Buscar

lp_9_ano-min

Prévia do material em texto

Língua Portuguesa 
Língua Portuguesa
ANOS FINAISDO ENSINO FUNDAMENTAL 9º ANO9º ANO
Cas�
#ESTUD
O
��#ESTUD
O
��
Cas�
CEFAECEFAE
Célula de
Fortalecimento da
Alfabetização e
Ensino Fundamental
CEMUPCEMUP
Célula de
Fortalecimento da
Gestão Municipal
e Planejamento de Rede
VOL. 7
 
 
 
 
Governador 
Camilo Sobreira de Santana 
 
Vice-Governadora 
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho 
 
Secretária da Educação 
Eliana Nunes Estrela 
 
Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios 
Márcio Pereira de Brito 
 
Coordenadora de Cooperação com os Municípios para Desenvolvimento da Aprendizagem 
na Idade Certa 
Maria Eliane Maciel Albuquerque 
 
Articulador de Cooperação com os Municípios para Desenvolvimento da Aprendizagem na 
Idade Certa 
Denylson da Silva Prado Ribeiro 
 
Orientador da Célula de Fortalecimento da Gestão Municipal e Planejamento de Rede 
Idelson de Almeida Paiva Junior 
 
Equipe do Eixo de Gestão – SEDUC 
Ana Paula Silva Vieira Trindade - Gerente 
Cintia Rodrigues Araújo Coelho 
Maria Angélica Sales da Silva - Gerente 
Raquel Almeida de Carvalho 
 
Orientador da Célula de Fortalecimento da Alfabetização e Ensino Fundamental 
Felipe Kokay Farias 
 
Gerente dos Anos Finais do Ensino Fundamental 
Izabelle de Vasconcelos Costa 
 
Equipe do Eixo dos Anos Finais do Ensino Fundamental 
Cintya Kelly Barroso Oliveira 
Ednalva Menezes da Rocha 
Galça Freire Costa de Vasconcelos Carneiro 
Izabelle de Vasconcelos Costa 
Tábita Viana Cavalcante 
 
Autora 
Cintya Kelly Barroso Olveira 
 
Revisão de Texto 
Cintya Kelly Barroso Olveira 
 
Designer Gráfico 
Raimundo Elson Mesquita Viana 
 
Ilustrações utilizadas (Capas) 
Designed by brgfx/Freepin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 38 
 
 
HABILIDADE DO DCRC 
(EF08LP01) Identificar e comparar as várias editorias de jornais impressos e digitais e de sites 
noticiosos, de forma a refletir sobre os tipos de fato que são noticiados e comentados, as escolhas 
sobre o que noticiar e o que não noticiar e o destaque/enfoque dado e a fidedignidade da 
informação. 
(D14) Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. 
Caro aluno, ao ler textos, você certamente se depara com fatos e com opiniões relacionadas 
a tais fatos. Fato é algo que acontece independente de sua vontade e a opinião é o produto 
de sua visão sobre esse fato. O fato é aquilo que realmente aconteceu, que existe e pode 
ser provado, enquanto que a opinião é o que alguém pensa que ocorreu, uma interpretação 
dos fatos, é o ponto de vista que uma pessoa tem a respeito de algo, que tanto pode ser 
verdadeiro como não. A diferença entre um fato e uma opinião pode estar bem demarcada 
no texto ou pode exigir a integração de informações de diversas partes do texto. Para que 
se torne mais claro, observe a questão a seguir. 
 
 
Leia o editorial a seguir. 
 
EDITORIAL: TURISMO DE FORTALEZA 
Escrito por Redação, 23:00 / 25 de Outubro de 2020. 
 
