Buscar

Apostila Neuro Modificada 18 06 2020

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

I - INTRODUÇÃO
O Sistema Nervoso faz a adaptação do indivíduo com o meio-ambiente e também, controla o organismo internamente ( homeostase), juntamente com o Sistema Endócrino.
Tudo é uma questão de sobrevivência. Herdamos isto evolutivamente. Temos que nos adaptar ao meio – ambiente, através das nossas reações comportamentais, instintivas ou elaboradas.
O nosso corpo pode ser comparado a um tubo, onde tem uma superfície externa ( órgãos dos sentidos e a pele, que fazem relação com o meio – ambiente ), uma porção intermediária ( ossos, articulações, músculos, cartilagens, gordura ) , e uma superfície interna, que “forra” o organismo internamente ( mucosa ). 
A informação captada do meio – ambiente é feita através de receptores chamados externos ou exteroceptores, como por exemplo, os órgãos dos sentidos : visão, audição, gustação, olfação e, principalmente, o tato.
A informação captada dos ossos, cartilagens, articulações, músculos são captadas por receptores chamados de proprioceptores.
Os interoceptores ou visceroceptores captam os estímulos internos ou viscerais e estão situados nas paredes viscerais.
A adaptação ao meio – interno, para coordenação e harmonia corporal, tem um grande auxiliar, o sistema endócrino. Estas adaptações “ fogem ” da vontade consciente do indivíduo. É, portanto, dita involuntária. Esta adaptação é “ feita ” através dos músculos liso e cardíaco e glândulas, e os neurotransmissores, na sinapse com o efetor, são a acetil-colina e a adrenalina.
A adaptação ao meio – externo, para manutenção da espécie ( sobrevivência ), tem um grande auxiliar, os órgãos dos sentidos. Aqui, as adaptações podem ser alteradas, até certo nível, de acordo com a vontade do indivíduo. É dita consciente, voluntária. A adaptação é “ feita ” através da musculatura esquelética, e o neurotransmissor é a acetil-colina.
O Sistema Nervoso é formado, basicamente, por tecido nervoso e, como todo tecido do organismo “ trabalha ” com potencial eletroquímico, onde o meio extra – celular é positivo e o meio intra – celular é negativo ( - 70 mV ), numa célula em repouso. Esta diferença é chamada Potencial de Membrana . A célula nervosa quando está bem estável ( Polarizada ) não transmite impulsos; quando ocorre troca de cargas através da membrana ( Despolarização ) então começa a transmitir impulsos. Logo em seguida, a membrana começa a refazer suas cargas ( Repolarização ) e, nesta fase, geralmente não ocorre nova transmissão de impulsos, a não ser que um novo impulso tenha uma intensidade bem maior que o primeiro ( Fig. 12.0 ).
Na fase que a célula sai de polarizada para despolarizada, ou seja, transmitir impulsos, temos a fase de Potencial de Ação Propagação do Estímulo. Quando a célula começa a refazer suas cargas originais na membrana, temos a fase Refratária, onde geralmente a célula não conduz novo impulso até que toda a membrana fique novamente estável; o que acontece em frações centesimais de segundo. 
Podemos observar que o Sistema Nervoso trabalha de maneira muito peculiar. Só “trabalha” quando está despolarizado. Poderíamos considerar como a “ desarmonia mais perfeita que já observamos ”.
Aparentemente, o Sistema Nervoso tem funcionamento simples: Entrada de Informações, Centros Nervosos e Reação ou Resposta Adaptativa.
Entrada de Informações - quando pensamos que um estímulo é captado por células específicas (receptores) que o transmite para fibras nervosas ( fibras sensitivas ou aferentes ) que o levam para os centros nervosos.
Centros Nervosos - nestes centros nervosos ( S.N.C. ) existem áreas ( áreas associativas )que recebem o estímulo, decodificam, interpretam e organizam respostas adequadas.
Reação ou Resposta Adaptativa – das áreas associativas saem fibras para as áreas de resposta, que originam feixes de fibras que, depois de um curto trajeto interno no SNC, origina nervos que vão atuar na região estimulada ( fibras motoras ou eferentes ), geralmente para músculos ou glândulas da região ( efetores ), desencadeando a reação comportamental de resposta, para adaptação do organismo. 
Com isso, é como se “fechasse” um círculo, chamado de circuito reflexo ou simplesmente arco reflexo, que é o substrato morfo-funcional do Sistema Nervoso, pois sua organização permite que de cada estímulo emane respostas adaptativas para cada situação – reação estereotipada do organismo a estímulo sensorial : estímulo – receptor – aferência – associação – eferência – efetor. 
Os reflexos podem ser monossinápticos ( simples ) e polissinápticos, complexos. Isto será melhor desenvolvido no estudo da Disciplina de Fisiologia.
DEFINIÇÃO : 
De acordo com ERHART ( 1986 ) podemos afirmar que é o sistema que coordena todas as atividades do organismo; integra sensações e idéias; conjuga fenômenos da consciência e adapta o organismo às condições do meio-ambiente. 
Devemos ressaltar que o Sistema Nervoso é único, indivisível, mas, para efeito de estudo, convencionou-se subdividi-lo para melhor compreensão do todo.
NOÇÕES SOBRE EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO
Na Disciplina Embriologia você estudará, com mais detalhes, a formação do Sistema Nervoso. Estudaremos, suscintamente, sobre a neurogênese para melhor encadeamento do capítulo; entretanto, queremos já salientar que 2 estruturas são muito importantes, o mesoderma e, principalmente a notocorda, pois na falta destes ocorre graves alterações na formação do embrião e, em particular, do Sistema Nervoso.
O Sistema Nervoso deriva do ectoderma e se forma desde a 3ª semana até o final do 2º mês, passando por várias etapas até chegar numa fase intermediária importante chamada de tubo neural.
Na parte médio-dorsal do ectoderma começa a ocorrer um espessamento chamada de Placa Neural. Em seguida, com o crescimento da placa, no sentido crânio-caudal, começa a apresentar uma depressão que chamamos de Sulco Neural. Com o aprofundamento do sulco passamos a chamar de Canal ou Goteira Neural. Com o aprofundamento do canal neural, as bordas se fusionam do centro para as extremidades e forma o Tubo Neural . As últimas partes do tubo a se fecharem são as extremidades, chamadas Neuróporos Cranial e Caudal. O cranial fecha em torno do embrião de 20 somitos e o caudal, aos 25 somitos. O tubo neural vai formar o S.N.C., ou seja, a parte do Sistema Nervoso que ficará situado na cavidade do crânio (encéfalo) e da coluna vertebral (medula espinhal) - (Fig. 12.1).
À medida que o tubo neural vai “fechando”, se separa do ectoderma e, o excesso das células deste fechamento, se dispõem em 2 cordões látero-dorsais chamados Cristais Neurais, que, de início, são contínuas em cada lado do tubo neural e, logo após, fragmentam-se e vão formar “gânglios” (aglomerados de neurônios fora do SNC) na raiz dorsal dos nervos espinhais, do S. N. A., medula da glândula supra-renal, células “C” da glândula tireóide, entre outros (Fig. 12.1).
A parede do tubo neural é constituída por células ectodérmicas em diferenciação, que vão originar os pré-neuroblastos, os pré-espongioblastos. Já a partir da 4ª semana constituem mais ou menos:3 camadas: interna ou ependimária; média ou manto e, a externa ou marginal.
A camada interna ou ependimária, de origem espongioblástica, persiste no adulto como epêndima, que reveste o canal medular e as cavidades do encéfalo.
A camada média ou do manto, de origem neuroblástica, primórdio da substância cinzenta, onde os neuroblastos diferenciam-se em neurônios.
A camada externa ou marginal, primórdio da substância branca.
Os espongioblastos se diferenciam em astrócitos e oligodendrócitos e se distribuem pelas camadas do manto e marginal.
Durante as fases iniciais de diferenciação do tubo neural, na sua superfície interna surge um sulco longitudinal – sulco limitante, em virtude do desenvolvimento desigual da sua parede, dividindo-a em porção ventral (lâmina ventral, antes chamada de basal) e, outra dorsal, outrora alar.
As lâminas ventrais (direita e esquerda) da camada do manto, originam neurônios que formam as colunas e núcleosmotores somáticos, viscerais e de associação da medula e tronco encefálico.
As lâminas dorsais (direita e esquerda) da camada do manto, originam neurônios que formam as colunas e núcleos sensitivos somáticos e viscerais da medula e tronco encefálico.
As lâminas ventrais e dorsais da camada marginal, gradualmente diferenciam-se em substância branca, à medida que ocorre mielinização das fibras ascendentes, descendentes e de associação.
O contato entre as lâminas ventrais direita e esquerda (camada do manto) é chamado de lâmina do soalho e, o contato entre as lâminas dorsais é chamado de lâmina do tecto. Estas lâminas (soalho e tecto) são formadas, essencialmente, às custas da diferenciação da primitiva camada ependimária.
A partir da fase de tubo neural começa a ocorrer transformações. A parte ou metade superior do tubo neural sofre uma série de dilatações que, no ser humano não são bem características como nos animais inferiores. São fases muito rápidas com grande multiplicação celular, tornando a “vesícula” como uma “dilatação mais sólida, maciça”.
Como comentávamos, a parte superior do tubo neural sofre 3 dilatações, cérebro anterior (Pró-encéfalo), cérebro médio (Meso-encéfalo) e, cérebro-posterior (Rombo-encéfalo); em seguida, passa para uma fase de 5 dilatações: o Pró-encéfalo subdivide-se em Telencéfalo e Diencéfalo; o Meso-encéfalo não se subdivide e, o Rombo-encéfalo se subdivide em Metencéfalo e Mielencéfalo (Figs. 12.2, 12.3)).
A parte ou metade inferior do tubo neural continua com a forma primitiva, ou seja, tubular, cilíndrica, apenas aumentando em espessura; portanto, não sofre transformações.
Com o subsequente desenvolvimento do embrião, grupos celulares proliferam, diferenciam-se e migram de modo variável, resultando em espessamentos, prolongamentos e 3 flexuras (mesencefálica, cervical e pontina).
À medida que o tubo neural vai se fechando e se separa do ectoderma, o excesso de células das bordas deste fechamento se dispõem em 2 cordões contínuos ao longo do tubo neural. São as Cristas Neurais que, como já citado, de início são contínuas em cada lado do tubo neural e, logo após, fragmentam-se e vão formar “gânglios” (aglomerados de neurônios fora do SNC) na raiz dorsal dos nervos espinhais, do S. N. A., medula da glândula supra-renal, células “C” da glândula tireóide, entre outros (Fig. 12.1).
NOÇÕES SOBRE HISTOGÊNESE
No fechamento do tubo neural, inicialmente, é formado por uma camada de células (neuro-epiteliais). Cada célula neuro-epitelial divide-se em: uma célula neuro-epitelial e outra, célula diferenciada, ou neuroblasto ou glioblasto (células que formam o tecido nervoso, consequentemente, o sistema nervoso). Após isso, cada célula neuro-epitelial passa a reproduzir só para ela mesmo, amadurece e passa a ser chamada de célula ependimária. As células neuroblastos vão formar a linhagem de neurônios; as glioblastos vão formar as células auxiliares da glia (Fig. 12.4).
Os neuroblastos se transformarão em Neurônios, que são considerados as Unidades Morfo-Funcionais do Sistema Nervoso, pois conduzem e armazenam informações. A célula neurônio está dividida em corpo celular (núcleo e citoplasma com as principais organelas) e prolongamentos, que podem ser classificados em dendritos (pequenos e ramificados, que recebem informações, geralmente), e Axônio ou Fibra (geralmente único, pouquíssimo ou não ramificado e que geralmente transmite impulsos). Como se vê, o princípio básico, clássico, no neurônio é que este recebe informações pelos dendritos e transmite pelo axônio; embora se saiba que existe conexões ( sinapses ) outras, como dendro-dendríticas, axo-axônicas, axo-somáticas, soma-somáticas. Estas situações sobre sinapses serão melhor estudadas nas Disciplinas de Histologia e Fisiologia.
Existe uma especialização nos neurônios quanto ao tipo de função, como também existem classificações morfológicas. 
O quadro abaixo resume os aspectos morfo-funcionais do neurônio.
					fusiforme
			quanto a forma	granular
					piramidal
					gigante
			quanto ao tamanho	grande	
					médio
					pequeno
Células da	 Neuroblastos			apolar
Parede do					unipolar
Tubo Neural			quanto ao número de pseudounipolar		 (Neuroepiteliais)		prolongamentos	bipolar								multipolar						
					sensitivo ou aferente
			quanto a função	associativo
					motor ou eferente
					Oligodendrócitos
							
