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Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 Antivirais e Antirretrovirais VÍRUS - Parasitas intracelulares obrigatórios; - Replicação depende primariamente dos processos da célula hospedeira: usam o metabolismo do hospedeiro; - Desprovidos de parece celular e membrana, não apresentam metabolismo; FÁRMACOS ANTIVIRAIS - Diferentes mecanismos de ação: - Ação direta: atuam na replicação viral; - Ação indireta: estimulam mecanismos de defesa do hospedeiro (imunomoduladores); - Virustáticos; - Ativos apenas contra o vírus em replicação: não afetam o vírus latente; Antivirais Antirretrovirais Inibidores de Proteases Saquinavir, indinavir, atazanavir, ritonavir, nelfinavir, amprenavir, lopinavir, tipranavir, darunavir Inibidores de Fusão: Enfurvitide Inibidores da Transcriptase Reversa Análogo de Nucleosídeos: zidovudina, didanosina, estavudina, zalcitabina, lamivudina, entricitabina, abacavir Não-análogo de Nucleosídeo: nevirapina, efavirenz, delavirdina Análogo de Nucleosídeo: tenofovir, adefovir Anti- herpéticos Aciclovir Cidofovir Doconasol Brivudina Famciclovir Fomivirsen Foscarnet Ganciclovir Idoxuridina Penciclovir Trifluridina Valaciclovir Valganciclovir Vidarabina Anti- influenza Amantadina Oseltamivir Peramivir Rimantadina Zanamivir Anti- hepatite Adefovir Lamivudina Entricitabina Outros: inquimod, infeferons, ribavirina Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 PRINCIPAIS LOCAIS DE AÇÃO Três análogos de NUCLEOSÍDEOS orais: Aciclovir; Valaciclovir Fanciclovir ACICLOVIR (Zovirax, Aviral, Herpesil, Ezopen) - Derivado acíclico da guanosina: protótipo dos anti-herpéticos; - Antiviral sistêmico - Atividade contra: → Herpes-vírus simples: HSV-1 e HSV-2(10x mais potente do que contra VZV); → Varicela-zoster; → Fraca intensidade: atividade in-vitro contra o vírus Epstein-Barr (EBV), citomegalovírus (CMV) e herpes-vírus humano 6 (HHV-6); - Apresentação: → Solução IV: 250mg; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 → Comprimidos de 200 e 400 mg; → Creme 50mg/g e pomada oftálmica 3%; - Mecanismo de ação – trifosfato de aciclovir inibe a síntese do DNA viral por dois mecanismos: → Inibição competitiva com desoxiGTP pela DNA-polimerase viral: resulta em ligação ao modelo de DNA na forma de complexo irreversível; → Interrupção da cadeia após incorporação do DNA viral devido a ausência do grupo 3’-hidroxila; - Farmacocinética: → Biodisponibilidade oral baixa: 15-20%, não afetada pela alimentação; → Depuração renal; → Meia-vida de 3h; → 20h em paciente com anúria; → Concentração no líquor: 50% da sérica (atravessa a barreira); → Nos primeiros episódios de herpes genital o aciclovir DIMINUI: Duração dos sintomas em 2 dias; Tempo de cicatrização em 4 dias; Duração da disseminação viral em 7 dias; - Efeitos adversos dependem da via de administração: → Aplicação tópica: irritação local; → VO: cefaleia, diarreia, náuseas, êmese; → IV: disfunção renal transitória em caso de doses altas ou paciente desidratado; - Resistência: alteração/falta de timidinocinase e DNA-polimerase em linhagens virais resistentes, mais comuns em pacientes imunocomprometidos; - Creme aciclovir (uso tópico) menos eficaz do que VO na infecção primária por HSV. → Não apresenta benefício no tratamento da herpes genital recorrente. Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 VALACICLOVIR (Valtrex ®) - Éster L-valil do aciclovir; - Atua contra: HSV, VZV, CMV; - Metabolismo de primeira passagem no fígado e intestino: hidrólise enzimática converte em aciclovir após administração oral; - Resulta em níveis séricos 3-5x maiores que o aciclovir oral; - Biodisponibilidade oral 54-70%; - Níveis no LCR: 50% do nível sérico; - Meia-vida de eliminação: 2,5 a 3,3 horas; FANCICLOVIR (Penvir, Famvir®) - Pró-fármaco do penciclovir: biotransformação; - Atividade contra HSV-1, HSV-2, VZV, EBV, HBV; - Mecanismo de ação: antiviral inibidor da