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Língua Portuguesa Língua Portuguesa ANOS FINAISDO ENSINO FUNDAMENTAL 9º ANO9º ANO Cas� #ESTUD O ��#ESTUD O �� Cas� CEFAECEFAE Célula de Fortalecimento da Alfabetização e Ensino Fundamental CEMUPCEMUP Célula de Fortalecimento da Gestão Municipal e Planejamento de Rede VOL. 7 Governador Camilo Sobreira de Santana Vice-Governadora Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretária da Educação Eliana Nunes Estrela Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios Márcio Pereira de Brito Coordenadora de Cooperação com os Municípios para Desenvolvimento da Aprendizagem na Idade Certa Maria Eliane Maciel Albuquerque Articulador de Cooperação com os Municípios para Desenvolvimento da Aprendizagem na Idade Certa Denylson da Silva Prado Ribeiro Orientador da Célula de Fortalecimento da Gestão Municipal e Planejamento de Rede Idelson de Almeida Paiva Junior Equipe do Eixo de Gestão – SEDUC Ana Paula Silva Vieira Trindade - Gerente Cintia Rodrigues Araújo Coelho Maria Angélica Sales da Silva - Gerente Raquel Almeida de Carvalho Orientador da Célula de Fortalecimento da Alfabetização e Ensino Fundamental Felipe Kokay Farias Gerente dos Anos Finais do Ensino Fundamental Izabelle de Vasconcelos Costa Equipe do Eixo dos Anos Finais do Ensino Fundamental Cintya Kelly Barroso Oliveira Ednalva Menezes da Rocha Galça Freire Costa de Vasconcelos Carneiro Izabelle de Vasconcelos Costa Tábita Viana Cavalcante Autora Cintya Kelly Barroso Olveira Revisão de Texto Cintya Kelly Barroso Olveira Designer Gráfico Raimundo Elson Mesquita Viana Ilustrações utilizadas (Capas) Designed by brgfx/Freepin ATIVIDADE 38 HABILIDADE DO DCRC (EF08LP01) Identificar e comparar as várias editorias de jornais impressos e digitais e de sites noticiosos, de forma a refletir sobre os tipos de fato que são noticiados e comentados, as escolhas sobre o que noticiar e o que não noticiar e o destaque/enfoque dado e a fidedignidade da informação. (D14) Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. Caro aluno, ao ler textos, você certamente se depara com fatos e com opiniões relacionadas a tais fatos. Fato é algo que acontece independente de sua vontade e a opinião é o produto de sua visão sobre esse fato. O fato é aquilo que realmente aconteceu, que existe e pode ser provado, enquanto que a opinião é o que alguém pensa que ocorreu, uma interpretação dos fatos, é o ponto de vista que uma pessoa tem a respeito de algo, que tanto pode ser verdadeiro como não. A diferença entre um fato e uma opinião pode estar bem demarcada no texto ou pode exigir a integração de informações de diversas partes do texto. Para que se torne mais claro, observe a questão a seguir. Leia o editorial a seguir. EDITORIAL: TURISMO DE FORTALEZA Escrito por Redação, 23:00 / 25 de Outubro de 2020. O setor turístico foi um dos primeiros a ser afetado pela pandemia da Covid-19. No primeiro semestre, combinavam-se o receio quanto à infecção doença, às dificuldades impostas por medidas de distanciamento social não padronizadas no País e às incertezas da economia e, portanto, dos proventos de parte significativa da população. O cenário não é pleno de certezas e a pandemia ainda não foi superada, contudo, há avanços reconhecidos e adaptações bem sucedidas capazes de garantir um bom nível de segurança que garanta a retomada de setores e atividades, dentre eles, os turísticos. Retomado em suas atividades, com os necessários ajustes de fins sanitários, o turismo cearense tem diante de si o desafio de se recuperar do baque dos meses parados e da reticência de sua potencial clientela - peleja esta, importante salientar, partilhada com todos os destinos turísticos do mundo. Contudo, bons augúrios sinalizam que a empreitada pode ser bem sucedida. Claro, não se deve esperar que qualquer êxito seja obtido sem empenho e trabalho duro, em articulações do setor privado com as administrações públicas, em âmbito municipal, estadual e federal. Na avaliação da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), o Estado é essencial para o setor no País, importante sobretudo para fortalecer o mercado doméstico. No contexto