O setor turístico foi um dos primeiros a ser afetado pela pandemia da Covid-19. No 
primeiro semestre, combinavam-se o receio quanto à infecção doença, às dificuldades 
impostas por medidas de distanciamento social não padronizadas no País e às incertezas 
da economia e, portanto, dos proventos de parte significativa da população. O cenário não 
é pleno de certezas e a pandemia ainda não foi superada, contudo, há avanços 
reconhecidos e adaptações bem sucedidas capazes de garantir um bom nível de segurança 
que garanta a retomada de setores e atividades, dentre eles, os turísticos. 
Retomado em suas atividades, com os necessários ajustes de fins sanitários, o turismo 
cearense tem diante de si o desafio de se recuperar do baque dos meses parados e da 
reticência de sua potencial clientela - peleja esta, importante salientar, partilhada com 
todos os destinos turísticos do mundo. Contudo, bons augúrios sinalizam que a 
empreitada pode ser bem sucedida. Claro, não se deve esperar que qualquer êxito seja 
obtido sem empenho e trabalho duro, em articulações do setor privado com as 
administrações públicas, em âmbito municipal, estadual e federal. 
Na avaliação da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), 
o Estado é essencial para o setor no País, importante sobretudo para fortalecer o mercado 
doméstico. No contexto da pandemia, registrou-se um crescimento no interesse por 
turismo de natureza, uma especialidade do Ceará - que oferece opções no sertão, em suas 
serras e, em especial, no extenso litoral do Estado. As buscas por destinos do gênero 
saltaram de 10% do total para 54%, nos meses que se sucederam à chegada do novo 
coronavírus ao Brasil. 
A Organização Mundial do Turismo (OMT) coaduna com avaliação otimista da Embratur 
para o futuro próximo do setor. A agência internacional aponta o Brasil como o País com 
maior potencial atrativo na retomada econômica do setor, num cenário pós-pandemia. Foi 
sinalizado pela Embratur um conjunto de ações publicitárias para promover os destinos 
brasileiros que investem em “turismo de natureza”, um dos indutores da retomada 
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/editoriais/editorial-turismo-de-fortaleza-1.3003751
econômica do setor. Não há dúvidas quanto à capacidade de o Ceará figurar entre os 
motores dessa vigorosa retomada em anos vindouros. 
Se a vocação natural, a estrutura de hospedagem e entretenimento e a capacidade para o 
trabalho são capitais garantidos para se investir nessa empreitada, há pontos que requerem 
atenção extra, em tempos de pandemia. Não se podem admitir cenas, como as vistas 
seguidas meses nos últimos meses, do desrespeito às regras sanitárias que constam nos 
decretos estaduais e se alinham às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Aglomerações e não observância da necessidade de usar máscaras de proteção, por 
exemplo, encenam uma normalidade pré-pandêmica. A realidade que ocultam é outra, do 
aumento do risco de novas infecções. Há de se garantir ao visitante e às populações locais, 
força de trabalho do setor, condições sanitárias em acordo com o que exige o momento. 
Mais uma vez, como tudo que diz respeito ao turismo, cabe a uma convergência de ações 
do poder público com os empreendedores que movem a economia a partir das belezas do 
Ceará. 
 
Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/editoriais/editorial-turismo-de-
fortaleza-1.3003751. Acesso em: 30 de out. de 2020. 
 
1. A opção que apresenta uma opinião é 
 
a) O setor turístico foi um dos primeiros a ser afetado pela pandemia da Covid-19. 
 
b) No contexto da pandemia, registrou-se um crescimento no interesse por turismo de 
natureza, uma especialidade do Ceará 
 
c) cabe a uma convergência de ações do poder público com os empreendedores que 
movem a economia a partir das belezas do Ceará. 
 
d) As buscas por destinos do gênero saltaram de 10% do total para 54%, nos meses que 
se sucederam à chegada do novo coronavírus ao Brasil. 
 
 
GABARITO: alternativa C. 
Inicie esta atividade lendo o texto com atenção. Em seguida, leia o comando da questão 
e as alternativas. O comando solicita que você identifique em que fragmento há a 
manifestação de uma opinião. Caso você observe atentamente o contexto, escolherá a 
opção C, que é o gabarito. Perceba que neste fragmento, há a fala de uma pessoa, há 
opinião, defesa de um ponto de vista. As demais alternativas, A, B e D apresentam fatos 
mencionados no texto, mas não transmitem opinião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/editoriais/editorial-turismo-de-fortaleza-1.3003751
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/editoriais/editorial-turismo-de-fortaleza-1.3003751
Leia o Editorial a seguir. 
 
