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NOÇÕES ESSENCIAIS DE DIREITO 
PENAL E PROCESSO PENAL 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 
1.1 Conceito Analítico de Crime ........................................................................... 3 
1.2 Llicitude .......................................................................................................... 7 
1.3 Culpabilidade ................................................................................................. 8 
2. CONCURSO DE CRIMES E DE AGENTES ....................................................... 10 
2.1 Concurso de Crimes ..................................................................................... 10 
2.2 Concurso de Agentes ................................................................................... 12 
2.3 Aplicação da Pena ....................................................................................... 15 
3. CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE .................................................... 18 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 Conceito Analítico de Crime 
 
Para se tratar de Direito Penal e Processual Penal, antes é necessário 
estabelecer o conceito de crime. Assim, Mendonça e Dupret (2018, p.21) 
determinam que: 
 
O conceito analítico de crime compreende a estrutura do delito. Quer se 
dizer que crime é composto por fato típico, ilícito e culpável. Com isso, 
podemos afirmar que majoritariamente o conceito de crime é tripartite e 
envolve a análise destes três elementos. 
 
Com base no que foi expresso pelas autoras, os fatos dos crimes devem ser 
analisados conforme quadro abaixo: 
 
Figura 1: Conceito Analítico de Crime 
 
Fonte: (MENDONÇA E DUPRET 2018, p.21) 
 
 
 
 
 
Desse modo, dentro da conduta delituosa, deve-se analisar o nexo causal, a 
tipicidade e a culpabilidade. Assim, podemos dizer que, quanto a típidade, o fato 
para ser considarado como típico, é necessário que haja a realização de uma 
condulta cuja causa é derivada de uma previsão legal. 
Além da tipicidade formal, há também a material, onde é verificado se a 
ofensa ao bem jurídico foi realmente relevante, sendo o princípo da insignificância 
apto para realizar sua exclusão. 
 
CURIOSIDADE: 
Os Tribuanis Superiores tem afastado a aplicação do princípio da insignificância, 
como é o caso das súmulas 589 e 299 do STJ que dizem: 
"Súmula 589 - É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou 
contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações 
domésticas. 
Súmula 599 - O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
administração pública." 
 
Em se tratando da conduta, pode-se dizer que está é o fato da pessoa fazer 
ou deixar de fazer algo, sendo elementos o dolo e a culpa. No artigo 18 do Código 
Penal, encontramos a classificação da seguinte forma: 
 
Art. 18 - Diz-se o crime: 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
lo; 
O art. 18, inciso I, do CP traz a previsão do conceito de dolo direito de 
primeiro grau e de dolo eventual. 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser 
punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
 
 
 
 
 
Figura 2: Distinção entre imprudência, negligência e imperícia
 
 
 
Fonte: (MENDONÇA E DUPRET 2018, p.25) 
 
A culpa tem distinção entre ser consciente ou inconsciente, onde a primeira 
é quando se tem a previsão do resultado, mas acredita que não irá ocorrer. Já a 
segunda é quando o autor não possui previsão, ou seja, não pensa que o resultado 
possa ser possível. 
Já o dolo ele é divido entre direto (1º e 2º grua) e indireto. O dolo direito de 
1º grau é quando o agente deseja o resultado, já o de 2º grau trata-se da 
consequência necessária, ou seja, o agente tem noção de certeza, sendo um efeito 
colateral do que se deseja. Em se tratando do dolo eventual trata-se quando o 
agente tem a noção de risco, ou seja, não se importa com o que pode causar com 
seus atos. 
A conduta do agente precisa ter nexo causal. Assim, o artigo 13 do Código 
Penal aduz: 
 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é 
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão 
sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, 
entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
 
A principal diferença entre o caput e o primeiro parágrafo é a teoria adotada. 
No caput, apresenta a teoria da conditio sine que non o que determina a verificação 
de que se o agente que deu ou não a causa. Já o primeiro parágrafo apresenta a 
teoria da causalidade adequada. 
 
