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Anatomia, Fisiologia e histologia do aparelho auditivo

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VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
Anatomia, Fisiologia e histologia do aparelho 
auditivo 
Referências: Junqueira, 12ª ed. Cap 23, Anatomia Moore 7 edição pag1159 a 1173; Tratado de Fisiologia 
Médica Guyton, 12 ed, cap 52. 
HISTOLOGIA DO APARELHO AUDITIVO 
• O órgão vestibulococlear possui funções relacionadas com o equilíbrio do corpo e com a audição. 
• Formado por 3 partes: 
o Ouvido externo- as ondas sonoras. 
o Ouvido médio- onde as ondas sonoras são transformadas em vibrações mecânicas. 
o Ouvido interno- onde as vibrações mecânicas estimulam os receptores e sofrem transdução para 
impulsos nervosos que vão alcançar o sistema nervoso central, via nervo acústico. Possui também 
estruturas relacionadas com o equilíbrio. 
 
1. Ouvido Externo: pavilhão da orelha + meato acústico externo + membrana do tímpano. 
• O Pavilhão da Orelha tem forma irregular e ajuda na captação do som. É formado por uma placa de 
cartilagem elástica coberta por uma fina camada de pele (ep. Pav. Estratificado queratinizado) dos dois 
lados com glândulas sebáceas e sudoríparas. 
• O Meato Acústico Externo é um canal achatado de paredes rígidas que o mantém aberto. Possui 
cartilagem elástica no seu terço externo enquanto o osso temporal forma o arcabouço dos 2/3 
internos. É revestido internamente por pele rica em glândulas sudoríparas sebáceas e ceruminosas (gls 
modificadas tubulosas enoveladas), que produzem juntas uma substância pastosa marrom chamada 
Cerume, e pelos que ajudam na proteção. 
• A membrana do tímpano transmite as ondas sonoras para os ossículos do ouvido; é recoberta 
externamente por uma delgada camada de pele e uma camada interna por epitélio cúbico simples, 
entre as quais estão outras duas camadas de fibras colágenas e fibroblastos (radiais na parte externa e 
circulares na parte interna). Há também fibras elásticas. O quadrante anterossuperior dessa 
membrana recebe o nome de Membrana de Shrapnell, pois é uma parte flácida e sem fibras. 
2. Ouvido médio: 
• Anteriormente, se comunica com a tuba auditiva (de Eustáquio) e, posteriormente, com as cavidades 
do processo mastoide. 
• Revestido por Epitélio Simples Pavimentoso com lâmina própria aderida ao periósteo. Próximo do 
orifício da tuba auditiva, há Epitélio Prismático Ciliado que sofre transição para Epitélio 
Pseudoestratificado Ciliado a medida que se aproxima da faringe. 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
• A tuba auditiva encontra-se geralmente fechada, mas se abre durante a deglutição para equilibras a 
pressão no ouvido médio. 
• Na parede medial, há as Janelas Oval e Redonda (regiões sem osso recobertas apenas por membrana 
conjuntivoepitelial), sendo que a janela oval é unida à membrana do tímpano pelos ossículos Martelo, 
Bigorna, Estribo (transmitem as vibrações mecânicas para o ouvido interno e são revestidos por 
Epitélio Pavimentoso Simples). 
• Possui também 2 pequenos músculos estriados esqueléticos: Músculo Tensor do Tímpano e Músculo 
Tensor do Estribo, que se inserem no martelo e no estribo e participam da regulação da condução do 
estímulo sonoro. 
3. Ouvido interno: 
• Chamado de Labirinto e formado por sacos membranosos cheios de líquido e alojados em cavidades 
da porção pétrea do osso temporal. 
• Dividido em Labirinto Ósseo, sendo um conjunto de cavidades e canais limitados por tecido ósseo, e 
pelo Labirinto Membranoso, um conjunto de estruturas membranosas que ocupam parcialmente a 
cavidade óssea. 
• .O espaço entre o Labirinto Ósseo e o Labirinto Membranoso é uma continuação do espaço 
Subaracnóideo das meninges, sendo preenchido por Perilinfa (fluido semelhante o LCR) e com 
delgadas traves de tecido conjuntivo contendo vasos, os quais unem o períósteo que reveste o 
labirinto ósseo às estruturas membranosas. 
• O interior das estruturas membranosas do Labirinto Membranoso é cheio de Endolinfa e possui 
Epitélio Pavimentoso circundado por tecido conjuntivo. Têm origem por invaginação da ectoderme, 
que forma a Vesícula Ótica, que dá origem aos compartimentos membranosos e possui epitélio que se 
diferencia em receptores especiais: Máculas, Cristas e Órgão Espiral de Corti. 
• O Labirinto Ósseo é formado pelo Vestíbulo, onde desembocam os Canais Semicirculares de um lado e 
a Cóclea de outro. 
• O Vestíbulo contém duas estruturas distintas: Sáculo e Utrículo, que estão unidos entre si e com a 
Cóclea por estreitos canais, os quais se reúnem no Ducto Endolinfático. 
o O Sáculo e o Utrículo são formados Epitélio Simples Pavimentoso recoberto por delgada camada 
de tecido conjuntivo, do qual partem finas trabéculas para o periósteo. No interior deles, há 
endolifa e pequenas regiões de Neuroepitélio (epitélio espessado e diferenciado), que formam as 
Máculas. 
o Máculas do Sáculo e do Utrículo são regiões de neuroepitélio onde terminam ramos do Nervo 
Vestibular, sendo formadas por: 
a. Células de Sustentação – cilíndricas, com núcleos basais e microvilos apicais. Secretam uma 
camada gelatinosa de natureza glicoproteica que embebe os prolongamentos celulares e cobre 
o neuroepitélio. Nessa camada gelatinosa há também Otólitos e Estatocônio (concentrações 
de carbonato de cálcio). 
b. Células Receptoras/sensoriais - formadas por 02 tipos celulares com esterocílios na 
superfície e um cílio típico com seu corpúsculo basal: Um dos tipos de célula sensorial tem 
forma de cálice e apresenta-se envolto por uma rede de terminações nervosas aferentes. O 
outro tipo é cilíndrico e mostra terminações nervosas aferentes e eferentes. 
o Ductos Semicirculares - desembocam no Utrículo e possuem paredes com epitélio pavimentoso 
simples e tecido conjuntivo. Possuem Ampolas em suas extremidades, onde estão as áreas 
receptoras formadas por Cristas Ampulares, compostas por neuroepitélio e camada gelatinosa 
mais espessa sem estatocônios e com um capuz cônico, a Cúpula. 
o Saco e Ducto Endolinfáticos - paredes revestidas por epitélio pavimentoso simples, que se 
transforma gradualmente, à medida que se aproxima do saco endolinfático, em um epitélio 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
cilíndrico, alto e com dois tipos celulares, um dos quais apresenta microvilos na sua superfície, 
vesículas de pinocitose e vacúolos para reabsorver hemolinfa e digerir material estranho. 
