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2 Posvencao e o Luto por Suicidio

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MÓDULO 4: POSVENÇÃO 
E O LUTO POR SUICÍDIO
LEONARDO MARTINS
PSICÓLOGO CLÍNICO
POSVENÇÃO
POSVENÇÃO
 Definição: “São várias medidas que favoreçam a
expressão de ideias e sentimentos relacionados ao
trauma e a elaboração do luto”( BOTEGA, 2015)
 É a prestação de intervenção em crise, apoio e
assistência às pessoas afetadas por um suicídio
consumado.
 Cerca de 7% da população é exposta ao luto por
suicídio a cada ano (Ministério da Saúde, 2014)
POSVENÇÃO
 A posvenção inclui as habilidades e estratégias
para cuidar de si mesmo ou ajudar outra pessoa a
se melhorar após a experiência de pensamentos
suicidas, tentativas ou morte.
 O paciente e a família devem ser acompanhados
para evitar novas tentativas, bem como ajudar no
processo do luto em caso de suicídio ocorrido.
POSVENÇÃO
 Objetivo geral da posvenção:
Prestar cuidados e apoio a indivíduos afetados por
mortes por suicídio e implementar estratégias
comunitárias para ajudar a prevenir futuros suicídios.
POSVENÇÃO
 Nos EUA, estimativas levam a crer que pelo menos 5
membros da família, 15 membros da família mais
distante, 20 amigos, 20 colegas de escola ou de
trabalho são afetados por cada morte suicida. (ROSS,
KÕLVES, DE LEO, 2019.)
POSVENÇÃO
 INTERVENÇÕES
ACOMPANHAMENTO 
PSICOTERAPÊUTICO
GRUPOS DE 
APOIO
GRUPOS FACILITADOS 
POR PROFISSIONAIS
“RECRUTAMENTO
” DOS 
SOBREVIVENTES
PALESTRAS 
INFORMATIVAS
QUESTÕES RELACIONADAS A 
POSVENÇÃO
1. Do contágio suicida 
 Evite o sensacionalismo do suicídio. 
 Evite glorificação ou vilipêndio (menosprezo) da vítima de 
suicídio. 
 Não forneça detalhes excessivos. 
2. Reações emocionais 
 Culpa. 
 Rejeição. 
 Vergonha. 
 Isolamento.
QUESTÕES RELACIONADAS A 
POSVENÇÃO
3. Estigma Social
➢ Pode ser desconfortável falar sobre a morte.
➢ Sobreviventes podem receber (e / ou perceber)
muito menos apoio social para a sua perda.
➢ A dificuldade em prestar serviços de posvenção.
➢ Estar preparado para atuar num ambiente que não
está apenas sofrendo de uma perda súbita e
inesperada, mas que também está ansioso falando
ou sentindo a morte daquele sujeito.
ESTRUTURA INTERVENTIVA DA 
POSVENÇÃO
 1 Verifique se a morte ocorreu. 
 2 Mobilizar a Equipe de Saúde.
 3. Avaliar o impacto do suicídio e estimar o nível de resposta 
posvenção. 
 4 Notificar envolvidos. 
 5. Contato com a família da vítima de suicídio. 
 6. Determinar quais informações para compartilhar sobre a morte. 
 7 Determinar como compartilhar informações sobre a morte. 
 8 Identificar pessoas afetadas significativamente pelo suicídio e 
iniciar um mecanismo de referência. 
 9 Realizar uma sessão de discussão de caso. 
 10. Iniciar serviços de intervenção de crise. 
 11. Realizar sessões de planejamento diário. 
 12. Memoriais. 
POSVENÇÃO
 Nem todas as estratégias de posvenção podem produzir
resultados favoráveis ou ser percebidas como útil pelos
seus usuários;
 Entender como dar suporte a um sobrevivente
individualmente e / ou dentro do contexto de sua estrutura
social.
 Alguns sobreviventes tem uma resistência em relação aos
serviços de saúde, talvez relacionada à sua decepção e
possível raiva dirigida a tais serviços por não prevenir a
morte por suicídio. Este fator pode reduzir a
probabilidade de buscar ajuda, já que os enlutados
podem sentir que os serviços são ineficientes.
PREVENÇÃO DENTRO DA NOSSA COMUNIDADE 
EDUCAÇÃOTRIAGEM
TRATAMENTO
DIRETRIZES 
DA MÍDIA
RESTRINGIR 
MEIOS LETAIS
PREVENÇÃO DENTRO DA NOSSA COMUNIDADE
 Principal fator de risco para o suicídio é a doença 
psiquiátrica;
 A depressão é tratável;
 Eliminar o estigma da doença; 
 Desestigmatizar o tratamento; 
 Estimular comportamentos de busca de ajuda e 
continuação do tratamento; 
 Melhorar a fim de cuidar da vida.
SUICIDALIDADE
O PACIENTE REALMENTE QUER MORRER?
 Suicidalidade é por tempo limitado;
 A ambivalência está quase sempre 
presente; 
 Estima-se que 80% dos pacientes 
comunicam a intenção antes de tentar;
 Muitos procuraram algum serviço de 
saúde no período anterior à tentativa.
