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70 Sãmya Magalhães Essa é uma aula extra! Acontece muito em clínica esses casos. As restaurações do tipo Inlays e Onlays são restaurações parciais indiretas. COMO ASSIM INDIRETAS? São restaurações que você molda, envia para o laboratório confeccionar no modelo essas restaurações. Inlays: Seriam restaurações internas, sem envolver cúspide, seria uma classe I de Black. Dificilmente faremos restaurações Inlays. Onlays: É quando a cavidade envolve pelo menos UMA das cúspides. Overlay: Quando todas as cúspides estão destruídas e você faz uma restauração do tipo indireta. ALGUNS ALUNOS PERGUNTAM: “JÁ QUE VAI ENVOLVER TODAS AS CÚSPIDES, NÃO SERIA UMA COROA TOTAL?” A RESPOSTA É NÃO! PORQUE ESSES TIPOS DE RESTAURAÇÕES NÃO RESTAURA TODA A COROA, VAI ATÉ O TERÇO MÉDIO! O material que vai ser utilizado, já é outro departamento. Eu posso fazer uma onlay ou uma overlay em porcelana, metal, resina fotopolimerizavel e em cerômeros (resinas reforçadas com particulas de cerâmica). Na imagem anterior a gente tem uma overlay em metal. SÓ PARA LEMBRAR: o melhor material para fazer essas restaurações seria o ouro. Na imagem acima seria uma overlay em cerômero, é um material que logo depois de confeccionado tem sua beleza, mas tem muito a desejar depois de um ano por exemplo! Na imagem acima é uma ilustração do Kit de Prótese Fixa da Esamaz. Nesse kit tem as brocas necessárias para essas restaurações. As caraterísticas da restauração para metal são diferentes das características da restauração em porcelana. SEQUÊNCIA DE CONFECÇÃO DE PREPARO DE UMA OVERLAY METÁLICA: Inicialmente com a broca 3097 (ela tem essa extremidade ONLAY E INLAY 71 Sãmya Magalhães plana, ela é levemente tronco-cônica e diamantada). Voce vai fazer esses sulcos nas cúspides de contenção cêntrica de mesial à distal. O QUE É UMA CÚSPIDE DE CONTENÇÃO CÊNTRICA? É A CÚSPIDE RESPONSÁVEL PELA DIMENSÃO VERTICAL. NA MANDIBULA SÃO AS VESTIBULARES E NA MAXILA SÃO AS CÚSPIDES PALATINAS (VIPS). No caso da imagem acima, o preparo é no molar inferior, por isso é na vestibular. Se fosse na maxila seria na palatina. Repare que nesses sulcos a broca tem que entrar toda! Esses sulcos nada mais são do que os sulcos de orientação para depois a gente unir. Depois na oclusal com a mesma broca, obedecendo a inclinação das cúspides, eu vou continuar fazendo os meus sulcos. Uma vista pela oclusal. Vou continuar fazendo pela oclusal esses sulcos, só que na cúspide lingual. Com um detalhe na hora de confecção desses sulcos: no centro você vai introduzir toda a broca, mas a medida que você vem no vertice da cúspide você não introduz tudo! A intenção é deixar uma lâmina bem fina, a metade da broca no vértice da cúspide. Qual a intenção disso? Depois que você unir esses sulcos, você vai ter uma resução uniforme, obedecendo a inclinação das vertentes da cúspide. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO PREPARO EM METAL? O TÉRMINO DEVE SER BISELADO OU EM LÂMINA DE FACA; 72 Sãmya Magalhães ÂNGULOS INTERNOS VIVOS; PAREDES QUASE PARALELAS PARA TER RETENÇÃO FRICCIONAL; Uma visão por vestibular acima Agora tira antiga broca e vou romper o ponto de contato (slice proximal). Eu vou tirar todo a face proximal com a 3203. O aspecto que eu vou ter é esse acima: bem inclinado, removida toda a proximal e não tem necessidade de ser subgengival, aliás, em um preparo proximal o término sempre fica supragengival. Uma visão por oclusal, o slice proximal é bem expulsivo. Esse seria o preparo inicial. Depois você volta com a broca 3069 (formato tronco-conica e extremidade plana) e vai fazer a caixa proximal, oclusal e o ombro na cúspide de contenção cêntrica. Você inicia com a broca fazendo a caixa proximal, caixa oclusal e desce para a distal. Depois na distal você volta fazendo um ombro em cima daquele bisel que você fez na cúspide de contenção e volta para onde você iniciou. 