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AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Rosi Meri da Silva
Indaial - 2019
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2019
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SI586a
 Silva, Rosi Meri da
 Avaliação neuropsicológica. / Rosi Meri da Silva. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2019.
 186 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-400-6
 ISBN Digital 978-85-7141-401-3
 1. Neuropsicologia. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
Da Vinci.
CDD 616.8914
Sumário
APRESENTAÇÃO ........................................................................05
CAPÍTULO 1
Avaliação Psicológica e Avaliação Neuropsicológica 
na Prática Clínica .......................................................................07
CAPÍTULO 2
Neuropsicologia: Diagnóstico e Intervenção .......................65
CAPÍTULO 3
Funções Neuropsicológicas e as Possíveis Alterações 
Clícas em Lesões Cerebrais e Nas Principais Doenças 
Neurológicas .............................................................................121
APRESENTAÇÃO
Prezado estudante, o Livro Didático de Avaliação Neuropsicológica faz 
parte do curso de Pós-Graduação Lato Sensu EAD em Neuropsicologia da 
UNIASSELVI. Tem como finalidade disponibilizar fundamentos que permitam 
integrar os conhecimentos teóricos e práticos para planejar, realizar avaliação 
neuropsicológica e elaborar relatório (laudo), possibilitando o desenvolvimento de 
programas de intervenção, condizentes com os sintomas avaliados em crianças, 
adolescentes, adultos e idosos.
O livro está dividido em três capítulos, cada um com objetivos, 
conteúdos, atividades de estudo, dicas, orientações e referências para leituras 
complementares. 
No primeiro capítulo, você será levado a acessar os Fundamentos 
da avaliação psicológica; Princípios, técnicas e instrumentos de avaliação 
neuropsicológica; Avaliação neuropsicológica na prática clínica com crianças e 
adolescentes; Avaliação neuropsicológica na prática clínica com adultos e idosos.
No segundo capítulo, você terá acesso ao processo de elaboração de 
relatório e devolutiva nos vários contextos de atuação da neuropsicologia; assim 
como conduzir você ao processo de diagnóstico, intervenções e prognóstico em 
neuropsicologia.
Com o terceiro capítulo, você entenderá os conceitos gerais das funções 
neuropsicológicas, assim como as alterações neuropsicológicas nas lesões 
cerebrais e nas principais doenças neurológicas.
De forma ampla, este livro é para você, aluno do Curso de Pós-Graduação 
Lato Sensu EAD em Neuropsicologia que deseja se aprofundar na área 
de avaliação neuropsicológica, pois discorre sobre os principais conceitos, 
instrumentos e processos para realizar com segurança e técnica o processo de 
avaliação neuropsicológica na prática clínica.
Bons estudos!
Professora Rosi Meri da Silva
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA 
CLÍNICA
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
Saber:
• apresentar teoria e técnica em avaliação psicológica;
• descrever os passos da Avaliação Neuropsicológica;
• apontar as técnicas e instrumentos de avaliação neuropsicológica;
• expor o processo para interpretação dos resultados da avaliação 
neuropsicológica;
• demonstrar os processos da avaliação neuropsicológica na prática clínica com 
crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Fazer:
• empregar os instrumentos de avaliação neuropsicológica de acordo com as 
necessidades apresentadas em cada situação;
• utilizar a avaliação neuropsicológica na prática clínica com crianças, 
adolescentes, adultos e idosos.
8
 Avaliação Neuropsicológica
9
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, discutiremos temas que lhe auxiliarão na prática em 
neuropsicologia. Você será levado a pensar de forma técnica e científi ca, pois 
uma boa avaliação neuropsicológica dependerá de você, pois vai exigir estudo, 
treino e muita atenção em todos os passos.
A neuropsicologia é uma área da neurociência que tem por objetivo estudar 
a relação entre comportamento e funcionamento cerebral em condições normais 
e patológicas. Mas para chegarmos até a avaliação neuropsicológica, vamos 
percorrer um caminho, pelo qual você será nosso convidado especial. Vamos 
percorrer a trilha da avaliação psicológica, estudar as resoluções do Conselho 
Federal de Psicologia (CFP), que regulamentam a nossa prática profi ssional.
Lembre-se de que não basta conhecer, ler e praticar, também é necessário 
ser ético, para tanto temos que saber nossos limites profi ssionais, temos que 
conhecer a legislação vigente, temos que saber quais instrumentos são validados 
para uso no Brasil de acordo com o CFP.
Neste capítulo você terá acesso a alguns modelos de instrumentos, porém, 
lembre-se de que você deverá adaptar cada um destes instrumentos ao contexto 
no qual irá aplicar e, principalmente, a queixa de cada paciente, além do que você 
poderá ir aprimorando, principalmente a entrevista ao longo de sua prática clínica.
Você também será convidado a refl etir sobro o uso da avaliação 
neuropsicológica na prática clínica, considerando as diferentes faixas etárias e 
suas peculiaridades.
A avaliação neuropsicológica é um tipo bastante complexo 
de avaliação psicológica, porque exige do profi ssional não 
apenas uma sólida fundamentação em psicologia clínica e 
familiaridade com a psicometria, mas também especialização 
e treino em contexto em que seja fundamental o conhecimento 
do sistema nervoso e de suas patologias (LEZAK, 1995 apud 
CUNHA, 2000, p. 171).
2 FUNDAMENTOS DA AVALIAÇÃO 
PSICOLÓGICA
No atual contexto, a avaliação psicológica é considerada um procedimento 
técnico que possibilita analisar dados da personalidade, aspectos cognitivos, 
tomando prováveis manifestações, difi culdades do desenvolvimento, demandas 
10
 Avaliação Neuropsicológica
neuropsicológicas, características adaptativas e desadaptativas, entre outros, 
possibilitando assim um prognóstico e as melhores indicações de tratamento 
(HUTZ et al., 2016).
Segundo a Resolução nº 9, de 25 de abril de 2018, do Conselho Federal de 
Psicologia:
Art. 1º - Avaliação Psicológica é defi nida como um processo 
estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, 
composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo 
de prover informações à tomada de decisão, no âmbito 
individual, grupal ou institucional, com base em demandas, 
condições e fi nalidades específi cas. 
Art. 2º - Na realização da Avaliação Psicológica, a psicóloga 
e o psicólogo devem basear sua decisão, obrigatoriamente, 
em métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos 
reconhecidos cientifi camente para uso na prática profi ssional da 
psicóloga e do psicólogo (fontes fundamentais de informação), 
podendo, a depender do contexto, recorrer a procedimentos 
e recursos auxiliares (fontes complementares de informação). 
Consideram-se fontes de informação: 
I – Fontes fundamentais:
a) Testes psicológicos aprovados pelo CFP para uso 
profi ssional da psicóloga e do psicólogo e/ou; 
b) Entrevistas psicológicas, anamnese e/ou; 
c) Protocolos ou registros de observação de comportamentos 
obtidos individualmente ou por meio de processogrupal e/
ou técnicas de grupo. 
II – Fontes complementares:
a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam 
respaldo da literatura científi ca da área e que respeitem o 
Código de Ética e as garantias da legislação da profi ssão;
 b) Documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios 
de equipes multiprofi ssionais (CFP, 2018, p. 2-3).
A área da avaliação psicológica fundamenta-se em dados científi cos, que 
caracterizam a percepção das manifestações psicológicas, e sua evolução tem 
ocorrido frente às novas exigências que têm demandado a defi nição de métodos, 
técnicas e teorias científi cas (CFP, 2013).
A avaliação psicológica é compreendida como um amplo 
processo de investigação, no qual se conhece o avaliado 
e sua demanda, com o intuito de programar a tomada de 
decisão mais apropriada do psicólogo. Mais especialmente, 
a avaliação psicológica refere-se à coleta e interpretação de 
dados, obtidos por meio de um conjunto de procedimentos 
confi áveis, entendidos como aqueles reconhecidos pela 
ciência psicológica. 
11
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Compete ao psicólogo planejar e realizar o processo avaliativo 
com base em aspectos técnicos e teóricos. A escolha do 
número de sessões para a sua realização, das questões a 
serem respondidas, bem como de quais instrumentos/técnicas 
de avaliação devem ser utilizados será baseada nos seguintes 
elementos: 
1. contexto no qual a avaliação psicológica se insere; 
2. propósitos da avaliação psicológica; 
3. construtos psicológicos a serem investigados; 
4. adequação das características dos instrumentos/técnicas 
aos indivíduos avaliados;
5. condições técnicas, metodológicas e operacionais do 
instrumento de avaliação (CFP, 2013, p. 11).
2.1 PSICODIAGNÓSTICO
O psicodiagnóstico é um método científi co que se utiliza de técnicas e testes 
psicológicos, em nível individual ou coletivo, quer para responder demandas 
teóricas, detectar e analisar particularidades ou para identifi car o quadro e avaliar 
seu possível caminho (CUNHA, 2000).
QUADRO 1 – PASSOS DE UM PROCESSO DE PSICODIAGNÓSTICO
FONTE: Hutz et al. (2016, p. 29)
Passos Especifi cações
1.
Determinar os motivos da consulta e/ou do encaminhamento 
e levantar dados sobre a história pessoal (dados de natureza 
psicológica, social, médica, profi ssional, escolar).
2.
Defi nir as hipóteses e os objetivos do processo de avaliação. 
Estabelecer o controle de trabalho (com o examinando e/ou 
responsável).
3.
Estruturar um plano de avaliação (selecionar instrumentos e/ou 
técnicas psicológicas).
4. Administrar as estratégias e instrumentos de avaliação.
5. Corrigir ou levantar, qualitativa e quantitativamente, as estratégias e os instrumentos de avaliação.
6. Integrar os dados colhidos, relacionados com as hipóteses iniciais e com os objetivos da avaliação.
7. Formular as conclusões, defi nindo potencialidades e vulnerabilidades.
8.