 Risco varia em gravidade e duração 
 Aqueles com risco crônico têm crises de 
longa duração e não precisam ter um 
precipitante externo
 Metade das pessoas que morrem por 
suicídio veem um médico de cuidados 
primários do mês antes de sua morte 
Jenkins, R, Bebbington, P, Brugha, TS, et al (1998), “British psychiatric morbidity survey”, British Journal Psychiatric, 173 , 4-7 
A IDEAÇÃO SUICIDA É TRATÁVEL
 Estima-se que 60% das pessoas que cometem suicídio sofrem de um 
transtorno de humor.
 Os transtornos de humor são tratáveis.
 Ideação e comportamento suicida são formas de lidar com situações 
difíceis. Outras formas de lidar com os problemas podem ser aprendidas.
O suicídio é uma solução permanente para um problema temporário. 
COMO DETECTAR IDEAÇÃO SUICIDA
3 PERGUNTAS ESSENCIAIS:
 1) Você tem planos para o Futuro? A resposta do paciente com risco
de suicídio é não
 2) A vida vale a pena ser vivida? A resposta do paciente com risco
de suicídio novamente é não
 3) Se a morte viesse ela seria bem vinda? Desta vez a resposta
será sim par aqueles que querem morrer
Se o paciente respondeu como foi referido acima, o profissional de
saúde fará estas próximas perguntas:
 4) Você está pensando em se machucar/se ferir/ fazer mal a você/
em morrer?
 5) Você tem algum plano especifico para morrer/se matar/tirar sua
vida?
 6) Você fez alguma tentativa de suicídio recentemente?
COMO DETECTAR IDEAÇÃO SUICIDA
Quando o paciente...
 Falar ou escrever sobre suicídio;
 Expressar desesperança;
 Enfrentar riscos de vida desnecessários;
 Mudanças radicais de comportamento;
 Desfazer-se de pertences pessoais;
 Fazer acertos finais ("ritual de despedida");
 Isolar-se de amigos e atividades corriqueiras;
 Repentina melhora inexplicável após longo período 
de humor depressivo;
COMO DETECTAR IDEAÇÃO SUICIDA
ALGUNS SINAIS:
 Eventos com alta carga de estresse (perdas,
humilhação, conflitos, fim de relacionamento,
desemprego);
 Acesso fácil a instrumentos que possam ser usados para
suicídio (como venenos, armas ou remédios);
 Humor depressivo persistente;
 Aumento significativo de uso de álcool.
 Tentativa de suicídio prévia;
 Início da resposta ao tratamento em pacientes
deprimidos (Melhora retardo psicomotor sem alteração
do psiquismo).
COMO DETECTAR IDEAÇÃO SUICIDA
PREDISPONENTES PRECIPITANTES
Transtornos mentais
Tentativa prévia de suicídio
Suicídio na família
Abuso sexual na infância
Impulsividade/ agressividade
Isolamento social
Doenças incapacitantes/ incuráveis
Alta recente de internação 
psiquiátrica
Desilusão amorosa
Separação conjugal
Conflitos relacionais
Derrocada financeira
Perda de emprego
Desonra/ vergonha
Embriaguez
Fácil acesso a meios letais
FONTE: BOTEGA (2015)
FATORES
INTENCIONALIDADE E LETALIDADE
Ideias de 
morte
Ideias de
Suicídio
Planos de 
como se 
matar
Pesquisa
Poder letal
Providências
Pós morte
Intencionalidade suicida diz respeito ao desejo e à determinação 
de pôr fim à vida. 
EXPLORING THE SUPPORT NEEDS OF PEOPLE
BEREAVED BY SUICIDE: A QUALITATIVE STUDY
 Um estudo publicado em 2019 avaliou
sobreviventes em relação as suas experiências com
o processo de luto, suas dificuldades em encontrar
apoio e o direcionamento a serviços específicos de
saúde.
UNIVERSO DA PESQUISA
 Total de 26 indivíduos que perderam um cônjuge ou
um membro da família para suicídio. Destas, 11
pessoas desistiram, deixando um total de 15
participantes (12 mulheres e 3 homens) que
formaram três grupos.
 As idades variaram de 31 a 73 anos.
 A duração do luto que eles tinham experimentado
variou de 1 ano e 3 meses a 5 anos.
NECESSIDADES DE APOIO IMEDIATO 
E PRÁTICO
 Relato dos sobreviventes:
“Quando a polícia chegou em minha casa eles não tinham nenhuma
informação para mim. Isso seria algo que teria ajudado muito
porque eu apenas olhei paraeles e disse: “O que eu faço agora?
O que eu faço? ”Eles disseram:“ Oh, podemos ligar para um
amigo?”
“Quando os conselheiros chegaram, disseram: “Podemos te ajudar
sabemos o que você estará experimentando com base em nossa
experiência. . . ”Eles conversaram muito sobre o que estávamos
passando e os tipos de coisas que devemos ter cuidado para não
cair, certos modos de pensar. Refletimos sobre as coisas que os
conselheiros nos disseram, os conselhos foram valiosos. Eu diria que
eles foram absolutamente fundamentais em me colocar em um bom
caminho.”
NECESSIDADES DE APOIO IMEDIATO 
E PRÁTICO
“Você absolutamente não tem idéia do que você precisa.