73 Sãmya Magalhães Você vai ter essa visão (na imagem acima). No lado que não tem cúspide de contenção cêntrica você não vai fazer nada, o metal vai cobrir. Esses ângulos tem que ser vivos; Tanto as caixas oclusal, quanto a proximal e esse ombro vai ajudar na retenção friccional e vai ajudar o cimento a reter a restauração. “Ah Zé Luíz e para porcelana? em porcelana é mais fácil, é só tornar esses angulos arredondados.” ENTÃO A CARACTERÍSTICAs DO PREPARO PARA PORCELANA SÃO: NÃO DEVE TER ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE FORÇAS, POR EXEMPLO: OS ÂNGULOS INTERNOS E EXTERNOS TEM QUE SER ARREDONDADOS, PORQUE SENÃO A POSSIBILIDADE DA ONLAY FRATURAR É MUITO GRANDE. OUTRO DETALHE MUITO IMPORTANTE: O METAL, POR SER METAL TEM QUE TER BISEL NA EXTREMIDADE, PARA TER O SELAMENTO E O METAL POR TER RESISTÊNCIA SUPORTA 0,5mm DE ESPESSURA, ELE VAI TER RESISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE NA ÁREA DO TÉRMINO. JÁ NA PORCELANA NÃO, VOCÊ VAI TER QUE TER EM ÁREAS DE OMBRO 1,5mm A 2,0mm DE ESPESSURA. ENTÃO O DESGASTE PARA ONLAY DE CERÂMICA É MUITO MAIOR NO DENTE. Aqui algumas considerações que você vai encontrar na literatura A porcelana em termino de preparo não pode ter um término muito fino, senão ela fratura. Pacientes com bruxismo, o ideal são restaurações em metal; A cimentação dela é muito delicada, tem que fazer isolamento absoluto, se não tiver um campo seco, fica contra-indicado; Se o dente está muito jovem, com polpa imatura e dente curto, é preferível fazer em metal; Quando voce não tiver estrutura de esmalte necessário não tem como cimentar. Até porque a cimentação dela adesiva, voce precisa do esmalte para fazer o condicionamento ácido. 74 Sãmya Magalhães A onlay de porcelana ela é muito frágil. Muitas vezes se você não orientar o paciente a fechar a boca devagar a porcelana quebra. Ela só vai ter uma resistência depois de cimentada, na hora da prova é muito delicado, fácil de fraturar; A cimentação requer obrigatoriamente isollamento absoluto, para ter sucesso na cimentação; A dificuldade no acabamento, antigamente era bem pior, mas hoje em dia desenvolveram brocas específicas (pontas de borracha) que depois que a gente faz os ajustes o Glaze volta. Diferentemente da metalocerâmica, essa onlay feita em pocelana, depois que o técnico entrega, se você fizer o desgaste, você vai ter que dar o polimento. Você pode até devolver para o técnico, mas vai acabar perdendo tempo clínico; A sensibilidade técnica é delicada; A questão do desgaste do antagonista que seria justamente o dente natural antagonista ser desgastado pelo dente de porcelana, por a porcelana ser mais dura. Quando você acaba de fazer o preparo, em cerâmica ou em metal. O ideal é fazer o retoque final. As paredes devem ser lisas, ai você vem com a broca que você fez o preparo, por exemplo a 3069f, no caso de cerâmica a 3148f (que é tronco-conica, arredondada). Tem que ter F para fazer o papel de lisura. OUTROS RETOQUES FINAIS: ÂNGULOS INTERNOS E EXTERNOS ARREDONDADOS; ÂNGULOS SALIENTES ARREDONDADOS; A onlay em cerâmica você pode fazer esse preparo e os ÂNGULOS internos tem que ser arredondados e tem que espessura uniforme da porcelana. Na imagem a cima temos uma redução de 2mm. TÉCNICA DO PREPARO DE ONLAY, OVERLAY EM PORCELANA: Com a broca 4138, você faz os sulcos, fazendo a redução oclusal. (voce mede a broca com especímetro) 75 Sãmya Magalhães Depois com a 2131 (pré molar) ou 3131 (molar), faz a caixa proximal, oclusal e a caixa proximal distal. Depois disso acabou o preparo, porque essa broca já é tronco- conica e você já tem a extremidade arredondada. Voce pode fazer essa proteção da cúspide, só na cúspide funcionalou nas duas cúspides. A restauração cerâmica vai ser colada, não pode ter retenção friccional. Os ÂNGULOS internos ficam arrendondados, os ÂNGULOS externos também arredondados e o ombro bem largo para poder ter adaptação da porcelana, esses preparos são sempre SUPRAGENGIVAIS. “AÍ O ALUNO DIZ ASSIM: MAS NA CLÍNICA O DENTE VEM TODO DESTRUÍDO” Exatamente, o que você faz? Reconstrói com pino de fibra. Imagem ilustrando o pino de fibra de vidro, com o isolamento absoluto que é obrigatório. 