da pandemia, registrou-se um crescimento no interesse por turismo de natureza, uma especialidade do Ceará - que oferece opções no sertão, em suas serras e, em especial, no extenso litoral do Estado. As buscas por destinos do gênero saltaram de 10% do total para 54%, nos meses que se sucederam à chegada do novo coronavírus ao Brasil. A Organização Mundial do Turismo (OMT) coaduna com avaliação otimista da Embratur para o futuro próximo do setor. A agência internacional aponta o Brasil como o País com maior potencial atrativo na retomada econômica do setor, num cenário pós-pandemia. Foi sinalizado pela Embratur um conjunto de ações publicitárias para promover os destinos brasileiros que investem em “turismo de natureza”, um dos indutores da retomada https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/editoriais/editorial-turismo-de-fortaleza-1.3003751 econômica do setor. Não há dúvidas quanto à capacidade de o Ceará figurar entre os motores dessa vigorosa retomada em anos vindouros. Se a vocação natural, a estrutura de hospedagem e entretenimento e a capacidade para o trabalho são capitais garantidos para se investir nessa empreitada, há pontos que requerem atenção extra, em tempos de pandemia. Não se podem admitir cenas, como as vistas seguidas meses nos últimos meses, do desrespeito às regras sanitárias que constam nos decretos estaduais e se alinham às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Aglomerações e não observância da necessidade de usar máscaras de proteção, por exemplo, encenam uma normalidade pré-pandêmica. A realidade que ocultam é outra, do aumento do risco de novas infecções. Há de se garantir ao visitante e às populações locais, força de trabalho do setor, condições sanitárias em acordo com o que exige o momento. Mais uma vez, como tudo que diz respeito ao turismo, cabe a uma convergência de ações do poder público com os empreendedores que movem a economia a partir das belezas do Ceará. Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/editoriais/editorial-turismo-de- fortaleza-1.3003751. Acesso em: 30 de out. de 2020. 1. A opção que apresenta uma opinião é a) O setor turístico foi um dos primeiros a ser afetado pela pandemia da Covid-19. b) No contexto da pandemia, registrou-se um crescimento no interesse por turismo de natureza, uma especialidade do Ceará c) cabe a uma convergência de ações do poder público com os empreendedores que movem a economia a partir das belezas do Ceará. d) As buscas por destinos do gênero saltaram de 10% do total para 54%, nos meses que se sucederam à chegada do novo coronavírus ao Brasil. GABARITO: alternativa C. Inicie esta atividade lendo o texto com atenção. Em seguida, leia o comando da questão e as alternativas. O comando solicita que você identifique em que fragmento há a manifestação de uma opinião. Caso você observe atentamente o contexto, escolherá a opção C, que é o gabarito. Perceba que neste fragmento, há a fala de uma pessoa, há opinião, defesa de um ponto de vista. As demais alternativas, A, B e D apresentam fatos mencionados no texto, mas não transmitem opinião. https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/editoriais/editorial-turismo-de-fortaleza-1.3003751 https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/editoriais/editorial-turismo-de-fortaleza-1.3003751 Leia o Editorial a seguir. EDITORIAL: CHARGE INCÔMODA GERA REAÇÃO AUTORITÁRIA 01:30 | 17/06/2020 A tentativa efetuada pelo ministro da Justiça, André Mendonça, de enquadrar o chargista Renato Aroeira e o jornalistaRicardo Noblat na Lei de Segurança Nacional por conta de uma charge focando o presidente Jair Bolsonaro (o primeiro, por elaborá-la, e o segundo, por reproduzi-la) repercute negativamente na opinião democrática nacional e já alcança a mídia internacional. A ilustração mostra uma cruz vermelha, que remete à saúde, cujas extremidades foram pintadas de preto, formando uma suástica. O presidente Jair Bolsonaro, ao lado do símbolo nazista, segura uma lata de tinta preta. Na imagem pode- se ler ainda "bora invadir outro?" e "crime continuado", referindo-se às invasões de unidades de saúde, nos últimos dias, por grupos