. . porque eu certamente não tinha e você só precisa
de alguém para dar o ponta pé inicial”
“Você não está no seu estado mental normal. . . você não
está pensando direito. . . Mas não tem ninguém lá
para guiá-lo. Não há orientação sobre: "Ok, isso é
possivelmente o que vai acontecer com você”.
FLEXIBILIDADE E ABORDAGENS 
PARA SUPORTE.
 A primeira vez que fui eu disse (ao conselheiro) a
minha situação, eu saí indo "Oh, ele não ajuda. Ele
não entende. ”Mas 6 meses depois eu estava
conversando com alguém e eles disseram:“ Você
realmente precisa de ajuda. ”Quando eu fui e vi o
psicólogo eu fiz todas as sessões. Ele ajudou muito...
Agora estou mais ciente do que aconteceu, por que
aconteceu, porque eu não pude evitar e porque eu
não consegui salvar este homem.
FLEXIBILIDADE E ABORDAGENS 
PARA SUPORTE.
 Ao final de 6 meses. . . as pessoas só esperam que
haja uma data de término para o luto e que você
deveria superar isso. Agora é onde você começa a
precisar esse apoio, porque você está pensando um
pouco mais claramente. Você sabe o que você quer
fazer e como abordar as coisas um pouco melhor,
mas tudo acabou (serviços de apoio).
NECESSIDADE DE SER GUIADOS 
PELOS SERVIÇOS
 Há uma necessidade de ser guiado pelos serviços
disponíveis, porque há uma lista de coisas. . . "Bem,
para qual eu chamo?" Mas se alguém se senta com
você ... e diz: "Olha como você está realmente indo? O
que você acha que faria te ajudar agora? Existem
essas coisas. Você acha que isso pode te ajudar? ”
Apenas conversar e aproximar-se de você.
NECESSIDADE DE SER GUIADOS 
PELOS SERVIÇOS
 Se ela (a psiquiatra) temia que eu fosse acusá-la de
não cuidando dele corretamente - eventualmente eu
recebi uma resposta de seu consultório. Ela disse: “A
doutora não está recebendo novos pacientes". Eu
disse: “Não era bem isso que eu queria. Eu só queria
falar com ela. Eu não queria me tornar um dos seus
pacientes.”
DIFICULDADE EM ENCONTRAR 
PROFISSIONAIS CAPACITADOS
 Disseram-me para tentar encontrar um conselheiro que
fosse específico em aconselhamento de luto ou
aconselhamento para enlutados por suicídio. Então, meu
médico levou oito meses antes de encontrar alguém que
eu poderia ir e ver.
 Leva tempo para você se enlutar. Para algumas pessoas
passam rapidinho. Para outros, continua por anos e anos e
anos. Leva o que é preciso. Isso é o que eu aprendi. É o
seu ritmo e você só vai no seu próprio ritmo. Mas a
primeira coisa que eles oferecem a você são
antidepressivos. Eu apenas disse: "Não, eu não quero
tomar antidepressivos. Eu estou realmente de luto.
VERGONHA, REJEIÇÃO E PERDA DE 
SUPORTE SOCIAL
 Eles (amigos) não querem falar sobre isso e. . .
simplesmente não se sentem confortáveis em torno de você
falando sobre suicídio ou qualquer coisa. Então eu achei
isso muito difícil porque comecei a internalizar isso um
pouco e me senti um pouco rejeitado e um pouco isolado.
 Eu percebi o processo de luto (da minha família). . .
acabou resultando em ser uma experiência muita negativa
para mim, o que me levou a cortar todos os laços com a
minha família.
ESTIGMA E EVITAÇÃO NO AMBIENTE 
DE TRABALHO
 Sim, eles evitam você como a peste. . . Você entra na
cozinha alguém entra e de repente vira e vai embora.
 Meu chefe era do tipo "não quero saber". Então,
enquanto isso não afetou meu trabalho e enquanto eu
não falasse sobre isso e nós apenas fingimos nada
aconteceu tudo estava bem. Então, quando se trata
de apoio e feedback eu não me lembro deles me
chamando e dizendo: "Ei, como você está indo? Existe
alguma coisa que possamos fazer?
A INTERNET PODE SER ÚTIL OU 
ESTRESSORA
 Grupos do Facebook e fóruns on-line e coisas (foram
úteis). . . porque inicialmente ouvindo as histórias das
pessoas e identificando semelhanças achei isso muito
reconfortante. Mas depois de um tempo, você ouve as
histórias de perda e tudo e isso foi apenas mais
perturbador.
 É perigoso estar sentado, vasculhando todos esses sites
tarde da noite, porque pode ser muito deprimente.
Então eu acho que você precisa saber quando pensar
“Agora pare com isso. Saia disso.
CONFORTO EM CONVERSAR COM OUTRAS 
PESSOAS COM EXPERIÊNCIAS SEMELHANTES DE 
PERDA
 Isso meio que te move um pouco e ajuda você a
entender que não está sozinho. Você não é a única
pessoa que está passando por isso. Há outras pessoas
fora passando exatamente por aquilo que você está
passando. Há força nisso sabendo que alguém está
sofrendo do jeito que você está sofrendo.