 
 
EDITORIAL: CHARGE INCÔMODA GERA REAÇÃO AUTORITÁRIA 
01:30 | 17/06/2020 
 
A tentativa efetuada pelo ministro da Justiça, André Mendonça, de enquadrar o chargista 
Renato Aroeira e o jornalistaRicardo Noblat na Lei de Segurança Nacional por conta de 
uma charge focando o presidente Jair Bolsonaro (o primeiro, por elaborá-la, e o segundo, 
por reproduzi-la) repercute negativamente na opinião democrática nacional e já alcança a 
mídia internacional. A ilustração mostra uma cruz vermelha, que remete à saúde, cujas 
extremidades foram pintadas de preto, formando uma suástica. O presidente Jair 
Bolsonaro, ao lado do símbolo nazista, segura uma lata de tinta preta. Na imagem pode-
se ler ainda "bora invadir outro?" e "crime continuado", referindo-se às invasões de 
unidades de saúde, nos últimos dias, por grupos bolsonaristas, após o apelo do presidente 
a seus seguidores para filmarem supostos leitos desocupados, destinados a pacientes da 
Covid-19. 
 
Deve-se frisar que invasões de recintos hospitalares para atender ao chamamento 
presidencial foram denunciadas em várias partes do território nacional, por conta da ação 
destrambelhada de "zelosos" fiscais improvisados que, para realizarem seus propósitos, 
adentraram esses espaços, sem prévia permissão dos administradores, desrespeitando as 
normas sanitárias de segurança e pondo em risco os pacientes, como se fossem hordas 
selvagens. Nelas tiveram parte, inclusive, parlamentares bolsonaristas. 
 
A iniciativa tomada pelo Ministério da Justiça vem ampliando os equívocos institucionais 
que vêm marcando, num curto espaço de tempo, as ações do atual titular. Lembremo-nos 
de que o ministro Mendonça usou indevidamente sua Pasta para apadrinhar um inusitado 
habeas-corpus, no Supremo Tribunal Federal (STF), em favor de Abraham Weintraub, 
ministro da Educação, após a manifestação desairosa deste contra os magistrados do STF, 
na reunião ministerial de 22 de abril, na qual os chamou de "vagabundos" e defendeu que 
fossem presos. Na mesma ação, pediu o trancamento do inquérito, não só do colega 
ministro, mas, estarrecedoramente, de outras pessoas comuns investigadas por fake news 
para as quais reivindicou, ironicamente, a "liberdade de expressão". 
 
A charge é uma das ferramentas mais representativas da liberdade de expressão e de 
imprensa no Estado Democrático de Direito. Ela tem o condão de utilizar a criação 
artística para sintetizar de maneira primorosa a crítica a qualquer forma de poder, a 
começar pelo poder de Estado. E, de certa forma, simboliza o oxigênio de uma dada 
democracia. Não é a toa que uma das primeiras manifestações do poder autoritário seja 
no sentido de sufocá-la. No caso presente, seu conteúdo foi inequivocamente adequado. 
Basta lembrar a recente advertência do decano Celso de Mello aos brasileiros sobre o que 
os nazistas fizeram com a democrática República de Weimar. Precisa dizer mais? 
 
Disponível em: https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/17/editorial--charge-
incomoda-gera-reacao-autoritaria.html. Acesso em: 30 de out. de 2020. 
 