 
 
 
Figura 3: Dolo x Culpa 
 
 
 
Fonte: (ENTENDEU DIREITO, 2020) 
 
DICA: 
Vide o vídeo Direito Penal | Kultivi - Dolo e Culpa | CURSO GRATUITO pelo link 
https://www.youtube.com/watch?v=89DpTAonPVY 
 
 
 
1.2 Llicitude 
 
Via de regra a ilicitude estará presente sempre que o fato for típico, por esse 
modo, a ilicitude é estudada pelos seus excludentes e não por seus elementos, 
sendo os excludentes: legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento 
do dever legal, exercício regular do direito, conforme previsto no artigo 23 do CP. 
Conforme previsto no artigo 25 do CP, a legitima defesa é o direito de reagir 
a uma agressão injusta, atual ou iminente, contra seu direito ou de outra pessoa. É 
importante mencionar que a reação deve ser suficiente para fazer com que a 
agressão pare. 
O estado de necessidade ocorre mediante perigo atual, inevitável e 
voluntário. Mendonça e Dupret (2018, p.30) dizem que: 
 
A noção de perigo é bem mais ampla que a noção de agressão. O perigo 
pode ser proveniente de uma conduta humana, mas também pode ser 
proveniente de uma calamidade, da força da natureza, do ataque de um 
animal ou de outros fatores. O Código Penal não restringiu ou especificou 
o que seria o perigo. Embora tenha sido claro ao exigir que ele seja atual 
(esteja acontecendo no momento em que o agente pratica a conduta), 
inevitável (não havia outra forma de salvar o bem jurídico) e involuntário (o 
agente não provocou o perigo por sua vontade). 
 
Importante mencionar que o artigo 24 CP não aceita que pessoas que 
possuem o dever legal de enfrentar o perigo alegem o estado de necessidade. 
 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de 
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de 
enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a 
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
 
 
Figura 4: Excludente de ilicitude 
 
 
 
Fonte: (ENTENDEU DIREITO, 2020) 
 
1.3 Culpabilidade 
 
A culpabilidade é divida em três elementos: imputabilidade, potencial 
consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Desse modo, a melhor 
maneira de se estudar a culpabilidade é por meio das exceções: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Excludentes de culpabilidade 
 
 
 
Fonte: (MENDONÇA E DUPRET 2018, p.31) 
 
A imputabilidade é a possibilidade de se poder atribuir a uma pessoa a 
responsabilidade de um determinado fato. Assim, qualquer pessoa que seja 
imputável, possui a consciência dailicitude e dela pode-se exigir uma outra conduta. 
 
ATENÇÃO: 
A imputabilidade é a regra e a inimputabilidade é a exceção. 
 
A potencial consciência da ilicitude é a possibilidade de compreensão do fato 
de que o agente praticava um ato ilícito. Já a exigibilidade de conduta diversa é um 
pouco mais amplo. É possibilidade de que o agente teria de agir conforme previsão 
legal, no momento de omissão ou ação. Essa possibilidade pode ser variada 
dependendo do agente e deverá ser realizado o juízo de medição conforme análise 
do caso concreto. 
ATENÇÃO: 
Vide a Aula 20 - Direito Penal. Culpabilidade. Causas de Exclusão da 
Culpabilidade do professor João Paulo Mendes, pelo link 
https://www.youtube.com/watch?v=0ZNl-KVD948 
https://www.youtube.com/watch?v=0ZNl-KVD948
 
 
2. CONCURSO DE CRIMES E DE AGENTES 
 
2.1 Concurso de Crimes 
 
Concurso de crimes ocorre quando apenas uma pessoa pratica uma variedade 
de delitos, ou ainda quando um concurso de pessoas pratica vários delitos. O 
concurso de crimes possui 3 espécies, sendo o concurso material (artigo 69 CP), 
concurso formal (artigo 70 CP) e crime continuado (artigo 71 CP). 
O concurso material, também conhecido como concurso real de crimes, está 
previsto no artigo 69 do CP e ocorre quando o agente, por meio de mais de uma ação 
ou omissão, realiza dois ou mais crimes. Sendo assim, os requisitos são: mais de uma 
ação ou omissão e prática de dois ou mais crimes. 
 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas 
privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação 
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena 
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será 
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado 
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e 
sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
O concurso formal, conforme previsto no artigo 70 do CP é quando ocorre 
uma só ação ou omissão e o agente pratica de dois ou mais crimes. O concurso formal 
pode ser divido em homogêneo e heterogêneo. 
O primeiro ocorre quando as infrações penais realizadas pelo agente, 
mediante apenas uma ação ou omissão, possuem uma mesma tipificação. E será 
considerado heterogêneo quando ocorrer mais de uma infração penal e for praticada 
com mais de uma tipificação. 
 