Comunicar os resultados por meio de entrevista de devolução 
e de um laudo/relatório psicológico. Encerrar o processo de 
avaliação.
12
 Avaliação Neuropsicológica
Cunha (2000, p. 30) sugere alguns passos para operacionalização 
psicodiagnóstico:
a) determinar o motivo do encaminhamento [...];
b) levantar dados de natureza psicológica, social, médica, 
profi ssional [...];
c) colher dados sobre a história clínica e história pessoal [...];
d) realizar o exame do estado mental [...];
e) levantar hipóteses iniciais e defi nir os objetivos do exame;
f) estabelecer um plano de avaliação;
g) estabelecer um contrato de trabalho [...];
h) administrar testes e outros instrumentos psicológicos;
i) levantar dados quantitativos e qualitativos;
j) selecionar, organizar e integrar todos os dados signifi cativos 
para os objetivos do exame [...];
k) comunicar resultados (entrevista devolutiva, relatório, laudo, 
parecer e outros informes [...];
l) encerrar o processo.
Para fazer um psicodiagnóstico, “o profi ssional deve saber avaliar com 
cuidado a demanda trazida pelo paciente ou pela fonte de encaminhamento, para, 
a partir disso, realizar considerações éticas sobre o pedido e, quando estas forem 
favoráveis, tecer os objetivos de sua realização” (HUTZ et al., 2016, p. 21).
O psicodiagnóstico é um procedimento científi co de 
investigação e intervenção clínica, limitado no tempo, que 
emprega técnicas e/ou testes psicológicos com propósito de 
avaliar uma ou mais características psicológicas visando a um 
diagnóstico psicológico (descritivo e/ou dinâmico), construído 
à luz de uma orientação teórica que subsidie a compreensão 
da situação avaliada, gerando uma ou mais indicações 
terapêuticas e encaminhamentos (HUTZ et al., 2016 p. 25).
Aprofundar o tema: Conselho Federal de Psicologia. Avaliação 
psicológica: diretrizes na regulamentação da profi ssão / Conselho 
Federal de Psicologia. Brasília: CFP, 2010. 196 p. 
13
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
3 PRINCÍPIOS, TÉCNICAS E 
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA
Nesta oportunidade, iremos conduzir você ao encontro dos principais 
instrumentos e técnicas a serem utilizados em um processo de avaliação 
neuropsicológica, tendo como ênfase a entrevista clínica, os testes psicológicos, 
testes neuropsicológicos e alguns instrumentos de rastreio. Mas antes de 
entrarmos nestes temas específi cos, faremos uma breve explanação sobre a 
neuropsicologia e suas possibilidades de atuação, tendo como ponto principal a 
“avalição neuropsicológica”.
Você terá acesso a informações que serão utilizadas ao longo de sua 
formação, sendo por muitas vezes necessário retomar este livro, pois nele 
será tratado o fundamento da atuação do profi ssional em neuropsicologia, sua 
ferramenta de trabalho, que é em primeiro lugar a avaliação neuropsicológica.
Desta forma, convidamos você a focar seus estudos priorizando momentos 
que irão para além deste material, sendo necessário fazer, por vezes, leituras 
extras, no intuito de complementar seus estudos.
Hamdan, Pereira e Riechi (2011) defi nem a neuropsicologia de modo geral 
como um estudo entre o cérebro e o comportamento, e de uma forma mais 
restrita, como o campo que investiga as alterações cognitivas e comportamentais 
associada às lesões cerebrais. Vamos nos basear nestes autores para descrever 
as áreas e os conhecimentos que mediam a prática da neuropsicologia:
FIGURA 1 – ÁREAS DE CONHECIMENTO QUE MEDIAM 
A PRÁTICA DA NEUROPSICOLOGIA
FONTE: Adaptado de Hamdan, Pereira e Riechi (2011)
Neuroanatomia
Neuropsicologia
Neurofi siologia
Neurofarmacologia
Psicopatologia
Neuroquímica
Psicometria
Psicologia 
Clínica
Psicologia 
Cognitiva
14
 Avaliação Neuropsicológica
A neuropsicologia tem como principal objetivo identifi car a 
consequência das características estruturais e funcionais do 
cérebro e do comportamento em situações de estímulo e de 
respostas defi nidas, e o processo de avaliação é basicamente 
representado por meio de duas grandes questões: 1) quais são 
as funções comprometidas e 2) que aspectos comportamentais 
podem minimizar essa expressão psicopatológica (ANDRADE; 
SANTOS; BUENO, 2004, p. 22).
O profi ssional especialista em neuropsicologia pode atuar em diferentes 
contextos, entre eles:
• Consultório;
• Clínicas especializadas com equipe interdisciplinar;
• Hospitais;
• Ambulatórios;
• Grupos de pesquisa;
• Universidades.
Entre as principais funções do profi ssional da neuropsicologia está a 
avaliação neuropsicológica. Segundo Malloy-Diniz et al. (2010 p. 47), “a avaliação 
neuropsicológica consiste no método de investigar as funções cognitivas e 
o comportamento. Trata-se da aplicação de técnicas de entrevista, exames 
quantitativos e qualitativos das funções que compõem a cognição abrangendo 
processos de atenção, percepção, memória, linguagem e raciocínio”.
Segundo a Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 013/2007: 
XI –Psicólogo especialista em Neuropsicologia Atua no 
diagnóstico, no acompanhamento, no tratamento e na 
pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e 
do comportamento sob o enfoque da relação entre estes 
aspectos e o funcionamento cerebral. Utiliza-se para isso de 
conhecimentos teóricos angariados pelas neurociências e pela 
prática clínica, com metodologia estabelecida experimental 
ou clinicamente. Utiliza instrumentos especifi camente 
padronizados para avaliação das funções neuropsicológicas 
envolvendo principalmente habilidades de atenção, percepção, 
linguagem, raciocínio, abstração, memória, aprendizagem, 
habilidades acadêmicas, processamento da informação, 
visuoconstrução, afeto, funções motoras e executivas (CFP, 
2007, p. 23-24). 
Segundo Fuentes et al. (2008), a avaliação neuropsicológica tem como 
objetivos:
• Auxiliar diagnóstico;
• Prognóstico;
15
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
• Orientação para o tratamento;
• Auxílio para o planejamento da reabilitação;
• Perícia.
Para darmos sequência ao entendimento do objetivo e do funcionamento do 
processo de avaliação neuropsicológica é necessário entendermos a diferença 
entre a neuropsicologia e a psicometria:
FONTE: Adaptado de Malloy-Diniz et al. (2010)
QUADRO 2 – DIFERENÇA ENTRE A NEUROPSICOLOGIA E A PSICOMETRIA
Como podemos perceber através deste quadro, a neuropsicologia se utiliza 
da psicometria em seus estudos, tendo como foco a avaliação das alterações 
cognitivas, que serão mensuradas através de instrumentos padronizados.
O processo de avaliação neuropsicológica exige que você se atente à 
demanda procedente do encaminhamento. Aqui utilizaremos o esquema proposto 
por Cunha (2010), para facilitar seu entendimento:
FIGURA 2 – PROCESSO DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
FONTE: Adaptado de Cunha (2000, p. 172) 
Segundo Andrade, Santos e Bueno (2004, p. 21), “a avaliação 
neuropsicológica é realizada via entrevista e testes, que podem ser agrupados 
em baterias fi xas ou fl exíveis, e exames psicofi siológicos, além de inventários 
e questionários que possam avaliar o humor, as condições socioculturais, a 
qualidade de vida, entre outros”. 
O neuropsicólogo realiza um estudo clínico, utilizando vários instrumentos, dentre 
eles, testes para confrontar as mudanças comportamentais do paciente, com as 
prováveis áreas cerebrais comprometidas.
Já a psicometria colabora para a evolução da neuropsicologia, mas sem atém 
à elaboração de metadologias e elaboração de teste, priorizando amostras e 
padroniezações em grupo de pessoas.
DIFERENÇA
16
 Avaliação Neuropsicológica
QUADRO 3 – POSSIBILIDADES DE BATERIAS PARA 
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
FONTE: Adaptado de Malloy-Diniz et al. (2010, p. 51-52)
Como você pôde perceber, são vários os pontos a serem considerados 
em uma avaliação neuropsicológica, entre eles a seleção dos instrumentos que 
serão utilizados, porém, fi que calmo, iremos detalhar esse processo ao longo do 
capítulo. 
Consideramos pertinente fazer um apontamento com alguns itens a 
serem considerados durante o processo de planejamento de uma avaliação 
neuropsicológica, mesmo que iremos aprofundá-los mais a frente, isso facilitará 
seu entendimento ao longo do capítulo deste livro. Desta forma, preste atenção 
nas seguintes pontuações:
• Planejar – levando em consideração as queixas do paciente e o motivo do 
encaminhamento.
Você pode estar se perguntando o que signifi ca uma bateria e quais 
as diferenças entre elas. Para isto, iremos contextualizar cada uma das 
possibilidades de baterias, levando em consideração o contexto mais propício 
para sua utilização:
Bateria Breve
Bateria Flexível
Bateria Fixa
• São extremamente úteis em pesquisas ou em serviços especializados 
em determinadas doenças neurológicas;
• Permite às equipes a organização de dados e viabiliza a visão 
comparativa de casos;
• A escolha de testes deve ser abrangente para investigar as funções 
 comprometidas nas doenças a seres investigadas.
• São mais indicadas para aplicação no contexto ambulatorial ou de 
 internamento hospitalar;
• É mais indicada quando a solicitaçao exige um posicionamento imediato;
• Proporciona apenas um resultado indicativo de alteração e sugere 
possíveis áreas de investigação;
• Em casos em que a alteração é sutil, essa técnica é insufi ciente.
