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8o. ano Volume 4 ooo Livro do professor 7 8 Ginástica de condicionamento físico 17 Sistemas de jogo nos esportes de invasão 3 Educação Física Livro didático © Sh ut te rs to ck /R om ar io Ie n Tema: Práticas corporais e saúde A partir de agora, vamos saber como são organizados os programas de exercícios físicos e também vamos estabelecer conexões entre as práticas esportivas do basquete e do handebol com a saúde. Para iniciar, estudaremos os aspectos táticos desses dois esportes, aprofundando os conhecimentos que já trabalhamos anteriormente sobre eles. Por isso, devemos compreender as diferenças entre a prática competitiva do handebol e do basquetebol e a prática que realizamos na escola ou nos momentos de lazer. Assim, poderemos entender as características específicas desses dois esportes e também de que forma eles estão relacionados à saúde. Depois, vamos estudar a ginástica de condicionamento físico e poderemos conhecer melhor alguns conceitos dessa prática e quais princípios dela estão ligados aos programas de exercícios físicos. Além disso, estudaremos alguns pontos negativos ligados à busca pela saúde, pelo desempenho esportivo e pela beleza, como o uso de doping e de anabolizantes. Lembre-se: todos esses temas poderão fazer parte do evento comunitário que você e sua turma vão organizar! DK O E st úd io . 2 01 7. D ig ita l. A. C ez ar B oa m or te . 2 01 9. D ig ita l. 1. Quais são as principais características dos esportes de invasão? 2. Você já ouviu falar em sistemas de jogo? 3. Quais as funções dos sistemas de jogo nos esportes de invasão? 4. O que devemos saber para poder aplicar um sistema de jogo? 7 Sistemas de jogo nos esportes de invasão Orientações metodológicas.1 © Sh ut te rs to ck /F ab riz io A nd re a Be rt an i © Sh ut te rs to ck /F ab riz io A nd re a Be rt an i 3 Preencha o quadro a seguir e relembre o que já estudamos sobre os esportes coletivos de invasão. Principais características dos esportes de invasão O objetivo é introduzir ou levar a bola até a meta adversária. Ao mesmo tempo que a equipe ataca, precisa defender sua meta. É preciso acertar o gol, a cesta, a endzone ou outra área específica no campo adversário. São esportes coletivos. Exemplos de esportes de invasão Hóquei sobre a grama Futebol Handebol Futsal Futebol americano Rúgbi Objetivos • Analisar como alguns esportes se transformaram ao longo da história. • Discutir problemas relacionados aos esportes e como as mídias os apresentam. • Praticar o basquetebol e o handebol usando habilidades técnico-táticas básicas. • Criar e utilizar estratégias para solucionar desafios técnicos e táticos no basquetebol e no handebol. • Identificar elementos técnicos ou técnico-táticos individuais, combinações táticas, sistemas de jogo e regras do basquetebol e do handebol. • Diferenciar essas duas modalidades esportivas. • Experimentar diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) e fruir o basquetebol e o handebol, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. • Agir de forma cooperativa e solidária na realização das atividades propostas. • Propor e produzir alternativas para experimentação das práticas corporais não disponíveis na comunidade. Sistemas táticos do basquetebol Neste capítulo, vamos conhecer melhor os sistemas táticos do basquetebol e também do handebol que, como você já sabe, são esportes coletivos de invasão. Organize as ideias Orientações metodológicas.2 Os gabaritos são sugestões. 8o. ano – Volume 44 Nos anos anteriores, você já conheceu a história, as regras básicas e também os fundamentos do basque- tebol. Agora, vamos usar todo esse conhecimento e ainda aprender sobre a aplicação dos sistemas táticos utilizados nesse esporte. Os sistemas táticos estão relacionados à organização de ações planejadas que uma equipe faz para alcançar seus objetivos. Por exemplo, nos jogos coletivos de invasão, essas ações podem ser: • definição prévia do posicionamento dos jogadores em quadra, tanto para atacar quanto para defender; • antecipação (por meio de estudo) do que pode ocorrer nas situações ofensivas e defensivas durante o jogo. Em outras palavras, podemos dizer que um sistema tático é o planejamento prévio de ações que serão tomadas durante a partida. Então, para podermos montar um sistema tático, precisamos observar e conhecer bem tanto os movimentos da nossa equipe quanto os movimentos da equipe adversária. Ataque e defesa no basquetebol Como você sabe, o basquetebol é um esporte de invasão. Ou seja, é um esporte cuja dinâmica se define pela sucessiva oposição das ações das duas equipes que estão em disputa (quando uma equipe ataca, a outra deve defender e vice-versa). Portanto, durante a partida, uma equipe deve buscar formas táticas de: • atrapalhar ou desorganizar as tentativas de ataque da adversária; • desestabilizar os pontos fortes das estratégias e das táticas ofensivas e defensivas do oponente; • manter o equilíbrio de sua própria organização. Normalmente, as partidas de basquetebol são compostas de uma grande variedade de situações que se sucedem rapidamente. Ou seja, é o andamento do jogo que vai determinar os comportamentos ofensivos e defensivos das equipes e dos jogadores, e isso significa que esses comportamentos não podem ser totalmente previstos. Por isso, a comunicação constante entre os componentes de uma equipe é essencial para que os ajustes necessários sejam feitos a tempo. No basquetebol, as ações de ataque e defesa ocorrem de forma dinâmica. Assim, enquanto uma equipe tenta fazer as cestas (ataque), a outra equipe tenta impedir que isso aconteça (defesa). © Sh ut te rs to ck /T ak a1 02 2 Educação Física 5 • Defesa par – Sistema por zona 2-1-2 • Defesa ímpar – Sistema por zona 1-3-1 Sistemas defensivos no basquetebol As ações defensivas são aquelas que um time faz para proteger a cesta, para recuperar a posse de bola e que possibilitam à equipe iniciar o ataque ou fazer o contra-ataque. Um exemplo de ação defensiva é a contenção do ataque adversário, ou seja, quando o time que está sofrendo o ataque cria dificuldades para as movi- mentações dos atacantes. Isso pode ocasionar situações que favoreçam o erro dos arremessos e dos passes do adversário e, consequentemente, a recuperação da posse de bola. Situações defensivas mais comuns • Proteção da cesta • Contenção do ataque • Recuperação da posse de bola © Sh ut te rs to ck /S hu tte rO K • Exemplo de marcação individual • Marcação por zona: o time defensor marca os setores da quadra, a fim de cobrir os espaços criados pela movimentação do ataque adversá- rio. A marcação por zona pode ser feita de for- mas diferentes, como a 2-1-2 e a 2-3 (também chamadas de defesas pares) e os sistemas 1-3-1 e 1-2-2 (defesas ímpares). © Sh ut te rs to ck /M BI • Exemplo de marcação por zona • Marcação individual: cada defensor é responsá- vel por marcar um dos atacantes, sempre se posi- cionando de frente para o adversário e de costas para a cesta. No basquetebol, para que as situações defensivas possam acontecer de forma mais eficiente, existem dife- rentes sistemas defensivos. Veja a seguir os três sistemas básicos de defesa. Ilu st ra çõ es : T he o Sz cz pa ns ki . 