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Física – Prof. Augusto Melo DATA: NOME: Vetores e Cinemática Vetorial Parte I – Vetores Introdução: Imagine-se de pé em um ponto da sala e obedecendo ao seguinte comando: dê 3 passos a partir do local em que se encontra; posteriormente, dê mais 4 passos e, por último, mova- se mais 5 passos. Após efetuar esses movimentos, é possível responder a quantos passos você estaria da posição inicial? 12 passos? 2 passos? No mesmo local em que iniciou a caminhada? As opções anteriores são apenas três de inúmeras possíveis respostas para essa situação. Uma resposta seguramente correta só pode ser dada com o conhecimento de uma informação fundamental: para onde foram dados os passos? Algumas grandezas físicas, como o deslocamento, somente ficam bem definidas se indicarmos além de seu valor numérico, seguido de sua unidade, sua direção e seu sentido. Se tais indicações não são feitas, a informação é incompleta e, portanto, incorreta. Este módulo introduzirá uma ferramenta fundamental – o vetor – para o estudo de grandezas físicas que, para ficarem completamente definidas, necessitam que sejam especificados seu módulo (valor numérico com unidade de medida), sua direção e seu sentido. Algumas dessas grandezas físicas você já conhece, como a velocidade, o deslocamento, a aceleração e a força. Grandezas Físicas – Denominamos de grandeza tudo aquilo que nos passa uma ideia de quantidade. Exemplos: Tempo, distância, altura, força, velocidade, etc. Classificação das grandezas físicas Grandeza escalar: Necessita apenas de um valor numérico e de sua unidade para ficar totalmente determinada. Exemplos: Tempo: Pela manhã, às 9 h inicia-se a 3ª aula. Massa: 1 kg de açúcar. Grandeza vetorial: Necessita além do valor numérico e da unidade (MÓDULO), de uma DIREÇÃO (reta suporte) e de um SENTIDO (para onde?) para ficar totalmente determinada. Exemplo: Na imagem abaixo, o automóvel desloca-se com velocidade de 60 km/h. Acontece que na imagem temos dois automóveis. De qual deles estamos falando? Somente dizer que a velocidade é de 60 km/h não é o bastante. Precisamos dizer para onde (qual o sentido do movimento) o veículo está se movendo. Se dissermos que o veículo está se movendo com velocidade de 60 km/h, com sentido de A para B, então estamos falando do carro 1, porém se dissermos que o sentido é de B para A, então trata-se do carro 2. Sempre que precisamos saber o PARA ONDE a grandeza está orientada, então temos uma grandeza do tipo vetorial. Caso a pergunta “para onde?” não fizer o menor sentido, então temos uma grandeza escalar. Para representarmos as grandezas vetoriais, iremos usar conceito de vetor. Vetor Um vetor é um ente matemático que representa todos os segmentos orientados com a mesma direção, mesmo sentido e mesmo módulo, ou seja, o vetor é representado por uma seta. Geometricamente, o tamanho do segmento representa o módulo do vetor. A figura acima ilustra o vetor AB que tem direção horizontal, sentido da esquerda para a direita e módulo dado pelo comprimento AB . O vetor AB também pode ser designado por uma única letra minúscula d . Cuidado! Todo vetor é representado por uma seta (segmento de reta orientado), mas nem toda seta representa um vetor. Um vetor �⃗� é representado pelo seguimento de reta orientado 𝐴𝐵̅̅ ̅̅ onde A é a origem do vetor e B é a extremidade do vetor. Formas de representação de um vetor As setas indicativas da grandeza vetorial colocadas em cima do nome do vetor (letra), são sempre na direção horizontal e com sentido para a direita, independente do sentido ou direção na qual o vetor está posicionado. Vetor oposto e vetor igual O vetor oposto possui mesmo módulo, mesma direção e sentido oposto ao vetor de origem. 