• É mais indicada para uso na clínica;
• A partir da demanda, o profi ssional seleciona as técnicas adequadas, 
com fl exibilidade;
• As tarefas iniciais podem ser mais simples, de modo a introduzir o ritmo 
e verifi car a capacidade do paciente em se adaptar e de colaborar com 
o processo.
17
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
• A entrevista deve ser adequada à faixa etária e, se necessário, solicitar a 
presença de familiares, responsáveis legais ou cuidadores.
• Utilizar testes psicológicos e neuropsicológicos validados e autorizados 
para uso de Psicólogos (as), além de considerar a escolaridade e faixa 
etária de cada paciente.
• O número de sessões para realização da avaliação neuropsicológica 
vai estar diretamente vinculado às condições clínicas do paciente e do 
local onde será realizada (contexto hospitalar, ambulatório, consultório, 
escola).
• Interromper sempre que o paciente apresentar: cansaço, desmotivação, 
sonolência, falta de um artifício que possa causar interferência, tais como 
óculos, aparelhos auditivos.
• Usar instrumentos de rastreio que tenham validação para uso no Brasil.
Outro ponto a ser considerado antes de iniciar uma avaliação 
neuropsicológica é aprofundar o seu conhecimento no que se refere 
aos fatores que podem interferir neste processo. Aqui podemos citar: 
• escolaridade e fatores socioeconômicos;
• uso de medicamentos;
• distúrbios de memória e de linguagem;
• cansaço;
• sonolência;
• motivação reduzida;
• limitações motoras;
• depressão e ansiedade.
Os fatores aqui citados devem ser considerados no momento da escolha 
dos instrumentos de avaliação, assim como na sua decisão profi ssional de dar 
sequência à avaliação neuropsicológica ou de interrompê-la, pois o paciente com 
sonolência, por exemplo, não conseguirá realizar ou realizará com difi culdade 
várias tarefas propostas. 
Atenção: Não basta identifi car as difi culdades e fragilidades 
dos pacientes em processo de avaliação neuropsicológica, 
pois na condição de Neuropsicólogo é imprescindível propor 
encaminhamentos e possíveis tratamentos ou reabilitação, neste 
caso, temos que identifi car quais as potencialidades deste paciente, 
quais as áreas cognitivas preservadas ou com possibilidade de 
habilitação ou reabilitação.
• escolaridade 
e fatores 
socioeconômicos;
• uso de 
medicamentos;
• distúrbios de 
memória e de 
linguagem;
• cansaço;
• sonolência;
• motivação 
reduzida;
• limitações motoras;
• depressão e 
ansiedade.
18
 Avaliação Neuropsicológica
FIGURA 3 – POTENCIALIDADES E DIFICULDADES DO PACIENTE NO
PROCESSO DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
Difi culdades Potencialidades
FONTE: A autora
Vamos nos aprofundar um pouco nesses dois conceitos. As difi culdades 
são todas as funções cognitivas que se encontram comprometidas ou alteradas 
no processo de avaliação neuropsicológica, entre elas podemos citar: memória, 
linguagem, percepção. Já as potencialidades são todas as funções cognitivas que 
estão preservadas ou com potencial para ser estimuladas ou reabilitadas após 
a avaliação neuropsicológica, na literatura podemos encontrar esses conceitos 
descritos também como forças e fraquezas.
A avaliação neuropsicológica estabelece quais são as forças 
e as fraquezas cognitivas, provendo assim um “mapa” para 
orientar quais funções devem ser reforçadas ou substituídas por 
outras. Além disso, permite auxiliar as mudanças nas opções 
profi ssionais, acadêmicas e no ambiente familiar, ampliando os 
recursos cognitivos que possibilitam melhorar a qualidadede 
vida (FUENTES et al., 2008, p. 108).
No que se refere às difi culdades e potencialidades, é fundamental que 
você perceba que o seu papel profi ssional vai muito além de só avaliar, você irá, 
através dos dados obtidos, elencar as áreas com maior potencial de intervenção 
profi ssional, assim como orientar o paciente, familiares e/ou cuidadores e 
equipe interdisciplinar em como relacionar-se com os possíveis défi cits, quando 
presentes. Mas não se preocupe, você retomará esta temática quando falarmos 
especifi camente das intervenções em neuropsicologia.
Outro conceito importante é o de instrumento. Segundo Andrade, Santos e 
Bueno (2004, p. 10), “um instrumento pode ser considerado como qualquer meio 
de estender nossa ação ao meio e, assim, poder minimizar nossas limitações em 
uma ação investigativa da observação, maximizando a efi cácia da obtenção de 
dados e os seus resultados”.
Segundo a Resolução nº 9/2018 do Conselho Federal de Psicologia:
Art.2º. Na realização da Avaliação Psicológica, a psicóloga 
e o psicólogo devem basear sua decisão, obrigatoriamente, 
em métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos 
reconhecidos cientifi camente para uso na prática profi ssional da 
psicóloga e do psicólogo (fontes fundamentais de informação), 
podendo, a depender do contexto, recorrer a procedimentos 
e recursos auxiliares (fontes complementares de informação).
19
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Consideram-se fontes de informação:
I – Fontes fundamentais:
a) Testes psicológicos aprovados pelo CFP para uso 
profi ssional da psicóloga e do psicólogo e/ou;
b) Entrevistas psicológicas, anamnese e/ou;
c) Protocolos ou registros de observação de comportamentos 
obtidos individualmente ou por meio de processo grupal e/
ou técnicas de grupo.
II – Fontes complementares:
a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam 
respaldo da literatura científi ca da área e que respeitem o 
Código de Ética e as garantias da legislação da profi ssão;
b) Documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios de 
equipes multiprofi ssionais (CFP, 2018, p. 2-3).
Antes de entrarmos no processo propriamente dito de “avaliação 
neuropsicológica, você deve se atentar para o que aprendeu até aqui. Faça 
uma breve refl exão sobre os conceitos e estratégias a serem seguidas antes 
de realizar uma avaliação neuropsicológica, principalmente a necessidade de 
planejar as intervenções antes de entrar em atendimento.
MALLOY-DINIZ, L. F. et al. Avaliação Neuropsicológica. Porto 
Alegre: Artmed, 2010.
3.1 ENTREVISTA CLÍNICA
A entrevista clínica no contexto da psicologia é um agrupamento de 
técnicas de inquirição, com tempo demarcado, realizada por um entrevistador 
com conhecimentos técnicos e psicológicos, numa relação profi ssional, 
tendo como propósito descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou 
sistêmicos (indivíduo, casal, família, rede social), visando recomendações, 
encaminhamentos, ou recomendar tratamento em benefício das pessoas 
entrevistadas (CUNHA, 2000).
Para Silva e Bandeira (2016), a entrevista clínica é um instrumento muito 
usado na psicologia, tendo como propósito coletar informações sobre o avaliado, 
com foco nas áreas mais importantes da sua vida e os motivos que direcionam 
ao atendimento, podendo, assim, formular hipóteses diagnósticas e selecionar 
os instrumentos e técnicas para o psicodiagnóstico.
20
 Avaliação Neuropsicológica
A entrevista clínica tem início com o histórico do paciente, 
onde é investigado (escolaridade, ocupação, antecedente 
familiar e histórico da doença atual), na entrevista também 
é fundamental saber como era o funcionamento anterior a 
doença e ou acidente, para que seja possível avaliar suas 
perdas (MALLOY-DINIZ et al., 2010 p. 49).
Como podemos observar, a entrevista clínica é um dos momentos 
fundamentais para o processo de avaliação neuropsicológico, pois é através 
dela que vamos levantar dados para dar seguimento à escolha de testes e 
instrumentos para avaliação. 
Já aprendeu muito até aqui? Vamos lá, agora vamos apresentar para você 
algumas sugestões de roteiro para entrevista neuropsicológica nas diferentes 
faixas etárias. Os modelos aqui propostos foram adaptados dos modelos 
sugeridos por Hutz et al. (2016) e Spreen e Strauss (1998), bem como da prática 
clínica da autora.
QUADRO 4 – ROTEIRO PARA ENTREVISTA NEUROPSICOLÓGICA: CRIANÇA
Data da Entrevista:___________________________Local da Entrevista:_______
_________________________________________________________________
Informações fornecidas por: __________________________________________
Nome:________________________________________ DN: _______________
Endereço: ________________________________________________________
Sexo: M ( ) F ( ) Língua Nativa da Criança: _________________________
Endereço:__________________________Bairro:__________________________
Cidade____________________________________________ CEP:__________
Telefone(s) para Contato: ____________________________________________
Solicitante: _______________________________________________________
Motivo do Encaminhamento__________________________________________
________________________________________________________________
Breve Histórico da vida escolar:
Escolaridade: _________________ Idade que ingressou na escola:__________
Desempenho escolar, sucessos ou difi culdades encontradas:________________
Relacionamento no ambiente escolar: __________________________________
Interesses acadêmicos, atividades extracurriculares:_______________________
________________________________________________________________
21
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Descrição dos sintomas e queixas: ___________________________________
Breve história da evolução da queixa que provocou o encaminhamento: 
________________________________________________________________
Dinâmica Familiar: Descreva o nome idade, sexo e vínculo de todos os que 
residem no ambiente familiar:
Nome Idade Sexo Grau de parentesco
Com quem a criança passa a maior parte do tempo: (Nome, idade e vínculo 
com a criança): ___________________________________________________
________________________________________________________________
Histórico do Desenvolvimento: Como foi o desenvolvimento da criança do 
período de gestação à infância (biológico, social, psicológico, psicomotor)?