2 01 3. D ig ita l. 8o. ano – Volume 46 Agora, você vai trabalhar algumas dinâmicas e jogos com passes e regras especiais. Preste atenção às re- gras e elabore estratégias para superar os desafios propostos. Siga as orientações do professor. • Marcação combinada: alguns defensores marcam setores da quadra, no sistema característico da defesa por zona, enquanto um ou dois defensores marcam individualmente, tentando neutralizar os principais atacantes da equipe adversária. Saiba + Para que um time possa escolher qual siste- ma defensivo usará em determinada partida, ele precisa levar em conta o estilo de jogo do adversário, mas não apenas isso. É necessário saber quecada sistema tem pontos positivos e pontos negativos que devem ser considera- dos. Agora, vamos conhecer os prós e contras de cada um dos sistemas. © Sh ut te rs to ck /R aw pi xe l.c om Para que possamos escolher corretamente um sistema de jogo, precisamos conhecer a equipe adversária. SISTEMAS DEFENSIVOS Marcação individual Marcação por zona Vantagens • estimula o desenvolvimento das habilidades individuais; • é adequado para qualquer tipo de adversário; • dificulta o arremesso de média e longa distâncias; • permite cortar os passes e roubar a bola de quem está driblando; • exige mais do adversário. • causa menor desgaste físico; • facilita o rebote defensivo; • facilita o contra-ataque; • diminui o número de faltas. Desvantagens • causa um maior desgaste físico do defensor; • exige muita concentração; • dificulta a ação do rebote defensivo; • permite bandejas dentro do garrafão. • defesas pares: facilitam os arremessos de média e longa distâncias; • defesas ímpares: permitem maior movimentação do pivô adversário; • facilita os passes da equipe que está atacando. Levando em conta essas características, podemos concluir que a marcação por zona é indica- da para jogos contra adversários com baixo aproveitamento nos arremessos de média e longa distâncias. Já o uso da marcação individual prevê ações de acordo com as características de cada jogador, por isso é preciso levar em conta as potencialidades e os limites de cada um no momen- to de selecionar os marcadores e os marcados. Atividades Orientações para a realização das atividades. Aulas de 1 a 2 3 Educação Física 7 Sistemas ofensivos no basquetebol Quando uma equipe obtém a posse da bola e luta para mantê-la, dizemos que ela está em uma situação de ataque. O objetivo final das ações no ataque é fazer a cesta e marcar mais pontos. Para isso, é preciso que os jogadores tenham boa movimentação, buscando fugir da marcação e gerar desequilíbrio na defesa adversária. Podemos resumir as situações de ataque no basquetebol de duas formas: • Ataque posicionado – o sistema ofensivo é organizado em função do sistema defensivo da equipe adversária para explorar seus pontos fracos. O que vai determinar esse tipo de organização do ataque são as movimentações específicas definidas para cada atacante. • Contra-ataque – é o tipo de ataque realizado logo após a recuperação da posse de bola pela de- fesa. Precisa ser veloz para aproveitar uma situação de superioridade numérica em relação à defe- sa adversária. As situações que proporcionam um contra-ataque são normalmente: bola intercepta- da ou roubada por um defensor; após um rebote de defesa. Para exemplificar, imagine a seguinte situação: O time A está no ataque, por isso grande parte dos jogadores está no cam- po do adversário, todos focados em fazer a cesta, mas o time B intercepta a bola e faz um contra-ataque. Nesse momento, o time B precisa agir rápido, porque o campo adversário esta- rá provavelmente com poucos jogadores na defesa. Ou seja, o time B estará em superioridade numérica. © Sh ut te rs to ck /A sp en P ho to Assim como em outros esportes coletivos que são jogados em alto nível de rendimento e competição, no basquetebol os jogadores se especializam para atuar em posições específicas e com funções diferentes. Tanto as posições quanto os jogadores recebem números e nomes específicos, que você pode ver no quadro a seguir: Posição n.º Nome da posição Função do jogador 1 Armador ou armador organizador Conduzir a bola e organizar o ataque. 2 Armador arremessador, segundo armador ou ala-armador Auxiliar na organização do ataque, na condução da bola e nos arremessos distantes da cesta. 3 Ala ou ala menor Arremessos de longa e média distância e tentativas de invadir o garrafão. 4 Ala maior, ala de força, ala-pivô ou pivô de cima Arremessos mais próximos do garrafão e disputa de rebotes. 5 Pivô Arremessos de dentro do garrafão e disputa de rebotes. • Áreas de atuação dos jogadores no basquetebol Th eo S zc zp an sk i. 2 01 3. D ig ita l. 3 Ala 5 Pivô 4 Ala-pivô 1 Armador 2 Segundo armador • Buscar a superioridade numérica é um elemento importante nas ações ofensivas. 8o. ano – Volume 48 Conexões © Sh ut te rs to ck /P uk ho v K Como vimos nas aulas anteriores, cada vez mais o conceito de saúde vem sendo ampliado ao longo dos anos. Atualmente, podemos considerar como saúde não somente a ausência de doenças, mas também o bem- -estar mental e social dos indivíduos. Portanto, quando tratamos da relação entre práticas corporais e saúde (que é o nosso tema do semestre), devemos considerar fatores que vão além da parte física. Por exemplo, quando abordamos um esporte e a relação que ele tem com a saúde, devemos diferenciar a prática como atividade lúdica, de lazer, da sua execução profissional, como esporte competitivo e de rendimento. Hoje em dia, os esportes de alto rendimento são um fenômeno muito presente em nossa vida. Existe uma grande exposição dada a eles pela mídia e isso fez com que as pessoas, de modo geral, criassem uma imagem de que esses esportes são sinônimos de saúde, uma vez que os atletas têm elevada condição física e capacidade de resistir às exigências da prática. No entanto, devemos compreender as