 
 
 
 
https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/17/editorial--charge-incomoda-gera-reacao-autoritaria.html
https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/17/editorial--charge-incomoda-gera-reacao-autoritaria.html
2. A opção que retrata um fato é 
 
a) A ilustração mostra uma cruz vermelha, que remete à saúde, cujas extremidades foram 
pintadas de preto, formando uma suástica. 
 
b) invasões de recintos hospitalares para atender ao chamamento presidencial foram 
denunciadas em várias partes do território nacional, por conta da ação destrambelhada de 
"zelosos" fiscais improvisados. 
 
c) Na mesma ação, pediu o trancamento do inquérito, não só do colega ministro, mas, 
estarrecedoramente, de outras pessoas comuns investigadas por fake news para as quais 
reivindicou, ironicamente, a "liberdade de expressão". 
 
d) A charge é uma das ferramentas mais representativas da liberdade de expressão e de 
imprensa no Estado Democrático de Direito. 
 
 
 
Leia o editorial. 
 
 
 
EDITORIAL: LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO CONTRA O RACISMO 
01:30 | 07/06/2020 
 
Já que presidente Jair Bolsonaro tem tanta referência nos Estados Unidos, talvez os 
generais do governo brasileiro pudessem aprender um pouco com o exemplo dos militares 
americanos de patentes equivalentes às suas. Depois de o presidente Donald Trump ter 
ameaçado usar o Exército para combater o seu próprio povo - que protesta por todo os 
Estados Unidos, devido ao assassinato de um negro por um policial branco -, suas 
palavras foram duramente criticadas por altos representantes militares. 
Isso porque o presidente americano, apesar de ser o comandante supremo das Forças 
Armadas, não está acima da Constituição, sendo a ela que os militares devem 
subordinação. Assim, o presidente não tem o direito de romper os limites constitucionais. 
E a Carta americana é absolutamente clara quando determina o "direito do povo de se 
reunir pacificamente" (emenda número 1). Porém, no Brasil ainda é difícil convencer 
alguns militares de alta patente que a Constituição pátria proíbe a interferência das Forças 
Armadas em assuntos políticos ou em eventuais conflitos entre os poderes. 
Pelo menos três vozes altamente respeitadas levantaram-se contra a pretensão guerreira 
de Trump. Suas declarações foram repudiadas Mark Esper (secretário da Defesa) e 
também pelo seu antecessor, Jim Mattis (general do Corpo de Fuzileiros Navais), que 
acusou o presidente de "abuso de poder" e de desobedecer a Constituição. Por sua vez, o 
general Mark A. Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, escreveu 
aos comandantes militares lembrando a eles o direito constitucional dos americanos à 
liberdade de expressão e de reunião. 
A verdade é que não é pela força que se vai calar o movimento antirracista, que denuncia 
a truculência policial contra os negros. Os atos iniciados nos EUA vêm se espalhando 
pelo mundo. E, tudo indica, vai contagiar também o Brasil, pois aqui se padece de 
problemas semelhantes. 
Porém, foi preciso o grande movimento nos Estados Unidos para que olhássemos para 
dentro do nosso próprio País. O racismo estrutural sob o qual sofrem as populações negras 
é inaceitável - e visível mesmo sob o véu da suposta "democracia racial". E quando esse 
movimento for à rua, será preciso garantir-lhe o direito de livre expressão. 
 
Disponível em : https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/07/editorial--liberdade-de-
manifestacao-contra-o-racismo.html. Acesso em: 30 de out. de 2020. 
 
3. A opção que NÃO apresenta opinião é 
 
a) Depois de o presidente Donald Trump ter ameaçado usar o Exército para combater o 
seu próprio povo - que protesta por todo os Estados Unidos, devido ao assassinato de um 
negro por um policial branco -, suas palavras foram duramente criticadas por altos 
representantes militares. 
 
b) Já que presidente Jair Bolsonaro tem tanta referência nos Estados Unidos, talvez os 
generais do governo brasileiro pudessem aprender um pouco com o exemplo dos militares 
americanos de patentes equivalentes às suas. 
 
c) A verdade é que não é pela força que se vai calar o movimento antirracista, que 
denuncia a truculência policial contra os negros. 
 
d) O racismo estrutural sob o qual sofrem as populações negras é inaceitável - e visível 
mesmo sob o véu da suposta "democracia racial". E quando esse movimento for à rua, 
será preciso garantir-lhe o direito de livre expressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/07/editorial--liberdade-de-manifestacao-contra-o-racismo.html
https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/07/editorial--liberdade-de-manifestacao-contra-o-racismo.html
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 39 
 
HABILIDADES DO DCRC 
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias 
de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gênerose 
suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances 
juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, 
narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, 
dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, 
temas, autores. 
 
