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AULAS_34_35_36_SUBUNIDADE 05_ADM DE CUSTOS_30 04 2020

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ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS – PROF. ESP. FABIANO R. SANTOS 
7º Período do curso de Administração – 2020 
 
UNIDADE 3 – SUBUNIDADE 5 
• Custos nas decisões de preços 
• Gestão de custos e formação de preço 
• A importância do cálculo para o preço 
 
INTRODUÇÃO 
Os custos e a decisão sobre o preço de venda de um produto ou serviço tem grande 
influência em como ele será aceito pelo mercado. A decisão sobre quanto o seu produto ou 
serviço será cobrado necessita de uma base cientifica e não apenas o quanto eu gostaria de 
vender para ter o lucro desejado. 
Todo gestor deve possuir habilidades e conhecimentos teóricos e práticos dos 
formatos de custos para calcular sua margem e lucro. 
O que é custo variável e custo fixo? Quais os itens que fazem parte dos custos de 
produção, diretos ou indiretos? Quais são os impostos incidem sobre meu produto ou serviço? 
Qual a meta ideal de margem de contribuição? Porque preciso saber e como calcular? 
Todos esses questionamentos são estratégicos para a formação de preços. A tomada 
de decisão ainda necessita de uma avaliação mais ampla como as constantes mudanças que 
acontecem no mercado, mudanças econômicas, políticas e até ambientais. 
Nessa aula serão apresentados os conceitos teóricos e os elementos básicos para a 
formação do preço de venda de um produto ou serviço tais como: mark-up, custeio, 
parâmetros externos, efeitos tributários sobre as vendas e sobre a margem de lucro líquida 
desejada e o lucro. 
Será percebido nesse objeto de estudo que o preço de venda e a gestão de custos são 
elementos fundamentais no planejamento estratégico de marketing para uma empresa. 
 
CUSTOS NAS DECISÕES DE PREÇOS 
 Neste capítulo trataremos da formação de preços com base no custo de produção. 
Uma das formas de precificar um produto é com base no seu custo, seja no custo de produção 
(indústria) ou no custo de aquisição (comércio). 
Chamamos atenção que precificar com base no custo é uma alternativa. Paralelamente 
é necessário avaliar mercado, concorrência, demanda, entre outros fatores determinantes na 
formação de preços. 
Por isso, neste capítulo estudaremos um método de formação de preços por meio da 
aplicação do mark-up1, que é um fator elaborado a partir dos gastos que teremos para a venda 
dos produtos. 
 
 
 
 
 
 
1 O mark-up é um índice usado para a formação do preço de venda, sempre aplicado sobre o custo dos produtos. Basicamente, 
depois de identificar o custo da unidade, soma-se uma margem de lucro. Nessa conta, é preciso lembrar de incluir as despesas, os 
impostos e todos os demais encargos que incidem na venda. 
O Processo de Formação de Preços 
O processo de determinação de preços de venda deve merecer a atenção da alta 
administração da empresa dado a importância que o assunto representa, inclusive em termos 
de obtenção de resultados, grau de retorno do investimento, fatia de mercado desejada pela 
empresa e demais fatores de caráter empresarial. 
As decisões de preços são diretamente dependentes do volume de vendas, do grau de 
eficiência do mix em termos de resultado direto, do nível de despesas de vendas e 
administrativas, bem como das necessidades financeiras para o atendimento do volume de 
operação projetada. 
Podemos dizer que as empresas enfrentam sempre um Dilema Tradicional em Preços, 
qual seja: encontrar o melhor preço de venda ou encontrar o preço certo de venda. Podemos 
encontrar situações em que o preço fixado internamente constitui, efetivamente, o melhor 
preço para a empresa em termos de resultado, não encontrando, porém, plena aceitação em 
termos de mercado. 
No tocante à relação existente entre o preço fixado e o volume obtido em termos de 
vendas efetivadas devemos ter sempre presente um princípio básico em preços que determina 
que: 
a) quanto maior o preço de venda de um produto, menor o número de unidades a ser 
comprada; 
b) quanto menor o preço de venda de um produto, maior o número de unidades a ser 
comprada. 
 
 
 
Formação de Preços Tradicional 
Fonte: Sartori (2004, p. 101). 
 
