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ENSINO FUNDAMENTAL 8º ANO _GEOGRAFIA_VOLUME 2 (PROFESSOR)

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©Shutterstock/Volodymyr Burdiak
8o. ano
Volume 2
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Geografia
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Livro do professor
Livro
didático Paisagens naturais dos continentes americano e 
africano 2
4
5
6
Exploração dos recursos 
naturais na América e 
África 25
Impactos 
socioambientais 38Representação artística
Imagem ampliada
Fora de escala numérica
Escala numérica
Formas em proporção
Imagem microscópicaColoração artificial
Coloração semelhante à natural
Fora de proporção
O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, 
os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e 
estimulam um envolvimento ativo com os temas de estudo. Sendo assim, fique atento 
aos seguintes ícones:
4
1. Além dos rios citados, o Congo e o Amazonas, e as respectivas florestas que eles percorrem, de que 
outros domínios naturais da América e África você se recorda?
2. É possível conservar esses domínios e, ao mesmo tempo, garantir o desenvolvimento 
socioeconômico? Qual é a sua ideia a esse respeito?
As densas selvas que perpassam vários países, entrecortadas por seus rios 
longos e caudalosos, como o Congo, na África, e o Amazonas, na América do Sul, 
são cenários que simbolizam a natureza tropical predominante em boa parte 
da África e da América. Por outro lado, marcas humanas nessas paisagens tam-
bém evidenciam a fragilidade desses ambientes diante de empreendimentos 
de infraestrutura e projetos respaldados pela necessidade do desenvolvimento 
econômico. 
1 Considerações complementares 
e respostas esperadas.
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• Torres de transmissão de energia e estrada em meio à Floresta Amazônica em Presidente Figueiredo, AM, 2016 
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Paisagens naturais 
dos continentes 
americano e africano 
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• Caracterizar os componentes ambientais da América e da África.
• Destacar as inter-relações entre os componentes ambientais desses continentes. 
• Analisar a questão hídrica como desafio comum que se coloca aos países de ambos os continentes.
Objetivos
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Muitas das atuais paisagens naturais dos continentes americano e africano, com suas cordilheiras, vulcões 
ativos e extintos, florestas tropicais, áreas campestres, grandes desertos e semidesertos, existem há milhões de 
anos. Tendo se desenvolvido muito antes da presença do Homo sapiens no planeta, essas paisagens podem 
aparentar ser estáticas para quem as observa durante o curto período de uma vida humana.
Na verdade, trata-se de paisagens dinâmicas e em constante transformação, mas que se modificam em um 
ritmo muito mais lento que o das sociedades que interagem com elas. Conforme veremos ao longo deste capí-
tulo e dos próximos, essa interação e o ritmo de exploração de recursos têm sido frequentemente insustentáveis 
e colocam em risco a própria existência futura de muitas dessas paisagens como as conhecemos atualmente. 
Ao final da Era Paleozoica, há cerca de 250 milhões de anos, por exemplo, formou-se, pelo encontro das mas-
sas continentais móveis, o supercontinente Pangeia. Partes dos atuais continentes africano e americano, bem 
como dos demais, estavam agrupadas de modo completamente diverso ao formato que conhecemos hoje e 
cercadas por um vasto oceano. Com o passar das eras geológicas, continentes se encontraram e se separaram, 
grandes cordilheiras se formaram e muitas delas foram inteiramente desgastadas pelos ventos, rios e chuvas no 
decorrer de milhões de anos. Outras permanecem remanescentes atuais de eras antigas, como os Apalaches, 
na América do Norte.
A formação das atuais grandes cadeias de montanhas, como os Andes e as Montanhas Rochosas (na Améri-
ca) ou a Cadeia do Atlas (na África), se deu nos últimos 100 milhões de anos ou menos, quando os continentes 
adquiriam formatos próximos aos atuais. As jovens planícies irrigadas pelos rios em suas bacias, assim como as 
ainda mais jovens florestas tropicais que conhecemos nesses continentes, surgiram, em sua maior parte, nessa 
fase mais recente da formação geológica dos continentes. 
Percebe-se assim o quão dinâmica é a estrutura rochosa da Terra. De um lado, as forças do interior do planeta – 
as pressões tectônicas – criam novas superfícies, ao mesmo tempo que desfazem outras. De outro, os agentes 
externos, como as chuvas, os ventos, o gelo e a variação térmica, reorganizam e esculpem superfícies. 
O processo descrito acima segue ativo ainda hoje, como mostram os terremotos e vulcões resultantes da 
atual atividade tectônica. Veja, na página seguinte, como uma enorme fenda na região conhecida como Chifre 
da África tende a se transformar, no futuro geológico (portanto relativamente distante), em um canal marítimo 
que a separa do restante do continente. 
• Gêiser no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, 
testemunhando atividade vulcânica e tectônica na porção centro-
-norte daquele país, 2017 
Um supervulcão – vulcão enorme capaz de entrar em erupção com 
consequências devastadoras e de longo alcance – está, há cerca de 70 mil 
anos, inativo, abaixo do Parque Nacional de Yellowstone. Trata-se de um dos 
vulcões mais monitorados do mundo, com uma legião de pesquisadores 
fazendo medições diárias de sua atividade geológica. 
3
Objetivos
Conexões
A enorme fenda que pode separar o 
Chifre da África do resto do continente
BBC Brasil, 02/04/2018
Vale do Rift, no Chifre da África
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.
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A ENORME fenda que pode separar o Chifre da África do resto do continente. 
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43620442>. Acesso em: 29 set. 2018.
Em Mai Mahiu, um pequeno vilarejo rural no 
sudoeste do Quênia, a 50 km da capital, Nairó-
bi, ocorrem há algumas semanas chuvas intensas, 
inundações e tremores. Mas, em 18 de março, algo 
estranho aconteceu: a terra começou a se abrir. 
“Minha mulher começou a gritar para os vizi-
nhos, pedindo ajuda para tirar nossos pertences de 
casa”, contou Eliud Njoroge à agência de notícias 
Reuters.
Desde então, a fenda no piso de cimento de sua 
casa não parou de crescer, fazendo com que a famí-
lia de Njoroge e muitas outras fossem evacuadas.
“As fendas correm quase em linha reta, então, 
dá para projetarpara onde vão. Se você vê uma 
vindo em sua direção, você sai dali correndo”, dis-
se o geólogo David Adede à Reuters.
A enorme fissura já tem quilômetros de com-
primento e alguns metros de largura. Ela está liga-
da a uma falha tectônica conhecida como Vale do 
Rift, ou Vale da Grande Fenda, na África Oriental.
Segundo os geólogos, esse é um sinal de que, 
daqui a dezenas de milhões de anos, a África pode 
ser separada em duas.
[...]
Assim como ocorreu com a América do Sul, 
separada da África há 138 milhões de anos, os 
geólogos estimam que chegará um momento em 
que o Chifre da África também se desprenderá do 
continente.
O Vale da Grande Fenda se estende por mais de 
3 mil km, “desde o golfo de Adén, no norte, até o 
Zimbábue, no sul, dividindo a placa africana em 
duas partes iguais”, afirma a geóloga Lucía Pérez 
Díaz na revista científica The Conversation.
A pesquisadora do Grupo de Investigação de 
Falhas Dinâmicas da universidade Royal Holloway 
defende que “a atividade ao longo da parte orien-
tal do Vale da Grande Fenda, que corre ao longo 
da Etiópia, Quênia e Tanzânia, tornou-se evidente 
quando a grande fissura apareceu repentinamente 
no sudoeste do Quênia”.
Para Pérez Díaz, a fenda é única no planeta, 
porque permite observar as diferentes etapas de 
seu processo de fissura ao vivo.
A fratura mais interessante, escreve, começou 
na região de Afar, no norte da Etiópia, há cerca 
de 30 milhões de anos. Desde então, está se pro-
pagando rumo ao sul, na direção do Zimbábue, a 
uma média de 2,5 a 5 centímetros por ano.
Atualmente em Afar, a camada exterior sólida 
da Terra, chamada de litosfera, tem sido reduzida a 
ponto de a ruptura ser quase completa.
Quando a quebra estiver completa, detalha Pé-
rez Díaz, um novo oceano começará a se formar e, 
“em um período de dezenas de milhões de anos, o 
leito marinho avançará ao longo de toda a fenda”.
“O oceano inundará e, como resultado, o con-
tinente africano ficará menor, e haverá uma gran-
de ilha no Oceano Índico composta por partes da 
Etiópia, Somália, incluindo o Chifre da África”, 
afirma. 
8o. ano – Volume 24
América: imagens de satélite
As bases geológicas dos continentes e suas características básicas, como maior ou menor resistência, são 
importantes para a configuração do relevo, a disposição das bacias hidrográficas e a formação do solo. Este, 
por sua vez, tem atuação fundamental nas condições que permitem o desenvolvimento dos diferentes tipos 
de vegetação, um dos fatores que fornecem umidade ao ar, importante elemento do clima. O clima, por um 
lado, condiciona a densidade e o porte da vegetação e, por outro, é influenciado pelo relevo, o qual direciona a 
circulação das massas de ar.
Vamos ver, nos próximos tópicos, de modo separado, como essa complexa interação entre diferentes as-
pectos da natureza ocorre tanto no continente americano quanto no africano. Para facilitar o entendimento, 
vamos separar também os componentes naturais da paisagem: primeiramente veremos relevo e hidrografia, 
em seguida, clima e vegetação. Por fim, como forma de sintetizar os aspectos físicos (estudados separadamen-
te) em conexão entre si e com a geografia humana, estudaremos como se apresenta atualmente a questão dos 
recursos hídricos na América e na África.
Relevo e hidrografia
Para compreender o papel do relevo e da hidrografia na configuração das paisagens naturais, analisaremos 
sua disposição e influência em cada continente.