bolsonaristas, após o apelo do presidente a seus seguidores para filmarem supostos leitos desocupados, destinados a pacientes da Covid-19. Deve-se frisar que invasões de recintos hospitalares para atender ao chamamento presidencial foram denunciadas em várias partes do território nacional, por conta da ação destrambelhada de "zelosos" fiscais improvisados que, para realizarem seus propósitos, adentraram esses espaços, sem prévia permissão dos administradores, desrespeitando as normas sanitárias de segurança e pondo em risco os pacientes, como se fossem hordas selvagens. Nelas tiveram parte, inclusive, parlamentares bolsonaristas. A iniciativa tomada pelo Ministério da Justiça vem ampliando os equívocos institucionais que vêm marcando, num curto espaço de tempo, as ações do atual titular. Lembremo-nos de que o ministro Mendonça usou indevidamente sua Pasta para apadrinhar um inusitado habeas-corpus, no Supremo Tribunal Federal (STF), em favor de Abraham Weintraub, ministro da Educação, após a manifestação desairosa deste contra os magistrados do STF, na reunião ministerial de 22 de abril, na qual os chamou de "vagabundos" e defendeu que fossem presos. Na mesma ação, pediu o trancamento do inquérito, não só do colega ministro, mas, estarrecedoramente, de outras pessoas comuns investigadas por fake news para as quais reivindicou, ironicamente, a "liberdade de expressão". A charge é uma das ferramentas mais representativas da liberdade de expressão e de imprensa no Estado Democrático de Direito. Ela tem o condão de utilizar a criação artística para sintetizar de maneira primorosa a crítica a qualquer forma de poder, a começar pelo poder de Estado. E, de certa forma, simboliza o oxigênio de uma dada democracia. Não é a toa que uma das primeiras manifestações do poder autoritário seja no sentido de sufocá-la. No caso presente, seu conteúdo foi inequivocamente adequado. Basta lembrar a recente advertência do decano Celso de Mello aos brasileiros sobre o que os nazistas fizeram com a democrática República de Weimar. Precisa dizer mais? Disponível em: https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/17/editorial--charge- incomoda-gera-reacao-autoritaria.html. Acesso em: 30 de out. de 2020. https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/17/editorial--charge-incomoda-gera-reacao-autoritaria.html https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/17/editorial--charge-incomoda-gera-reacao-autoritaria.html 2. A opção que retrata um fato é a) A ilustração mostra uma cruz vermelha, que remete à saúde, cujas extremidades foram pintadas de preto, formando uma suástica. b) invasões de recintos hospitalares para atender ao chamamento presidencial foram denunciadas em várias partes do território nacional, por conta da ação destrambelhada de "zelosos" fiscais improvisados. c) Na mesma ação, pediu o trancamento do inquérito, não só do colega ministro, mas, estarrecedoramente, de outras pessoas comuns investigadas por fake news para as quais reivindicou, ironicamente, a "liberdade de expressão". d) A charge é uma das ferramentas mais representativas da liberdade de expressão e de imprensa no Estado Democrático de Direito. Leia o editorial. EDITORIAL: LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO CONTRA O RACISMO 01:30 | 07/06/2020 Já que presidente Jair Bolsonaro tem tanta referência nos Estados Unidos, talvez os generais do governo brasileiro pudessem aprender um pouco com o exemplo dos militares americanos de patentes equivalentes às suas. Depois de o presidente Donald Trump ter ameaçado usar o Exército para combater o seu próprio povo - que protesta por todo os Estados Unidos, devido ao assassinato de um negro por um policial branco -, suas palavras foram duramente criticadas por altos representantes militares. Isso porque o presidente americano, apesar de ser o comandante supremo das Forças Armadas, não está acima da Constituição, sendo a ela que os militares devem subordinação. Assim, o presidente não tem o direito de romper os limites constitucionais. E a Carta americana é absolutamente clara quando determina o "direito do povo de se reunir pacificamente" (emenda número 1). Porém, no Brasil ainda é difícil convencer alguns militares de alta patente que a Constituição pátria proíbe a interferência das Forças Armadas em assuntos políticos ou em eventuais conflitos entre os poderes. Pelo menos três vozes altamente respeitadas levantaram-se contra a pretensão guerreira de Trump. Suas declarações foram repudiadas Mark Esper (secretário da Defesa) e também pelo seu antecessor, Jim Mattis (general do Corpo de Fuzileiros Navais), que acusou o presidente de "abuso de poder" e de desobedecer a Constituição. Por sua vez, o general Mark A. Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, escreveu aos comandantes militares lembrando a eles o direito constitucional dos americanos à liberdade de expressão e de reunião. A verdade é que não é pela força que se vai calar o movimento antirracista, que denuncia a truculência policial contra os negros. Os atos iniciados nos EUA vêm se espalhando pelo mundo. E, tudo indica, vai contagiar também o Brasil, pois aqui se padece de problemas semelhantes. Porém, foi preciso o grande movimento nos Estados Unidos para que olhássemos para dentro do nosso próprio País. O racismo estrutural sob o qual sofrem as populações negras é inaceitável - e visível mesmo sob o véu da suposta "democracia racial". E quando esse movimento for à rua, será preciso garantir-lhe o direito de livre expressão. Disponível em : https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/07/editorial--liberdade-de- manifestacao-contra-o-racismo.html. Acesso em: 30 de out. de 2020. 3. A opção que NÃO apresenta opinião é a) Depois de o presidente Donald Trump ter ameaçado usar o Exército para combater o seu próprio povo - que protesta por todo os Estados Unidos, devido ao assassinato de um negro por um policial branco -, suas palavras foram duramente criticadas por altos representantes militares. b) Já que presidente Jair Bolsonaro tem tanta referência nos Estados Unidos, talvez os generais do governo brasileiro pudessem aprender um pouco com o exemplo dos militares americanos de patentes equivalentes às suas. c) A verdade é que não é pela força que se vai calar o movimento antirracista, que denuncia a truculência policial contra os negros. d) O racismo estrutural sob o qual sofrem as populações negras é inaceitável - e visível mesmo sob o véu da suposta "democracia racial". E quando esse movimento for à rua, será preciso garantir-lhe o direito de livre expressão. https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/07/editorial--liberdade-de-manifestacao-contra-o-racismo.html https://www.opovo.com.br/blogsecolunas/editorial/2020/06/07/editorial--liberdade-de-manifestacao-contra-o-racismo.html ATIVIDADE 39 HABILIDADES DO DCRC (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gênerose suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores. (D10) Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. Caro aluno, a narração é um tipo textual que pode estar presente em diversos gêneros que circulam na sociedade. O objetivo de todo texto narrativo está no relato de fatos ocorridos em determinado tempo e espaço, com a participação de personagens e de um narrador que desenvolva essa contação, seja ela verídica e/ou ficcional. Entre os elementos que compõem uma narrativa temos ainda o conflito gerador, que é o fato que motivou a narrativa, ou seja, algo importante o bastante para fazer com que a história se desenvolva. Para que se torne mais claro, observe a questão a seguir. Leia a crônica. CARTA PARA QUEM TEM MEDO Socorro Acioli O recado diário dos rios, do mar, das cachoeiras, das águas livres, das chuvas, das plantas, das estações do ano, da floração, dos frutos nas árvores, das folhas no chão, da vida dos bichos, do plantio, da colheita, nada disso parece suficiente para entender que a impermanência é parte da aventura de estar vivo? Os segundos correndo, virando minutos e horas, arrastando nossas vidas pelas mãos, sem trégua, os meses, os anos, o começo do ano novo, nada disso serve para provar que somos parte de ciclos, que o tempo passa rápido e as grandes chances podem nunca voltar? A infinidade de idiomas, paisagens, pessoas, ideias, palavras, rostos, cores, desenhos