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Lingua_Brasileira_de_Sinais_Libras I_Unidades 5 e 6 (3)

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 Agora que você já sabe que as pessoas surdas pos-
suem uma identidade própria e compartilham de uma lín-
gua em comum, a Libras, a qual apresenta todos os critérios 
para ser considerada como língua, sendo uma língua viva, 
autônoma e de modalidade gestual-visual; convido você a 
voltar um pouco no tempo e a estudar os fundamentos his-
tóricos da educação dos surdos. Posteriormente, você será 
capaz de identificar os possíveis avanços com relação às 
tendências que marcaram o processo educacional do surdo 
brasileiro.
5.1 Histórico da Educação dos Surdos
	 Na	 antiguidade,	 as	pessoas	 com	deficiência,	 eram	
consideradas	seres	castigados	pelos	deuses.	Quando	alguém	
nascia	com	alguma	deficiência,	a	sociedade	enclausurava	e	
não	 permitia	 a	 participação	 dessas	 pessoas	 da	 vida	 social,	
pois	 as	 deficiências	 eram	entendidas	 como	doenças	 conta-
giosas	e	que	poderiam	se	disseminar	e	contaminar	a	muitos.
	 Na	 concepção	Aristotélica,	 no	 caso	 dos	 surdos,	 o	
ouvido	do	surdo	era	a	parte	mais	importante,	logo,	os	surdos	
eram	também	mudos	e	não	podiam	falar	nada.	Nessa	época	
e	durante	muito	tempo,	os	surdos	não	tinham	direito	a	voto	e	
nem	a	receber	herança.
	 Ainda	 no	 século	 XIV,	 Bartollo	 della	 Marca	
d’Ancona,	fez	a	primeira	alusão	a	possibilidade	de	instruir	
os	Surdos	por	meio	da	língua	de	sinais	e	da	linguagem	oral.
No	século	XVI,	um	médico	italiano	chamado	Girolano	Car-
dano,	desenvolveu	pesquisas	médicas	com	o	intuito	de	en-
contrar	 a	cura	para	a	 surdez,	pois	além	de	 ser	médico,	 ele	
tinha	um	filho	surdo.	Ele	começou	a	estudar	o	nariz,	o	ouvido	
e	o	cérebro.	Desenvolveu	ainda	um	método	de	ensino	para	
surdos,	mas	nunca	colocou	em	prática.
	 Ainda	neste	 século,	o	monge	beneditino	espanhol	
Pedro	 Ponce	 de	 Léon,	 foi	 considerado	 o	 primeiro	 profes-
sor	de	 surdos	da	história.	Ele	 foi	convidado	pelas	 famílias	
dos	nobres	para	educar	os	seus	filhos,	ele	os	ensinava	a	ler,	
escrever,	 fazer	contas	e	a	orar;	com	o	objetivo	de	que	eles	
108
fossem	reconhecidos	pela	sociedade	e	pudessem	assinar	os	
testamentos	para	herdar	os	títulos	das	famílias.
	 Como	você	deve	ter	percebido,	nessa	época,	o	direi-
to	a	educação	ficava	concentrado	apenas	nas	mãos	dos	nobres,	
que	possuíam	capital	para	pagar	os	monges	que	ensinavam	os	
seus	filhos.	Logo,	os	surdos	de	classe	sociais	mais	baixas,	fi-
cavam	a	margem,	era-lhes	negado	o	direito	a	educação.
	 Não	se	tem	muito	registro	sobre	o	método	que	Pe-
dro	Ponce	de	Léon	utilizava	para	educar	os	surdos.	O	que	se	
tem	registrado,	é	que	ele	utilizava	um	método	primitivo	do	
alfabeto	manual	(que	não	é	o	que	utilizamos	hoje).
	 Em	1620,	o	espanhol	Juan	Pablo	Bonet	foi	conside-
rado	um	dos	precursores	do	oralismo	após	publicar	o	livro:	
“Reducción	de	las	letras	y	artes	para	ensenar	a	hablar	a	los	
mudos”.	Bonet	acreditava	que	os	surdos	deveriam	aprender	
a	leitura	e	a	escrita.
	 Em	1640,	John	Bulwer,	Publica	o	1º.	Livro	em	in-
glês	sobre	a	Língua	de	Sinais,	chamado	Chirologia;	conside-
rado	um	avanço	uma	vez	que,	as	línguas	de	sinais	estavam	
em	processo	de	formação.	
	 Na	Inglaterra,	em	1650,	devido	o	surgimento	de	te-
orias	sobre	a	aprendizagem	da	fala	e	da	linguagem,	William	
Oralismo: abordagem educacional que se preocupa 
com o ensino da fala e da escrita através da leitura 
labial.
109
Holder	desenvolveu	pesquisas	sobre	o	ensino	da	fala	e	o	re-
verendo	John	Wallis	foi	considerado	o	pai	do	método	escrito	
da	educação	dos	surdos,	ele	utilizava	a	palavra	como	meio	
de	ensino	e	educou	dois	surdos	para	que	se	desenvolvessem	
intelectualmente.
	 No	século	XVII,	o	escocês	Dalgarno	descreveu	um	
sistema	 primitivo	 do	 alfabeto	manual.	 “Dalgarno	 declarou	
que	 os	 surdos	 tinham	 o	mesmo	 potencial	 que	 os	 ouvintes	
para	 aprender	 e	 poderiam	alcançar	níveis	 iguais	 de	desen-
volvimento	 se	 recebessem	 educação	 adequada”	 (GUARI-
NELLO,	2007,	p.	23).
	 No	século	XVIII,	o	alemão	Wilhelm	Keger,	defen-
deu	a	educação	obrigatória	para	os	Surdos.	Em	contraparti-
da,	o	espanhol	Jacob	Rodrigues	Pereire,	priorizava	a	fala	e	
proibia	o	uso	dos	gestos.	Seu	objetivo	era	ensinar	os	surdos	a	
se	comunicarem	através	do	método	oral.
	 Na	França,	em	1750,	o	abade	L’Epée	foi	o	primeiro	
a	considerar	que	os	Surdos	tinham	uma	língua.	Ele	iniciou	
seus	 trabalhos	 ensinando	duas	 irmãs	 surdas	 e	 escrever	 e	 a	
falar,	mas	foi	com	os	surdos	que	perambulavam	pelas	ruas,	
considerados	 como	 vagabundos,	 que	 L’Epée	 aprendeu	 a	
língua	de	sinais	da	França	e	criou	o	Instituto	Nacional	para	
Surdos-Mudos	de	Paris.	Ele	foi	o	primeiro	a	defender	que	os	
surdos	 tinham	uma	 língua	e	em	1760	ele	 funda	o	 Instituto	
Nacional	de	Surdos-Mudos	de	Paris.