2 Vetores e Cinemática Vetorial Na representação vetorial, o sinal negativo indica o sentido oposto para o vetor. Importante! Sentido: para onde aponta. • Para cima; • Para baixo; • Para a esquerda; • Para a direita. Direção: reta suporte. • Horizontal; • Vertical; • Oblíqua. Representação do vetor nulo Observação: Representação errada do vetor nulo: Caso coloque a seta indicativa do vetor, coloque as barras de módulo no nome (letra) do vetor. Operações com vetores • Adição – método do polígono Polígono aberto A resultante é obtida quando fechamos o polígono. Para diferenciar a resultante dos demais vetores componentes da soma, esta deve ser posicionada “invertida” em relação aos demais vetores, ou seja, a resultante é o único vetor que fica organizado origem com origem e extremidade com extremidade. Todos os demais componentes são organizados com a extremidade encaixando na origem. A ordem com que os vetores são posicionados não altera a resultante. Note que embora a forma do polígono fique diferente, a resultante (�⃗� ) ficou igual em todos os casos, comprovando que a ordem na qual os vetores são posicionados, não altera o valor da mesma. A regra do polígono pode ser utilizada na adição de qualquer número de vetores, para a sua aplicação, devemos colocar os vetores de modo que: 1) A origem do segundo vetor coincida com a extremidade do primeiro; 2) A origem do terceiro vetor coincida com a extremidade do segundo e, assim, sucessivamente. 3) O vetor soma é determinado ligando-se a origem do primeiro à extremidade do último vetor traçado. Polígono fechado Quando o polígono fica fechado (todos os vetores encaixados com a extremidade de um coincidindo com a origem do outro), a resultante é nula. • Adição – método do paralelogramo Atenção! A regra do paralelogramo não é a Lei dos cossenos, pois tem sinal diferente desta. 0V = a b c+ = 0a b c+ + = 2 2 2 1 2 1 22 cosRF F F F F = + + 3 Vetores e Cinemática Vetorial • Adição de vetores – Lei dos cossenos Por isso na regra do paralelogramo o sinal é positivo e na lei dos cossenos o sinal é negativo. Casos particulares de adição de vetores 1. Vetores paralelos e de mesmo sentido (𝜃 = 00). 2. Vetores paralelos e de sentidos opostos (θ = 1800). 3. Vetores ortogonais (θ = 900). Resumo Valores máximos e mínimos de adição de vetores S a b= + S a b= − Valor máximo Valor mínimo Subtração de vetores O vetor diferença entre a e b ( d a b= − ) pode ser obtido pela soma do vetor a com o oposto de b : ( )d a b d a b= − = + − . O oposto do vetor b , ou seja, o vetor b− , tem o mesmo módulo e mesma direção de b , porém sentido contrário. A subtração vetorial pode ser feita pela adição do vetor oposto do subtraendo ou pelo segmento orientado ligando as extremidades dos vetores Lei dos senos Decomposição de vetores 1 2RF F F= − ( )1 2RF F F= + − 4 Vetores e Cinemática Vetorial Versores Os vetores de bases, chamados de versores, são unitários. Usaremos o versor î para a direção horizontal e o versor ĵ para a direção vertical, sendo ˆ ˆ 1i j= = . Multiplicação de um número real por um vetor O produto de um número real n , não nulo, por um vetor A é um vetor B tal que: • Módulo: B n A= • Direção: A mesma de A • Sentido: O mesmo de A se n for positivo e oposto ao de A se n for negativo. Exercícios 01. (Cesgranrio-RJ) Na figura abaixo estão representados os vetores a , b e c e os versores i e j . Assinale a sentença errada: a) 2b j= b) 3a i= c) ( )2c i j= + d) c a b= + e) 2 2c = 02. Considere um relógio com mostrador circular de 10 cm de raio e cujo ponteiro dos minutos tem comprimento igual ao raio do mostrador. Considere esse ponteiro como um vetor de origem no centro do relógio e direção variável.O módulo da soma dos três vetores determinados pela posição desse ponteiro quando o relógio marca exatamente 12 horas, 12 h e 20 minutos e, por fim, 12 horas e 40 minutos é, em cm, igual a: a) 30 b) 10 (1 + √3) c) 20 d) zero 03. Com seis vetores de módulos iguais