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Resumo Procedimento Ordinário

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RESUMO DO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
 
a. Previsão legal:   
O procedimento comum ordinário tem previsão legal no seu art. 394, §1, I do CPC, que dispõe: 
 
Art. 394.  O procedimento será comum ou especial.
§ 1o  O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
 
Portanto, se aplica o procedimento ordinário quando a pena máxima for igual ou maior que quatro anos e que seja privativa de liberdade, ex. art. 155 do CP, crime de furto, a pena é reclusão de um a quadro anos.
 
b. Fases do procedimento: 
O procedimento comum ordinário se inicia com o oferecimento da peça acusatória, ou seja, com o recebimento da denúncia ou queixa, conforme dispõe o art. 396 do CPP.
Ao receber a peça, o juiz irá analisar, podendo rejeitar liminarmente com fundamento nos art. 395 do CPP, como por exemplo, for o caso de a peça ser inepta, faltar condição, pressuposto processual ou ainda não houver justa causa para a ação penal. Cabendo recurso no sentido estrito no caso de rejeição da peça acusatória (art. 581, I do CPP). 
Mas ao receber a peça, o juiz não rejeitar, ordenará a citação do acusado, para dar ciência e também chamar para se defender (se quiser) respondendo à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias a contar da citação (veremos as espécies de citação do réu e seus efeitos no tópico abaixo).
Ao ser citado, o acusado irá oferecer a sua resposta à acusação (art. 396-A do CPP), onde poderá arguir e alegar através do seu advogado, tudo que for de relevância para a sua defesa, inclusive arrolar até 8 testemunhas por fato crime. OBS: A resposta à acusação é obrigatória e a sua ausência é entendido pela doutrina como motivo de nulidade absoluta. 
Ao oferecer a resposta à acusação, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente (salvo inimputabilidade), que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou que extinta a punibilidade do agente, conforme dispõe o art. 397 do CPP. Portanto, para o juiz absolver sumariamente é necessária uma existência manifesta, isto é, um juízo de certeza, a mera dúvida não induz a absolvição sumária.
Não ocorrendo a absolvição sumária (cabe o recurso de apelação) o juiz designará audiência una, requisitando a intimação do acusado, de seu defensor e do MP para comparecer ao interrogatório que será realizado no prazo máximo de 60 dias, conforme dispõe o arts. 399 e 400 do CPP.
Todos os atos acontecem nessa audiência de instrução e julgamento, que são norteadas pelo princípio da oralidade no processo penal.
Tem como início a oitiva do ofendido (caso não compareça à audiência, poderá ser conduzido coercitivamente); oitiva de testemunhas de acusação e depois da defesa (até 8 testemunhas por parte, por fato crime), seguindo o sistema cross-examination (art. 212 do CPP) isto é, perguntas das partes formuladas diretamente às testemunhas, cabendo o juiz complementar. OBS: A inversão da ordem (via de regra, primeiro se ouve as testemunhas da acusação e depois as da defesa) somente poderá a ser por carta precatória (art. 222 do CPP); esclarecimentos do perito, art. 159, §5, I do CPP (se necessário) por escrito em laudos; acareação, art. 229 do CPP (se necessário); reconhecimento de pessoas e coisas, art. 226 do CPP (se necessário); e como o último ato, o interrogatório do acusado, arts. 185 a 196 do CPP, onde o acusado poderá se defender da que lhe é imputado, requerendo diligências (art. 402 do CPP) de provas, cuja necessidade tenha surgido na instrução. E por fim, as alegações orais, com fundamento no art. 403 do CPP, porém, o juiz entendo a complexidade do caso, poderá dar um prazo de 5 dias as partes para que apresente os memoriais (por escrito).  
Ao analisar o caso, com fundamento no art. 381, do CPP o juiz proferirá a sentença, condenando ou absolvendo o acusado. OBS: A sentença deve ter uma correlação com os fatos descritos na peça acusatória, pois caso contrário, haveria uma violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório. 
  
c. Espécies de citação do réu e consequências do não atendimento à citação: 
A citação de acordo com Fernando Capez, é: “o ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa”.  
A citação pode ser feita de modo pessoal (regra) ou de modo ficta (edital e por hora certa).
A citação de modo pessoal é aquela cumprida através do oficial de justiça por meio de mandado de citação. A citação por edital, é uma situação excepcional que deverá ser feita após esgotado os meios de comunicação com o acusado. Já a citação por hora certa, é na determinada situação que é o réu se oculta para não ser citado, sendo nomeado assim um advogado dativo para o processo seguir seu curso normalmente. 
E as consequências do não atendimento à citação, isto é os efeitos da revelia, não é igual no processo civil, que ocorre uma presunção da veracidade dos fatos alegadas, mas sim, no processo penal, o único efeito da revelia é a desnecessidade de intimação do acusado para a prática dos demais atos processuais (salvo na hipótese de sentença condenatória, para poder recorrer da decisão).
  
d. Recursos cabíveis da rejeição da peça acusatória e da absolvição sumária: 
De uma forma sintética: 
Caberá recurso em sentido estrito, quando acontecer a rejeição da peça acusatória, com fundamento no art. 581, I do CPP.  
E caberá recurso de apelação, nas sentenças de absolvição, com fundamento no art. 593, I do CPP. 
Referências bibliográficas:
Curso de Processo Penal - Fernando Capez (edição 25º, 2018).

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