• Cóclea: canal com paredes ósseas em forma de caracol e responsável por percepção de sons. 
o Possui o Gânglio Espiral em seu interior e enrola-se em torno de um cone de tecido ósseo 
esponjoso (Modíolo), que origina a Lâmina Espiral óssea (uma saliência óssea em espiral). 
o Uma parte desse canal ósseo é ocupada por porção membranosa de forma triangular em corte 
transversal, que se liga à parede óssea da cóclea e lá concentra células diferenciadas que formam 
a Estria Vascular (epitélio estratificado vascularizado com 2 tipos de células; uma delas 
transportam água/íons ricas em mitocôndria). O lado superior do triângulo é formado pela 
membrana vestibular (ou Reissner) e o lado inferior, pela lâmina espiral membranosa, que 
possui o Órgão de Corti com células receptoras da audição. 
o O triângulo acima divide a cóclea em: 
a. Escala Superior/ Vestibular – se abre no vestíbulo; preenchida por perilinfa; comunica-se 
com a escala timpânica pelo orifício da Helicotrema. 
b. Escala Média/ ducto coclear – comunica-se com a orelha média pela Janela Oval; 
comunica-se com o Sáculo pelo Ducto Runiens. 
c. Escala Inferior/ timpânica – forma, junto com a escala vestibular, o Labirinto Ósseo. É 
preenchida por perilinfa; revestida por células mesoteliais. 
OBS: Endolinfa e Perilinfa são compostos ricos em Potássio e pobres em Sódio. 
 
o A porção membranosa da cóclea apresenta Membrana Vestibular revestida por epitélio 
pavimentoso simples e camada delgada de tecido conjuntivo. 
o Órgão de Corti- estrutura sensível às vibrações induzidas pelas ondas sonoras que repousa sobre a 
Membrana Basilar (camada de material extracelular), produzidas pelas células do próprioÓrgão 
de Corti e por células mesoteliais. 
o A lâmina espiral membranosa estende-se em direção lateral, fundindo-se com o tecido conjuntivo 
do periósteo que fica abaixo da estria vascular, formando uma região denominada Crista Espiral. 
Está associada ao limbo espiral, constituído de tecido conjuntivo frouxo revestido por epitélio de 
onde parte a Membrana Tectória, que é rica em glicoproteínas e delimita o Túnel Espiral Interno, 
cuja parede lateral possui células sensoriais internas (Pelos). Após esse túnel, há uma série de 
células de sustentação, que formam Células Pilares, e três fileiras de células de sustentação 
extenas. 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
o As células sensoriais internas têm forma de cálice, com estereocílio modificado na sua superfície 
livre e mitocôndrias na região basal. Também têm terminações nervosas aferentes e eferentes. 
o As células sensoriais externas são alongadas, contendo estereocílios modificados, regiões com 
acúmulos de mitocôndrias, e estão em contato com o nervo coclear. 
• Função da região vestibular: percepção de deslocamentos e alteração da velocidade em um 
movimento circular (aceleração ou desaceleração angulares promovem, devido à inércia da 
endolinfa, um fluxo deste líquido dentro dos duetos semicirculares, produzindo um movimento 
lateral dos capuzes que recobrem as cristas ampulares e provocando curvatura e tensão das células 
sensoriais das cristas. O registro elétrico das fibras nervosas vestibulares indica que o movimento da 
cúpula na direção dos cílios provoca excitação dos receptores, com produção de potenciais de ação 
no nervo vestibular, enquanto o movimento na direção oposta inibe a atividade nervosa. Quando 
desaparece a aceleração, a cúpula volta à posição normal e cessa a excitação ou inibição dos 
receptores. Já os duetos semicirculares dão informações sobre deslocamentos com aceleração 
circular enquanto as máculas do sáculo e do utrículo, nos mamíferos, respondem à aceleração linear 
por deslocamento dos Otólitos em caso de alteração da velocidade). 
• Função da região coclear: relacionada com percepção de som e vibração (os estímulos mecânicos 
são vibrações induzidas pelas ondas sonoras e sofrem transdução em potenciais de ação, que são 
levados ao sistema nervoso central via nervo coclear. O som é transformado em vibrações pela 
membrana timpânica e transmitido através da cadeia de ossículos à janela oval. O tímpano vibra com 
as ondas sonoras. Os ossículos do ouvido funcionam como alavancas, as quais convertem as 
vibrações da membrana timpânica em deslocamentos mecânicos, que são exercidos pelo estribo e 
pela janela oval na perilinfa da escala vestibular. Quando os músculos tensores do tímpano e do 
estribo se contraem, há tração desses ossículos, com diminuição na transmissão do som. As 
vibrações que alcançam a perilinfa da escala vestibular transmitem-se à escala média, passam à 
escala timpânica e dissipam-se na janela redonda, fazendo com que toda a cóclea vibre. Potenciais 
de ação seriam gerados nos nervos auditivos por deformação dos estereocílios feita pelo 
deslocamento da membrana tectória induzido pela vibração do órgão de Corti). Importante saber 
que os sons agudos são captados principalmente na base da cóclea, enquanto os sons graves são 
captados principalmente pelo seu ápice. 
 
ANATOMIA DO APARELHO AUDITIVO 
➢ ORELHA: 
É formada por três partes: externa, média e interna. Sendo as partes externa e média relacionadas 
principalmente com a transferência de som para a orelha interna, que contem o órgão do equilíbrio e 
também da audição. O marco de divisão da orelha externa para a média é a membrana timpânica. A tuba 
auditiva conecta a orelha média à parte nasal da faringe. 
1. Orelha externa: 
É formada pela orelha (pavilhão) que capta o som, meato acústico externo que conduz som até a 
membrana timpânica. 
• Orelha: 
É formada por uma lamina de cartilagem elatcia com formado irregular e coberta por pele fina. 
Possui várias depressões: 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
 
A concha é a mais profunda. A hélice é a margem mais elevada. O lóbulo não cartilagíneo é onde se fura 
para colocar brinco (formado por tecido fibroso, gordura e vasos). O trago é uma projeção linguiforme 
superposta à abertura do meato acústico externo. A irrigação arterial da orelha é derivada das artérias 
auricular posterior e temporal superficial. 
Inervação: 
Auricular magno – supre a face medial e a parte posterior da face lateral (hélice, antélice e lóbulo). 
Auriculotemporal – ramo do trigemeo, supre a pele da orelha anterior e meato acústico externo. 
Os vagos e facial fazem contribuições embriológicas pequenas para a pele da concha e sua eminencia. 
Drenagem linfática: 
Face lateral da metade superior da orelha vai para os linfonodos parotideos superficias. A face cranial da 
metade superior vai para os linfonodos mastoideos e cervicais profundos. O restante da orelha drena para 
os linfonodos cervicais superficiais. 
• Meato acústico externo: 
É um canal que segue internamente através da parte timpânica do temporal, da orelha até a membrana 
timpânica (cerca de 2 a 3 cm em adultos). Seu terço lateral (cartilagíneo) tem formato ligeiramente 
sigmoide. Os dois terços mediais são ósseos e revestida por ele fina continua com a camada externa da 
membrana timpânica. 
O cerume são produzidos por glanduas sebasceas e ceruminosas que ficam no tecido subcutâneo da parte 
cartilagínea do meato (no terço lateral). 