Relevo e hidrografia do continente americano
Ao comparar os mapas físicos da América do Norte e Central com o da América do Sul, podemos constatar 
que as duas grandes massas subcontinentais setentrional e meridional, conectadas pelo istmo central, se as-
semelham em certos aspectos. Em especial, chamam a atenção a localização e disposição das montanhas altas 
e geologicamente jovens na porção oeste, por um lado, e o predomínio de áreas irregulares de planaltos mais 
antigos e menos elevados, com algumas planícies relativamente planas, no centro e leste, por outro. Observe 
essas características nas imagens abaixo.
 istmo: faixa de terra firme, relativamente estreita, que une porções do continente e é cercada de água pelos dois lados. 
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• Imagens de satélite do continente americano revelam seu relevo mais elevado nas porções oeste do continente
 Geografia 5
2 Sugestão de pesquisa.
No oeste do continente, próximo à costa do Pacífico, esten-
dem-se as grandes cordilheiras americanas: as Montanhas 
Rochosas (na América do Norte) e os Andes (na América do 
Sul), as mais elevadas. Duas extensas serras situam-se ao sul 
das Rochosas e dispõem-se entre si paralelamente ao longo 
do território mexicano: a Sierra Madre Oriental e a Sierra Ma-
dre Ocidental. Em meio a centenas de vulcões ativos e outras 
montanhas, destacam-se os picos culminantes da América do 
Norte e da América do Sul: o Monte Denali ou McKinley (no 
Alasca, EUA), com 6 194 metros, e o Aconcágua (na fronteira 
entre Argentina e Chile), com 6 962 metros.
Durante séculos, as montanhas andinas constituíam parte dos territórios de diferentes povos nativos, deno-
minados, de modo geral, ameríndios. A extração de recursos minerais, desde então, tanto nas montanhas dos 
Andes quanto nas Rochosas, representa uma das formas de exploração de seus recursos naturais, conforme 
veremos no próximo capítulo. 
A construção, há mais de 500 anos, de uma antiga e sofisticada infraestrutura ainda hoje remanescente, com 
cidades e uma rede de vias de circulação nos vales e encostas dos Andes, denota o avanço tecnológico alcan-
çado pelo Império Inca no passado. Dominando quase toda a região ao final do século XIV e herdando impor-
tantes tecnologias de civilizações anteriores, os incas estenderam seu território sobre os demais povos andinos, 
mas foi desintegrado pela conquista espanhola no início do século XVI. Atualmente, dezenas de Unidades de 
Conservação, como Parques Nacionais e reservas florestais, além de sítios arqueológicos significativos, se disse-
minam nessa região montanhosa, onde muitos descendentes de antigas civilizações ameríndias vivem até hoje.
Na porção oriental do continente, próxima à costa atlântica, estão as serras formadas de rochas bastante 
antigas, desgastadas por processos erosivos que perduram por milhões de anos e que ajudam a explicar suas 
altitudes relativamente modestas. São os Montes Apalaches, que se estendem desde o sudeste ao nordeste dos 
Estados Unidos e as serras do sudeste do Brasil, como a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira. 
Partes do relevo, da cobertura vegetal e dos demais elementos na-
turais dos Montes Apalaches têm sido afetadas principalmente pela 
mineração de carvão e ferro, há mais de duzentos anos. A extração 
da fonte de energia que impulsionou o início da industrialização dos 
Estados Unidos, ainda no século XIX, contribuiu para o desenvolvi-
mento econômico do país, porém vem causando graves problemas 
ambientais, além de muitas vezes representar riscos de acidentes com 
trabalhadores.
Partes das serras do leste e sudeste do Brasil abrigam áreas rema-
nescentes de uma das florestas pluviais tropicais de maior biodiversida-
de no mundo: a Mata Atlântica. Desde o século XVII, durante o período 
colonial, ela vem perdendo sucessivamente sua área original e, cada 
vez mais, a lista dos animais e plantas ameaçados de extinção vem sen-
do ampliada. As monoculturas da cana-de-açúcar, cacau e café, a extra-
ção de minérios e madeira de lei, além da intensa urbanização ao longo 
dos últimos séculos, desmataram mais de 90% da sua área original.
Os planaltos, tanto os antigos e desgastados pelos processos erosivos quanto os geologicamente jovens e 
soerguidos pelas pressões tectônicas, abrangem vastas áreas no continente americano. Dentre eles, destacam-
-se: Planalto do Colorado e Planalto Mexicano, na América do Norte; Planalto das Guianas, Planalto Brasileiro, 
Altiplano da Bolívia e Planalto da Patagônia,na América do Sul. 
 cordilheiras: são grandes cadeias de montanhas, superfícies elevadas de topografia irregular, constituídas de picos, geralmente pontiagudos e 
íngremes vertentes, cuja formação se deve à tectônica de placas da litosfera.
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• Monte Aconcágua, Argentina, 2014
• Extração de carvão mineral por meio da 
remoção do cume, nos Montes Apalaches, 
em Virgínia, 2012 
8o. ano – Volume 26
3 Sugestão de abordagem.
Neles encontram-se desde monumentos naturais esculpidos no decorrer de milhões de anos pelos ventos, 
chuvas, antigos mares e geleiras a paisagens intensamente urbanizadas, como a Cidade do México. Densamen-
te povoado e importante polo industrial, o Planalto Mexicano é frequentemente coberto por espessa camada 
de gases poluentes que cobrem o céu da capital do país e que contribuem para a ocorrência de doenças respi-
ratórias na sua população. 
O continente americano é rico em disponibilidade de água, 
outro importante recurso que também pode ser considerado 
mineral. Para entender as características hidrográficas desse 
continente, vamos relembrar que essas são áreas de drenagem 
ou escoamento das águas pluviais (provenientes da chuva) que 
abastecem os rios e seus afluentes. Observe o mapa a seguir.
As cadeias de montanhas, serras e planaltos onde nascem 
os rios são divisores de bacias, ou seja, áreas mais elevadas de 
uma bacia hidrográfica, de onde descem os rios em direção ao 
vale ou à planície localizados na porção mais baixa da bacia. 
As Rochosas e os Andes são os principais divisores de água do 
continente americano.
 1. Observe o mapa ao lado, das ba-
cias hidrográficas do continente, 
e responda:
a) Com relação à porção oeste 
do continente, embora apre-
sente grandes bacias hidro-
gráficas, muitos de seus prin-
cipais rios não desembocam 
no Oceano Pacífico. Como 
as imagens do relevo do con-
tinente, na página 5, podem 
explicar essa situação?
Cartografar
América: principais bacias hidrográficas 
Fonte: WORLD atlas 
reference: everything you 
need to know about our 
planet today. 9. ed. London: 
Dorling Kindersley Limited, 
2013. p. XVI. Adaptação.
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• Serra do Mar, Floresta da Tijuca e espaço 
urbano se misturam na paisagem do Rio de 
Janeiro, RJ, 2017
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 Geografia 7
A porção oeste do continente apresenta ele-
vadas cadeias de montanhas próximas ao lito-
ral do Pacífico, o que faz com que os rios que 
se direcionam a esse oceano tenham extensão 
reduzida. 
Nas planícies interioranas da América estão as maiores bacias hi-
drográficas do continente. A bacia Amazônica, bacia do Mississippi- 
-Missouri e bacia Platina, por exemplo, originaram as extensas planí-
cies que levam seus nomes. Dispostas predominantemente na porção 
central do continente americano, destacam-se pela biodiversidade de 
seus ecossistemas, desenvolvimento da agropecuária e como via de 
transporte fluvial. Sua formação recente, que data dos últimos milhões 
de anos, se deve à deposição de sedimentos retirados e transportados 
das cordilheiras, serras e planaltos que as cercam. As inundações pe-
riódicas, durante a estação das chu-
vas, seguem construindo a planície. 
No entanto, o avanço do desmata-
mento em áreas da Amazônia e de 
outras florestas compromete o cur-
so e a vazão dos rios que fluem pelas 
planícies, devido ao assoreamento.
A maior e mais volumosa bacia hidrográfica do mundo é a Amazônica. Sua superfície de cerca de sete 
milhões de km² abrange parte do território de nove países sul-americanos. Seu rio principal, o Amazonas, nas-
ce nos Andes peruanos, em razão do degelo das neves andinas, a cerca de cinco mil metros de altitude. Seu 
volume, no entanto, é acrescido com chuvas torrenciais, que caracterizam o clima equatorial. Muitos de seus 
afluentes estão também entre os mais extensos cursos fluviais do globo. 
Assoreamento é a deposição 
de grande volume de sedimen-
tos que aterra o leito e as mar-
gens dos rios, além de parte de 
seus vales. 
O Mississippi e seu mais extenso afluente, o Missouri, fluem rumo 
ao sul capturando as águas que descem das Rochosas, a oeste, e 
dos Apalaches, a leste, para desembocar no Golfo do México. Como 
via natural situada no centro do território estadunidense, parte do 
Mississippi tornou-se uma movimentada rota de transporte de mer-
cadorias produzidas nos belts, os cinturões de cultivos agrícolas es-
pecializados (trigo, milho, algodão) dispostos na planície. Na foz em 
delta do Mississippi, está a cidade de Nova Orleans. Em 2005, grande 
parte da cidade foi arrasada ante a passagem devastadora do furacão 
Katrina.
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• O mesmo Rio Amazonas, com características diferentes: à esquerda, próximo das nascentes no Peru, 
2014, onde é chamado de Apurímac; à direita, largo e volumoso, na planície do território brasileiro 
de Belém, PA, 2013
©Pulsar Imagens/Andre Dib
• Planície do Pantanal Mato-Grossense, for-
mada pelos sedimentos trazidos pelo Rio 
Paraguai e seus afluentes durante período 
das cheias (verão), em Poconé, MT, 2017
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• Cena típica do Mississippi: transporte fluvial 
de bens em St. Louis, EUA, 2016
 delta: tipo de desembocadura ou foz de um rio onde há vários canais.