a 8 u, construiu-se o hexágono regular a seguir. O módulo do vetor resultante desses 6 vetores é: a) 40 u b) 32 u c) 24 u d) 16 u e) zero 04. Na figura abaixo, onde o reticulado forma quadrados de lados L = 0,5 cm, estão desenhados 10 vetores contidos no plano XY. O módulo da soma de todos esses vetores é, em centímetros: a) 0,0 b) 0,5 c) 1,0 d) 1,5 e) 2,0 05. (UFTMA) A figura apresenta uma “árvore vetorial” cuja resultante da soma de todos os vetores representados tem módulo, em cm, igual a: 5 Vetores e Cinemática Vetorial a) 8 b) 26 c) 34 d) 40 e) 52 06. (UEPG – PR) Quando dizemos que a velocidade de uma bola é de 20 m/s, horizontal e para a direita, estamos definindo a velocidade como uma grandeza: a) Escalar b) Algébrica c) Linear d) Vetorial e) n.d.a. 07. As forças F1 , F2 e F3 , cujas intensidades são, respectivamente, 2,0 N, 6,0 N e 3,0 N, têm direções coincidentes com as arestas de um bloco retangular, conforme esquema abaixo. A intensidade da resultante dessas três forças vale, em newtons, a) 3,7 b) 5,5 c) 7,0 d) 9,3 e) 11 08. (Fatec-SP) No gráfico anexo estão representados três vetores a , b e c . Os vetores î e ĵ são unitários. Analise as expressões: (I) ˆ ˆ2 3a i j= + (II) ˆ2b j= (III) ˆ1b c i+ = + Podemos afirmar que: a) são corretas apenas a (I) e a (II). b) são corretas apenas a (II) e a (III). c) são corretas apenas a (I) e a (III). d) são todas corretas. e) há apenas uma correta. 09. (UECE) Considere as 10 forças representadas pelos vetores na figura. Marque a opção que melhor representa a resultante dessas dez forças. a) b) c) d) 10. (UEPG) Sobre os movimentos e suas características, assinale o que for correto. 01. O vetor velocidade de uma partícula que executa um movimento circular uniforme tem intensidade constante. 02. O estado de movimento de um móvel depende do referencial adotado. 04. Uma partícula movimentando-se com aceleração constante pode, em um dado instante, apresentar velocidade nula. 08. Uma roda deslizando sobre um plano inclinado executa um movimento rotacional. 11. (FATEC) Duas forças têm intensidades F1 = 10 N e F2 = 15 N. O módulo da resultante da soma vetorial desses dois vetores não pode ser a) 4N b) 10N c) 15N d) 20N e) 25N 12. (UFAL) A localização de um lago, em relação a uma caverna pré-histórica, exigia que se caminhasse 200 m numa certa direção e, a seguir, 480 m numa direção perpendicular à primeira. A distância, em linha reta, da caverna ao lago era, em metros, de a) 680 b) 600 c) 540 d) 520 e) 500 13. (UFAL) Uma partícula está sob ação das forças coplanares, conforme o esquema seguinte. A resultante delas é uma força, de intensidade, em N, igual a a) 110 b) 70 c) 60 d) 50 e) 30 6 Vetores e Cinemática Vetorial 14. Um corpo Q está sob a ação simultânea de três forças: duas de mesmo módulo F e outra de módulo P. Sendo sen 37° = 0,60 e cos 37° = 0,80, assinale a resposta que apresenta a relação na qual a soma vetorial das três forças dadas apresenta uma resultante vertical para cima. a) 2 · F · sen 37° = P b) F · sen 37° = P c) 2 · F · cos 37° < P d) 2 · F · cos 37° > P e) F · cos 37° = P 15. O módulo do vetor soma dos cinco vetores dados na figura a seguir vale, em cm, a) 5 b) 7 c) 8 d) 10 e) ZERO 16. Na correção ortodôntica de uma arcada dentária, foi passado, num dos dentes caninos, um elástico. As extremidades desse elástico foram amarradas a dois molares, um de cada lada da arcada, conforme a figura abaixo. A tensão no elástico é de 10,0 N e o ângulo formado pelas duas partes do elástico é de 90°. Nas figuras 1 e 2 estão representadas duas possibilidades para a direção e o sentido da força resultante FR, que está atuando sobre o referido dente canino. Assinale a opção na qual se indica, corretamente, a figura que representa FR e o valor de sua intensidade. a) Figura 1 e 14,1 N b) Figura 2 e 14,1 N c) Figura 1 e 10,0 N d) Figura 