de cidades, trajetórias, narrativas, o tamanho da Terra, a extensão em quilômetros das linhas de trem, estradas pavimentadas, trilhas de areia, os cinco continentes, nada disso pode te convencer de que é no mínimo estúpido permanecer parado? As biografias dos homens e mulheres que você admira justamente porque tiveram coragem, mudaram de lugar, reajustaram o olhar, inventaram a própria vida, reinventaram a sua condição, fizeram o que parecia impossível, ouviram alguma coisa quebrar dolorosamente dentro de si antes de virar o rumo do barco, nem isso pode ser como um espelho escancarando a verdade que você precisa enxergar? Os idosos infelizes, mal humorados, taciturnos, já sem lábios para sorrir, que reclamam da vida, que deixaram o que era importante se perder no caminho, que colecionam a dor do que não foi feito, não foi dito, nem amado, nem vivido, que levam no peito o cofre indestrutível dos amargos arrependimentos, que encerram a cota limitada dos dias repassando na mente as cenas do que não aconteceu, nem eles podem te convencer de que a vida termina um dia e que toda covardia será cobrada? E a morte? A certeza incontornável de que um dia a vida acaba, que ninguém sabe quando, nem como, nem onde, nem o que se lembra depois, para onde se vai? Nem a experiência de já ter dito adeus e saber que o que fica são as obras, os exemplos de vida, o que as pessoas vão falar de bonito sobre nós, o que deixamos de lição? A consciência da morte não te faz pensar que é necessário ter coragem diante da vida? Você não percebe que algo muito forte está pedindo a todos nós para reinventarmos a vida? Que o Espirito do Tempo clama por coragem? Você não acredita que é possível renascer várias vezes em uma mesma existência? E que se você não fizer isso que a vida pede agora, talvez não consiga ser feliz? A hora de mudar acontece quando a vida impõe uma posição. A dor individual e coletiva, por exemplo, é quase sempre a grande chance de refazer tudo. A oportunidade do amor, por outro lado, é a escolha mais garantida. O amor é sempre trilha. Uma carta feita de perguntas, é só o que posso fazer hoje por nós todos. Provocar o doloroso e urgente exercício da ecdise: abandonar a casca e sentir a dor para depois renascer mais forte. Uma carta inteira em torno de um só verbo: mudar. Disponível em: https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2019/01/carta-para-quem-tem- medo.html. Acesso em: 30 de out. de 2020. 1.O motivador da crônica é a) a escuta da natureza. b) é preciso coragem diante da vida. c) é necessário a conformação com o que já temos. d) a reinvenção de si é desnecessária nas vivências. GABARITO: alternativa B. Inicie esta atividade lendo o texto com atenção. Em seguida, leia o comando da questão. Observe que ela solicita que você identifique o fato que deu início à história, ou seja, o conflito gerador da narrativa. Nesse caso, você deve ser capaz de compreender que o texto é composto por diversos fatos que foram motivados por algo específico, ou seja, você deve descobrir o que motivou a narrativa, o que causou todas as ações do texto. Assim, é necessário que você faça uma leitura atenta com o objetivo de diferenciar os fatos daquilo que os motivou. Após a leitura do texto, leia as alternativas verificando se a informação que a alternativa apresenta está de acordo com o que a questão solicita. Você perceberá que a alternativa correta é a (B), pois em toda a crônica a autora reafirma a ideia da necessidade de mudança e de ter coragem diante da vida. Agora é com você! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2019/01/carta-para-quem-tem-medo.html https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2019/01/carta-para-quem-tem-medo.html Leia a crônica. COMPRO ASAS EM QUALQUER ESTADO Socorro Acioli As coisas fundamentais não estão à venda. O título desta crônica, por exemplo, é tão bonito que eu nunca poderia ter comprado. Foi presente de um escritor de quatorze anos, Francisco Giani, trecho de um poema seu sobre a necessidade humana de voar. Se um poeta tão jovem já sabe disso, que a vida pede leveza e constantes sobrevoos, devemos recobrar nossas esperanças no futuro, na geração que consegue enxergar além. Conheci outra artista de quatorze anos, a Malu, que desenha como Marc Chagall, sem saber. As pessoas das suas pinturas tem asas. Borboletas são feitas da matéria do corpo de uma mulher. Outra olha o céu pela janela envolta em um manto azul estrelado. Se ela me permitisse o atrevimento de dar nome a essa pintura, eu chamaria de Estrelejar. Merece uma moldura azul. Há uma geração que estreleja no anseio de um mundo novo. O papel das artes em tempos de massacre nunca foi tão necessário. Vivemos massacres no plural, de diversas ordens e precisamos escapar deles. Precisamos olhar para as forças contrárias com a coragem do enfrentamento. Uma das maiores asneiras que qualquer gestor pode dizer é chamar o investimento em arte de desperdício. Alguém que é capaz de falar isso nunca foi arrebatado por um poema, uma música, um quadro. Não sabe o que é ver a vida transformada por um livro. Nunca esteve diante de uma orquestra, de um músico solitário que transforma o tempo em dom e o dom em alegria. Prefiro acreditar que estamos movimentando as coisas para o bem. São movimentos dolorosos, sim. Vamos tirar o olhar para as grandes corporações, grandes somas de dinheiro, grandes oportunidades. Chegou o momento de enxergar os olhos dos jovens, formar pequenos grupos, incentivar quem está ao lado e criar, através da arte, uma nova perspectiva de mundo. Louvo a Fundação Casa Grande, o Grupo Bagaceira, a Editora Moinhos, a Livraria Lamarca, o Suplemento Pernambuco, a Todos os Poemas, os alunos do ICA-UFC, o Coletivo Delirantes, os meus alunos do Ateliê de Narrativas, as bordadeiras literárias da Casa Bendita, as pessoasque estão juntas, em grupos, buscando fazer o pouco que conseguem e que é tanto! Louvo a quem tem esperança, a quem faz o que pode e entrega todo o coração a um sonho. Louvo ao leitor que mandou um e-mail semana passada dizendo que minha crônica sobre o Jardineiro do Convento tocou até o seu coração de pedra. Pois se fiz mesmo isso, caro leitor, já termino o ano feliz. Uma das missões da palavra é chegar nos recônditos mais difíceis. Se eu entrei no seu coração, louvado seja, mas não acredito em corações de pedra. Acredito mesmo no tempo e nas pessoas. Sobretudo, acredito no amor. Quando chega na hora certa, não tem pedra que resista. A frase do Francisco Giani me fez lembrar Der Himmel über Berlin do Win Wenders, traduzido no Brasil como Asas do Desejo. Os pássaros e os anjos podem ir voando para onde a alma manda. Pois eu espero que você, que me lê agora, também encontre no Ano Novo o que te faz sentir crescer asas nas costas e te permita voar. E que seu coração esteja exatamente onde e com quem gostaria de estar. Vai ser um ano bom, sim. Vamos dar um jeito. Disponível em: https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/12/compro-asas-em- qualquer-estado.html. Acesso em: 30 de out. 2020. 2. O que motivou a narrativa foi a) a lembrança da autora sobre um escritor de quatorze anos, Francisco Giani, cujo trecho de um poema é sobre a necessidade humana de voar. b) o fato da Borboletas serem feitas da matéria do corpo de uma mulher que olha o céu pela janela envolta em um manto azul estrelado. c) o fato de um gestor ter dito que o investimento em arte é desperdício. d) os trabalhos da Fundação Casa Grande, Grupo Bagaceira, Editora Moinhos, Livraria Lamarca, Suplemento Pernambuco, Todos os Poemas, alunos do ICA-UFC, Coletivo Delirantes, alunos do Ateliê de Narrativas, bordadeiras literárias da Casa Bendita. Leia a crônica. O LEITOR PARTIDO AO MEIO Socorro Acioli Quando eu trabalhava em uma livraria aprendi a admirar os raros leitores que atravessam o templo dos livros para escapar do mundo. Sempre silenciosos, eram os donos da paciência. Das vezes em que perguntei se desejavam alguma coisa específica, oferecendo ajuda, a resposta não variava muito em torno de uma frase objetiva: procuro novidades. Em outras palavras, eles procuram mais beleza para a vida. Por respeito ao silêncio deste ato sagrado na busca da alegria, eu deixava os leitores à vontade. Discretamente, continuava a observar as cenas do meu posto privilegiado de recepcionista