8o. ano – Volume 28
A bacia Platina é constituída por três importantes rios: Paraguai, Uru-
guai e Paraná. Este último é o principal entre eles, cujo segmento final, 
incluindo o estuário, é chamado de Rio da Prata. De grande importância 
para os países que fundaram o Mercosul, essa bacia situa-se na região co-
nhecida como cone-Sul e banha superfícies do Brasil, Uruguai, Argentina, 
Paraguai (os fundadores do bloco) e Bolívia. O caudal de suas águas é in-
tensamente aproveitado para geração de energia elétrica, bem como para 
navegação, destinada, sobretudo, ao transporte de mercadorias. 
Destacam-se, além dessas, as bacias do Yukon e do Mackenzie na 
porção norte do continente americano, que deságuam no Ártico e cujos 
cursos atravessam território canadense. Já na porção sul do continente, 
há as bacias do Orinoco, na Colômbia e Venezuela, e a do São Francisco, 
no Brasil. O Rio Orinoco alcança o Atlântico após percorrer parte do Pla-
nalto das Guianas e cruzar trecho da Floresta Amazônica nos territórios 
venezuelano e colombiano, enquanto o São Francisco atravessa o Pla-
nalto Brasileiro, primeiramente rumo ao norte, posteriormente a leste, 
após seu curso fazer uma inflexão à direita.
Relevo e hidrografia do continente africano
De um modo geral, os planaltos predominam no continente africano. As planícies ocupam extensões me-
nores e são, em sua maioria, costeiras ou constituindo amplos vales no curso inferior de rios como o Zambeze, 
Níger, Congo e Nilo. Por fim, as cadeias de montanhas, menos extensas e elevadas do que as da América, se si-
tuam dispersas no noroeste, centro, sul e leste da África. Confira, nas imagens abaixo, a localização das principais 
formações do relevo africano e como elas direcionam e delimitam as bacias hidrográficas na África. 
• Eclusas para navegação em usina hi-
drelétrica no Rio Tietê, um dos afluen-
tes do Paraná, em Buritama, SP, 2012
Fonte: WORLD atlas reference: everything you need to know about our 
planet today. 9. ed. London: Dorling Kindersley Limited, 2013. p. XVI. 
Adaptação.
 estuário: tipo de desembocadura ou foz de um rio onde há um único canal.
África: principais bacias hidrográficas 
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nzÁfrica: imagem de satélite
 Geografia 9
Originada por dobramento aproximadamente na mesma época 
dos Andes e das Rochosas, a Cadeia do Atlas estende-se ao longo 
do Marrocos e de pequena parteda Argélia, região conhecida como 
Magreb. Por alcançar mais de 4 mil metros de altitude, algumas mon-
tanhas são cobertas de neve mesmo em épocas de calor e, de seu 
sopé ao sul, na base da cadeia, estende-se o Deserto do Saara, onde 
as temperaturas se elevam demasiadamente durante o dia.
Outras cadeias de destaque na África são: Drakensberg, na África 
do Sul e Lesoto; Maciço de Adamawa, na República dos Camarões; 
Maciço da Etiópia e os vulcões situados no Rift Valley ou Grande Vale da África Oriental, que você estudou no co-
meço deste capítulo. Nele se situam o Monte Quilimanjaro, o mais alto do continente, com quase seis mil metros 
de altitude, e grandes lagos formados pelo acúmulo de água sobre falhas geológicas, como Tanganica e Vitória.
No Planalto dos Grandes Lagos, a mais de 1800 metros de altitude, localiza-se a nascente do Nilo, rio africano de 
maior extensão, em cujas margens desenvolveram-se civilizações como a dos antigos egípcios e outras. Esse rio atra-
vessa o Saara de sul a norte, com suas águas perenes, até desembocar no delta, às margens do Mar Mediterrâneo.
Assim como ocorre com a foz do Nilo, também o Níger forma um delta em sua desembocadura, que ocorre 
no Golfo da Guiné, na parte ocidental do continente. Ambas as regiões estão entre as mais densamente povoa-
das da África.
Na região dos Montes Mitumba, no sul e sudeste da República Democrática do Congo, há intensa extração 
de recursos naturais, principalmente minérios, como ouro, cobre, cobalto e coltan, essenciais para a fabricação 
de aparelhos eletrônicos. Há décadas essa exploração tem se baseado no trabalho precário e muitas vezes rea-
lizado por crianças. Além disso, motiva conflitos entre diferentes grupos rebeldes locais e o governo nacional, 
envolvendo, inclusive, a participação de países vizinhos onde outros grupos rebeldes atuam e, em alguns casos, 
têm o apoio de potências desenvolvidas. A demanda desses minerais para a fabricação de produtos tecnológi-
cos em outros continentes é considerada por muitos analistas como um dos fatores que alimentam a violência 
na região, o que tem pressionado também as em-
presas fabricantes e os consumidores de países 
mais ricos a buscar formas de fiscalização e certifi-
cação dos minerais explorados no país, um difícil 
desafio enfrentado atualmente.
No sul do continente, os rios Orange, que desá-
gua no Atlântico, o Limpopo e o Zambeze, com foz 
no Índico, são os mais extensos. No rio Zambeze, 
na região fronteiriça entre Zâmbia e Zimbábue, es-
tão as Cataratas Vitória.
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• Animais e plantas da savana africana, 
Monte Quilimanjaro ao fundo. Quênia, 
2015
©Fotoarena/Alamy/Richard Tadman
 coltan: mineral composto dos 
minerais columbita e tantalita.
©Shutterstock/George Nazmi Bebawi
O segundo rio mais volumoso do mundo, superado ape-
nas pelo Amazonas, é o Congo. Desde sua nascente, nas 
montanhas diamantíferas da região de Katanga, na Repúbli-
ca Democrática do Congo, até sua foz, no Atlântico, todo o 
seu curso segue pela região equatorial, onde copiosas chuvas 
descem sobre a floresta e sobre o Rio Congo. Com a eleva-
da temperatura de cada dia, floresta e rio devolvem parte da 
água no processo de evapotranspiração, alimentando o ciclo 
hidrológico. • Ponte sobre o Rio Nilo, Cairo, Egito, 2016
• Ponte sobre as Cataratas Vitória, 
no Rio Zambeze, entre Zimbábue 
e Zâmbia, 2016
8o. ano – Volume 210
4 Sobre a denominação Magreb.
5 Sugestão de filme.
Olhar geográfico
Observe o mapa e a imagem de satélite da África na página 9. Há, no norte e no sul do continente, exten-
sas áreas praticamente sem a presença de rios. Por que isso ocorre? Registre suas ideias nas linhas a seguir. 
Isso se deve ao clima árido que promove a presença de desertos no norte (como o Saara) e no sul (como o Kalahari) do continente. 
A escassez ou quase inexistência das chuvas inibe a formação de rios nessas regiões. Nesse sentido, o Nilo, abastecido nas montanhas 
do Planalto da Etiópia e dos Grandes Lagos, é uma exceção ao atravessar o Saara.
Clima e vegetação
Conforme você vem aprendendo nos seus estudos de Geografia, os elementos naturais que participam da 
composição dos espaços geográficos, como relevo, hidrografia, clima e vegetação, interagem entre si. Por ora, 
ressaltamos os tipos climáticos e as respectivas formações vegetais que se relacionam a eles. O resultado dessas 
múltiplas interações constitui o que os geógrafos denominam domínios morfoclimáticos, os quais exercem 
influência sobre a distribuição da população humana e esta, por sua vez, também interfere na dinâmica dos 
elementos naturais.
A América se estende desde as proximidades do Polo Norte até próximo à latitude de 60º Sul. Por essa razão, 
apresenta uma variedade climática maior do que a da África. O continente africano, por sua vez, é o mais quente 
entre os continentes. Isso se deve à sua localização centralizada no globo: cerca de 4/5 do seu território está 
inserido na Zona Tropical, o que lhe garante uma incidência mais direta da radiação solar no decorrer do ano. 
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Ao comparar a extensão dos continentes e a disposição deles no globo, é possível perceber que a maior parte do continente africano se localiza no interior 
da faixa intertropical e não atinge em nenhum ponto as latitudes polares. Já o continente americano, embora também esteja em grande parte no interior da 
mesma faixa, tem vastas áreas sob domínios extratropicais. 
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 Geografia 11
Clima e vegetação da América
Os vários domínios morfoclimáticos do continente americano são extremamente complexos e variados. 
Abrangem desde florestas temperadas, cuja folhagem se apresenta extremamente colorida em certas épocas 
do ano, até vegetação rasteira da tundra, com os tons mais monótonos que caracterizam as paisagens do ex-
tremo norte. Passando ainda por desertos como o Atacama, o mais árido do planeta, no Chile e Peru, e pelas 
selvas úmidas e biodiversas da América do Sul e Central. Vejamos melhor os diferentes domínios do continente 
americano. Antes disso, compare o mapa dos climas com o da vegetação desse continente. 
Ao comparar os mapas, é possível perceber algumas correspondências entre os tipos de clima e de vegetação 
em diferentes partes do continente americano. A esse respeito, faça o que se pede. 
 1. A vegetação de coníferas costuma ocorrer em áreas com qual tipo de clima? 
 2. Qual tipo de clima e vegetação são predominantes na área mais central do Brasil? 
 3. Encontre a localização aproximada de onde você mora. Em seguida, escreva o nome do município, a 
unidade da federação e o tipo de clima e vegetação que predominam em sua região. 
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América: zonas climáticas
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58. 
Adaptação.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. 
Adaptação.