A membrana timpânica tem cerca de 1 cm de diâmetro é final oval e semitransparente na extremidade 
medial do meato acústico externo. É coberta por pele fina externamente e por mucosa da orelha media 
internamente. Tem uma concavidade voltada para o meato acústico externo com uma depressão central 
cônica rasa (Visivel com otoscopio), seu pico é o umbigo da membrana timpânica. O eixo central da 
membrana atravessa o umbigo de forma perpendicular seguindo em direção aneroinferior e lateral. Logo 
ela é orientada como uma antena parabólica que recebe sinais provenientes do sono na frente e ao lado da 
cabaça. 
A parte flácida da membrana é uma parte mais fina localizada acima do processo lateral do martelo. Ela 
forma a parede lateral do recessos superior da cavidade timpânica. Ao contrario da parte tensa (resto da 
membrana) ela não possui fibras radiais e circulares. 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
 
Paredes da cavidade timpânica: 
A orelha media tem o formato de uma pastilha ou caixa estreita com paredes côncavas e possui seis 
paredes: 
1. Parede tegmental (teto): formada por uma lamina de osso (é o tegme timpânico) que 
separa a cavidade timpânica da dura mater no assoalho da fossa média do crânio. 
2. Parede julugar (assoalho): formada por uma lamina de osso que separa a cavidade 
timpânica do bulbo superior da veia julugar interna 
3. Parede membranácea (parte lateral): formada, quase totalmente, pela convexidade em 
pico da membrana timpânica; é formada superiormente pela parede óssea lateral do 
recesso epitimpanico. O cabo do martelo está fixado à membrana timpânica, e sua cabeça 
estende-se até o recesso epitimpanico 
4. Parede labiríntica (parte medial): separa a cavidade timpânica da orelha interna. Também 
tem o promontório da parede labiríntica, formado pela parte inicial da cóclea, e as janelas 
oval e redonda que, em um crânio seco, comunicam-se com a orelha interna. 
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5. Parede mastoidea (parede posterior): tem o adito (ao antro mastoideo) que é uma 
abertura em sua parte superior que une a cavidade timpânica as células mastoideas; o 
canal para o nervo facial desce entre a parede posterior e o antro, medial ao ádito. 
6. Parede carótida: anterior separa a cavidade timpânica do canal carótico; superiormente, 
tem a abertura da tuba auditiva e o canal para o musculo tensor do tímpano. 
O antro mastoideo é uma cavidade no processo mastoide do temporal. Ele é separado da fossa media do 
crânio pelategme timpânico (uma fina camada do temporal). Essa estrutura forma a parede tegmental das 
cavidades da orelha e também faz parte do assoalho da parte lateral da fossa media do crânio. O antro 
mastoideo é a cavidade comum na qual se abre as células mastoideas. O antro e as células mastoideas são 
revestidos por túnica mucosa continua com o revestimento da orelha media. Na parte anteroinferior, o 
antro está relacionado com o canal para o nervo facial. 
Tuba auditiva: 
Ela une a cavidade timpânica à parte nasal da faringe, onde se abre o meato nasal inferior. 
O terço posterolateral da tuba é ósseo e o restante cartilagíneo. Ela é revestida por túnica mucosa continua 
posteriormente com a túnica mucosa da cavidade timpânica e anteriormente com a túnica mucosa da 
parte nasal da faringe 
Ela tem função de igualar a pressão da orelha media com a pressão atmosférica o que permite o livre 
movimento da membrana timpânica. 
A tuba é aberta pela expansão do ventre do musculo levantador do veu palatino quando se contrai 
longitudinalmente, empurrando uma parede enquanto o musculo tensor do veu palatino traciona outra. 
Como eles são músculos do palato mole o estalido nos ouvidos é comumente associado a atividades como 
bocejar ou deglutir. 
A irrigação da tuba provem da artéria faríngea ascendente, um ramo da carótida externa, e da meníngea 
media e artéria do canal pterigoideo, ramo da artéria maxilar. 
Os nervos da tuba auditiva tem origem do plexo timpânico, que é formado por fibras do glossofarinego. 
Anteriormente ela também recebe fibras do gânglio pterigopalatino. 
Ossículos da audição: 
Formam uma cadeia móvel de pequenos ossos araves da cavidade timpânica deste a membrana ateá a 
janela do vestíbulo. 
A janela do vestíbulo é uma abertura oval na parede labiríntica da cavidade timpânica que conduz ao 
vestíbulo do labirinto ósseo. 
CURIOSIDADE: são os primeiros ossos a se ossificar por completo durante o desenvolvimento do embrião e 
estão praticamente maduros ao nascimento. São formados de osso excepcionalmente denso. São cobertos 
pela túnica mucosa que reveste a cavidade timpânica mas não tem uma camada adjacente de periósteo 
osteogênico. 
Martelo: fixa-se à membrana timpânica. Possui três partes: 
A cabeça do martelo é arredondada e superior, situada no recesso epitimpanico. 
O colo do martelo situa-se contra a parte flácida da membrana. 
O cabo do martelo fica inserido na membrana com sua extremidade no umbigo da membra. 
O martelo se move junto com a membrana. A cabeça articula-se com a bigorna; o musculo tendão do 
tensor timpânico se insere no cabo perto do colo. O nervo corda do tímpano atravessa a face medial do 
colo do martelo. Ele atua como uma alavanca com o mais longo de seus dois processos e seu cabo fixados à 
membrana timpânica. 
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Bigorna: está localizada entre o martelo e o estribo e articula-se com eles. Tem um corpo e dois ramos: 
O corpo grande situa-se no recesso epitimpanico, onde se articula com a cabeça do martelo. 
O ramo longo, situa-se paralelo ao cabo do martelo, sua extremidade interna articula-se com o estribo pelo 
processo lenticular (que é uma projeção em direção medial). 
O ramo curto está unido por um ligamento à parede posterior da cavidade timpânica. 
Estribo: é o menor ossículo. Tem uma cabeça dois ramos e uma base: 
A cabeça voltada lateralmente articula-se com a bigorna. 
A base encaixa-se na janela do vestíbulo na parede medial da cavidade tempanica. A base obal estta fixada 
às margens da janela do vestíbulo. Ela é muito menor do que a membrana timpânica; consequentemente, a 
força vibratória do estribo é aumentada cerca de 10 vezes em relação à da membrana timpânica. Os 
ossículos da audição aumentam a força, mas diminuem a amplitude das vibrações da membrana timpânica 
através dos ossículos para a orelha interna. 
Músculos associados aos ossículos da audição: dois músculos amoartem ou resistem aos movimentos 
deles. Um também amortece os movimentos das membrana. 
O musculo tensor do tímpano é curto e se origina da face superior da parte cartilagínea da tuba auditiva, da 
asa maior do esfenoide e da parte petrosa do temporal. Ele se insere no cabo do martelo e puxa o cabo 
medialmente, tensionando a membrana e reduzindo a amplitude das oscilações. Isso evita lesão da orelha 
interna quando exposta a sons altos. Esse musculo é inervado pelo nevo mandibular. 
