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Interação comunitária PROCESSO SAÚDE DOENÇA · Conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, que varia nos diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da humanidade. · Segundo a 8ª Conferência Nacional de Saúde - Saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde... resultado de formas de organização social de produção, as quais podem gerar profundas desigualdades nos níveis de vida. · A doença é um sinal da alteração do equilíbrio homem-ambiente, estatisticamente relevante e precocemente calculável, produzida pelas transformações produtivas, territoriais, demográficas e culturais HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA · a) Evolução aguda, rapidamente fatal - raiva, exposição a altas doses de radiação, meningite, dengue hemorrágica. · b) Evolução aguda, clinicamente evidente e com rápida recuperação na maioria dos casos- muitas doenças infecciosas, como as viroses respiratórias, gripe. · c) Evolução sem alcançar o limiar clínico, de modo que o indivíduo não saberá jamais o ocorrido, salvo se for submetido a exames laboratoriais – infecções subclínicas, das quais a hepatite anictérica é um exemplo. · d) Evolução crônica, que se exterioriza e progride para o êxito letal após longo período – afecções cardiovasculares de cunho degenerativo, diabetes, hipertensão, tuberculose. · e) Evolução crônica, com períodos assintomáticos entremeados de exacerbações clínicas – afecções psiquiátricas e dermatológicas. · Período pré-patogênico: Refere-se às inter-relações entre os agentes etiológicos da doença, o hospedeiro suscetível e outros fatores ambientais como condições sócio-econômico-culturais que estimulam o desenvolvimento da enfermidade. · Período patogênico: se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado. Seguem-se as perturbações bioquímicas em nível celular, continuam com as perturbações na forma e na função, evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade, morte ou cura DETERMINANTENTES DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA · Determinantes Biológicos: Idade, sexo, herança genética... · Determinantes Psicológicos · Determinantes Culturais: estilo de vida, alimentação, uso de drogas, bebidas alcoólicas... · Determinantes Socioeconômicos · Determinantes Ambientais: condições físicas, químicas e ambientais do ambiente, água, solo – que podem se tornar agentes agressores. NÍVEIS DE PREVENÇÃO · Prevenção Primária: (Promoção e Prevenção) É o conjunto de ações que visam evitar a doença na população, removendo os fatores causais, ou seja, visam a diminuição da incidência da doença. Tem por objetivo a promoção de saúde e proteção específica. São exemplos a vacinação, o tratamento de água para consumo humano, a educação sobre os problemas decorrentes da postura inadequada, as ações para prevenir a infecção por HIV (como ações de educação para a saúde e/ou distribuição gratuita de preservativos, ou de seringas descartáveis aos toxicodependentes). · Prevenção Secundária: (Diagnóstico e Tratamento Precoce) É o conjunto de ações que visam identificar e corrigir o mais precocemente possível qualquer desvio da normalidade, de forma a colocar o indivíduo de imediato na situação saudável, ou seja, têm como objetivo a diminuição da prevalência da doença. Visam ao diagnóstico, ao tratamento e à limitação do dano. Um exemplo é o rastreio do câncer do colo uterino, causado pela transmissão sexual do HPV. A prevenção secundária consiste em um diagnostico precoce e tratamento imediato · Prevenção Terciária: (Reabilitação) É o conjunto de ações que visam reduzir a incapacidade de forma a permitir uma rápida e melhor reintegração do indivíduo na sociedade, aproveitando as capacidades remanescentes. Poderia ser encarada como reabilitação do indivíduo. Como exemplo, podem-se citar ações de formação a nível de escolas e ou locais de trabalho que visem anular atitudes fóbicas em relação a um indivíduo infectado pelo HIV. Outro exemplo, a nível da saúde ocupacional, seria a reintegração daquele trabalhador na empresa, caso não pudesse continuar a exercer, por razões médicas, o mesmo tipo de atividades. · Prevenção Quaternária: Prevenção quaternária foi definida de forma direta e simples como a detecção de indivíduos em risco de tratamento excessivo para protegê-los de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis. TAXONOMIA DAS NECESSIDADES DE SAÚDE · As Necessidades de Saúde representam um norteador da organização das ações da atenção primária, enfatizando a escuta e o cuidado como forma de responder às necessidades definidas, e ampliando a visão do processo saúde/doença. · As necessidades de saúde podem ser classificadas em 04 grupos: -Boas condições de vida; -Acesso à saúde e à tecnologia em saúde que são necessárias para melhorar e prolongar a vida; -Vínculo efetivo com serviço de saúde; -Autonomia no modo de levar a vida. · Boas Condições de Vida: Referem-se