características dos esportes de rendimento e como elas interferem na saúde dos atletas profissionais. Precisamos compreender que, no caso dos atletas de alta performance, a saúde nem sempre é preservada ou melhorada, em função das exigências dos treinamentos. É bastante comum que esses profissionais sintam dores, sofram lesões e se acostumem a jogar machucados ou ingerindo remédios para suportar as dores. Um agravante é que muitos atletas consideram isso normal ou como algo que faz parte do mundo esportivo no qual estão inseridos. Isso porque o mais comum é que os atletas de alto rendimento tenham começado a treinar ainda na infância, passando por um processo de treinamento especializado e precoce. Isso pode causar alguns problemas para crianças e jovens, como o desenvolvimento de habilidades e capacidades motoras bas- tante específicas deixando de lado outras igualmente importantes; diminuição na participação em atividades do mundo infantil, como brincadeiras e jogos; dificuldade em acompanhar as aulas, uma vez que são necessárias muitas horas diárias de treino para atingir um alto nível de desempenho esportivo, tudo isso somado aos períodos de competição. Não há dúvidas sobre a importância de as crianças e os jovens praticarem atividades esportivas nos espaços de lazer e na escola – esse é, inclusive, um incentivo para uma vida adulta mais ativa e menos sedentária. No entanto, é preciso respeitar as necessidades e as características próprias da infância e da adolescência. Devemos entender que a melhoria da saúde de uma pessoa envolve fatores que vão além das capacidades físicas e da prática de atividades. Como vimos, também aspectos mentais e sociais constituem a nossa saúde. Ou seja, devemos primeiro entender que existe uma diferença entre esporte de rendimento e esporte pra- ticado na escola, por exemplo. O esporte de rendimento pode, dependendo da pressão exercida nos atletas, se afastar do conceito de saúde. Por sua vez, o esporte praticado na escola e nos momentos de lazer pode agregar outros valores, como autossuperação, solidariedade, companheirismo, diversão e saúde. Educação Física 9 Agora, vamos colocar os nossos estudos em prática. Nas próximas atividades, você vai experimentar sistemas de jogos ofensivos e defensivos. Ouça atentamente as orientações do professor. Você conhece ou é fã de algum atleta que treina desde a infância? Como você considera que a não vivência dos momentos sociais e lúdicos da infância e da adolescência podem afetar a vida adulta? Você acha que essa é uma questão presente no dia a dia do mundo dos esportes? Quais são os efeitos da iniciação esportiva de alto rendimento na vida de crianças?Em que isso se difere dos esportes praticados ludicamente? • Pesquise casos de crianças que treinam para se tornarem atletas de alto rendimento e anote suas conside- rações sobre o tema. • Anote os dados, como nome do atleta e condições técnicas (tempo médio de treinamento diário, etc.). • Em sala, façam um debate coletivo sobre os casos pesquisados. d Entrando em campo Orientações metodológicas.4 Orientações para a realização das atividades. Aulas de 3 a 45 Atividades Agora, com a ajuda do professor, retome as etapas necessárias para a organização do evento comunitário e anote-as. Lembre-se de indicar as atividades e os temas que poderão fazer parte do evento no final do semestre. Relembre os conteúdos já trabalhados (práticas corporais e hábitos saudáveis, ginástica de conscientização corporal e dança), bem como os temas que poderão ser apresentados à comunidade. Depois, apresente as suas ideias à turma e ouça o que os colegas têm a dizer. Sistemas táticos do handebol Agora, vamos estudar os sistemas táticos do handebol, que também é um esporte coletivo de invasão. Nos anos anteriores, você já conheceu a história, as regras básicas e também os fundamentos do handebol. Então é hora de aprender sobre os sistemas táticos utilizados nesse esporte. Antes disso, precisamos relembrar algumas coisas. Assim como o basquetebol, o handebol também é um esporte coletivo de invasão. © Sh ut te rs to ck /D an P OT O R 8o. ano – Volume 410 Organize as ideias Siga as orientações do professor e crie um quadro com os fundamentos e as regras básicas do handebol. Depois, responda às seguintes questões: 1. Como podemos definir sistema tático? 2. Quais os principais objetivos de um sistema tático? Orientações metodológicas.6 Ataque e defesa no handebol Uma vez que é um esporte coletivo de invasão, as ações do handebol são muito parecidas com as do basquete: duas equipes se enfrentam, alternando situações de ataque e defesa, com o objetivo de fazer mais pontos do que o adversário. A relação entre as ações ofensivas e defensivas também é muito parecida com as do basquetebol e, igualmente, é preciso que os jogadores tenham agilidade e atenção nas tomadas de decisão. A partir de agora, vamos aprender sobre as técnicas e sobre as posições específicas dos jogadores no han- debol, mas atenção: no caso do esporte que você pratica na escola e nos momentos de lazer, não é preciso dominar essas técnicas, pois elas exigem táticas extremamente elaboradas, compostas de um grande arsenal de combinações e deslocamentos que os atletas utilizam exatamente por dominar muito as técnicas de pro- gressões, passes e arremessos do jogo. O que nos interessa aqui é aprender sobre elas. Táticas defensivas do handebol As situações de defesa, que se repetem com bastante frequência no jogo de handebol, envolvem basica- mente os seguintes objetivos de ação: • recuperar a posse de bola; • impedir que o adversário se desloque em direção ao gol; • evitar o gol. Com base nesses objetivos da ação defensiva, foram formuladas estratégias e táticas para que eles possam ser alcançados de forma eficiente. Vamos conhecer melhor alguns sistemas defensivos: • Sistema individual – no qual é exigida dos atletas uma boa capacidade física, em virtude da grande movimentação. Não há posições definidas, de forma que cada defensor marca um adversá- rio específico, acompanhando-o por toda a quadra. Nesse siste- ma, é comum que os adversários encontrem bastante dificulda- de para efetuar os passes, e isso aumenta a possibilidade de re- cuperação de bola pela equipe defensora. • Na imagem, você vê um exemplo de sistema defensivo individual: o defen- sor marca um adversário específico Orientações metodológicas.7 © Sh ut te rs to ck /Iv ic a Dr us an y Educação Física 11 • Sistema combinado 5+1: um jogador sai para marcar individualmente apenas um jogador adversário • Sistema combinado 