2 e 10,0 N e) Figura 1 e 20 N 17. Dois vetores, M e N são tais que |M| = |N| = M. O vetor M é fixo e o vetor N pode girar em torno do ponto O (veja a figura) no plano formado por M e N. Sendo R = M + N, indique, entre os gráficos abaixo, aquele que pode representar a variação |R| como função do ângulo 𝜃 entre M e N. 18. A figura seguinte representa um paralelepípedo regular de faces paralelas. Determine o módulo da soma dos vetores A e .B a) 10 cm b) 12 cm c) √144 cm d) 22 cm 19. A figura mostra 5 forças representadas por vetores de origem comum, dirigindo-se aos vértices de um hexágono regular. Sendo 10 N o módulo da força ,CF a intensidade da resultante dessas 5 forças é: a) 50 N b) 45 N c) 40 N d) 35 N e) 30 N 20. Uma partícula sofre quatro deslocamentos sucessivos 1,d 2 ,d 3d e 4 ,d representados na figura a seguir. 7 Vetores e Cinemática Vetorial O deslocamento resultante d da partícula está descrito corretamente em a) ˆ ˆ4 2d i j= − + b) ˆ ˆ2 4d i j= − + c) ˆ ˆ2 4d i j= + d) ˆ ˆ4 2d i j= + e) ˆ ˆ4 4d i j= + GABARITO 01 02 03 04 05 D D B E D 06 07 08 09 10 D C D B 07 11 12 13 14 15 A D D D A 16 17 18 19 20 A B C E D Parte II – Cinemática Vetorial Introdução: Em Cinemática vetorial, velocidade, aceleração e deslocamento são caracterizados como grandezas vetoriais. Essas grandezas podem ser representadas por vetores, tendo, portanto, módulo, direção e sentido. Vetor deslocamento Os conceitos de distância percorrida e de deslocamento são diferentes. Por exemplo, ao realizarmos uma volta completa ao mundo, tendo como ponto de partida e de chegada a mesma posição, nosso deslocamento será nulo, em contrapartida à distância percorrida, que não será nula. Denominamos de deslocamento vetorial S o vetor cuja origem coincide com o ponto de partida do movimento de um corpo, e cuja extremidade coincide com o ponto de chegada do movimento desse. Considere um carro viajando de uma cidade A para outra cidade B, como representado na figura a seguir, em que S representa o deslocamento vetorial e d representa a distância percorrida. Observe que, nessa situação, o módulo do vetor deslocamento S é menor que a distância percorrida. Isso evidencia um fato importante: o módulo do deslocamento vetorial nem sempre coincide com o valor da distância percorrida d. Esses só serão coincidentes quando a trajetória for retilínea. Nas placas indicativas existentes em rodovias, o motorista obtém informações sobre direção e sentido a serem seguidos para chegar a um de- terminado destino. Essas informações se referem às grandezas vetoriais deslocamento e velocidade do veículo. Vetor velocidade A imagem seguinte mostra um esmeril lançando fagulhas metálicas que se encontram a altas temperaturas. Essas fagulhas são pedacinhos incandescentes que se desprendem tanto do 8 Vetores e Cinemática Vetorial metal lixado quanto do esmeril. Observe que o esmeril está girando, e a trajetória das fagulhas é tangente à trajetória dos pontos do esmeril, que estão em contato com o metal. Uma fagulha que se solta do esmeril no ponto P apresenta um vetor velocidade com as seguintes características: • Módulo: igual ao módulo da velocidade escalar instantânea no ponto P. • Direção: tangente à trajetória no ponto P. • Sentido: o mesmo sentido do movimento no ponto P. Tendo em vista as características anteriores, conclui-se um importante fato: o vetor velocidade de um corpoem movimento apresenta sempre as seguintes características: coincide com o módulo da velocidade escalar instantânea. tangente à trajetória. o mesmo do movimento. Intensidade v Direção Sentido = = = Velocidade vetorial média É definida como o quociente do deslocamento vetorial ( )S pelo respectivo intervalo de tempo ∆t. m S V t = Como ∆t é um escalar positivo, a velocidade vetorial média tem sempre a mesma direção e o mesmo sentido que o deslocamento vetorial (ambos são secantes à trajetória). Mudança de referencial Situações envolvendo mudanças de referencial, de uma forma geral, podem ser descritas da seguinte maneira: Considere um sistema de referência R1 e outro sistema de referência R2, que se move com velocidade v’ em relação a R1, e um corpo qualquer, que se desloca com velocidade v’’ em relação ao referencial R2. Qual será a velocidade v do corpo em relação a um observador que se encontra em R1? Na figura acima, o solo representa o referencial R1, o ônibus representa o referencial R2, e a pessoa dentro do ônibus é o corpo que se move em relação ao ônibus. A velocidade da pessoa em relação ao solo, ,V pode ser obtida por meio da soma vetorial do vetor velocidade da pessoa em relação ao ônibus, ’’,V com o vetor velocidade do ônibus em relação ao solo, ’.V Como esses dois vetores velocidade estão na mesma direção e no mesmo sentido, o módulo dessa soma vetorial é igual à soma dos módulos dos vetores, ou seja: '' 'V V V= + '' 'V V V= + Composição de movimentos Existem várias situações cotidianas nas quais um objeto possui uma velocidade resultante, que é a soma vetorial de duas velocidades componentes, como um barco se movendo em um rio, uma pessoa se movendo no interior de um ônibus em movimento, uma pessoa caminhando em uma escada rolante, etc. Vejamos um exemplo de um barco atravessando um rio. Como as velocidades bV e cV são perpendiculares entre si, o efeito da correnteza é unicamente deslocar (arrastar) o barco rio abaixo, não afetando o movimento na direção perpendicular à correnteza. De forma análoga, a velocidade de propulsão do barco não modifica o movimento deste rio abaixo (direção da correnteza). De acordo com o princípio da independência dos movimentos simultâneos (Galileu) “Quando um corpo apresenta um movimento composto, cada um deles se realiza como se os demais não existissem, e no mesmo intervalo de tempo”. Imagine que uma nadadora esteja descendo um rio sob a ação exclusiva da correnteza, arrastada pela água com velocidade constante, medida em relação às margens. Suponha que sua posição seja equidistante (distância D) de duas boias iguais, B1 e B2, que também descem o rio sob a ação exclusiva da água. Veja a ilustração. 9 Vetores e Cinemática Vetorial Ela resolve, então, agarrar uma das boias e, para isso, coloca-se a nadar em linha reta rumo a uma delas com velocidade constante de intensidade Vrel, medida em relação à água. Qual das duas boias a nadadora conseguiria atingir no menor intervalo de tempo, B1 ou B2? Se você optou por B1 ou por B2, você errou, já que qualquer uma das boias poderia ser alcançada em um mesmo intervalo de tempo de duração T. A explicação para esse fato é a seguinte: como a água afeta igualmente o movimento da nadadora e o das boias, impondo aos três a velocidade própria da correnteza (Varr), podemos raciocinar como se esse arrastamento não existisse. Logo, tudo se passa como se a água e as boias estivessem em repouso e só a nadadora se movimentasse! Isso significa que as duas boias poderiam ser alcançadas em intervalos de tempo de igual duração, já que a nadadora se desloca em movimento uniforme a partir de uma posição equidistante de ambas. Casos particulares 1. O braco navega a favor da correnteza resultante barco águaV V V= + 2. O barco navega contra a correnteza. resultante barco água V V V= − 3. O barco é dirigido perpendicularmente à correteza. 