(D10) Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a 
narrativa. Caro aluno, a narração é um tipo textual que pode estar presente em diversos 
gêneros que circulam na sociedade. O objetivo de todo texto narrativo está no relato de 
fatos ocorridos em determinado tempo e espaço, com a participação de personagens e de 
um narrador que desenvolva essa contação, seja ela verídica e/ou ficcional. Entre os 
elementos que compõem uma narrativa temos ainda o conflito gerador, que é o fato que 
motivou a narrativa, ou seja, algo importante o bastante para fazer com que a história se 
desenvolva. Para que se torne mais claro, observe a questão a seguir. 
 
 
Leia a crônica. 
 
CARTA PARA QUEM TEM MEDO 
Socorro Acioli 
 
O recado diário dos rios, do mar, das cachoeiras, das águas livres, das chuvas, das plantas, 
das estações do ano, da floração, dos frutos nas árvores, das folhas no chão, da vida dos 
bichos, do plantio, da colheita, nada disso parece suficiente para entender que a 
impermanência é parte da aventura de estar vivo? 
 
Os segundos correndo, virando minutos e horas, arrastando nossas vidas pelas mãos, sem 
trégua, os meses, os anos, o começo do ano novo, nada disso serve para provar que somos 
parte de ciclos, que o tempo passa rápido e as grandes chances podem nunca voltar? 
 
A infinidade de idiomas, paisagens, pessoas, ideias, palavras, rostos, cores, desenhos de 
cidades, trajetórias, narrativas, o tamanho da Terra, a extensão em quilômetros das linhas 
de trem, estradas pavimentadas, trilhas de areia, os cinco continentes, nada disso pode te 
convencer de que é no mínimo estúpido permanecer parado? 
 
As biografias dos homens e mulheres que você admira justamente porque tiveram 
coragem, mudaram de lugar, reajustaram o olhar, inventaram a própria vida, reinventaram 
a sua condição, fizeram o que parecia impossível, ouviram alguma coisa quebrar 
dolorosamente dentro de si antes de virar o rumo do barco, nem isso pode ser como um 
espelho escancarando a verdade que você precisa enxergar? 
 
Os idosos infelizes, mal humorados, taciturnos, já sem lábios para sorrir, que reclamam 
da vida, que deixaram o que era importante se perder no caminho, que colecionam a dor 
do que não foi feito, não foi dito, nem amado, nem vivido, que levam no peito o cofre 
indestrutível dos amargos arrependimentos, que encerram a cota limitada dos dias 
repassando na mente as cenas do que não aconteceu, nem eles podem te convencer de que 
a vida termina um dia e que toda covardia será cobrada? 
 
E a morte? A certeza incontornável de que um dia a vida acaba, que ninguém sabe quando, 
nem como, nem onde, nem o que se lembra depois, para onde se vai? Nem a experiência 
de já ter dito adeus e saber que o que fica são as obras, os exemplos de vida, o que as 
pessoas vão falar de bonito sobre nós, o que deixamos de lição? A consciência da morte 
não te faz pensar que é necessário ter coragem diante da vida? 
 
Você não percebe que algo muito forte está pedindo a todos nós para reinventarmos a 
vida? Que o Espirito do Tempo clama por coragem? Você não acredita que é possível 
renascer várias vezes em uma mesma existência? E que se você não fizer isso que a vida 
pede agora, talvez não consiga ser feliz? 
A hora de mudar acontece quando a vida impõe uma posição. A dor individual e coletiva, 
por exemplo, é quase sempre a grande chance de refazer tudo. A oportunidade do amor, 
por outro lado, é a escolha mais garantida. O amor é sempre trilha. 
 