DNA polimerase; - Indicações: herpes aguda e tratamento alternativo na hepatite B crônica; PENCICLOVIR - Análogo da guanosina: metabólito ativo do fanciclovir; - Disponível para uso tópico: penciclovir creme 1% reduz a duração do herpes labial recorrente quanto aplicado dentro de 1h após o início dos pródromos, com aplicação contínua a cada 2h por 4 dias; - Efeitos colaterais: raros, 1% dos pacientes apresenta reação local; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 Ocorre principalmente na presença de imunossupressão avançada, geralmente resultante de reativação de infecção latente; → Ganciclovir (IV): tto retinite por CMV; Indução: 5mg/kg 12h/12h por 14-21 dias; Manutenção: 5mg/kg/dia ou 6mg/kg 5x/semana; → Valganciclovir (VO): tto retinite por CMV; Indução: 900mg 2x/dia por 21 dias; Manutenção: 900mg/dia; Profilaxia (transplante): 900mg/dia; → Foscarnete (IV): tto retinite por CMV; Indução: 60mg/kg 8/8h ou 90mg/kg 12/12h por 14-21 dias; Manutenção: 90-120mg/kg/dia; → Cidofovir (IV): Indução: 5mg/kg/semana por 2 semanas; Manutenção: 5mg/kg/semana; Principais agentes contra infecções virais respiratórias (Influenza A e B, e VSR): → Oseltamivir (Tamiflu®); → Zanamivir; → Amantadina; → Rimantadina; → Ribavirina; - Usados quando pacientes são alérgicos à vacina ou em caso de surto OSELTAMIVIR E ZANAMIVIR - Inibidores da neuraminidase; - Eficazes contra os dois tipos de influenza (A e B); - Não interferem na resposta imune à vacina da gripe; - Administração precoce é crucial: a replicação do vírus influenza alcança pico em 24-72h; - Ciclo de terapia: 5 dias dentro de 48h após o aparecimento da doença; → Diminui: Duração dos sintomas; Eliminação e transmissão do vírus; Taxa de complicações: pneumonia, asma, hospitalizações e mortalidade; - Mecanismo de ação: → Análogos do ácido siálico: inibidores de neuraminidase; → Interação competitiva reversível com o sítio enzimático ativo, inibindo a enzima viral; → Neuraminidase: enzima que inativa o ácido siálico da célula, favorecendo a liberação do novo vírus a partir de células infectadas; a) Oseltamivir (Tamiflu ®) Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 - Pró-fármaco VO; - Ativado por esterases hepáticas em carboxilato de oseltamivir; - Análogo de estado de transcrição do ácido siálico: atua como potente inibidor seletivo das nauraminidases dos vírus da influenza A e B; - Biodisponibilidade oral: 80%; - Baixa ligação a proteínas plasmáticas; - Meia-vida: 6-10h; - Excreção renal; - Probenecida: reduz a depuração renal em 50%; - Absorção não sofre influência alimentar; b) Zanamivir (Relenza®) - Antiviral inalatório; - Análogo do ácido siálico; - Inibidor potente e específico das neuroaminidases do influenza A e B; - Inalação: diretamente pelas vias respiratórias; - 10-20% do composto ativo alcança os pulmões (o resto deposita na orofaringe); - Meia-vida pulmonar: 2,8h; - Excreção renal; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 AMANTADINA E RIMANTADINA - Bloqueiam o canal iônico de prótons M2 da partícula viral; - Inibem o desencapsulamento do RNA viral dentro da célula do hospedeiro; - Impede a replicação; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 HIV - HIV-1: identificado e isolado em 1983; → Mais virulento, elevada taxa de mutação; → Maioria dos casos; - HIV-2: oeste da África, 1986; → África Ocidental, leste Europeu; → Maior período de latência, aparentemente menos patogênico; - 1996 – Introdução de antirretrovirais altamente potentes reduziu significativamente a morbimortalidade de pacientes com HIV/AIDS; CLASSIFICAÇÃO DO HIV - Retrovírus, família dos lentivírus; - Tipos: HIV-1 e 2; → Grupos: M, N, O ; Subtipos:A-D, F-H, J, K; - Subtipos mais prevalentes no Brasil: B e F; MORFOLOGIA - Nucleocapsídeo em forma de cone (p24); - Duas moléculas de RNA fita simples; - Não possui DNA; - Polaridade positiva associada às transcriptase reversas (TR) (p64), integrase, protease, proteínas