						fibroso
			S N C		Astrócitos	protoplasmático						 misto
					
 Gioblastos			Microglia 	discute-se se não 
tem origem mesodérmica
Ependimárias
 			
								
 	S N P 	Schwann 
Os neurônios se localizam mais densamente no S.N.C. formando o que chamamos de colunas, núcleos e córtex, substância cinzenta de uma maneira geral. Porém, existem grupos de neurônios “espalhados” pelo organismo, formando aglomerados chamados de gânglios, ligados às vias nervosas e com o organismo.
CLASSIFICAÇÕES
O Sistema Nervoso pode ser estudado na forma sadia e na doença. Na forma “doente” abre-se um “leque” muito grande de classificações, que ficam melhor a cargo da disciplina de patologia e para as especialidades de neurologia e neuro-cirurgia. Como o objetivo da morfologia ( anatomia ) é o conhecimento básico do sadio vamos nos a ter desde a sua formação (embriologia), já formado (anatomia), seu funcionamento (fisiologia), e na sua evolução ( metamérica ). Desta maneira surgiram classificações, que podem se completar. Em esquema temos:
		
		Ectoderma Telencéfalo 
			 Prosencéfalo 
	 Placa Neural Diencéfalo 
	 
 Sulco Neura Encéfalo	
			 Primitivo Mesencéfalo		 	 
		Goteira Neural			
CLASSIFICAÇÃO	 				 
EMBRIOLÓGICA	Tubo Neural			 Metencéfalo	
 Rombencéfalo 
 Mielencéfalo
			 		 
		 	 Medula Primitiva
						 
				Cérebro
			Encéfalo	Cerebelo	 Mesencéfalo					 Tronco Cerebral Ponte
		S N C			 Bulbo
			Medula	
			Espinhal
				 Iº e IIº - Cerebrais
CLASSIFICAÇÃO		 Cranianos 
 ANATÔMICA		 	 IIIº ao XIIº - Tronco Cerebral	
		 Nervos 	 
			 Espinhais: 33 pares, sendo: C (8 ), T (12 ), L ( 5 ), S ( 5 ), Co ( 3) 			 
		S N P			
 	Gânglios
			
 	Terminações Nervosas 
			
	
S N C – tecido nervoso protegido por osso, também chamado de neuro-eixo ( Figs. 12 . 5, 12 . 6 );
S N P – tecido nervoso fora do neuro-eixo, porém em contato. Liga o S. N. ao corpo nos dois sentidos;
NERVOS – feixe de fibras (mielinizadas ou não) que faz conexão da parte central com o corpo e vice-versa;
GÂNGLIOS – grupo de neurônios fora do SNC. Atuam como estações avançadas, principalmente para a parte visceral;
TERMINAÇÕES NERVOSAS – parte final dos axônios dos nervos que vão fazer contacto com outras células. Por exemplo, com as fibras musculares.
				Aferência
S N S	Associação
				Aferência
CLASSIFICAÇÃO
FISIOLÓGICA							
			 
 	 	 Aferência
			S N V Associação	 
 Eferência Simpática - geralmente estimulaParassimpática - geralmente deprime
S N S - parte do neuro-eixo que controla os comportamentos da “carcaça” do corpo (pele, músculos, ossos, articulações), de modo que, de maneira consciente, voluntária, o indivíduo pode alterar um comportamento. Relaciona o indivíduo com o meio-ambiente.
S N V – parte do neuro-eixo que controla o comportamento das vísceras, de modo inconsciente, involuntário. O indivíduo, mesmo querendo, não pode alterar o comportamento visceral. Relação interna – orgânica – visceral.
AFERÊNCIA – fibra sensitiva que transporta o impulso para o centro nervoso. Em outras palavras, “de fora para dentro”.
ASSOCIAÇÃO – parte central que recebe o impulso, interpreta e organiza uma resposta adequada.
EFERÊNCIA – fibra motora que transporta uma ordem do centro nervoso para região que foi estimulada.
OBS : A eferência somática vai para a musculatura esquelética; já a eferência visceral vai para as musculaturas lisa e cardíaca e para glândulas, de 2 maneiras: simpática (geralmente estimula) e parassimpática (geralmente deprime).
				Nervos, 
S. N. Segmentar 	Medula e
CLASSIFICAÇÃO			Tronco Encefálico
METAMÉRICA ou
SEGMENTAR
		S. N. Supra		Cerebelo e
		Segmentar		Cérebro
SEGMENTAR - surgiu antes na evolução e é subordinado ao supra-segmentar e faz a conexão deste com o corpo. A substância cinzenta fica por dentro e a branca por fora.
	
SUPRA-SEGMENTAR – surgiu depois na evolução – apresenta a substância cinzenta quase toda por fora (córtex) e a substância branca por dentro. O restante da substância cinzenta fica “ mergulhada” na substância branca, em pequenos blocos, como “ ilhotas”, chamados de núcleos. Eles podem ser cerebelares e cerebrais ou sub-corticais. 
	
As classificações das doenças ficam a cargo da disciplina de patologia.
A partir de “agora”, vamos estudar, suscintamente, a anatomofisiologia das partes do SNC, começando pela medula espinhal, depois o encéfalo, mais precisamente, tronco encefálico, cerebelo, cérebro, seus envoltórios e o líquor, e a vascularização ( irrigação e drenagem venosa ) do SNC..
 Em seguida, vamos estudar os nervos ( medulares e encefálicos ), a parte visceral ou autônoma do SNC, e as principais vias aferentes ( dor, tato, temperatura, pressão e propriocepção consciente e inconsciente ) medulares e encefálicas e vias eferentes voluntária e involuntária somática e visceral. 
PARTE SEGMENTAR DO SISTEMA NERVOSO
De acordo com a classificação segmentar ou metamérica, a medula e tronco encefálico têm disposição semelhante, ou seja, a substância cinzenta “por dentro” e a substância branca “por fora”, e estão subordinados à parte supra-segmentar (cérebro e cerebelo).
É a parte do neuro-eixo que garante a sobrevida do indivíduo, no que se refere à adaptação ao meio-ambiente (reflexos); bem como o controle visceral essencial (formação reticular, por exemplo).
Vamos começar o estudo segmentar pela parte inferior do tubo neural que não sofreu grandes transformações, a medula espinhal.
	
MEDULA ESPINHAL:
É a parte do neuro-eixo que deriva da metade inferior do tubo neural que não sofreu transformações.
	
Apresenta um “controle” direto do corpo, do pescoço para baixo. Entretanto, tem relação sensitiva com o couro cabeludo e com a meninge dura-mater encefálica.
	
Está situado no canal vertebral até o nível entre as vértebras L1 – L2 (Fig. 12.7 a-b).
	
Limita-se superiormente com o tronco encefálico, a nível de forame magno do osso occipital, onde anatomicamente observamos que uma depressão linear profunda - fissura mediana anterior – encontra-se interrompida por fibras que “descem” do tronco encefálico, que chamamos de decussação das pirâmides. Estas fibras comunicam a metade direita do cérebro com a metade esquerda da medula que, por sua vez domina a metade esquerda do corpo.
	
A nível inferior, vai até entre as vértebras L1 – L2 onde afina-se bruscamente, de forma cônica – cone terminal da medula- e de cujo ápice se estende um delgado filamento de meninge – filamento terminal – que a prende até a face posterior do cóccix (Fig. 12.7).
ANATOMIA EXTERNA
Dentro do canal vertebral está envolta por meninges - membranas conjuntivas (estudadas mais adiante) e por um coxim adiposo e um plexo venoso, que a ajudam na fixação e proteção; bem como pela série de pares de nervos.
A medula espinhal apresenta um tamanho médio de 44cm a 45cm no homem e um pouco menor na mulher, 42 a 43cm , de acordo com MACHADO (1993).
Apresenta forma semelhante a um cilindro (cilindróide) com achatamento no sentido ântero-posterior e não tem espessura uniforme, apresentando 2 áreas dilatadas – intumescências cervical (maior) e lombar (menor). São locais onde a medula mantém contato com os membros através dos plexos braquial e lombo-sacro. Isto se evidencia muito bem pelo estudo da anatomia comparada (Figs. 12.6, 12.7 a-b).
	