Gravidez
Complicações
Exposição a substâncias nocivas
Duração da gravidez
Idade materna
Nascimento
Tipo de parto
Complicações
Problemas neonatais
Desenvolvimento inicial
Maturidade psicomotora
Idade dos primeiros passos
Com que idade falou as primeiras 
palavras
22
 Avaliação Neuropsicológica
Histórico de Saúde:
Alguma doença diagnosticada: Sim ( ) Não ( ) Qual: ____________________
________________________________________________________________
Teve hospitalização, cirurgia e/ou acidentes durante o desenvolvimento: ______
________________________________________________________________
Fez ou faz uso de medicação (descreva): ______________________________
________________________________________________________________
É acompanhado por alguma especialidade: Sim ( ) Não ( ) Qual: _________
________________________________________________________________
Como é o desenvolvimento emocional da criança (algum tratamento psicológico 
até o momento, motivo do tratamento, ainda está em acompanhamento): _____
________________________________________________________________
Algum familiar com doença neurológica, desordem emocional e ou psiquiátrica: 
________________________________________________________________
A criança teve alguma perda signifi cativa durante o seu desenvolvimento (ex.: 
falecimento de alguém, separação dos pais, acolhimento institucional): _______
________________________________________________________________
Como são seus hábitose rotina (o que gosta de fazer, preferências, 
alimentação, sono): ________________________________________________
Apresentou alguma alteração nestes hábitos nos últimos tempos:____________ 
________________________________________________________________
Apresentou alguma alteração ou sintoma físico (descreva):_________________
________________________________________________________________
Apresentou alguma mudança no comportamento nos últimos tempos :________
_______________________________________________________________
Exames realizados nos últimos meses: ________________________________
________________________________________________________________
Relatório escolar ou de outra avaliação realizada: ________________________
________________________________________________________________
Observações importantes durante a entrevista: __________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Assinatura do Entrevistado
Carimbo e Assinatura do Profi ssional
FONTE: Adaptado de Hutz et al. (2016), Spreen e Strauss (1998) e a autora
23
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
QUADRO 5 – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 
NEUROPSICOLÓGICA: ADOLESCENTE
Data da Entrevista:___________________________Local da Entrevista:_______
_________________________________________________________________
Informações fornecidas por: __________________________________________
Nome:________________________________________ DN: _______________
Endereço: ________________________________________________________
Sexo: M ( ) F ( ) Língua Nativa da Criança: _________________________
Endereço:__________________________Bairro:__________________________
Cidade____________________________________________ CEP:__________
Telefone(s) para Contato: ____________________________________________
Solicitante: _______________________________________________________
Motivo do Encaminhamento__________________________________________
________________________________________________________________
Breve Histórico da vida escolar:
Escolaridade: _________________ Idade que ingressou na escola:__________
Desempenho escolar, sucessos ou difi culdades encontradas:________________
Relacionamento no ambiente escolar: __________________________________
Interesses acadêmicos, atividades extracurriculares:_______________________
________________________________________________________________
Descrição dos sintomas e queixas: _________________________________
Breve história da evolução da queixa que provocou o encaminhamento: 
________________________________________________________________
As queixas e/ou sintomas estão estagnados ou piorando:__________________
Dinâmica Familiar: Descreva o nome idade, sexo e vínculo de todos os que 
residem no ambiente familiar:
Nome Idade Sexo Grau de parentesco
Histórico do Desenvolvimento: Como foi o desenvolvimento da criança do 
período de gestação à infância (biológico, social, psicológico, psicomotor)?
24
 Avaliação Neuropsicológica
Gravidez
Complicações
Exposição a substâncias nocivas
Duração da gravidez
Idade materna
Nascimento
Tipo de parto
Complicações
Problemas neonatais
Fatos marcantes durante o 
desenvolvimento
Algum fato marcante na 
puberdade
Histórico de Saúde:
Alguma doença diagnosticada: Sim ( ) Não ( ) Qual: ___________________
Teve hospitalização, cirurgia e/ou acidentes durante o desenvolvimento: _____
_______________________________________________________________
Fez ou faz uso de medicação (descreva): ______________________________
_______________________________________________________________
É acompanhado por alguma especialidade: Sim ( ) Não ( ) Qual: _________
_______________________________________________________________
Como é o desenvolvimento emocional do adolescente (algum tratamento 
psicológico até o momento, motivo do tratamento, ainda está em 
acompanhamento): _______________________________________________
Algum familiar com doença neurológica, desordem emocional e ou psiquiátrica: 
_______________________________________________________________
O adolescente teve alguma perda signifi cativa durante o seu desenvolvimento 
(ex.: falecimento de alguém, separação dos pais, acolhimento institucional):___
_______________________________________________________________
Como são seus hábitos e rotina (o que gosta de fazer, preferências, 
alimentação, sono): _______________________________________________
Apresentou alguma alteração nestes hábitos nos últimos tempos:___________ 
_______________________________________________________________
Apresentou alguma alteração ou sintoma físico (descreva):________________
_______________________________________________________________
Apresentou alguma mudança no comportamento após a queixa clínica:______
_______________________________________________________________
Alguma mudança na capacidade de realizar as atividades do dia a dia (vestir-
se, ir à escola, sair de casa): ________________________________________
25
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Histórico familiar:
Relação do (a) adolescente com os pais:_______________________________
Atitudes com os irmãos, colegas, amigos: ______________________________
________________________________________________________________
Intimidade com as pessoas da família, confl itos entre os membros da família: __
________________________________________________________________
Como o (a) adolescente lida com frustrações: ___________________________
Como o (a) adolescente lida com normas e limites: _______________________
Como é sua relação de dependência/independência dos pais:______________
Alguma mudança na relação com os membros da família nos últimos 
tempos:_________________________________________________________
Relações Sociais:
Qual é o círculo de relacionamento do (a) adolescente: ____________________
Quem é ou são as pessoas que o (a) adolescente tem maior afi nidade: _______
________________________________________________________________
Quais são as atividades que despertam maior interesse no (a) 
adolescente:______________________________________________________
Houve alguma mudança nos interesses do (a)adolescente nos últimos tempos? 
Se houve, em que áreas:____________________________________________
Histórico de namoro (caso tenha ou teve):______________________________
O (a) adolescente apresentou algum comportamento como:
Fuga de casa
Uso de drogas
Transtornos alimentares
Isolamento social
Sentimentos de inferioridade
Rebeldia
Rejeição
26
 Avaliação Neuropsicológica
Exames realizados nos últimos meses: ________________________________
_______________________________________________________________
Relatório escolar ou de outra avaliação realizada: _______________________
_______________________________________________________________
Observações importantes durante a entrevista: _________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura do Entrevistado
Carimbo e Assinatura do Profi ssional
FONTE: Adaptado de Hutz et al. (2016), Spreen e Strauss (1998) e a autora
QUADRO 6 – ROTEIRO PARA ENTREVISTA NEUROPSICOLÓGICA: ADULTO
Data da Entrevista:___________________________Local da Entrevista:_______
_________________________________________________________________
Informações fornecidas por: __________________________________________
Nome:________________________________________ DN: _______________
Endereço: ________________________________________________________
Sexo: M ( ) F ( ) Língua Nativa da Criança: _________________________
Estado Civil ou Relacionamento:_______________________________________
Filhos: Sim ( ) Não ( ) 
Endereço:__________________________Bairro:_________________________Cidade:____________________________________________ CEP:__________
Telefone(s) para Contato: ____________________________________________
Solicitante: _______________________________________________________
Motivo do Encaminhamento__________________________________________
________________________________________________________________
Descrição dos sintomas e queixas: _________________________________
Breve história da evolução da queixa que provocou o encaminhamento: 
________________________________________________________________
As queixas e/ou sintomas estão estagnados ou piorando:__________________
Você sabe precisar em que momento teve início estes sintomas:_____________
________________________________________________________________
27
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Breve histórico de vida: Gestação (eventos marcantes):__________________
Aspectos marcantes durante o desenvolvimento: _________________________
Características que mais se destacaram na infância: ______________________
Características mais evidentes na adolescência:__________________________
Algum fato e/ou problema específi co na adolescência: ____________________
Descreva brevemente o percurso escolar até o momento atual:______________
Dinâmica Familiar: Descreva o nome idade, sexo e vínculo de todos os que 
residem no ambiente familiar:
Nome Idade Sexo Grau de parentesco
Idade Adulta
Percurso ocupacional: ______________________________________________
________________________________________________________________
Escolha profi ssional: _______________________________________________
________________________________________________________________
Ocupação e situação atual: __________________________________________
Relações com colegas, chefi as, subordinados e ambiente de trabalho: ________
________________________________________________________________
Número de empregos e duração: _____________________________________
________________________________________________________________
Satisfação com o trabalho atual (possíveis problemas, estresse, esgotamento): 
________________________________________________________________
Histórico de Saúde:
Alguma doença diagnosticada: Sim ( ) Não ( ) Qual: ___________________
Teve hospitalização, cirurgia e/ou acidentes durante o desenvolvimento: _____
_______________________________________________________________
Fez ou faz uso de medicação (descreva): ______________________________
_______________________________________________________________
É acompanhado por alguma especialidade: Sim ( ) Não ( ) Qual: _________
_______________________________________________________________
Como é o seu desenvolvimento emocional (algum tratamento psicológico até o 
momento, motivo do tratamento, ainda está em acompanhamento): _________
_______________________________________________________________
Algum familiar com doença neurológica, desordem emocional e ou psiquiátrica: 
_______________________________________________________________
28
 Avaliação Neuropsicológica
Como são seus hábitos e rotina (o que gosta de fazer, preferências, 
alimentação, sono): _______________________________________________
Apresentou alguma alteração nestes hábitos nos últimos tempos: __________
Apresentou alguma alteração ou sintoma físico (descreva):________________
Apresentou alguma mudança de comportamento após a queixa clínica: ______
Percebeu alguma mudança nas atividades de vida diária, no trabalho ou nas 
atividades sociais após o surgimento da queixa:__________________________
Histórico familiar:
Relação com os seus familiares:______________________________________
Atitudes com os irmãos, colegas, amigos: ______________________________
________________________________________________________________
Intimidade com as pessoas da família, confl itos entre os membros da família: 
________________________________________________________________
O problema atual afetou de alguma forma sua vida familiar:________________
Relações Sociais:
Qual é o círculo de relacionamento: ___________________________________
Quem é ou são as pessoas que você tem maior afi nidade: _________________
Quais são as atividades que despertam maior interesse em você:___________
Houve alguma mudança nos seus interesses nos últimos tempos? Se houve, 
em quais áreas: __________________________________________________
Histórico de namoro (caso tenha ou teve):______________________________
Caso casado (a), descreva seu relacionamento conjugal: __________________
________________________________________________________________
Apresentou alguma das alterações abaixo 
após início dos sintomas (queixa) Sim Não
Difi culdade com planejamento e organização
Difi culdade em terminar uma atividade
Difi culdade em se adaptar a mudanças
Difi culdade para se concentrar
Distrai-se com facilidade
Aumento da impulsividade
Difi culdade em lembrar de eventos ou 
compromissos
Difi culdade de compreensão
29
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Difi culdade de expressão
Difi culdade de localização
Difi culdade com a escrita
Difi culdade em ler
Difi culdade em lidar com dinheiro
Até o momento, quais medidas foram tomadas em relação à queixa 
apresentada: _____________________________________________________
________________________________________________________________
Exames realizados nos últimos meses: ________________________________
Relatório escolar ou de outra avaliação realizada: ________________________
Observações importantes durante a entrevista __________________________
________________________________________________________________
Assinatura do Entrevistado
Carimbo e Assinatura do Profi ssional
FONTE: Adaptado de Hutz et al. (2016), Spreen e Strauss (1998) e a autora
Como você pôde observar nos modelos propostos, a entrevista clínica vai 
guiá-lo no entendimento do que demandou a avaliação neuropsicológica. Na sua 
prática profi ssional, você vai aprimorar os modelos propostos de acordo com o 
público atendido ou com o local de atuação, pois caso sua prática venha a ser 
desenvolvida em um hospital, por exemplo, você terá que fazer uma entrevista 
reduzida. 
