Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IMUNOLOGIA DO VÍRUS Os vírus são microrganismos intracelulares obrigatórios, ou seja, utilizam da maquinaria do hospedeiro para replicar seu material genético, sintetizar suas proteínas e produzir novas partículas virais. Por serem parasitas intracelulares obrigatórios, eles têm a capacidade de infectar diversos tipos de células. Seu mecanismo de entrada na célula é dado pela utilização de moléculas da superfície como receptores. Os HIV, por exemplo, utiliza o receptor celular do linfócito TCD4 para conseguir adentrar a célula. O vírus também pode entrar a partir da fusão da camada lipídica (na forma de endossomos). Além do ciclo lítico, vários vírus tem a capacidade de entrarem no ciclo lisogênico, em que não há formação de partícula viral (período de latência). As células do sistema imunológico atuam de formas diferentes a depender do ciclo que está sendo realizado. Vírus que são muito citopáticos (causam lise da célula e grande liberação de partículas virais) estão envolvidos no ciclo lítico, ou seja, geralmente não provocam longos períodos de latência. Nesse caso, o principal mecanismo de defesa do nosso organismo é a produção de anticorpos (circulação). Se o vírus tiver como mecanismo o fato de ser pouco citopático, ou seja, envolvidos com o estado de latência, as principais células envolvidas na resposta imunológica são os linfócitos T CD8. IMUNIDADE INATA CONTRA VÍRUS: Algumas células responsáveis pela imunidade inata são: macrófagos, células dendríticas, CNK, neutrófilos, basófilos etc. Essas células são importantes, pois, a partir de receptores presentes, conseguem reconhecer grande parte dos patógenos no organismo contanto que estejam preservados (que não sofreram mutação ou pressão evolutiva, por exemplo). O macrófago fagocita. As células dendríticas apresentam o antígeno às células da imunidade adaptativa a partir de citocinas e tem uma capacidade maior de combater esse vírus pela presença de muitos receptores em sua molécula. Os receptores são proteínas presentes no citoplasma e apresentam capacidade de reconhecer o agente invasor. Ao fazer o reconhecimento, ativa várias cascatas de reações que produzem fatores de transcrição que vão atuar no núcleo de células que, quando ativada, há produção de citocina INF-1 (alfa e beta) pelas células de defesa inata (principalmente CD plasmocitoide) que produz nas células vizinhas um estado antiviral (células menos receptíveis à entrada do vírus). As CNK e as CD podem reconhecer tanto a partícula viral quanto células infectadas por vírus. FUNÇÕES DAS CÉLULAS NATURAL KILLER (CNK): A célula dendrítica apresenta a partícula viral ao linfócito CD8 por meio da molécula de MHC I. Como todas as células do nosso corpo são potencialmente infectadas por vírus, todas elas expressam MHC I podendo apresenta-lo aos linfócitos citotóxicos. Depois que ativado, alguns vírus tem a capacidade de fazer com que nossas células não expressem mais MHC I (mecanismo de escape). Nesse caso, apenas a CNK será capaz de combater esse antígeno, pois elas reconhecem partículas que não necessariamente expressam MHC I. Os receptores inibitórios das CNK são capazes de reconhecer, porém não geram uma resposta contra o MHC I (já que geralmente estão associados a antígenos do próprio corpo – mecanismo de proteção). Células infectadas por partículas virais que não expressam MHC I são reconhecidas pela célula NK, gerando uma resposta com consequente liberação de grânulos que mata a célula infectada. Além disso, as CNK produzem INF-Gama que tem a função de ativar a própria célula Natural Killer bem como linfócito T citotóxico. As células que expressam MHC II são apenas macrófagos, CD e linfócitos B, ou seja, só essas conseguem apresentar antígenos a partir da molécula de MHC II. IMUNIDADE ADAPTATIVA CONTRA VÍRUS: É basicamente formada pelos linfócitos B e linfócitos T CD8. Os dois tipos são provenientes de órgãos linfoides, porém o CD8 é maturado no timo enquanto o LB é maturado na medula óssea. Uma célula infectada por vírus começam a expressar componentes diferentes em sua superfície (MHC I e MHC II) e por isso conseguem ser reconhecidas por linfócitos TCD8. VIAS DE PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DE ANTIGENOS: Os antígenos são apresentados ao linfócito T pela CAA (célula dendrítica). Nesse caso, a CD ao reconhecer uma célula que foi infectada, engloba toda ela. Após isso, o vírus pode sair do endossoma e atingir o citosol da célula (VIA DE MHC I). No citosol da CD, há receptores que reconhecem essas partículas virais (geralmente proteínas ligadas a ubiquitina). Os linfócitos T CD8 e CD4 só reconhecem antígenos proteicos e a partir de duas vias de processamento e apresentação de antígenos (MHC I e MHC II). Na via de MHC I, a proteína viral ainda passa pelo proteassoma sendo quebrada em partículas ainda menores. Após isso, alcança o RE através da proteína TAP. O MHC I também é produzido no reticulo endoplasmático, então, a partícula viral é associada ao MHC I que sai na vesícula e é expresso no receptor da célula, ativando linfócito T CD8. Na via de MHC II, a partícula viral ou o próprio vírus é englobado por endocitose com consequente formação de vesículas que se fundem com os lisossomos, sendo degradadas em partículas menores. Essas proteínas se ligam ao MHC II que será expressa na superfície da céula. APRESENTAÇÃO CRUZADA DAS CÉLULAS DENDRÍTICAS: As células dendríticas tem a capacidade de apresentar antígenos também pela via de MHC I por conta de mecanismos que permitem a saída do vírus do endossoma para o citosol. Pode ter ativação concomitante de CD4 e CD8 ou primeiro a ativação de CD4 para depois CD8 (quando o antígeno viral entra no citosol). Lembrando que a ativação só é possível com associação de várias moléculas (receptor TCR, participação de moléculas coestimulatórias, correceptores). CITOCINAS: O IL-2, o IL-12 e INF 1 (alfa e beta) e INF-Gama são os mais importantes na ativação da resposta adaptativa. Quando ativado pelo INF-Gama, os linfócitos T CD4 entram na via de TH1 que, por sua vez, induz produção de anticorpos que apresenta antígeno associado ao MHC II, que ativa CD4 e secreta mais INF-Gama e as células B começam a expressar mais anticorpos IgG. O INF-Gama também é produzido por linfócito T CD8 e ativa macrófagos. EXAUSTÃO DE CÉLULAS T: Por algum mecanismo de resistência do vírus, há produção de receptores inibitórios na própria célula T que se liga à célula infectada não executando sua função. O linfócito T é citotóxico, pois secreta grânulos. Primeiramente, há o reconhecimento do antígeno e formação da sinapse imunológica por moléculas estimulatórias e adesão (ICAM). Quando os LT liberam seus grânulos de perforinas e granzinas, estes não podem lesionar os tecidos adjacentes (por isso existe a sinapse, para “canalizar” a liberação). Outro mecanismo de ação do LT é a expressão de fas fas ligante que também ativa proteínas pró-apoptóticas (caspazes). EVASÃO DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA PELOS VÍRUS: MUDANÇA ANTIGÊNICA: mutações pontuais de proteínas da superfície e rearranjo dos genomas de RNA (influenza). Vírus podem infectar e destruir ou inativar as células imunocompetentes (HIV). Impedir expressão de MHC I. Expressão de receptores inibitórios para a célula NK. Manuella Soussa Braga – 3p
Compartilhar