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Farmacologia M3 4P

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Acadêmica: Maria Eduarda Sudária de Freitas
A. FARMACODEPENDÊNCIA
1- O QUE É USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIA QUÍMICA?
Abuso significa o padrão mal-adaptado manifestado por consequências adversas recorrentes e significativas devidas ao uso repetido de uma substância química. Assim, o abuso refere-se ao:
· Uso recorrente da substância resultando em fracasso no preenchimento de expectativas no trabalho, escola ou lar.
· Uso recorrente da substância em situações perigosas.
· Problemas legais recorrentes por conta do uso da substância.
· Uso continuado da substância apesar de problemas sociais ou pessoais, os quais são persistentes ou recorrentes, causados ou exacerbados pelos efeitos da substância.
2- QUAIS ESTRUTURAS COMPÕEM O SISTEMA DE RECOMPENSA?
O sistema de recompensa corresponde ao sistema mesolímbico que é formado pelas seguintes estruturas e interações:
No mesencéfalo, um subgrupo de neurônios dopaminérgicos projeta-se da área tegmental ventral para o nucleus accumbens e córtex pré-frontal, por meio do feixe prosencefálico medial. Esses neurônios são fundamentais para a via de recompensa, que reforça o comportamento e aprendizagem (em relação ao consumo da droga) por meio de ligações com hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal. Cada uma dessas estruturas levam a geração de um estímulo que, em conjunto, modulam a percepção do prazer.
3- O QUE É FARMACODEPENDÊNCIA?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo farmacodependência significa: “Estado psíquico e às vezes físico causado pela ação recíproca entre um organismo vivo e um fármaco, que se caracteriza por modificações do comportamento e por outras reações que compreendem sempre um impulso irreprimível de tomar o fármaco de forma contínua ou periódica, a fim de experimentar seus efeitos psíquicos e às vezes evitar o mal-estar produzido pela privação.”.
		E, pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, dependência refere-se a “um conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos que indicam que o indivíduo perdeu o controle do uso da droga e continua a usar a substância, apesar das consequências adversas deste uso”.
4- O QUE É POTENCIAL DE REFORÇO PRIMÁRIO (EM RELAÇÃO À FARMACODEPENDÊNCIA)?
Primeiramente definindo potencial de reforço, este é a capacidade de uma droga gerar a auto-administração repetida sem a necessidade de outros mecanismos externos de indução (personalidade,situação socioeconômica, pressão dos companheiros).
O potencial de reforço primário seriam a intensidade dos efeitos farmacológicos agradáveis, decorrentes da ação de uma substância nos centros de recompensa do cérebro, que condicionam sua auto- administração contínua. Exemplo: macacos Rhesus chegam a pressionar uma alavanca mais de 4000X para obter uma dose de cocaína .
5- O QUE É POTENCIAL DE REFORÇO SECUNDÁRIO?
Já o potencial de reforço secundário, são os fatores independentes da ação farmacológica que são observados exclusivamente na auto-administração por seres humanos. Exemplo: alucinógenos (LSD).
6- O QUE É O REFORÇO POSITIVO E O REFORÇO NEGATIVO?
		Reforço positivo: O consumo se mantém, pois, o indivíduo busca, de forma compulsória, a “onda” ou a sensação de euforia que a droga proporciona. Reforço negativo: O consumo mantém-se com o objetivo de aliviar os estados desagradáveis que a pessoa sente na ausência da droga, por exemplo o consumo de álcool para reduzir o estresse. O comportamento de dependência também pode ser mantido pelo desejo de evitar a síndrome de abstinência.
B. ETANOL
1- FAÇA UMA RELAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES BEBIDAS (DESTILADAS / FERMENTADAS) COM A ABSORÇÃO DO ETANOL E DAS LESÕES NOS TECIDOS RELACIONADOS À SUA INGESTÃO: BOCA, ESÔFAGO E ESTÔMAGO;
A cavidade oral, faringe, esôfago e estômago são expostos ao etanol imediatamente após a ingestão, o que torna a lesão mucosa direta mais frequente nos indivíduos mais expostos. O uso crônico abusivo leva a danos nas glândulas salivares, interferindo com a secreção e podendo levar a hipertrofia, por mecanismos não totalmente esclarecidos. Em etilistas também são mais observadas glossites e estomatites, podendo estar ligadas tanto à lesão direta quanto a estados de má nutrição. O alcoolismo também está associado a perdas dentárias e doenças gengivais.O consumo de etanol pode afetar o esôfago de diversas maneiras, como redução da motilidade e relaxamento do esfíncter inferior, o que pode se dar mesmo em uma única ingestão aguda. Essa condição favorece o refluxo gastroesofágico e suas consequências (esofagite, úlceras, sangramentos, etc). Além disso, foi observado que etilistas exibem anomalias na motilidade esofageana conhecida como “esôfago em quebra nozes” cujos sintomas de dor torácica podem simular a insuficiência coronariana. A ação direta do etanol na mucosa do esôfago pode originar esofagite (erosiva ou não). É conhecida a maior incidência de esôfago de Barrett em etilistas (alterações na mucosa esofageana com surgimento de epitélio glandular em áreas mais expostas ao refluxo, o que eleva o risco de surgimento de adenocarcinoma de esôfago). Outra condição observada mais frequentemente em etilistas é a síndrome de Mallory-Weiss, caracterizada por surgimento de erosões no esôfago distal devidas a vômitos de repetição, podendo manifestar-se com sangramentos após períodos de vômitos intensos, frequentes em grandes ingestões de etanol. O consumo agudo e crônico de etanol pode acometer o estômago de diversas maneiras. Mesmo em baixas doses ele pode alterar a secreção gástrica, provocar lesões mucosas de forma direta, interferir com a motilidade.