Musculo estapédio: é um pequeno musculo no interior da eminencia piramidal que é uma eminencia 
cônica oca na parede posterior da cavidade timpânica. Seu tendão entra na cavidade timpânica emergindo 
de um forame puntiforme no ápice da eminencia e se insere no colo do estribo. O musculo estapésio 
traciona o estribo posteriormente e inclina sua base na janela do vestíbulo, tensionando, assim, o 
ligamento anular e reduzindo a amplitude oscilatória. Ele impede o movimento excessivo do estribo. O 
nervo para o musculo estapédio tem origem do nervo facial. 
Orelha interna: 
Contem o órgão vestíbulococlear que é relacionado com a recepção do som e a manutenção do equilíbrio. 
Fica embutida na parte petrosa do temporal e é formada por sacos e ductos do labirinto membranáceo. 
O labirinto membranáceo contem endolinfa e está suspenso no labirinto ósseo cheio de perilinfa, por 
filamentos delicados (semelhantes aos filamentos de aracnoide-mater que atravessam o espaço 
subaracnóideo ou pelo ligamento espiral. ELE NÃO FLUTUA!! (pergunta do Didi). Os líquidos participam da 
estimulação dos órgãos do equilibro e audição, respectivamente. 
Labirinto ósseo: 
É uma serie de cavidades (cóclea, vestíbulo e canais semicirculares) estão contidas na capsula ótica da parte 
petrosa do temporal. 
A capsula ótica é formada por osso mais denso que o resto da parte petrosa do temporal. 
ATENÇÃO: muitas vezes a capsula ótica é representada de forma errada e identificada como o labirinto 
ósseo. (pergunta do Didi). Porém, o labirinto é o espaço cheio de liquido, circundado pela capsula ótica. 
Cóclea: é a parte em forma de concha do labirinto ósseo, nela está presente o ducto coclear, é a parte da 
orelha interna associada à audição. O canal espiral da cóclea começa no vestíbulo e faz duas voltas e meia 
ao redor do modíolo (um centro ósseo cônico de osso esponjoso). 
O modíolo contem canais para os vasos sanguíneos e para distribuição dos ramos do nervo coclear. O ápice 
do modíolo cônicol esta direcionado lateral, anterior e inferiormente. A grande volta basal da cóclea produz 
VANESSA TELLES- MEDICINA UFMT 
 
o promontório da parede labiríntica da cavidade timpânica. Na volta basal, o labirinto ósseo se comunica 
com o espaço subaracnóideo superior ao forame jugular pelo aqueduto da cóclea. 
Também apresenta a janela da cóclea, fechada pela membrana timpânica secundária. 
Vestibulo do labirinto ósseo: é uma pequena câmara oval que contem o utrículo e o saculo e as partes do 
aparelho do equilíbrio (labirinto vestibular). Ele apresenta a janela do vestíbulo em sua parede lateral que é 
ocupada pela base do estribo. Ele é continuo com a cóclea óssea anteriormente, os canais semicirculares 
posteriormente e a fossa posterior do crânio pelo aqueduto do vestíbulo. 
O aqueduto do vestíbulo estende-se ate a face posterior da parte petrosa do temporal, onde se abre 
posterolateralmente ao meato acústico interno. Ele dá passagem ao ducto endolinfático e dois pequenos 
vasos sanguíneos. 
Canais semicirculares: existem o anterior, posterior e o lateral. Comunicam-se com o vestíbulo do labirinto 
ósseo. Situam-se posterossuperiormente ao vestíbulo, no qual se abrem; eles estão posicionados formando 
ângulos retos entre si. Os canais ocupam três planos no espaço. Cana canal semicircular forma cera de dois 
terços de um circulo e tem cerca de 1,5 mm de diâmetro, exceto em uma extremidade onde há um 
alargamento da ampola óssea. Os canais tem apenas cinco aberturas para o vestíbulo porque os canais 
anteriores e posteriores tem um pilar comum a ambos.Alojados nos canais estão os ductos semicirculares. 
Labirinto membranáceo: é formado por uma serie de sacos e ductos comunicantes que estão suspensos no 
labirinto ósseo. Ele contem endolinfa (um liquido aquoso com composição semelhante à liquido 
intracelular) e perilinfa que é adjacente (e com composição semelhante ao liquido extracelular) e preenche 
o restante do labirinto ósseo. O labirinto membranáceo (constituído de duas divisões, o labirinto vestibular 
e o labirinto coclear – tem mais partes do que o labirinto ósseo: (sendo elas) 
Labirinto vestibular: utrículo e saculo, dois pequenos sacos comunicantes no vestíbulo do labirinto ósseo. 
Três ductos semicirculares nos canais semicirculares. 
Labirinto coclear: ducto coclear na cóclea. 
O ligamento espiral: é um espessamento espiral periosteal do canal da cóclea, ele fixa o ducto coclear ao 
canal espiral da cóclea. O restante do labirinto membranáceo é suspenso por delicados filamentos que 
atravessam a perilinfa. 
Os ductos semicirculares: abrem-se para o utrículo através de cinco aberturas, refletindo a fomra como os 
canais semicirculares adjacentes abrem-se no vestíbulo. O utrículo comunica-se com o saculo através do 
ducto de união (reuniens). 
O utrículo e o saculo tem áreas especializadas de epitélio sensitivo que é denominada máculas. 
A macula do utrículo situa-se no seu assoalho, em paralelo à base do crânio, enquanto a macula do saculo 
está posicionada verticalmente na parede medial do saculo. As células ciliadas na macula são inervadas por 
fibras da divisão vestibular do nervo vestibulococlear. 
Os neuronios sensitivos primários estão situados nos gânglios vestibulares, que estão no meato acústico 
interno. 
O ducto linfático atravessa o aqueduto do vestíbulo e emerge através do osso da fossa posterior crânio, 
onde se expande em uma bolsa cega denominada saco endolinfatico. O saco endolinfatico está localizado 
sob a dura-mater na face posterior da parte petrosa do temporal. O saco é um reservatório para o excesso 
de endolinfa formada pelos capilares sanguíneos no labirinto membranáceo. 
Ductos semicirculares: cada um deles tem em sua extremidade uma ampola que contem a cista ampular 
(que é uma area sensitiva). As cistas são sensores para registara os movimentos da enfolinfa na ampola 
decorrentes da rotação da cabeça no plano do ducto. As células ciliadas das cristas, como aquelas das 
maculas, estimulam neuronios sensitivos primários, cujos corpos celulares estão situados nos gânglios 
vestibulares. 
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Ducto coclear: é um tubo espiral, fechado em uma extremidade e triangular ao corte transversal. Ele está 
firmemente suspenso através do canal coclear entre o ligamento espiral na parede externa do canal coclear 
e a lamina espiral óssea do modíolo. O ducto colear cheio de endolinfa divide o canal espiral cheio de 
perilinfa em dois canais contínuos no ápice da cóclea no helicotrema, uma comunicação semilunar no ápice 
da cóclea. 
Ondas de pressão hidráulica geradas na perilinfa do vestíbulo pelas vibrações da base do estribo ascendme 
até o ápice da cóclea por meio da rampa do vestíbulo (que é um canal). As ondas de pressão então 
atravessam o helicotrema e voltam a descer até a volta basal da cóclea pela rampa do tímpano (que é um 
outro canal). Aqui, mais uma vez as ondas de pressão tornam-se vibrações, dessa vez da membrana 
timpânica secundaria na janela da cóclea, e a energia inicialmente recebida pela membrana timpânica 
(primaria) acaba por se dissipar para o ar da cavidade timpânica. 
