de Cuidado de Enfermagem. 5 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2003

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