Lembre-se de que a entrevista é, na maioria das vezes, o primeiro momento 
em que você terá contato com o paciente, para isso é necessário usar sua 
empatia, acolher o paciente ou a família e/ou responsável legal, de forma que este 
se sinta confortável em responder às perguntas.
Na sequência, você irá adentrar aos testes psicológicos e teste 
neuropsicológico, partes integrantes do processo de avaliação neuropsicológica.
30
 Avaliação Neuropsicológica
ATIVIDADE DE ESTUDO:
1) Aponte as principais diferenças que você percebeu entre os 
modelos de entrevista clínica, considerando a diferença entre as 
faixas etárias.
3.2 TESTES PSICOLÓGICOS E 
TESTES NEUROPSICOLÓGICOS
Neste momento do livro didático, vamos levar você ao encontro e 
entendimento do que é um teste psicométrico e neuropsicológico. Vamos estudar 
as principais funções dos testes em um processo de avaliação, assim como as 
implicações técnicas e legais na sua utilização. Não temos aqui a função de 
fi ndar o assunto, pois existe uma variedade de testes disponíveis, assim, será 
necessário que você busque leituras e cursos auxiliares para além deste livro.
Segundo Andrade, Santos e Bueno (2004), os testes são utilizados em 
investigações de caráter científi co para medição de padrões psíquicos e os 
comportamentais deles decorrentes. Para Fuentes et al. (2008), um teste 
psicométrico tem por propósito a mensuração do comportamento presumindo que 
se alguma coisa existe, existe certa quantidade, podendo então ser quantifi cada.
Considerando o exposto, percebemos que os testes psicométricos serão 
utilizados no processo de avaliação como um instrumento para medir as alterações 
cognitivas e/ou comportamentais,assim como as funções preservadas, auxiliando 
assim o profi ssional no diagnóstico e intervenções, caso seja necessário.
Segundo a Resolução nº 9, de 25 de abril de 2018, do Conselho Federal 
de Psicologia, em seu Art 4º: “Um teste psicológico tem por objetivo identifi car, 
descrever, qualifi car e mensurar características psicológicas, por meio de 
procedimentos sistemáticos de observação e descrição do comportamento 
humano, nas suas diversas formas de expressão, acordados pela comunidade 
científi ca” (CFP, 2018, p. 4).
Na avaliação psicológica, os testes são instrumentos objetivos e 
padronizados de investigação do comportamento, que informam 
sobre a organização normal dos comportamentos desencadeados 
a partir de sua execução (por fi guras, sons, formas espaciais, etc. 
31
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Visam assim avaliar e quantifi car comportamentos observáveis, 
por meio de técnicas e metodologias específi cas, embasadas 
cientifi camente em constructos teóricos que norteiam a análise 
de seus resultados (AIKEN, 1996 apud ANDRADE; SANTOS; 
BUENO, 2004, p. 17).
Porém, antes de sairmos por aí aplicando testes, devemos entender um 
pouco mais sobre sua aplicabilidade, pois um teste nunca deve ser utilizado de 
forma isolada, mas deve ter um propósito dentro de um contexto mais amplo, em 
que seja pensada a sua fi nalidade, ou seja, responder antes a algumas perguntas: 
• Por que eu vou aplicar um teste? 
• Qual é o objetivo? 
• O que cada teste vai avaliar? 
• O teste que irei utilizar vai contribuir nas respostas que busco na avaliação 
neuropsicológica? 
• Quanto teste deve-se utilizar para buscar responder à hipótese 
diagnóstica? 
• O teste está validado para uso no Brasil? 
Após responder a tais perguntas, você pode dar sequência à escolha dos 
testes para compor uma bateria de avaliação neuropsicológica. 
“Quando pensamos na ordem de aplicação da bateria de testes selecionada, 
é recomendável que os primeiros testes sejam os menos ansiogênicos para que 
não se desenvolva alguma resistência ante o processo” (HUTZ et al., 2016, p 
31-32).
Na avaliação neuropsicológica são usados uma gama de testes que avaliam, 
principalmente, as seguintes funções:
QUADRO 7 – AS PRINCIPAIS FUNÇÕES AVALIADAS EM NEUROPSICOLOGIA
Inteligência Geral Memória verbal e visual Organização visuoespacial
Atenção e concentração Raciocínio Capacidade de planejamento
Linguagem Funções executivas Formação de conceito verbal e não verbal
Aprendizagem Flexibilidade cognitiva Memória auditiva
Memória de curto e 
longo prazo Funções motoras Habilidades acadêmicas
Personalidade Humor Escrita, Leitura
FONTE: Adaptado de Malloy-Diniz et al. (2010)
32
 Avaliação Neuropsicológica
A Resolução nº 9/2018, do Conselho Federal de Psicologia, regulamenta 
o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI. O SATEPSI foi 
desenvolvido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) com o objetivo de avaliar 
a qualidade técnico-científi ca de instrumentos psicológicos para uso profi ssional, 
a partir da verifi cação objetiva de um conjunto de requisitos técnicos e divulgar 
informações sobre os testes psicológicos à comunidade e aos profi ssionais da 
psicologia.
Prezado pós-graduando, este é um dos momentos do processo de estudo-
aprendizagem em que será exigido de você mais do que a leitura deste livro, será 
necessário que você acesse o sistema SATEPSI, lei atentamente as indicações 
dos testes autorizados para uso exclusivo para psicólogos (as), assim como a 
aba que trata dos testes e escala não indicados para uso. O sistema também 
apresenta instrumentos que não são de uso exclusivo para os psicólogos (as). 
Essa medida é necessária, pois não conseguiremos apresentar todos os testes 
neste livro.
De acordo com esta orientação, daremos seguimento aos nossos estudos. 
