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Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 1 BUBALINOCULTURA Ana Carla Souza Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 2 Introdução Os búfalos são animais domésticos da família bovídeos, da espécie Bubalus bubalis dos quais quatro raças são reconhecidas no Brasil pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB) Bubalinocultura No Brasil, o sistema de criação de bubalinos é predominante extensivo. As propriedades possuem pouca ou quase nenhuma assessoria técnica no planejamento zootécnico de suas criações. Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 3 Introdução Bubalinocultura A população mundial de búfalos aproxima-se de 200 milhões de cabeças, sendo que a Ásia detém cerca de 196 milhões o que corresponde a 97,42%, seguida da África com 3,7 milhões equivalendo a 1,68% do rebanho, América com 1.382.130 milhões significando 0,69%, Europa com 400 mil animais representando 0,2% do rebanho mundial e a Oceania com apenas 265 cabeças que estatisticamente corresponde a 0% (FAO, 2017; COSTA et. al., 2017). Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 4 Sobre a origem do búfalo doméstico (Bubalus bubalis), a teoria mais aceita é a de que o mesmo se originou a partir do búfalo selvagem (Bubalus arnee), conhecido também como Arni, que habitava a região norte da Índia, Sri Lanka e Indochina. Os búfalos são animais que pertencem ao reino Animmalia; Classe dos Mamíferos; Ordem Artiodáctilo; Subordem Ruminantia; Família Bovidae; Subfamília Bovinae subdividida em três grupos, bovinos, sincerinos e bubalinos. Origem Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 5 Murrah. Originária da Índia, mais precisamente do Estado de Punjab e da cidade de Delhi. Seu nome significa espiral, no qual refere-se a forma de seus cornos. A raça possui pele e pelos de coloração negro-azeviche, cabeça leve e chifres curtos, espiralados, enrodilhando-se em anéis na altura do crânio. Sendo animais profundos e de boa produtividade. Os machos adultos desta raça chegam a pesar em torno de 450kg a 800kg e as fêmeas entre 350kg a 700kg (CARRAZZONI, 1993). Segundo Zava (1987) essa raça é a que tem maior demanda no país. Carabao. É conhecido também como búfalo do Pântano e suas principais características são os chifres largos e abertos, com corte transversal triangular e fazem um ângulo de 90º aos afastarem da cabeça. São da cor cinza-parda ou rosilho, com manchas brancas na pata em forma de colar. Possui corpo curto e ventre largo, sendo um animal maciço e compacto; isso explica sua aptidão para carne. Origem Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 6 Jafarabadi. Localizada na província de Guajarat, na Índia, a cidade de Jafarabadi deu origem ao nome dessa raça. Tendo como característica a cor negra, corpo mais longo que a raça Murrah, o pescoço e a cabeça maciços. Seus cornos são pesados e longos e tendendo a ir até abaixo da direção dos olhos, terminando em formato espiralado para trás. Essa raça é a maior, quando comparada as demais. Apresenta aptidão tanto para carne quanto para leite. Os machos chegam a atingir o peso de 1500kg e as fêmeas 900kg. Mediterrâneo. Originários da Índia e introduzidos na Europa pela ocupação árabe. Atualmente a Itália se destaca na criação desta raça. São animais de porte médio e medianos, com chifres longos, fortes e grossos, dirigidos para trás, para fora e para o alto terminando em forma semicircular ou de lira. Possuem coloração negra, cinza ou marrom, não sendo aceito manchas brancas. Possui corpo largo em relação ao comprimento. Pernas curtas e robustas. Cabeça longa e estreita com cornos em tamanho médio voltados para trás e pontas curvadas para cima. Origem Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 7 Dentre todas as aptidões produtivas dos búfalos, a produção leiteira é a que mais se destaca. No continente asiático os búfalos também são utilizados, em pequenas propriedades, como animais de tração e produtores de carne, sendo uma das principais fontes de proteína de origem animal para as populações desses países, assegurando a permanência do homem no meio rural. Assim como acontece na Ásia, as pequenas propriedades brasileiras também utilizam os búfalos em diversos arranjos produtivos (carne, leite...), assegurando a fixação do homem no campo (NASCIMENTO; MOURA CARVALHO, 1993; FAO, 2017). Aptidão Bubalinocultura CENÁRIO DA BUBALINOCULTURA NO BRASIL SILVA, 2019 Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 