Bebidas com baixas concentrações de etanol, como cerveja e vinho causam aumento na secreção ácida, inclusive com aumentos de gastrina circulante, enquanto bebidas com elevadas concentrações como os destilados não provocam tal efeito. Os reais mecanismos envolvidos nesse comportamento diferenciado não são totalmente conhecidos. É bem documentada a atrofia de mucosa gástrica em etilistas crônicos, por ação direta do etanol na mucosa, originando uma progressiva redução na produção ácida, o que, além de interferir com processos digestivos, reduz as defesas primárias contra bactérias e eleva o risco de infecção por certos agentes patogênicos e de colonização em porções altas do trato digestivo.
2- QUAIS FATORES PODEM ALTERAR A ABSORÇÃO DO ETANOL E EM QUAL ORGÃO OCORRE A MAIOR PARTE DA SUA ABSORÇÃO.
Alguns fatores que podem alterar a absorção do etanol é a sua formulação (fermentados ou destilados) e a condição do estômago (presença ou ausência de alimentos), por exemplo: a presença de alimentos no estômago retarda a absorção. A maior parte da absorção ocorre no fígado.
3- COMO OCORRE A DISTRIBUIÇÃO DO ETANOL NO ORGANISMO.
O álcool é solúvel em água, assim é livremente distribuído pelos órgãos. O coração, o cérebro e os músculos estão sujeitos às mesmas concentrações de álcool do sangue. A exceção é o fígado, que fica sujeito a concentrações maiores, já que recebe o etanol absorvido do estômago e do intestino. Pelo fato do etanol não ser solúvel em gorduras, uma porcentagem muito pequena do álcool ingerido é retido no tecido gorduroso do organismo.
Logo, as concentrações nos tecidos e no sangue são maiores nas mulheres já que as mesmas têm mais tecido subcutâneo (rico em gorduras) e menor volume de sangue que os homens. As mulheres também podem ter níveis menores de desidrogenases (enzimas que metabolizam o etanol). O etanol após ser metabolizado no fígado pode ser eliminado pela urina ou pelo processo de respiração (o que justifica o uso do bafômetro).
4- QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS VIAS BIOTRANSFORMADORAS (METABOLIZAÇÃO) DO ETANOL.
Mais de 90% do álcool absorvido é eliminado pelo fígado; 2 a 5% é excretado sem modificações na urina, suor e respiração. O primeiro passo no metabolismo do álcool é a oxidação do acetaldeído pela enzima denominada álcool desidrogenase (ADH). Esta enzima converte o álcool em acetaldeído que, mesmo em pequenas concentrações, é tóxico para o organismo. A enzima aldeído desidrogenase (ALDH),por sua vez, converte o acetaldeído em acetato. A maior parte do acetato produzido atinge outras partes do organismo pela corrente sanguínea onde participa de outros ciclos metabólicos. O sistema de enzimas microssomais oxidativas (SEMO) pertence à família dos citocromos e compreendem um sistema alternativo de metabolização do álcool no fígado. O SEMO transforma o álcool em acetaldeído pela ação do citocromo P450 2E1 ou CYP2E1 presentes nas células hepáticas.
5- DESCREVA A TOXICODINÂMICA DO ETANOL.
A ação do etanol no organismo passa pela alteração da atividade sinática, em particular, ao nível dos recetores: ácido gama-aminobutírico do tipo A (GABA A), N-metil-D-aspartato (NMDA), da glicina, e 5-hidroxitriptamina de tipo 3.
Ao atuar no receptor da dopamina causa excitação e dependência e, quando atua nos receptores do GABA, glicina e do glutamato provoca sedação e intoxicação.
A ação do etanol sobre a neurotransmissão GABAérgica e glutamatérgica é causadora de dependência, quando a ingestão é feita por longos períodos de tempo. O que ocorre no organismo de um indivíduo que não ingere álcool é a diminuição da atividade neuronal quando os receptores do GABA A são ativados, pois este apresenta um efeito inibitório do sistema nervoso central, acontecendo o oposto quando há a ativação do receptor NMDA. Após a ingestão, o etanol vai contrariar a ação desses neurotransmissores, do GABA A e do glutamato, e por isso dar-se-á o aumento da atividade do GABA e diminuição da do NMDA.
6- DESCREVA A ABSTINÊNCIA DO ETANOL.
Apresenta sinais e sintomas de hiperatividade do sistema nervoso central (incluindo autônomos) pode acompanhar a interrupção do consumo de álcool.
Síndrome de abstinência alcoólica leve: compreende tremores, fraqueza, cefaleia, sudorese, hiper-reflexia e sintomas GI. Pode haver taquicardia e a pressão arterial pode estar ligeiramente elevada. Os sintomas começam geralmente em cerca de 6h após a interrupção do consumo. Alguns pacientes apresentam convulsões tônico-clônicas generalizadas (chamadas epilepsia alcoólica ou acessos de rum), porém, quase sempre, não > 2 sucessivas curtas. Em geral, as convulsões ocorrem 6 a 48 h após a cessação do uso de álcool.
Alucinose alcoólica (alucinações sem outro comprometimento da consciência): segue a interrupção abrupta do uso excessivo e prolongado de álcool, com frequência, em 12 a 24 h. As alucinações são normalmente visuais. Os sintomas podem também incluir ilusões e alucinações que muitas vezes são acusadoras e ameaçadoras; os pacientes estão, em geral, apreensivos e podem estar aterrorizados por alucinações e sonhos assustadores e vívidos.