Uma carta feita de perguntas, é só o que posso fazer hoje por nós todos. Provocar o 
doloroso e urgente exercício da ecdise: abandonar a casca e sentir a dor para depois 
renascer mais forte. Uma carta inteira em torno de um só verbo: mudar. 
 
Disponível em: https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2019/01/carta-para-quem-tem-
medo.html. Acesso em: 30 de out. de 2020. 
 
1.O motivador da crônica é 
 
a) a escuta da natureza. 
b) é preciso coragem diante da vida. 
c) é necessário a conformação com o que já temos. 
d) a reinvenção de si é desnecessária nas vivências. 
 
 
GABARITO: alternativa B. 
Inicie esta atividade lendo o texto com atenção. Em seguida, leia o comando da questão. 
Observe que ela solicita que você identifique o fato que deu início à história, ou seja, o 
conflito gerador da narrativa. Nesse caso, você deve ser capaz de compreender que o texto 
é composto por diversos fatos que foram motivados por algo específico, ou seja, você 
deve descobrir o que motivou a narrativa, o que causou todas as ações do texto. Assim, é 
necessário que você faça uma leitura atenta com o objetivo de diferenciar os fatos daquilo 
que os motivou. Após a leitura do texto, leia as alternativas verificando se a informação 
que a alternativa apresenta está de acordo com o que a questão solicita. Você perceberá 
que a alternativa correta é a (B), pois em toda a crônica a autora reafirma a ideia da 
necessidade de mudança e de ter coragem diante da vida. 
Agora é com você! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de identificar 
o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. 
 
 
 
 
 
https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2019/01/carta-para-quem-tem-medo.html
https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2019/01/carta-para-quem-tem-medo.html
Leia a crônica. 
 
COMPRO ASAS EM QUALQUER ESTADO 
Socorro Acioli 
 
 
As coisas fundamentais não estão à venda. O título desta crônica, por exemplo, é tão 
bonito que eu nunca poderia ter comprado. Foi presente de um escritor de quatorze anos, 
Francisco Giani, trecho de um poema seu sobre a necessidade humana de voar. Se um 
poeta tão jovem já sabe disso, que a vida pede leveza e constantes sobrevoos, devemos 
recobrar nossas esperanças no futuro, na geração que consegue enxergar além. 
 
Conheci outra artista de quatorze anos, a Malu, que desenha como Marc Chagall, sem 
saber. As pessoas das suas pinturas tem asas. Borboletas são feitas da matéria do corpo 
de uma mulher. Outra olha o céu pela janela envolta em um manto azul estrelado. Se ela 
me permitisse o atrevimento de dar nome a essa pintura, eu chamaria de Estrelejar. 
Merece uma moldura azul. 
 
Há uma geração que estreleja no anseio de um mundo novo. O papel das artes em tempos 
de massacre nunca foi tão necessário. Vivemos massacres no plural, de diversas ordens e 
precisamos escapar deles. 
 
Precisamos olhar para as forças contrárias com a coragem do enfrentamento. Uma das 
maiores asneiras que qualquer gestor pode dizer é chamar o investimento em arte de 
desperdício. Alguém que é capaz de falar isso nunca foi arrebatado por um poema, uma 
música, um quadro. Não sabe o que é ver a vida transformada por um livro. Nunca esteve 
diante de uma orquestra, de um músico solitário que transforma o tempo em dom e o dom 
em alegria. 
 
Prefiro acreditar que estamos movimentando as coisas para o bem. São movimentos 
dolorosos, sim. Vamos tirar o olhar para as grandes corporações, grandes somas de 
dinheiro, grandes oportunidades. Chegou o momento de enxergar os olhos dos jovens, 
formar pequenos grupos, incentivar quem está ao lado e criar, através da arte, uma nova 
perspectiva de mundo. 
 