110
5.2 Histórico da Educação dos Surdos
Contudo, para que você possa entender melhor a 
importância da criação do Instituto Nacional para 
Surdos-Mudos de Paris, é importante ressaltar que 
a sociedade francesa no século XVIII estava vivendo 
constantes atritos. Vejamos um pouco dessa história.
	 A	 pequena	 burguesia	 da	 época	 estava	 crescendo	
com	o	apoio	de	camponeses	e	artesãos.	Esse	grupo	era	contra	
a	ascensão	dos	senhores	feudais	que	continuavam	no	pódio	
da	monarquia	francesa.	Na	concepção	dessa	crescente	bur-
guesia,	as	leis	impostas	e	restrições	impostas	pelo	comércio	
e	 pela	 indústria;	 os	 benefícios	 que	 eram	 concedidos	 a	 no-
breza	e	ao	clero,	estavam	impedindo	o	desenvolvimento	do	
comércio.	A	alternativa	então	que	lhes	restava	para	que	con-
quistassem	a	ascensão	social,	era	apoiar	as	manifestações	re-
volucionárias,	ou	seja,	os	levantes;	contribuindo	assim	para	
uma	mudança	política	na	sociedade.
	 Diante	 dessa	 situação,	 os	 camponeses,	 artesãos	 e	
burguesia	 (membros	 do	 terceiro	 estado),	 unem	 forças	 em	
busca	de	um	objetivo	em	comum:	acabar	com	os	benefícios	
do	clero	e	da	nobreza	(primeiro	e	segundo	estado).	Porém,	
como	a	burguesia	 liderava	o	 terceiro	estado,	após	as	 lutas,	
apenas	ela	consolidava	seus	objetivos,	ganhando	força	e	con-
quistando	espaço.	Consequentemente,	os	artesãos	e	campo-
111
neses	eram	usados	como	força	de	trabalho	e	continuavam	à	
margem	de	qualquer	liderança	e	ascensão	social.
	 Nessa	época,	o	processo	de	industrialização	baseado	
no	modo	capitalista	de	produção,	estava	em	expansão,	diante	
dessa	nova	realidade,	pequenos	grupos	de	pessoas	e	artesãos,	
deixam	as	suas	atividades	para	fazerem	parte	de	uma	nova	
ordem	econômica	e	social	nas	cidades.	É	diante	desse	con-
texto	que	as	comunidades	surdas	começaram	a	surgir.
	 Manacorda	apud	Quadros	(2006,	p.20)	relata	que,	na	
segunda	metade	do	século	XVIII,	“a	nova	produção	de	fábrica	
gera	o	espaço	para	o	surgimento	da	moderna	instituição	esco-
lar	pública.	Fábrica	e	escola	nascem	juntas”.	É	durante	essa	
fase	que	surge	a	primeira	escola	pública	para	surdos	de	Paris.
	 A	burguesia	passa	então,	a	conceber	o	processo	edu-
cacional	 através	 das	 artes	mecânicas	 como	um	viés	 para	 a	
conquista	da	ascensão	social.	É	nesse	sentido,	que	segundo	
Quadros	(2006,	p.	21),	“os	surdos	que	faziam	parte	do	Ter-
ceiro	Estado,	mesmo	que	sujeitos	às	relações	sociais	vigen-
tes,	provavelmente	como	os	artesãos	e	camponeses,	também	
queriam	“ser	alguma	coisa”,	como	bem	disse	o	abade	Sievès”
	 A	fundação	da	primeira	escola	pública	para	surdos	
da	França,	o	Instituto	Nacional	de	Surdos-Mudos	de	Paris,	
ocorreu	através	da	participação	da	burguesia,	que	queria	as-
5.3
Fundação da Primeira Escola Pública 
para Surdos na França
112
cender	socialmente	e	encontraram	no	surgimento	da	institui-
ção	escolar	uma	oportunidade	para	tal.	Esse	grupo	se	une	a	
L’Epée	na	fundação	do	Instituto	de	Surdos-Mudos	de	Paris.
	 A	educação	daquela	época,	tanto	para	surdos	como	
para	ouvintes,	tinha	a	principal	missão	de	ensinar	a	leitura	e	
a	escrita.	Na	metodologia	utilizada	por	L’Epée,	a	língua	uti-
lizada	eraa	língua	de	sinais.	Ele	fazia	demonstrações	do	seu	
método	em	praças	públicas	para	comprovar	o	que	os	surdos	
aprendiam.
 “Na Escola Pública para Surdos em Pa-
ris, após cinco ou seis anos de formação, os surdos 
dominavam a língua de sinais francesa, o fran-
cês escrito, o latim e uma outra língua estrangei-
ra também de forma escrita. Além da leitura e da 
escrita em três línguas distintas, os alunos surdos 
tinham acesso aos conhecimentos de geografia, as-
tronomia, álgebra, etc., bem como artes de ofício e 
atividades físicas.” (Quadros, 2006, p. 22).
	 Sánchez	apud	Quadros	(2006,	p.23),	destaca	que	“a	
divulgação	dos	trabalhos	do	abade	L’Epée	e	a	adoção	de	seu	
método	pedagógico	em	muitas	escolas	públicas,	permitiram	
aos	surdos,	não	só	da	França,	mas	também	em	países	como	
Rússia,	Escandinávia,	 Itália	 e	Estados	Unidos,	 a	 possibili-
dade	 de	 destacarem-se	 e	 ocuparem	 cargos	 importantes	 na	
sociedade	de	seu	tempo.
	 Enquanto	na	França,	L’Epée	defendia	o	uso	da	lín-
gua	de	sinais	na	educação	dos	surdos,	na	Alemanha,	Samuel	
113
Heinicke	criou	o	Método	Oral	e	fundou	a	1ª.	Escola	Pública	
Alemã	para	Surdos	baseada	nesse	método.	Isso	deu	origem	a	
uma	célebre	controvérsia	entre	os	dois.
 “No fim do século XVIII, surgiu uma céle-
bre controvérsia entre Heinicke e L’Epée. Uma das 
grandes diferenças entre os dois educadores é que 
L’Epée difundiu seu método, apresentando-o in-
clusive em praças públicas, pois achava que assim 
a população poderia ver seu êxito. Durante essas 
demonstrações, seus alunos deveriam responder, 
em francês, em latim e em italiano, a duzentas per-
guntas sobre religião e fazer os sinais de duzentos 
verbos. Já Heinicke não costumava mostrar seu 
método” (GUARINELLO, 2007, p. 24).