4+2: dois jogadores saem para marcar individualmente dois jogadores adversários • Sistema por zona – cada defensor pro- tege uma posição específica de um setor próximo à área do goleiro e à de tiro livre; são permitidos deslocamentos combi- nados dos defensores, que podem co- brir uns aos outros e também bloquear ou interceptar as ações dos atacantes na área do goleiro; os atacantes podem passar a bola com mais liberdade, desde que mais distantes da área do goleiro. • Na imagem, você vê um exemplo de sistema defensivo por zona, no qual os defensores protegem uma determinada área da quadra • Sistema combinado – é uma combinação de defesa individual e defesa por zona – alguns jogadores atuam próximo à área de gol, fazendo a movimentação característica da defesa por zona, enquanto um ou dois defensores marcam individualmente, com o objetivo de neutralizar os principais atacantes da equipe adversária. Junto com o sistema por zona, o combinado é um dos sistemas defensivos mais utilizados. Nos sistemas por zona, são definidas linhas (zonas) defensivas. A primeira linha defensiva fica próximo à linha de 6 metros (linha da área de gol) e a segunda linha defensiva fica próximo à linha de 9 metros (linha da área de tiro livre). Um defensor pode atuar em uma posição mais avançada, além da linha de 9 metros, até, aproxi- madamente, 11 metros. Existem várias possibilidades de organização de sistemas por zona e elas variam de acordo com o número de defensores que ocupam as linhas de defesa. A seguir, você verá alguns exemplos. Orientações metodológicas.8 Primeira linha de defesa Segunda linha de defesa • Sistema defensivo por zona 6×0: seis jogadores distribuídos em semicírculo ao longo da primeira linha de defesa (linha de 6 metros) © Sh ut te rs to ck /K at at on ia 82 8o. ano – Volume 412 Táticas ofensivas do handebol Ao observarmos um jogo de handebol, podemos notar que as ações defensivas e ofensivas acontecem de forma integrada e complexa. Por exemplo quando, depois de defender um arremesso, o goleiro lança a bola rapidamente para um jogador do seu time que saiu da posição defensiva (está correndo para o ataque) – ou seja, está iniciando um contra- ataque direto, para marcar gol. Enquanto isso, a outra equipe, que estava atacando, precisa correr para se organizar defensivamente. No handebol, os objetivos de ataque são basi- camente os seguintes: • manter a posse de bola; • progredir em direção ao gol adversário; • marcar o gol. • Sistema defensivo por zona 5×1: Cinco jo- gadores dispostos ao longo da primeira linha defensiva e um jogador atuando na segunda linha defensiva (linha de 9 metros) • Sistema defensivo por zona 3×2×1: Três jo- gadores dispostos ao longo da primeira linha defensiva, dois jogadores atuando na segunda linha defensiva (linha de 9 metros) e um jo- gador atuando mais à frente (10 a 11 metros) Atividades 1. Quando você estiver assistindo a um jogo de handebol pela televisão ou em uma quadra esportiva, verá muita movimentação da defesa, e existem alguns termos que podem ajudá-lo a entender melhor as mo- vimentações dos jogadores. Por isso, pesquise e anote no caderno o significado dos seguintes termos no handebol: dissuasão, báscula ou basculação, flutuação, cobertura, marcação, bloqueio defensivo. Depois, em sala, compare as suas respostas com as dos colegas e faça complementos nas suas anotações. 2. Nas atividades que você vai vivenciar a seguir, o desafio da sua equipe é explorar situações de jogo em igualdade numérica e também com superioridade numérica. Em cada situação, vocês vão precisar desen- volver estratégias de jogo. Orientações metodológicas e orientações para a realização das atividades. Aulas de 5 a 6 9 Um dos objetivos das ações ofensivas do handebol é manter a posse de bola. © Sh ut te rs to ck /V la di m ir Va sil tv ic h Educação Física 13 Para que um time possa organizar uma ação ofensiva, antes ele deve estudar as táticas de defesa da equipe adversária. Além disso, já em quadra, digamosque os jogadores da defesa não tenham tido tempo de voltar às suas posições. Nesse caso, é possível usar contra-ataques rápidos, para levar vantagem e aproveitar os espaços vazios. Por outro lado, se os jogadores da equipe adversária já estiverem em suas posições de defesa, é possível fazer um ataque posicional utilizando estratégias e táticas organizadas em um sistema ofensivo. E é isso que vamos entender melhor agora. De forma semelhante ao que ocorre no basquetebol, quando as equipes de handebol estão organizadas no que chamamos de sistemas ofensivos posicionados, é comum que os jogadores se especializem em ações específicas, atuando sempre em determinadas posições, que, tradicionalmente, são as seguintes: • goleiro; • armadores: central, direito e esquerdo; • pontas: direita e esquerda; • pivôs. Normalmente, antes de definir qual sistema ofensivo vão usar em determinada partida, os times analisam as características dos jogadores da própria equipe e também estudam a forma como a equipe adversária organiza seu sistema defensivo. Existem basicamente duas linhas de atuação ofensiva que podem ser ocupadas de diferentes maneiras pelos jogadores, dependendo do sistema que será utilizado. Assim como acontece com os sistemas defensivos, os sistemas ofensivos são nomeados em função do número de jogadores posicionados em cada linha de atuação. Veja as imagens a seguir: • Sistema ofensivo por zona 6×0: seis jogadores distribuídos em semicírculo ao longo da primeira linha de ataque (linha imaginária à frente da linha de 9 metros). São quatro arma- dores – dois centrais (n.º 1), um direito (n.º 2), um esquerdo (n.º 2) –, um ponta-direita (n.º 3) e um ponta-esquerda (n.º 3) Segunda linha de ataque Primeira linha de ataque Segunda linha de ataque Primeira linha de ataque • Sistema ofensivo por zona 5×1: a ação do pivô (n.º 4) acontece na segunda linha ofensiva. Outros cinco atacantes atuam na primeira linha ofensiva (à frente da linha de 9 metros). Os atacantes são um armador central (n.º 1); dois armadores (n.º 2); dois pontas (n.º 3) • Sistema ofensivo por zona 4×2: quatro armadores distribuídos ao longo da primeira linha – dois armadores centrais (n.º 1), um armador pelo lado direito e outro pelo lado esquerdo (n.º 2). Na segunda linha (linha de 6 metros, ofensiva), dois pivôs (n.º 3) Segunda linha de ataque Primeira linha de ataque A primeira linha é uma área de ação à frente da linha de 9 metros, e a segunda linha é uma área de ação próxima à linha de 6 metros. 