A alucinose alcoólica pode assemelhar-se à esquizofrenia, mas o pensamento costuma não ficar desordenado e a história não é típica de esquizofrenia. Os sintomas não lembram os do estado delirante da síndrome cerebral orgânica aguda tanto quanto os do delirium tremens (DT) ou outras reações patológicas associadas à abstinência. A consciência permanece clara e os sinais de instabilidade autônoma que ocorrem no DT estão geralmente ausentes. Quando há alucinose, quase sempre, precede o DT e é transitória.
Delirium tremens: costuma começar 48 a 72h após a abstinência de álcool; ataques de ansiedade, confusão crescente, sono prejudicado (com sonhos
assustadores ou ilusões noturnas), sudorese acentuada e depressão grave podem ocorrer. Alucinações repentinas que suscitam inquietação, medo e mesmo terror são comuns. O retorno a uma atividade habitual é típico do estado delirante, confuso e desorientado inicial; p. ex., o paciente imagina frequentemente que voltou ao trabalho e tenta realizar alguma atividade relacionada.
A instabilidade autônoma, evidenciada por diaforese e elevação da frequência de pulso e da temperatura, acompanha o delirium e progride com ele. Delirium leve é acompanhado, muitas vezes, por diaforese acentuada, frequência de pulso de 100 a 120 bpm e temperatura de 37,2 a 37,8° C. Delírio acentuado, com desorientação grosseira e comprometimento cognitivo, se associa a inquietação significativa, pulso > 120 bpm e temperatura > 37,8° C; o risco de morte é alto.
No delirium tremens, os pacientes são sugestionáveis a muitos estímulos sensoriais, em particular a objetos observados na penumbra. Distúrbios vestibulares podem fazer com que acredite que o chão está se movendo, que as paredes estão caindo ou que o quarto está girando. À medida que o delirium progride, desenvolve-se tremor de repouso nas mãos, que se estende algumas vezes à cabeça e ao tronco. A ataxia é acentuada; deve-se ter cuidado para evitar autolesões. Os sintomas variam entre os pacientes, mas são geralmente os mesmos para um paciente em particular a cada recorrência.
7- DESCREVA UM TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA FARMACODEPENDÊNCIA DO ETANOL.
A primeira etapa para tratar a farmacodependência do etanol e fazer a desintoxicação, depois faz-se uma hidratação com a reposição de eletrólitos e tiamina e aí, pode-se entrar com medidas farmacológicas como um sedativo com tolerância cruzada com etanol (oxazepam) e também um antagonista opióide (naltrexona).
8- OBSERVE A FIGURA ABAIXO E EXPLIQUE O MECANISMO DE ATIVAÇÃO DO SISTEMA DE RECOMPENSA APÓS USO DO ETANOL.
C. TABACO
1- DESCREVA A CINÉTICA DA NICOTINA.
O cigarro contém mais de 4000 componentes químicos, sendo a nicotina o único componente capaz de causar dependência e o alcatrão e o monóxido de carbono são agentes prejudiciais do cigarro. A nicotina ativa os receptores nicotínicos, principalmente, do subtipo α4 e β2, localizados na membrana pré e pós-sinápticas. No cérebro, a nicotina reduz a ansiedade e a tensão, assim como, ativa o sistema de recompensa: aumenta a dopamina no núcleo accumbers (aumentando, consequentemente, o prazer).
· 	Ações no SNC: Aumento do estado de alerta e redução da ansiedade e da tensão.
· 	Ações no SNP (a nicotina causa estimulação ganglionar): Ativação da supra-adrenal (liberação de noradrenalina e adrenalina), taquicardia e aumento da pressão arterial.
		O alcatrão está presente no cigarro, sendo uma substância em conjunto com mais de 40 substâncias cancerígenas e a amônia, adicionada pela indústria, reforça as ações prazerosas que a nicotina faz. Vale ressaltar que a temperatura causa metaplasia do tecido colunar para estratificado pavimentoso do trato respiratório, podendo evoluir para displasia e posteriormente em neoplasias.
2- DESCREVA A TOXICODINÂMICA DA NICOTINA.
Muitas drogas de abuso, como a nicotina, provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor primário relacionado à sensação de prazer e recompensa, permitindo concluir que a dependência de nicotina resulta na atividade de neurônios dopaminérgicos. A nicotina é capaz de aumentar ou diminuir a frequência cardíaca por excitação do simpático ou por paralisia dos gânglios parassimpáticos, além de desencadear uma descarga de adrenalina da medula suprarrenal e este hormônio acelera a frequência cardíaca e eleva a pressão arterial. A cotinina, o maior produto de biotransformação da nicotina, apresenta atividade bioquímica, com efeitos relacionados aos neurotransmissores cerebrais, além de afetar algumas enzimas envolvidas na síntese de estrógeno e testosterona. Com isso, pode-se concluir que os principais riscos à saúde decorrentes da exposição ao tabaco são: coronariopatia e outras doenças vasculares periféricas, bronquite crônica e enfisema, câncer e efeitos no desenvolvimento embrionário e fetal.
3- CITE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS PRESENTES NO CIGARRO QUE APRESENTAM AÇÃO CARCINOGÊNICA.
A carcinogenicidade da fumaça de cigarro provavelmente decorre das ações combinadas de pelo menos 60 carcinógenos e incontáveis radicais livres.
Entre os carcinógenos existem duas nitrosaminas derivadas da nicotina:
· 4-(metil-nitrosamino)-1-(3- piridil)-1-butanona (NNK)
· N9-nitrosonornicotina (NNN).
Outros componentes carcinogênicos da fumaça de cigarro incluem hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH), aminas aromáticas, benzeno, aldeídos e outros compostos orgânicos voláteis e vários metais. Benzopirenoé um dos PAH carcinogênicos na fumaça de cigarro e, além disso, acredita-se que contribua parcialmente para a carcinogenicidade de alcatrão e fuligem.