	 Heinicke,	 em	 uma	 das	 cartas	 enviadas	 a	 L’Epée,	
afirmou:	“nenhum	outro	método	pode	ser	comparado	ao	que	
eu	inventei	e	prático	porque	esse	se	baseia	totalmente	na	arti-
culação	da	linguagem	oral”	(SKLIAR	apud	GUARINELLO,	
2007,	p.	25).
	 Em	1821,	o	médico	francês	Jean	Marc	Gaspar	Itard,	
começou	a	praticar	vários	procedimentos	médicos	com	o	obje-
tivo	de	curar	a	surdez,	o	que	ficou	conhecida	como:	Medicali-
zação	da	Surdez.	Era	comum	ele	aplicar	eletricidade	no	ouvido	
dos	alunos	surdos	do	Instituto	de	Paris	e	colocar	sanguessugas	
no	pescoço	dos	surdos,	pois	ele	acreditava	que	o	sangramento	
pudesse	ajudar	de	alguma	forma	na	cura	da	surdez.	
114
	 Segundo	Lane	apud	Guarinello	(2007,	p.	25	e	26),	
“nenhum	dos	experimentos	de	Itard	teve	resultados	satisfató-
rios.	Para	o	mesmo	autor,	após	várias	tentativas	frustradas	de	
curar	a	surdez,	Itard	concluiu	que	o	ouvido	dos	surdos	estava	
morto	e	que	não	havia	nada	que	a	medicina	pudesse	fazer	a	
respeito”.
5.4
A Educação dos Surdos nos Estados 
Unidos (Século XVIII)
	 Já	nos	Estados	Unidos,	até	o	Século	XVIII,	não	ha-
via	escolas	para	Surdos.	As	 famílias	que	queriam	que	seus	
filhos	 estudassem,	 costumavam	 mandá-los	 para	 a	 Europa.	
Foi	então	que	Thomas	Hopkins	Gallaudet,	o	primeiro	ameri-
cano	a	se	interessar	pela	educação	dos	surdos,	ouve	falar	do	
método	desenvolvido	por	L’Epée	na	França	para	educar	os	
surdos	e	decide	viajar	para	aprender	de	perto	sobre	o	método	
e	conhecer	o	Instituto	de	Paris,	pois	o	seu	objetivo	era	fundar	
uma	escola	para	surdos	na	América.
	 Ao	 chegar	 na	 França,	 L’Epée	 apresenta	 Laurent	
Clerc,	 instrutor	 surdo,	 que	 passa	 a	 acompanhar	 Gallaudet	
ensinando	a	língua	de	sinais	e	o	instruindo.	Contratado	por	
Gallaudet,	ambos	viajam	para	os	Estados	unidos	com	o	ob-
jetivo	 de	 implantar	 a	 primeira	 escola	 pública	 para	 surdos	
naquele	 país.	 Em	 1817,	 eles	 conseguem	 atingir	 o	 objetivo	
proposto	 fundando	 o	 que	 ficou	 conhecida	 por	Connecticut	
Asylum	for	the	Education	and	Instruction	of	Deaf	and	Dumb	
Persons.
115
 Para Lane apud Guarinello (2007, p.27), 
“Laurent Clerc é considerado a figura mais impor-
tante no desenvolvimento da língua de sinais e da 
comunidade surda nos Estados Unidos. Em sua 
época ele já afirmava que os surdos faziam parte 
de uma comunidade linguística minoritária e que o 
bilinguismo deveria ser um objetivo para eles”. 
	 Como	a	Connecticut	Asylum	for	the	Education	and	
Instruction	of	Deaf	and	Dumb	Persons	 foi	 fundada	por	um	
instrutor	francês,	inicialmente	os	professores	aprendiam	a	lín-
gua	de	sinais	francesa,	sendo	aos	poucos	substituída	pela	lín-
gua	de	sinais	americana,	até	então	em	processo	de	formação.
	 Em	1821,	todas	as	escolas	americanas	já	utilizavam	
a	American	Sign	Language	(ASL	–	Língua	de	Sinais	Ameri-
cana).	“Em	1824,	o	National	Deaf-Mute	College,	uma	esco-
la	para	surdos	localizada	em	Washington,	foi	transformado	
no	Gallaudet	College,	em	homenagem	a	Thomas	Gallaudet.	
Atualmente	essa	escola	é	a	Universidade	Gallaudet”	(GUA-
RINELLO,	2007,	p.	27).
	 Uma	 dessas	 pessoas	 que	 ficou	 conhecida	 como	 o	
inimigo	mais	 temido	dos	surdos	americanos,	 foi	o	escocês	
Alexandre	Gran	Bell,	o	inventor	do	telefone.	Sua	mãe	e	es-
posa	eram	surdas	e	ele	era	a	favor	do	método	oral.	Objetiva-
va	acabar	com	as	línguas	de	sinais,	pois	acreditava	que	a	co-
municação	através	dos	sinais	isolaria	os	surdos	em	pequenos	
grupos,	fazendo	com	que	estes,	adquirissem	muito	poder.
116
Em 1869, com a morte de Clerc, o oralismo começou 
a ganhar força, surgindo pessoas que passaram a pro-
clamar que a língua de sinais era prejudicial e conse-
quentemente defendendo o oralismo.
5.5 O Congresso de Milão
	 Em	1880,	em	Milão,	na	Itália,	aconteceu	um	con-
gresso	decisivo	sobre	qual	método	deveria	ser	adotado	pelas	
escolas	do	mundo	todo	na	educação	dos	surdos,	e	que	ficou	
conhecido	 como	Congresso	 Internacional	 de	Milão.	Nesse	
congresso,	um	grupo	defendia	a	abordagem	oral	(uso	da	fala,	
escrita	e	da	 leitura	 labial	na	educação)	e	outro	grupo	acre-
ditava	que	os	surdos	tinham	uma	língua	e	que	poderiam	ser	
ensinados	através	dela.
	 Surdos	e	ouvintes	foram	convocados	a	participarem	
do	congresso	e	da	votação,	porém	houve	um	boicote	e	os	pro-
fessores	surdos	foram	excluídos	da	votação.	“Bell,	aproveitou-
se	de	todo	o	seu	prestígio	em	defesa	do	oralismo	e	ajudou	na	
votação.	O	uso	do	Oralismo	venceu,	sendo	o	uso	da	língua	de	
sinais	oficialmente	proibido”	(GUARINELLO,	2007,	p.	29).