 Eu fiz novos amigos e eles parecem... eles entendem
como você está se sentindo mais do que seus outros
amigos que você teve antes. Então eles sabem onde
você está passando.
NECESSIDADE DE PROFISSIONAIS 
FACILITANDO GRUPOS DE APOIO
 As pessoas querem se encontrar e querem apoio, e os
problemas acontecem quando são pessoas que estão
enlutadas e estão vindo do seu próprio lugar de
perda e tentando ajudar e aconselhar uns aos outros e
eles realmente não sabem o que são fazendo. É
quando isso pode ser perigoso e apenas alguns
grupos não são úteis
SUICÍDIO E LUTO
LUTO: DEFINIÇÃO
 Processo específico relacionado à perda de uma
pessoa em decorrência da morte.
 No contexto brasileiro, utilizamos a palavra luto
para descrever uma série de sentimentos e
comportamentos que em outros idiomas podem ser
manifestos por outros termos: bereavement, grief e
mouning.
Fonte: FRANKLIN (2014)
LUTO: DEFINIÇÃO
 Processo normal, autolimitado de sofrimento
inerente ao ciclo vital, alguns com quadros
disfuncionais, com potencial de causar significativo
prejuízo à vida relacional e/ ou ocupacional
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO
ELIZABETH KÜBLER-ROSS
 Pioneira no estudo sobre a morte e o processo de
morrer.
 Enfrentou o tabu de falar sobre o processo de
morrer.
 Estabeleceu os cinco estágios ou fases, tanto para o
processo de luto quanto para o morrer.
Fonte: FRANKLIN (2014)
ESTÁGIOS DO LUTO- KÜBLER-ROSS
TEORIAS DO LUTO
J. WILLIAM WORDEN
❑ Utiliza a teoria do apego de Bowlby;
❑ Define tarefas para serem realizadas por aqueles
que sofreram a perda.
❑ As tarefas levam o sujeito a uma posição ativa em
comparação a outras teorias cuja enlutado enfrenta
um processo passivo.
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO- WORDEN
Worden (1998) Coloca as quatro tarefas que compõe a
Terapia do luto:
 1ª aceitação da realidade da perda;
 2ª elaboração da dor da perda;
 3ª ajustar-se ao ambiente onde está faltando a pessoa
que morreu;
 4ª reposicionar a pessoa que faleceu em termos
emocionais e continuar a vida.
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO- WORDEN
PRÍNCÍPIOS PARA ACONSELHAMENTO DE ENLUTADOS:
1) Ajudar a pessoa que ficou a se dar conta da perda;
2)Ajudar ao que fica a identificar e expressar seus
sentimentos;
3)Ajudar o enlutado a viver sem a pessoa falecida;
4)Facilitar o reposicionamento emocional da pessoa que
faleceu;
5)Fornecer tempo para o luto;
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO- WORDEN
PRÍNCÍPIOS PARA ACONSELHAMENTO DE ENLUTADOS:
6)Interpretar o comportamento “normal”;
7)Fazer concessões às diferenças individuais;
8)Oferecer apoio continuado;
9)Examinar as defesas e estilos de lidar com o
problema;
10)Identificação de patologias e encaminhamento
quando necessário.
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO- WORDEN
PROCESSO DE TERAPIAPARA O LUTO:
1- Listar as doenças físicas que o sujeito possa
apresentar. É importante para o aconselhamento;
2- Fazer o contrato e estabelecer a aliança terapêutica;
3- Reviver lembranças da pessoa que faleceu;
4- Avaliar quais tarefas do luto não foram completadas;
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO- WORDEN
PROCESSO DE TERAPIA PARA O LUTO:
5- Lidar com o afeto, ou a falta do afeto decorrente das
lembranças;
6- Explorar e diminuir a tensão entre os objetos de ligação;
7- Reconhecer o caráter definitivo da perda;
8- Lidar com a fantasia de terminar o luto;
9- Ajudar o sujeito a dizer um adeus final.
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO
THERESE RANDO
❑ Organiza as fases do luto que devem ser cumpridas
para uma resolução saudável.
❑ São 3 as fases:
Fonte: FRANKLIN (2014)
EVITAÇÃO
CONFRONTAÇÃO
ACOMODAÇÃO
TEORIAS DO LUTO- THERESE RANDO
Evitação ou Negação: ocorre ao receber a notícia da
perda. Observada em situações traumáticas.
Confrontação: mais intensa emocionalmente. Reação
aguda ao luto. Vivência da dor. Recordações do
vínculo desfeito.
Acomodação: ocorre a redução dos sinais do luto
agudo. Readaptação social e emocional.
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO- THERESE RANDO
OS SEIS PROCESSOS DE RESOLUÇÃO DO LUTO:
1- Reconhecimento da perda;
2- Reação à separação, expressar sentimentos;
3- Lembrar e reviver;
4- Abandono do antigo vínculo e do mundo conhecido;
5- Readaptação para funcionamento adaptativo no
“novo” mundo sem esquecimento do “antigo”;
6- Reinvestimento, buscar novos projetos.
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO
TIPOS DE LUTO:
LUTO NORMAL LUTO COMPLICADO
TEORIAS DO LUTO: O LUTO NORMAL
Quadro característico de sinais e sintomas típico de
quadros depressivos, menos ideação suicida e
extremos sentimentos de desvalia.
