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Filosofia 1a SÉRIE SEMANA 21 Olá estudante! Esta semana vamos estudar na Aula Paraná de Filosofia sobre as contribuições .... Para ajudar em seus estudos, você está recebendo o resumo dos conteúdos. Relembrando que teremos 2 aulas e vamos tratar sobre: AULA: 41 Racionalismo e Empirismo I AULA: 42 Racionalismo e Empirismo II Certamente você já ouviu falar de René Descartes (1596-1650), um dos grandes nomes do racionalismo moderno. Descartes entende que se não encontrarmos um fundamento seguro para servir de base para nosso conhecimento, então é impossível elaborar conhecimento de forma adequada e certa, então não possível conhecer cientificamente um determinado objeto. Como filósofo racionalista, Descartes contribui até os atuais na maneira como obtemos ou produzimos conhecimento. Para resolver, ele propõe a dúvida como ponto de partida para a filosofia em busca da ciência. Com o objetivo de construir o edifício do saber, Descartes propõe a dúvida metódica como primeiro momento para uma investigação do conhecimento. Em Descartes, vemos que para tornar viável a reelaboração de todo conhecimento, se faz necessário perguntar de maneira radical o quanto as noções e formas antigas do saber são favoráveis ou somente impedem o conhecimento verdadeiro. Portanto, devemos sim questionar as ideias e formas antigas de se obter a verdade. A dúvida metódica é a radicalidade em conseguir duvidar (se propor a duvidar de maneira consciente) de absolutamente tudo até o limite. Começando por questionar toda a realidade, isto é, todas as coisas que existem fora de mim e depois duvidar principalmente sobre eu mesmo. Com isto se estabelece que os sentidos não servem para responder satisfatoriamente os meus questionamentos, pois os sentidos não me fornecem nenhum dado seguro sobre o que é a Verdade. Contudo, quando resolvo duvidar sobre o fato de estar duvidando, a coisa muda de figura. Pois, aqui se obtém a primeira certeza, a qual me informa que para duvidar eu preciso pensar, sendo que é impossível pensar que “Eu” não esteja pensando. Deste modo, tenho a certeza de que “Eu sou uma coisa pensante”, mas também isto me leva a afirmar a necessidade de ter que existir para poder pensar, o que gera assim a segunda certeza: “Eu sou algo que existe”. Dito de forma resumida isto se apresenta na famosa frase cartesiana: “Penso, logo existo”. A importância de Descartes e sua proposta filosófica exerce grande influência e isso, principalmente devido ao método cartesiano. Em primeiro lugar, precisamos saber que existem quatro as etapas do método cartesiano: a evidência, a análise, síntese e a enumeração. Para passarmos a compreender como cada uma delas contribui na elaboração do conhecimento verdadeiro, é importante ter em mente que a razão segundo René Descartes inaugura uma forma de se pensar a partir de uma linguagem racionalista, inspirada em modelos matemáticos. Esse modo de entender a razão tem a pretensão de servir para a conhecer a realidade de modo seguro e certo. Temos que as etapas do método cartesiano são: Evidência: significa não aceitar nunca algo que não se apresente de forma clara e distinta para minha inteligência, isto é, só posso entender como verdade aquilo em que se exclui qualquer possibilidade de dúvida. Análise: é necessário dividir o problema que se quer entender (o objeto evidente que acolhi em minha consciência), dividi-lo em tantas partes quantas forem necessário para melhor poder resolver a questão. Síntese: conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, até ao conhecimento daqueles mais complexos, obtendo-se o conhecimento do todo. Enumeração: também chamada de revisão dos dados, responde pela tarefa de anotar de maneira completa e rever todos os dados gerais que servem de base para ter certeza que nada ficou de fora do processo. Outro filósofo moderno de importância decisiva para história do conhecimento é o escocês David Hume (1711-1776). A investigação e proposições de Hume se dão por conta da necessidade em se elaborar uma ciência que substitua em suas raízes o tipo de conhecimento a ser construído pelo homem. Trata-se de fundar definitivamente sobre bases experimentais a ciência do homem, que para Hume e ainda mais importante que a física e as outras ciências. Diferentemente de Descartes, para Hume o vínculo entre pensamento e impressão se dá pela experiência dos sentidos. Para o filósofo escocês, representante da corrente do empirismo que defende que o conteúdo das ideias no intelecto só pode ter origem naquilo que é sensível, ou seja, capaz de ser captado pelos nossos cinco sentidos. Todos os conteúdos da mente humana são percepções, isto é, na teoria do empirismo não há ideia inatas. A percepções podem ser divididas em duas grandes classes. 