Reduzir mapa 95%
75 x 105 mm
América: vegetação
1. Clima frio.
2. Clima tropical e vegetação de savanas e cerrados.
3. Pessoal.
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8o. ano – Volume 212
Domínios polares e frios
As características básicas do clima polar, como 
a predominância de temperaturas negativas no de-
correr do ano, a ocorrência frequente de neve com 
consequente formação de geleiras e a ausência de 
luminosidade solar por semanas ou até meses, expli-
cam a escassa presença de formas de vida nas altas 
latitudes. 
As extensas florestas boreais, compostas predo-
minantemente de coníferas, ocupam a maior parte 
do território canadense e algumas áreas no norte 
dos Estados Unidos, em especial o Alasca. Com baixa 
densidade demográfica e raras áreas urbanas, a flo-
resta boreal é fonte de matéria-prima. Os fartos rios 
da região são utilizados intensamente, seja para trans-
portar troncos de madeira, destinados a indústrias de 
papel e celulose, seja para a geração de energia nas 
hidrelétricas e indústriasde alumínio, que fazem uso 
intensivo de água. 
As condições extremas dos climas frio e glacial 
também são percebidas nas maiores altitudes, nas 
elevadas encostas dos Andes e das Rochosas, inde-
pendentemente da latitude em que as montanhas 
dessas cordilheiras se situem.
 coníferas: classe de árvores e arbustos de folhas pontiagudas e sementes que se agrupam em pinhas. 
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• Floresta de coníferas em Jasper, Canadá, 2015
Domínios temperados e subtropicais
Situando-se geralmente nas latitudes médias, entre os trópicos e os círculos polares, os ambientes tempera-
dos e subtropicais têm variações acentuadas em suas paisagens a cada estação do ano. Por isso, sua amplitude 
térmica anual, principalmente no interior dos continentes, nas áreas distantes da costa, é maior do que na 
maioria das outras regiões. 
O clima temperado na América do Norte abrange a maior 
parte do território dos Estados Unidos e uma parcela do sul do 
Canadá. Está presente também na porção meridional da Amé-
rica do Sul, no Uruguai e trechos da Argentina, Chile e Brasil 
(sul do país). Os domínios temperados apresentam uma gran-
de variedade paisagística, em que se destacam as pradarias e 
as belezas cênicas das matas de sequoias, na Califórnia (EUA), 
e das araucárias, no Brasil Meridional e no centro-sul do Chile.
O uso do solo dos domínios temperados da América se di-
versifica entre variadas formas de agricultura e pecuária, áreas 
de silvicultura, centros urbanos e polos industriais de diferentes 
características. Por isso mesmo, apresenta grande intervenção 
das sociedades em diferentes épocas da história, em seus res-
pectivos espaços geográficos.
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• Parque Nacional das Sequoias, com paisagem 
tipicamente temperada, Califórnia, EUA, 2017
• Paisagem de tundra no Alasca, EUA, 2013
 Geografia 13
Domínios tropicais
Do México ao Paraguai, grande parte da América Latina se caracteri-
za pela tropicalidade de suas paisagens. Nessas áreas de climas quentes 
e, em geral, úmidos, ainda que apresentem períodos de estiagem, se de-
senvolvem florestas e savanas dotadas de notável biodiversidade. Muitos 
dos recursos naturais tropicais do continente, no entanto, encontram-se 
ameaçados diante das intervenções humanas. O desmatamento e a polui-
ção causados por práticas insustentáveis de manejo da terra, expansão das 
fronteiras agrícolas e projetos de infraestrutura, como estradas, represas ou 
usinas hidrelétricas nas áreas de savanas e florestas remanescentes, são os 
principais empreendimentos a exercer pressão sobre esses ambientes e, por 
consequência, também sobre os povos nativos que os habitam.
O clima equatorial, com temperaturas elevadas e pequena amplitude térmica ao longo do ano, além de 
grande volume pluviométrico, se situa no norte da América do Sul. Em grande área dessa região, a leste dos 
Andes, o calor e a umidade constante contribuíram para a evolução da Floresta Amazônica. A combinação das 
massas de ar úmidas vindas do Atlântico com a evapotranspiração da Amazônia originou os “rios voadores”, por-
ções da atmosfera que se deslocam em direção ao centro-sul do subcontinente, distribuindo parte da umidade 
proveniente da floresta pelas regiões que ficam no caminho.
Em meio ao cenário de desmatamento das florestas tropicais, estão as áreas preservadas na Costa Rica, país 
situado na América Central que se destaca pela importante área destinada às Unidades de Conservação, bem 
como por sediar pesquisas florestais. 
Os obstáculos naturais representados pelas florestas tropicais densas e úmidas, como a proliferação de 
doenças transmitidas por insetos, ocasionaram inúmeras mortes durante as obras do Canal do Panamá, no fim 
do século XIX e início do século XX. Empreendimentos de infraestrutura como esse, por um lado, contribuem 
para o desenvolvimento das economias nacionais e ajudam a promover o comércio internacional; por outro, 
causam impactos por vezes preocupantes aos domínios tropicais.
As savanas, típicas formações arbustivas de clima tropical (marcado pela alternância entre invernos secos 
e verões chuvosos), são encontradas em parte do território mexicano, venezuelano e também no centro da 
América do Sul, incluindo parte do Brasil, nos domínios naturais conhecidos como Cerrado (savana típica) e 
Caatinga (savana-estépica).
Domínios da aridez na América
Ao longo dos trópicos, são encontrados desertos e semidesertos no continente americano. No norte do 
México e Sudoeste dos Estados Unidos, situam-se os desertos da Grande Bacia. Além de formas de relevo sur-
preendentes forjadas pela erosão, esses desertos e suas cercanias guardam vestígios arqueológicos de popula-
ções que se abrigavam em moradas abertas nas encostas e obtinham sua subsistência em condições climáticas 
provavelmente menos áridas.
Na América do Sul, encontram-se o gélido Deserto da Pata-
gônia, no sul da Argentina, parcialmente coberto por formações 
rasteiras e arbustivas, e o do Atacama, no norte do Chile e sul 
do Peru, o mais seco de todos os desertos da Terra, como já vi-
mos. A pouca umidade que se forma em sua atmosfera decorre 
em parte da presença da Corrente de Humboldt a oeste desses 
países, próximo à costa. Trata-se de uma corrente marítima no 
Pacífico que, por ser fria, desfavorece a evaporação das águas 
que propiciariam a formação de nuvens sobre o continente.
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©Fotoarena/Depositphotos/SimonDannhauer
• Ponte suspensa compõe caminho 
turístico sobre o dossel da floresta 
tropical na Costa Rica, 2016
• Paisagem desértica no Monument Valley, Arizona, EUA, 2015
8o. ano – Volume 214
6 Sobre a redução da área dos cerrados no Brasil.
Características das florestas tropicais e informações complementares.7
Ao comparar os mapas, é possível perceber algumas correspondências entre os tipos de clima e de vegetação 
em diferentes partes do continente africano. A esse respeito, responda às seguintes questões: 
 1. Se fizéssemos uma viagem, partindo da Linha do Equador, aproximadamente no centro do continente, 
rumo ao Estreito de Gibraltar, no Marrocos, extremo norte da África, quais climas e vegetações encontra-
ríamos pelo caminho? 
 2. Se fizéssemos outra viagem, partindo do mesmo local, mas desta vez direcionando-se à Cidade do Cabo, 
na África do Sul, extremo meridional da África, quais climas e vegetações encontraríamos pelo caminho?
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África: zonas climáticas
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58. 
Adaptação.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. 
Adaptação.
África: vegetação
De outra parte, a leste, estende-se a Cordilheira dos An-
des, que atua como barreira a impedir que as massas de ar 
úmidas vindas do Atlântico e da Amazônia passem para o 
outro lado. Conforme veremos no próximo capítulo, do sub-
solo do Atacama extraem-se algumas das principais fontes 
de renda do Chile, como o cobre. 
Clima e vegetação da África
Um voo sobre a África de norte a sul, desde a Tunísia ao Cabo da Boa Esperança, na 
África do Sul, permite visualizar uma sucessão sequenciada de domínios. Dos desertos à 
floresta equatorial e destas, de volta aos desertos.
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• Com a Cordilheira dos Andes ao fundo, estrada corta 
o Deserto do Atacama, Chile, 2017
 Geografia 15
Clima equatorial, tropical, semiárido, desértico e, por fim, mediterrâneo. Vegetação de floresta equatorial e tropical, savanas, 
desertos, formações mistas, pradarias e estepes, desértico novamente e, por fim, vegetação mediterrânea. 
 Clima equatorial, tropical, semiárido, desértico, semiárido novamente e por fim mediterrâneo. Vegetação 
de floresta equatorial e tropical, savanas, pradarias e estepes, desertos, pradarias e estepes novamente e por fim vegetação mediterrânea.Domínios de tipo mediterrâneo
Algumas regiões do globo, entre as quais o centro 
do Chile, parte da Califórnia, no oeste dos EUA, e o su-
doeste da África do Sul, apresentam clima e vegeta-
ção mediterrâneos. A designação se explica pelo fato 
que essas localidades exibem uma característica cli-
mática peculiar: ao contrário do que ocorre na maior 
parte dos domínios naturais, em especial os tropicais, 
o verão é seco e o inverno, chuvoso. Como foi nas 
costas e ilhas do Mar Mediterrâneo que os europeus, 
nas primeiras classificações climáticas de séculos 
atrás, observaram essa característica pela primeira 
vez, denominou-se assim o tipo climático da região, 
mesmo quando ocorre em locais distantes.
Essa combinação possibilitou o desenvolvimen-
to de um tipo de vegetação arbustiva e esparsa, 
também denominada de maquis. Tais condições 
ambientais propiciaram, há centenas de anos, a 
cultura de oliveiras, que produzem olivas (ou azeito-
nas), e de parreiras, que produzem uva. 