O teto do ducto coclear é formado pela membrana vestibular. O assoalho também é formado por parte do 
ducto, a lamina basilar, mais a margem externa da lamina espiral óssea. O receptor dos estimulo auditivos é 
o órgão espiral (de corti), situado sobre a lamina basilar. É coberto pela membrana tectoria gelatinosa. 
O órgão espiral contem células pilosas, cujas extremidades estão inseridas na membrna tectoria. O órgão é 
estimulado a responder por deformação do ducto coclear induzida pela ondas de pressão hidráulica na 
perilinfa, que ascendem e descem nas rampas do vestíbulo e no tímpano adjacentes. 
Meato acústico interno: 
É um canal estreito que segue lateralmente por cerca de 1cm dentro da parte petrosa do temporal. O poro 
acústico interno do meato acústico interno está situado na parte posteromedial deste osso, alinhado com o 
meato acústico externo. 
O meato acústico interno é fechado lateralmente por uma lamina fina e perfurada de osso que o separa da 
orelha interna. Através desse plano seguem o nervo facial, o nervovestibulococlear e suas divisões além dos 
vasos sanguíneos. O nervo vestibulococlear divide-se perto da extremidade lateral do meato acústico 
interno em duas partes: um nervo coclear e um nervo vestibular. 
 
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FISIOLOGIA DO APARELHO AUDITIVO 
1. A condução sonora da membrana timpânica para a cóclea: 
A extremidade do cabo do martelo é fixada ao centro da membrana timpânica, e esse ponto de fixação é 
constantemente tracionado pelo musculo tensor do tímpano que mantem a membrana timpânica 
tensionada. 
A articulação da bigorna com o estribo faz que esse empurre, para a frente, a janela oval e o liquido coclear 
no outro lado da janela a cada vez que a membrana timpânica se move para dentro, e que puxe de volta o 
liquido todas as vezes que o martelo se movimenta para fora. 
“equalização de impedância” pelo sistema ossicular: 
A amplitude dos movimentos da placa do estribo a cada vibração sonora tem apenas três quartos da 
amplitude do cabo do martelo. Logo, o sistema alavanca ossicular não aumenta o alcance do movimento do 
estribo, mas aumenta a força de movimento por cerca de 1,3 vez. Da area da superfície da membrana 
timpânica é cerca de 55 milimetros quadrados e a superfície do estribo é 3,2. Essa diferença de 17 vezes, 
multiplicada por 1,3 vez, que é a amplificação proporcionada pelo sistema de alavancas causa 22 vezes 
mais força total exercida sobre o liquido da cóclea, em relação à que é exercida pelas ondas sonoras contra 
a membrana timpânica. 
A membrana timpânica e o sistema ossicular proporcionam a equalização da impedância entre as ondas 
sonoras no ar e as vibrações sonoras no liquido da cóclea. Sem essas estruturas as vibrações ainda 
conseguem se propagar pelo ar do ouvido médio e entrar na cóclea pela janela oval, mas a sensibilidade 
para audição fica 15 a 20 decibeis menor que para a transmissão ossicular o que equivale a diminuição para 
nível de voz quase imperceptível. 
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Atenuação do som por contração dos músculos tensor do tímpano e estapédio 
Ao transmitir sons intensos pelo sistema ossicular, e daí para o SNC, ocorre reflexo com período de latência 
de apenas 40 a 80 milissegundos, causando contração do estapédio e, em menor grau, do musculo tensor 
do tímpano. O musculo tensor do tímpano puxa o cabo do martelo para dentro enquanto o estapédio puxa 
o estribo para fora isso provoca uma rigidez no sistema e reduz muito a condução do som com baixa 
frequência. 
Esse reflexo pode reduzir a intensidade de transmissão de som de baixas frequências por 30 a 40 decibeis, 
o que é a mesma diferença entre a voz intensa e o sussurro. Ele possui duas funções: 
a. Proteção da cóclea de vibrações prejudiciais de som excessivamente intenso. 
b. Mascarar sons de baixa frequência com som intenso. Isso remove grande porção do ruído 
de fundo e permite que a pessoa se concentre em sons acima de 1000 ciclos por segundo 
(onde é transmitida a maioria das informações pertinentes à comunicação vocal. 
c. Reduzir a sensibilidade da pessoa à própria fala. Esse efeito é ativado por sinais nervosos 
colaterais, transmitidos a estes músculos ao mesmo tempo em que o cérebro ativa o 
mecanismo da voz. 
Transmissão do som através do osso: 
A cóclea esta incrustada no labirinto ósseo e as vibrações do crânio inteiro podem causar vibrações no 
liquido da própria cóclea.Cóclea: 
 
É um sistema de tubos espiralados. Consiste em três tubos espiralados, lado a lado: 
I. A rampa vestibular 
II. A rampa media 
III. A rampa timpânica. 
A rampa vestibular e a media são separadas uma da outra, pela membrana de Reissner (ou membrana 
vestibular), a rampa timpânica e a rampa media são separadas uma da outra pela membrana basilar. Na 
superfície da membrana basilar, está o órgão de Corti, que contem serie de células ciliadas (que são 
eletromecanicamente sensíveis). Elas constituem os órgãos receptores finais que geram impulsos nervosos 
em resposta as vibrações sonoras. 
As vibrações sonoras entram na rampa vestibular pela placa do estribo na janela oval. A placa cobre essa 
janela e se conecta às bordas da janela por ligamento anular e se conecta às bordas da janela por ligamento 
anular frouxo, de modo que pode se movimentar para dentre e para fora, com as vibrações sonoras. O 
movimento para dentro faz com que o liquido se movimente para frente pelas rampa vestibular e rampa 
media, e o movimento para fora faz o liquido se mover para trás. 
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Membrana basilar e ressonância na cóclea: 
Ela é uma membrana fibrosa que separa a rampa media da timpânica. Possui de 20000 a 30000 fibras 
basilares que se projetam do centro ósseo da cocleea, o modíolo, em direção à parede externa. Essas fibras 
são estruturas rígidas, elásticas e em forma de palheta que se fixam por suas extremidades basais na 
estrutura óssea central da cóclea (modíolo), mas não se fixam em suas extremidades distais, exceto se as 
extremidades distais estiverem imersas na membrana basilar frouxa. Como as fibras são rígidas e livres em 
uma extremidade, podem vibrar como as palhetas de uma gaiola. 
Os comprimentos das fibras basilares aumentam progressivamente. Começam na janela oval e vão da base 
da cóclea a seu ápice, aumentando o comprimento, de cerca de 0,4 milimetro, próximo das janelas oval e 
redonda a 0,5 milimetros na extremidade da cóclea (o “helicotrema”), aumento de 12 vezes no 
comprimento. 
Os diâmetros dessas fibras diminuem da janela oval para o helicotrema. Logo sua rigidez total diminui por 
mais de 100 vezes. Como resultado, as biras curtas e rígidas, perto da janela oval da cóclea vibram melhor 
nas frequências muito altas, enquanto as fibras longas e flexíveis, perto da extremidade da cóclea, vibram 
melhor nas frequências baixas. 
