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Resenha: A história Repensada (JENKINS, Keith)

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RESENHA CRÍTICA:
JENKINS, Keith. A História repensada. Tradução de Mario Vilela. Revisão Técnica de Margareth Rago, 3ª. ed., 1ª reimpressão. São Paulo, Contexto, 2007.
Matheus da Silva Assunção
Keith Jenkins, autor do livro A História Repensada, publicado em 1991, que veio ganhar sua primeira tradução para o português dez anos depois, traduzido por Mario Vilela e publicado pela editora Contexto em 2001. Com pós-graduação em teoria política, onde sua tese dialogava com grandes nomes, como Nietzsche e Freud, se tornou professor-adjunto de História na University College Chichester, um dos mais conceituados e renomados centros ingleses para formação de professores. 
Sentindo um atraso teórico das obras já publicada por autores ingleses, como The practice of history de Geoffrey Elton, Jenkins lança “A História Repensada” com o intuito de ajudar “primordialmente aos estudantes que estão começando a empreender o estudo da questão o ‘que é a história?’”, por isso mesmo o livro é escrito de forma introdutória e com um pouco de polêmica, como o próprio autor define. Jenkins não entregando uma resposta direta à questão, mas argumenta, principalmente através de exemplos comparativos, fazendo o leitor analisar criticamente criando o seu próprio discurso.
O primeiro capítulo começa com Jenkins apresentando o argumento em que a história constitui mais um dos vários discursos a respeito do mundo, tendo como seu objeto de investigação o passado. Como isso o autor define história e passado como coisas diferentes, um não sobrevive com dependência do outro. Nesse capítulo é usado o termo historiografia para fazer a diferenciação entre passado e história, sendo historiografia usado para os escritos dos historiadores. O primeiro argumento que diz a história ser apenas mais um discurso sobre o mundo é baseado da ideia que a história é uma forma de ler o mundo, como a geografia e a sociologia, onde cada um elabora sua ferramenta analítica e pedagógica para produzir sua maneira de descreve-lo. Essa é a definição do discurso. Nesse entendimento vemos o mundo como um texto, e existem infinitas forma de ler.
O capítulo continua criando perguntas, a exemplo do trabalho do historiador e como o passado se encaixa com a história, e esse é um ponto crucial para se entender o que é a história e como ela caracteriza como o discurso que é, proposto pelos historiadores. Nesse encaixe entre história e passado, para Jenkins cria-se três campos teóricos: Epistemologia, metodologia e ideologia. Ao definir cada um dos três campos teóricos, o capítulo é concluído com a afirmação que “a história é teoria e a teoria é ideologia e a ideologia é pura e simplesmente interesse material”. A ideologia é uma força que penetra todos os aspectos da história, se instaurando nas instituições com maior força de propagação da historiografia, a Universidade.
O segundo capítulo aborda varias perguntas básicas tratando do problema de podermos ou não conhecer a verdade do passado, já os outros historiadores segundo eles a meta do estudo histórico é obter um conhecimento real (verdadeiro), no ponto de vista do autor, isso é irrelevante, sendo que não é possível trabalhar o passado como “verdadeiro”, só se tiver afirmação de fato (objetivos, essência, essencial, imparcialidade) que determina as coisas de uma vez por todas que ficariam impotentes. O autor começa a soltar mais perguntas envolta dos fatos, do contexto históricos de que as datas são histórica ou interpretação. No início do capítulo dois, quando fala do conhecimento real, que o autor não gosta dessa abordagem do “verdadeiro”, e mostra aos leitores que devemos ter cuidado com as fontes e de onde elas estão sendo abordadas e tiradas.
O capítulo três é dividido em três seguimentos. O primeiro segmento Jenkins define o “pós-modernismo”, logo após ele analisa o pós-modernismo na natureza da história e para o trabalho com a história. Por fim abre a discussão sobre o papel da história, se a mesma deve negar a consequência do pós-modernismos ou aceitar de uma forma positiva e aprender a conviver com elas. Este capítulo tem o objetivo de contextualizar a produção teórica da história dentro da sociedade contemporânea.
O pós-modernismo é uma área difícil, tendo em vista que os pós-modernos consideram nada é fixo ou sólido, e isso prejudica as explicações sobre suas próprias definições. A definição usada nesta primeira argumentação, é de Lyotard. Jenkins a considera minimalista demais, que tem por característica “incredulidade ante as narrativas”, ou seja, as grandes narrativas que estruturaram a evolução ocidental perderam o significado. Essa consciência se deu, principalmente, à ascensão da burguesia que por meio dela várias ideologias tiveram seu lugar ao sol.
“A história repensada” como o próprio Jenkins afirma no início, alguns dos textos expostos já haviam sido publicados em outros meios, como o Teaching history. O autor também credita sua obra aos grupos de estudantes que ministrou aula durante a sua carreira, estudantes esses responsáveis por muitos debates que impulsionaram os argumentos expostos na obra. Foi também através desses debates que foi percebido a necessidade de um livro introdutório sobre conceitos bases para qualquer estudante que se interesse por história. O próprio autor descreve o seu público alvo, já mencionando aqui nesse texto, novos estudantes que buscam a resposta para o significado da história. Sem dosar no uso de exemplos e comparações durante o texto para explicar de forma detalhada os pontos defendidos, a obra se torna perfeita para o público alvo já mencionado, pois além de uma linguagem simples tendo em vista ser um livro acadêmico, a proposta de livro introdutório é cumprida. O debate proposto por Jenkins contribui para a formação e consolidação do papel de historiador/pesquisador, situando o aprendiz no universo teórico do mundo da história.

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