A análise e determinação das prováveis reações do consumidor, em face de prática de 
diferentes níveis de preços de vendas pela empresa, constituem uma das tarefas mais 
complexas para a gerência responsável pela projeção de vendas. Podemos, inclusive, dizer que 
a prática de diferentes níveis de preços de venda de um produto sem dúvida provocará 
diferentes volumes de vendas (SANTOS, 2000). 
A sua análise e determinação precisa ser realizada tomando como ponto de 
comparação as demais empresas do setor, consideradas concorrentes significativas em termos 
de mercado. Deve ser realizada com bastante ponderação, uma vez que o resultado obtido 
representará a real posição da empresa em termos de mercado. 
Com base em Bernardi (1996), destacamos os seguintes pontos para análise 
comparativa: 
 
• preço de venda do produto 
• grau de inovação ou tecnologia 
• qualidade do produto, 
• pontualidade de entrega 
• garantia e assistência técnica 
• imagem da empresa no mercado, 
• análise de outros fatores específicos. 
 
Não é admissível a venda de um produto com seu preço de venda fixado em níveis 
inferiores ao custo de produção da empresa. Entretanto, são justificadas algumas exceções, 
que precisam ser objeto de uma aprovação prévia. Em nível de alta administração, destacam-
se os seguintes pontos, conforme Santos (2000), Wernke (2005), Coelho (2007), Bernardi 
(1996), Sardinha (1995) e Sartori (2004): 
 
a) quando de procedimento tático, de caráter temporário, tendo como objetivo a abertura de 
novos mercados; 
b) quando, em caráter temporário, a empresa tenha como objetivo a expansão de mercado já 
atendido, porém em processo de recessão de vendas; 
c) quando se fizer necessário conseguir uma melhora, de forma mais rápida, na posição da 
empresa no mercado; 
d) quando da fixação de uma nova marca ou ainda reforçar a imagem do produto ou mesmo da 
própria empresa no mercado; 
e) quando da utilização de um produto promocional, também conhecido como produto 
perdedor. Em casos especiais poderá caracterizar o produto que, isoladamente, não apresenta 
um resultado significativo, mas que, na realidade, força a venda de um conjunto maior. No 
mercado temos vários exemplos assim, constituindo uma prática comum, inclusive de empresas 
de grande porte; 
f) outras razões diversas ou táticas específicas mesmo quando praticadas transitoriamente por 
uma empresa, visando um objetivo específico a ser alcançado. 
 
Cabe destacar as seguintes estratégias básicas de preços que poderão ser objeto de 
aplicação pela empresa, segundo Cogan (1994), Bernardi (1996) e Sartori (2004): 
 
a) obter um alto grau de lucratividade a curto prazo; 
b) fixar-se de forma eficiente, dentro de um volume razoável de operações sem, porém, 
comprometer os objetivos da empresa a longo prazo; 
c) encorajar a entrada de outras empresas no mercado e estimular a demanda do produto; 
d) estimular o crescimento do mercado a fim de conseguir um aumento em seu grau de 
participação firmando-se como uma empresa de porte significativo; 
e) manter os eventuais concorrentes fora do mercado ou ainda eliminar aqueles atualmente 
existentes. 
É recomendado também, analisar o mercado, a concorrência e demais fatores capazes 
de influenciar as decisões de preços da empresa, bem como definir estratégias com base nos 
objetivos da organização. Somente desta maneira podemos garantir uma definição de preços 
de forma criteriosa e livre de quaisquer influências ou vícios comportamentais. 
Segundo Santos (2000, p. 106) o problema da formação dos preços está ligado às 
condições de mercado, às exigências governamentais, aos custos, ao nível de atividade e à 
remuneração do capital investido. 
Conforme o autor, o cálculo do preço de venda deve levar a um valor: 
 
a) que traga à empresa a maximização dos lucros; 
b) pelo qual seja possível manter a qualidade, atender aosanseios do mercado àquele preço 
determinado; 
c) que melhor aproveite os níveis de produção. 
 
Conforme Bornia (2002), Sartori (2004), Wernke (2001) e Santos (2000), a definição 
dos preços de venda de produtos deve receber um tratamento rigoroso, através de uma 
análise de caráter gerencial, dos seguintes aspectos básicos: 
 
a) políticas básicas da empresa em termos de precificação e resultados; 
b) objetivos a serem alcançados pela empresa em termos de volume de vendas e resultados; 
c) volumes de venda e lucratividade marginal, necessária à cobertura de custos fixos e lucro 
desejado; 
d) aspectos de caráter financeiro envolvendo os prazos médios ponderados de compras, vendas 
e giro de estoques; 
e) volume de capital de giro necessário para atendimento de diferentes formatações projetadas 
para o mix de vendas dos produtos da empresa; 
f) ponto de equilíbrio de caráter operacional e financeiro e do nível de grau de retorno dos 
investimentos realizados na empresa. 
 