 
 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes, idênticos ou não, aplicasse-lhe a mais grave das penas 
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, 
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes 
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo 
anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra 
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
O crime continuado, previsto no artigo 71 do CP se trata de uma teoria jurídica 
adotada pelo legislador onde foi criada pelas razões políticas criminais e veio como 
forma de beneficiar o agente 
 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser 
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos 
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a 
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um 
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, 
observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Concurso de crimes 
 
 
Fonte: (ENTENDEU DIREITO, 2020) 
 
2.2 Concurso de Agentes 
 
O concurso de pessoas ou concurso de agentes ocorre quando uma pessoa 
concorre de qualquer maneira para a pratica de um crime. Nesse caso, será aplicado 
o que determina o artigo 29 do CP onde diz “quem, de qualquer modo concorre para 
o crime, incide nas penas a este cominadas na medida de sua culpabilidade”. 
Para que seja caracterizado concurso de pessoas, é necessário se ater aos 
seguintes requisitos: 
 
 Deve-se estar diante de crimes unissubjetivos (ou de concurso eventual) 
 Pluralidade de agentes e de condutas 
 Relevância causal da conduta – ex.: A, desejando matar B, não encontra sua 
arma e vai à casa de C pegar emprestado. C empresta a arma. Antes de ir ao encontro 
 
 
de B, A resolve utilizar uma faca que encontra em seu caminho e deixa de lado a arma 
que havia pedido emprestado a C. A vai ao encontro de B e o mata. A conduta de C 
foi relevante para causar a morte de B? Uma vez que o agente já estava decidido a 
cometer o crime e não tendo utilizado a arma emprestada por C, a conduta deste 
passou a ser irrelevante. Mesmo querendo contribuir, a ausência de relevância faz 
com que ele não seja responsabilizado penalmente 
 Liame subjetivo entre os agentes – vínculo psicológico que une os agentes. 
Não havendo liame subjetivo, cada um será responsabilizado isoladamente por sua 
conduta. É a adesão de vontades, que jamais poderá ocorrer após a consumação da 
infração, pois então estaria caracterizado delito de favorecimento. 
 Identidade de infração penal – os agentes devem querer praticar a mesma 
infração penal 
 
O Código Penal, em seu artigo 29, apresenta a teoria monista para o concurso 
de pessoas ao dizer: 
 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída 
de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Concurso de pessoas 
 
 
 
Fonte: (ENTENDEU DIREITO, 2020) 
 
DICA: 
Veja o vídeo CONCURSO DE PESSOAS | ART. 29 CÓDIGO PENAL de Prodige 
Preparatório no link https://www.youtube.com/watch?v=ScKjdFyQI3k 
 
 
2.3 Aplicação da Pena 
 
A aplicação da pena é dividida em três etapas, conforme estabelecido pelo 
Código Penal, conhecido como trifásico, onde, na primeira fase são consideradas as 
circunstâncias do artigo 59 do CP para se determinar a pena base, estabelecendo a 
quantidade mínima e máxima da pena imposta em abstrato no tipo penal básico ou 
qualificado. 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta 
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e 
prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redaçãodada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie 
de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Na segunda fase, se aplica as circunstâncias atenuantes e agravantes que 
estão previstas nos artigos 61, 62, 65 e 66 do CP. É nesse ponto que encontramos a 
pena intermediária e a pena provisória. 
Por fim, mas não menos importante, temos a terceira fase, onde são aplicadas 
as causas de diminuição e de aumento da pena, que estão previstas na parte especial 
e geral do Código Penal, estabelecendo assim, a pena definitiva. 
 
ATENÇÃO: 
É importante tomar cuidado para que não ocorra o bis in idem, pois muitas vezes, o 
que parecer ser elementar, pode entretanto aparecer como circunstância judicial, 
agravante e causa de aumento. Por isso, quando for fazer a capitulação delitiva, 
deve-se ater as elementares e as qualificadoras. 
 
 
 
Desse modo, para realizar a dosimetria da pena, deve-se levar em conta 
alguns requisitos, tais como: o uso obrigatório do critério trifásico; considerar todos os 
réus e todos os crimes cometido em respeito ao princípio da individualização das 
penas; analisar todas as circunstâncias previstas no artigo 59 do CP, na sua 
respectiva ordem, e fundamentar; a pena base deve respeitar os limites legais não 
ultrapassando o mínimo ou o máximo, mesmo levando em conta as atenuantes e as 
agravantes que são analisadas sobre a pena estabelecida na segunda fase. 
 