8o. ano – Volume 414 Saiba + Como vimos, para que um time possa escolher adequadamente um sistema tático, ele deve levar em consideração o esquema de jogo utilizado pelo time adversário e também as caracterís- ticas dos jogadores que irão desempenhar cada função. É por isso que os estudiosos do esporte, os treinadores e as equipes técnicas estão sempre buscando o desenvolvimento de novas formas de jogar, assim como o aperfeiçoamento dos sistemas que já existem. Além disso, para que um sistema tático seja executado de forma correta, é preciso considerar as capacidades táticas, que são o conjunto de fatores que permitem que o jogador se adapte e reaja às modificações do jogo, transformando suas potencialidades em ações. As capacidades táticas podem ser divididas em: • princípios táticos gerais – envolvem a capacidade de percepção e reação do jogador às si- tuações do jogo, o sentido de ocupação do espaço, o tempo das ações, a formação tática e a capacidade de adaptação às modificações necessárias; • princípios táticos individuais – dizem respeito à segurança do atleta em relação à execução dos fundamentos e da técnica, à variação do ritmo de deslocamento e ao domínio dos espaços do jogo; • princípios táticos coletivos – estão ligados à capacidade de criação de superioridade, ou seja, a criação de situações em que a equipe está em vantagem numérica ou de posição. Além dis- so, nesses princípios, devem-se levar em conta a ajuda recíproca entre os membros da equipe, as ações desenvolvidas em função do protagonista da ação – aquele que está melhor posicio- nado – e a variabilidade, que proporciona alternativas para alcançar o objetivo da equipe. Nos esportes coletivos, é importante compreender que todos esses princípios devem estar articulados e que o desempenho individual pode fazer a diferença, desde que inserido em um sistema tático executado de forma correta por todos os jogadores da equipe. Nos esportes coletivos, não basta que um jogador tenha um alto nível de técnica se ele não atuar de forma coletiva, dentro de um esquema tático predefinido, em busca da superioridade numérica ou da vantagem posicional. Nesses esportes, mesmo que uma equipe tenha excelentes jogadores, ela pode perder uma partida por não utilizar um esquema tático adequado ou porque seus jogadores não seguem o sistema de jogo organizado pelo técnico. © Sh ut te rs to ck /D zi ur ek Educação Física 15 Agora, você vai colocar em prática algumas situações de ataque e defesa utilizando os sistemas defen- sivos e ofensivos do handebol. Lembre-se de explorar as situações de marcação individual, por zona e combinada. Siga as orientações do professor. Atividades Orientações para a realização da atividade. Aulas de 7 a 810 Tanto o basquetebol quanto o handebol são esportes que podem ser usados no evento comunitário, mas é importante pensar em atividades que permitam a participação de todos os convidados. Como vimos ao longo deste capítulo, normalmente as competições exigem mais domínio das técnicas de cada esporte, por isso o mais aconselhável é fazer jogos e torneios com fins lúdicos, ou seja, jogos e brincadeiras dos quais toda a comunidade possa participar sem restrições. No entanto, se os convidados do evento tiverem domínio técnico e vontade de participar de jogos mais competitivos, vale considerar a possibilidade de fazer um torneio. Nesse caso, é interessante estabelecer árbitros e certificar-se de que eles sabem as regras do esporte escolhido para a competição, dividir equipes com critérios de equilíbrio técnico e criar regras de pontuação. Além disso, você e a sua turma podem apresentar à comunidade palestras, vídeos e exposições para que os convidados reflitam sobre as diferenças entre o esporte de rendimento e aquele praticado nos momentos de lazer. Lembre-se de ressaltar a importância da prática esportiva como atividade física e mostrar às pessoas de que forma a prática esportiva ajuda na melhoria da qualidade de vida e da saúde. Orientações metodológicas.11 Hora de estudo Faça o que se pede. 1. Como podemos definir o conceito de sistema tático? 2. Quais são os sistemas defensivos básicos do basquetebol e como eles são organizados? 3. Defina ataque posicionado e contra-ataque no basquetebol. 4. Quais são os sistemas defensivos mais utilizados no handebol e como eles são organizados? 5. Como são organizados os sistemas ofensivos no handebol? 6. Qual é o papel dos atletas, individualmente, nos esportes coletivos? 7. Com base no conteúdo trabalhado neste capítulo, escreva um texto argumentativo sobre a relação entre esporte de rendimento, esporte como prática de lazer e saúde. Orientações metodológicas.12 16 1. Você conhece a prática ilustrada na imagem? 2. Já ouviu falar em programas de exercícios físicos? 3. Quais são os elementos necessários, na sua opinião, para que um praticante tenha sucesso com um programa de exercícios? 8 Ginástica de condicionamento físico © Sh ut te rs to ck /D av id P er ei ra s Orientações metodológicas.1 © Sh ut te rs to ck /D av id P er eii ra s 17 Antes de iniciar o nosso estudo sobre os programas de exercícios físicos, vamos relembrar alguns tipos de ginástica e suas principais características. Pesquise e escreva o significado dos seguintes termos: ginásti- ca para todos, ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica circense, ginástica acrobática, ginástica laboral, ioga, tai chichuan, antiginástica. Objetivos • Discutir de forma crítica as transformações que os padrões de desempenho, de saúde e de beleza sofreram ao longo da história, levando em conta a forma como a mídia os apresenta. • Analisar criticamente a prática excessiva de exercícios físicos e o uso de medicamentos para a ampliação do rendimento ou a po- tencialização das transformações corporais. • Experimentar programas de exercícios físi- cos e, neles, identificar quais são as diferen- tes exigências corporais. • Analisar a importância de uma prática ade- quada às características e às necessidades de cada sujeito. • Identificar as diferenças e as semelhanças entre a ginástica de conscientização corpo- ral e a ginástica de condicionamento físico. • Discutir como a prática da ginástica de conscientização corporal e da ginástica de condicionamento físico pode contribuir para a melhoria das condições de vida, de saúde, de bem-estar e de autocuidado das pessoas. • Vivenciar as atividades com responsabilida- de, respeitando as características físicas pró- prias e as dos colegas, sem discriminação de qualquer tipo. • Propor e produzir alternativas para experi- mentação das práticas corporais não dispo- níveis na