	 Skliar	apud	Quadros	(2006,	p.	25)	cita	o	conjunto	de 
resoluções	votadas	no	Congresso	que	demonstram	a	substitui-
ção	da	língua	de	sinais	pela	língua	oral	na	educação	de	surdos:
117
| I.	Considerando	 la	 indudable	 superioridad	 de	 la	 palabra	
sobre	los	gestos	para	restituir	al	sordomudo	a	la	 lengua,	el	
Congresso	declara	que	o	método	oral	deve	ser	preferido	al	de	
la	mímica	para	la	educación	e	instrución	de	los	sordo-mudos.
| II.	Considerando	que	el	uso	simultáneo	de	la	palabra	y	de	
lo	gestos	mímicos	tiene	la	desventaja	de	dañar	la	palabra,	la	
lectura	sobre	los	lábios	y	la	precisión	de	las	ideas,	el	Con-
gresso	declara	que	o	método	oral	debe	ser	preferido	[...]
	 Depois	do	Congresso	de	Milão,	a	língua	de	sinais	
foi	 proibida	 em	 todas	 as	 escolas.	 Era	 comum	a	 prática	 de	
amarrarem	as	mãos	das	crianças	para	trás	a	fim	de	que	evi-
tar	que	elas	se	comunicassem	através	dos	sinais.	Os	surdos	
perderam	o	seu	emprego	e	houve	uma	queda	na	qualidade	da	
educação.
	 Oralismo	 então	 foi	 adotado	 pelas	 escolas	 de	 toda	
a	Europa	até	os	fins	de	1970.	Porém,	a	abordagem	utilizada	
nesse	período	descaracterizou	o	surdo,	subordinando	a	sua	
educação	à	oralidade.	O	que	ficou	considerado	como	um	re-
trocesso	grotesco	na	educação	dos	surdos	do	mundo	todo.
 De acordo com Sanchez, “a educação dos 
surdos, sempre nas mãos dos ouvintes, manteve 
quase que invariavelmente um sentido de reabili-
tação, de oferecer aos educandos a possibilidade 
de superar sua limitação auditiva, para agir como 
ouvintes e com ouvintes, e, dessa forma, integrar-se 
como se fossem ouvintes na sociedade dos ouvin-
tes” (SANCHEZ apud GUARINELLO, 2007, p. 29).
118
5.6 Comunicação Total
	 Em	1970,	devido	à	insatisfação	com	os	resultados	
do	Oralismo,	alguns	estudiosos	propuseramuma	abordagem	
conhecida	como	Comunicação	Total.	Definido	como	o	uso	
de	vários	recursos,	tais	como:	fala,	escrita,	gestos,	mímica,	
pantomima,	sinais	e	outros	para	a	educação	dos	surdos.	Todo	
recurso	existente	era	aceitável	para	comunicar	alguma	ideia.
	 Rapidamente	essa	abordagem	foi	disseminada,	ad-
quirindo	um	reconhecimento	maior	do	que	outros	métodos	
americanos	já	existentes	como:	“Rochester	(que	utilizava	o	
alfabeto	manual	e	a	fala	na	educação	dos	surdos)	e	o	Cued	
Speech	(que	combina	o	uso	da	audição	residual	e	da	leitura	
orofacial	a	formato	de	mão,	correspondentes	aos	fonemas	da	
linguagem	oral)”	(GUARINELLO,	2007,	p.	31).
 “De fato, não se pode negar o valor dos 
métodos da Comunicação Total para a visualiza-
ção da língua falada em uma série de aplicações da 
língua escrita. No entanto, havia outros aspectos 
críticos em que os problemas começavam a acumu-
lar-se. Tais problemas diziam respeito ao fato im-
portante de que, embora, por princípio, a Comuni-
cação Total apoiasse o uso simultâneo da língua de 
sinais com sistemas de sinais; na prática, tal conci-
liação nunca foi e nem seria efetivamente possível, 
devido à natureza extremamente distinta da língua 
de sinais” (CAPOVILLA, 2001, p. 1.485).
119
5.7 Bilinguismo
	 Porém,	 no	 final	 da	 década	 de	 1970,	 inicia-se	 um	
movimento	 de	 reivindicação	 pela	 língua	 de	 sinais,	 surgin-
do	então	à	abordagem	bilíngue	para	Surdos.	O	bilinguismo	
é	uma	proposta	de	ensino	usada	por	escolas	que	pretendem	
tornar	acessível	à	criança	duas	línguas	no	contexto	escolar.
	 O	bilinguismo	propõe	que	os	surdos	devem	usar	a	
sua	língua	natural,	a	libras,	que	é	a	sua	primeira	língua	(L1)	
e	posteriormente	devem	aprender	a	língua	portuguesa,	pois	
para	eles	é	segunda	língua	(L2).	Ressaltando	que,	as	línguas	
de	sinais	são	autônomas	e	não	estão	subordinadas	as	línguas	
orais.	No	entanto,	como	os	surdos	vivem	em	países	que	ofi-
cialmente	possui	duas	línguas,	é	interessante	que	eles	apren-
dam	também	a	primeira	língua	do	seu	país.
	 Segundo	 Skliar	 apud	 Guarinello	 (2007,	 p.32),	 “a	
adoção	do	bilinguismo	é	compatível	com	a	concepção	socio-
antropológica	de	sujeito	surdo	e	surdez”.
	 Essa	 concepção	 compreende	 que	 os	 surdos	 se	
agrupam	 em	 comunidades	 linguísticas	minoritárias,	 as	 co-
munidades	 surdas;	 compartilham	valores,	 crenças,	 hábitos,	
cultura	 e	 uma	 língua	 entre	 si.	 Essa	 concepção	 concebe	 os	
surdos	como	seres	integrantes	da	sociedade,	como	cidadãos	
pró-ativos,	com	direitos	e	deveres.	Os	surdos	passam	assim	a	
serem	vistos	como	diferentes	e	não	mais	como	deficientes.
120
5.8
Quadro Resumo das Principais
Abordagens na Educação dos Surdos
‘O oralismo’ é um dos recur-
sos que usa o treinamento de 
fala, leitura labial, e outros. 
Perlin e Strobel (2006, p. 20).