Louvo a Fundação Casa Grande, o Grupo Bagaceira, a Editora Moinhos, a Livraria 
Lamarca, o Suplemento Pernambuco, a Todos os Poemas, os alunos do ICA-UFC, o 
Coletivo Delirantes, os meus alunos do Ateliê de Narrativas, as bordadeiras literárias da 
Casa Bendita, as pessoasque estão juntas, em grupos, buscando fazer o pouco que 
conseguem e que é tanto! Louvo a quem tem esperança, a quem faz o que pode e entrega 
todo o coração a um sonho. 
 
Louvo ao leitor que mandou um e-mail semana passada dizendo que minha crônica sobre 
o Jardineiro do Convento tocou até o seu coração de pedra. Pois se fiz mesmo isso, caro 
leitor, já termino o ano feliz. Uma das missões da palavra é chegar nos recônditos mais 
difíceis. Se eu entrei no seu coração, louvado seja, mas não acredito em corações de pedra. 
Acredito mesmo no tempo e nas pessoas. Sobretudo, acredito no amor. Quando chega na 
hora certa, não tem pedra que resista. 
 
A frase do Francisco Giani me fez lembrar Der Himmel über Berlin do Win Wenders, 
traduzido no Brasil como Asas do Desejo. Os pássaros e os anjos podem ir voando para 
onde a alma manda. Pois eu espero que você, que me lê agora, também encontre no Ano 
Novo o que te faz sentir crescer asas nas costas e te permita voar. E que seu coração esteja 
exatamente onde e com quem gostaria de estar. Vai ser um ano bom, sim. Vamos dar um 
jeito. 
 
Disponível em: https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/12/compro-asas-em-
qualquer-estado.html. Acesso em: 30 de out. 2020. 
 
 
2. O que motivou a narrativa foi 
 
a) a lembrança da autora sobre um escritor de quatorze anos, Francisco Giani, cujo trecho 
de um poema é sobre a necessidade humana de voar. 
 
b) o fato da Borboletas serem feitas da matéria do corpo de uma mulher que olha o céu 
pela janela envolta em um manto azul estrelado. 
 
c) o fato de um gestor ter dito que o investimento em arte é desperdício. 
 
d) os trabalhos da Fundação Casa Grande, Grupo Bagaceira, Editora Moinhos, Livraria 
Lamarca, Suplemento Pernambuco, Todos os Poemas, alunos do ICA-UFC, Coletivo 
Delirantes, alunos do Ateliê de Narrativas, bordadeiras literárias da Casa Bendita. 
 
 
Leia a crônica. 
 
 
O LEITOR PARTIDO AO MEIO 
Socorro Acioli 
 
Quando eu trabalhava em uma livraria aprendi a admirar os raros leitores que atravessam 
o templo dos livros para escapar do mundo. Sempre silenciosos, eram os donos da 
paciência. Das vezes em que perguntei se desejavam alguma coisa específica, oferecendo 
ajuda, a resposta não variava muito em torno de uma frase objetiva: procuro novidades. 
Em outras palavras, eles procuram mais beleza para a vida. 
 
Por respeito ao silêncio deste ato sagrado na busca da alegria, eu deixava os leitores à 
vontade. Discretamente, continuava a observar as cenas do meu posto privilegiado de 
recepcionista do Paraíso. No exercício pleno da calma e concentração, alguns mantinham 
rituais estabelecidos. Primeiro, um passeio pelas prateleiras. Uma das minhas funções era 
arrumar e limpar os livros e eu tinha o cuidado de deixar o máximo de lombadas na mesma 
posição. Um banquinho ou cadeira sempre perto era um dos meus outros gestos 
silenciosos de gentileza. 
 