comunidade. Programas de exercícios físicos Neste capítulo, vamos estudar mais profundamente a ginástica de condicionamento físico, que você já co- nhece dos anos anteriores, e também outros tipos de ginástica. Depois disso, vamos aprender como funcionam os programas de exercícios físicos. Organize as ideias Orientações metodológicas.2 As diversas formas de ginástica podem ser organizadas em grupos, de acordo com suas características. • Ginástica para todos • Ginástica rítmica • Ginástica de conscientização corporal Existem vários tipos de ginástica. Há modalidades não competitivas, como a ginástica para todos, e há modalidades competitivas, como a ginástica rítmica. Existem também diversas ginásticas de conscientização corporal, como a ioga, e as ginásticas de condicionamento físico, como a ginástica laboral. • Ginástica laboral ©S hu tte rst oc k/ St oc kp ho to Vi de o ©G et ty Im ag es /U lls te in b ild © Sh ut te rs to ck /A nd re y_ Po po v © Sh ut te rs to ck /D av id Ta de vo sia n 8o. ano – Volume 418 • Ginástica geral: também chamada de ginástica para todos, é uma modalidade criada para explorar as pos- sibilidades acrobáticas e expressivas do corpo e também para a interação social. Pode incluir elementos da ginástica circense, como malabares ou jogos de malabar. • Ginástica competitiva: inclui modalidades que podem ser classificadas também como esportes técnico- -combinatórios. Alguns exemplos de modalidades competitivas são as ginásticas artística, rítmica e acrobática. • Ginástica de conscientização corporal: modalidade que utiliza movimentos suaves e lentos, além de pos- turas e exercícios respiratórios. São exemplos desse tipo de ginástica a ioga, o tai chi chuan e a antiginástica. • Ginástica de condicionamento físico: modalidade que busca a melhoria do rendimento e da condição física dos praticantes. É realizada em sessões planejadas, com movimentos repetidos, com frequência e in- tensidades definidas. Um exemplo é a ginástica laboral. Elementos dos programas de exercícios físicos Agora que já sabemos quais são as características da ginástica de condicionamento físico, podemos iniciar nossos estudos sobre os programas de exercícios físicos. Tenha em mente que, antes de elaborar um programa de exercícios físicos, os profissionais da área precisam compreender alguns elementos básicos que devem ser levados em conta durante essa elaboração, para que o programa traga bons resultados à pessoa que o usará. Aqui, o que nos interessa é entender quais são as características e quais são os resultados da aplicação de um programa de exercícios físicos. Para isso, assim como fazem os profissionais da área, precisamos entender melhor alguns dos elementos que compõem esses programas, como a diferença entre atividade e exercício físico, os princípios do treinamento, as características das atividades aeróbicas e anaeróbicas e as possibilidades de atividades que podem ser incluídas no programa. Atividade e exercício físico No sétimo ano, você estudou o desenvolvimento físico e as práticas corporais e já aprendeu sobre o conceito de atividade física, mas é im- portante que você saiba que esse conceito é diferente do que conhe- cemos como exercício físico. • Podemos chamar de atividade física aquelas atividades nas quais gastamos mais energia do que quando estamos em repouso. Ou seja, são todos os movimentos corporais que fazemos quando não estamos em repouso. Quando praticamos atividades físicas, podemos melhorar a nossa aptidão física (força muscular, flexibilidade, agilidade e resistên- cia). Exemplos: dança, caminhada e práticas de lazer. • Chamamos de exercício físico aquelas atividades físicas que são planejadas, estruturadas e repetitivas. Aquelas que as pessoas prati- cam com o objetivo de melhorar ou de manter a qualidade de um ou mais componentes da aptidão física. Perceba que esses dois termos não têm o mesmo significado. É claro que vários tipos de atividades que fazemos no dia a dia podem alterar e melhorar a nossa aptidão física (por exemplo, as tarefas domésticas e as atividades de lazer), mas elas não são feitas de forma planejada e repetida (como praticar algum tipo de ginástica ou ir à academia). Lembre-se: o nosso objeto de estudo neste capítulo são os exercí- cios físicos e suas possibilidades de planejamento e de execução. A prática de atividades físicas é um fator importante para a manutenção da qualidade de vida e da saúde das pessoas. Os exercícios físicos devem ser realizados de forma orientada, buscando a melhoria das capacidades físicas de cada indivíduo. © Sh ut te rs to ck /S po tm at ik Lt d © Sh ut te rs to ck /K ze no n Educação Física 19 Vamos entender melhor cada um desses princípios. • Individualidade biológica: são as diferenças que existem entre as pessoas – questões ligadas ao ge- nótipo (carga genética de cada indivíduo) e ao fe- nótipo (capacidades e habilidades desenvolvidas). • Adaptação: está relacionada ao esquema estímu- lo-resposta-adaptação, ou seja, são as alterações que os exercícios causam nos órgãos e sistemas do praticante. Isso porque, quando o corpo é estimu- lado de forma incorreta, a resposta também não é satisfatória. Por exemplo, se o estímulo for muito baixo, não causa nenhuma adaptação, mas, se for muito forte, pode provocar danos à saúde (o que conhecemos como overtraining). • Sobrecarga: trata-se da aplicação de uma carga de trabalho. O objetivo é que, com o esforço reali- zado para conter aquela carga, o corpo busque um novo equilíbrio. • Continuidade: a necessidade de persistir em um treinamento a fim de desenvolver as capacidades físicas. O tempo e a persistência são fundamentais para alcançar os objetivos do treinamento. © Sh ut te rs to ck /W av eb re ak m ed ia Princípios do treinamento esportivo Quando um profissional cria um programa de exercícios físicos para alguém, o objetivo é que essa pessoa obtenha sucesso em seus exercícios e me- lhore componentes da sua aptidão física. Para isso, esse profissional usa o que chamamos de princí- pios do treinamento esportivo, que são os fatores que devem ser levados em conta na elaboração do treinamento. Atividades Agora, você vai vivenciar alguns exercícios físicos, com o objetivo de trabalhar capacidades físicas especí- ficas. Ouça atentamente as orientações do professor. Orientações para a realização da atividade. Aulas de 1 a 33 © Sh ut te rs to ck /R aw pi xe l.c om Ao indicar um conjunto de exercícios físicos, o profissional responsável deve adequá-los às características individuais do praticante. Princípios do treinamento