8 Quando comparada a carne de bovinos, os bubalinos apresentam 40% menos de colesterol, 55% menos calorias, 12 vezes menos gorduras 10% a mais de minerais e 11% a mais de proteínas, em 100 gramas de carne cozida, logo é muito mais indicada para saúde humana. Mas ainda assim a carne de búfalo enfrenta um grande obstáculo que é o preconceito da população (MARQUES, 1998). Aptidão Bubalinocultura CENÁRIO DA BUBALINOCULTURA NO BRASIL SILVA, 2019 Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 9 Cenário da bubalinocultura no Brasil Instalações Bubalinocultura CENÁRIO DA BUBALINOCULTURA NO BRASIL SILVA, 2019 Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 10 Instalações Bubalinocultura CENÁRIO DA BUBALINOCULTURA NO BRASIL SILVA, 2019 Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 11 Urochloa humidicola (quicuio da Amazônia) 41,38% (12/29 Urochloa decumbens cv. Bazilisk (braquiarinha) 10,34% (3/29) Urochloa brizantha cv. Marandú (braquiarão) 10,34% (3/29) Panicum maximum cv. Mombaça 27,59% (8/29) Panicum maximum cv. Massai 3,45% (1/29) Urochloa brizantha cv. Xaraés 10,34% (3/29) Urochloa brizantha cv. Piatã 3,45% (1/29) Pennisetum purpureum cv. Cameroon (capim-elefante) 20,69 % (6/29) Panicum maximum cv. Tobiatã 3,45% (1/29) Pennisetum purpureum cv. Napier 6,90% (2/29) Panicum maximum cv. Aruana 3,45% (1/29) Pennisetum glaucum (milheto) Cynodon dactylon (capim bermuda) 6,90% (2/29) Não soube informar 3,45% (1/29) Forragem Nativa 24,14% (7/29) Cynodon spp. (Tifton 85) 3,45% (1/29) Tabela. Tipos de Forragem ofertadas aos bubalinos no Brasil Sistema de Criação Bubalinocultura CENÁRIO DA BUBALINOCULTURA NO BRASIL SILVA, 2019 Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 12 Bioclimatologia e Etologia Bubalinocultura Influência do clima no comportamento de búfalas Sensíveis acima de 36,1ºC Pele • Grossa perda por condução ou irradiação; Pelos • Grossos e longos densidade; Gl. sebáceas Gl. sudoríparas No calor o sebo se fluidifica, tornando a pele oleosa – radiação solar (Shafie, 2005) Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 13 0 1 2 3 4 5 08:00 08:30 09:00 09:30 10:00 10:30 11:00 11:30 12:00 12:30 13:0013:30 14:00 14:30 15:00 15:30 16:00 16:30 17:00 17:30 18:00 ingerindo água ocio deitado ocio em pé ocio na poça pastejando Comportamento de búfalas durante o dia Belém, 2018 COMPORTAMENTO LÚDICO Rolar no chão Esfregando-se uma nas outras (CASTRO, 2002) Ruminação logo ao anoitecer (FRASER, 1985) Bioclimatologia e Etologia Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 14 Nesse trabalho foi observado o comportamento geral de bubalinos com relação as características ambientais. Comportamento x Ambiente Rótulos de linha Média de TEMP.Ar Média de U.R. Média de WBGT Média de TEMP. G.N. Média de V.V. Ingerindo água 31,50 74,68 29,52 35,50 0,54 Ocio deitado 30,59 83,68 29,98 36,59 1,10 Ocio em pé 29,79 80,72 28,41 33,53 0,78 Ocio na poça 27,57 95,49 27,26 28,31 0,24 Pastejando 29,34 83,91 28,39 33,89 0,89 Ruminando deitada 29,99 84,50 29,18 35,62 0,73 Ruminando em pé 31,30 84,22 30,62 40,39 0,67 Total geral 29,71 84,06 28,78 34,52 0,80 • 20% para pastejo, 14% para ruminação e 66% para ócio (CASTRO, 2002). • Consumo de forragem à noite (CROCKRILL, 1989). • 39% para pastejo, 20% para ruminação e 32% para ócio (BUBali, 2018). Bioclimatologia e Etologia Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 15 Os búfalos são animais poliéstricos estacionais de dias curtos, semelhante aos ovinos e caprinos. Em razão dessa característica, no centro-sul do País, onde existe variação anual na duração de horas de luz conforme a estação do ano, é observada uma concentração maior das manifestações de cio no período do outono. Já na zona equatorial, os bubalinos apresentam-se como poliestrais contínuos. O ciclo estral das fêmeas bubalinas tem uma duração variável entre 18 e 32 dias, com média de 21 dias. Já a duração do estro varia entre 5 e 27 horas, com média de 20 horas, ocorrendo ovulação entre 24 e 48 horas após o início do cio. Reprodução Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 16 Entre as terapias hormonais desenvolvidas para bovinos, os protocolos de IATF baseados em hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) e prostaglandina F2 alfa (PGF2α) resultaram em redução na resposta ovulatória quando aplicados em búfalo em anestro (Souza et al., 2015). Protocolos baseados no Ovsynch (D0: GnRH; D7: PGF2α; D9: GnRH; IATF 16 horas após a segunda aplicação