Como citado anteriormente, a porção final da medula afina bruscamente, imediatamente após a intumescência lombar, apresentando, a um corte transversal, forma cônica - cone terminal - e do seu ápice sai um filamento meníngeo-filo terminal de fixação.	
Apresenta 4 faces: anterior, posterior e 2 laterais (Fig. 12.8).
A face anterior se caracteriza por apresentar 1 fissura e 2 sulcos. Uma fissura mediana anterior e 2 sulcos laterais anteriores direito e esquerdo, em toda extensão medular.
	
A face posterior apresenta 5 sulcos: 1 mediano, 2 intermédios e 2 laterais; sendo que os intermédios não estão presentes em toda extensão da medula, só a nível torácico alto ( T3, T2, T1 ) e cervical.
	
As faces laterais não apresentam características (detalhes) anatômicas, se apresentando “lisa”.
	
Apresenta de 31 a 33 pares de nervos medulares, correspondendo a cada segmento medular, sendo 08 cervicais, 12 torácicos, 05 lombares, 05 sacrais e 1 a 3 coccígeos. Embora só existam 7 vértebras cervicais o 1º par de nervo medular emerge entre o osso occipital (crânio) e a 1ª vértebra e, os outros pares, todos saem abaixo da vértebra correspondente. ERHART observa que dos 3 pares de nervos coccígeos apenas o 1º é livre, sendo que os 2º e 3º coccígeos são finíssimos e ficam “justapostos” ao filamento terminal.
	
Cada nervo espinhal (medular) típico é misto, com raiz sensitiva (dorsal ou posterior) que apresenta um gânglio e raiz motora (ventral ou anterior), que se “unem e formam” o nervo espinhal e se originam de cada segmento medular (Figs. 12.9, 12.10)).
	
Nos sulcos laterais anterior e posterior podemos observar pequenos filamentos (radículas), que se unem para formar as raízes ventral e dorsal dos nervos medulares ou espinhais. As radículas ventrais formam grupos, ao passo que as posteriores formam uma fileira, em série.
	
Cada par de nervo medular tem relação direta com o segmento medular e, deveria ter com a vértebra correspondente como, por exemplo: nervos T1 – segmento T1 e sair abaixo da vértebra T1. Esta relação só existe na fase embrionária quando se observa que a medula e coluna vertebral em formação apresentam mesmo tamanho, mas, a partir do 4º mês, com a velocidade de crescimento diferente entre tecido nervoso e tecido ósseo, a coluna vertebral em formação cresce mais rapidamente em direção inferior e, como os nervos devem manter sua relação de território eles alongam-se e, deste modo, no estudo prático da medula, o aluno vai observar que uma série de pares de nervos “saem” da coluna abaixo do cone terminal da medula. Quando o aluno pega uma medula e levanta-a um pouco, a sua parte inferior inclina-se para baixo “arrastando” esta série de pares de nervos e se observa que fica um aspecto semelhante a uma cauda de cavalo, daí o nome de cauda equina. Nela está incluído o filamento terminal, naturalmente. A esta situação é o que é chamado de “ascenção aparente da medula”, por alguns autores.
	
O conhecimento anatômico do limite inferior da medula, segmento vértebro-medular, cauda equina e “saída” dos pares de nervos têm importância na área médica, principalmente para os anestesistas, cirurgiões de urgência e neuro-cirurgiões, com relação a retiradade líquido para exames, aplicações de fármacos; bem como para se ter uma idéia de prognóstico médico de uma lesão, por exemplo, traumática.
	
Na relação segmento medular e vértebra, citada por PEELE (1954), apresenta uma regra não muito exata mas, que funciona bem na prática, a saber: de C2 a T10 acrescente 2 ao número do processo espinhoso da vértebra e tem-se o número do segmento medular, e como exemplo: vértebra C6, o segmento medular é o “C8”. Para as vértebras T11 e T12 vamos encontrar os segmentos lombares; para a vértebra L1, os 5 segmentos sacrais. Entre L1 e L2 e parte de L2 encontramos os segmentos coccígeos.
	
Já para uma punção ou injeção, devemos ter em mente que existe no trajeto envoltórios – membranas meníngeas – e espaços entre elas que devem ser respeitados para evitar qualquer consequência grave ao paciente. De maneira didática, de fora para dentro, temos: vértebra, espaço peri ou epi-dural, dura-mater, espaço sub-dural, aracnóide, espaço sub-aracnóideo (onde circula o líquor), pia-mater e medula nervosa. Estes espaços são diminutos.
	
Sabendo o limite inferior medular, a relação vertebral, o profissional, com seu conhecimento técnico, pode atuar com mais segurança na região.
	
Em termos anatômicos as consequências (riscos) são menores se o profissional aplicar uma agulha entre as vértebras L3 – L4 ou L4 – L5 do que se aplicasse entre T11 – T12 ou T12 – L1, pois a “agulha” estaria na região da cauda equina. Isto não quer dizer que, a depender da necessidade e do conhecimento do profissional, ele não possa atuar em outra área da coluna vertebral (Figs. 12.11, 12.12).
ANATOMIA INTERNA
Ao se fazer um corte transversal na medula vamos observar que a substância branca é por fora, periférica, e a substância cinzenta é por dentro, com aspecto semelhante à letra “H”. Deve-se aqui, alertar o aluno que, por conta da ação do formol, a substância branca fica “queimada”, mais escurecida e as cores clássicas parecem invertidas (Figs. 12.8, 12.10).
A substância branca pode ser subdividida, didaticamente, em funículos (conjunto de feixes ou fascículos de fibras nervosas). Existe os funículos anteriores, (únicos que se comunicam) direito e esquerdo, os laterais direito e esquerdo e os posteriores direito e esquerdo. Cada funículo anterior é misto com predomínio motor; cada funículo lateral é misto e, cada funículo posterior é sensitivo, sendo que vamos encontrá-lo, subdividido pelo sulco intermédio em 2 grandes fascículos, o grácil, mais medial em toda extensão medular, e o cuneiforme mais lateral, apenas torácico alto e cervical. Isto é melhor evidenciado observando-se a face posterior medular (Fig. 12.8).
	
A substância cinzenta pode ser subdividida, didaticamente, em colunas e comissura. As colunas estão situadas nas hastes verticais da letra “H” e a comissura passa a ser a haste horizontal que liga os lados da letra “H”. Existe 6 colunas: 2 anteriores, 2 intermédio-laterais e 2 posteriores. Cada coluna anterior é menor, mais larga e motora somática; cada coluna intermédio-lateral, é pequena, só existindo entre os segmentos T1 a L2 ( CLARK : C8 a L2 ) e é motora visceral simpática; cada coluna posterior é maior, mais delgada e sensitiva tanto somática quanto visceral. A comissura é delgada, apresenta no seu centro o resquício do canal central da medula, canal ependimário, e é associativa.
As colunas anteriores são mais volumosas nas intumescências, sendo que a lombar é mais volumosa que a cervical. Isto em função da maior massa muscular do membro inferior.
Do ponto de vista citoarquitetural e da organização longitudinal neuronal, a substância cinzenta pode ser dividida em nove camadas ou lâminas ( de Rexed ). 
As lâminas de I a VI estão na coluna posterior e se relacionam, particularmente, com estímulos sensoriais. As vias motoras descendentes podem influenciar essas lâminas. Observar que a lâmina II corresponde à substância gelatinosa ( de Roland ) . A lâmina VII fica o núcleo de Clark e coluna lateral, e estende-se até a coluna anterior, A lâmina VIII fica na coluna anterior, e contém neurônios que enviam axônios comissurais ao lado oposto. A lâmina IX está dividida em grupos espalhados na lâmina VIII, e fica na coluna anterior. Contém neurônios motores alfa e gama , que enviam axônios para formar a raiz ventral ou anterior de um nervo medular.
É importante aprender esta laminação para melhor entender o significado funcional das origens e terminações das vias ascendentes e descendentes. 
 
				2 anteriores – mistos, com predomínio motor
	Substância Branca ------ Funículos	2 laterais – mistos
				2 posteriores – sensitivos
				2 anteriores – motoras somáticas
			Colunas	2 laterais – motoras viscerais simpáticas
				2 posteriores – sensitivas – somática e visceral
	Substância Cinzenta
			Comissura 	 associativa
TRONCO CEREBRAL OU ENCEFÁLICO
	
É a parte segmentar encefálica do neuro-eixo que está numa posição inclinada ascendente por sobre a parte basilar do osso occipital.
Está “limitado” superiormente com o cérebro (parte diencéfalo); inferiormente com a medula espinhal; posteriormente com o cerebelo e, anteriormente com o osso occipital, parte basilar.
Por conta de vários cruzamentos de fibras na linha média, ocorre fragmentação da substância cinzenta em pequenos núcleos, que na medula era colunar contínua. Porém, permanece o mesmo padrão segmentar, ou seja, a substância branca por fora e a cinzenta por dentro. 
	
De forma didática, podemos subdividi-lo em 3 partes : bulbo, ponte e mesencéfalo.
Apresenta 4 faces: anterior, posterior e 2 laterais (Figs. 12.13, 12.14, 12.15).
	
	
BULBO:
É a parte inferior do tronco, comunica-se com a medula, abaixo e, com a ponte, acima. Outrora chamado de bulbo raquídeo, apresenta aproximadamente 2,5 cm de tamanho, tem forma semelhante a um cone truncado de base superior, em contato com a ponte. 
Apresenta 4 faces: anterior, posterior e 2 laterais.
A face anterior está limitada entre os sulcos laterais. Possui 1 fissura mediana e 2 sulcos laterais, que são continuação da fissura e dos sulcos da medula .
	
Entre a fissura mediana e o sulco lateral anterior encontramos a pirâmide bulbar, local onde um grosso feixe de fibras do cérebro “desce”, passando pelo bulbo nesta região (de aspecto de pirâmide e por ter fibras das células piramidais cerebrais) e, que ao cruzar diagonalmente o lado oposto e “invadir” a medula, interrompe a fissura mediana, a chamada decussação das pirâmides.
	