esportivo Acontece quando a intensidade e o volume do treina- mento são maiores quea capacidade de recuperação do corpo. Nessa situação, o organismo das pessoas passa a apresentar cansaço excessivo e também desequilíbrios físicos, psicológicos e sociais. Para que uma pessoa não desenvolva esse quadro, é preciso seguir as orientações sobre a realização dos exercícios físicos e respeitar os pe- ríodos de descanso e recuperação. Uma rotina de exercícios só terá resultados se os princípios do treinamento forem corretamente aplicados. • Individualidade biológica • Adaptação • Sobrecarga • Continuidade • Especificidade • Reversibilidade • Interdependência volume x intensidade 8o. ano – Volume 420 • Especificidade: esse princípio está ligado ao treinamento específico das modalidades esportivas. Quando um atleta treina, é preciso levar em consideração as características da prova, como a velocidade, as ações musculares exigidas, a fonte energética utilizada (aeróbica ou anaeróbica) e os gestos motores específicos do esporte em questão. • Reversibilidade: aponta para a necessidade de manutenção da continuidade e da sobrecarga nos exercí- cios físicos. É comum que os benefícios do exercício se percam quando esse princípio não é respeitado. Por exemplo, os ex-atletas de futebol que, após encerrarem sua carreira, deixam de executar os treinamentos e engordam. • Interdependência volume x intensidade: é o princípio que agrega o volume (quantidade de trabalho) à intensidade (qualidade do trabalho). É preciso que esses dois elementos funcionem juntos durante a execu- ção de um exercício físico. Atividades aeróbicas e anaeróbicas Os exercícios físicos podem ser divididos em categorias criadas por meio da observação e da análise de diferentes cri- térios. Por exemplo, se observarmos o metabolismo ener- gético utilizado, podemos dizer que existem exercícios aeróbicos e exercícios anaeróbicos, ambos importantes para que tenhamos uma vida saudável. Se você praticar os dois em conjunto, terá bons resultados para a saúde, pois os aeróbicos podem ajudar na queima de gordura excedente no organismo, e os anaeróbicos deixarão seu corpo mais tonificado e firme. Exercícios aeróbicos Exercícios anaeróbicos São os de média ou longa duração, praticados de forma contínua. Neles, utilizamos principalmente o oxigênio como fonte de fornecimento de energia para as contrações muscu- lares. Exemplos: corridas, caminhadas, ciclismo e natação. São os de grande intensidade e curta duração. Nesse tipo de exercício, nosso organismo não utiliza o oxigênio como principal fonte de energia, mas outros nutrientes. Exemplos: musculação e ginástica localizada. É como chamamos o conjunto de reações quími- cas que acontece no organismo e resulta na pro- dução de energia, que usaremos para diferentes finalidades. Uma delas é a manutenção da vida (como manter a respiração, circulação, regulação da temperatura corporal, etc.), conhecida como manifestação interior. A outra forma de gastar- mos energia é chamada de manifestação exterior (praticar atividades físicas, por exemplo). Atividades Agora, você e sua equipe vão desenvolver uma sequência de exercícios específica para uma capacidade escolhida. Utilize a ficha disponível no material de apoio e siga as orientações do professor. Orientações para a realização da atividade. Aulas de 4 a 54 © Sh ut te rs to ck /R om ar io Ie n As fontes de energia utilizadas na prática de exercícios anaeróbicos são nutrientes como a creatina-fosfato e a glicose. © Sh ut te rs to ck /S hp ak dm Atividades de média e longa duração trazem benefícios aos sistemas cardíaco e respiratório. Educação Física 21 Ginástica aeróbica No final da década de 1960, um médico chamado Kenneth H. Cooper, que estudava a importância dos exercícios para a melhoria da saúde, publicou pesquisas ressaltando a importância dos exercícios aeróbicos para o emagrecimento e para a redução do surgimento de doenças car- diorrespiratórias. As orientações de Cooper foram incorporadas aos pro- gramas de Educação Física de diferentes instituições, promovendo uma verdadeira “febre” pelos exercícios físicos cientificamente indicados. O objetivo do médico era conscientizar a população estadunidense sobre os benefícios dos exercícios físicos regulares, principalmente os aeróbicos, e com isso contribuir para o combate ao sedentarismo. Saiba + Quando falamos de esporte de rendimento, exercício físico, saúde e beleza, não é possível deixar de abordar os problemas que a busca pela “perfeição” pode causar. É fre- quente ouvirmos falar de atletas que fazem uso de medi- camentos ilegais para alcançar melhores resultados ou de pessoas que não são atletas profissionais, mas que usam produtos ilegais no desejo de alcançar uma imagem corpo- ral que atenda às exigências dos atuais “padrões de beleza”. No caso do esporte, podemos definir isso como doping, que é o uso de substâncias ou métodos para aumentar artificialmente o desempenho de um atleta. Entre essas substâncias e métodos, estão hormônios, remédios, narcóticos, manipulações na captação de oxigênio e no sangue. O uso do doping traz riscos à saúde do atleta e fere os princípios éticos do esporte. Mas não é só nos esportes de alto rendimento que o doping existe. Nas academias, algumas pessoas, na busca por um corpo considerado perfeito (e por consegui-lo da forma mais rápida possível), também usam substâncias não benéficas à saúde. O doping não é recente na história do mundo. A busca pela melhoria das capacidades físicas e do desempenho esportivo já era um objetivo presente em diversas culturas antigas, como as culturas egípcia, grega, romana e chinesa. Para isso, era comum o uso de substâncias, como chás diversos. Ou seja, o desejo de superar suas próprias limitações e vencer os adversários está presente em nossa cultura há muitos milênios, mas é ampliado e supervalorizado no esporte moderno de alto rendimento, que passou a ser muito prestigiado em nossa sociedade. Ao mesmo tempo, a vontade de ser mais “bonito” é, em grande parte, estimulada pela mídia e pela cultura, que valorizam, em cada período histórico, um tipo ideal de beleza. Isso faz com que muitas pessoas recorram a substâncias anabolizantes e a hormônios. Os anabolizantes são substâncias indicadas para determinadas pessoas com problemas especí- ficos de saúde, mas vêm sendo muito utilizados como meio de desenvolver os músculos e reduzir a gordura corporal. O uso inadequado dessa medicação pode causar diversos problemas de saúde, como doenças no fígado, problemas de pele e complicações