Apresentamos para você alguns dos principais testes utilizados nas avaliações 
neuropsicológicas (validados e liberados para uso, segundo o SATEPSI):
Atenção: Acesse o SATEPSI para conhecer os testes validados 
para uso no Brasil e os que não devem ser usados pelos profi ssionais 
da psicologia: http://satepsi.cfp.org.br/
QUADRO 8 – TESTES VALIDADOS PARA USO NO BRASIL QUE 
PODEM SER UTILIZADOS EM AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
Teste Autores Construto Público-alvo Aplicação
Escala de 
Inteligência de 
Wechsler para 
adulto (WAIS III)
David 
Wechsler
Elizabeth do 
Nascimento
Inteligência
De 16 a 89 
anos
Individual
33
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Desenho da 
fi gura humana 
Desenho da 
fi gura humana 
– avaliação do 
desenvolvimento 
cognitivo infantil 
(DFHIV)
Solange 
Muglia 
Wechsler
Desenvolvimento Crianças
Individual 
e coletivo
Escala de 
Inteligência 
Wechsler 
Abreviada 
(WASI)
Clarissa 
Marceli Trentini
Denise Balem 
Yates
Vanessa 
StumpfHeck
Inteligência
De 6 a 89 
anos
Individual
Escala de 
Inteligência 
Wechsler para 
Crianças – 4ª 
edição (WISC-IV)
Acácia 
Aparecida 
Angeli dos 
Santos
Ana Paula 
Porto Noronha
Fabián Javier 
Marín Rueda
Fermino 
Fernandes 
Sisto
Nelimar 
Ribeiro de 
Castro
Inteligência
De 6 a 16 
anos
Individual
Figura Complexa 
de Rey
Maisa dos 
Santos Rigoni
Margareth da 
Silva Oliveira
Percepção Visual
Memória
Figura A: a 
partir de 5 
anos
Figura B: 4 a 
7 anos
Individual
34
 Avaliação Neuropsicológica
Instrumento 
de Avaliação 
Neuropsicológica 
Breve 
(NEUPSILIN)
Jerusa 
Fumagalli de 
Salles
Maria Alice 
de Mattos 
Pimenta 
Parente
Rochele Paz 
Fonseca
Orientação 
têmporo-espacial;
Atenção 
Concentrada;
Percepção visual;
Habilidades 
Aritméticas; 
Linguagem oral e 
escrita;
Memória verbal 
e visual, praxias 
e funções 
executivas
De 18 a 90 
anos
Instrumento 
de Avaliação 
Neuropsicológica 
Breve Infantil 
(NEUPSILIN-Inf)
Camila Cruz-
Rodrigues
Claudia Berlim 
De Mello
Jerusa 
Fumagalli De 
Salles
Maria Alice 
De Mattos 
Pimenta 
Parente
Mônica 
Carolina De 
Miranda
Rochele Paz 
Fonseca
Thais Barbosa
Processos 
Neuropsicológicos
De 6 a 12 
anos
Individual
Inventário de 
Depressão de 
Beck (BDI –II)
Blanca Susana 
Guevara 
Werlang
Clarice 
Gorenstein
Irani Iracema 
de Lima 
Argimon
Yuan-Pang 
Wang
Depressão
pré-
adolescente 
até idoso
Individual 
e Coletivo
35
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Matrizes 
Avançadas de 
Raven
Alexandre Luiz 
De Oliveira 
Serpa
Lucas 
Francisco De 
Carvalho
Maria Márcia 
De Oliveira 
Nakano 
Ricardo Primi
Inteligência
De 18 a 63 
anos
Individual 
e Coletiva
Matrizes 
Progressivas 
Avançadas de 
Raven
Lucas De 
Francisco 
Carvalho
Ricardo Primi
Raciocínio e 
capacidade para 
resolução de 
problemas
Homens e 
mulheres 
com idades 
variando de 
17 a 52 anos, 
estudantes 
universitários; 
bem como 
homens e 
mulheres 
com idades 
variando de 18 
a 63 anos com 
escolaridade 
de Ensino 
Médio a pós-
graduação
Individual 
e Coletiva
Matrizes 
Progressivas 
Coloridas de 
Raven - CPM
Carlos 
Guilherme 
Maciel Furtado 
Schlottfeldt
Gisele 
Aparecida Da 
Silva Alves
Jonas Jardim 
De Paula
Leandro 
Fernandes 
Malloy-Diniz
Inteligência
De 5 anos a 
11 anos e 6 
meses
Individual 
e Coletivo
36
 Avaliação Neuropsicológica
Memória de 
Faces
Alina Gomide 
Vasconcelos
Clauco Piovani
Elizabeth Do 
Nascimento
Marco 
Antônio Silva 
Alvarenga
Memória recente
De 18 até 89 
anos
Individual 
e Coletivo
Teste AC Suzy Vijande Cambraia
Atenção 
concentrada
De 17 até 64 
anos
Individual 
e Coletivo
Teste de 
Aprendizagem 
Auditivo-Verbal 
de Rey (RAVLT)
André Rey
Jonas Jardim 
De Paula
Leandro 
Fernandes 
Malloy-Diniz
Processos 
Neuropsicológicos
Sem 
informação
Individual
Teste de 
Cancelamento 
dos Sinos
Dehaut 
Joanette 
Gauthier
Processos 
Neuropsicológicos
Sem 
informação
Individual
Teste de 
Retenção Visual 
de Benton 
(BVRT)
Abigail Benton 
Sivan
Clarissa 
MarceliTrentini
Claudio Simon 
Hutz
Denise 
Ruschel 
Bandeira
Jerusa 
Fumagalli de 
Salles
Joice Dickel 
Segabinazi
Memória visual;
Percepção visual;
Práxia 
visuoconstrutiva
De 7 a 30 
anos e idosos 
entre 60 a 75 
anos
Individual
Teste de Trilhas 
Coloridas
Irene F. 
Almeida de Sá 
Leme
Ivan Sant’ana 
Rabelo
Milena de 
Oliveira 
Rosseti
Sílvia Verônica 
Pacanaro
Atenção 
Sustentada e 
dividida
De 18 até 86 
anos
Individual
37
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Teste dos 
relógios (C e C)
Fábio de 
Vasconcelos 
Souza
Suzy Vijande 
Cambraia
Inteligência
De 29 a 69 
anos
Individual 
e coletivo
Teste Não Verbal 
de Raciocínio 
para Crianças 
(TNVRI)
Luiz Pasquali Inteligência
De 5 até 14 
anos
Individual
Teste Wisconsin 
de Classifi cação 
de Cartas
Blanca 
Guevara 
Werlang
Clarissa 
Marceli Trentini
Irani de Lima 
Argimon
Jurema Alcides 
Cunha
Margareth da 
Silva Oliveira
Rita Gomes 
Prieb
Raciocínio 
abstrato e 
estratégias 
de solução de 
problemas
De 6 anos 
e meio a 89 
anos
Individual
Teste Wisconsin 
de Classifi cação 
de Cartas 
(WCST)
Bruna Gomes 
Mônego
Clarissa 
Marceli Trentini
Irani Iracema 
de Lima 
Argimon
José Humberto 
da Silva Filho
Larissa Leite 
Barboza
Maisa dos 
Santos Rigoni
Margareth da 
Silva Oliveira
Processos 
Neuropsicológicos;
Processos 
perceptivos/
cognitivos
Crianças, 
adolescentes, 
adultos e 
idosos, a 
partir de 6 até 
89 anos
Sem 
informação
38
 Avaliação Neuropsicológica
Teste Wisconsin 
de Classifi cação 
de Cartas – 
versão para 
idosos
Blanca 
Guevara 
Werlang
Clarissa 
Marceli Trentini
Irani de Lima 
Argimon
Margareth da 
Silva Oliveira
Raciocínio 
abstrato e 
estratégias 
de solução de 
problemas
A partir de 60 
anos
Individual
FONTE: <http://satepsi.cfp.org.br>. Acesso em: 26 jun. 2019.
Ao fazer uso de testes para elaborar um protocolo de avaliação 
neuropsicológica, é necessário pesquisar os testes validados, 
considerar as funções cognitivas a serem avaliadas, a faixa etária, a 
escolaridade do paciente. Mas antes de tudo, preste atenção: você só 
deve aplicar o teste do qual você tenha conhecimento e habilidade, 
pois erros de aplicação podem gerar falsos resultados. Fique atento! 
Estude os manuais! Treine! Faça cursos específi cos!
Preste atenção: 
você só deve aplicar 
o teste do qual você 
tenha conhecimento 
e habilidade, pois 
erros de aplicação 
podem gerar falsos 
resultados. Fique 
atento! Estude os 
manuais! Treine! 
Faça cursos 
específi cos!
Sugestão de leitura para aprimoramento da temática testes.
CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico – V. 5. ed. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 2000.
SPREEN, O.; STRAUSS, E. A compendium of 
neuropsychological tests: Administration, norms and commentary. 
2. ed. New York: Oxford University Press, 1998.
Você já deve ter notado que são muitos testes e escalas que podem ser 
utilizados, assim, iremos nos deter ao estudo mais aprofundado da Escala de 
Inteligência Wechsler para Adultos –WAIS-III. Para isto, iremos nos basear no 
Manual para Administração e Avaliação e Manual Técnico do WAIS-III, bem como 
no livro de Cunha (2000).
39
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
3.2.1 Escala de Inteligência de Wechsler 
para Adulto (WAIS III)
O WAIS-III é um instrumento clínico de aplicação individual 
para avaliação da capacidade intelectual de adultos na faixa 
etária entre 16 e 89 anos. [...] contém um total de 14 subtestes. 
[...] o WAIS-III é composto de vários subtestes, cada qual 
medindo um aspecto diferente da inteligência. O WAIS-III 
fornece os três escores de QI Verbal, de Execução e Total – 
além de quatro escores de Índices Fatoriais – Compreensão 
Verbal, Organização Perceptual, Memória Operacional 
(semelhante ao fator de Resistência à Distração WISC-III) e 
Velocidade de Processamento (WECHSLER, 1997a, p. 19).
QUADRO 9 – SUBTESTES DO WAIS-III AGRUPADO EM ESCALA VERBAL E 
ESCALA DE EXECUÇÃO
Verbal Execução
2. Vocabulário 1. Completar Figuras
4. Semelhanças 3. Códigos
6. Aritmética 5. Cubos
8. Dígitos 7. Raciocínio Matricial
9. Informação 10. Arranjo de Figuras
11. Compreensão 12. Procurando Símbolos
13. Sequência de Números e Letras 14. Armar Objetos
FONTE: Wechsler (1997, p. 21)
NOTA: Ordem de aplicação sugerida no Manual do teste.
Nossa intenção neste momento é a de que você leia atentamente e faça uma 
refl exão sobre a importância de conhecer uma escala, um teste ou um instrumento 
de avaliação, para que então você possa decidir quais instrumentos utilizará em 
cada avaliação neuropsicológica. Você perceberá, neste momento, que cada 
40
 Avaliação Neuropsicológica
subteste da escala WAIS-III tem um ou mais propósitos de avaliação e que você 
deve considerá-los no momento da aplicação e de análise dos resultados.
A Escala Wechsler de Inteligência (WAIS-III) é um dos principais instrumentos 
de avaliação do desempenho intelectual de adolescentes e adultos. A aplicação 
da escala é de forma individual, exigindo conhecimento e técnica para aplicar 
e corrigir os subtestes. Esta escala possibilita a avaliação de várias funções 
cognitivas (essa temática discutiremos de forma mais abrangente no Capítulo 3 
deste livro), como vamos observar no texto a seguir:
Atenção: Lembre-se: você não precisa aplicar toda escala, vai 
depender do que você quer avaliar.