de GnRH) podem conferir uma taxa de gestação de 50% durante a estação de monta em búfalas cíclicas, multíparas, com escore corporal de 3,5 (Baruselli et al., 2010). Entretanto, o protocolo Ovsynch apresenta baixa eficiência durante a estação reprodutiva desfavorável (primavera e verão), pela alta incidência de anestro em fêmeas bubalinas neste período (Baruselli et al., 2003; De Rensis et al., 2005; Ali; Fahmy, 2007; Baruselli et al., 2007). Reprodução Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 17 Reprodução Bubalinocultura A técnica de TE consiste em se obter embriões de uma fêmea doadora e transferi-los para fêmeas receptoras com a finalidade de que estas completem o período de gestação. Dessa maneira, uma fêmea pode produzir um número de descendentes muito superior ao que seria possível em condições fisiológicas durante sua vida reprodutiva. Além disso, equaciona problemas relativos a questões de ordem genética e sanitária (Gonçalves et al., 2008). Transferência de embriões Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 18 O período neonatal representa um momento crítico na produção de bubalinos, em que todos os órgãos devem se adaptar à vida extrauterina. Nesse período, ocorrem altas taxas de mortalidade, que variam de 17% a 36% em animais da raça Murrah (Shivahre et al., 2014). Nos ruminantes a placentação é do tipo sindesmocorial, em que o epitélio coriônico tem contato direto com os tecidos uterinos. Dessa maneira, ocorre o impedimento da passagem transplacentária das moléculas de imunoglobulinas, fazendo com que os recém-nascidos dessas espécies sejam completamente dependentes dos anticorpos recebidos via colostro (Tizard, 2009). A absorção de imunoglobulinas pelos bezerros bubalinos também está diretamente relacionada com o ganho de peso e o peso aos 30 dias de bezerros bubalinos criados junto com a mãe (Mastellone et al., 2011). Neonatologia Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 19 Ingestão do Colostro de 6 a 8h após o nascimento. Cura do umbigo com iodo. Vermifugação. Castração (Depende do manejo de cada propriedade). Descorna (Depende do manejo de cada propriedade). Neonatologia Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 20 Programa de Imunização de Bubalinos FEBRE AFTOSA BRUCELOSE CLOSTRIDIOSES BOTULISMO TÉTANO RAIVA LEPTOSPIROSE Sanidade Bubalinocultura BATISTA, 2020 Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 21 VACINAS REPRODUTIVAS IBR BVD LEPTOSPIROSE Sanidade Bubalinocultura O herpes-vírus bovino (Bovine herpesvirus 1 – BoHV-1) é um importante patógeno na bubalinocultura, causando perdas na reprodução. Além do quadro respiratório que produz, conhecido como rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), pode afetar o aparelho reprodutor na forma de vulvovaginite pustular infecciosa (IPV), causando aborto, infertilidade temporária, nascimento de animais fracos, mortalidade de neonatos e balanopostite (inflamação da glande do pênis e do prepúcio) (Ferreira, 2009). A diarreia viral bovina (BVD), infecção intrauterina ocorre nas fêmeas desprovidas de anticorpos. O feto pode desenvolver uma doença aguda ou uma infecção persistente. Se a infecção ocorrer nos primeiros 45 dias de gestação, geralmente levará à morte embrionária, com reabsorção (vaca repetidora de cio). Por outro lado, se a infecção ocorrer antes dos 120 dias com uma cepa do vírus não citopático, esta pode levar ao aborto ou ao nascimento de um animal persistentemente infectado (PI). Os chamados animais persistentemente infectados se originam pelo contato entre o vírus e o feto durante o primeiro terço da gestação, pela via placentária, sendo estes as principais fontes de difusão do vírus (Brum et al., 2004). Ocasiona alterações congênitas, abortos, distúrbios reprodutivos (retenção de placenta e natimortos), com infecções subclínicas capazes de prejudicar a eficiência reprodutiva do animal, levando-o à subfertilidade e queda na produção. O aborto é uma consequência da infecção sistêmica, ocorrendo, na maioria das vezes, na segunda metade da gestação (Nardi Júnior et al., 2010). Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 22 Calendário anual de controle e prevenção das doenças nas propriedades bubalinas. Sanidade Bubalinocultura Clique para editar o título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 12/12/2020 23 “NINGUÉM É TÃO GRANDE QUE NÃO POSSA APRENDER, nem tão pequeno que não possa ensinar” Esopo
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