cardíacas graves. Por isso, devemos sempre ter em mente que os objetivos que cada pessoa busca devem ser atingidos de forma sau- dável, sem a utilização de métodos rápidos, arriscados e ilegais. Tanto no esporte de rendimento quanto na prática de exercícios físicos, a saúde dever estar sempre em primeiro lugar. Em esportes de alto rendimento, como o ciclismo, existem muitos casos de uso de doping. © Sh ut te rs to ck /E SB P ro fe ss io na l A ginástica aeróbica é uma prática ainda bastante presente nas academias. Uma das suas modalidades inclui o uso de steps para auxiliar na execução das sequências. © Sh ut te rs to ck /P av el 19 64 8o. ano – Volume 422 Saiba + Desde o lançamento do livro The New Aerobics, escrito pelo médico Kenneth H. Cooper na década de 1970, o número de pessoas sedentá- rias, com sobrepeso e obesas vem aumentando muito. Pesquisas mos- tram que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo são obesas ou têm sobrepeso, isso significa 1 em cada 3 pessoas, um aumento de 70% nos últimos 33 anos. As crianças também vêm sendo afetadas pelo aumento de peso, tanto em países mais desenvolvidos (no quais 1 criança a cada 4 pode ser considerada obesa), quanto nos países em desenvolvimento (no quais 13% do total de crianças podem ser consideradas obesas). Esses dados indicam que o excesso de peso faz parte da vida tan- to das crianças que têm melhores condições financeiras e um maior acessoà cultura e educação quanto daquelas que têm mais dificul- dades de acesso aos direitos sociais. Esse fato está ligado, em ambos os casos, à grande oferta e consumo de produtos industrializados e ultraprocessados, que são, quase sempre, mais baratos e mais fáceis de serem consumidos. Além disso, a ausência de atividades físicas contribui para agravar o quadro de todas essas crianças. Devemos compreender que o aumento da obesidade no mundo vem ocorrendo em função de diversos fatores, que incluem as questões culturais, sociais e individuais. Os maus hábitos alimen- tares e a falta de atividades físicas são elementos que também devem ser considerados. É por isso que as aulas de Educação Física são tão importantes: embora elas não sejam o único elemento capaz de incentivar crianças e jovens a praticar atividades físicas, ajudam os alunos a conhecer e a desenvolver o gosto pela cultura corporal e pelas diversas práticas existentes, e isso pode influen- ciar práticas na vida adulta. Ainda buscando o desenvolvimento de estudos para estabelecer um conjunto de exercícios apro- priados para a população, outros especialistas apre- sentaram suas considerações. Com isso, no final da década de 1970, foi desenvolvido o método aeróbico de ginástica, que era considerado inovador porque utilizava o ritmo musical como elemento motivador dos movimentos. Essa atividade foi então incorporada em clubes, academias e centros esportivos e logo se espalhou pelo mundo. Nesse intervalo de tempo, ocorreu o processo de esportivização da ginástica aeróbica, transformando a prática inicialmente prevista para o desenvolvimento do aspecto saudável e estético em uma forma de competição de alto rendimento. Informações complementares.5 A Ginástica Aeróbica Esportiva (GAE) é uma modalidade competitiva reconhecida pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). Atividades Vamos conhecer agora alguns passos básicos da ginástica aeróbica e praticar algumas sequências de baixo e de alto impacto. Preste atenção às orientações do professor. Orientações para a realização da atividade. Aula 66 No Brasil, cerca de 54% da população está acima do peso ou obesa. Nos Estados Unidos, quase 32% da população está na faixa da obesidade. Por sua vez, o México tem 33% da população nessa condição. © Ge tty Im ag es /R ob er tu s P ud ya nt o © Sh ut te rs to ck /P ha w at Educação Física 23 Atividades O desafio que você vai enfrentar agora é, junto com sua equipe, elaborar duas sequências coreográficas de ginástica aeróbica, uma de baixo impacto e outra de alto impacto. Escolha uma música adequada aos movimentos realizados. As sequências serão apresentadas para toda a turma. Orientações para a realização da atividade. Aulas de 7 a 87 Os temas ligados à prática de exercícios físicos estão muito presentes no nosso dia a dia. Porém, ainda existe disseminação de informações incorretas sobre esse assunto, e não é raro que as pessoas queiram atingir resultados rápidos e duradouros. Falar sobre esse tema no evento comunitário pode ser uma ferramenta importante para levar à comunidade uma série de conhecimentos adequados. Converse com profissionais da saúde que possam participar do evento, verifique a possibilidade de realização de palestras, exposições e atividades ligadas ao conteúdo da ginástica de condicionamento físico, programas de exercícios físicos e saúde. Os temas obesidade, uso de doping e anabolizantes também podem ser contemplados, pois assim a comunidade poderá refletir sobre esses aspectos ligados à saúde e à qualidade de vida. Além disso, sua turma poderá organizar uma atividade em locais próximos à escola, com caminhadas e corridas, envolvendo toda a comunidade e incentivando a prática de atividades físicas. Para auxiliar na pesquisa e na programação do evento, há uma sugestão de roteiro disponível no material de apoio. Orientações metodológicas. 8 Hora de estudo Responda às questões. 1. Quais são as diferenças entre atividade física e exercício físico? 2. Quais são os princípios do treinamento esportivo? Explique, de forma resumida, cada um deles. 3. Quais são os critérios usados para definir um exercício físico como aeróbico ou como anaeróbico? Quais são as características de cada um deles? 4. O que é doping? Quais são os riscos do doping para a saúde? 5. Qual é a relação da ginástica aeróbica com os estudos sobre a saúde? 6. Quais são os fatores ligados ao atual aumento do número de pessoas com sobrepeso e obesas em todo o mundo? 7. Na sua opinião, qual é o papel das aulas de Educação Física em relação ao aumento de pessoas com sobrepeso e obesas? 1 Orientações metodológicas.9 24 Capítulo 8 – Página 21 – Atividades Capacidade física: Nome do exercício Materiais necessários Descrição do exercício 8o. ano – Volume 4 Material de apoio Educação Física 1 Capítulo 8 – Página 24 – Você em ação! 2 Nome do profissional Área de atuação/função Objeto de estudo/ pesquisa/atuação Possibilidade de atividade a ser desenvolvida no evento comunitário Local disponível próximo à escola Espaços Atividades que podem ser realizadas
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