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TÉCNICAS CLÍNICA DE ORATÓRIA E PRÁTICA FORENSE ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA ARGUMENTO X LÓGICA No mundo jurídico, busca-se argumentos para convencer o juiz, sendo que os argumentos devem ser lógicos. Para tanto, faz-se necessária a organização e exposição do pensamento. Por isso, uma comunicação eficaz e utilização da tecnicidade jurídica é fundamental. RESPONSABILIDADE E ÉTICA DO ARGUMENTO RESPONSABILIDADE E ÉTICA Na construção do discurso jurídico-retórico, todos os argumentos deverão ser considerados pelo orador, desde que tenham como base na ética profissional (Ex.: não pode litigar de má-fé – Art. 81 CPC). Outrossim, o operador do Direito que toma consciência dos recursos que a Retórica sistematiza investiga o próprio pensamento e o fortalece para que este seja direcionado à produção - de maneira atenta a racionalmente estratégica para a persuasão nas mais diferentes situações de atuação jurídica. RESPONSABILIDADE E ÉTICA NOS ARGUMENTOS JURÍDICOS CPC - Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. RETÓRICA E PERSUASÃO TERMINOLOGIAS a) Eloquência: é arte de encontrar as palavras, facilidade de encadear um vocabulário de qualidade, expor ideias. b) Retórica: é a arte de conduzir essas palavras e ideias em uma sequencia lógica c) Oratória: é falar em público utilizando, para ser bem sucedido: eloquência e retórica COMO MELHORAR SEU VOCÁBULO? ROTEIRO PARA MELHORAR O VOCABULÁRIO a) Anote a palavra que você não conhece ou de cujo significado tenha dúvida; b) Recorra a um dicionário para estudá-la; c) Construa algumas frases diferentes, incluindo o novo termo aprendido; d) Aplique na primeira oportunidade, escrevendo ou conversando; e) Procure aplicá-la em outras ocasiões para que se incorpore definitivamente ao seu vocabulário TÉCNICAS DOS ARGUMENTOS REBOUL, Olivier. Introdução à Retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 47: “Aristóteles teve o mérito de mostrar que os discursos podem ser classificados segundo o auditório e segundo a finalidade” TRÊS CATEGORIAS: LOGOS, PATHOS e ETHOS a) LOGOS De ordem racional, diz respeito à argumentação propriamente dita do discurso. João foi chamado de “corno” nas redes sociais João foi corrigido pelo pai Procedência da AçãoArt. 5º, V CF/88 Dano Moral CC- Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial b) PATHOS Está na ordem afetiva, trata-se do conjunto de emoções, paixões e sentimentos que o orador deve suscitar no auditório com o seu discurso, ou seja, o caráter psicológico dos diferentes públicos, aos quais o orador deve adaptar-se (para tanto, precisa conhecer a psicologia das diversas paixões. Ex.: felicidade, medo, espanto, etc. c) ETHOS Está na ordem afetiva: definido como o caráter moral que o orador deve assumir (deve parecer ter, mesmo que não o tenha) para inspirar confiança no auditório, para preencher as condições mínimas de credibilidade mostrando-se sensato, sincero e simpático, de acordo com as expectativas do público com quem estiver falando, cujas expectativas variam segundo a idade, a competência, o nível social etc; GESTÃO DA EMOÇÃO QUAL SEU MAIOR MEDO? RESULTADO (1º) 41% disseram que era falar em público; (2º) 32% medo de altura; (3º) 22% problemas financeiros; (4º) 19% doença; (5º) 19% da morte. Pesquisa: Jornal Inglês Sunday Times (três mil norte-americanos) VOCÊ TEM MEDO DE FALAR EM PÚBLICO? NERVOSISMO AUTOCONHECIMENTO PARA ARGUMENTAÇÃO Melhorar a retórica pressupõe a autoanálise. Neste caso, denominada como autoconhecimento, refere-se à consciência da sua essência como ser humano, ou seja, identificar suas qualidades e defeitos. Portanto, pressupõe a maturidade em perceber suas limitações atuais que precisam melhorar, seja mediante uma autocrítica ou apontamentos de terceiros que lhe indicou diretamente. (RODRÍGUEZ, Victor Gabriel. Argumentação jurídica. São Paulo: Martins Fontes, 2005) RESPIRAÇÃO CORRETA NERVOSISMO, COMO LIDAR COM ELE Ter nervoso faz parte ao falar em público, independente da profissão, algum momento você poderá ficar nervoso. 1 - Iniciar a fala com alguma coisa leve para diminuir o nervoso Ex.: com um dito espirituoso ou situação cotidiana com um toque de humor moderado. Isso contribui para relaxar o expositor e estabelecer uma ligação mais leve com a audiência. 2 - Procure uma zona de conforto: seja um olhar amigo na plateia, assistentes, objetos que lhe produza tranquilidade. Neste caso, formam-se naturalmente fluidos inconscientes de empatia. Presencialmente, basta percorrer com o olhar para plateia localizar alguém que proporcione empatia. Destaca-se que o olhar do expositor pode e deve percorrer toda a plateia, mas, sem fixar exclusivamente, deve localizar e procurar periodicamente o olhar amigo. 