Dessa forma, a ressonância de alta frequência da membrana basilar ocorre perto da base (onde as ondas 
sonoras entram na cóclea pela janela oval). Porem a ressonância de baixa frequência ocorre perto do 
helicotrema (devido as fibras menos rigidas e ao aumento da carga com massas extras de liquido que 
precisam vibrar ao longo dos túbulos cocleares. 
 
Transmissão de ondas sonoras na cóclea – propagação das ondas 
Quando o pé do estribo se movimenta para dentro contra a janela oval, a janela redonda precisa ficar 
abaulada para fora porque a cóclea é delimitada, em todos os lados por paredes pósseas. O efeito inicial da 
onda é fazer que a membrana basilar se curve na direção da janela redonda. No entanto, a tensão elástica 
que se cria nas fibras basilares quando elas se curvam em direção à janela redonda desencadeia onda de 
liquido que trafega ao longo da membrana basilar em direção ao helicotrema. O movimento da onda ao 
longo da membrana basilar é comparável ao movimento da onda de pressão ao longo das paredes arteriais. 
Também pode ser comparado Pa onda que trafega ao longo da superfície de lago pequeno. 
Padrão de vibração da membrana basilar para diferentes frequências sonoras: 
Cada onda é relativamente fraca a principio, mas se torna forte quando chega à parte da membrana basilar 
que tem frequência de ressonância natural, igual à respectiva frequência do som. Nesse ponto, a 
membrana pode vibrar para a frente e para trás com tal facilidade que a energia da onda se dissipa. Logo, a 
onda morre nesse ponto e deixa de se propagar pela distancia restante, ao longo da membrana basilar. 
Desse modo a onda sonora de alta frequência tem trajeto apenas por curta distancia ao longo da 
membrana basilar, antes que chegue a seu ponto de ressonância e se dissipe, a onda sonora, com 
frequência média, trafega por cerca de meio caminho e, então se dissipa, e a onda sonora, com frequência 
muito baixa, trafega por toda a distancia ao longo da membrana. 
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As ondas trafegam rapidamente ao longo da parte inicial da membrana basilar, mas ficam cada vez mais 
lentas quando se afastam em direção à cóclea. A causa disso é o alto coeficiente de elasticidade das fibras 
basilares, perto da janela oval e do coeficiente progressivamente menor ao longo da membrana. 
Essa transmissão inicial rápida permite que os sonos com alta frequência cheguem longe o suficiente na 
cóclea para se propagarem e se separarem na membrana basilar. Sem isso todas as ondas de alta 
frequência se agrupariam no começo da membrana basilar e não poderia se discriminar as frequências. 
Padrão de amplitude da vibração da membrana basilar: 
O padrão de amplitude de vibração da membrana basilar é o grau de vibração da membrana basilar 
durante ciclo vibratório completo. 
A amplitude máxima para o som com 8000 ciclos por segundo ocorre perto da base da cóclea, enquanto a 
das frequências inferiores a 200 ciclos por segundo está na extremidade da membrana basilar, perto do 
helicotrema, onde a rampa vestibular se abre na rampa timpânica. 
O principal método de discriminação de frequência sonora baseia-se no “lugar” de estimulação máxima das 
fibras nervosas do órgão de corti, que está situado na membrana basilar. 
Função do órgão de corti: 
É o órgão receptor que gera impulsos nervosos em resposta à vibração da membrana basilar. Ele se situa na 
superfície das fibras basilares e da membrana basilar. Os receptores sensoriais reais no órgão de corti são 
dois tipos especializados de células nervosas chamados de células ciliadas – fileira única de células ciliadas 
internas cerca de 3500 de tamanho maior e 3 ou 4 fileiras de células ciliadas externas cerca de 12000 e 
tendo diâmetro menor. 
As bases e os lados das células ciliares fazem sinapse com a rede de terminações nervosas da cóclea. Entre 
90 a 95% dessas terminações terminam nas células ciliadas internas, o que enfatiza sua importância 
especial para a detecção do som. 
O gânglio espiral de Corti é responsável por receber as fibras nervosas estimuladas pelas células ciliadas. Ele 
se situa no modíolo (centro) da cóclea. As células neuronais do gânglio espiral enviam axônios – total de 
cerca de 30000 para o nervo coclear e, depois para o sistema nervoso central no nível de parte superior do 
bulbo. 
Excitação das células ciliadas: 
Os esterocilios se projetam cranialmente das células ciliadas e tocam ou emergem no revestimento em gel 
da superfície da membrana tectorial, que se situa acima dos estereocilios na rampa media. A curvatura dos 
cílios, em uma direção, despolariza as células ciliadas, e a curvatura na direção oposta, as hiperpolariza. Isso 
excita asfibras nervosas auditivas que fazem sinapse com suas bases. 
As extremidades externas das células ciliadas se fixam firmemente na lamina reticular (uma estrutura rígida 
composta por placa plana), sustentada por bastões de corti triangulares que se fixam firmemente as fibras 
basilares. As fibras basilares os bastões de corti e a lamina reticular se movimentam como unidade rígida. 
O movimento para cima da fibra basilar provoca a rotação da lamina reticular para cima e para dentro em 
direção ao modíolo. Depois, quando a lamina reticular oscila para baixo, a lamina é distorcida para baixo e 
para fora. O movimento para dentro e para fora faz com que os cílios das células ciliadas sejam distorcidos 
para a frente e para tras contra a membrana tectorial. Desse modo, as células ciliadas são excitadas sempre 
que a membrana basilar vibra. 
Sinais auditivos são transmitidos principalmente pelas célulasciliadas internas: 
Embora sejam em menor numero cerca de 90% das fibras nervosas auditivas são estimuladas pelas células 
internas. Apesar disso, se as externas forem lesadas ocorrerá grande perda auditiva. Logo, propõe-se que 
as ciliadas externas controlam a sensibilidade das células ciliadas internas para diferentes tons, formando o 
fenômeno da afinação do sistema receptor. 
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Em apoio a esse conceito de fenômeno da afinação tem-se que grande numero de fibras nervosas 
retrogradas se dirigem do tronco cerebral para as vizinhanças das células ciliadas externas. O estimulo 
dessa fibras pode encurtar as células ciliadas externas e variar seu grau de rigidez. Isso sugere mecanismo 
nervoso retrógrado para controlar a sensibilidade do aparelho auditivo a diferentes tons, ativada por meio 
das células ciliadas externas. 
Potenciais receptores das células ciliadas e excitação das fibras nervosas auditivas: 
Os esterocilios são estruturas rígidas porque cada um tem estrutura proteica rígida. Cada celula ciliada tem 
cerca de 100 estereocilios em sua borda apical e eles ficam cada vez mais longos no lado da celula ciliada 
distante do modíolo, e os topos dos estereocilios mais curtos são fixados por finos filamentos aos lados 
posteriores de seus esterocilios adjacentes mais longos. Logo, sempre que os cílios se curvam na direção 
dos mais longos as pontas dos esterocilios menores são puxadas para fora da superfície da celula ciliada. 
Isto causa transdução mecânica que abre 200 a 300 canais condutores de cátions, permitindo que o 
movimento rápido dos ions potassio com cargas positivas no liquido da rampa media circunjacente flua par 
aos esterocilios acarretando despolarização da membrana das células ciliadas. 