76 Sãmya Magalhães Aqui acima, o dente todo reconstruído, aí sim eu vou fazer o preparo da minha overlay. Aqui o aluno fez o preparo da overlay. O que a gente tem que ter cuidado? O término tem que ficar todo em dente e poder fazer o condicionamento ácido, adesivo e tudo mais... Já que estamos fazendo uma overlay cerâmica, o cimento provisório não pode conter eugenol. Na foto anterior, o provisório cimentado. Como foi confeccionado o provisório? Pela técnica mista: primeira consulta molda, faz o enceramento de diagnóstico, nesse enceramento faz uma matriz de silicona e pronto. Depois agenda o paciente, faz essa reconstrução, depois do preparo vem com a matriz e instala o provisório. Outro caso: Duas cúspides destruídas no 15 (tratado endodônticamente), no 14 a mesma coisa (tratado endodônticamente). Nesse caso tem uma discussão muito grande na literatura, tem uma corrente que diz que dentes tratados endodônticamente devem receber uma overlay, outros defendem que você pode restaurar com pino. O problema é que quando você tem um dente tratado endodônticamente restaurado, o paciente retorna com fratura e quando fratura há comprometimento no espaço biologico, ou muitas vezes o dente quebra no meio... isso acontece muito na clínica e é muito complicado. A conduta do Zé Luiz é em dente tratado endodônticamente, ele preconiza a restauração final com uma overlay, se o paciente não fizer, a gente explica os riscos a ele. 77 Sãmya Magalhães Depois do dente reconstruído, foi feito o preparo (ilustrado na foto anterior). A aluna já estava com a matriz de silicona, já instalou o provisório e depois fez os passos seguintes: Moldagem funcional, fazer o modelo, colocar no articulador. Só lembrando que é uma restauração parcial, essa moldagem é com fio retrator, mas essas moldagens são fáceis porque a margem é supragengival. Voce instala o provisório, vai para a periodontia se estiver sugengival (fazer o aumento de coroa clínica), essa margem depois da perio vai ficar supra. Depois voce reembasa esse provisório. Uma das maiores dificuldades que se têm nesse tipo de restauração é que ela é uma overlay, ela envolve todas as cúspides, mas (ela é uma restauração parcial, ela não envolve a coroa do dente). Então a seleção de cor tem que ser compatível com os dentes remanescente. Foi removido aquele e observe a diferença de cor, com um bom laboratório, pronto para cimentar. UMA DAS DESVANTAGENS PARA ESSE TIPO DE RESTAURAÇÃO É O VALOR. O técnico cobra e uma overlay metálica R$: 150,00, em cerâmica em torno de R$: 450,00 OUTRO CASO: Dente tratado endodônticamente, o aluno fez a restauração em metade do dente com resina, sem planejamento nenhum... OUTRO CASO: 78 Sãmya Magalhães Dente tratado endodônticamente, restaurado com resina composta, depois o paciente retornou com tudo fraturado... o ideal seria ter feito uma onlay. O paciente que tem bruxismo, o mais indicado é a overlay em metal, por isso temos que fazer uma boa anamnese. Essa imagem acima é só para ilustrar que tudo passa pelo articulador e enceramento de diagnóstico. Essa paciente trocou os amalgamas por resina e com o tempo a resina foi baixando, ela mesma percebeu que o trespasse estava mais acentuado, contatos mais fortes... Esse caso foi montado no articulador, foi feito o enceramento de diagnóstico, o material para restaurar tudo isso é uma overlay em cerâmica ou em metal. Apesar de já ter uma evolução muito grande das resinas, em casos muito extensos tem que fazer uma restauração indireta com porcelana ou metal. Aqui o caso finalizado (vista axial). O provisório foi feito com a resina bis- acrílica. Aqui para mostrar o antes e o depois do paciente. Tudo isso passou pela montagem do articulador, jig, restabelecimento da D.V, feito registro, enceramento, foi feito um provisório pela técnica indireta. Tudo bem planejado!
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