4- PODEMOS ESTABELECER NÍVEIS DE SEGURANÇA PARA O USO DO CIGARRO? POR QUE?
Não existe um nível seguro de exposição à fumaça do cigarro”, diz Maki Inoue-Choi, pesquisador do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos e autor principal do trabalho. “Fumar poucos cigarros por dia tem importantes efeitos na saúde”, o que confirma que deixar o hábito de fumar “beneficia todos os fumantes, sem importar a quantidade de tabaco consumida”, disseram os autores em nota divulgada por sua instituição.
Apesar das muitas provas, ainda há uma falsa “percepção, especialmente entre os jovens, de que este nível de consumo é seguro”, diz o estudo.
5- OBSERVE EXPLIQUE O MECANISMO DE ATIVAÇÃO DO SISTEMA DE RECOMPENSA APÓS USO DO TABACO.
A nicotina exerce sua ação farmacológica ligando-se a receptores colinérgicos nicotínicos (nAchR). Esses receptores são pentâmeros compostos por diferentes combinações de cadeias de polipeptídios, denominadas a e b e estão presentes nos gânglios autonômicos, junção neuromuscular e sistema nervoso central (SNC). Diferentes combinações dessas subunidades estão dispostas na membrana celular formando um canal iônico. A ligação da nicotina com esses receptores promove alterações conformacionais e abertura desses canais, promovendo o influxo de cátions (Na+ e Ca2+). No SNC, a nicotina exerce seus efeitos interagindo com nAchRs pré-sinápticos localizados nos terminais dos axônios. A estimulação desses receptores resulta no aumento da liberação de vários neurotransmissores (Picciotto et al., 2000).
O efeito reforçador positivo das drogas é decorrente da ativação de um substrato neurobiológico comum – o sistema dopaminérgico meso- corticolímbico e a sensibilização comportamental resulta de alterações moleculares desse sistema, que são induzidas pela exposição prolongada às drogas (Wise e Bozarth, 1987; Robinson e Beridge, 1993).
6- SINAIS DE ABSTINÊNCIA.
Os sintomas da abstinência do cigarro variam de pessoa para pessoa, considerando o nível de dependência. Reações são passageiras e tendem a desaparecer em algumas semanas
Dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração, ansiedade e alteração do sono são alguns dos sintomas da abstinência do cigarro. Esse conjunto de reações desconfortáveis, que podem incluir o aumento do apetite, tristeza e até depressão, é chamado de síndrome de abstinência da nicotina.
Existem três aspectos principais que caracterizam a dependência a uma droga: compulsão, tolerância e síndrome de abstinência. Todos estes aspectos estão presentes na dependência à nicotina. Quanto mais dependente de nicotina maior o grau de compulsão que o tabagista terá. Inicialmente ele fuma poucos cigarros por dia, mas com o passar do tempo, há uma tolerância crônica à nicotina, obrigando o tabagista a fumar mais cigarros para manter os mesmos efeitos de prazer que apresentava anteriormente com doses menores. A síndrome de abstinência se caracteriza por sinais e sintomas desagradáveis que surgem ao parar de fumar. Esses sintomas variam com o grau de dependência à nicotina, se intensificam nos primeiros dias e tendem a desaparecer com o tempo.
A dependência psicológica é caracterizada pela necessidade de acender um cigarro com o intuito de aliviar suas tensões tais como angústia, ansiedade, tristeza, medo, estresse, ou até mesmo em momentos de depressão. O cigarro passa a ser encarado como um companheiro em momentos de solidão.
Já a dependência comportamental caracteriza-se pelas associações que o fumante faz com situações corriqueiras em sua rotina diária. Assim, ele se condiciona a fumar após tomar café, após as refeições, ao assistir televisão, falar ao telefone, ingerir bebidas alcoólicas, dirigir, antes de iniciar uma tarefa que exija concentração, e até em situações em que se encontra relaxado
D. CANNABIS SATIVA
1- QUAIS CANABINÓIDES ESTÃO PRESENTES NA CANNABIS?
A Cannabis sativa L. contém, no mínimo, 61 canabinóides, sendo os principais:
· 	Tetraidrocanabinol (∆9-THC) - Delta 9 THC é a substância que gera o prazer de fumar a maconha
· Tetraidrocanabinol (∆8-THC)
· Tetraidrocanabivarin ((∆9-THCV)
· Canabinol (CBN)
· 	Canabidiol (CBD) - é o que ajuda a tratar a convulsão e ajuda medicinal
A Cannabis sativa contém mais de 400 compostos além da substância psicoativa delta- 9-tetraidrocanabinol (THC). Os cigarros de maconha são preparados a partir das folhas e ramas florescentes da planta, e um cigarro de maconha típico contém 0,5 a 1 g de material da planta. A concentração habitual de THC varia entre 10 e 40 mg, mas foram detectadas concentrações >100 mg por cigarro.
2- QUAL SUA PRINCIPAL FORMA DE USO?
O fumo é o modo mais comum de uso de maconha ou do haxixe. Durante a pirólise, mais de 150 compostos além do THC são liberados na fumaça.
O ∆9-THC possui atividades analgésica, anticonvulsivante, sedativo- hipnótica, promove alívio da pressão intraocular no glaucoma, atenua náuseas e vômitos resultantes da quimioterapia, produz relaxamento muscular na esclerose múltipla, além de estimular o apetite de pacientes com AIDS e de portadores de câncer em tratamento quimioterápico.
No entanto, a única indicação terapêutica aprovada pelo FDA, que a OMS admite e a comunidade científica aceita é restrita ao uso de ∆9-THC sintético, como uma alternativa ao tratamento antiemético em pacientes portadores de câncer em quimioterapia, que não respondem ao tratamento convencional.