Dessa forma, quando as fibras basilares se curvam para a rampa vestibular, as células ciliadas se 
despolarizam e, na direção oposta elas se hiperpolarizam, gerando potencial receptor alternante da célula 
ciliada. Esse potencial receptor alternante estimula as terminações do nervo coclear que fazem sinapse 
com as bases das células ciliadas. Acredita-se que seja liberado um neurotransmissor de ação rápida pelas 
células ciliadas nestas sinapses durante a despolarização. É possível que a substancia transmissora seja o 
glutamato (MAS NÃO TEM CERTEZA DISSO). 
 
 
Determinação da frequência do som – O PRINCIPIO DO “LUGAR” 
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Existe organização espacial das fibras nervosas na via coclear, em todo o trajeto da cóclea até o córtex 
cerebral. O registro de sinais, nos tratos auditivos do tronco cerebral e nos campos receptivos auditivos dos 
do córtex cerebral, mostra que neuronios cerebrais específicos são ativados por frequências sonoras 
especificas. 
Logo, o principal método para diferenciar diferentes frequências é o de determinar as posições ao longo da 
membrana basilar que são mais estimuladas. Isso é o chamado principio do lugar para a determinação da 
frequência sonora. 
A extremidade distal da membrana basilar no helicotrema é estimulada por todas as frequências sonoras 
abaixo de 200 ciclos por segundo. Logo, tem sido difícil compreender pelo principio de lugar como 
diferenciar entre frequências de 200 e de 20. Postula-se que essas frequências baixas sejam discriminadas 
pelo disparo em surto ou principio da sequencia que afirma que sons com baixa frequência de 20 a 1500 a 
2000 ciclos por segundo podem causar surtos de impulsos nervosos sincronizados nas mesmas frequências, 
e eles são transmitidos pelo nervo coclear até os núcleos cocleares do cérebro. Ainda se sugere que os 
núcleos cocleares possam distinguir-se as diferentes frequências dos surtos. De fato, a destruição de toda a 
metade apical da cóclea, o que destrói a membrana basilar, onde são normalmente detectados todos os 
sons com frequência mais baixa, não elimina de modo total a discriminação dos sons de frequência mais 
baixa. 
Determinação da intensidade: 
Ela é determinada pelo sistema auditivo por no mínimo 3 modos: 
I. À medida que o som fica mais intenso, a amplitude de vibração da membrana basilar e das células 
ciliadas também aumenta, de modo que as células ciliadas excitam as terminações nervosas com 
frequências mais rápidas. 
II. À medida que a amplitude de vibração aumenta, faz com que cada vez mais e mais células ciliadas, 
nas margens da porção ressonante da membrana basilar, seja estimuladas, causando assim, 
somação espacial dos impulsos – isto é, transmissão por muitas fibras nervosas, e não através de só 
algumas. 
III. As células ciliadas externas não são estimuladas significativamente, até que a vibração da 
membrana basilar atinja alta intensidade, e a estimulação dessas células presumivelmente notifica 
o sistema nervos que o som é intenso. 
Detecção de alterações de intensidade – a lei da potencia: 
A sensação interpretada muda aproximadamente em proporção à raiz cubica da intensidade real do som 
(CONFUSO FODA-SE). Para expressar de outro modo: 
O ouvido pode discriminar diferenças de intensidade do som do sussurro mais suave ao ruído mais intenso 
possível, representando aumento de aprox. 1 trilhão de vezes da energia do som ou 1 milhão de vezes de 
aumento da amplitude do movimento da membrana basilar. Ainda assim, o ouvido interpreta essa grande 
diferença do nível sonoro como alteração de aproximadamente 10000 vezes. Dessa forma, a escala de 
intensidade é bastante “comprimida” pelos mecanismos de percepção sonora do sistema auditivo. Isso 
permite a pessoa interpretar diferenças de intensidades sonoras dentro de faixa muito mais ampla da que 
seria possível, se não existisse a compressão da escala de intensidade. 
Unidade em decibéis: 
Devido ao ouvido detectar e discriminar extremas variações de intensidade sonoras as intensidades são 
expressas em termos do logaritmo de sua intensidade real. 
Aumento de 10 vezes da energia sonora é chamado de 1 bel e 0,1 bel é chamado de 1 decibel. Um decibel 
representa aumento real de energia sonora de 1,25 vez. 
Na faixa habitual de intensidades sonoras para a comunicação o aparelho auditivo mal pode distinguir 
variação de aproximadamente 1 decibel de intensidade sonora. 
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2. Mecanismos auditivos centrais: 
Vias nervosas auditivas: 
As fibras nervosas do gânglio espiral de Corti entram nos núcleos cocleares dorsal e ventral, localizados na 
parte superior do bulbo. Nesse ponto, todas as fibras fazem sinapse e neuronios de segunda ordem 
passam, em sua maior parte para o lado oposto do tronco cerebral para terminar no nucleo olivar superior. 
Algumas fibras de segunda ordem também se projetam para o nucleo olivar superior no mesmo lado. 
Do núcleo olivar superior a via auditiva ascende pelo lemnisco lateral. Algumas fibras terminam no nucleo 
do lemnisco lateral, porem muitas se desviam desse nucleo e vão para o coliculo inferior, onde todas ou 
quase todas as fibras auditivas fazem sinapse. Daí a via passa para o nucleo geniculado medial, onde todas 
as fibras fazem sinapse. Por fim, a via prossegue por meio da radiação auditiva, até o córtex auditivo, 
localizado em sua maior parte no giro superior do lobo temporal. 
Deve-se observar vários pontos importantes. Dentre eles: 
I. Sinais de ambos os ouvidos são transmitidos por meio de vias de ambos os lados do cérebro, com 
preponderância de transmissão da via colateral. Em pelo menos três lugares no tronco cerebral 
ocorre cruzamento entre as duas vias: 1 – no corpo trapezoide, 2- na comissura entre os dois 
núcleos do lemnisco lateral e 3- na comissura que liga os dois coliculos inferiores. 
II. Muitas fibras colaterais dos tratos auditivos entram diretamente no sistema reticular ativador do 
tronco cerebral. Esse sistema se projeta difusamente para cima, no tronco cerebral, e para baixo na 
medula espinhal, e ativa todo o sistema nervos em resposta a sons intensos. Outros colaterais vão 
par ao vermis do cerebelo que também é ativado instantaneamente no eventode um ruído súbito. 
III. O alto grau de orientação espacial é mantido nos tratos de fibras da cóclea, em todo o trajeto até o 
córtex. De fato existem três padrões espaciais para o termino das diferentes frequências sonoras 
nos núcleos cocleares, dois padrões nos coliculos inferiores, um padrão preciso, para frequências 
de som distintas no córtex auditivo e, pelo menos, cinco outros padrões precisos no córtex auditivo 
e nas áreas de associação auditiva. 
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Função do córtex cerebral na audição: 
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O córtex auditivo se situa em sua maior parte no plano supratemporal do giro temporal superior, mas 
também se estende à lateral do lobo temporal, sobre grande parte do córtex insular, até à porção lateral o 
opérculo parietal. 