Os sintomas tendem a ser autolimitados e o indivíduo
consegue resgatar os aspectos mais essenciais do seu
funcionamento em aproximadamente 2 meses.
TEORIAS DO LUTO-SINAIS E SINTOMAS
SENTIMENTOS QUEIXAS SOMÁTICAS
Tristeza
Raiva 
Culpa
Ansiedade
Solidão
Fadiga
Choque
Anseio pela presença do outro
Alívio
Estarrecimento
Desamparo
Vazio no estômago
Aperto no peito
Nó na garganta
Hipersensibilidade ao barulho
Sensação de 
despersonalização
Falta de ar
Fraqueza muscular
Falta de energia
Boca seca
TEORIAS DO LUTO-SINAIS E SINTOMAS
COGNIÇÕES COMPORTAMENTOS
Descrença
Confusão
Preocupação
Sensação de presença
Alucinações
Distúrbios do sono
Distúrbios do apetite
Comportamento “aéreo”
Isolamento social
Sonhos com a pessoa morta
Evitação de coisas que lembrem 
a pessoa morta
Passeio a lugares que lembrem 
a pessoa morta, portar objetos 
que pertenciam a ela
Choro
Hiperatividade
TEORIAS DO LUTO- LUTO 
COMPLICADO
❑ Envolve uma tristeza devastadora;
❑ Ideações suicidas;
❑ Pode ter sintomas psicóticos;
❑ Incapacidade de readaptação;
❑ Pensamentos intrusivos e comportamentos evitativos;
TEORIAS DO LUTO- LUTO 
COMPLICADO
Estudos feitos de 2001 a 2012 mostraram os Fatores de
Risco para o luto complicado:
FATORES RELACIONADOS À VIDA AFETIVA NA INFÂNCIA:
✓ Histórico de intensa angústia de separação na infância;
✓ Altamente dependente dos pais;
✓ Negligência paterna;
✓ Pais abusivos e/ou controladores;
✓ Apego inseguro na infância.
Fonte: FRANKLIN (2014)
LUTO COMPLICADO- FATORES DE 
RISCO
FATORES RELACIONADOS A ANTECEDENTES PRÉ-MÓRBIDOS:
✓ Orfandade precoce;
✓ Histórico de transtorno mental;
✓ Isolamento social;
✓ Baixo grau de coesão familiar;
✓ Estressores econômico-financeiros
Fonte: FRANKLIN (2014)
LUTO COMPLICADO- FATORES DE 
RISCO
FATORES RELACIONADOS AO TIPO E CONTEXTO DA MORTE:
✓ Perdas múltiplas, maior risco;
✓ Mortes violentas ou traumáticas, maior risco;
✓ Morte por suicídio;
Fonte: FRANKLIN (2014)
LUTO COMPLICADO- FATORES DE 
RISCO
FATORES RELACIONADOS À RELAÇÃO ENTRE O ENLUTADO E
O FALECIDO:
✓ Perda de parentes próximos;
✓ Perda de um filho;
✓ Cuidador exposto a sobrecarga previamente à morte.
Fonte: FRANKLIN (2014)
TEORIAS DO LUTO- LUTO 
COMPLICADO
UM CASO DE LUTO COMPLICADO
1)Identificação:
Nome: M. R. S.
Idade: 37 anos
Sexo: Feminino
Estado Civil: Casada
Escolaridade: Fundamental Incompleto
Profissão: comerciante
TEORIAS DO LUTO- UM CASO DE 
LUTO COMPLICADO
2)HDA:
Paciente casada há 15 anos, começou a se queixar
de insônia, anedonia, tristeza e choro constantes.
Não conseguia identificar a causa da tristeza.
Procurou o CAPS para fazer o tratamento. Foi
diagnosticada com Transtorno Depressivo Maior.
Medicada pelo médico clínico com Amitriptilina e
Alprazolam. (...)
TEORIAS DO LUTO- UM CASO DE 
LUTO COMPLICADO
2)HDA: Tinha 3 filhos. Um de 16 anos e dois de 5 e 4
anos respectivamente. O filho de 16 anos foi
assassinado num bar. Depois do fato o processo
depressivo da paciente se intensificou. Passou a negar
veementemente a morte do filho. Frequentava o
cemitério todos os dias e dizia que o filho iria voltar a
qualquer momento. Suas atividades da vida diária
ficaram comprometidas. O marido trabalhava
viajando e ela ficava dias sozinha com os filhos
pequenos. (...)
TEORIAS DO LUTO- UM CASO DE 
LUTO COMPLICADO
2)HDA: O filho de 5 anos a encontrou com uma corda
amarrada num armador e no seu pescoço. O
marido por ser o provedor se via numa situação
difícil de precisar trabalhar e cuidar da esposa.
TEORIAS DO LUTO- UM CASO DE 
LUTO COMPLICADO
3)Conduta: Alteração da medicação (acrescentado
risperidona). Visita domiciliar feita pela Assistente
Social. Avaliada necessidade de internação da
paciente. Os atendimentos da psicologia passaram
a ser dois por semana.
4)Prognóstico:
A paciente teve 2 tentativas frustradas de suicídio.
Faltava muitos atendimentos, mesmo após diversas
tentativas de intervenção.