Com relação ao uso não farmacológico, ou seja, que tem como foco as propriedades psicoativas da Cannabis, as principais formas de uso são:
· 	Maconha/marijuana/grass/Kit/Dagga: planta inteira, com proporções variadas de folhas, inflorescências, caules e frutos. É fumada em cigarros.
· 	Hash oil/óleo de cannabis: produto obtido por meio da extração com solventes orgânicos ou por destilação. É administrada adicionando-se a alimentos e bebidas ou mesmo ao material vegetal para aumentar a sua potência.
· 	Haxixe/Charas: exsudado resinoso seco, coletado das inflorescências das plantas cultivadas. Geralmente fumado em cachimbos.
· 	Sinsemilla: sumidades floridas das plantas femininas que não foram polinizadas. É fumada.
· 	Ganja: massa resinosa composta por folhas pequenas e inflorescências de plantas cultivadas. Fumada ou adicionada a bebidas doces.
· 	Bhang: folhas secas e inflorescências de plantas não cultivadas. Normalmente é bebida.
3- DESCREVA SUA TOXICOCINÉTICA.
Pode-se utilizar tanto a via pulmonar (fumada) quanto a oral (veiculada por alimentos e bebidas). Sendo, em geral, preferida a via pulmonar, por ter resultados mais previsíveis, um início e pico dos efeitos em menor tempo, por ocorrer a conversão do ácido-∆9-THC em ∆9-THC (o que parece não ocorrer pela via oral) e, além disso, porque fumar envolve maior interação social, caracterizando maior efeito reforçador.
Absorção alveolar: uma certa quantidade de ∆9-THC é destruída por pirólise ou perdida na corrente secundária (somente 20-27% do ∆9-THC é disponível na fumaça inalada, a corrente primária). A dinâmica de fumar também influencia na biodisponibilidade do ∆9-THC. A biodisponibilidade média após a inalação de um cigarro de maconha está entre 10 e 30%. Em 8,5 minutos (muito rápido) a concentração sanguínea de ∆9-THC atinge seu pico máximo (cerca de 84,3 ng/mL) e, em 2h, chega a 5 ng/mL. Os níveis permanecem detectáveis em 12 horas.
Absorção gastrointestinal: nesse caso, a absorção do ∆9-THC é lenta e irregular. Apesar de ser bem absorvido na porção superior do intestino delgado, a biodisponibilidade oral da ∆9-THC é muito baixa porque é extensamente biotransformada pelo fígado e degradada pelo ambiente ácido do estômago e pelos microorganismos do TGI. A resposta após a ingestão de maconha demora de 30 a 60 minutos e chega ao máximo 2,5 - 3,5 mais tarde, persistindo por 4 a 6 horas.
Distribuição: apenas de 3 a 5% do ∆9-THC está livre para exercer sua atividade farmacológica, uma vez que há alta afinidadepelas proteínas plasmáticas (lipoproteínas e albumina). O ∆9-THC é pouco solúvel em sistema aquoso, porém muito lipossolúvel (aspecto resinoso). Os canabinoides conseguem cruzar a barreira placentária e também atingir o leite materno. Seus níveis plasmáticos têm característica bifásica: inicialmente decaem rápido por estar se distribuindo pelos tecidos mais vascularizados; depois se redistribui pelos tecidos menos perfundidos (adiposo), decaindo mais lentamente no sangue. O ∆9-THC acumula-se nos depósitos de gordura do corpo (liberação gradual), tendo meia vida tecidual de 7 dias, requerendo 30 dias para eliminação completa de uma dose.
Biotransformação e excreção: apenas cerca de 1% é eliminado inalterado pelos rins. O ∆9-THC é quase inteiramente biotransformado no fígado, principalmente pelo sistema de oxidases do citocromo P450, dando origem a produtos hidroxilados e carboxilados, como o 11-OH-∆9-THC (posteriormente convertido em 9-CO-OH∆9-THC). Esses produtos da biotransformação são excretados na bile por via fecal. Os metabolitos urinários são geralmente compostos ácidos excretados conjugados com glicuronídeos. A velocidade de excreção é lenta.
Em resumo, O THC é rapidamente absorvido dos pulmões para o sangue, sendo então rapidamente sequestrado nos tecidos. O THC é metabolizado sobretudo no fígado, onde é convertido em 11-hidroxi-THC, o composto psicoativo, e mais de 20 outros metabólitos. Muitos metabólitos do THC são excretados nas fezes a uma taxa de depuração relativamente lenta em comparação com a da maioria das outras drogas psicoativas. A intoxicação aguda por maconha e compostos de Cannabis está relacionada com a dose de THC e a via de administração. O THC é absorvido mais rapidamente pelo fumo da maconha do que pelos compostos de Cannabis ingeridos VO. Distribuição:
· 95% liga a proteínas plasmáticas (principalmente a lipoproteínas)
· 	Estoque é no tecido adiposo – quando a pessoa é gorda e usa maconha, depois quando ela emagrece ainda sente o efeito da droga
· 	Todo mundo procura no sangue quando uma empresa quer fazer monitorização do uso de droga – procura acido carboxílico ate 3 meses na urina.
4- DESCREVA SUA TOXICODINÂMICA.