A fissura mediana termina acima encontrando com um sulco transversal que separa o bulbo da ponte - sulco bulbo-pontino - numa depressão chamada forame cego.
	
No sulco bulbo-pontino vamos encontrar as origens aparentes dos VIº, VIIº e VIIIº pares de nervos - abducente, facial e vestíbulo-coclear, respectivamente, de medial, para lateral.
	
A face lateral está limitada entre os sulcos laterais anterior e posterior, e o aluno deve observar:
	
- uma saliência ovóide, oliva bulbar - de um grande núcleo neuronal;
	
- medialmente à oliva, no sulco lateral anterior, vamos encontrar a origem aparente do XIIº par de nervo - hipoglosso.
	
- da oliva bulbar até o sulco lateral posterior vamos encontrar uma área lateral chamada corpo restiforme, que marca a projeção de um feixe trigeminal interno. Acima desta área lateral, onde o sulco bulbo-pontino fica mais largo, forma-se uma pequena depressão chamada de fosseta supra-olivar.
	
- logo “atrás” da oliva vamos encontrar a origem aparente dos IXº (glossofaríngeo), Xº (vago) e XIº (acessório – parte bulbar) pares de nervos cranianos, de cima para baixo.
	
A face posterior se caracteriza por:
	
- ficar situada entre os sulcos laterais posteriores;
	
- apresentar uma metade inferior fechada e, outra superior, aberta. A parte aberta será estudada em conjunto com a face posterior da ponte, também aberta, no chamado assoalho do IVº ventrículo.
	
- apresentar 5 sulcos, continuação da medula, os sulcos: 1 mediano, 2 intermédios e 2 laterais.
- 2 fascículos, grácil (mais medial)e cuneiforme, mais lateral. Na parte mais alta dos fascículos, quando começa a parte aberta bulbar, encontramos 2 saliências, tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme, que são “estações sinápticas” das sensações dor, temperatura, tato e pressão. 
	
O sulco bulbo-pontino separa o bulbo da ponte e dele tem origem aparente os VIº, VIIº e VIIIº pares de nervos cranianos, já citados.
PONTE: 
Está situada entre o bulbo e o mesencéfalo. Tem um tamanho aproximado de 3 cm.
Apresenta 4 faces: 1 anterior (bem distinta), 2 laterais e 1 posterior (que faz parte do assoalho do IVº ventrículo), citado à frente.
	
Pela face anterior o aluno deve observar: 
- os sulcos bulbo-pontino e ponto-mesencefálico, que separam a ponte do bulbo e mesencefálico, respectivamente.
	
- fibras no sentido transversal - estrias transversas da ponte - que convergem da linha média para a lateral, formando um grosso feixe de fibras que vai para dentro do cerebelo, que chamamos de braço da ponte ou pedúnculo cerebelar médio. São fibras que vêm do cérebro para o cerebelo, e antes fazem conexão nos núcleos da rafe pontina, formam um grosso feixe (braço da ponte) e vão para a parte “nova” do cerebelo - neo-cerebelo.
	
- a nível de linha média vamos encontrar uma depressão linear larga - sulco basilar, onde se aloja a artéria basilar, que vai ajudar na irrigação do encéfalo, estudado mais adiante.
	
A face lateral o que chama mais a atenção é um feixe de fibras que parece se originar acima do braço da ponte, o Vº par de nervo - trigêmeo, de muito interesse para a Odontologia, e que será estudado bem detalhado na unidade topográfica - face. Por enquanto o aluno deve saber que capta a sensibilidade da face (olho, nariz, boca), ato mastigatório; além da sensibilidade do couro cabeludo até aproximar a nível dos pavilhões auriculares (vulgo = orelhas) e meninge dura-mater. Daí dá para se ter uma idéia que numa “dor de dente” o paciente pode queixar-se de dores em outros locais, como por exemplo, outros dentes, “ouvido”, dor de cabeça, etc.
	
A face posterior é aberta e, juntamente com a metade aberta do bulbo, forma o assoalho da 4ª cavidade cerebral (IVº ventrículo).
	
Com o tempo o aluno pode observar que “dá” para limitar a face posterior do bulbo da face posterior da ponte. É só seguir o sulco bulbo-pontino, para trás. Mas, na prática vigente em nossa Escola, estudamos as 2 faces posteriores como um todo, assoalho do IVº ventrículo.
	
Para se ver o assoalho do IVº ventrículo, o cerebelo tem que ser retirado. É como se você retirasse o teto da casa (o teto do IVº ventrículo). Tem a forma de losângulo e neste aspecto recebe o nome de fossa rombóide. O aluno deve estudar 1º as estruturas por fora da fossa rombóide e depois, dentro da fossa.
	
Estruturas Fora da Fossa Rombóide
De acordo com a Figuras 12.14, 12.16, você observa, de cima para baixo, que existe:
	
- uma membrana mediana (muitas vezes vem junto uma pequena parte do cerebelo - língula) chamada de véu medular superior - faz parte do teto do IVº ventrículo;
	
- feixes de fibras laterais ao véu medular superior, chamados de pedúnculos cerebelares superiores, que fazem a conexão do mesencéfalo com o cerebelo;
	
- feixes grossos, os maiores, que ligam a ponte ao cerebelo, os pedúnculos cerebelares médios ou braços da ponte:
-,feixes pequenos, os pedúnculos cerebelares inferiores, abaixo dos médios, (difíceis de ver, a depender do corte da peça anatômica), que fazem a conexão do bulbo e medula com o cerebelo;
	
- os tubérculos dos núcleos cuneiforme e grácil, com seus respectivos fascículos, já a nível de bulbo (parte fechada).
	
Dentro da fossa rombóide você observa:
	
- um sulco mediano - sulco mediano da fossa rombóide;
	
- 2 sulcos mais sinuosos, mais laterais, bem finos, sulcos limitantes, resquícios embriológicos do tubo neural. Seus limites, superior e inferior, abrem-se em “V” e no ponto de bifurcação chamamos de fóveas, superior e inferior.
	
- acima da fóvea superior, encontramos uma área mais escurecida (locus ceruleus) relacionado com a relação dormir-acordar. Obs.: a visualização tem muito a ver com o estado da “peça anatômica”.
	
- entre o sulco limitante e os pedúnculos cerebelares temos a área vestibular, local onde se encontram 4 núcleos vestibulares e 2 cocleares. Locais de conexão das vias vestibular (equilíbrio) e coclear (audição);
	
- entre os sulcos mediano e limitante, temos a eminência medial. Esta encontra-se subdividida pelas estrias do IVº ventrículo (“bigodinho-de-gato”) em colículo facial e trígono do hipoglosso. O colículo facial é uma projeção superficial dos núcleos do abducente, facial e das fibras do nervo facial. No trígono do hipoglosso encontra-se o núcleo do nervo hipoglosso, nervo “motor” da língua.
- No “V” inferior( invertido ) do sulco limitante, imediatamente abaixo da fóvea inferior, temos uma área triangular, o trígono do vago. É um nervo craniano que entre outras coisas, inerva vísceras da cabeça, pescoço, tórax e abdome, e faz parte da divisão parassimpática do Sistema Nervoso Autônomo ( SNA ).
- Imediatamente após o trígono do vago, encontramos uma fina faixa de tecido, como uma linha, que vai em direção ao sulco mediano, o funículo separans, que separa o trígono do vago de outra área pequena, a área postrema, de funções ainda discutidas. Nele se insere a tela coróide.
MESENCÉFALO:
É a parte superior do tronco encefálico, está situado entre a ponte abaixo, e o cérebro (diencéfalo) acima.
	
Apresenta 4 faces: anterior, laterais e posterior.
	
Na face anterior o aluno observa: 
- 2 grossos feixes de fibras longitudinais (pedúnculos cerebrais) e uma depressão entre eles (fossa inter-peduncular). Cada pedúnculo “carrega” fibras motoras do cérebro para o tronco (córtico-nuclear) e para medula (córtico-espinhal - “piramidal”), para respostas adaptativas do indivíduo ao meio-ambiente. A fossa é um dos espaços meníngeo (sub-aracnóideo) usados como se fossem reservatório (cisternas) de líquor, que serão melhor estudados no capítulo de menínges e líquor;
	
No fundo da fossa vamos encontrar uma área crivosa (crivada = perfurada), chamada de área (substância) perfurada posterior; local onde passam vasos para irrigação das áreas profundas do cérebro. O termo posterior é para distinguir de outra área crivosa cerebral mais acima e que fica mais anterior, na posição anatômica. Na face medial do pedúnculo temos o sulco medial do mesencéfalo e, na sua parte mais inferior vamos encontrar a origem aparente do IIIº par de nervo craniano, o oculomotor.
	
- Na parte alta da fossa vamos observar 2 “bolinhas”, os corpos mamilares, porém pertencem ao diencéfalo.
A face lateral apresenta: 
- Sulco lateral do mensencéfalo - que marca a separação das fibras do pedúnculo cerebral das fibras do pedúnculo cerebelar superior, Um feixe diagonal ascendente de fibras que vem do colículo inferior (na face posterior) chamado de braço do colículo inferior; Entre o sulco lateral e o braço do colículo inferior encontramos uma área triangular - trígono do lemnisco - lemnisco quer dizer fita, feixe de fibras achatadas, comprimidas, longitudinais ascendentes (sensitivas).
	
Na face posterior o aluno deve observar: 
- 4 dilatações (4 bolinhas), os corpos ou tubérculos quadrigêmeos, sendo 2 colículos superiores e 2 colículos inferiores. Os 2 superiores estão relacionados com a via visual; os 2 inferiores com a via auditiva; 
- Um sulco em forma de cruz - sulco cruceiforme, entre os colículos;
	
- Abaixo dos colículos inferiores o aluno vai observar 2 orifícios, que marca o local de origem aparente do 4º par de nervo craniano; troclear;
	
- Entre estes orifícios temos o que é como uma prega, que parece prender o véu medular superior, o freio do véu medular superior;
- Do colículo inferior “sai” um feixe de fibras, o braço do colículo inferior, que vai se encontrar com uma dilatação do diencéfalo chamada de corpo geniculado medial. O colículo inferior, o braço do colículo inferior e o corpo geniculado medial fazem parte da via auditiva;
	
- Ao colículo superior “chega”um feixe de fibras, o braço do colículo superior, mais achatado que vem de uma outra dilatação do diencéfalo chamada de corpo geniculado lateral. O colículo superior, braço do colículo superior e corpo geniculado lateral fazem parte da via visual.
	