1. Completar Figuras: avalia a percepção e organização visual, concentração 
e reconhecimento visual dos detalhes essenciais dos objetos. Requer 
memória de longo prazo, raciocínio, além de reconhecimento visual e 
conhecimento prévio do objeto.
2. Vocabulário: analisa a capacidade de conhecimento do signifi cado das 
palavras e a capacidade de expressar os signifi cados verbalmente.
3. Códigos: avalia memória de curto prazo, capacidade de aprendizagem, 
percepção visual, coordenação visomotora, capacidade de rastreamento 
visual, fl exibilidade cognitiva, produção e velocidade grafomotoras, 
velocidade e precisão em tarefas repetitivas.
4. Semelhanças: formação de conceito verbal, capacidade de categorização 
e pensamento lógico abstrato. 
5. Cubos: organização perceptual e visual, formação de conceito não verbal. 
Avalia a capacidade para analisar, sintetizar e reproduzir um estímulo 
visual abstrato bidimensional, coordenação visomotora, aprendizagem e a 
capacidade para separar fi guras e lidar com estímulo visual.
6. Aritmética: capacidade de resolver operações matemáticas, avalia a 
capacidade para manipular conceitos numéricos. Envolve manipulação 
mental, concentração, atenção, memória de curto prazo e longo prazo, 
capacidade de raciocínio numérico e alerta mental.
7. Raciocínio matricial: processamento da informação visual e raciocínio 
abstrato analógico. 
41
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
8. Dígitos (ordem direta e inversa): recordação, repetição imediata e 
memória operacional. Avalia a memória auditiva imediata, habilidades 
sequenciais, atenção e concentração, fl exibilidade cognitiva e alerta 
mental.
9. Informação: avalia a capacidade da pessoa em administrar, reter e 
recordar conhecimentos gerais, envolve a inteligência cristalizada, 
memória remota, capacidade para reter e recordar informações 
acadêmicas e do próprio ambiente.
10. Arranjo de fi guras: reconhecer a essência da estória, antecipar 
e compreender a sequência de eventos (sociais), habilidade de 
planejamento da sequência temporal. Avalia a capacidade de planejar 
e de fazer antecipação.
11. Compreensão: avalia raciocínio e conceitualização verbal, 
compreensão e expressão verbal, a capacidade de usar a experiência 
passada e a capacidade para demonstrar informação prática. Também 
envolve conhecimento e padrões convencionais de comportamento, 
maturidade, julgamento social e senso comum, a função do juízo e do 
julgamento.
12. Procurar símbolos: avalia a capacidadede atenção, discriminação 
visual, concentração, rapidez de processamento, memória operacional, 
memória visual imediata e fl exibilidade cognitiva. Pode também 
avaliar compreensão auditiva, organização perceptual, capacidade de 
planejamento e aprendizagem.
13. Sequência de números e letras: avalia a capacidade de atenção, 
concentração, rapidez de processamento, memória operacional auditiva 
e fl exibilidade cognitiva.
14. Armar objetos: avalia coordenação visomotora e habilidade de 
organização perceptual, bem como a capacidade de percepção das 
partes e do todo.
A Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS-III) é de 
uso exclusivo de Psicólogos, para sua aquisição é necessário ter o 
Registro no Conselho de Psicologia da sua Região.
42
 Avaliação Neuropsicológica
FIGURA 4 – ESCALA WAIS-III
FONTE: <https://www.valordoconhecimento.com.br/produto/wais-iii-kit-completo-86686>. 
Acesso em: 26 jun. 2019.
Ao adquirir o WAIS-III, o seu registro profi ssional será vinculado a ele, sendo 
de sua responsabilidade a utilização e guarda do material. A Escala WAIS-III vem 
em forma de KIT, composto por: 1 manual administração e avaliação, 1 manual 
técnico, 5 Protocolos de Registro Geral, 5 Protocolos Procurar Símbolos, 1 Livro 
de Estímulo, 1 arranjo de fi guras, 1 caixa com cubos, 5 caixas com quebra-cabeça, 
1 crivo códigos, 1 crivo Procurar Símbolos, 1 anteparo e 1 apostila de aplicação.
Atenção: A seleção dos instrumentos dependerá das 
informações relativas à queixa e à pergunta clínica, dados pessoais 
do paciente como idade, escolaridade, ocupação e local da avaliação 
(hospital, consultório, pesquisa, perícia).
ATIVIDADE DE ESTUDO:
1) Com base na Resolução nº 9/2018 do Conselho Federal de 
Psicologia, a qual regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes 
Psicológicos – SATEPSI – responda: Quais são os requisitos 
mínimos obrigatórios que os testes devem possuir para serem 
usados por psicólogas e psicólogos? 
43
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
4 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 
NA PRÁTICA CLÍNICA COM 
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Iremos adentrar a uma área bastante delicada no que se refere à avaliação 
neuropsicológica: a área da infância. Essa é uma área que requer muita atenção 
do neuropsicólogo, pois implica nas questões peculiares ao processo de 
desenvolvimento humano. Neste momento, convidamos você a visitar conceitos 
que não trabalharemos neste livro devido a sua extensão, que são as fases de 
desenvolvimento humano. Para tanto, você deve se debruçar a estudar estes 
conceitos e o esperado em cada uma dessas etapas de desenvolvimento, pois 
é a partir destes conceitos, junto à queixa da criança, familiares, escola e/ou 
cuidadores que o profi ssional traçará um plano de avaliação.
Sugestão de leitura:
BEE, H. A Criança em Desenvolvimento. 7. ed. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1996.
SALLES, J. F.; HAASE, V. G.; MALLOY-DINIZ, L. F. (Org.). 
Neuropsicologia do desenvolvimento: infância e adolescência. 
Porto Alegre: Artmed, 2016.
A avaliação psicológica de crianças e adolescentes é um mecanismo 
imprescindível na prevenção de problemas futuros. Assim, é fundamental que sua 
realização seja feita de maneira ética, contextualizada e fundamentada, através 
do uso de instrumentos psicológicos apropriados (HUTZ et al., 2016).
O estudo da criança exige formação especial, levando-se em 
conta os processos de crescimento e maturação cerebral, 
o desenvolvimento neuropsicomotor, bem como variáveis 
críticas que determinam e interferem nestas habilidades, tais 
como as ambientais. Portanto, abrange a compreensão do 
desenvolvimento normal e a intervenção das funções cognitivas 
alteradas (ANDRADE; SANTOS; BUENO, 2004, p. 10).
A seguir, apresentamos uma imagem das áreas primárias do cérebro 
que irão se desenvolver durante o crescimento da criança (é necessário se 
aprofundar neste entendimento para uma boa avaliação neuropsicológica com 
crianças). A avaliação neuropsicológica com crianças deve considerar a idade 
44
 Avaliação Neuropsicológica
de cada criança e o que é esperado dela em cada faixa etária, além do que, é 
necessário considerar também o contexto em que a criança vive e o nível de 
estímulo que recebe.
FIGURA 5 – ÁREAS PRIMÁRIAS DO CÉREBRO
FONTE: <https://www.auladeanatomia.com/novositesistemas/
sistema-nervoso/telencefalo/>. Acesso em: 26 jun. 2019.
Durante a infância, as áreas cerebrais apontadas na fi gura passarão por 
várias mudanças até atingirem sua maturação e, com isso, também vão ocorrendo 
mudanças signifi cativas em seus comportamentos. Para você, estudante de 
neuropsicologia, é fundamental compreender o processo de desenvolvimento 
cerebral, pois conhecendo o desenvolvimento cerebral você terá domínio para 
perceber alterações neste processo que possam indicar mudanças sugestivas 
para transtornos, distúrbios neuropsiquiátricos ou doenças neurológicas em 
crianças. 
Neste livro, você será levado a compreender de forma mais detalhada o 
funcionamento cerebral e suas manifestações ao longo do desenvolvimento 
humano. Mas é necessário que você busque se aprimorar, caso queira trabalhar 
com crianças e adolescentes, terá que estudar de forma mais detalhada as fases 
do desenvolvimento humano e a maturação das áreas cerebrais e das respectivas 
funções cognitivas ao longo deste processo. 
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Segundo Malloy-Diniz et al. (2010, p. 228), “os estudos em neurospiscologia 
do desenvolvimento constituem um campo amplo de pesquisa clínicas e científi cas 
ao possibilitar maior conhecimento do desenvolvimento cognitivo e emocional 
da criança, bem como dos problemas de comportamento e aprendizagem 
associados”.
A avaliação neuropsicológica com criança é um momento 
diferenciado, em que o profi ssional precisa compreender o momento 
peculiar de desenvolvimento da criança, o ambiente onde irá realizar 
a avaliação e planejar de forma cuidadosa os instrumentos que irá 
utilizar.
Vários são os recursos utilizados para a avaliação 
neuropsicológica infantil anamnese, testes, exame 
de neuroimagem e as informações provenientes 
da escola, neste último caso, também o contrário 
é verdadeiro, o reforço escolar será programado 
com maior efi ciência quando o exame 
neuropsicológico “as forças” e as fraquezas da 
criança (LEFÉVRE apud ANDRADE; SANTOS; 
BUENO, 2004, p. 249).
A avaliação neuropsicológica com crianças é utilizada, 
principalmente para auxiliar no diagnóstico e tratamento de:
• enfermidades neurológicas;
• problemas de desenvolvimento infantil; 
• comprometimentos psiquiátricos;
• alterações de conduta;
• difi culdades e distúrbios de aprendizagem;
• TDAH; 
• transtorno global do desenvolvimento (autismo);
• transtorno de aprendizagem não verbal;
• defi ciência intelectual;
• síndromes genéticas.