Quando fumada, o THC passa quase instantaneamente para a corrente sanguínea, e atinge por meio desta os centros cerebrais em poucos minutos. A administração por via oral provocada pela fumaça causa nos usuários uma subida rápida na pulsação cardíaca e secura na boca, decorrentes do bloqueio de alguns receptores de acetilcolina por parte do delta-9-THC11,18. O cérebro humano possui em seus neurônios sítios específicos próprios para interagir com o delta-9-THC denominados de receptores canabinoides. Eles têm a função de receber o princípio ativo da planta, permitindo ações no sistema nervoso. A ação do THC no sistema nervoso central se traduz como uma fixação nos receptores canabinoides localizados no hipocampo, córtex e cerebelo pertencentes a um membro típico da maior família conhecida de receptores: receptores acoplados às proteínas G. Esses receptores específicos para o THC e seus metabólitos são os canabinoides CB1 e CB2. Estes se localizam nas membranas pré-sinápticas, que influência diretamente os sistemas de neurotransmissores como: GABA, glutamato, noradrenalina, serotonina e dopamina.O primeiro passo é a ativação das proteínas-G, as primeiras componentes no processo de transdução de sinais, e isto leva a mudanças em várias componentes intercelulares, como por exemplo: abertura ou bloqueio dos canais de cálcio e potássio, o que ocasiona mudanças nas funções celulares.
Os receptores canabinoides estão inseridos na membrana celular, onde estão acoplados às pro-teínas-G e à enzima adenilato-ciclase (AC). Os receptores são ativados quando interagem com ligantes endógenos, como anandamida ou Δ9-THC, e a partir desta interação, uma série de reações ocorre, incluindo inibição da AC, diminuindo a produção de AMPc; aberturados canais de potássio (K+), diminuindo a transmissão de sinais e fechamento dos canais de cálcio (Ca+2), levando a um decréscimo na liberação de neurotransmissores.
Em resumo,
· Receptores Cd1 e Cd2 em varias áreas cerebrais
· 	O delta 9 THC estimulando os receptores no núcleo accubens leva a euforia e o barato
· 	Ativa também substancia nigra e cerebelo (Diminicao da atividade motoria,
· 	Hipocampo (causa perda de memoria) e córtex (causa alteração da informação sensorial)
A intoxicação aguda por maconha e compostos de Cannabis está relacionada com a dose de THC e a via de administração. O THC é absorvido mais rapidamente pelo fumo da maconha do que pelos compostos de Cannabis ingeridos VO.
A intoxicação aguda por maconha pode produzir uma percepção de relaxamento e euforia leve que lembra a intoxicação moderada por álcool. Esse estado costuma ser acompanhado de algum déficit do discernimento, da concentração e da função perceptiva e psicomotora. Doses mais elevadas de Cannabis podem produzir deficiência mais pronunciada na concentração e percepção, assim como maior sedação. Embora os efeitos agudos da intoxicação aguda por maconha sejam relativamente benignos em usuários normais, a droga pode desencadear transtornos psiquiátricos graves em indivíduos que já tenham problemas psicóticos ou neuróticos.
Assim como outros compostos psicoativos, tanto as expectativas do usuário como o contexto ambiental são determinantes importantes do tipo e da gravidade dos efeitos da intoxicação por maconha. O uso crônico de maconha aumenta o risco de sintomas psicóticos em indivíduos com história pregressa de esquizofrenia.
5- SINAIS DE ABSTINÊNCIA.
A síndrome de abstinência é leve, os sintomas mais frequentes são humor negativo, insônia, diminuição do apetite, perda de peso, entre outros.
6- TRATAMENTO.
Não possui tratamento específico para a drogadição, alguns usuários podem responder a antidepressivos. Porém há relato de diminuição do uso de maconha em um subgrupo de pacientes dependentes do álcool com depressão que receberam fluoxetina. (Cornelius et al., 1998). Os pacientes que receberam placebo usaram quase 20 vezes mais cigarros de maconha quando comparados com aqueles que usaram fluoxetina, e o número de dias de uso de maconha foi cinco vezes mais alto no grupo placebo.
Semelhantemente, um estudo que examinou a buspirona para o tratamento de ansiedade em pacientes dependentes de opióide revelou que embora o tratamento com buspirona não tenha reduzido os sintomas de ansiedade; os pacientes que receberam buspirona tiveram uma redução estatisticamente significativa quanto ao uso de maconha quando comparado ao grupo que recebeu placebo (McRae et al., 2000). Estes estudos sugerem que os antidepressivos ou medicamentos ansiolíticos podem ter um papel no tratamento da dependência de maconha.
E. COCAÍNA
1- DESCREVA A TOXICOCINÉTICA DA COCAÍNA.
A cocaína é rapidamente absorvida por todas as vias de administração/ exposição frequentemente utilizadas para seu consumo. O início dos efeitos acontece com menos de um minuto quando injetada ou fumada com pico de ação entre três a cinco minutos e duração de efeito de 30 a 60 minutos. Quando aspirada por via intranasal, o início de ação ocorre de um a cinco minutos, com pico de 20 a 30 minutos e duração de efeito de 60 a 120 minutos; quando ingerida, seus efeitos se iniciam após cerca trinta minutos a uma hora, com pico entre 60 a 90 minutos e duração de efeito desconhecida. Tanto para a cocaína aspirada por via intranasal, quanto para a ingerida, o tempo de início dos efeitos é prolongado devido à sua propriedade vasoconstritora.
2- QUAL A DIFERENÇA ENTRE CRACK E COCAÍNA? RELACIONE ESTA DIFERENÇA COM A VIA DE ADMINISTRAÇÃO UTILIZADA.
O crack contém cocaína, portanto, todos os efeitos provocados pela cocaína também ocorrem com o crack. Porém, sua via de uso (via pulmonar, já que o crack é fumado) faz toda a diferença entre o crack e o “pó”.
O crack é fumado e alcança o pulmão, que é um órgão bastante vascularizado e com grande superfície, sendo absorvido instantaneamente.Do pulmão, o crack cai quase imediatamente no sangue e é levado ao cérebro. Pelo pulmão, o crack chega mais rápido ao cérebro e com isso os seus efeitos aparecem muito mais rápido do que os da cocaína, usada pelo nariz. A duração dos efeitos do crack é muito rápida. Em média, dura em torno de 5 minutos. Quando a cocaína é injetada, seus efeitos duram cerca de 20 minutos, quando cheirada, 45 minutos. A curta duração dos efeitos do crack obriga o usuário a fumar com cada vez mais frequência e em alguns casos com o intervalo de apenas alguns minutos. Esse comportamento leva à dependência muito mais rapidamente em relação à cocaína.