- Uma dilatação acima dos colículos superiores, o corpo pineal, pertence ao diencéfalo.
	
Num corte transversal a nível de colículos superiores, como na Fig. 12.15 o aluno poderá observar um orifício, que na verdade marca um canal que passa por “baixo” dos colículos - aqueduto cerebral - que serve de ligação da cavidade do diencéfalo (IIIº ventrículo) com a cavidade entre tronco e cerebelo (IVº ventrículo). Se passarmos uma linha transversal imaginária por este orifício vamos subdividir o mesencéfalo em tecto (área dos colículos) e tegmento. Por sua vez o tegmento encontra-se subdividido em tegmento propriamente dito (área mais celular) e base (área peduncular - rica em fibras), pela substância negra, área de neurônios contendo melanina - que faz parte do sistema motor extra-piramidal. Os limites, a nível superficial, desta substância negra são os sulcos medial e lateral do mesencéfalo.
Entre outras estruturas e funções ao nível de tronco encefálico, vamos encontrar uma área que pode ser considerada como uma mistura de substância branca e substância cinzenta, a FORMAÇÃO RETICULAR. Esta formação reticular apresenta funções importantíssimas que garantem a sobrevida do indivíduo. Começa já a nível medular (cervical alto) no funículo lateral e vai até o diencéfalo (nível do hipotálamo). Mas, é ao nível da parte central do tronco encefálico que é mais característica e ocupa todo o espaço que não é ocupado por feixes compactos de fibras ascendentes e descendentes ( tractos, fascículos) e núcleos mais densos.
É considerada como uma “região” antiga. 
É formada por núcleos “soltos”, porém, em contato sináptico, de células grandes e pequenas, envolvidos por uma densa rede de fibras nervosas. Os neurônios grandes ocupam a parte centromedial, e os neurônios pequenos a parte lateral da formação reticular. 
Na verdade, pode ser considerada como uma “rede nervosa difusa”, subdividida em três colunas nucleares bilaterais: mediana, medial(grandes neurônios) e lateral(neurônios menores).
Na coluna mediana, em conjunto, encontramos os chamados “núcleos da rafe”.
Na coluna medial, agrupados como locus ceruleus, gigantocelulares e magnocelulares, tegmentares, peri-aquedutal.
Na coluna lateral, agrupados como parvocelulares(reticulares)
De ordem geral, apresenta algumas características: 
	 -Grupos de neurônios e fibras mal “definidos”, com conexões “difusas”;
	 -As “vias de condução” difíceis de definição, sendo mais indicadas pelas experiências na fisiologia na farmacologia e técnicas histoquímicas, como polissinápticas complexas;
	 -As vias tem fibras ascendentes e descendentes, podendo ser(serem) cruzados ou não;
	 -A resposta a um determinado estímulo, mesmo que seja unilateral, pode resultar em resposta bilateral;
	 -Possui componentes somático e visceral.
Os núcleos podem ser vários mas, segundo autores como Ranson & Clark(1959), Clark(1975), Carpenter(1976), Brodal(1984), Erhart(1986), Williams et al(1995), Machado(2014), entre outros, alguns se d estacam pela importância funcional. São eles : locus ceruleus, rafe, periaquedutal e tegmentar ventral.
De uma maneira geral, os neurônios da formação reticular emitem longos axônios de ramos ascendentes e descendentes, que percorrem todo o tronco encefálico, podendo atingir a medula espinhal e o diencéfalo.
Os neurotransmissores são dos tipos: colinérgicos, monoaminérgicos(nor-adrenérgicos, dopaminérgicos, serotoninérgicos).
	Dopamina: substância nigra e área tegmentar ventral.
	Serotonina: núcleos da rafe
	Nor-adrenalina: locus ceruleus	
	Acetilcolina: na ponte(núcleo pedúnculo-pontino)
Na falta de um destes, ou de mais de um, aparecem os sinais e sintomas de alterações neurológicas.
A formação reticular conecta-se com todo o encéfalo, nos dois sentidos (aferência e eferência).
De uma maneira geral, os neurônios da formação reticular emitem longos axônios de ramos ascendentes e descendentes, que percorrem todo o tronco encefálico, podendo atingir a medula espinhal e o diencéfalo.
A formação reticular conecta-se com todo o encéfalo, nos dois sentidos ( aferência e eferência ) .
Desde os trabalhos de MAGOUN & MORUZZI (1949) que vem sendo bem estudada porém, ainda apresenta áreas discutidas. Faz conexão com todo o neuro-eixo e apresenta funções importantíssimas que garantem a sobrevida do indivíduo, a saber:
-	integração de reflexos - circuitos neurais;
-	participa das reações emotivas - sistema límbico;
-	participa das funções viscerais – controle do SNA;
-	“centro” vaso-motor;
-	“centro” da respiração;
-	“centro” do vômito;
-	“controle” do sono-vigília;
-	ativação ou inibição do córtex cerebral ( SARA );
-	controle da motricidade somática;
-	faz parte da memória;
-	controle neuroendócrino;
-	controle eferente da sensibilidade;
 
Obs.: Em termos de aula prática observe que nas figuras (desenhos), das faces anterior e posterior do tronco encefálico, você notará que em algumas estruturas um acréscimo de conhecimento teórico, como complemento da aula teórica.
PARTE SUPRA-SEGMENTAR DO SISTEMA NERVOSO
De acordo com a Classificação Metamérica o cerebelo e o cérebro apresentam características semelhantes, ou seja, a substância branca fica “por dentro” e a substância cinzenta predominantemente “por fora - córtex”, com partes - núcleos, mergulhados na substância branca.
	
É a parte do sistema nervoso central que coordena a parte segmentar, contém as áreas de interpretação de estímulos, abstrações, memória, intelecto, fala, emoções, em suma: as funções consideradas superiores.
	
Vamos começar o estudo da parte supra-segmentar pelo cerebelo (cérebro pequeno) e, em seguida, do cérebro.
CEREBELO
	
É a parte derivada da porção dorsal da vesícula metencéfalo (que forma a ponte). Fica posterior ao tronco encefálico e abaixo do cérebro (lobo occipital) na fossa posterior do crânio, mais precisamente, na fossa cerebelar.
Está relacionado com o equilíbrio e o tônus muscular do indivíduo, para que o mesmo tenha boa posição e postura; além de sua relação com a memória.
	
O equilíbrio é dado pela interpretação das informações que chegam da orelha interna (labirinto - canais semi - circulares) e, o cerebelo “coloca” a cabeça em posição de equilíbrio. Por aí dá para se ter uma ideia de alguns sintomas da labirintite. A informação vindo alterada do labirinto, o cerebelo tenta posicionar a cabeça e vem a sensação de tontura.
	
A memória está relacionada com todo o encéfalo, principalmente cérebro, com o “resgate de informações armazenadas”, ou seja, memória de longo prazo ou, memória secundária.
	
De acordo com a classificação metamérica, apresenta quase toda a substância cinzenta por fora - córtex cerebelar com 3 camadas de células ( de fora para dentro: Molecular, Purkinje e Granular ), e toda a substância branca por dentro - centro medular do cerebelo. Dentro da substância branca, como que pequenas ilhas, encontram-se grupos de substância cinzenta, 4 Núcleos, de medial para lateral : Fastigial, Globoso, Emboliforme e Dentaeado.
O cerebelo apresenta-se como um órgão bastante sulcado, como se fosse um amontoado de folhas, de camadas superpostas (Figs. 12.17, 12. 18, 12.19).
 	
FORMA: o cerebelo apresenta uma forma semelhante a uma cunha com a base voltada para o tronco encefálico e formando parte do teto do IV º ventrículo.
	
FACES: o cerebelo apresenta 3 faces:
	
- anterior - é a mais larga e fica voltada para o tronco encefálico. É nela que as fibras entram e saem do cerebelo (Fig. 12.17).
- póstero-superior - fica recoberta pela tenda do cerebelo, separando-o do lobo occipital do cérebro (Fig. 12.18).
- póstero-inferior - como o nome indica fica mais inferior e em contato com a fossa cerebelar do osso occipital (Fig. 12.19).	
	
DIVISÕES - para efeito de estudo podemos apresentar 3 divisões: anatômica, ontogenéticae filogenética.
	
Anatômica: como o cérebro, apresenta 2 massas laterais (hemisférios) interligados por uma massa mediana, o vermis. Entretanto, convém salientar que é uma divisão puramente anatômica, sendo imprecisa, do ponto de vista clínico-funcional.
 
	Ontogenética: baseada na embriogênese. Durante a formação embriológica a massa celular que vai formar o cerebelo sofre uma fissuração, (a 1ª a surgir - fissura póstero-lateral), subdividindo a massa celular em 2: uma bem menor (lóbulo flóculo-nodular) e uma bem maior (o corpo cerebelar). Em seguida só o corpo cerebelar sofre uma outra fissuração (2ª a surgir - fissura prima - “prima” de primária-primeira - porque pensava-se que ela era a 1ª a surgir) subdividindo em lobo anterior ou rostral e lobo posterior ou caudal. Logo após o lobo posterior ou caudal sofre uma fissuração (3ª a surgir - fissura horizontal) em : a) lóbulo simples ou quadrangular - parte posterior, e lóbulo semilunar superior ou rostral - b) lóbulo semilunar inferior ou caudal, lóbulo biventre e tonsila cerebelar.
 