Domínios desérticos e semidesérticos
Entre as linhas que formam os Trópicos de Cân-
cer, ao norte, e Capricórnio, ao sul, estendem-se as 
maiores áreas desérticas da África. 
O Saara, maior deserto do mundo, é limitado 
pela Cadeia do Atlas a oeste, quase no Atlântico 
ao Mar Vermelho, no leste. Muito pouco povoado e 
dominado pela influência cultural árabe, o Deserto 
do Saara ainda conserva certos cenários milenares, 
como as caravanas de comércio que o cruzam e os 
povos de tradição nômade e guerreira, como os tua-
regues, muitos dos quais atualmente sedentarizados 
em cidades em vilas de diferentes países da região.
O Deserto da Namíbia e o semideserto do Kalahari 
estão na porção meridional do continente. No Kalahari, 
durante a breve temporada de chuvas, observam-se 
manadas de animais em sua migração anual rumo 
ao delta do Rio Okavango, que surge periodicamen-
te todos os anos e desaparece alguns meses depois. 
Trata-se de um delta situado em meio ao continente 
e não, como de praxe, na foz do rio junto ao mar. Fe-
nômeno raro, as águas do delta do Okavango, após 
atravessarem o deserto, desaparecem sob as areias 
do Kalahari. 
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• Delta do Okavango em época de cheia, quando 
a paisagem semiárida se transforma e floresce, 
Botsuana, 2013
• Caravana de camelos cruza o Deserto do Saara 
no Marrocos, 2016
• Paisagem mediterrânea na Tunísia, 2010
Geralmente localizados próximos aos litorais, os domínios 
mediterrâneos são quase sempre grandes atrativos turísticos.
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Domínio semiárido do Sahel
O Sahel, cujo significado em árabe é “fronteira”, correspon-
de a uma faixa de clima semiárido e de vegetação de este-
pe situada na orla meridional do Deserto do Saara. 
O crescimento demográfico da população e o uso in-
tensivo do solo para a agricultura de subsistência e pas-
toreio têm contribuído para a desertificação da região. 
Trata-se de um grave problema socioambiental para toda 
a longa área que atravessa latitudinalmente a África. 
Domínio das savanas e florestas africanas
As paisagens naturais mais conhecidas da África mundo afora são, 
certamente, as da savana. Situada entre as estepes semiáridas que 
margeiam desertos e a floresta equatorial no centro do conti-
nente, a savana se desenvolve principalmente sobre os pla-
naltos campestres e vales da África Oriental. 
O clima que corresponde à formação das savanas afri-
canas é o tropical típico, definido por duas estações bem 
diferenciadas: o verão chuvoso e o inverno seco.
Na região equatorial da bacia do Rio Congo, esten-
de-se a mais densa floresta africana. Ameaçada pela 
expansão da mineração, extração de madeira e em-
preendimentos agropastoris, ela abrange desde Ruanda 
e Burundi até o Gabão e Camarões. 
Florestas tropicais úmidas são encontradas ainda no su-
deste do continente, em Moçambique e parte oriental da ilha 
de Madagascar, e no entorno do Golfo da Guiné, entre a Nigéria 
e Costa do Marfim. 
• Formações calcárias pontiagudas em 
meio à floresta de Madagascar, 2016
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savana no Parque Nacional de Serengeti, 
na Tanzânia, 2016
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• Faixa do Sahel no Níger, 2015
Paisagem do Sahel, transição entre o Deserto 
do Saara e os ambientes de savana mais ao sul.
©Fotoarena/Alamy/Charles O. Cecil
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17
A questão dos recursos hídricos
A água é um recurso mineral fundamental para o 
desenvolvimento da vida como a conhecemos. É por 
isso que os astrobiólogos, cientistas que buscam 
vestígios de seres vivos (principalmente micróbios, 
bactérias e outras formas elementares de vida) em 
outros planetas ou em suas luas, tanto dentro como 
fora do Sistema Solar, procuram por água, especial-
mente no estado líquido – o que foi verificado pela 
primeira vez em 2016, no planeta Marte, mas sem a 
confirmação de vestígios de vida.
 1. Relacione as características climáticas e paisagísticas a seguir com seus respectivos tipos climáticos.
( 1 ) Árido
( 2 ) Semiárido
( 3 ) Polar
( 4 ) Frio
( 5 ) Frio de montanha
( 6 ) Temperado
( 7 ) Mediterrâneo
( 8 ) Subtropical
( 9 ) Tropical
( 10 ) Equatorial
( 3 ) Temperaturas abaixo de 0 °C na maior parte 
do ano. Neve e geleiras. 
( 7 ) Embora situado na zona temperada, apre-
senta verão quente e seco.
( 1 ) Raras chuvas e grande variação de tempera-
turas entre dia e noite.
( 6 ) Quatro estações bem caracterizadas. 
Temperatura média anual amena.
( 10 ) Pouca amplitude térmica durante o ano. 
Quente e muito úmido.
( 4 ) Invernos rigorosos com frequentes quedas 
de neve e verões amenos.
( 2 ) Curto período com poucas chuvas. No res-
to do ano, seco e quente.
( 8 ) Transição entre o temperado e o tropical. 
Em geral, úmido.
( 5 ) Baixas temperaturas, devido à altitude. 
Mudanças constantes de tempo.
( 9 ) Quando no interior do continente, apre-
senta duas estações: chuvosa (verão) e seca 
(inverno). Quente no ano todo. 
 2. Clima e vegetação estão extremamente ligados. Associe alguns dos tipos de vegetação presentes na 
América, África ou em ambos os continentes com os tipos climáticos indicados no item anterior. Use a 
mesma numeração.
( 10 ) Floresta Equatorial, densa e úmida. 
( 2 ) Estepes e savanas com plantas, em geral, 
esparsas.
( 6 ) Pradarias, bosques e matas temperadas. 
( 1 ) Desertos.
( 9 ) Savanas no interior dos continentes e florestas, 
em geral, costeiras.
( 4 ) Floresta boreal ou de coníferas.
( 7 ) Vegetação arbustiva. Em certas regiões, 
destacam-se as oliveiras.
( 5 ) Redução no porte da vegetação à medida 
que aumenta a altitude.
( 3 ) Tundra e desertos glaciais (cobertos por 
geleiras continentais).
( 8 ) Matas de araucárias e de espécies que se 
adaptam a climas tropical e temperado.
Organize as ideias 
Astrobiologia é uma área de pesquisa científica surgida 
recentemente com base na astronomia e na biologia. De 
acordo com o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciên-
cias Atmosféricas da USP (IAG), a astrobiologia, valendo-se 
de uma abordagem interdisciplinar, investiga a origem, dis-
tribuição, evolução e futuro da vida no Universo, em cone-
xão com o ambiente astronômico.
8o. ano – Volume 218
8 Considerações complementares.
No planeta Terra, entretanto, a água é 
abundante, porém distribuída de maneira 
extremamente irregular pelos continentes e 
territórios nacionais. Estima-se que no pla-
neta inteiro exista cerca de 1,5 bilhão de km³ 
de águas superficiais. No entanto, 60% dessa 
soma se concentra em apenas nove países, 
um deles o Brasil, que dispõe sozinho de 12% 
daquele volume. Por outro lado, há regiões em 
que os índices de precipitação são inferiores 
aos de evapotranspiração, como nos desertos 
e em seus entornos. Nesses casos, registra-se 
umasituação de déficit hídrico. 
Cerca de 97,5% da água existente no planeta encontra-se nos mares e oceanos. Dos menos de 3% restantes, 
mais de dois terços está congelada, especialmente na Antártica, e pouco menos de um terço encontra-se em aquí-
feros subterrâneos. Estes, por conta do difícil acesso ou pelas propriedades inadequadas para consumo, podem 
exigir altos custos de perfuração e tratamento, tornando a exploração muitas vezes pouco viável ou insustentável. 
Assim, menos de 1% de toda a água doce da Terra (lembrando que esta constitui apenas 2,5% da água total 
do planeta) está disponível para uso humano em rios, lagos, etc. Mais precisamente, as reservas de água doce 
disponíveis para consumo imediato representam apenas 0,016% do total, aproximadamente, o que inclui toda 
a água presente na atmosfera, rios, lagos e lençóis freáticos do mundo somados. 
Temos que considerar, ainda, que boa parte dessa pequena parcela se encontra afetada pelas ações antró-
picas, que exercem forte pressão sobre os recursos hídricos existentes. Isso ocorre, especialmente, quando os 
índices de consumo e poluição excedem a capacidade de renovação do recurso, seja de forma natural, seja por 
meio de estações de tratamento. 
Nesse contexto, exemplos de locais que têm apresentado quadro preocupante são recorrentes nos continen-
tes americano e africano. Locais como a Califórnia, estado mais rico dos Estados Unidos, a Cidade do México, que 
vimos anteriormente, ou a Cidade do Cabo, metrópole sul-africana famosa por seus pontos turísticos e sofisticada 
infraestrutura urbana, passaram por períodos de racionamento e episódios de risco de esgotamento hídrico nos úl-
timos anos e se encontram atualmente em busca de maneiras de evitar maiores problemas no futuro. Também no 
Brasil essa situação ocorre em grandes centros urbanos como São Paulo (SP), Salvador (BA) e a capital, Brasília (DF).
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• No Deserto do Saara, tuaregues retiram água de poço no Mali, 2011 
Conhecer os locais mais viáveis para obtenção de água subterrânea nos 
desertos é estratégico às populações locais. 
©Shutterstock/Usa-Pyon
• Cidade do Cabo, África do 
Sul, 2018
Pessoas fazem fila para coletar água 
durante racionamento.
• São Paulo, SP, 2015
O Sistema Cantareira, que abastece a cidade de 
São Paulo, SP, alcançou uma situação crítica no 
ano de 2015, quando uma seca severa atingiu o 
estado, comprometendo o fornecimento público 
de água em alguns bairros e períodos.