do nucleocapsídeo (p9 e p6); - Existem 10x mais p24 do que gp120; - 10x mais p24 do que TR; - RNA viral: sintetiza enzimas essenciais à sua replicação (TR, integrasse e protease) – alvos do TARV; - Liga às células CD4; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 - Início imediato de TARV: recomendado para todas as PVHIV, independente de estágio clínico/imunológico; - Iniciado assim que a pessoa for informada sobre benefícios e riscos; - Respeitar autonomia do indivíduo; - Enfatizar que o TARV, uma vez iniciado, não deve ser interrompido; - Não deve haver coerção para o início do tratamento; - Indicado para toda gestante portadora do HIV a partir da 14ª semana de gestação, independente de critérios clínicos/imunológicos; - Não deve ser suspenso após o parto, independente do nível de LT-CD4; OBJETIVOS - Reduzir morbidade e mortalidade consequentes ao HIV; - Reduzir a transmissão viral (quando instituído precocemente); - Supressão da replicação viral -> recuperação/preservação da função imune -> diminuição da frequência de neoplasias e infecções oportunistas; - Cada classe de medicamento atua em diferentes etapas da replicação; - Variabilidade de cepas devido a mutações dificulta o desenvolvimento de vacinas; ANTIRRETROVIRAIS USADOS NO BRASIL Programa Nacional de DST/AIDS disponibiliza: Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 1) Inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa (INTR); Principais: Lamivudina (3TC), Tenofovir (TDF ou TAF), Zidovudina (AZT); 2) Inibidores não nucleosídicos da transcriptase reversa (INNTR); Ex: Efavirenz (EFV), Entravirina (ETV), Nevirapina (NVP); 3) Inibidores de protease (IP): reforçados por Ritonavir (IP/r); Ex: Atazanavir (ATZ), reforçados por ritonavir Lopinavir/r, Atazanavir/r, Fosamprenavir/r, Duranvir/r; 4) Inibidores da fusão (IF): Enfuvirtida (T-20); 5) Inibidores de integrases (IIn); Ex: Elvitegravir (EVG), Raltegravir (RAL), Dolutegravir (DTG); 6) Antagonistas dos correceptores de citoquinas (antagonistas CCR5 e CXCR4); Ex: Maraviroque, Omaraviroque, Vicriviroque, Aplaviroque; Existem mais de 25 medicamentos entre essas classes; 1) Inibidores Nucleosídicos da Transcriptase Reversa (INTR) - Inibem a síntese de DNA pela transcriptase reversa: enzima viral que copia o RNA, transformando-o em DNA dentro da célula infectada; - Análogos de nucleosídeos; - Impede a reprodução do vírus tornando a cadeia defeituosa; - Quando completamente fosforilados, bloqueiam a replicação do genoma viral por: → Inibir competitivamente a incorporação de nucleotídeos nativos; → Interromper o alongamento do DNA pró-viral nascente; - Principais efeitos adversos dos INTR: → Toxicidade mitocondrial; → Neuropatia periférica; → Pancreatite; → Lipoatrofia e/ou hepatomegalia grave com esteatose; → Síndrome da acidose lática (fatal); Lamivudina(3TC); Tenofovir (TDF) - Tenofoviralafenamida(TAF), Zidovudina (AZT); Abacavir (ABC); Didanosina (ddl); Estavudina (D4T); Tenofovirdisoproxilfumarato(TDF); Zalcitabina (ddC); Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 ZIDOVUDINA – AZT - Análogo sintético da timidina; - Potente atividade contra amplo espectro de retrovírus: HIV-1 e 2, vírus linfotróficos de células T humanas (HTLV) I e II; - Tratamento de adultos e crianças com HIV; - Prevenção da transmissão vertical; - Profilaxia após exposição de profissionais da saúde; - Apresentação: comprimidos, cápsulas e solução injetável; - Associações: → Zidovudina + Lamivudina → Zidovudina + Lamivudina + Abacavir - Mecanismo de ação: → Após ser internalizada, é fosforilada pela enzima timidinacinase a 5’-trifosfato de zidovudina: interrompe o alongamento da cadeia de DNA pró-viral pela transcriptase reversa; → Combinação Zidovudina + Lamivudina: maior supressão a longo prazo do RNA do HIV plasmático; → Farmacocinética: Rapidamente absorvida: conc.plasmática máxima em 1h; Concentrações no RN semelhantes às da mãe; AZT atravessa BHE; Detectado