Na lógica da empresa tradicional, Bornia (2002) diz que o preço de venda é calculado a 
partir dos custos, mais uma margem de lucro. Podemos representar essa idéia por meio da 
seguinte equação: 
 
 
 
Neste caso, o lucro é determinado por um percentual sobre os custos. A questão 
principal é o cálculo do custo dos produtos, para que um item não subsidie o outro. Contudo, 
no ambiente competitivo tradicional, onde a demanda por produtos supera a oferta, o 
mercado aceita praticamente qualquer preço e, por isso, nem mesmo o cálculo do custo 
necessita ser muito acurado. 
Na ótica da empresa moderna, o preço de venda é determinado pelo mercado, 
transformando a equação anterior em: 
 
 
A diferença entre as duas equações é que na primeira o preço é a variável dependente, 
determinada em função do custo obtido e do lucro desejado, ao passo que na segunda ele se 
torna uma variável independente. Nesse caso, o lucro é definido em função do preço de venda 
fixado pelo mercado e do custo que a empresa consegue atingir. 
Todo o preço calculado para a venda do produto deve ser formado de modo a cobrir 
todos os custos, as despesas fixas, as despesas variáveis de venda e os impostos, de forma que 
o valor restante propicie o valor esperado, o lucro. 
 
Condições que conduzem à formação dos preços 
 De acordo com Bruni; Famá (2004, p. 323), as condições que conduzem à formação do 
preços são: 
 
a) forma-se um preço-base; 
b) critica-se o preço-base à luz das características existentes do mercado; 
c) testa-se o preço às condições do mercado; 
d) fixa-se o preço mais apropriado com condições diferenciadas. 
 
Neste sentido, para atender as diferentes necessidades da formação de preços, 
Wernke (2001), Bruni e Famá (2004), Sartori (2004) e Coelho (2007) relatam que é preciso 
observar: 
 
a) volumes diferentes; 
b) prazos diferentes de financiamento de vendas; 
c) descontos para prazos mais curtos; 
d) comissões sobre vendas para cada condição; 
e) a qualidade do produto em relação às necessidades do mercado consumidor; 
f) a existência de produtos substitutos a preços mais competitivos; 
g) a demanda esperada do produto; 
h) o controle de preços impostos pelo Conselho Interministerial de Preços (CIP); 
i) os níveis de produção e de vendas que se pretende ou que se pode operar; 
j) grau de ocupação da fábrica; 
k) nível do custo estrutural ou fixo a ser coberto; 
l) nível de capital de giro exigido; 
m) nível de concorrência; 
n) disponibilidade de matéria-prima no mercado; 
o) mix de venda, etc. 
 
A definição do preço final de venda está, portanto, condicionada à elaboração do 
resultado projetado, após análise dos reflexos dos novos preços sobre o volume e o lucro que 
se pretende obter. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importância da Formação de Preços 
Fonte: Sartori (2004). 
 
Neste sentido, cabe destacar que na formação de preços é preciso observar os fatores 
internos e externos. Conforme Sartori (2004, p. 67-68), os fatores internos correspondem a 
gestão interna, ou seja, às decisões tomadas dentro da empresa a fim de se atingirem 
determinados objetivos de vendas, lucros, crescimento, fator de risco, a partir dos dados 
considerados como externos à empresa, tais como mercado, disponibilidade de matérias-
primas, ações do governo, etc. 
A seguir apresentam-se os métodos de formação de preços, observando os fatores 
internos. 
 
 
Fatores Internos na Formação de Preços 
Fonte: adaptado de Sartori (2004). 
 
Na seqüência, apresentamos os fatores externos que interferem na formação do preço 
de venda, adaptado de Sartori (2004, p. 82-84). 
 
 
 
 
 
Fatores Externos e sua Influência na Formação de Preços 
Fonte: adaptado de Sartori (2004). 
 