Oralismo
Comunicação 
Total
Bilinguismo
A Comunicação Total inclui 
todo o espectro dos modos 
linguísticos: gestos criados 
pelas crianças, língua de si-
nais, fala, leitura oro-facial, 
alfabeto manual, leitura e es-
crita. Denton apud Freeman, 
Carbin, Boese (1999), por 
Perlin e Strobel (2006, p. 23).
O Bilinguismo tem como 
pressuposto básico que o sur-
do deve ser Bilíngue, ou seja, 
deve adquirir como língua 
materna a língua de sinais, 
que é considerada a língua 
natural dos surdos e, como 
Segunda língua, a língua ofi-
cial de seu país. Goldfeld apud 
Perlin e Strobel (2006, p. 24).
121
5.9 Histórico no Brasil
 Enquanto	isso	no	Brasil,	em	1911,	o	Brasil,	em	obe-
diência	as	decisões	tomadas	no	Congresso	Internacional	de	
Milão,	decide	também	proibir	o	uso	da	língua	de	sinais	em	
território	nacional	e	adotar	o	método	oralista.	
	 Em	 1957,	 a	 ex-diretora	 do	 Instituto	 Nacional	 de	
Educação	de	Surdos,	Ana	Rimola	de	Faria	Doria,	proibiu	o	
uso	da	língua	de	sinais	dentro	das	salas	de	aula.	Porém,	se-
gundo	Vieira	citado	por	Guarinello	(2007,	p.	34),	“apesar	de	
todas	as	proibições,	a	 língua	de	sinais	sempre	foi	utilizada	
pelos	alunos	às	escondidas”.
	 Em	 1970,	 assim	 como	 aconteceu	 nas	 escolas	 de	
surdos	 do	mundo	 todo,	 como	 o	 oralismo	 não	 produziu	 os	
resultados	esperados,	a	comunicação	total	foi	adotada	pelas	
escolas.	Entre	os	anos	de	1970	e	1980,	iniciam-se	os	estudos	
sobre	a	língua	de	sinais	brasileira	através	das	pesquisas	de-
senvolvidas	pela	linguista	Lucinda	Ferreira	Brito	e	posterior-
mente	por	outros	pesquisadores.
	 Atualmente	aqui	no	Brasil,	a	proposta	aceita	e	que	
vem	sendo	largamente	utilizada	pelas	escolas,	associações	e	
institutos,	é	a	abordagem	bilíngue.	As	pesquisas	dos	linguis-
tas	e	pesquisadores	contribuíram	de	forma	positiva	para	que	
a	língua	de	sinais	fosse	reconhecida	oficialmente	como	meio	
legal	de	comunicação	e	expressão	através	da	lei	10.436	de	24	
de	abril	de	2002,	promulgada	pelo	ex-presidente	da	Repúbli-
ca	Fernando	Henrique	Cardoso.
122
E Exercícios
| 1. Explique	as	principais	abordagens	educacionais:	Oralis-
mo,	Comunicação	Total	e	Bilinguismo.
| 2.	Cite	 o	 conjunto	 de	 resoluções	 votadas	 no	Congresso	
Internacional	 de	Milão	 que	 demonstram	 a	 substituição	 da	
língua	de	sinais	pela	língua	oral	na	educação	de	surdos.
| 3.	Quais	 os	 benefícios	 advindos	 da	 criação	 da	 primeira	
escola	pública	para	surdos	na	França?
| 4.	Como	surgiu	a	primeira	instituição	escolar	nos	Estados	
Unidos?
| 5. Quais	as	mudanças	que	as	resoluções	do	Congresso	de	
Milão	provocou	na	educação	dos	surdos	brasileiros?
B Referências Bibliográficas
| CAPOVILLA,	F.	C.;	WALKIRIA,	D.	R.	Dicionário Enci-
clopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasilei-
ra -	Libras.Volume	I	-	Sinais	de	A	a	L	e	Volume	II	-	Sinais	de	
M	a	Z.	São	Paulo:	Editora	da	Universidade	de	São	Paulo,	2001.	
| GUARINELLO,	Ana	Cristina.	O papel do outro na escri-
ta de sujeitos surdos.	São	Paulo:	Plexus,	2007.
| QUADROS,	Ronice	Muller	(org).	Estudos Surdos I	–	Sé-
rie	Pesquisas.	Petrópolis,	RJ:	Arara	Azul	Ltda,	2006.
123
C Referências Complementares
| SKLIAR,	Carlos.	A surdez: um olhar sobre as diferen-
ças.	Porto	Alegre:	Mediação,	3ª.	Ed,	2005.
| VIEIRA,	M.I.S.	O efeito do uso de sinais na aquisição de 
linguagem da criança surda filha de pais ouvintes.	2000.	
Dissertação	 (Mestrado	 em	 Distúrbios	 da	 Comunicação)	 –	
Faculdade	de	Fonoaudiologia,	Pontifícia	Universidade	Ca-
tólica	de	São	Paulo,	São	Paulo.
| PERLIN,	G.;	STROBEL,	K.	Fundamentos da Educação 
dos Surdos.	Florianópolis,	2006.
L
eg
is
la
çã
o
E
sp
ec
ífi
ca
 Como estudamos em aulas anteriores, sabemos que 
os surdos se agrupam em comunidades surdas que possuem 
hábitos, valores, identidade, língua e uma cultura em co-
mum. Juntos, eles lutam pelos seus direitos e deveres já as-
segurados pela constituição brasileira e por leis específicas; 
mas será que sempre foi assim?
 Vejamos agora alguns pontos principais dessa tra-
jetória.
6.1 Legislação na Antiguidade
 Os	surdos	na	antiguidade,	não	tinham	direito	a	re-
ceber	herança,	não	tinham	direito	a	educação	e	nem	ao	voto,	
logo,	eram	excluídos	da	sociedade,	sendo	considerados	pes-
soas	 com	 doenças	 contagiosas,	 representando	 assim,	 uma	
ameaça	a	saúde	da	população.
	 Apenas	 após	 os	 trabalhos	 do	 americano	 William	
Stokoe	em	1960,	comprovando	e	conferindo	a	língua	de	si-
nais	o	status	de	língua,	é	que	muitos	países	passam	a	se	com-
prometer	legalmente	com	a	educação	dos	surdos.
Rômulo, o fundador de Roma, por volta de 753 a.C. 
decretou que todos os surdos recém-nascidos e crian-
ças até aos três anos de idade teriam de ser insemina-
das, porque eram um peso e problema para o Estado?