A cocaína fumada na forma de crack causa danos muito rapidamente nos usuários. Sabe-se que em menos de um mês, o usuário regular de crack emagrece muito, chegando a perder de 8 a 10kg. Após o uso intenso e repetitivo, o usuário experimenta sensações muito desagradáveis como:
· Cansaço
· Falta de energia
· Tristeza
· Irritabilidade
· Perda do interesse sexual
· Intensa depressão.
O indivíduo que usa crack acaba sofrendo uma degradação da vida psíquica, física e social que podem complicar o acesso e o sucesso do tratamento. O uso crônico de cocaína em pó resulta em rinite crônica e lesões nasais (perfuração de septo).
3- COM RELAÇÃO AOS METABÓLITOS PRODUZIDOS APÓS O USO DE COCAÍNA, QUAL DELES É IMPORTANTE NA DETECÇÃO DO USO DESTA DROGA?
A benzoilecgonina. Detectada pela determinação qualitativa realizada em urina, o exame mais disponível e amplamente utilizado em laboratórios de toxicologia.
4- DESCREVA O MECANISMO DE AÇÃO FARMACOLÓGICO ENVOLVIDO NA ATIVAÇÃO DO SISTEMA DE RECOMPENSA.
A cocaína estimula de maneira direta o sistema recompensa, ligando-se à bomba de recaptação de dopamina e bloqueando sua ação. Em consequência, mais dopamina permanecerá na fenda sináptica. Há um aumento da concentração, do tempo de permanência e da intensidade de ação da dopamina sobre seus receptores, resultando em um quadro de euforia e prazer muito mais intenso do que as situações que estimulam o sistema naturalmente. Isso reforça a busca por essa substância, com o intuito de satisfazer a necessidade da recompensa desencadeada.
A cocaína também tem grande afinidade pelo sistema de neurotransmissão de serotonina, responsável pela modulação do humor, pelo controle dos impulsos e é capaz de estimular também o sistema de recompensa. A ação da cocaína nesse sistema também se dá por meio do bloqueio da recaptação de serotonina.
5- DESCREVA A TOXICIDADE CARDÍACA DA COCAÍNA.
Efeitos cardiovasculares estão associados a complicações como isquemia e infarto do miocárdio, que são causadas devido ao aumento na demanda de oxigênio pelo coração em decorrência da hipertensão, da taquicardia, do aumento na contratilidade e pela diminuição no aporte de oxigênio causado pela profunda vasoconstrição induzida pela norepinefrina, que exerce efeito direto sobre os vasos sanguíneos. Também pode causar arritmias cardíacas devido ao bloqueio de canais de sódio e potássio, que é efeito semelhante a outros anestésicos locais. Essa arritmia é semelhante àquela causada por antidepressivos tricíclicos, caracterizada por prolongamento dos intervalos QRS e QT no eletrocardiograma. O desconforto e a dor torácica são importantes queixas em usuários de cocaína, pois esta substância faz parte das etiologias relacionadas a síndrome coronariana aguda de causa não aterosclerótica.
6- DESCREVA A SUA TOXICIDADE NO SNC E FÍGADO.
Sistema Nervoso Central: 
A cocaína estimula o SNC através do bloqueio da recaptação da dopamina, serotonina e noradrenalina nas sinapses. Os neurotransmissores, então, estimulam seus receptores pós-sinápticos de modo mais intenso e prolongado. Através das vias dopaminérgicas e noradrenérgicas, estimula o sistema nervoso simpático. A ação b-adrenérgica resulta em taquicardia, hipertensão e arritmia. Os estímulos b2-adrenérgicos podem levar à hipotensão por vasodilatação. Estímulos a-adrenérgicos induzem hipertensão com bradicardia reflexa. A estimulação do SNC produz ansiedade, psicoses e convulsões. O aumento do metabolismo e a hiperatividade podem levar à hipertermia e rabdomiólise. A cocaína é capaz de estimular o sistema de gratificação do SNC, mediado principalmente pela via dopaminérgica mesolímbica mesocortical, originária do nucleus accumbens e área tegmental ventral.
Fígado:
O fígado é responsável pela metabolização das substâncias. O metabolismo oxidativo da cocaína produz narcocaína por meio da formação de um composto intermediário, uma imina. Estes autores mostraram que mucrossomas de cérebro e de fígado são capazes de formar nitróxido a partir da oxidação de narcocaína, com importante participação na produção de estresse oxidativo pela formação de EROS. Outro metabólito de importância, a N-hidroxinorcocaína, cuja molécula precursora é a norcocaína, é formado a partir da captura de um próton e de um elétron. as aminas cíclicas podem resultar em lesões bioquímicas pela formação de metabólitos reativos como as iminas, podendo ser a causa primária de neurotoxicidade.
A longo prazo, os efeitos da cocaína podem ser devastadores e acabar com a vida do indivíduo, caso não seja tratado da maneira adequada. A atividade renal é prejudicada assim como o fígado, que vai ter sérias lesões decorrentes da intoxicação por substâncias da droga
7- FALE DO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA À COCAÍNA.
O tratamento de overdose de cocaína, bem como de outras substâncias tóxicas, deve ser de suporte, ou seja, um conjunto de medidas empregadas no tratamento de complicações clínicas, que deve envolver tratamento das alterações respiratórias, cardiovasculares e do estado mental.