DICA: 
Vide o vídeo “Aplicação da pena - Dosimetria da pena - há outras aulas que 
complementam o raciocínio dessa” do Minuto Penal, no link 
https://www.youtube.com/watch?v=dXqKAdOg8eE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Dosimetria da pena 
 
Fonte: (ENTENDEU DIREITO, 2020) 
 
 
3. CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
Primeiramente, é importante mencionar que há uma distinção entre a 
prescrição presente do Direito Civil e a prescrição presente no Direito Penal. No Direito 
Penal, a prescrição, assim como a decadência e a perempção são causas de extinção 
da punibilidade, estabelecidos no artigo 107 do CP. 
 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de 
ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
Quando o sujeito pratica um crime, o direito de punir do Estado deixa de ser 
abstrato e se torna concreto, estabelecendo a relação jurídico-punitiva, surgindo a lide 
penal. A lide penal é estabelecida pelo conflito de interesses do Estado e do agente. 
O Estado, então, possui o direito de chamar o Judiciário para que seja aplicada a 
norma penal do crime cometido. 
Contudo, esse direito do Estado não dura para sempre. A prescrição ocorre 
com junção da inércia do Estado e o decurso do tempo, ou seja, é quando o Estado 
perde seu direito de punir por não o realizar no tempo previsto em lei. A prescrição 
pode ser dividida em pretensão punitiva e executória, conforme estabelece a Escola 
Brasileira de Direito (2020, s/p): 
 
1. Prescrição da pretensão punitiva: dá-se no processo de conhecimento 
penal, ocorrendo pelo escoamento do prazo antes do trânsito em julgado da 
sentença. 
O prazo da prescrição da pretensão punitiva será estabelecido pela 
quantidade da pena in abstracto, sendo esta o máximo de pena aplicável para 
 
 
o tipo penal, haja vista que a sentença não poderá condenar à pena superior 
ao máximo legal. 
2. Prescrição da pretensão executória: dá-se no processo de execução penal, 
ocorrendo pelo fim do prazo antes de iniciar o cumprimento da pena. 
O prazo da prescrição da pretensão executória será estabelecido pela 
quantidade da pena in concreto, ou seja, a quantidade de pena aplicada e já 
transitada em julgado. 
Para ambos os casos, deverá ser consultado o prazo prescricional 
estabelecido no art. 109 do Código Penal. 
 
Desse modo, o artigo 109 do CP estabelece: 
 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo 
o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena 
privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela 
Lei nº 12.234, de 2010). 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não 
excede a doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não 
excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede 
a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, 
não excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação 
dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
 
A decadência, por sua vez, também se trata de perder o prazo devido a uma 
inércia, contudo, nesse caso, a inércia se dá do particular ao qual teria o direito de 
acionar a justiça e não o faz. É nesse caso, por exemplo, quando a vítima deixa de 
realizar a queixa-crime no prazo determinado em lei. 
Desse modo, Bitencourt (2007, p.702-703) conceitua: 
 
Decadência é a perda do direito de ação a ser exercido pelo ofendido, em 
razão do decurso de tempo. A decadência pode atingir tanto a ação de 
exclusiva iniciativa privada como também a pública condicionada à 
 
 
representação. Constitui uma limitação temporal ao iuspersequendi que não 
pode eternizar-se. 
 
Capez (2007, p.569) continua: 
 
A decadência está elencada como causa de extinção da punibilidade, mas, 
na verdade, o que ela extingue é o direito de dar início a persecução penal 
em juízo. O ofendido perde o direito de promover a ação e provocar a 
prestação jurisdicional e o Estado não tem como satisfazer seu direito de 
punir [...] a decadência não atinge diretamente o direito de punir, pois este 
pertence ao Estado e não ao ofendido; ela extingue apenas o direito de 
promover a ação ou de oferecer a representação 
 
Já a perempção, ocorre quando o autor da ação ficar inerte durante uma ação 
penal privada, impedindo dessa forma que o processo dê prosseguimento e acarreta 
na extinção da punibilidade do réu. As causas de perempção estão previstas no artigo 
60 do CPP: 
 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-
se-á perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do 
processo durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o 
disposto no art. 36; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a 
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o 
pedido de condenação nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor. 
 
Stanici (2020, s/p) ainda complementa dizendo que: 
 
A perempção no processo penal se diferencia das demais formas de 
perempção uma vez que só poderá ocorrer nos processos em que a ação 
penal é privada, ou seja, nos processo em que a ação não é de titularidade 
 
 
do ministériopúblico, devendo a vítima apresentar queixa crime em face do 
autor do crime cometido contra ela. 
 