 		 Lóbulo Flóculo-Nodular
 
 Iª Fissura – Póstero-lateral
 
 Lobo Anterior 
 IIª Fissura – Prima 
 Classificação 
 Ontogenética Corpo Cerebelar Lóbulo Quandrangular Posterior e
 Lóbulo Semilunar Superior
 
 IIIª Fissura – Horizontal 
 Lobo Posterior 
 
 Lóbulo Semilunar Inferior,
 Lóbulo Biventre e
 Tonsila Cerebelar 
Ao nível do vermis, existe correspondência com os hemisférios, como mostrado no esquema.
Convém observar que as 3 fissuras (póstero - lateral, primária e horizontal) existem tanto ao nível dos hemisférios como do vermis. Existem outras “5” fissuras que só são bem evidenciadas ao nível do vermis e melhor observadas num corte sagital. Com isso o aluno, no estudo prático do cerebelo, ao nível da superfície do órgão como um todo, tem dificuldade de encontrar todas as fissuras, ficando melhor evidenciado as fissuras prima e horizontal. Já ao nível do corte sagital (nível do vermis), o aluno poderá observar 09 regiões e 08 fissuras com mais segurança.
Filogenética: relacionado com a evolução do órgão nas espécies. Em qual espécie surgiu área de cerebelo pela 1ª vez.
Para CLARK ( 1976 ), são complicadas e inconsistentes as descrições detalhadas das subdivisões anatômicas dos hemisférios e vérmis.
CLARK divide em 3 Lobos, envolvendo os hemisférios e o vérmis.
MACHADO, observa que os estudos de anatomia comparada relacionam 3 fases evolutivas do cerebelo correlacionando-as com a complexidade de movimentos realizados pelo grupo de espécies de cada etapa.
A 1ª etapa ou Arqui-Cerebelo ou mais antiga: como a vida surgiu na água e da água passou para a terra, o “ 1º grupo ” de ser vivo com início de cerebelo foram os ciclóstomos-vertebrados mais primitivos - ex.: lampréia -, que precisava manter-se equilibrado na água ( p/ alimentar-se, fugir ) pois não tinha nadadeiras e nem cauda.
Portanto, a 1ª parte do cerebelo está relacionado com o equilíbrio, em virtude de suas conexões com núcleos vestibulares que, por sua vez recebem impulsos nervosos provenientes dos canais semicirculares, do sáculo e do utrículo da orelha interna ( do ouvido interno ).
Esta 1ª fase pode ser também chamada de cerebelo - vestibular, e a parte do cerebelo relacionada com o equilíbrio é o lóbulo flóculo-nodular.
2ª etapa ou Paleo - Cerebelo: compreende as regiões lobo anterior, pirâmide e úvula, anterior à fissura primária – particularmente a porção vermiana,. Começa a surgir com os peixes, por necessidade de controle de movimentos, pois os animais começaram a adquirir nadadeiras e cauda, dando-lhes mais liberdade de movimentos, como lateralidade, contorsões.
Recebe a maioria dos impulsos proprioceptivos das vias espinocerebelares e, é também, uma área considerada antiga, estando relacionada com a medula espinhal, na coordenação da marcha.
Estes impulsos ascendem pela medula, bulbo e chegam ao cerebelo, informando sobre o grau de contração muscular. Estas informações são necessárias para a coordenação do tônus muscular, postura e movimentação do animal.
Por se relacionar muito com a medula espinhal, haja visto que surgiram os “membros”, necessários para movimentos mais simples (no homem - a marcha), é também chamado de cerebelo - medular ou espinhal.
Juntamente com o arqui-cerebelo formam aproximadamente 10% do volume total do cerebelo.
Os Lobos FlóculoNodular e Anterior são regiões predominantes nos vertebrados primitivos.
3ª etapa ou neocerebelo: compreende todo o lobo posterior ou caudal, declive, folium e túber, entre as fissuras póstero-lateral e primária . É a maior parte do corpo cerebelar, constituindo cerca de 90% do cerebelo.
É a porção cerebelar considerada mais nova, tendo evoluido muito nos mamíferos com córtex cerebral bastante extenso, como os primatas antropomorfos ( chipanzé, orangotango, gorila e ser humano ), e coincidindo com a evolução cerebral, estes animais adquiriram habilidades de sobrevivência cada vez maiores e melhores, com movimentos mais aprimorados e assimétricos. 
Recebe informações do cérebro e ajuda na elaboração de movimentos mais complexos, aprimorados, assimétricos, como por exemplo, usar as mãos para alimentar-se, as mãos para defender-se, as mãos para utilizar instrumentos ( paus, pedras ), o ato de escrever ou aposicionar os dedos ao polegar, “contar” dinheiro, ou dedilhar um instrumento ou tamborilar numa mesa.
Por manter amplas conexões com o córtex cerebral, o neocerebelo é também chamado de cerebelo cortical.
Ao nível do sistema nervoso, as partes arqui, paleo e neo vão surgindo durante a evolução e continuam a existir nos animais superiores onde, de um modo geral, mantém as mesmas conexões e funções que tinham nos ancestrais.
 O arranjo sagital do cerebelo ou padrões zonais sagitais ou longitudinais, subdivide o cerebelo em 3 faixas longitudinais médio-lateral : região vermal, região paravermal e região lateral ou hemisférica.
Regiões Vermal e ParaVermal – recebe informação da medula espinhal e envia informação de volta indiretamente, para medula espinhal, pelo núcleo fastigial através da formação reticular ( tractos reticuloespinhais ) e núcleos vestibulares, pelos tractos vestibuloespinhais .
O córtex vermal se projeta para o núcleo fastigial ( tracto córticonuclear – células de Purkinge para núcleo fastigial ) , e deste núcleo para : 1 - formação reticular. Da formação reticular ( tracto reticuloespinhal ) para medula espinhal ; 2 – para núcleo vestibular , e deste, ( tracto vestibuloespinhal ) para medula espinhal.
	
Região Lateral ou Hemisférica – recebe informações do córtex cerebral e o seu córtex projeta-se para o núcleo denteado. Deste núcleo projeta-se de volta ao cérebro, através da via dentitalalamocortical, para exercer uma influência no cérebro e, através da via dentirrubroespinhal ( do núcleo rubro - tracto rubroespinhal) para influenciar a medula espinhal.
FlóculoNodular – recebe informações da parte vestibular da orelha interna, e seu córtex envia informações, projeta-se para os núcleos emboliforme e globoso. Remete informações através das vias fastigiobulbares e fastigiorreticulovestibulares. 
FUNÇÃO SINÉRGICA – é responsável pelo sinergismo muscular por todo corpo. Coordena a ação de grupos musculares e marca a sua contração, de tal maneira que os movimentos se realizam suave e precisamente. Os movimentos voluntários podem continuar, porém são rústicos e desorganizados. Isto é melhor observado numa disfunção cerebelar chamada de assinergia ou ataxia cerebelar, onde ocorre a falta da habilidade motora .
De acordo com a classificação metamérica, apresenta quase toda a substância cinzenta por fora - córtex cerebelar com 3 camadas de células (de fora para dentro: Molecular, Purkinje e Granular ), e toda a substância branca por dentro - centro medular do cerebelo. Dentro da substância branca, como que pequenas ilhas, encontram-se grupos de substância cinzenta, 4 Núcleos, de medial para lateral: Fastigial, Globoso, Emboliforme e Denteado.
Córtex Cerebelar – 
	Camada Molecular – mais externa, contém dois tipos de neurônios – células estreladas e as em cesto, os dendritos de Purkinge e células tipo II de Golgi e os axônios ( fibras paralelas em forma de T ) das células granulares.
	Camadas de Purkinge - camada média, são células grandes, piriformes, com enormes arborizações dendríticas ( que se estendem para cima na camada molecular ) e longos axônios que fazem sinapse tanto nos núcleos cerebelares centrais como os núcleos vestibulares.
	Camada Granular – mais interna, contém numerosas neurônios granulares, tipo II de Golgi e glomérulos, que são nódulos complexos sinápticos que têm axônios de fibras musgosas aferentes, axônios e dendritos de células do tipo II de Golgi e dendritos de células granulares. Cada glomérulo é envolvido por células gliais.
De acordo com CLARK, as relações intrincadas entre os vários neurônios corticais são extremamente complexos; contudo, alguns aspectos são importantes para se entender como funciona o cerebelo. 
Todas as informações que chegam ao cerebelo ( aferências ) são as fibras trepadeiras e musgosas. 
As fibras trepadeiras vêm do complexo olivar ( oliva bulbar ) e vão diretamente para as células de Purkinje do córtex cerebelar, excitando-as.
 Já as fibras musgosas vêm de outras partes do SNC ( núcleos vestibulares, medula espinhal e ponte ) e vão para os glomérulos das células granulares do córtex cerebelar, excitando-as; embora emitam ramificações para os núcleos cerebelares, também excitatórias.
As células granulares excitadas podem estimular as de Purkinge, as em Cesto, as Estreladas e as Tipo II de Golgi. Por sua vez, as estreladas e as em cesto inibem as de Purkinge e as Tipo II de Golgi. As Tipo II de Golgi inibem as granulares. As de Purkinge são inibidoras para os núcleos cerebelares. Portanto, de todos os neurônios cerebelares as granulares são as únicas excitatórias.
O córtex cerebelar é imediatamente informado do progresso da atividade motora por sinais vindo de várias fontes. 
Primeiro, é informado dos comandos que são dados pelo córtex cerebral e sistemas piramidal, por um fluxo simultâneo de impulsos nervosos dos três sistemas cerebrocerebelares, sendo o mais importante o corticopontocerebelar, cruzado, ligando um hemisfério cerebral de um lado ao hemisfério cerebelar oposto, através do tracto corticopontino e do pedúnculo cerebelar médio. As outras vias originam-se principalmente de áreas motoras do cérebro e incluem os sistemas cerebroolivocerebelar e o cerebroreticulocerebelar.
Segundo, recebe, adicionalmente, relatos instantâneos, de volta dos músculos, através dos tractos espinocerebelares.
Terceiro, todas as modalidades sensitivas, inclusive tácteis, auditivas e os visuais, fornecem impulsos para o cerebelo. 
Essas mensagens entram num vasto “pool” de neurônios corticais onde, por mecanismos desconhecidos, as integrações e as rápidas inter-relações devem ocorrer. 
Em geral, podemos observar que o vermis recebe da medula espinhal, o lobo flóculonodular recebe do sistema vestibular ( orelha interna ) , e os hemisférios recebem do córtex cerebral.
 