do Paraíso. No exercício pleno da calma e concentração, alguns mantinham rituais estabelecidos. Primeiro, um passeio pelas prateleiras. Uma das minhas funções era arrumar e limpar os livros e eu tinha o cuidado de deixar o máximo de lombadas na mesma posição. Um banquinho ou cadeira sempre perto era um dos meus outros gestos silenciosos de gentileza. Depois de olhar o que estava à disposição, esses leitores especiais escolhiam alguns livros e deixavam sobre a mesa. Horas de observação e análise. Corações sensíveis procurando um caminho. https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/12/compro-asas-em-qualquer-estado.html https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/12/compro-asas-em-qualquer-estado.html Foi nessa época que me apaixonei por Italo Calvino, seus livros magrinhos, sua prosa que reverencia a fábula, as tradições literárias, a observação do caleidoscópio humano na pele de homens e mulheres fadados ao absurdo. Lembro que um dia eu estava lendo O visconde partido ao meio quando um cliente perguntou do que se tratava, visto que eu parecia tão presa ao livro. Da vida, eu respondi. Nada mais humano que o sofrimento do Visconde Medardo di Terralba. Um tiro de canhão não foi suficiente para assassiná-lo. Ao invés de morrer, ele foi partido ao meio. Converteu-se em duas metades, cada uma concentrando todo o Bem e todo Mal que um homem pode manifestar nos seus gestos e atitudes. Há desafio maior na vida que o dilema entre dois caminhos? Olhar o tanto que se perde e se ganha na decisão por cada um? O cliente parecia viver algo parecido, pois concordou com minha divagação. Eu estou certa de que Italo Calvino acreditava no poder das grandes oportunidades em cada confronto do nosso espírito. Uma vida modorrenta, escorrendo pela mesma estrada sem cor acaba apressando a morte dos sonhos. Foi Calvino quem disse: "ser capaz de colocar continuamente em questão as próprias opiniões é, para mim, a condição preliminar de qualquer inteligência." Expliquei ao cliente que precisamos entender Italo Calvino sobretudo como um Oulipiano, "um rato que constrói seu próprio labirinto de onde se propõe a sair." Intrigado, ele perguntou se havia outro exemplar do Visconde Partido ao Meio. Eu disse que não, era o único, mas poderia vender. Na próxima remessa eu continuaria a leitura. Disfarcei a decepção, recebi o pagamento, entreguei a sacola. Eu não esperava tanta rapidez, mas o novo leitor do Calvino veio no dia seguinte, visivelmente partido ao meio, para me perguntar o que era um Oulipiano. Uma novidade, eu respondi, cumprindo a missão de recepcionista do Paraíso. Disponível em: https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/11/o-leitor-partido-ao- meio.html. Acesso em: 30 de out. 2020. 3. O estopim narrativo, ou seja, o que deu origem à história foi a) o sofrimento do Visconde Medardo di Terralba. b) a passagem "um rato que constrói seu próprio labirinto de onde se propõe a sair." c) a recordação de quando a autora trabalhava em uma livraria aprendeu a admirar os raros leitores que atravessam o templo dos livros para escapar do mundo. d) os livros magrinhos de Ítalo Calvino, com sua prosa que reverencia a fábula, as tradições literárias, a observação do caleidoscópio humano na pele de homens e mulheres fadados ao absurdo. https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/11/o-leitor-partido-ao-meio.html https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/socorroacioli/2018/11/o-leitor-partido-ao-meio.html GABARITO ATIVIDADE 38 2. alternativa A 3. alternativa A ATIVIDADE 39 2. alternativa A 3. alternativa C Camilo Sobreira de Santana Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Eliana Nunes Estrela Márcio Pereira de Brito Maria Eliane Maciel Albuquerque Denylson da Silva Prado Ribeiro Idelson de Almeida Paiva Junior Maria Angélica Sales da Silva - Gerente Raquel Almeida de Carvalho Felipe Kokay Farias Izabelle de Vasconcelos Costa Cintya Kelly Barroso Oliveira Ednalva Menezes da Rocha Cintya Kelly Barroso Olveira Cintya Kelly Barroso Olveira Raimundo Elson Mesquita Viana Designed by brgfx/Freepin
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