2 2 2 resultante barco águaV V V= + Aceleração vetorial Considere uma partícula que, percorrendo uma trajetória como a esquematizada na figura abaixo, passa pela posição P1 no instante t1 com velocidade vetorial 1V e pela posição P2 no instante t2 com velocidade vetorial 2.V De P1 para P2, a partícula experimenta uma variação de velocidade vetorial dada por: 2 1V V V = − A aceleração vetorial média da partícula no intervalo de t1 a t2 é definida por: m V a t = Como ∆t é um escalar positivo, a aceleração vetorial média tem sempre a mesma direção e o mesmo sentido que a variação da velocidade vetorial. Componentes da aceleração no movimento circular Um movimento curvilíneo consiste na trajetória que descreve uma linha curva. A trajetória dos movimentos curvilíneos pode ser: circular, por exemplo um ponto de um CD descreve uma circunferência; parabólica, por exemplo a bala disparada por um canhão descreve uma trajetória parabólica; elíptica, por exemplo os planetas do Sistema Solar descrevem elipses em volta do Sol. Numa trajetória curvilínea, o vetor velocidade possui direção tangente à trajetória em cada ponto e o sentido é o do movimento. No caso em que o raio de curvatura R é constante e o centro de curvatura permanece fixo, a trajetória é uma circunferência e o movimento é circular, como no caso ilustrado na figura abaixo. 2 2 2 t ca a a= + 10 Vetores e Cinemática Vetorial Aceleração centrípeta Em física, aceleração centrípeta, também chamada de aceleração normal ou radial, é a aceleração originada pela variação da direção do vetor velocidade de um móvel, característico de movimentos curvilíneos ou circulares. Ela é perpendicular à velocidade e aponta para o centro da curvatura da trajetória. Sempre que um corpo se movimenta em uma trajetória não retilínea, age sobre ele uma aceleração centrípeta. Centrípeta significa literalmente: o que se dirige para o centro. Aceleração tangencial A aceleração tangencial está relacionada com as variações de intensidade da velocidade vetorial e possui sempre à mesma direção da velocidade. • Se possuir o mesmo sentido da velocidade, é classificado de acordo com a cinemática em acelerado. Representação esquemática do movimento acelerado. • Se possuir o sentido oposto à velocidade, o movimento é classificado de acordo com a cinemática em retardado. Representação esquemática do movimento retardado. Exercícios 21. (UFJF) Um homem parado numa escada rolante leva 10 s para descê-la em sua totalidade. O mesmo homem leva 15 s para subir toda a escada rolante de volta, caminhando contra o movimento dela. Quanto tempo o homem levará para descer a mesma escada rolante, caminhando com a mesma velocidade com que subiu? a) 5,00 s b) 3,75 s c) 10,00 s d) 15,00 s e) 7,50 s 22. (UFMG) Um menino flutua em uma boia que está se movimentando, levada pela correnteza de um rio. Uma outra boia, que flutua no mesmo rio a uma certa distância do menino, também está descendo com a correnteza. A posição das duas boias e o sentido da correnteza estão indicados nesta figura. Considere que a velocidade da correnteza é a mesma em todos os pontos do rio. Nesse caso, para alcançar a segunda boia, o menino deve nadar na direção indicada pela linha a) K b) L c) M d) N 23. (UFJF-MG) Um barco percorre a largura de um rio AB igual a 2 km, em meia hora. Sendo a velocidade da correnteza igual a 3 km/h, temos para a velocidade do barco em relação à correnteza: a) 5 km/h b) 1,5 km/h c) 10 km/h d) 50 km/h e) n.r.a. 24. (PUC) Um avião em voo horizontal voa a favor do vento com velocidade de 180 km/h em relação ao solo. Na volta, ao voar contra o vento, o avião voa com velocidade de 150 km/h em relação ao solo. Sabendo-seque o vento e o módulo da velocidade do avião (em relação ao ar) permanecem constantes, o módulo da velocidade do avião e do vento durante o voo são, respectivamente, a) 165 km/h e 15 km/h. b) 160 km/h e 20 km/h. c) 155 km/h e 25 km/h. d) 150 km/h e 30 km/h. e) 145 km/h e 35 km/h. 25. Considere uma partícula que percorre um quarto de circunferência de 2,0 m de raio em 10 s. Adotando √2 = 1,4 e π = 3,0, determine: a) o módulo da velocidade escalar média da partícula; b) a intensidade da sua velocidade vetorial média. 