• Las Vegas, EUA, 2015
A metrópole estadunidense, localizada em meio ao 
deserto, é dependente do lago Mead e da bacia do 
Colorado para o abastecimento hídrico e aplica leis 
severas contra o desperdício, cobrando altos valores pelo 
fornecimento, em especial dos maiores consumidores, 
como os hotéis luxuosos que fazem a fama da cidade.
©Fotoarena/Aloisio Mauricio ©Glowimages/AP Photo/Anwa Essop
 Geografia 19
9 Sugestão de abordagem.
Com base nos dados de 2017, a escassez de água atinge cerca de 460 milhões de pessoas ao redor do 
mundo, as quais vivem com menos de cinco litros de água por dia, e 29 países têm algum tipo de problema 
decorrente da falta de água. Apesar disso, o consumo doméstico ainda responde por proporção minoritária 
do consumo mundial, cerca de 10% apenas. Segundo a FAO, aproximadamente 70% da água consumida no 
mundo se destina à agricultura, na irrigação das lavouras, enquanto as atividades industriais utilizam 22% do 
total da água consumida. 
Essas proporções, entretanto, constituem médias mundiais. Dessa maneira, omitem as enormes variações que 
existem entre os países. Analise os mapas nas páginas 1, 2 e 3 do seu material de apoio para compreender como 
se distribui o consumo de água nas diferentes regiões do mundo. Neles, é possível perceber claramente que: 
• a porcentagem de extração de água realizada pelas redes públicas de abastecimento para o consumo do-
méstico sofre variação menor que o consumo agropecuário e industrial; 
• os países localizados mais ao sul no globo, o que abrange a maior parte dos países emergentes ou em desen-
volvimento, exibem índices mais altos de extração de água para uso em empreendimentos agropecuários;
• os países localizados mais ao norte no globo, o que abrange a maior parte dos países considerados mais 
ricos ou economicamente desenvolvidos, apresentam índices mais altos de extração de água para uso em 
empreendimentos industriais.
Com o comprometimento de numerosas fontes naturais de água, por um lado, e a demanda crescente, por 
outro, aumenta a necessidade de capital para seu tratamento, o que a torna muitas vezes um recurso cada vez 
mais caro e menos garantido, conforme evidenciam os exemplos que vimos na página anterior.
Assim, estabelecer um planejamento logístico eficaz para o uso dos recursos hídricos constitui um desafio 
para qualquer país. Muitas vezes os rios, lagos e aquíferos são transfronteiriços, exigindo uma gestão comparti-
lhada que, se não for realizada com diplomacia, ou seja, por meio de diálogos e negociações entre os governos 
envolvidos, pode resultar em tensão geopolítica entre países vizinhos ou próximos. Veja no mapa como se 
configura essa realidade na América e na África. 
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Fonte: ALMEIDA, Rodolfo; MAIA, Gabriel. Acesso, dependência, usos: a situação da água no mundo, em 6 mapas. Disponível em: <https://
www.nexojornal.com.br/grafico/2018/03/20/Acesso-depend%C3%AAncia-usos-a-situa%C3%A7%C3%A3o-da-%C3%A1gua-no-mundo-em-6-
mapas>. Acesso em: 28 maio 2018. Adaptação.
América e África: dependência de recursos hídricos externos
8o. ano – Volume 220
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Gestões inadequadas podem produzir problemas socioambientais de grande magnitude, como no caso 
do lago Chade. Localizado no centro-norte do continente africano, nas fronteiras entre Chade, Níger, Nigéria e 
Camarões, vem apresentando drástica redução. Em virtude da utilização não planejada de suas águas para pro-
jetos de irrigação desde as décadas de 1970 e 1980, da construção de represas para usinas hidrelétricas nos rios 
que o alimentam e da progressiva redução das chuvas na região, ocupa atualmente entre 10 e 20% de sua área 
original. No contexto mais geral da bacia do lago Chade, essa situação tem contribuído para agravar os conflitos 
étnicos e religiosos existentes na região, como disputas entre pecuaristas e agricultores pelos recursos hídricos 
ou a presença de grupos fundamentalistas que praticam o terrorismo, como o Boko Haram.
A América, em parte por ter menor área de terras afetadas pela escassez, apresenta menos problemas di-
plomáticos internacionais relacionados à água. Em geral, o compartilhamento de importantes corpos-d’água 
vem ocorrendo de modo pacífico e negociado, como no caso dos Grandes Lagos, entre os Estados Unidos e o 
Canadá, e o lago Titicaca, entre o Peru e a Bolívia, ou o Aquífero Guarani, que atinge Brasil, Paraguai, Argentina 
e Uruguai. 
Mesmo o controle sobre a bacia Platina, motivação de numerosas disputas históricas, foi resolvido de ma-
neira satisfatória na década de 1980, por meio de acordos e tratados que resultaram na construção da Usina 
Hidrelétrica de Itaipu (no Rio Paraná), também denominada Itaipu Binacional (pois envolve a parceria entre 
Brasil e Paraguai), a maior de sua época. Mesmo assim, episódios relacionados a fábricas de papel localizadas 
às margens de um dos afluentes da bacia, o Rio Uruguai, pelo país de mesmo nome, gera tensões diplomáticas 
ocasionais com a Argentina, que alega sofrer danos ambientais. 
Um foco histórico de tensões no continente africano é a bacia do Rio Nilo, cujas águas são utilizadas e 
disputadas entre Egito, Sudão, Etiópia e Sudão do Sul. Localize o percurso desse rio no mapa da página 9 
e verifique a situação dos quatro países mencionados.Como a trajetória do rio pode explicar situações 
tão distintas na mesma bacia? 
Olhar geográfico
O lago Chade, um dos únicos locais do Saara que apresenta água em abundância, está desaparecendo em razão das ações 
antrópicas. Na última imagem é possível comparar os níveis de 2016 com os de 1963, destacados em azul. 
1963
1984
1972
2016
Extensão original 
do lago (1963)
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 Geografia 21
 O Sudão do Sul e a Etiópia estão na parte superior da bacia do Nilo, apresentando situação de 
menor dependência. Os outros países, por terem menor controle das nascentes do Nilo, apresentam situação de maior dependência.
Um dos debates mais aquecidos com relação à água diz 
respeito à atuação de entes privados no setor, tanto na 
distribuição quanto no saneamento. 
De um lado, quem defende a entrada de mais empresas 
particulares aponta que o estado não tem condições de, 
sozinho, atender à demanda por acesso e expansão da rede. 
Na outra ponta, críticos expressam preocupação 
com relação a privatizações descuidadas e que não 
contemplam o interesse público. 
[...] 
A distribuição de água e esgoto 
Dados de 2015 do Instituto Trata Brasil mostram que 
83,3% dos brasileiros contam com água encanada, mas 
apenas 50,3% têm esgoto. Somente 42,67% dos esgotos 
coletados no País são tratados. 
Em algumas partes do país, a situação é ainda mais 
dramática: na região Norte, 49% da população conta com 
abastecimento de água, e apenas 7,4%, com esgoto. 
“Isso tem a ver com a maneira como o modelo evoluiu 
no Brasil”, afirmou ao Nexo Marussia Whately, arquiteta 
e urbanista com especialização em gestão de recursos 
hídricos. “Sempre se investiu muito mais em água do que em 
saneamento, pois água dá muito mais dinheiro.” 
[...]
Defensores da ampliação das empresas privadas nos 
setores de água e saneamento argumentam que o poder 
público não tem condições financeiras de realizar as 
obras necessárias. 
Segundo dados da Abcon (Associação Brasileira das 
Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e 
Esgoto), investimentos da iniciativa privada em saneamento 
foram responsáveis por 20% do total aplicado no setor em 
2015, mesmo que sua presença esteja restrita a 5% dos 
municípios e acessível para apenas 15% da população. 
Um relatório da associação cita entre seus exemplos bem- 
-sucedidos a região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Em 2001, 
só 0,8% dos habitantes tinha esgoto. Em 2015, depois de 14 
anos em que a gestão foi realizada pela privatizada Prolagos, 
o índice cresceu para 60,07%. [...]
Na década de 1990, teve início a privatização de empresas 
de água e esgoto. De acordo com dados de 2016 da 
Abcon, concessionárias privadas estão presentes em 
322 municípios (em 18 estados) e beneficiam mais de 30 
milhões de pessoas.
Dos municípios atendidos pela iniciativa privada, 72% 
são de pequeno porte, com população de até 50 mil 
A CRESCENTE ATUAÇÃO DE EMPRESAS PRIVADAS NA GESTÃO 
DE ÁGUA E ESGOTO 
Participação do setor privado no setor é defendida como saída para falta de recursos públicos. 
Especialistas defendem regulação e controle.
Um problema comum à África e à América Latina, no que 
diz respeito à acessibilidade da água potável por todos os seg-
mentos da população, são os elevados índices de pobreza e 
desigualdade. Eles se refletem diretamente na precariedade 
do saneamento básico. Em diversos países, boa parte dos de-
jetos e dos esgotos ainda é lançada diretamente nos leitos dos 
rios, sem o devido tratamento. 
No Brasil, assim como em muitos países, tem crescido o de-
bate em torno das questões hídricas e do abastecimento sus-
tentável das cidades e atividades econômicas. Nesse cenário, a 
atuação de empresas privadas na gestão da água e do esgoto, 
vista como agravante dos problemas por alguns e como parte 
da solução por outros, tem gerado controvérsias. Independen-
temente das posições políticas, é importante ter em mente 
que não existem soluções e modelos prontos para serem apli-
cados em qualquer situação, pois os diferentes contextos de 
escassez exigem soluções próprias. Confira alguns argumentos 
desse debate na reportagem a seguir. 