Portanto, podemos observar nas figuras apresentadas, que na formação de preços 
diversas variáveis precisam ser observadas, as quais foram relatadas nos fatores internos e 
externos, sendo que o custo, objeto deste componente, é um dos fatores classificados como 
interno, de gestão da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
Formação do Mark-up 
A formação do mark-up, de acordo com Santos (1991), tem a seguinte definição: o 
mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço 
de venda. 
Mark-up também é definido como sendo um valor adicionado ao custo. Usualmente 
expresso como um percentual do preço de venda, ou ainda, como um aumento sobre um 
preço de varejo originalmente estabelecido. 
Para Bernardi (1996), o mark-up pode ser definido como um índice ou percentual que 
irá adicionar aos custos e despesas, o que não significa que deva ser aplicado linearmente a 
todos os bens e serviços. 
Este índice tem a finalidade de cobrir os custos das seguintes contas: 
 
a) impostos sobre venda; 
b) taxas variáveis sobre vendas; 
c) despesas administrativas fixas; 
d) despesas de vendas fixas; 
e) custos indiretos de produção fixos; 
f) margem de lucro. 
 
Bruni e Famá (2004, p. 341-342) apresentam as duas formas para encontrar o mark-up, 
que são: multiplicador, mais usual, representa por quanto devem ser multiplicados os custos 
para se obter o preço de venda a praticar; e divisor, menos usual, representa percentualmente 
o custo em relação ao preço de venda. Acompanhamos as fórmulas e o exemplo a seguir. 
 
 
 
 
Neste cenário precisamos observar que os impostos e taxas que são pagos sobre o 
preço de venda dos produtos somam 23,65%. Além destes, o exemplo apresenta todos os 
custos fixos, as despesas e a margem de lucro desejada que somam 34,37%. Então, se 
somarmos esses dois itens (ITV + CDFL), chegamos a um percentual de 58,02%. 
E agora, como montamos o mark-up divisor ou multiplicador? 
Observe a figura a seguir: 
 
 
Formação do Mark-up Multiplicador e Divisor 
Fonte: Adaptado de Santos, Bornia e Sartori. 
 
Agora podemos perceber que, independente do tipo de mark-up (seja multiplicador ou 
divisor) que formos utilizar para formar o preço de venda, este terá o mesmo valor final. Isso 
significa que possuímos duas maneiras de cálculo para chegar ao preço de venda. Cabe ao 
gestor utilizar a forma que ele mais tiver afinidade. 
Outro detalhe da importância de entender como se forma preços, é observar que não 
basta aplicar um percentual sobre o custo e acreditar que isso é precificar. Não basta comprar 
ou produzir um produto por um valor, conforme o exemplo de R$ 38,00, e aplicar o percentual 
de 58,02%, ficando com um preço de R$ 60,04 e acreditar que isso pagaria as despesas, 
impostos e ainda sobraria a margem de lucro estimada em 20%. Isso não é verdadeiro, porque 
tudo o que você paga é sobre o preço de venda final e não sobre o custo. Essa maneira de 
colocar preços está, portanto, totalmente equivocada. Por isso, a importância da utilização do 
índice de marcação chamado mark-up. 
GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇO 
 
Gestão de Custos 
 Segundo Leone (2000, p. 21), a visão gerencial dos custos completa-seno momento 
em que visualizamos custos na empresa e/ou instituição como um centro processador de 
informações, que recebem (ou obtém) dados, acumulados de forma organizada, analisa-os, 
interpreta-os, produzindo informações de custos para diversos níveis gerenciais. 
Ainda segundo Leone (1987 p. 3), a contabilidade de custos pode ser conceituada 
como o ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos 
produtos, dos estoques, dos componentes da organização, dos planos operacionais e das 
atividades de distribuição para determinar o lucro, para controlar as operações e para auxiliar 
o administrador no processo de tomada de decisão e de planejamento. 
Porter (1989, p. 31) diz que o eficaz processo de gestão de custos passa, 
necessariamente, pela eficiência e eficácia das atividades de planejamento, execução e 
controle. As empresas estão buscando a redução de custos e aumento da produtividade de 
diversas formas. Ele coloca a liderança em custos como uma das alternativas estratégicas, ou 
ainda, a diferenciação de produto. 
 