(RADUTZKY apud STROBEL (2006, p. 46)
6.2
Lei de Diretrizes e Bases (LDB)
e a Constituição Brasileira
 Aqui	no	Brasil,	em	1961,	a	Lei	de	Diretrizes	e	Ba-
ses	da	Educação	Nacional	(LDB)	em	seus	artigos	88	e	89,	as-
segura	os	direitos	a	educação	das	pessoas	excepcionais.	No	
130
artigo	89,	declara	que	o	governo	se	compromete	em	ajudar	as	
organizações	não	governamentais	(ONGs)	a	prestarem	servi-
ços	aos	deficientes,	entre	eles	os	surdos	(STROBEL,	2006).
 Segundo Strobel(2006, p. 47), “na Cons-
tituição brasileira de 1967, há também alguns ar-
tigos assegurando aos surdos o direito de receber 
educação. Do mesmo modo, a atual Constituição 
datada de 1988, abre espaço a nossos direitos à 
educação diferenciada uma vez que assegura o di-
reito à diferença cultural”.
	 Segue	o	texto	da	constituição	atual	datada	de	1998,	
onde	um	de	seus	artigos	refere-se	sobre	a	cultura.	
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercí-
cio dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura 
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a di-
fusão das manifestações culturais.
§ 1º - o Estado protegerá as manifestações das cul-
turas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de 
outros grupos participantes do processo civilizatório 
nacional.
§ 2º - a lei disporá sobre a fixação de datas comemo-
rativas de alta significação para os diferentes segmen-
tos étnicos nacionais.
131
6.3
Lei de Oficialização da
Libras nº 10.436 
	 A	 Língua	 de	 Sinais	 Brasileira	 -	 Libras,	 a	 língua	
materna	do	surdo	brasileiro,	foi	oficializada	através	da	lei	nº	
10.436	de	24	de	abril	de	2002,	pelo	ex-presidente	da	repúbli-
ca	Fernando	Henrique	Cardoso,	como	meio	de	comunicação	
legal	e	como	segunda	língua	do	Brasil.	Esta	lei	foi	regulamen-
tada	através	do	decreto	nº	5.626	de	22	de	dezembro	de	2005.	
	 Convido	você	a	fazer	uma	leitura	minuciosa	da	lei	
nº	10.436,	a	fim	de	que	você	possa	compreender	melhor	o	
assunto	que	estamos	estudando.
 Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002
	 Dispõe	sobre	a	Língua	Brasileira	de	Sinais	-	Libras	
e	dá	outras	providências.
 O Presidente da República
	 Faço	saber	que	o	Congresso	Nacional	decreta	e	eu	
	 A	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional	
(LDB)	de	1996,	no	capítulo	V,	descreve	as	modalidades	de	
educação	oferecidas	aos	portadores	de	necessidades	educa-
cionais	especiais.	Defende	que,	de	preferência,	a	educação	
dessas	 pessoas	 deve	 acontecer	 na	 escola	 regular.	Assegura	
que	é	dever	do	estado	a	oferta	de	educação	infantil	na	faixa	
etária	de	0	a	6	anos	e	confere	que	devam	existir	ainda	méto-
dos,	técnicas	e	profissionais	adequados	com	vistas	a	atender	
as	especificidades	das	pessoas	especiais.
132
sanciono	a	seguinte	Lei:	
	 Art.	1º	É	reconhecida	como	meio	legal	de	comuni-
cação	e	expressão	a	Língua	Brasileira	de	Sinais	-	Libras	e	ou-
tros	recursos	de	expressão	a	ela	associados.	Parágrafo	único.	
Entende-se	como	Língua	Brasileira	de	Sinais	-	Libras	a	forma	
de	 comunicação	 e	 expressão,	 em	que	 o	 sistema	 linguístico	
de	natureza	visual-motora,	com	estrutura	gramatical	própria,	
constitui	 um	sistema	 linguístico	de	 transmissão	de	 ideias	 e	
fatos,	oriundos	de	comunidades	de	pessoas	surdas	do	Brasil.
	 Art.	2º.	Deve	ser	garantido,	por	parte	do	poder	públi-
co	em	geral	e	empresas	concessionárias	de	serviços	públicos,	
formas	institucionalizadas	de	apoiar	o	uso	e	difusão	da	Língua	
Brasileira	de	Sinais	-	Libras	como	meio	de	comunicação	obje-
tiva	e	de	utilização	corrente	das	comunidades	surdas	do	Brasil.
	 Art.	3º.	As	instituições	públicas	e	empresas	conces-
sionárias	de	serviços	públicos	de	assistência	à	saúde	devem	
garantir	atendimento	e	tratamento	adequado	aos	portadores	de	
deficiência	auditiva,	de	acordo	com	as	normas	legais	em	vigor.	
	 Art.	4º.	O	sistema	educacional	federal	e	os	sistemas	
educacionais	estaduais,	municipais	e	do	Distrito	Federal	de-
vem	garantir	a	inclusão	nos	cursos	de	formação	de	Educação	
Especial,	de	Fonoaudiologia	e	de	Magistério,	em	seus	níveis	
médio	e	superior,	do	ensino	da	Língua	Brasileira	de	Sinais	-	
Libras,	 como	parte	 integrante	dos	Parâmetros	Curriculares	
Nacionais	-	PCNs,	conforme	legislação	vigente.
	 Parágrafo	único.	A	Língua	Brasileira	de	Sinais	-	Libras	
não	poderá	substituir	a	modalidade	escrita	da	língua	portuguesa.
	 Art.	5º	Esta	Lei	entra	em	vigor	na	data	de	sua	publicação.
133
6.4
Decretos e Leis que Antecederam
a Oficialização da Lei de Libras
Art. 1º - A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 26-B:
"Art. 26-B - Será garantida às pessoas surdas, em to-
das as etapas e modalidades da educação básica, nas 
redes públicas e privadas de ensino, a oferta da Língua
Brasileira de Sinais - LIBRAS, na condição de língua
nativa das pessoas surdas".
Art. 2º - Esta Lei entra vigor na data de sua publicação.
	 É	 importante	 ressaltar	 que,	 antes	 disso,	 o	 decreto	
9.394	de	20	de	dezembro	de	1996,	já	assegurava	o	direito	à	co-
municação	através	da	língua	de	sinais	em	seus	artigos	26	e	27.	