©Opção Brasil Imagens/Hans Von Manteuffe
• Palafitas, moradias que não contam com 
saneamento básico, Recife, PE, 2014
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/03/24/A-crescente-atua%C3%A7%C3%A3o-de-empresas-privadas-na-gest%C3%A3o-de-%C3%A1gua-e-esgoto
8o. ano – Volume 222
ROCHA, Camilo. A crescente atuação de empresas privadas na gestão de água e esgoto. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/
expresso/2018/03/24/A-crescente-atua%C3%A7%C3%A3o-de-empresas-privadas-na-gest%C3%A3o-de-%C3%A1gua-e-esgoto>. Acesso em: 2 out. 
2018.
Apesar de contar com enormes bacias hidrográficas, como a Ama-
zônica e a Platina, e abundantes reservas de água subterrânea, como 
o aquífero Alter do Chão, na Amazônia, e a maior parte do Guarani, o 
Brasil tem sido palco de recorrentes episódios de crises de abastecimen-
to. Além de períodos chuvosos que têm se revelado muitas vezes me-
nos intensos que o esperado, o elevado consumo de grandes centros 
urbano-industriais e o excessivo uso para irrigação nas lavouras contribui 
para a ocorrência de episódios de escassez hídrica. Esse problema, antes 
associado ao semiárido nordestino, atualmente ameaça afetar cada vez 
mais, durante os invernos secos, várias localidades também no Sudes-
te e Centro-Oeste. Com o agravante de que, sendo as usinas hidrelétri-
cas dessas regiões responsáveis por gerar boa parte da eletricidade que 
abastece as grandes cidades do país, cenários com secas mais intensas 
no Brasil costumam impactar também o fornecimento de energia para 
esses locais e suas indústrias.
Organize as ideias 
Anote nos quadros abaixo palavras-chaves que exemplifiquem o que você aprendeu em relação às prin-
cipais paisagens naturais dos continentes americano e africano.
Relevo e hidrografia Clima e vegetação Questão hídrica
Pessoal, algumas possibilidades são:
Montanhas Rochosas
Andes
Sierra Madre Oriental
Sierra Madre Ocidental
Mississippi
Amazonas
Nilo
Okavango
Pessoal, algumas possibilidades são:
Domínio polar
Domínio frio
Domínio tropical
Domínio desértico
Domínio mediterrâneo
Sahel
Pessoal, algumas possibilidades são:
Escassez
Privatização
Gestão da água
Gestão do esgoto
Dependência hídrica
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• Reservatório da Usina Hidrelétrica de 
Três Marias, no Rio São Francisco, MG, 
durante período prolongado de seca, 
em 2014
habitantes. No total, essa participação ainda é pequena: 
5% do abastecimento de água, coleta e tratamento de 
esgoto no país são administrados por concessionárias 
privadas. 
“É bom que existam investidores, que façam o que 
o poder público tem sido incapaz de fazer”, afirmou 
ao Nexo o ambientalista Rodrigo Agostinho, que foi 
prefeito da cidade de Bauru, interior de São Paulo, 
entre 2001 e 2008. “Mas que haja regulação, controle, 
monitoramento e transparência. No contrato, deve 
estar previsto quais as obras necessárias em cada ano, 
quais bairros serão atendidos, que haja um projeto claro 
de investimento.” 
[...]
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/03/24/A-crescente-atua%C3%A7%C3%A3o-de-empresas-privadas-na-gest%C3%A3o-de-%C3%A1gua-e-esgoto
 Geografia 23
Hora de estudo
 1. A disposição e certas características do relevo da América do Sul e da América do Norte são similares. 
Cite algum exemplo para justificar essa afirmação. 
As grandes cordilheiras (Andes e Rochosas) situam-se no oeste, próximas ao Pacífico. Na outra margem do continente, estão pla-
naltos e serras geologicamente mais antigos (Apalaches e serras do Planalto Brasileiro). As grandes planícies fluviais (Amazônica, do
Mississippi e Platina) se localizam em áreas centrais do continente. 
 2. Por que a África apresenta menor variedade de tipos de climaque o continente americano? 
Porque o território da América se estende do Ártico à Antártica, já a África situa-se quase inteira na Zona Intertropical (entre os
 trópicos), em uma posição mais centralizada no globo.
 3. Qual dos dois continentes – América ou África – está em uma situação menos favorável no que se refere 
à abundância de recursos hídricos? Por quê? 
A África, pois o continente africano apresenta grandes extensões de áreas desérticas, além de outras porções também marcadas 
pela irregularidade das chuvas e pelo déficit hídrico. 
 4. Qual o segmento social mais afetado pela escassez hídrica na África e na América Latina? Justifique 
sua resposta. 
As populações mais pobres são as mais afetadas, pois o cenário de escassez tende a encarecer o custo de tratamento e distribuição
de água, dificultando o acesso ao recurso, que se torna muitas vezes inacessível por questão de renda.
 5. Diante dos argumentos apresentados neste capítulo, como você se posiciona acerca da polêmica em 
relação à privatização das águas? Justifique seu posicionamento. 
Pessoal. O professor deve estar atento à qualidade e criticidade das argumentações apresentadas. 
 6. Apresente e explique um exemplo, histórico ou atual, de tensão internacional relacionada à gestão da 
água no continente africano e um no continente americano. 
Os alunos podem citar exemplos do texto, como a questão do lago Chade, que teve expressiva redução de área nos últimos 50 anos
 por conta da má gestão dos países em seu entorno, gerando tensões entre os mais responsáveis e os mais prejudicados pelo desastre
 ambiental; ou, ainda, tratar do caso da bacia do Rio Nilo, cujas águas são historicamente disputadas por Egito, Sudão, Etiópia e
 Sudão do Sul. Na América, os alunos podem citar a bacia Platina. 
24
5 Exploração dos 
recursos naturais na 
América e África 
Seja por meio de diamantes africanos, prata andina, seja por meio do ouro de Minas Gerais, no Brasil, 
entre muitas outras possibilidades existentes, os continentes africano e americano têm sua história e 
geografia marcadas pela abundância de recursos naturais. No entanto, há séculos potências estrangeiras, 
países soberanos da própria região ou grandes empresas transnacionais têm explorado jazidas e fontes de 
recursos desses continentes. 
1. Pelos seus conhecimentos prévios sobre esse assunto, quais recursos naturais são explorados no Brasil? 
2. Mencione ao menos um recurso natural explorado em outro país do continente americano. 
3. Mencione ao menos um recurso natural explorado em um país do continente africano.
1. Pessoal. Esperamos que os alunos mencionem o petróleo (pos-
sivelmente o pré-sal, trabalhado no ano anterior), minério de 
ferro, o solo para agricultura, entre outros exemplos. 
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• Pedra preciosa conhecida como “Diamante da 
paz”, vendida pelo governo de Serra Leoa, é ex-
posta em Nova Iorque, 2017 
Seu nome se deve à campanha contra a intensa 
violência que envolvia a exploração mineral do país em 
décadas passadas, quando essas pedras ganharam o 
apelido de Diamante de Sangue.
• Cerro Rico, em Potosí, Bolívia, 2015
Maior montanha de prata do mundo, por muitos anos 
Cerro Rico sustentou boa parte da riqueza da monarquia 
espanhola, e ainda hoje constitui importante fator da 
balança de exportações do país. 
2. Pessoal. Esperamos que os alunos mencionem casos de forte presença na mídia, como petró-
leo na Venezuela, gás e prata na Bolívia, cobre no Chile, entre outras possibilidades.
3. Pessoal. Esperamos que os alunos mencionem recursos mais conhecidos, como, novamente, 
o petróleo, ouro, diamante e outros. 
25
• Reconhecer os principais recursos naturais da América e da África, bem como os países em que 
se encontram.
• Identificar as características atuais que envolvem a exploração desses recursos naturais, reve-
lando contradições associadas a essa atividade. 
ObjetivosObjetivos
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Após termos visto as dinâmicas e características das paisagens naturais americanas e africanas, neste capí-
tulo vamos estudar a exploração que os países desses continentes fazem dos recursos subjacentes a essas pai-
sagens. Inicialmente, veremos os principais recursos espalhados pela natureza da América e da África para, em 
seguida, abordar aspectos econômicos e geopolíticos que envolvem sua exploração econômica na atualidade.
Distribuição dos principais recursos naturais 
Os continentes americano e africano, embora tenham inúmeras diferenças entre si, têm uma característica 
marcante em comum: a abundância de recursos naturais. Vejamos como se distribuem os principais recursos 
da América e da África.
Principais recursos no continente americano 
Começando pela América do Norte, as jazidas de ferro e manganês localizadas no Planalto Laurenciano, 
na porção leste do Canadá, e nos Montes Apalaches, centro-leste dos Estados Unidos, foram essenciais para 
a consolidação de economias de forte produção industrial nessas áreas. No caso do Canadá, jazidas de outros 
recursos minerais como gás natural, petróleo, ouro, carvão, cobre, minério de ferro, níquel, urânio e zinco são 
abundantes e incrementam a produção industrial. Já na região dos Apalaches, a presença de importantes reser-
vas de carvão mineral também contribuiu para a industrialização.
A produção de petróleo na América do Norte concentra-se, sobretudo, nas regiões do Ártico, do Alasca e 
do Golfo do México. A produção petrolífera estadunidense tem crescido com a modalidade “petróleo de xisto”, 
que gera polêmica em razão dos impactos ambientais que acarreta a técnica do fraturamento hidráulico. Já a 
produção mexicana sempre foi fortemente voltada ao mercado estadunidense, mas, a partir de 2010, tem se 
orientado cada vez mais para os mercados asiático e europeu, que em 2016 importaram juntos mais da metade 
do petróleo bruto exportado pelo México.