1) impressões (simples ou complexas), isto é, as percepções originarias, que se apresentam com maior força e violência (sensações, paixões e emoções): "ter impressões" significa sentir; 2) ideias (simples ou complexas), isto é, as imagens enfraquecidas que a memória produz a partir das impressões: "ter ideias" significa pensar. O primeiro princípio da ciência da natureza humana diz que: todas as ideias simples provêm de suas impressões correspondentes, portanto não existem ideias inatas. As ideias complexas podem ser cópias das impressões complexas, ou fruto de combinações múltiplas que derivam da faculdade da imaginação, ou ainda podem ser agregadas com base ao importante princípio da associação. As propriedades que dão origem a associação das ideias são: 1) a semelhança; 2) a contiguidade no tempo e no espaço; 3) relação causa e efeito (causalidade). Para provar a validade de cada ideia complexa da qual se discute é necessário acrescentar a relativa impressão. Hume aceita que todas as ideias gerais são simplesmente ideias particulares conjugadas a certa palavra e representando outras ideias individuais semelhantes: as ideias gerais se formam devido ao hábito, o qual faz com que, ao ouvir determinado nome, se desperte em nossa memória uma das ideias particulares designadas com aquele nome. Os objetos presentes à mente humana pertencem a dois gêneros: 1) relações de ideias, isto é, todas as proposições que, baseadas sobre o princípio de não-contradição, limitam-se a operar sobre conteúdos ideais. 2) dados de fato, isto é, todas as proposições que não implicam uma necessidade lógica e parecem fundadas sobre a relação o de causa e efeito. Escola/Colégio: ESTADUAL LAMARTINE ROLLO SOARES.Disciplina: FILOSOFIA Ano/Série: Estudante: 1° ANO E.M A LISTA DE EXERCÍCIOS AULA – 41 1. Enem (2013) TEXTO I - “Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer- me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.” (DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973) (adaptado). TEXTO II - “É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas queforam anteriormente varridas por essa mesma dúvida.” (SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001). (adaptado). A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se: a) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. c) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. d) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados 2. Leia o trecho a seguir: “[...] é quase impossível que nossos juízos sejam tão puros e tão sólidos como teriam sido se tivéssemos tido inteiro uso de nossa razão desde a hora de nosso nascimento, e se tivéssemos sido conduzidos sempre por ela.” (DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Martins Fontes. 1996, p. 17). A Razão Cartesiana inaugurou, na modernidade, uma forma de se pensar a partir de uma linguagem racionalista, inspirada em modelos matemáticos. Esse modelo racional pretendia servir como guia para o conhecimento da realidade. Sobre o método cartesiano, é correto afirmar que: a) tem sua formulação mais bem acabada na obra “Crítica da Razão Pura”. b) consistia em colocar o mundo, a realidade, “entre parênteses”, operando assim em uma “redução fenomenológica”. c) foi duramente combatido pelos filósofos contemporâneos a Descartes, não tendo assim exercido influência em nenhuma geração posterior. d) consistia em duvidar de tudo e, a partir da dúvida, reconduzir o pensamento à possibilidade da realidade, processo que se sintetiza na frase: “penso, logo existo”. e) tem seu apogeu no século XV, quando a entra em declínio a filosofia escolástica. AULA – 42 3. (Enem 2015) Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar. (HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995). Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação. b) o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível. c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso. d) os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória. e) as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria. 4. (Ueg 2012) David Hume nasceu na cidade de Edimburgo, em pleno Século das Luzes, denominação pela qual ficou conhecido o século XVIII. Para investigar a origem das ideias e como elas se formam, Hume parte, como a maioria dos filósofos empiristas, do cotidiano das pessoas. Do ponto de vista de um empirista, a) não existem ideias inatas. b) não existem ideias abstratas. c) não existem ideias a posteriori. d) não existem ideias formadas pela experiência.
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