Depois de uma avaliação dos sinais afarentes, o cerebelo é capaz de fazer as correções apropriadas para qualquer erro ou imprecisão na atividade muscular.
Todas as informações que saem do cerebelo ( eferentes ) se originam dos núcleos cerebelares, principalmente os núcleos denteados. Estes, por sua vez, são coordenados pela ação inibitória das células de Purkinje, modulando a resposta motora cerebelar .
Esta resposta modulada é para influenciar a função motora da medula. Porém, não o faz diretamente, e sim, emite fibras para outras áreas encefálicas ( tronco encefálico – núcleos vestibulares, rubros e reticulares - e cérebro – tálamos e áreas motoras corticais ) . Através destas áreas é que se formam feixes de fibras ( tractos ou fascículos ) que formam as vías que vão influenciar a resposta motora inconsciente da medula ( o chamado sistema extra-piramidal ).
CÉREBRO
É a parte derivada da vesícula prosencéfalo, que depois se subdivide em 2: diencéfalo e telencéfalo.
Está localizado na cavidade craniana, nas 3 fossas (anterior - média - posterior).
É a maior parte do encéfalo, pesando em média, no homem adulto de 1200 a 1400g e, em torno de 1100 a 1300g na mulher; embora isto nada tenha a ver com o grau de inteligência.
O ser humano apresenta um cérebro com sua superfície externa cheia de sulcos e giros ou circunvoluções. Em espécies mais inferiores o cérebro é liso. A rugosidade no ser humano deve-se ao fato de que a área cerebral é bem maior que o espaço craniano. Para que o cérebro fique contido no crânio, precisa que ele se dobre várias vezes, formando com isso sulcos e giros.
Para efeito de estudo vamos dividir o cérebro em 2 partes: diencéfalo e telencéfalo ou simplesmente hemisfério cerebral.
O cérebro é a porção mais desenvolvida e mais “importante” do encéfalo, ocupando cerca de 80% da cavidade craniana.
Durante a formação embriológica o telencéfalo desenvolve enormemente nos sentidos anterior, lateral e posterior para formar os hemisférios cerebrais e, deste modo, cobre quase completamente o diencéfalo, que permanece mediano e ímpar e só podendo ser visto apenas pela face inferior do cérebro; a não ser que sejam feitos cortes para preparação de peças.
DIENCÉFALO: ( Figs. 12.13, 12.14, 12.15, 12.16, 12.22, 12.26a )
O diencéfalo é derivado da porção mais caudal ou inferior da vesícula pró-encéfalo e situa-se praticamente incluído no interior dos hemisférios cerebrais, como citado anteriormente.
É formado por uma série de núcleos que se “arrumam” de maneira tal que, para efeito de estudo, podem ser agrupados em grandes regiões.
Para RANSON & CLARK (1959) encontra-se subdividido em: epitálamo, tálamo, sub-tálamo ou tálamo ventral e hipotálamo.
Já para CONTU & OSÓRIO (1972) o diencéfalo era, inicialmente subdividido pelos autores, tomando como ponto de referência o sulco hipotalâmico em: tálamo, acima e hipotálamo, abaixo. Com a análise do desenvolvimento embriológico e considerações funcionais ficaram com a seguinte divisão: IIIº ventrículo, hipotálamo, tálamo, sub-tálamo, metatálamo e epitálamo.
Para ERHART (1986) em epitálamo, tálamos dorsal e ventral, metatálamo e hipotálamo, que delimitam, com formações telencefálicas, a cavidade do IIIº ventrículo e parte das cavidades dos ventrículos laterais. O tálamo ventral, outrora denominado de sub-tálamo. O metatálamo compreende os corpos geniculados.
Para CHUSID (1972), MACHADO (1993) em tálamo, hipotálamo, epitálamo e sub-tálamo, todas em relação com o IIIº ventrículo. Os corpos geniculados são estruturas do tálamo.
Como o aluno pode perceber, mesmo entre os mais renomados autores nacionais e internacionais existem divergências na divisão do diencéfalo.
Para efeito de estudo vamos optar pela divisão mais universalmenteaceita.
	Tálamo e Epitálamo - acima do sulco hipotalâmico; 
 Hipotálamo e Sub-Tálamo - abaixo do sulco hipotalâmico.
 
 TÁLAMOS:
São 2 massas volumosas de núcleos, de forma ovóide, situadas, uma de cada lado, rostralmente ao mesencéfalo, na porção látero-dorsal do diencéfalo, e delimitam extensa fenda mediana, parte da cavidade do III ventrículo (Fig. 12.22).
Em cerca de 70% dos casos (ERHART, 1986) esta cavidade apresenta-se parcialmente interrompida por uma curta trave de substância cinzenta (aderência inter-talâmica). SAMPAIO & CUNHA (1972) encontraram em suas pesquisas, 29,5% de casos, sendo mais frequentes em brancos que em negros. Para RANSON & CLARK em 20% dos casos podem existir.
Como têm a forma ovóide apresenta extremidades anterior e posterior, sendo que a anterior é considerada menor e se aproxima da linha média e do lado oposto, e a posterior é maior e se afasta da linha média (Fig. 12.22).
Podemos estudar 4 faces no tálamo: medial, lateral, superior e inferior; sendo que as de melhor visão na prática são a medial e superior, nas peças rotineiras de estudo ( hemi-encéfalo ).
A extremidade anterior do tálamo, mais próxima da linha média, apresenta o tubérculo anterior que, juntamente com o fórnix (estrutura do telencéfalo) delimitam o forame inter-ventricular, local de comunicação entre os ventrículos laterais e o IIIº ventrículo.
A extremidade posterior, maior que a anterior e mais afastada da linha média, apresenta uma grande projeção (saliência) chamada pulvinar, por sobre os corpos geniculados lateral e medial; na verdade, mais por sobre o medial (Figs. 12.14, 12.15).
A face medial constitui a maior parte da parede lateral do IIIº ventrículo e é revestida por epêndima desta cavidade. Apresenta um sulco, sulco hipotalâmico, importante, a nível prático, para separar as partes do diencéfalo. Começa a nível de aqueduto cerebral, “correndo” para frente e para cima, de forma sinuosa, até o forame inter-ventricular. Este sulco é um resquício do sulco limitante do tubo neural embriológico, como o sulco limitante da fossa rombóide, no tronco encefálico (Fig. 12.22).
Como citado anteriormente ligando uma face medial a outra vamos encontrar uma faixa de substância cinzenta, aderência inter-talâmica, mas não em 100% dos casos. 
A face superior está separada da face medial por uma margem pronunciada, formada por um feixe de fibras mielinizadas, a estria medular, na qual insere-se o epêndima da tela coróide que forma o teto do IIIº ventrículo. Quando esta tela coróide é removida, para se observar o IIIº ventrículo, os restos ficam aderidos e constituem as tênias do tálamo, semelhantes às do IVº ventrículo.
A face superior está subdividida em parte medial e parte lateral. A parte medial, junto com o teto do IIIº ventrículo (tela coróide), constitue o assoalho da fissura transversa do cérebro, cujo teto é formado pelo fórnix e corpo caloso (do telencéfalo). A parte lateral, ligeiramente convexa, faz parte do assoalho do ventrículo lateral, estende-se lateralmente no telencéfalo até o núcleo caudado, um dos núcleos da base cerebral, ficando separado dele por um sulco que é percorrido por fibras nervosas, a estria terminal do tálamo e por uma veia, a veia terminal ou tálamo-estriada.
A face lateral está separada do telencéfalo pela cápsula interna, grosso feixe de fibras que liga o córtex cerebral a centros sub-corticais, como tronco encefálico e medula espinhal. Se limita também com o núcleo lentiforme, outro núcleo da base cerebral.
A face inferior limita-se com o sub-tálamo e o hipotálamo.
Os corpos geniculados medial e lateral, são 2 projeções nucleares situadas abaixo do pulvinar do tálamo. 
O medial atua como uma estação intermediária da via auditiva ipsi e contra-lateral, recebe fibras pelo braço do colículo inferior, do núcleo do colículo inferior, corpo trapezóide e lemnisco lateral. Emite fibras que vão ao giro temporal transverso anterior (áreas 41 e 42), centro cortical da audição. Outras fibras vão diretamente, ou através de colaterais, ao colículo inferior, ao pulvinar e à zona incerta do tálamo ventral ou sub-tálamo (Figs. 12.14, 12.15).
O corpo geniculado lateral, que a rigor não é um núcleo, pois é constituído por camadas alternadas de fibras e células que lhe dão aspecto estratificado semelhante ao colículo superior. Recebe fibras de ambas as retinas pelos tractos ópticos, em virtude da decussação parcial que as fibras dos nervos ópticos sofrem no quiasma óptico. Emite fibras para: centro cortical (áreas 17, 18, 19, 20, 21 e 37) do sulco calcarino e adjacências, cúneo e giro occipito-temporal medial, pelo tracto genículo-calcarino; e pelo braço do colículo superior para o colículo superior, para integração de reflexos.
Resumidamente, podemos citar algumas funções básicas do tálamo.
-	faz parte do sistema límbico - instintos e emoções;
-	faz parte da via auditiva, no reflexo;
- faz parte da via óptica, no reflexo;
- atua como estação intermediária obrigatória das sensações dor, tato, temperatura e pressão, pois recebe 1º a maioria destas sensações, antes que estas cheguem ao córtex cerebral.
 EPITÁLAMO
Denomina-se epitálamo ao conjunto de estruturas que delimitam posteriormente o tecto do IIIº ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo, acima dos colículos superiores (Figs. 12.14, 12.15, 12.22).
As estruturas que formam o epitálamo são: trígonos habenulares, comissura habenular, comissura epitalâmica (outrora comissura posterior) e corpo ou glândula pineal (Figs. 12.14, 12.15).
Os trígonos habenulares são 2 pequenas áreas triangulares, 1 de cada lado, entre o tálamo e o corpo pineal, interligados pela comissura habenular. São áreas importantes de correlação olfato-somático, fazendo parte do sistema límbico. Seguindo cada trígono para frente, encontramos uma “fita” chamada de estrias medulares do tálamo, que percorre e serve como limite prático entre as faces medial e superior do tálamo, e que vai “sumindo” ao se aproximar da extremidade anterior do tálamo (tubérculo anterior do tálamo). Nesta estria se insere a tela coróide, como também na comissura habenular, fechando, deste modo, o tecto do IIIº ventrículo.
A comissura epitalâmica é um feixe de fibras mais profundas, que cruza a linha média, posteriormente à abertura do aqueduto cerebral, e é considerada como limite entre o mesencéfalo e o diencéfalo.
O corpo pineal ou glândula pineal ou simplesmente epífise, é uma glândula endócrina, pequena, ímpar, mediana, de forma piriforme, que se prende, por meio de curta haste fibro-vascular, às comissuras habenular e epitalâmica.
Resumidamente, podemos citar como funções básicas do epitálamo:
Parte não glandular: trígonos habenulares, comissura habenular e estrias medulares do tálamo.
	