	 Em	pouco	tempo	depois	do	decreto	9.394	de	1996,	
surgiu	o	Projeto	de	Lei	do	Senado	nº	180,	DE	2004	que	al-
terou	a	Lei	nº	9.394,	de	20	de	dezembro	de	1996,	que	esta-
beleceu	as	diretrizes	e	bases	da	educação	nacional,	fazendo	
o	enquadramento	no	currículo	oficial	da	Rede	de	Ensino	à	
	 Brasília,	24	de	abril	de	2002;	181º	da	Independên-
cia	e	114º	da	República.
Fernando Henrique Cardoso
Paulo Renato Souza
134
obrigatoriedade	 da	 oferta	 da	 Língua	Brasileira	 de	 Sinais	 -	
LIBRAS	 -	 em	 todas	 as	 etapas	 e	modalidades	da	 educação	
básica	(STROBEL,	2006,	p.	50).
	 Hoje,	graças	à	efetivação	da	lei	de	Libras	e	da	regu-
lamentação	do	decreto,	as	comunidades	surdas	espalhadas	por	
todo	o	Brasil	podem	se	expressar	livremente	através	da	língua	
de	 sinais,	 sem	mais	 repressão	como	aconteceu	ao	 longo	da	
história	em	anos	anteriores.	A	Lei	de	Libras	foi	uma	conquista	
e	um	marco	fundamental	na	vida	dos	surdos	brasileiros.
	 Vejamos	agora	o	que	o	decreto	nº	5.626	que	regu-
lamenta	a	lei	10.436,	conhecida	como	lei	de	Libras,	institui	
sobre	as	conquistas	que	contribuíram	para	a	liberdade	de	ex-
pressão	do	surdo	através	do	uso	da	língua	de	sinais.
6.5
Decreto 5.626 de 22 de
Dezembro de 2005
	 O	decreto	inicia	em	seu	artigo	segundo,	descreven-
do	que	a	pessoa	surda,	é	aquela	que	tem	perda	auditiva,	com-
preende	e	interage	com	o	mundo	por	meio	de	experiências	
visuais,	manifestando	sua	cultura	principalmente	pelo	uso	da	
Língua	Brasileira	de	Sinais	-	Libras.
Audiometria: exame da audição realizado por meio de ins-
trumentos e avaliação da capacidade para apreender os dife-
rentes sons da fala e de classificação de surdez em vários graus.
135
	 Considera	como	deficiência	auditiva	a	perda	bilate-
ral,	parcial	ou	total,	de	quarenta	e	um	decibéis	(dB)	ou	mais,	
aferida	por	audiograma	nas	frequências	de	500Hz,	1.000Hz,	
2.000Hz	e	3.000Hz.
	 O	artigo	3º,	aponta	para	a	 inclusão	da	Libras	como	
disciplina	curricular	obrigatória	nos	cursos	de	formação	de	pro-
fessores	para	o	exercício	do	magistério	em	nível	médio	e	supe-
rior,	e	nos	cursos	de	Fonoaudiologia,	de	instituições	de	ensino,	
públicas	e	privadas,	do	sistema	federal	de	ensino	e	dos	sistemas	
de	ensino	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	Municípios.
	 A	 inclusão	 de	 Libras	 como	 disciplina	 curricular,	
torna-se	um	ponto	extremamente	relevante,	em	face	da	ne-
cessidade	 crucial	 de	 termos	 profissionais	 capacitados	 em	
Libras	para	o	ensino,	atendimento	e	interpretação	da	libras	
para	língua	portuguesa	e	vice-versa,	objetivando	promover	a	
inclusão	efetiva	do	surdo	na	sociedade.
	 Sobre	a	formação	desses	profissionais,	é	imprescin-
dível	que	você	 conheça	de	que	 forma	deve	 acontecer	 essa	
formação,	quem	são	esses	profissionais	e	qual	o	tempo	pre-
visto.	Para	tanto,	convido	você	a	fazer	uma	leitura	minuciosa	
de	alguns	trechos	do	decreto	5.626;	um	dos	mais	importantes	
para	a	comunidade	surda	brasileira.
 Capítulo III
 Da Formação do Professor de Libras e do 
 Instrutor de Libras
	 Art.	4º.	A	 formação	de	docentes	para	o	ensino	de	
Libras	 nas	 séries	 finais	 do	 ensino	 fundamental,	 no	 ensino	
médio	 e	na	 educação	 superior	deve	 ser	 realizada	em	nível	
136
superior,	 em	 curso	 de	 graduação	 de	 licenciatura	 plena	 em	
Letras:	Libras	ou	em	Letras:	Libras/Língua	Portuguesa	como	
segunda	língua.
	 Parágrafo	único.	As	pessoas	surdas	terão	prioridade	
nos	cursos	de	formação	previstos	no	caput.
	 Art.	5º.	A	 formação	de	docentes	para	o	ensino	deLibras	na	educação	infantil	e	nos	anos	iniciais	do	ensino	fun-
damental	deve	ser	realizada	em	curso	de	Pedagogia	ou	curso	
normal	superior,	em	que	Libras	e	Língua	Portuguesa	escrita	
tenham	constituído	línguas	de	instrução,	viabilizando	a	for-
mação	bilíngue.
	 §1º.	Admite-se	como	formação	mínima	de	docentes	
para	o	ensino	de	Libras	na	educação	infantil	e	nos	anos	ini-
ciais	do	ensino	fundamental,	a	formação	ofertada	em	nível	
médio	na	modalidade	normal,	que	viabilizar	a	formação	bi-
língue,	referida	no	caput.
	 §2º.	As	pessoas	surdas	terão	prioridade	nos	cursos	
de	formação	previstos	no	caput.
	 §1º.	A	formação	do	instrutor	de	Libras	pode	ser	re-
alizada	 também	por	organizações	da	sociedade	civil	 repre-
sentativa	da	comunidade	surda,	desde	que	o	certificado	seja	
convalidado	por	pelo	menos	uma	das	 instituições	referidas	
nos	incisos	II	e	III.
	 §2º.	As	pessoas	surdas	terão	prioridade	nos	cursos	
de	formação	previstos	no	caput.
	 Art.	9º	A	partir	da	publicação	deste	Decreto,	as	ins-
tituições	de	ensino	médio	que	oferecem	cursos	de	formação	
para	o	magistério	na	modalidade	normal	e	as	instituições	de	
137
educação	superior	que	oferecem	cursos	de	Fonoaudiologia	
ou	de	 formação	de	professores	devem	incluir	Libras	como	
disciplina	curricular,	nos	seguintes	prazos	e	percentuais	mí-
nimos:
I.	até	três	anos,	em	vinte	por	cento	dos	cursos	da	instituição;
II.	até	cinco	anos,	em	sessenta	por	cento	dos	cursos	da	ins-
tituição;
III.	até	sete	anos,	em	oitenta	por	cento	dos	cursos	da	insti-
tuição;	
IV.	dez	anos,	em	cem	por	cento	dos	cursos	da	instituição.
	 Parágrafo	único.	O	processo	de	inclusão	da	Libras	
como	disciplina	curricular	deve	iniciar-se	nos	cursos	de	Edu-
cação	 Especial,	 Fonoaudiologia,	 Pedagogia	 e	 Letras,	 am-
pliando-se	progressivamente	para	as	demais	licenciaturas.