Precificação 
De acordo com Las Casas (2006) preço é um valor arbitrado para um bem ou um 
serviço. Qualquer transação de negócio envolve um valor monetário que é a precificação. 
Dentro da estrutura dos 4 P´s do Marketing os produtos e serviços oferecidos, aliados 
à política de preços das empresas determinam o posicionamento da empresa diante do 
mercado. A definição de preços segundo Barbosa (2010, p. 50), deve considerar o contexto 
geral do negócio: estrutura de custos, valor percebido pelo cliente, produtos alternativos, 
concorrência, tecnologia aplicada, além de valores intangíveis como marca, confiabilidade, 
localização etc. 
Muitas decisões de compras são feitas com base nos preços dos produtos. A maioria 
dos consumidores possui desejos e necessidades ilimitadas, porém recursos limitados. A 
alocação destes recursos de forma eficiente otimizará a satisfação dos indivíduos de uma 
sociedade. O comprador, portanto, de modo geral, somente comprará algum produto ou 
serviço se o preço justificar o nível de satisfação que poderá derivar de sua compra (LAS 
CASAS, 2006, p. 188). 
Para Barbosa (2010, p. 50), a única forma de garantir rentabilidade na precificação é 
por meio da prática de preços que sejam superiores aos custos. Apesar de essa afirmativa 
parecer óbvia, uma grande quantidade de empresas simplesmente não tem condições de 
colocá-la em prática por causa da incapacidade de estimar os custos de produção 
corretamente. 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO CÁLCULO PARA O PREÇO 
 A gestão de custos e formação de preços é um dos assuntos mais pesquisados na web. 
O motivo desse volume de pesquisa é simples: se você não tiver uma boa gestão de custos e 
formação de preços, poderá estar trabalhando de graça. Ou pior, pagando para fabricar seus 
produtos. Isso mesmo. Imagina você perder dinheiro cada vez que vende um produto? 
Por isso neste capitulo proponho uma visão geral ou checklist de passos e cuidados 
que você deve seguir para garantir que seu negócio seja lucrativo. 
 
1. Forme os preço de venda de seus produtos com inteligência e atenção aos detalhes 
Formar o preço de venda de forma inteligente é o primeiro passo para ter uma gestão 
de custos e formação de preços eficaz, que gera lucro. 
Parece óbvio sugerir isso aqui e justamente por esta razão muitas vezes gestores 
acabam negligenciando esta parte tão fundamental do negócio. 
Se você simplesmente copiar o preço da concorrência ou não pensar nos detalhes você 
pode estar gerando prejuízos e acabar pagando para trabalhar. 
Lembre-se que você precisa calcular o custo dos materiais necessários para a sua 
fabricação; custos com mão de obra direta envolvida na fabricação; custos com máquinas 
(depreciação, manutenção, consumo energético, etc); custos administrativos; impostos; 
comissões; margem de lucro; toda e qualquer despesa que precisa ser paga e que a fonte de 
renda advém da vendo do produto. 
Neste momento você deve evitar os dois principais riscos da gestão de custos e 
formação de preço de venda: 
 
• Risco 1: vender produtos com preço barato demais e acabar com prejuízos 
• Risco 2: vender produtos com preço caro demais e perder vendas por não ser competitivo. 
 
Por isso, para começar, sugiro que você siga um destes dois cenários: 
 
• Contratar profissionais para ajudar sua equipe a formar preços de venda inteligentes 
(Como Engenheiros de produção) 
• Estudar o máximo possível sobre o assunto para você mesmo formar os preços de venda e a 
gestão de custos da sua fábrica. 
 
2. Conheça o custo real efetivo de seus produtos e identifique produtos lucrativos e 
deficitários. 
Depois de completar o primeiro passo você terá a sua fórmula de gestão de custos e 
formação de preços pronta para qualquer produto. Até mesmo aqueles que você já trabalha 
atualmente. 
Faça uma lista com todos os produtos que sua indústria/comércio trabalha e calcule 
minuciosamente todos seus custos e quais preços de venda estão sendo praticados no 
momento. 
A partir desta lista você deve identificar quais são os seus produtos mais lucrativos, os 
que não dão tão lucro assim e os que podem até estar dando prejuízo. 
 
 
3. Veja se há oportunidades de redução de custo ou descontinuidade de produtos 
deficitários. 
Dando continuidade a lista, após identificar os produtos que não dão lucro ou que dão 
muito pouco lucro, tente entender por que eles estão nesta situação. 
Muitas vezes você poderá realizar algum tipo de mudança que irá reduzir custos de 
determinado produto e sua indústria/comércio poderá continuar comercializando-o. 
Agora se você perceber que atualmente não há nada a ser feito por determinado 
produto, provavelmente será melhor interromper a produção/venda e focar os esforços da sua 
indústria/comércio nos produtos mais lucrativos. 
 