26. Um escoteiro, ao fazer um exercício de marcha com seu pelotão, parte de um ponto P e sofre a seguinte sequência de deslocamentos: V a t = 11 Vetores e Cinemática Vetorial I. 800 m para o Norte; II. 300 m para o Oeste; III. 400 m para o Sul. Sabendo que a duração da marcha é de 8 min 20 s e que o escoteiro atinge um ponto Q, determine: a) o módulo do seu deslocamento vetorial de P a Q; b) o módulo da velocidade vetorial média e da velocidade escalar média de P a Q. (Dê sua resposta em m/s.) 27. Uma embarcação carregada com suprimentos zarpa de um porto O na costa às 7 h para fazer entregas em três pequenas ilhas, A, B e C, posicionadas conforme representa o esquema. A embarcação atraca na ilha C às 13 h do mesmo dia. Calcule para o percurso total de O até C: a) a velocidade escalar média; b) a velocidade vetorial média. 28. (UERJ–2010) Dois automóveis, M e N, inicialmente a 50 km de distância um do outro, deslocam-se com velocidades constantes na mesma direção e em sentidos opostos. O valor da velocidade de M, em relação a um ponto fixo da estrada, é igual a 60 km/h. Após 30 minutos, os automóveis cruzam uma mesma linha da estrada. Em relação a um ponto fixo da estrada, a velocidade de N tem o seguinte valor, em quilômetros por hora: a) 40 km/h b) 50 km/h c) 60 km/h d) 70 km/h 29. (UCSal-BA) Entre as cidades A e B, existem sempre correntes de ar que vão de A a B com velocidade de 50 km/h. Um avião, voando em linha reta, com velocidade de 150 km/h em relação ao ar, demora 4 horas para ir de B até A. Qual é a distância entre as duas cidades? a) 200 km b) 400 km c) 600 km d) 800 km e) 100 km 30. A utilização dos rios como via de transporte / navegação sempre foi presente na história da humanidade. No Brasil, o transporte fluvial é muito utilizado na região Norte devido ao elevado número de rios e devido à escassez de rodovias. Uma característica positiva desse meio de transporte é o baixo custo e o baixo impacto ambiental. Um dos principais problemas desse tipo de transporte está ligado à irregularidade da superfície (topografia), que deve ser plana, além de levar em conta aspectos de caráter natural, como os períodos de cheias e de vazantes dos rios, ambas relacionadas ao volume de água que sofrem variações e que interferem na navegação. Assim como as estradas, os rios apresentam suas regras de tráfego para os barcos. Barcos que descem o rio o fazem movimentando-se sempre no meio do rio, enquanto que os barcos que sobem o rio o fazem trafegando sempre próximo às margens. A característica dos rios que melhor explica as regras do tráfego descritas é a) a diferença do nível de água do rio entre o período de cheias e o período de seca. b) a menor velocidade da água do rio próximo à margem em comparação à posição central. c) o desgaste desigual das margens direita e esquerda dos rios devido à rotação da Terra. d) o desnível das diferentes partes do rio no seu curso superior, intermediário e inferior. e) o fato de os rios apresentarem maior profundidade do seu leito na parte central que nas margens. 31. Um ciclista percorre a metade de uma pista circular de 60 m de raio em 15 s. Adotando π = 3,0, calcule para esse ciclista: a) o módulo da velocidade escalar média; b) a intensidade da velocidade vetorial média. 32. Um rio de margens retilíneas e largura constante igual a 5,0 km tem águas que correm paralelamente às margens, com velocidade de intensidade 30 km/h. Um barco, cujo motor lhe imprime velocidade de intensidade sempre igual a 50 km/h em relação às águas, faz a travessia do rio. a) Qual o mínimo intervalo de tempo possível para que o barco atravesse o rio? b) Na condição de atravessar o rio no intervalo de tempo mínimo, que distância o barco percorre paralelamente às margens? c) Qual o intervalo de tempo necessário para que o barco atravesse o rio percorrendo a menor distância possível? 