SUICÍDIO E LUTO
o Suicídio morte desnecessária necessidade de
encontrar culpados sensação de que o suicida
abandonou sua família responsabilizar um parente
pelo ato do suicida.
o Sentimentos do enlutado por suicídio:
• Culpa
• Vergonha
• Autopunição
• Raiva
• Medo dos próprio impulsos destrutivos
SUICÍDIO E LUTO
o Impacto do suicídio família escola amigos
trabalho religião afeta a comunidade como um todo.
o Reação dos enlutados:
• Negação;
• Depressão;
• Isolamento;
• Não aceitação daquela ausência;
• Problemas de ajustamento;
• Dificuldade de estabelecer novas relações;
• Sensação de desamparo;
• Queda na produtividade;
• Desenvolvimento de transtornos mentais;
• Aumento do uso de drogas ou álcool;
• Desinvestimento na sua própria vida.
SUICÍDIO E LUTO
❑ Acidente ou suicídio?
❑ “Não vamos falar sobre isso!”
❑ A religião condena o suicídio
❑ A sociedade condena/ evita o assunto.
❑ Quem são os sobreviventes do suicídio?
❑ Alguns autores colocam que os sobreviventes passam
pelo TEPT, pois vivenciam tanto o trauma quando o luto
pela perda.
SUICÍDIO E LUTO
 Exposição a uma morte por suicídio é um evento
traumático para o sobrevivente, principalmente se o
sobrevivente testemunhou o suicídio ou encontrou o
corpo. (PAK, FERREIRA, GHAHRAMANLOU-HOLLOWAY, 2018)
 Estudos com 15.000 indivíduos mostram que a
exposição a esse tipo de trauma levou a
níveis mais elevados de tabagismo e abuso de álcool,
além de limitações ocupacionais devido a problemas
de saúde. (PAK, FERREIRA, GHAHRAMANLOU-HOLLOWAY, 2018)
SUICÍDIO E LUTO
 Análises qualitativas de relatos de indivíduos
enlutados por suicídio mostraram quatro temas
principais:
(1) Sentir-se culpado, envergonhado e julgado;
(2) Sentir-se isolados / rejeitados por amigos e 
comunidade;
(3) Sentindo-se silenciados; 
(4) Sentindo o peso do desconforto alheio.
FONTE: PAK, FERREIRA, GHAHRAMANLOU-HOLLOWAY(2018)
SUICÍDIO E LUTO
Entrevistas com irmãos e pais de adolescentes que
cometeram suicídio mostraram que:
 40% dos irmãos preenchiam critérios para transtornos
mentais. (Depressão maior, TAG, Distimia, Abuso de
Substâncias, Transtorno do Pânico)
 Irmãos mostraram mais sintomas do luto do queamigos
ou conhecidos do falecido.
 Mães de suicidas também tiveram taxas mais altas de
depressão do que mães-controle (42.9% vs. 9.1%)
(BRENT, MORITS, BRIDGE, PERPER & CANNOBIO, 1996a)
SUICÍDIO E LUTO
 Por fim, em geral, os sobreviventes de suicídio também
são mais propensos a desenvolver sintomas de
transtorno de estresse pós-traumático do que outros
indivíduos enlutados. (ZISOOK, CHENTSOVA-DUTTON, & SHUCHTER, 1998).
SUICÍDIO E LUTO
❑ UMA PESQUISA COM SOBREVIVENTES MOSTROU:
Comprometimento em suas atividades diárias (61%);
Tristeza intensa e saudade de um ente querido (84%);
Depressão (75%);
Culpa (73%);
Ansiedade (64%).
SUICÍDIO E LUTO
SOCIALMENTE, SOBREVIVENTES RELATAM TER DIFICULDADE
EM:
➢ Falar sobre o suicídio dentro da família (61%);
➢ Dificuldade em dividir a dor dentro da família (64%).
SUICÍDIO E LUTO
“O suicídio faz com que os amigos e familiares se sintam
assassinados.”
Van Gogh
COPING NO LUTO POR SUICÍDIO
 FATORES QUE MELHORAM OS SINTOMAS DO LUTO:
➢ O tempo decorrido desde o suicídio;
➢ Auto-cuidado;
➢ Apoio social;
➢ Estratégias cognitivas adaptativas após a perda;
➢ Manter um estilo de vida ativo: leitura, escrita, conversando
e interagindo com a família e amigos e atividades ao ar
livre foram relatadas como formas que os indivíduos podem
lidar melhor com a perda devido ao suicídio.
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 “Com o tempo, mesmo aparentando estar bem
emocionalmente, o meu corpo reagia de uma forma
diferente, somatizava, como dizem as psicólogas.
Comecei a ter alergias sem explicações, sono
alterado, queda de cabelo fora do normal, dores no
corpo e azia que apareciam e sumiam. Fora as crises
de enxaqueca, que nem conto, pois possuo há anos e
sei que as frequentes crises são resultados do
processo de luto.”
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 “Um dos sentimentos que mais me atormenta no meu
luto, além da saudade que será eterna, é a culpa...”
 “Se o suicídio é uma forma de comunicação, me culpo
por não ter entendido essa comunicação, se havia
como prevenir, me culpo por não ter evitado e
principalmente ter tentado ajudar e não ter
conseguido.”