Os recursos florestais também se destacam, especialmente no Canadá. Extensas áreas no norte do país são 
cobertas pela floresta de coníferas, onde a indústria de papel é altamente desenvolvida. Também os recursos hí-
dricos do país contribuem ao fornecer os leitos dos rios como vias de transporte de toras a preços muito baixos, 
bem como fontes de energia para a indústria de alumínio.
• Navio com toras de madeira em Colúmbia Britânica, Canadá, 2018
Aproximadamente metade do território canadense é coberto por florestas, um 
fator natural que possibilitou o desenvolvimento de uma importante indústria 
nos ramos de celulose e de madeira.
Conforme vimos no capítulo anterior, a vegetação original 
na América Central é predominantemente composta por flo-
restas equatoriais e tropicais, associadas a climas com grande 
umidade e predomínio de elevadas temperaturas. Assim, os 
países dessa região têm em comum a presença de florestas 
com copas densas e árvores de grande porte, que se mantêm 
verdes durante todo o ano. É notável a variedade de espécies, 
como cipós, bambus, epífitas, mognos, entre outras. 
Em virtude da forte presença florestal natural e a existência 
em geral escassa de recursos minerais nessas regiões, com algu-
mas exceções, a exploração dos recursos florestais e vegetais é 
economicamente mais relevante que a produção de minérios. Por isso, atividades como a silvicultura e agricultura 
de produtos tropicais como café, cana-de-açúcar e frutas têm grande peso na economia desses países. A pesca e 
o turismo também são importantes atividades que se baseiam nos recursos naturais desses países, especialmente 
no caso das ilhas caribenhas. 
A região andina do continente americano, por conta de suas características geológicas, proporciona elevada 
produção de minérios, como cobre, prata, zinco e outros. Países como Equador, Chile, Peru e Bolívia contam com 
consideráveis reservas de produtos minerais, explorados intensamente desde o período colonial. As condições 
de trabalho nas minas têm melhorado,no entanto ainda é uma atividade exaustiva e muitas vezes realizada de 
forma precária, de modo que prejudica a saúde dos trabalhadores, colocando-os até em riscos de acidentes.
O Chile é o maior produtor e exportador de cobre do planeta. Mais de um terço do consumo mundial do 
produto provém desse país, produzido em grande parte por empresas transnacionais estrangeiras. O país tam-
bém explora recursos como o guano, acúmulos de excrementos de aves utilizados como matéria-prima para 
fertilizantes, e o salitre, um tipo de sal mineral utilizado também como fertilizante ou mesmo como tempero na 
preparação de alimentos. 
A posição do Chile no topo da produção mundial dos minerais mencionados não se deu de maneira sempre 
pacífica. Leia a seção a seguir. 
Conexões
Guerra do Pacífico
Como seria de se esperar, a abundância de recur-
sos minerais em um local relativamente pouco habita-
do em meados do século XIX, o Deserto do Atacama 
e seu entorno, atraiu interesses territoriais dos três 
países fronteiriços naquela área, em função principal-
mente do valor econômico dos minerais da região e 
do acesso ao porto de Antofagasta. A disputa por esse 
território resultou no conflito conhecido como Guerra 
do Pacífico, ocorrido entre 1879 e 1883. O Chile derro-
tou a aliança formada por Bolívia e Peru, que perde-
ram territórios importantes – especialmente no caso 
boliviano, já que o país ficou sem saída para o mar. Até 
hoje o tema desperta controvérsias entre os vizinhos.
Guerra do Pacífico: 1879-1883
Fonte: SQUEFF, Tatiana A. Compreendendo geopoliticamente as 
disputas territoriais entre Chile – Peru – Bolívia. Cadernos da Escola 
de Direito e Relações Internacionais (UNIBRASIL), Curitiba, v. 1, n. 24, 
jan./jun. 2016, p. 75. Adaptação.
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• Cultivo de café na Guatemala, onde o produto 
é um importante item da pauta de exportação, 
em 2015
 Geografia 27
Na Bolívia, as exportações de minérios são a principal fonte de divisas 
externas do país, e a maior parte da produção se dá pela atuação de empre-
sas transnacionais. Além da histórica produção de prata, cujo maior símbolo 
eram as minas de Cerro Rico, em Potosí, outros destaques são a produção de 
estanho e gás natural, que têm o Brasil como maior comprador.
No sul do país, o Salar de Uyuni, com uma paisagem que lembra a de um 
lago congelado, é considerado o maior deserto de sal do mundo, formado pela 
evaporação da água de um antigo lago salgado.
Além da própria exploração do sal, de valor muito pequeno devido à gran-
de quantidade disponível, o salar pode conter reservas muito significativas de 
lítio, importante recurso mineral utilizado para a fabricação de baterias, celula-
res, computadores, entre outros produtos. No entanto, o Serviço Geológico dos 
Estados Unidos (USGS – United States Geological Survey) não divulga dados 
sobre as reservas bolivianas, pois estas são tratadas como segredo de Estado 
pelo governo do país. 
Equador e Venezuela são importantes produtores de petróleo. As re-
servas venezuelanas são as maiores do planeta. Eles são os únicos países 
americanos a integrar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo 
(Opep), entidade plurinacional criada em 1960, com o objetivo de coordenar 
a exploração dos principais produtores e os preços do produto no mercado 
internacional.
Colômbia e Peru tendem a se sobressair por outros recursos naturais não 
minerais. Além de terem grandes extensões de terras ocupadas pela Floresta 
Amazônica, a Colômbia apresenta solos e clima extremamente adequados 
à produção de café. Já o Peru, por contar com condições específicas mui-
to favoráveis das águas oceânicas próximas à sua costa, é um dos maiores 
produtores mundiais de pescados. Essas condições são o fenômeno da res-
surgência, que traz águas frias e repletas de nutrientes às costas peruanas, 
como você pode conferir na imagem a seguir. 
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• Mineradores trabalham em mina de 
prata de Potosí, Bolívia, 2017 
Chuva
Águas frias e 
profundas
RessurgênciaÁgua quente
200 m
0 m
• Paisagem do Salar de Uyuni, Bolívia, 
2015
Os dois países sul-americanos mais extensos, Brasil e Argentina, têm produção mais diversificada de pro-
dutos minerais e, especialmente no caso brasileiro, também florestais. Entre os recursos minerais e energéticos 
brasileiros mais exportados estão o ferro, cobre, manganês e alumínio, além de óleos brutos de petróleo. A 
Argentina tem notoriedade especialmente por recursos energéticos, como o gás natural e o petróleo, embora 
também explore uma série de minerais importantes, como chumbo, estanho, zinco, entre outros.
A ilustração representa o movimento de 
ressurgência na costa do Peru, onde as 
correntes frias e profundas emergem em 
razão do relevo costeiro, trazendo consigo 
os nutrientes acumulados nas profundezas 
do Oceano Pacífico. Além de proporcionar 
um ambiente aquático altamente piscoso, as 
águas geladas influenciam a aridez do clima 
local, por conta do baixo índice de evaporação. 
Nos anos em que esse fenômeno se 
enfraquece, temos um aquecimento anormal 
das águas do Pacífico na costa peruana, 
dando origem à ocorrência de outro fenômeno, 
denominado popularmente El Niño. 
Fonte: GARRISON, Tom. Fundamentos de 
oceanografia. São Paulo: Cengage Learning, 
2010. p. 179. 
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8o. ano – Volume 228
1 Considerações com texto complementar.
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+ Zoom
Economia de Gana alcança patamares notáveis na África
Tim Mcdonnell, The New York Times, 23 março 2018
Petróleo e cacau impulsionam desenvolvimento do país, mas alto índice de desemprego reduziu 
otimismo da população
Ainda recentemente, nos anos 1980, Gana, país da África Ocidental, estava em crise, afetado pela 
fome após uma série de golpes militares. Mas o país tem eleições pacíficas desde 1992, e as perspecti-
vas melhoraram há cerca de uma década, com a descoberta de grandes reservas oceânicas de petróleo 
na sua costa.
[...]
Sua projeção de crescimento para 2018, entre 8,3% e 8,9%, pode ultrapassar até a Índia, com seu 
próspero setor da tecnologia, e a Etiópia, que ao longo da década mais recente foi uma das economias 
africanas de crescimento mais rápido graças à expansão da produção agrícola e das exportações de 
café. Em janeiro [de 2018], o principal índice de ações de Gana alcançou o crescimento mais rápido 
do mundo, 19%, de acordo com a Bloomberg.
O cacau é a outra commodity de Gana, e os produtores estão ampliando a prosperidade trazida 
pelo petróleo.
[...]
Mas os economistas e outros especialistas alertaram para que Gana evite a chamada maldição dos 
recursos naturais, que levou outros países a apostarem demais na extração de petróleo e outros mi-
nerais, indústrias frequentemente associadas à corrupção.
O presidente Nana Akufo-Addo, eleito no final de 2016 em meio a um grande descontentamento 
com a economia, prometeu dar ouvidos a esses conselhos, canalizando a renda do petróleo para o 
ensino, a agricultura e a manufatura, diversificando assim a economia do país.
Seus críticos dizem que um programa prevendo a instalação de novas fábricas para uma série de 
indústrias (uma em cada um dos 216 distritos de Gana) teve início lento.
McDONNELL, Tim. Economia de Gana alcança patamares notáveis na África. Disponível em: <https://internacional.estadao.com.br/noticias/
nytiw,economia-de-gana-alcanca-patamares-notaveis-na-africa,70002233715>. Acesso em: 18 jun. 2018.
Principais recursos no continente africano
Os países do Norte da África se destacam por contarem com importantes jazidas de petróleo (veja o mapa 
da página 5 do material de apoio) e são, em sua maioria, exportadores desse produto. Seus principais com-
pradores tradicionais são os Estados Unidos, maiores consumidores mundiais, e países europeus, em virtude da 
proximidade geográfica que facilita a logística de transporte

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