no leite materno, sêmen e tecidos fetais; - Início do tratamento: fadiga, mal-estar, mialgia, náuseas, anorexia, cefaleia e insônia, desaparecem nas primeiras semanas; LAMIVUDINA (3TC) - Análogo sintético da citidina; - Atividade contra HIV-1, HIV-2 e HBV; - Adultros e crianças >3 meses; - Segurança, eficácia e conveniência; - Antirretrovial com menor toxicidade; - Associações com zidovudina; - Atravessa barreira placentária; - Excreção na urina na forma inalterada; ABACAVIR (ABC) - Análogo sintético da purina (guanosina); - Atividade contra HIV-1; - Adultos e crianças>3 meses; - Interrompe o alongamento do DNA pró-viral pela sua incorporação pela transcriptase reversa no DNA nascente; - Associações: Zidovudina + Lamivudina + Abacavir - Biodisponibilidadeoral não afeitada pela ingestão de alimentos; - Não é substrato nem inibe a CYP; - Síndrome de Hipersensibilidade peculiar e potencialmente fatal: nunca deve ser reiniciado após interrupçãod o tratamento – risco de hipersensibilidade; TENOFOVIR (TDF) - Tenofovir disoproxila: derivado do 5’-monofosfato de adenosina; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 - Único análogo nucleotídico, pró-fármaco disoproxila; - Melhora absorção oral; - Forma difosfato de tenofovir: inibidor competitivo de TR virais, incorporado ao DNA do HIV; - Atividade contra HIV-1, HIV-2 e HBV; - Tratamento de adultos; - Não induz/inibe CYP; - Principais efeitos adversos dos INTR: → Toxicidade mitocondrial; → Neuropatia periférica; → Pancreatite; → Lipoatrofia e/ou hepatomegalia grave com esteatose; → Síndrome da acidose lática (fatal); 2) INIBIDORES NÃO NUCLEOSÍDICOS DA TRANSCRIPTASE REVERSA (INNTR) - Induzem alteração conformacional na estrutura tridimensional da enzima: reduz sua atividade por inibição não competitiva; - Ativos só contra HIV-1: não devem ser usados contra HIV-2; Efavirenz(EFZ) Etravirina(ETV) Nevirapina(NVP) Rilpivirina(RPV) EFAVIRENZ (EFZ) - Potente contra HIV-1; - Uso somente em associação: Efavirenz + Tenofovir + Entricitabina -> únicapílula 1x/dia (ITRNN+2ITRN) - Adultos e crianças>3 anos e >10kg; - Usado em gestantes; - Farmacocinética: → Ligação a proteínas plasmáticas: 99%; → Baixa penetração no SNC (?); → Ingerir com estômago vazio, ao dormir: reduz efeitos colaterais; → Metabolismo via CYP2YB6 e, em menor grau, via CYP3A4; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 3) INIBIDORES DA PROTEASE (IP) - Semelhantes a peptídeos: mimetizam substratos peptídicos virais com ligações covalentes não cliváveis; - Bloqueiam a ação da protease, impedindo a produção de novas cópias de células infectadas com HIV; - Inibem a clivagem da poliproteína gag-pol (p160) e/ou gag (p55) na célula infectada pelo HIV: processo fundamental na maturação viral; - Produz virion imaturo não infectante; - Ritonavir: inibe o metabolismo de todos os IPs do HIV atualmente disponíveis; RITONAVIR (r) - Atividade contra HIV-1 e 2; - Inibe metabolismo de todos os IP do HIV, usado sempre em combinação; - Principal uso: Intensificador farmacocinético (inibidor da CYP3A4); - Permite doses menores e menos frequentes; - Raramente usado como único inibidor de protease: alta toxicidade GI; - Farmacocinética: → Alta ligação a proteínas plasmáticas; → Efeitos podem persistir por 2-3 dias após a descontinuação do fármaco; ATAZANAVIR (ATZ, ATZ/r) - IP azapeptídico ativo contra HIV-1 e HIV-2; - Inidicado para adultos em combinação com ritonavir; - Crianças>6 anos, posologia de acordo com o peso; - Farmacocinética:→ Rápida absorção VO, boa tolerância pelo TGI; → Refeição rica em gorduras: aumenta em 35% a biodisponibilidade; → Administrado com alimentos; → Absorção depende do pH: IBP, inibidores H2 e antiácidos reduzem absorção; - Efeitos adversos: → Hiperbilirrubinemia não conjugada, colecistite, colestase, disfunção hepática; → Diarréia, náuseas; → 6% dos pacientes interrompem o tto devido aos efeitos colaterias após 48h de tto; 4) INIBIDORES