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 “Depois da morte da minha filha, pessoas que diziam que
eu podia contar com elas quando precisasse, se afastaram
de mim e eu sem entender busquei na terapia o refúgio e
entendimento, compreendi que o problema não era
comigo e sim com eles, eles não aguentavam ver minha dor
que automaticamente o faziam também sofrer, não
conseguiam se ver em meu lugar, então fugiam de mim,
fugiam de ter que imaginar a minha dor, então ninguém
quer saber da dor do outro, só quer saber da sua e
quando é que irá acabar todo o sofrimento.”
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 A morte muda tudo, agora eu não sou a mesma
pessoa de antes. Outro dia li que a morte é um
buraco e que depois que perdemos alguém
querido, passamos a ser carregadores de
ausências. Sim, passei a viver com um buraco. Não
me tornei uma pessoa amarga, mas passei a ver
o mundo de uma forma diferente, de repente tudo
ficou cinza, não há mais cor, parece que fiquei na
escuridão.
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 “Eu achava que a depressão da Marina estava sendo
controlada e que tudo que fazíamos em prol de sua
recuperação, era só uma questão de tempo, a terapia
e os medicamentos estavam colocando tudo nos eixos
pois ela aparentava estar aderindo ao
tratamento. Mas esqueci que nem tudo dependia de
mim, de meu empenho e de minha fé e sim de outros
fatores e estes eu não podia controlar.”
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 A verdadeira empatia descobri nos grupos de apoio,
onde as pessoas tem o mesmo sentimento que eu. Não
me julgam e não acham que meu choro, o meu
desânimo, a minha impaciência, sejam algo que deva
ser superado rápido, pois o tempo está passando e a
vida continua.
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 “...preciso falar do silêncio que surge quando o assunto suicídio
é mencionado, do medo que as pessoas tem em tocar no tema
de forma séria sem sensacionalismo e principalmente, preciso
falar do silêncio que fica quando falo o nome Marina para
pessoas que ela amava, tocar no nome dela ainda causa dor e
sofrimento para essas pessoas e as mesmas acham que falar
nela me causará dor também.”
 “Mas pelo contrário, eu sofro quando simplesmente fingem
que ela nunca existiu, isso me dói mais que ouvir falar dela,
escutar as histórias que ela viveu, me faz bem, o silêncio é que
machuca, afinal ela se foi, mas as lembranças ficaram e ela foi
muito mais do que a forma como ela partiu e isso faz um
barulho danado dentro de mim.”
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 “Um ano e sete meses e eu ainda nem consegui me
desfazer de seus pertences, o quarto que foi dela
continua praticamente como ela deixou. A janela com o
vidro fechado para a luz do sol e a luz da lua entrar,
em noites de lua cheia ela dizia que a cor do quarto
ficava diferente com o contraste da luz prateada,
confesso que nunca havia reparado nessa sutileza.”
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 Suicídio tem vários fatores, é um processo, mas na
compreensão de leigos, o problema é a geração que é fraca,
culpam além dos pais as escolas, a internet, as redes sociais, a
falta de Deus, de fé, de amor, e não entendem que a maioria
dos suicidas também poderia possuir algum distúrbio mental e
que distúrbio mental é doença.
 Doença mental não é possessão demoníaca, nem obsessão
espiritual. Depressão não é frescura, não escolhe classe social,
nem cor da pele ou religião e disseminar tais informações, só
prejudica mais o processo de recuperação, pois faz com que
muitos não procurem a ajuda adequada.
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 Não generalizando, mas falo do que vivenciei. Minha filha
foi maltratada no serviço médico em que deu entrada com
intoxicação exógena proposital e os maus-tratos
prosseguiram até a UTI de outro hospital, onde ela
faleceu. Eu ouvi piadinhas e insinuações tanto de
enfermeiros quanto de médicos.
 Ao dar entrada no Pronto Socorro, a médica plantonista
não sabia o que fazer, ela ligou para o centro de
toxicologia para saber quais os procedimentos tomar, e a
orientação foi de que deveria deixar a Marina em
observação no soro para metabolizar o medicamento.
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 Do diretor do pronto socorro, ouvi que a Marina deveria
ficar de castigo ajoelhada no milho, para não repetir o
ato e me garantiu que ela estava sendo bem assistida e
ao perguntar sobre a possibilidade dela ser transferida
para outro hospital com mais estrutura, ele dizia que ali
era o melhor lugar para ela. Da chefe de enfermagem,
levei bronca, mencionou que eu fui culpada, pois não
devia ter deixado medicamentos em posse de minha
filha. Fato que não ocorreu.
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 Como profissionais da área de saúde levam para
dentro de seus locais de trabalho os seus valores que
ao invés de ajudar acabam atrapalhando?
 Pois muitos acreditam que depressão não é doença,é
frescura e falta de Deus, eu ouvi isso várias vezes. Se
esses profissionais que trabalham com pessoas em seus
momentos mais frágeis, pensam e agem
assim, imagina quem não tem a menor noção disso.