Atenção: faça uma análise simulada dos resultados globais da sua empresa antes de descontinuar um 
produto. Pode ser que um produto deficitário em uma análise individual esteja contribuindo para a 
margem global da empresa e sua descontinuidade não seja um bom negócio. 
 
4. Identifique clientes mais lucrativos e deficitários 
A mesma lógica dos produtos também pode ser aplicada para seus clientes. Faça uma 
lista com todos os seus clientes e identifique dos mais lucrativos até os deficitários. 
Procure identificar por que os clientes que geram menos lucro estão nesta situação e 
busque reverter este quadro. 
Com essa lista em mãos você poderá dar mais atenção aos clientes que mais geram 
lucro para sua indústria e conseguir ainda mais negócios com estas empresas. 
 
5. Decida se a terceirização de alguma etapa da produção pode ser um bom negócio para 
sua indústria. 
O escritor e empresário Robert Kiyosaki, autor do livro Pai Rico e Pai Pobre, diz que 
uma das habilidades de um empresário de sucesso, é fazer com que pessoas mais inteligentes 
ou melhores que você, trabalhem para você. 
Essa estratégia pode ser usada também na gestão de custos e formação de preços da 
sua indústria/comércio. 
Verifique se seria possível terceirizar alguma etapa do seu processo produtivo e se essa 
prática seria lucrativa para sua indústria. Às vezes um processo que na sua atual situação é 
caro ou demorado pode ser feito rapidamente por outra empresa. 
Se você conseguir um parceiro que acabe com um gargalo da sua produção ou que 
reduza seus custos de uma forma geral você poderá ter preços mais competitivos ou uma 
margem de lucro maior. 
 
6. Agilize o trabalho de atualização de preços e evite erros com ferramentas especializadas 
Para finalizar, a gestão de custos e formação de preços são assuntos mais complexos 
do que parecem e que podem determinar o sucesso ou a falência de uma empresa. Por isso, 
leve este assunto a sério. 
Se o seu negócio ainda é muito pequeno e você consegue manter tudo atualizado 
apenas usando o Excel paragestão, siga em frente. Melhor desta forma do que sem nenhum 
controle. Mas tenha em mente que você precisa ir além disso. 
 
A medida que seu negócio crescer e sua produção ficar mais complexa, você precisa de 
ferramentas especializadas para evitar erros humanos e agilizar o processo. 
Por isso, se você já acredita que seu negócio está com dificuldade nesta parte de 
custos, aconselho a procucar softwares de ERP2 para poder ajudar a padronizar estes 
processos e gerar o melhor resultado possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 ERP é a sigla para Enterprise Resource Planning e trata-se de um software integrado de gestão empresarial que reúne numa única 
solução as informações gerenciais dos setores de uma empresa, tais como: como Contabilidade, Finanças, Fiscal, RH, Suprimentos, 
Patrimônio e Vendas. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BARBOSA, Osmar. Vender, controlar, melhorar: uma visão geral de custos e produção na 
indústria gráfica. Título Independente, 2010. 
 
BERNARDI, L. A. Política e formação de preços. São Paulo: Ed. Atlas; 1996. 
 
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
BRUNI, A.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
COELHO, F. S. Formação estratégica de precificação. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
COGAN, S. L. Activity-Based Costing (ABC): a poderosa estratégia empresarial. Rio de Janeiro: 
Pioneira, 1994. 
 
LAS CASAS, A. L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 7º. Ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
 
LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: um Enfoque Administrativo. Edição 9ª. Editora da 
Fundação Getúlio Vargas, 1987. 
 
LEONE, George. Custos: planejamento, implantação e controle. Edição 3ª. Editora Atlas, 2000. 
 
PORTER, Michael. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 
Edição 12ª. Editora Campus, 1989. 
 
SANTOS, J. J. Formação de preços e do lucro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 
 
__________. Análise de custos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
 
SARDINHA, J. C. Formação de preços – a arte de negócio. São Paulo: Ed. Markon Books; 1995. 
 
SARTORI, E. Gestão de preços. Estratégia e flexibilização de preços, fidelização de clientes e 
aumento de rentabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda. São Paulo: Saraiva, 2005.

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