33. Um barco provido de um motor que lhe imprime velocidade de 40 km/h em relação às águas é posto a navegar em um rio de margens paralelas e largura igual a 10 km, cujas águas correm com velocidade de 30 km/h em relação às margens. a) Qual o menor intervalo de tempo para que o barco atravesse o rio? Esse intervalo de tempo depende da velocidade da correnteza? b) Supondo que o barco atravesse o rio no menor intervalo de tempo possível, qual a distância percorrida por ele em relação às margens? 34. (Vunesp-SP) Sob a ação de um vento horizontal com velocidade de intensidade v = 15 m/s, gotas de chuva caem formando um ângulo de 30° em relação à vertical. A velocidade de um vento horizontal capaz de fazer com que essas mesmas gotas de chuva caiam formando um ângulo de 60° em relação à vertical deve ter intensidade, em m/s, igual a: a) 45 b) 30 c) 20 d) 15 e) 10 35. Uma balsa percorre o Rio Cuiabá de Porto Cercado a Porto Jofre (Pantanal mato-grossense), gastando 9,0 h na descida e 18 h na subida. O motor da balsa funciona sempre em regime de potência máxima, tal que a velocidade da embarcação em relação às águas pode ser considerada constante. Admitindo que a velocidade das águas também seja constante, responda: quanto tempo uma rolha, lançada 12 Vetores e Cinemática Vetorial na água em Porto Cercado e movida sob a ação exclusiva da correnteza, gastará para chegar até Porto Jofre? 36. Uma peça decorativa fabricada em alumínio maciço é constituída de uma lâmina retangular e uma esfera com peso de intensidade P fixada à lâmina. Admita que uma pessoa vá inclinando uma das extremidades dessa peça, como representa a figura, de modo que a outra extremidade em contato com a superfície horizontal de apoio permaneça fixa, sem deslizar. Estude como variam as intensidades das componentes tangencial e (Pt) e normal (Pn) do peso da esfera, respectivamente, nas direções tangencial (t) e normal (n) à lâmina, em função do ângulo 𝜃 formado entre a lâmina e a superfície de apoio. 37. Dois aviões de combate, A e B, em movimento em um mesmo plano vertical, apresentam-se em determinado instante, conforme ilustra a figura, com velocidades vetoriais AV e BV de intensidades iguais a 1000 km/h. Adotando 2 1,41,= determine as características da velocidade vetorial ( )RV do avião B em relação ao avião A no instante considerado. 38. Um barco motorizado desce um rio deslocando-se de um porto A até um porto B, distante 36 km, em 0,90 h. Em seguida, esse mesmo barco sobe o rio deslocando-se do porto B até o porto A em 1,2 h. Sendo VB a intensidade da velocidade do barco em relação às águas e VC a intensidade da velocidade das águas em relação às margens, calcule VB e VC. 39. Um rio de margens retilíneas e largura constante igual a 5,0 km tem águas que correm paralelamente às margens, com velocidade de intensidade 30 km/h. Um barco, cujo motor lhe imprime velocidade de intensidade sempre igual a 50 km/h em relação às águas, faz a travessia do rio. a) Qual é o mínimo intervalo de tempo possível para que o barco atravesse o rio? b) Para atravessar o rio no intervalo de tempo mínimo, que distância o barco percorre paralelamente às margens? c) Qual é o intervalo de tempo necessário para que o barco atravesse o rio percorrendo a menor distância possível? 40. Um disco rola sobre uma superfície plana, sem deslizar. Avelocidade do centro O é 0.V Em relação ao plano de rolagem, responda: a) qual é a velocidade BV do ponto B? b) qual é a velocidade AV do ponto A? GABARITO 21 22 23 24 25 B A A A a)0,28m/s b)0,30 /s 26 27 28 29 30 a) 1 m/s e 3 m/s b)500 m a) 4,5 km/h b) 2,5 km/h A B A 31 32 33 34 35 a) 12 m/s b) 8 m/s a) 6 min b) 3 km c) 7,5 min a) 15 min; independe; b) 12,5 km A 36h 36 37 38 39 40 Pt=Psen 𝜃 Pn=Pcos 𝜃 Vertical, dirigida para cima e de intensidade 1410 km/h VB=35km/h VC=5 km/h a)6,0min; b)3,0km; c)7,5min. a) 0 b) 2V0
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