O uso de benzodiazepínicos por via intravenosa em ambiente hospitalar pode ser necessário no controle das convulsões. Esse tratamento também pode ser útil para reduzir a agitação, a hipertensão arterial e a taquicardia. Na persistência da hipertensão, podem ser utilizados nitratos e bloqueadores dos canais de Ca++.
O uso de betabloqueadores não é recomendado pelo risco da vasoconstricção provocada pelas catecolaminas, e isso pode acarretar aumento do efeito hipertensivo. Seu uso só deve ser considerado na presença de vasodilatadores, como o nitroprussiato.
A acidose metabólica é comum nesses casos e deve ser corrigida utilizando-se bicarbonato de sódio. Quando um usuário opta por deixar a cocaína, deve receber bastante amparo e ser incentivado nesse sentido. É necessária ajuda médica, tanto no processo de desintoxicação quanto depois dessa etapa.
F. OPIÓIDES
1- DESCREVA A TOXICOCINÉTICA DOS OPIÓIDES.
Funcionam mediante sua ligação com os receptores de opiáceos, que são altamente concentrados nas áreas do cérebro que controlam a dor e as emoções. Quando opiáceos se ligam a estes receptores, podem aumentar os níveis de dopamina nas áreas de recompensa do cérebro, produzindo um estado de euforia e relaxamento e analgesia. Nós temos opioides endógenos (produzido por nosso corpo) e opioides exógenos (produzidos fora do nosso corpo ). Pensem nas ramificações dos opioides endógenos.
Opioides exógenos: quando nosso corpo não dá mais conta de produzir sua própria analgesia, precisamos de uma outra fonte para aliviar a dor.
•absorção oral é irregular, codeina melhor que a morfina.
•sofrem efeitos da primeira passagem
•meia-vida plasmática de 3 à 6 horas
•neonato tem dificil metabolismo, o que aumenta depressão respiratória.
2- QUAL A DIFERENÇA ENTRE A HEROÍNA E A MORFINA? QUAL A RELEVÂNCIA CLÍNICA DESTA DIFERENÇA.
A diferença entre a heroína e a morfina é que no método de produção de heroína ocorre com base na acetilação dos grupos de hidroxilo da morfina, resultando num aumento da potência analgésica e da capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica (BHE).
3- DESCREVA O MECANISMO DE AÇÃO FARMACOLÓGICO ENVOLVIDO NA ATIVAÇÃO DO SISTEMA DE RECOMPENSA.
As drogas de abuso agem no neurônio dopaminérgico, isto é, neurônios cujo principal neurotransmissor é a dopamina, induzindo um aumento brusco e exacerbado de dopamina no núcleo accumbens, mecanismocomum para praticamente todas as drogas de abuso. Esse sinal é reforçador, associado a sensações de prazer, fazendo com que a busca pela droga se torne cada vez mais provável.
O Sistema de Recompensa premia com a sensação de prazer os comportamentos importantes para a sobrevivência, mas é também ativado por situações cotidianas que causam alegria como, por exemplo, quando rimos de uma piada, vencemos algum desafio, conquistamos uma vitória, tiramos uma nota boa na escola ou simplesmente quando vemos as pessoas que amamos felizes.
Sabe-se hoje que o prazer sentido após o uso de drogas de abuso, como heroína e crack, deve-se à estimulação do sistema dopaminérgico mesolímbico em especial e o núcleo accumbens. A dependência ocorre pela estimulação exagerada dos neurônios deste sistema, o que resulta em gradual diminuição da sensibilidade dos receptores e redução de seu número. Com isso, doses cada vez maiores são necessárias para obter-se o mesmo prazer. Quando, na experiência de autoestimulação, o eletrodo é substituído por um dispositivo que permite ao rato injetar heroína no núcleo accumbens, a frequência de auto injeções é muito alta. Assim, o comportamento de um rato que se auto estimula até a exaustão assemelha-se e tem a mesma base neural do comportamento de um dependente químico que renuncia a todos os valores da vida pelo prazer da droga.
4- DESCREVA A TOXICIDADE DOS OPIÓIDES. COMO OCORRE A OVERDOSE E O ÓBITO?
O principal efeito tóxico é a diminuição da frequência e da profundidade da respiração, o que pode progredir para apneia. Outras complicações (p. ex., edema pulmonar, que geralmente se desenvolve em minutos a algumas horas após a superdosagem de opioides) e morte resultam primariamente da hipóxia. As pupilas ficam mióticas. Delirium, hipotensão, bradicardia, diminuição da temperatura corporal e retenção urinária também podem acontecer.
Por definição, overdose significa dose (quantidade) excessiva, ou exposição excessiva a algo. A overdose de drogas, por si só, não mata. O que efetivamente tira a vida do usuário são os efeitos decorrentes dessa overdose.Com o uso frequente de drogas, o nível de tolerância do organismo aumenta, levando o indivíduo a precisar de doses cada vez maiores.Há relatos de pessoas que sofreram dezenas de overdoses e sobreviveram, mas há quem tenha morrido já na primeira vez que entraram nesse estado. E, aqueles que sobreviveram a uma overdose, podem ter sequelas irreversíveis, uma vez que o cérebro foi lesionado para sempre. Os quadros depressivos também tendem a aumentar, o que pode elevar o número de tentativas de suicídio.
5- FALE DO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA DOS OPIÓIDES.
O tratamento para intoxicação por opióides é a administração do antagonista dos receptores opióides, naloxona. Em caso de abstinência, há a possibilidade de terapia por substituição, que se trata da substituição do opióide em abuso pela mesma droga, mas em doses reduzidas, ou outro da mesma classe. Os principais fármacos de escolha para a farmacoterapia de substituição é a metadona e a buprenorfina, por terem longa meia vida e por causarem menos efeitos adversos.

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