Existe o córtex auditivo primário (é excitado diretamente por projeções do corpo geniculado medial) e o 
córtex de associação auditiva (córtex auditivo secundário) (é excitado secundariamente por impulsos do 
córtex auditivo primário, bem como por algumas projeções das áreas de associação talâmicas adjacentes 
ao corpo geniculado medial). 
Percepção das frequências sonoras no córtex auditivo primário: 
Pelo menos seis mapas tonotopicos foram encontrados no córtex auditivo primário e nas áreas de 
associação auditivas. Em cada um desses mapas, sons de alta frequência excitam neuronios em uma 
extremidade do mapa, enquanto sons com baixa frequência excitam neuronios na extremidade oposta. Na 
maioria, os sons com baixa frequência estão localizados na frente e os sons com alta frequência estão 
localizados posteriormente. Isso não é verdade para todos os mapas. 
Cada uma das áreas distintas disseca alguma característica especifica do som isso justifica a quantidade de 
mapas tonotópicos. 
A faixa a qual cada neurônio individual responde no córtex auditivo é muito mais estreita que nos núcleos 
cocleares e de retransmissão no tronco cerebral. A membrana basilar perto da base da cóclea é estimulada 
por sons de todas as frequências, e nos núcleos cocleares encontra-se essa mesma gama de representação 
sonora. Ainda assim, no momento em que a excitação chega ao córtex cerebral, a maioria dos neuronios 
que respondem ao som responde a apenas faixa estreita de frequências, e não à faixa ampla. Logo, em 
algum ponto ao longo da via, mecanismos de processamento “focalizam” a resposta às frequências. 
Acredita-se que o efeito de focalizar seja causado em grande parte pelo fenômeno da inibição lateral em 
relação aos mecanismos para transmitir informações nos nervos. Isso significa que a estimulação da cóclea 
em determinada frequência inibe as frequências sonoras em ambos os lados dessa frequência primaria; isto 
é causado por fibras colaterais que se ramificam da via primaria de sinais e que exercem influencias 
inibitórias sobre as vias adjacentes. O mesmo efeito é importante para focalização de padrões de imagens 
somestesicas, imagens visuais e outros tipos de sensações. 
Muitos dos neurônios do córtex auditivo, principalmente os do córtex de associação auditiva, não 
respondem apenas a frequências sonoras específicas no ouvido. Acredita-se que “associem” diferentes 
frequências sonoras entre si ou associem informações sonoras a informações de outras áreas sensoriais do 
córtex. Na verdade, a parte parietal do córtex de associação auditiva se sobrepõe, em parte, a area 
somatossensorial II, o que poderia criar fácil oportunidade para a associação de informações auditivas com 
informações somatossensoriais. 
Discriminações de padrões sonoros pelo córtex auditivo: 
O córtex auditivo é especialmente importante na discriminação dos padrões sonoros tonais e sequenciais. 
A destruição dos córtices auditivos primários, no ser humano, reduz bastante a sensibilidade auditiva. A 
destruição de um dos lados apenas reduz discretamente a audição no ouvido oposto; isso não causa 
surdez, devido às muitas conexões cruzadas, de lado a lado, na via neural auditiva. Porem, afeta a 
capacidade que se tem de localizar a fonte do som por se necessário sinais comparativos em ambos os 
córtices para a função de localização. 
As lesões na area de associação auditiva, mas não o córtex auditivo primari, não diminuem a capacidade de 
ouvir e diferenciar tons sonoros ou interpretar padrões simples de som. Porem, a pessoa costuma ficar 
incapaz de interpretar o significado do som ouvido. Ex: lesão na area de Wernicke que torna impossível que 
interprete o significado das palavras faladas. 
Determinação da direção da qual vem o som: 
A determinação da direção horizontal de onde vem o som ocorre por dois meios principais: 
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I. O intervalo de tempo entre a entrada do som em um ouvido e sua entrada no ouvido oposto. É o 
que funciona melhor nas frequências abaixo de 3000 ciclos por segundo. Determina a direção de 
fomra mais precisa que o outro por não depender de fatores alheios, mas somente do intervalo 
exato de tempo entre dois sinais acústicos. Se a pessoa estiver olhando com precisão na direção da 
fonte do som, ele chegará aos dois ouvidos ao mesmo tempo 
II. A diferença entre a intensidade de sons nos dois ouvidos. Funciona melhor nas frequências mais 
altas porque a cabeça é barreira maior ao som nessas frequências. 
Os dois mecanismos naõ podem dizer se o som está emanando da parte da frente ou de tras da pessoa ou 
de cima ou de baixo. Essa discriminação é dada pelos pavilhões auditivos dos dois ouvidos. A forma do 
pavilhão muda a qualidade do som que entra na orelha dependendo da direção que vem o som. 
Mecanismos neurais para detectar a direção do som: 
A destruição do córtex auditivo, em ambos os lados do cérebro causa perda de quase toda a capacidade de 
detectar a direção de onde vem o som. 
Analises neurais para esse processo de detecção começam nos núcleos olivares superiores do tronco 
cerebral, embora sejam necessárias vias neurais em todo o trajeto destes núcleos ao córtex para a 
interpretação dos sinais. Acredita-se nesse mecanismo seja esse: 
O núcleo olivar superior se divide em duas partes: 1- nucleo olivar superior medial e 2- nucleo olivar 
superior lateral. O lateral está relacionado à detecção da direção que o som esta vindo, por simples 
comparação da diferença de intensidade do som que chega aos dois ouvidos e pelo envio de sinal 
apropriado ao córtex auditivo, para estimativa da direção. 
O núcleo olivar superior medial, tem mecanismo especifico para detectar o intervalo de tempo entre sinais 
acústicos que entram nos dois ouvidos. Ele contem grande numero de neuronios que tem dois dendritos 
principais, um se projetando para a direita e outro para a esquerda. O sinal do ouvido direito invade o 
dendrito direito e o do esquerdo o esquerdo. A intensidade de excitação de cada neurônio é muito sensível 
ao intervalo de tempo especifico entre os dois sinais acústicos dos dois ouvidos. 
Os neuronios próximos a borda do nucleo respondem de modo máximo a intervalo de tempo curto, 
enquanto os próximos da borda oposta respondem a intervalos de tempo intermediários. Dessa forma, 
desenvolve-se padrão espacial de estimulação neuronal no nucleo olivar superior medial, com o som 
diretamente à frente da cabença estimulando um grupo de neuronios olivares de modo máximo e sons de 
ângulos laterais diferentes, estimulando outros grupos de neuronios em lados opostos. 
Essa orientação espacial de sinais é então transmitida para o córtex auditivo, onde a direção do som é 
determinada pelo local dos neuronios estimulados de modo máximo. Acredita-se que todos esses sinais de 
determinar som sejam transmitidos por uma via diferente e excitem local no córtex cerbral diferente da via 
de transmissão e do local de termino para padrões tonais de som. 
Esse mecanismo para detecção da direção do som indica novamente como informações especificas, nos 
sinais sensoriais, são dissecadas à medida que os sinais passam por diferentes níveis de atividade neuronal. 
Neste caso,a “qualidade” da direção do som é separada da “qualidade” dos tons sonoros, em nível dos 
núcleos olivares superiores.

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