-	faz parte do sistema límbico - relacionado com a regulação do comportamento emocional	
Parte glandular: a glândula pineal: 
	
- age nos rítmos circadianos, como, ex.: regular sono-vigília - pela secreção de melatonina noturna;
	
- age inibindo a puberdade precoce - pela ação frenadora que exerce sobre as gônadas.
	
Segundo MACHADO, a fisiologia glandular, ainda apresenta pontos obscuros, que na continuação das pesquisas serão, aos poucos, esclarecidos.
HIPOTÁLAMO:
É uma área pequena, situada abaixo do sulco hipotalâmico, abaixo dos tálamos e forma o assoalho e parte das paredes laterais do IIIº ventrículo (Figs. 12.13, 12.16, 12.22).
	
Embora seja uma área considerada pequena, com apenas 4g dos 1.200g cerebral, apresenta funções vitais que a torna uma das áreas mais importantes do sistema nervoso.
A região hipotálamo, na verdade, é formada por um conjunto de pequenos núcleos e feixes de fibras, todos internos. A nível externo, portanto de visualização pela face inferior do cérebro na prática, temos algumas projeções: quiasma óptico, corpos mamilares, tuber cinereo e infundíbulo com a glândula hipófise (mais precisamente a neurohipófise).
QuiasmaÓptico: as fibras do nervo óptico (IIº par craniano) ao saírem da retina, de cada olho, formam o nervo óptico que cruzam parte de suas fibras para o lado oposto na diagonal (decussam) e formam o chamado quiasma óptico (local de decussação - cruzamento). Deste, agora, sai um feixe de fibras de cada lado - tracto óptico, que vão para os corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos cerebrais e, a partir daí vão para: 1) a área ou centro da visão no cérebro - o lobo occipital do telencéfalo e, 2) para o colículo superior do mesencéfalo, pelo braço do colículo superior, para integração de reflexos.
	
Corpos Mamilares - são 2 pequenas elevações arredondadas bem próximas da fossa interpeduncular do mesencéfalo e, tem conexões importantes com sistema límbico - instintos e emoções.
	
Tuber Cinereo - é uma área mediana entre quiasma e tractos ópticos à frente e os corpos mamilares atrás. No tuber se prende a glândula hipófise pelo seu infundíbulo ou haste hipofisária.
	
Glândula Hipófise - glândula endócrina, pequena e de grande importância funcional na coordenação e manutenção do controle interno do organismo, homeostase.
	
Podemos, subdividi-la, de acordo com os critérios embriológico e funcional em neuro-hipófise e adeno-hipófise. A neuro-hipófise é uma projeção, uma continuação do hipotálamo; e a adeno-hipófise é uma projeção do epitélio da boca (estomódeo) que se “liga” a neuro-hipófise.
	
O hipotálamo, internamente, pode ser subdividido de 2 maneiras, a saber:
	
1) de medial para lateral - em área medial, rica em núcleos e, em área lateral, rica em fibras. Quem ajuda a esta subdivisão é o fórnix. Do fórnix até a parede lateral do IIIº ventrículo é a área lateral; do fórnix até a linha média, é a área medial.
	
2) da frente para trás, num plano frontal - em áreas: supra-óptica, tuberal e mamilar; onde cada área apresenta mais de um núcleo. 
	
De acordo com MACHADO: “as funções hipotalâmicas são muito numerosas e importantes, quase todas elas relacionadas com a homeostase, ou seja, com a manutenção do meio interno, dentro de limites compatíveis com o funcionamento adequado dos diversos órgãos. Para isto, o hipotálamo tem um papel regulador sobre o sistema nervoso autônomo e o sistema endócrino, além de controlar vários processos motivacionais importantes para a sobrevivência do indivíduo, e da espécie, como a fome, a sede e o sexo”.
Resumidamente, podemos citar como funções básicas do hipotálamo:
	
Centro Associativo Visceral;
Faz parte do Sistema Límbico – Instintos e Emoções;
“Centro” da Fome;
“Centro” da Sede;
“Centro” do Controle da “Queima” de Carboidratos e Lipídios;
 “Centro” da Diurese
 Controle Hormonal – com a Glândula Hipófise.
SUB-TÁLAMO
É uma região situada na transição entre o tegmento do mesencéfalo e o diencéfalo, situado abaixo do tálamo, entre o hipotálamo (medialmente) e a cápsula interna (lateralmente).
	
Por não ser mediano, nas peças de rotina (corte sagital) não pode ser visto, para isto é necessário que se prepare outros cortes cerebrais, como os cortes frontais ou para-sagitais.
Apresenta regiões de substância cinzenta e branca, porém, o que mais se destaca são os núcleos sub-talâmicos, que são importantes na regulação da motricidade somática, no chamado sistema extra-piramidal ou involuntário. 
TELENCÉFALO ou HEMISFÉRIO CEREBRAL	
Esta é a parte que as pessoas chamam de “cérebro” mas, na realidade, já na formação embriológica, a vesícula ou dilatação telencefálica quase que se subdivide em 2, direita e esquerda, e que juntas recobrem quase que totalmente o diencéfalo.
	
Nos hemisférios estão situadas as funções consideradas superiores, bem como as áreas associativas - interpretativas, das sensações corpóreas como, visão, tato, gustação, audição, olfação; além das áreas que recebem estímulos e de áreas que originam respostas para o organismo.
	
Nos hemisférios vamos encontrar a maior parte da substância cinzenta por fora (córtex cerebral), com uma espessura máxima de 4mm. Autores admitem que tem bilhões de neurônios; alguns chegam até 25 bilhões, Von ECONOMO & KOSKINAS (1925) citam 14 x 109, PAKKENBERG (1966) 2,6 x 109, mas um número bem aproximado fica difícil. O restante da substância cinzenta, na forma de núcleos, (da base), está situada na substância branca, toda interna.
	
É interessante lembrar que o hemisfério cerebral direito controla o lado esquerdo do corpo, e, vice-versa. É o que se pode chamar de dominância cruzada, com relação ao corpo.
	
Admite-se que o hemisfério direito é de relação mais espacial, habilidades musicais, artísticas, reconhecer fisionomias, enquanto que o hemisfério esquerdo e mais verbal - linguagem e raciocínio matemático.
	
Geralmente o hemisfério esquerdo é dominante em relação ao direito. Esta “dominância” deve-se às funções da linguagem estarem situadas, na grande maioria das pessoas, do lado esquerdo, e não a relação sensório-motora somática destra ou sinistra (canhota). Mesmo nas pessoas canhotas, as fibras comissurais (comissuras anterior, posterior e corpo caloso), transmitem informações para o lado oposto para interpretação do estímulo.
	
O encéfalo como um todo e, principalmente o córtex cerebral, apresenta um metabolismo muito alto, precisando de muita energia (glicose e oxigênio) para o seu bom desempenho. Esta nutrição é dada pelos vasos arteriais e com uma drenagem efetiva. A falta de nutrientes, principalmente oxigênio, por 05 a 10 segundos pode levar ao desmaio, e a partir de 3 a 5 minutos já pode chegar a ter morte cerebral, em várias áreas. Segundo diversos autores discute-se se existe linfáticos a nível de SNC.
	
O telencéfalo ou “cérebro” inclui: a) os hemisférios cerebrais, b) as comissuras que os ligam, c) as cavidades que eles contém-ventrículos laterais, d) as partes anteriores do IIIº ventrículo com as regiões pré-ópticas.
	
Os 2 hemisférios cerebrais são incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro. Esta fissura é interrompida por um grande feixe de fibras comissurais (transversais) formando o assoalho da fissura, chamado de corpo caloso, que é a principal união entre os hemisférios.
	
Cada hemisfério cerebral apresenta 3 faces, 3 pólos e 5 grandes regiões ou lobos.
	
As 3 faces são: 
Súpero-Lateral - por não existir um limite definido entre as faces superior e lateral passamos a chamar simplesmente de súpero-lateral, que é convexa e dá um aspecto de uma “luva-de-boxe”.
	
Medial - separada da do lado oposto pela fissura longitudinal do cérebro, é plana, apresentando um grande feixe de fibras, em forma de pavilhão auricular ( orelha ) , chamado de corpo caloso, que serve para “ligar” os 2 hemisférios.
	
Inferior - esta face, nas peças de rotina, geralmente fica encoberta por metade do cerebelo e metade do tronco encefálico. Por isto, não podemos observar seus sulcos e giros, salvo quando retiramos o cerebelo e tronco encefálico.
Anterior ou Frontal - a parte mais extrema da região frontal.
 Os 3 pólos são: Posterior ou Occipital - a parte mais extrema da região occipital.
Lateral ou Temporal - a parte mais extrema da região temporal.
	
As 5 grandes regiões ou lobos são: frontal, parietal, occipital, temporal e ínsula. ( Fig. 12.23 ).
Quatro ( 4 ) dos cinco lobos recebem nomes pelas suas relações com ossos do crânio, ou seja, frontal, parietal, occipital e temporal, e 1 lobo recebe o nome de ínsula (ilha pequena). Isto se deve ao fato que esta região é bem mais antiga que as outras e, durante o desenvolvimento embriológico, os outros lobos passam por cima dele, isolando-o, ou seja, ilhando-o na própria massa cerebral. Portanto, existem 5 lobos: frontal, parietal, occipital, temporal e ínsula.
	
O cérebro humano apresenta, como citado anteriormente, sulcos e giros ou circunvoluções. Os giros são as saliências sinuosas e os sulcos, os espaços entre eles. Admite-se que cerca de 2/3 do córtex cerebral fica como que “encondido” nos sulcos.
	
Os sulcos são muitos e com muitas variações porém, alguns sulcos são mais frequentes, constantes,

Continue navegando