Depois de olhar o que estava à disposição, esses leitores especiais escolhiam alguns livros 
e deixavam sobre a mesa. Horas de observação e análise. Corações sensíveis procurando 
um caminho. 
 
https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/12/compro-asas-em-qualquer-estado.html
https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/12/compro-asas-em-qualquer-estado.html
Foi nessa época que me apaixonei por Italo Calvino, seus livros magrinhos, sua prosa que 
reverencia a fábula, as tradições literárias, a observação do caleidoscópio humano na pele 
de homens e mulheres fadados ao absurdo. Lembro que um dia eu estava lendo O 
visconde partido ao meio quando um cliente perguntou do que se tratava, visto que eu 
parecia tão presa ao livro. Da vida, eu respondi. 
 
Nada mais humano que o sofrimento do Visconde Medardo di Terralba. Um tiro de 
canhão não foi suficiente para assassiná-lo. Ao invés de morrer, ele foi partido ao meio. 
Converteu-se em duas metades, cada uma concentrando todo o Bem e todo Mal que um 
homem pode manifestar nos seus gestos e atitudes. Há desafio maior na vida que o dilema 
entre dois caminhos? Olhar o tanto que se perde e se ganha na decisão por cada um? O 
cliente parecia viver algo parecido, pois concordou com minha divagação. 
 
Eu estou certa de que Italo Calvino acreditava no poder das grandes oportunidades em 
cada confronto do nosso espírito. Uma vida modorrenta, escorrendo pela mesma estrada 
sem cor acaba apressando a morte dos sonhos. Foi Calvino quem disse: "ser capaz de 
colocar continuamente em questão as próprias opiniões é, para mim, a condição 
preliminar de qualquer inteligência." 
 
Expliquei ao cliente que precisamos entender Italo Calvino sobretudo como um 
Oulipiano, "um rato que constrói seu próprio labirinto de onde se propõe a sair." Intrigado, 
ele perguntou se havia outro exemplar do Visconde Partido ao Meio. Eu disse que não, 
era o único, mas poderia vender. Na próxima remessa eu continuaria a leitura. Disfarcei 
a decepção, recebi o pagamento, entreguei a sacola. Eu não esperava tanta rapidez, mas 
o novo leitor do Calvino veio no dia seguinte, visivelmente partido ao meio, para me 
perguntar o que era um Oulipiano. Uma novidade, eu respondi, cumprindo a missão de 
recepcionista do Paraíso. 
 
Disponível em: https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/11/o-leitor-partido-ao-
meio.html. Acesso em: 30 de out. 2020. 
 
3. O estopim narrativo, ou seja, o que deu origem à história foi 
a) o sofrimento do Visconde Medardo di Terralba. 
b) a passagem "um rato que constrói seu próprio labirinto de onde se propõe a sair." 
c) a recordação de quando a autora trabalhava em uma livraria aprendeu a admirar os 
raros leitores que atravessam o templo dos livros para escapar do mundo. 
d) os livros magrinhos de Ítalo Calvino, com sua prosa que reverencia a fábula, as 
tradições literárias, a observação do caleidoscópio humano na pele de homens e mulheres 
fadados ao absurdo. 
 
 
 
 
 
https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/11/o-leitor-partido-ao-meio.html
https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/11/o-leitor-partido-ao-meio.html
GABARITO 
 
ATIVIDADE 38 
2. alternativa A 
3. alternativa A 
 
 
ATIVIDADE 39 
2. alternativa A 
3. alternativa C 
 
 
	Camilo Sobreira de Santana
	Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
	Eliana Nunes Estrela
	Márcio Pereira de Brito
	Maria Eliane Maciel Albuquerque
	Denylson da Silva Prado Ribeiro
	Idelson de Almeida Paiva Junior
	Maria Angélica Sales da Silva - Gerente
	Raquel Almeida de Carvalho
	Felipe Kokay Farias
	Izabelle de Vasconcelos Costa
	Cintya Kelly Barroso Oliveira Ednalva Menezes da Rocha
	Cintya Kelly Barroso Olveira
	Cintya Kelly Barroso Olveira
	Raimundo Elson Mesquita Viana
	Designed by brgfx/Freepin

Continue navegando