DICA: 
Veja ao vídeo “DIREITO PENAL - Decadência, Prescrição, Perempção e 
Retratação” de Me Passa Ai, pelo link 
https://www.youtube.com/watch?v=0mFnG4gq8Fc 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com o presente material, buscou-se realizar um apanhado geral e que sirva 
como base para o aprofundamento futuro sobre o Direito Penal e Processual Penal. 
De forma suscinta, podemos dizer que o Direito Penal se refere a parte material da 
área criminal, já o Direito Processual Penal, como o próprio nome já diz é a parte 
processual dá área criminal, é o conjunto de normas e princípios que regem a 
aplicação da parte material. 
Desse modo, foi apresentado as noções essenciais para o entendimento da 
matéria, como o conceito analítico de crime, que é a parte estrutural do crime, o qual 
é composto pelo fato típico, ilícito e culpável. 
A ilicitude, via de regra, estará presente sempre que o fato for típico, por esse 
modo, a ilicitude é estudada pelos seus excludentes e não por seus elementos. Por 
isso, foi abordado também sobre as excludentes de ilicitude no artigo 23 do Código 
Penal. Também foi apresentado sobre a culpabilidade e seus elementos. 
Em seguida, fez-se necessário falar sobre o concurso de crime e seus agentes, 
para só então falarmos um pouco sobre a dosimetria da pena, onde deve ser analisado 
tanto os agravantes quanto os atenuantes, para verificar o aumento ou redução da 
pena, respeitando os limites estabelecidos em lei. 
Por fim, mas não menos importante, foi tratado sobre a extinção da punibilidade 
que está prevista no artigo 107 do CP, onde foi aprofundado na prescrição, 
decadência e perempção. Quando o sujeito pratica um crime, o direito de punir do 
Estado deixa de ser abstrato e se torna concreto, estabelecendo a relação jurídico-
punitiva, surgindo a lide penal. A lide penal é estabelecida pelo conflito de interesses 
do Estado e do agente. O Estado, então, possui o direito de chamar o Judiciário para 
que seja aplicada a norma penal do crime cometido. 
É importante frisar que este assunto não se esgota nas páginas deste trabalho 
e há muito que pesquisar e produzir de conhecimento sobre esta área tão importante. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Saraiva, 2011. 
 
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Paulo: Saraiva, 2007. Vol. 1 
 
CAPEZ, Fernando Capez. Curso de Direito Penal. v.4. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 
2010. 
 
CAPEZ, Fernando Capez. Curso de Direito Penal. Parte Especial, v.2.10. ed. São 
Paulo: Saraiva. 
 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 11. Ed. São Paulo: Saraiva, 
2007. Vol. 1. 
 
CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal – parte especial. 2 ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais. 
 
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https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/436546849/entenda-a-prescricao-penal Acesso 
em set. 2020 
 
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– parte geral / André Estefam; Victor Eduardo Rios Gonçalves. – Coleção 
esquematizado ® / coordenador Pedro Lenza - 9. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 
2020. 
 
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
koogan, 2001 
 
GRECO, Rogério.Código Penal Comentado. 6.ed. Niterói: Impetus, 2012. 
 
HABIB, Gabriel. Leis Penais Especiais volume único/ coordenador Leonardo de 
Medeiros Garcia – 10. Ed. Ver, atual e ampl. – Salvador: Jus Podium, 2018, p.630/631. 
 
MARQUES, Alexandre Paranhos Pinheiro. Direito Penal: parte geral: princípios 
limitadores do direito penal, norma penal, lei penal do tempo e no espaço, teoria 
do crime (fato típico, ilícito e culpável), punibilidade e concurso de pessoas/ 
Alexandre Paranhos Pinheiro Marques; coordenação de Marcus Vinícius Manso 
Lopes Gomes. – 2. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
 
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. 
– 13. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019. 
 
MENDONÇA, Ana Cristina; DUPRET, Cristiane. Penal Prática OAB 2ª Fase. 4ª ed. 
Revista, ampliada atualizada. Editora JusPodivm. 2018 
 
 
 
MISAKA, Marcelo Yukio. Sentença criminal / Marcelo YukioMisaka ; coordenação 
Cleber Masson. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. 
 
QUEIROZ, Paulo. Direito penal. Parte geral. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 45. 
Na dicção do STF: “Os direitos fundamentais não podem ser considerados apenas 
proibições de intervenção (Eingrifsverbote), expressando também um postulado de 
proteção (Schutzgebote). Pode-se dizer que os direitos fundamentais expressam não 
apenas uma proibição do excesso (Übermassverbote), como também podem ser 
traduzidos como proibições de proteção insuficiente ou imperativos de tutela 
(Untermassverbote)” (HC 102.087/MG, rel. Min. Celso de Mello, rel. p/ acórdão Min. 
Gilmar Mendes, 2.ª Turma, j. 28.02.2012). 
 
STANISCI, Gabriel. Perempção no Processo Penal. Perempção - Conceito, 
Natureza Jurídica, Causas e Prazo.JusBrasil. Disponível em 
https://gabrielstanisci.jusbrasil.com.br/artigos/408560186/perempcao-no-processo-
penal Acesso em set. 2020

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