aos fatores ambientais externos que determinam o processo saúde/ doença: fatores ambientais; condições de moradia; hábitos de vida; infraestrutura; qualidade de vida; modelos técnico-assistenciais: SILOS (sistemas locais de saúde) e Cidade Saudável. · Acesso a todas as tecnologias de atenção à saúde que melhorem e prolonguem a vida: prevenção (individual e coletiva); prestação de assistência; tecnologia (conhecimento atualizado); recursos (equipamentos/ exames). · Vínculo com um profissional ou com uma equipe de saúde (sujeitos em relação): vínculo- referência e relação de confiança; estabelecimento de uma relação contínua no tempo, pessoal, intransferível e calorosa, em defesa da vida. · Autonomia e autocuidado na construção do “modo de levar a vida”: ter graus crescentes de autonomia; “reconstrução pelo sujeito, dos sentidos de sua vida e ressignificação do seu modo de viver”; a necessidade de autonomia é muito trabalhada no campo da Educação em Saúde. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE · O marco histórico da atenção primária à saúde é a Declaração de Alma-Ata, cidade da URSS, que 1978 realizou-se a “Conferência Internacional sobre Cuidados Primários à Saúde”. · As primeiras experiências de medicina comunitária no Brasil ocorreram na década de 1970, sob influência do movimento da reforma sanitária e com o apoio das universidades, que marcaram o início de participação dos municípios no desenvolvimento da APS · As evidências demonstram que a APS tem capacidade para responder a 85% das necessidades em saúde, realizando serviços preventivos, curativos, reabilitadores e de promoção à saúde integrando os cuidados quando existe mais de um problema. · “Caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das coletividades”. · A APS é uma forma de organização dos serviços de saúde, uma estratégia para integrar todos os aspectos desses serviços, tendo como perspectiva as necessidades em saúde da população. · É realizada nas unidades de saúde, consultórios comunitários, escolas ou asilos e nos espaços comunitários. · Observam-se grande variedade de necessidades em saúde, e apresenta forte componente dedicado à prevenção de doenças. · Princípios da APS: -Primeiro Contato/ Porta de entrada: o serviço de saúde deve ser o mais acessível à população -Coordenação do cuidado: coordenação dos cuidados implica em uma alguma forma de continuidade no contato entre os profissionais ou por meio de prontuários. -Integralidade da atenção: devem oferecer todos os tipos de serviço que lidem com sintomas, sinais e diagnósticos de doenças manifestas, mesmo que parte dos pacientes sejam posteriormente direcionados a outros níveis de atenção. -Longitudinalidade/Continuidade:a pessoa atendida deve manter o vínculo com o serviço para que possa ser atendida de forma mais eficiente que quando uma nova demanda surgir DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE · Modelo multicausal: Saúde e Doença- processo de equilíbrio dinâmico As doenças são explicadas a partir de uma visão positivista e na relação de desequilíbrio entre três fatores importantes agente-meio ambiente-hospedeiro (Leavell, Clark, 1997). Crítica ao modelo: igualdade de importância dada aos elementos da tríade, o que raramente corresponde à realidade. · Modelo de determinação social: Saúde e doença- produto resultante dos diferentes modos de vida das pessoas em sociedade As doenças são explicadas a partir da organização da sociedade nos aspectos sociais, políticos, culturais, econômicos, dentre outros e que concorrem para o aparecimento das doenças. Um conjunto de determinantes como: as condições biológicas + meio ambiente em que vivem + agentes + na sua posição de classe + no processo de trabalho + na sua forma de se produzir e se reproduzir como homem, nos seus processos de produção de subjetividades e na sua forma de exercer seus direitos de cidadania. Produção Social: Relações existentes entre os agravos de saúde e os processos sociais, econômicos e políticos. Reprodução Social: Influência dos fatores comportamentais na etiologia dos danos à saúde – estresse, hábitos e tipo de personalidade DEFINIÇÃO DE DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE · As condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007) · A Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. REDES SOCIAIS COMUNITÁRIAS E DE SAÚDE · Chamado capital social; · Conjunto das relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos (amigos e parentes, grupos religiosos, associações sindicais, associações de moradores, etc.). · Países com frágeis laços de coesão social resultantes dessas iniquidades são os que menos investem em capital humano e em redes de apoio social. · São também onde há menor participação na definição de políticas públicas · Não são as sociedades mais ricas as que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e com alta coesão social. EX: Europa.
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