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
RELATOS DE UMA MÃE ENLUTADA 
POR SUICÍDIO
 Eu não esperava encontrar no pronto socorro e no
hospital especialistas em suicídio, esperava ao menos
que eles fossem mais humanos e menos
preconceituosos. Sei que medicina não é apenas para
curar doenças e sim procurar aliviar o sofrimento, mas
isso eu praticamente não vi nestes lugares por onde
minha filha passou. Vi médicos de narizes empinados,
arrogantes, com olhares duros e com raras exceções
enfermeiros prontos a ajudar e a acolher.
Fonte: https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS
 PROTOCOLO SPIKES
Modelo de comunicação com o paciente em seis passos.
PROTOCOLO SPIKES
S Setting up Preparando-se para o encontro
P Perception Percebendo o paciente
I Invitation Convidando para o diálogo
K Knowledge Transmitindo as informações
E Emotions Expressando emoções
S Strategy and Summary Resumindo e organizando 
estratégias
FONTE: CRUZ & RIERA (2016).
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS-
PROTOCOLO SPIKES
APRESENTA QUATRO OBJETIVOS PRINCIPAIS:
1)Saber o que o paciente e seus familiares estão
entendendo da situação como um todo;
2)Fornecer as informações de acordo com o que o
paciente e sua família suportam ouvir;
3)Acolher qualquer reação que pode vir a acontecer;
4)Ter um plano.
FONTE: CRUZ & RIERA (2016).
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS-
PROTOCOLO SPIKES
 S – Setting Up – Preparando-se para o encontro:
procure um local tranquilo, importante o paciente estar
com um familiar ou acompanhante e de preferência
que possam sentar-se.
 P – Perception – Percebendo o paciente: investigue o
que o paciente já sabe sobre a situação, use perguntas
abertas.
FONTE: CRUZ & RIERA (2016).
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS-
PROTOCOLO SPIKES
❑ I – Invitation – Convidando para o diálogo: o paciente
quer ser totalmente informado ou quer que um familiar
tome as decisões por ele? Esteja disponível para o
paciente.
❑ K – Knowledge – Transmitindo as informações.: use
palavras adequadas ao paciente, pergunte como o
paciente está e se está entendendo.
FONTE: CRUZ & RIERA (2016).
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS-
PROTOCOLO SPIKES
❑ E – Emotions – Expressando emoções: aguarde a
resposta emocional que pode vir (choro, silêncio,
choque, raiva). Mostre empatia.
❑ S – Strategy and Summary – Resumindo e organizando
estratégias: explicar ao paciente o plano ou as
estratégias de acordo com seu caso.
FONTE: CRUZ & RIERA (2016).
INTERVENÇÕES EM CASO DE LUTO DE MORTE 
POR SUICÍDIO:
✓ Trabalhar para que a família
compreenda como não havia
percebido, compreendido ou
valorizado o risco de suicídio.
✓ Identificar e elaborar sentimentos
de raiva e culpa.
✓ Os sobreviventes devem ser
acolhidos e não julgados.
✓ Psicoterapia, individual, familiar ou
em grupo.
Referências
ROSS V, KOLVES K, DE LEO D. Exploring the Support Needs of People Bereaved
by Suicide: A Qualitative Study. Omega (Westport). 2019;:30222819825775.
Disponível em :< https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30760119 >.
BOTEGA, Neury J. Crise suicida: avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed, 2015
Associação Brasileira de Psiquiatria. Suicídio: informando para prevenir. Comissão
de Estudos e Prevenção de Suicídio. – Brasília: CFM/ABP, 2014.
MARTINS, S. A. R & LEÃO, M. F. Análise dos Fatores Envolvidos no Processo de
Luto das Famílias nos Casos de Suicídio. Revista Mineira de Ciências da Saúde.
Patos de Minas: UNIPAM, 2, 123-135.
KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer: o que os doentes terminais tem para
ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e as seus próprios parentes. São Paulo:
Martins Fontes, (1998).
BOWLBY, J. Apego e perda:perda: tristeza e depressão. São Paulo: Martins Fontes.
1985.
Pak K, Ferreira KE, Ghahramanlou-holloway M. Suicide Postvention for the United States Military:
Literature Review, Conceptual Model, and Recommendations. Arch Suicide Res. 2018;:1-24.
Referências
Brent, D. A., Moritz, G., Bridge, J., Perper, J., & Canobbio, R. (1996a). The impact of
adolescent suicide on siblings and parents: A longitudinal follow‐up. Suicide
and Life-Threatening Behavior, 26(3), 253–259.
doi:10.1521/suli.2009.39.2.13 Zisook, S., Chentsova-Dutton, Y., & Shuchter, S. (1998).
PTSD following bereavement. Annals of Clinical Psychiatry,
10(4), 157–163. doi:10.3109/10401239809147032
https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/
FRANKLIN. S. S.(Org.). Tratado brasileiro sobre perdas e luto. São Paulo:
Atheneu Editora, 2014.
CRUZ, Carolina de O., RIERA, Rachel. Comunicando más notícias: O protocolo
spikes. Universidade Federal de São Paulo: 2016. Acesso em: 12/05/2019.
Disponível em: <http://docs.bvsalud.org/biblioref/2016/08/1365/rdt_v21n3_106-
108.pdf>
https://nomoblidis.com.br/algumas-constatacoes-sobre-o-luto-por-suicidio/

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