DA FUSÃO/DE ENTRADA (IF) - A entrada do vírus na célula CD4 envolve a ligação do HIV à receptores de superfície; - A ligação dos receptores de quimiocina estabiliza e permite a fusão mediada por gp41da membrana do vírus com a mebrana da célula-alvo; - Mecanismo de ação: → Enfuvirtida: Inibição da fusão das membranas; → Maraviroque: antagonismo nos correceptores de quimiocinas, inibindo a ligação aos receptores CCR5 da célula hospedeira, bloqueando a ligação da gp120 viral; MARAVIROQUE - Bloqueia a ligação de gp120 (envoltório externo do HIV) ao receptor CCR5; - Não exerce atividade contra o vírus que tenha tropismo por CXCR4; - Atividade contra vírus resistente a antirretrovirais de outras classes; - HIV pode desenvolver resistência se sofrer troca de tropismo; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 - Tratamento de adultos; - Não costuma ser usado no tratamento inicial; - Farmacocinética: biodisponibilidade oral 23-33%, dose-dependente, reduzida na presença de alimento; ENFUVIRTIDA (T-20) - Peptídeo sintético de 36 AA; - Bloqueia a interação da gp41 no sítio de ligação CD4; - Inibe a infecção da célula CD4 por partículas virais livres; - Atividade só contra HIV-1; → Farmacocinética: → Único de administração parenteral (SC); → Meia-vida de eliminação: 3,8h, administração 2x ao dia; → Baixa adesão ao tratamento; - Efeitos adversos: → Dor, eritema e endurecimento no local da injeção (98%); → Nódulos e cistos (80%); → Alta incidência de linfadenopatia e pneumonia; 5) INIBIDORES DA INTEGRASE (IIn) - Inibidores da transferência de cadeia de integrase; - Integração cromossômica é uma característica dos ciclos de vida dos retrovírus, permite que o DNA viral permaneça no núcleo da célula hospedeira; - Impede a formação de ligações covalentes entre DNA do hospedeiro e DNA viral (transferência de filamento); - Mecanismos: → Bloqueio da atividade da enzima integrasse, responsável pela inserção do DNA do HIV no DNA humano; → Liga à integrase do HIV e impede a transferência do filamento de DNA; Elvitegravir (EVG) Raltegravir (RAL) Dolutegravir (DTG) DOLUTEGRAVIR (DTG) - Bloqueia a atividade da integrasse codificada pelo HIV; - Potente atividade contra HIV-1 e HIV-2; - Indicado para adultos; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 - Farmacocinética: → Administração oral, concentração plasmática máxima em 1h; → Meia-vida terminal de 14h; → Refeições não interferem na absorção; → Não utilizar com antiácidos; → Metabolizado pela UGT1A1 e CYP3A; - Efeitos adversos: → Pouca toxicidade clínica; → Teratógeno em gestantes: MVHIV devem ser informadas da contraindicação no momento pré- concepção, risco de malformação congênita; → Cefaleia, náusea, astenia e fadiga; - Posologia: 50mg/dia; ELVITEGRAVIR (EVG) - Potente atividade contra HIV-1 e HIV-2; - Tratamento de pacientes naïves; - Usado em combinação: EVG/C/FTC/TDF – elvitegravir, cobicistat (booster), entricitabine, tenofovir; Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 - Após exposição ao HIV, é necessário avaliar como, quando e com quem ocorreu a exposição; - Quatro perguntas direcionam o atendimento para indicação da PEP: - Tempo transcorrido entre exposição e atendimento: o primeiro atendimento é uma urgência; - PEP: iniciar o mais precoce possível, limite 72h; - Status sorológico da pessoa exposta: → Sempre avaliar pelo teste rápido: Farmacologia Mariana Scheffer Sucolotti ATM 23 → TR reagente – PEP não indicada; → PEP não reagente – indicada; → Resultado discordante/TR inválido: decisão de iniciar ou não a profilaxia deve ser avaliada conforme critério clínico em conjunto com o paciente. - Adesão para completar 28 dias de uso dos ARV é essencial. - Esquema antirretroviral para PEP: → Formulação de TDF+3TC é preferencial, mas pode ser separado se indisponível; TDF + 3TC + DTG (Tenofovir + lamivudina + dolutegravir) INTR/INTR/IIn Duração: 28 dias;
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