Percebemos até este ponto, que a avaliação neuropsicológica com 
crianças exige do profi ssional uma atuação focada no seu peculiar estágio 
de desenvolvimento, e este deve permear todo o processo de avaliação 
neuropsicológica com crianças. Gostaríamos de ressaltar que na avaliação 
neuropsicológica com crianças você deve atentar para alguns tópicos:
• A entrevista inicial deve ser realizada com os pais e ou responsável legal 
da criança, e com a presença da criança.
• Os instrumentos de avaliação devem ser adequados à idade da criança, 
sempre considerando o seu nível cognitivo antes da queixa principal.
A avaliação 
neuropsicológica 
com criança é 
um momento 
diferenciado, 
em que o 
profi ssional precisa 
compreender o 
momento peculiar 
de desenvolvimento 
da criança, o 
ambiente onde irá 
realizar a avaliação 
e planejar de forma 
cuidadosa os 
instrumentos que irá 
utilizar.
46
 Avaliação Neuropsicológica
• É fundamental uma observação bem minuciosa por parte do Psicólogo 
durante a entrevista e aplicação dos testes(análise qualitativa).
• Muitas vezes se faz necessária a utilização de atividades lúdicas para 
criar vínculo com a criança.
• É fundamental uma atuação interdisciplinar, com análise e laudos 
de outros profi ssionais (neurologistas, psiquiatras, fonoaudiólogos, 
professores, psicopedagogo, entre outros).
• O relatório deve ser elaborado com base nas evidências clínicas.
• A devolutiva deve ser realizada na presença dos pais e ou responsáveis e 
da criança.
Após esta breve refl exão sobre o desenvolvimento da criança e suas 
implicações na avaliação, conduzimos você ao encontro dos testes mais 
utilizados, segundo a literatura, para avaliação neuropsicológica na área da 
criança, mas lembre-se: antes de utilizá-los, você deve consultar se os testes ou 
escalas estão validados para uso no Brasil.
QUADRO 10 – ALGUNS DOS TESTES MAIS UTILIZADOS PARA 
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COM CRIANÇA
Testes Funções cognitivas a serem avaliadas
Escala Wechsler de Inteligência para 
Criança - WISC-III;
Matrizes Progressivas de Raven.
Inteligência: (Medida da capacidade 
mental geral).
Teste de atenção por cancelamento 
(MWCT);
Teste de trilhas (Trail Making Test).
Atenção.
O teste do desenho contínuo (CPT) Atenção Sustentada.
TAVIS-III.
Teste de recordação livre de palavras 
(RAVLT).
Memória (Memória e Aprendizagem).
Recordação de Histórias. Memória Episódica.
Repetição de Palavras;
Pseudopalavras;
Dígitos Ordem Inversa (WISC-III).
Memória Operacional.
Informação e Vocabulário (WISC-III). Memória Semântica.
Figuras de Rey. Memória Visual.
Dígitos (WISC-III);
Recuperação da fi gura de Rey.
Memória Auditiva.
47
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Vocabulário e Semelhanças 
(WISC-III);
CONFIAS;
Teste do Desenho Escolar (TDE).
Linguagem.
Cubos (WISC-III).
Completar Figuras (WISC-III);
Cópia de Figuras Simples (Bender);
Armar Objetos (WISC-III);
Figura de Rey.
Funções Visoespaciais e 
Visoconstrutivas.
Cubos (WISC-III);
Armar Objetos (WISC-III).
Funções Executivas.
Wisconsin Card; 
Trail Making Test.
Flexibilidade Mental.
Códigos (WISC-III). Velocidade de Pensamento.
Cubos (WISC-III); 
Imitação NEPSY.
Praxias.
FONTE: Adaptado de Miranda, Borges e Rocca (2010)
Nossa intenção é possibilitar a você uma relação entre a teoria e a prática, 
neste sentido, apresentamos para você uma proposta inicial de Protocolo para 
Avaliação Neuropsicológica com Criança, considerando o que você aprendeu 
até o momento, porém, lembre-se! É necessário adaptar este protocolo a cada 
paciente, levando em consideração: a queixa, o motivo do encaminhamento, a 
hipótese diagnóstica e as condições físicas e clínicas de cada criança.
QUADRO 11 – SUGESTÃO DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA – CRIANÇA
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA – INFANTIL
Nome:__________________________________________________________
Idade:_________________Escolaridade:______________________________
Lateralidade:______________________Queixa Principal:_________________
Teste Resultado Bruto Percentil Classifi cação Observações
Funções Intelectuais
Vocabulário 
(WISC-III)
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 Avaliação Neuropsicológica
Semelhanças 
(WISC-III) 
Cubos (WISC-III)
QI Total (WISC-III)
Memória
Dígito Direto 
(WISC-III)
Dígito Indireto
(WISC-III)
Memória para faces 
MEPSY
Figuras de Rey
Informação e 
Vocabulário 
(WISC-III)
Memória e Aprendizagem
Teste de 
recordação livre de 
palavras (RAVLT)
Atenção
Teste Wisconsin de 
Classifi cação de 
Cartas (WCST)
Teste de trilhas 
(Trail Making Test)
Teste do desenho 
contínuo (CPT)
Teste AC
Funções Executivas
Cubos (WISC-III)
Armar Objetos 
(WISC-III)
Funções Visoespaciais e Visoconstrutivas
Cubos (WISC-III)
Completar Figuras 
(WISC-III)
Cópia Formas 
NEPSY
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
Armar Objetos 
(WISC-III)
Linguagem e Habilidades Acadêmicas
Vocabulário e 
Semelhanças 
(WAIS-III)
Escrita (pedir para 
escrever uma 
história, um bilhete) 
Não é teste – 
dados qualitativos.
Oralidade (pedir 
para ler um texto 
ou uma história) 
Não é teste – 
dados qualitativos.
FONTE: A autora
Hutz, C. S. (Org.). Avanços em Avaliação Psicológica e 
Neuropsicológica de Crianças e Adolescentes. São Paulo: Casa 
do Psicólogo, 2010.
Atenção: Além do protocolo aqui apresentado, você deve 
usar a entrevista para criança (modelo proposto neste capítulo), 
instrumentos ou técnicas complementares: como atividades de pintar, 
colar ou jogos, para criar vínculo, observações clínicas, juntamente 
com a análise dos exames e/ou relatório da equipe interdisciplinar 
na qual a criança é acompanhada. Após este processo o Psicólogo, 
especialista em Neuropsicologia, deverá elaborar o relatório e/ou 
laudo com itens que iremos tratar no Capítulo 2.
50
 Avaliação Neuropsicológica
4.1 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 
NA PRÁTICA CLÍNICA COM 
ADOLESCENTES
Neste item iremos tratar das particularidades da avaliação neuropsicológica 
com adolescentes. Devemos ter muito claro, como já visto no quadro de testes, 
que em alguns casos você deverá incluir no seu planejamento para avaliação, 
testes que dispõem de tabela de correção para adolescentes e adultos e outros 
que são específi cos para esta faixa etária.
“Um psicodiagnóstico de criança ou adolescente deve levar em consideração 
elementos desenvolvimentais, que abrangem a avaliação das características 
cognitivas, psicomotoras e emocionais” (HUTZ et al., 2016, p. 232).
“A partir da adolescência, vão sendo atingidos os níveis mais altos do 
desenvolvimento cognitivo. Os adolescentes já são capazes de pensar em termos 
abstratos, podem usar metáforas e linguagem simbólica sem maiores difi culdades” 
(MALLOY-DINIZ et al., 2010, p. 223).
Segundo Hutz et al. (2016), a infância e a adolescência caracterizam-se 
por um período de importantes aquisições neurológicas, cognitivas, afetivas e 
sociais, dependendo da fase do desenvolvimento na qual se encontram crianças 
e adolescentes, podem apresentar diferentes características.
Jarros, Toazza e Manfro (2016) apontam a importância de investigar o 
perfi l neuropsicológico em adolescentes como uma das possíveis formas de 
compreensão do funcionamento cognitivo, fornecendo suporte para planejar 
intervenções precoces e minimizando as consequências da cronicidade dos 
transtornos de ansiedade até a idade adulta.
51
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO 
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
 Capítulo 1 
QUADRO 12 – CONSIDERAÇÕES A SEREM FEITAS NA 
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COM ADOLESCENTES
• Quem demandou a avaliação neuropsicológica;
• O que motivou o encaminhamento;
• O período de peculiar desenvolvimento da adolescência;
• Utilizar a entrevista para adolescente (modelo proposto neste capítulo);
• Adequar à proposta de protocolo de avaliação neuropsicológica para crianças 
e adultos, de acordo com a faixa etária do adolescente, pois alguns testes 
infantis são usados para faixa etária de adolescentes, assim como alguns 
testes de adultos possuem tabela para aplicação em adolescentes;
• Avaliar o humor, pois a adolescência é um período de muitas mudanças 
hormonais, de papéis sociais, entre outros;
• Ter uma postura acolhedora, pois na maioria das vezes, o adolescente não 
procura a avaliação por conta própria, foi encaminhado ou trazido pelos 
responsáveis.
FONTE: Adaptado de Malloy-Diniz et al. (2010)
5 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 
NA PRÁTICA CLÍNICA COM ADULTOS
Segundo Malloy-Diniz et al. (2016, p. 235), “a avaliação Neuropsicológica 
(ANP) do adulto é complexa e pede cuidado, especialmente quando se considera 
que se trata de uma faixa etária em que, teoricamente, o indivíduo deveria estar 
sadio, fora do “grupo de risco” dos distúrbios da senescência ou daqueles comuns 
a infância”.
A adultez representa um período em que as habilidades e 
capacidades gerais do indivíduo devem estar mais defi nidas 
do que o período

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