3 - Use o nervosismo a seu favor: não precisa excluir o nervosismo, ele pode ser usado ao seu favor, basta aproveitar a energia vinda da injeção de adrenalina para ficar mais vivo, mais empolgante e interessante seu discurso. 4 - Falar pausadamente: O nervoso tende a produzir a aflição e a aflição tende a levar o expositor a falar rapidamente, atropelando as palavras. Com isso, muitas vezes atropela o próprio pensamento e gera desconforto na audiência. A velocidade com que se pronuncia um discurso é facilmente controlável, com uma pequena dose de disciplina. É óbvio ainda que qualquer exagero em fala devagar é prejudicial. Se é ruim atropelar as palavras, falar devagar demais dá tédio. Por isso, deve dosar a velocidade do discurso. 5 – Uso do material de apoio: quando está muito nervoso é comum esquecer alguma palavra, frase ou texto primordial para sua fala. a) deixe um esboço do conteúdo que irá falar em tópicos (anotados em folhas de papel, blocos, etc.) isso ajuda num eventual esquecimento durante a apresentação. c) As anotações devem estar em tópicos com apenas palavras-chave (facilita encontrar o conteúdo quando der “branco” na apresentação/audiência). b) jamais deve ficar lendo por longo período (salvo: se for este o objetivo da sua apresentação – realizar leitura). COMUNICAÇÃO VERBAL 1 – RESPIRAÇÃO 2 - FUNCIONAMENTO DO APARELHO FONADOR 3 - PRONUNCIE BEM AS PALAVRAS / DICÇÃO 4 - AJUSTE O VOLUME 5 - ENCONTRE A SUA VELOCIDADE 6 - ALTERNE O VOLUME E A VELOCIDADE 7 - PONHA ÊNFASE NAS PALAVRAS 8 - PAUSA NA COMUNICAÇÃO LINGUAGEM 1 - Utilizar a linguagem correta do ponto de vista gramatical. 2 - Não usar palavras cujo significado precise ser procurado no dicionário. 3 - Não usar gíria nem palavras inapropriadas ao público. ORGANIZAÇÃO DA LINGUAGEM 1 - FALANDO OU ESCREVENDO, EVITE FRASES LONGAS Evite frases longas demais ou curtas demais. 2- LIGUE AS FRASES Procure encadear cada afirmação de seu discurso com início, meio e fim. Cada frase, em princípio, deve guardar alguma relação ou conexão com a precedente, sem precisar de conjunções. 3 - ITEMIZE Em um texto escrito, a itemização, de preferência com vários níveis (1,2,3 — (a), (b), (c) - simplifica a compreensão do leitor, desde que seja sem exagero. Em uma exposição verbal, também facilita a compreensão do ouvinte, preferencialmente com apoio do texto, a itemização é mais difícil. TEMPO 1 – Administre o tempo É recomendável treinar e colocar relógio visível. 2 – Deixe um tempo razoável de maleabilidade Deve ter uma parte da sua apresentação que precisa ser estendida ou reduzida para controlar o tempo, conforme a necessidade. CREDIBILIDADE 1 – NATURALIDADE Seja simples e natural — pois basta que se apresente sendo você mesmo em todas as circunstâncias, saiba que, de todas as qualidades de que você necessitará para falar bem, a naturalidade é a que lhe darámais trabalho para ser conquistada, pois no início ficará mecânica. 2 – APARÊNCIA A maneira como você se veste, cores da roupa, cortes da vestimenta, como corta o cabelo, apara a barba, usa maquilagem, higiene e tantos outros detalhes da sua aparência também podem ser determinantes na avaliação que os ouvintes farão a seu respeito. 3 – CONHECIMENTO – AUTORIDADE DO ARGUMENTO A sua credibilidade como profissional da área do Direito está intimamente relacionada ao conhecimento que você demonstra ter sobre o assunto pela forma como se expressa. 3 – ARGUMENTO DA AUTORIDADE Demonstrar com sutileza a sua autoridade no assunto, mas sem exagero. EXPRESSÃO CORPORAL POSIÇÃO DE APOIO EXPRESSÕES CORPORAIS A expressão corporal ajuda a expressão verbal, pois um orador estático e mecânico dificulta a comunicação. Dependendo do tipo de comunicação, pode ser recomendável fazer gestos, erguer a mão com polegar estendido, balançar positivamente ou negativamente a cabeça. GESTOS DESACONSELHÁVEIS GESTOS ACONSELHÁVEIS DICAS DE EXPRESSÕES CORPORAIS I - Posicione-se naturalmente sobre as duas pernas; II – Tenha a posição de apoio (método do cuidando do pássaro); III - Faça um gesto para cada informação predominante na frase (sem exagero); IV - Não tenha pressa de voltar à posição de apoio; V - Gesticule com os braços acima da linha da cintura; VI - Faça o movimento a partir do ombro; VII - Varie os gestos (sem exagero); VIII - Varie a posição de apoio; IX - Marque o ritmo da fala com os braços na frente do corpo; X - Estabeleça um sincronismo harmonioso entre o gesto, a voz e a mensagem; XI - Use o semblante para se comunicar com mais expressividade; XII - Olhe para os ouvintes EXPRESSÕES CORPORAIS: SENTADO
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