	 Art.	10.	As	instituições	de	educação	superior	devem	
incluir	a	Libras	como	objeto	de	ensino,	pesquisa	e	extensão	
nos	cursos	de	formação	de	professores	para	a	educação	bási-
ca,	nos	cursos	de	Fonoaudiologia	e	nos	cursos	de	Tradução	e	
Interpretação	de	Libras-Língua	Portuguesa.
 Da Garantia do Direito à Educação das 
 Pessoas Surdas ou com Deficiência Auditiva
	 Art.	22.	As	instituições	federais	de	ensino	respon-
sáveis	 pela	 educação	 básica	 devem	 garantir	 a	 inclusão	 de	
alunos	surdos	ou	com	deficiência	auditiva,	por	meio	da	orga-
nização	de:
I.	 escolas	 e	 classes	de	 educação	bilíngue,	 abertas	 a	 alunos	
surdos	e	ouvintes,	 com	professores	bilíngues,	na	educação	
infantil	e	nos	anos	iniciais	do	ensino	fundamental;
II.	escolas	bilíngues	ou	escolas	comuns	da	 rede	 regular	de	
138
ensino,	abertas	a	alunos	surdos	e	ouvintes,	para	os	anos	finais	
do	 ensino	 fundamental,	 ensino	médio	 ou	 educação	 profis-
sional,	com	docentes	das	diferentes	áreas	do	conhecimento,	
cientes	da	singularidade	linguística	dos	alunos	surdos,	bem	
como	com	a	presença	de	tradutores	e	intérpretes	de	Libras	-	
Língua	Portuguesa.
	 §1º.	São	denominadas	escolas	ou	classes	de	educa-
ção	bilíngue	aquelas	em	que	a	Libras	e	a	modalidade	escrita	
da	Língua	Portuguesa	sejam	línguas	de	instrução	utilizadas	
no	desenvolvimento	de	todo	o	processo	educativo.
	 §2º.	Os	alunos	têm	o	direito	à	escolarização	em	um	
turno	diferenciado	ao	do	atendimento	educacional	especiali-
zado	para	o	desenvolvimento	de	complementação	curricular,	
com	utilização	de	equipamentos	e	tecnologias	de	informação.
	 §3º.	As	 mudanças	 decorrentes	 da	 implementação	
dos	incisos	I	e	II	implicam	a	formalização,	pelos	pais	e	pelos	
próprios	alunos,	de	sua	opção	ou	preferência	pela	educação	
sem	o	uso	de	Libras.
	 §4º.	O	disposto	no	§2º	deste	artigo	deve	ser	garanti-
do	também	para	os	alunos	não	usuários	da	Libras.
	 Art.	23.	As	instituições	federais	de	ensino,	de	edu-
cação	básica	e	superior,	devem	proporcionar	aos	alunos	sur-
dos	os	serviços	de	 tradutor	e	 intérprete	de	Libras	 -	Língua	
Portuguesa	em	sala	de	aula	e	em	outros	espaços	educacio-
nais,	bem	como	equipamentos	e	tecnologias	que	viabilizem	
o	acesso	à	comunicação,	à	informação	e	à	educação.
	 §1º.	Deve	ser	proporcionado	aos	professores	acesso	
à	literatura	e	informações	sobre	a	especificidade	linguística	
139
do	aluno	surdo.
	 §2º.	As	instituições	privadas	e	as	públicas	dos	sis-
temas	 de	 ensino	 federal,	 estadual,	municipal	 e	 do	Distrito	
Federal	 buscarão	 implementar	 as	 medidas	 referidas	 neste	
artigo	 como	meio	 de	 assegurar	 aos	 alunos	 surdos	 ou	 com	
deficiência	auditiva	o	acesso	à	comunicação,	à	informação	e	
à	educação.	
	 Art.	24.	A	programação	visual	dos	cursos	de	nível	
médio	e	superior,	preferencialmente	os	de	formação	de	pro-
fessores,	na	modalidade	de	educação	à	distância,	deve	dispor	
de	sistemas	de	acesso	à	informação	como	janela	com	tradu-
tor	e	intérprete	de	Libras	-	Língua	Portuguesa	e	subtitulação	
por	meio	do	sistema	de	legenda	oculta,	de	modo	a	reproduzir	
as	mensagens	veiculadas	às	pessoas	surdas,	conforme	prevê	
o	Decreto	nº	5.296,	de	2	de	dezembro	de	2004.
6.6
Os Profissionais Intérpretes
da Língua de Sinais
Sinal retirado do Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua 
de Sinais Brasileira. Capovilla e Raphael (2000). Volume I - Sinais de A a 
L e Volume II - Sinais de M a Z. (Ilustradora: Silvana Marques)
140
	 Os	profissionais	intérpretes	de	libras	são	responsáveis	
pela	tradução	e	interpretação	simultânea,	da	língua	portuguesa	
para	língua	de	sinais	e	de	língua	de	sinais	para	língua	portu-
guesa.	Ele	deve	ser	fluente	em	Libras	e	em	língua	portuguesa	
e	deve	interpretar	fielmente	a	informação	oral	transmitida.
	 Existem	profissionais	intérpretes	de	língua	de	sinais	
em	todo	mundo.	Aqui	no	Brasil,	o	aparecimento	de	profis-
sionais	 intérpretes	 em	 instituições	 religiosas	 iniciou-se	 em	
1980.	Em	1988,	aconteceu	o	I	Encontro	Nacional	de	Intér-
pretes	de	Línguas	de	Sinais	organizado	pela	Feneis	para	pro-
mover	o	encontro	entre	os	intérpretes	do	Brasil	e	a	discussão	
sobre	temas	relevantes.
	 Dos	anos	90	em	diante,	muitas	unidades	de	 intér-
pretes	 foram	 formadas,	 filiadas	 aos	 escritórios	 regionais	
da	Feneis.	Em	2000,	foi	criada	a	página	dos	 intérpretes	de	
língua	 de	 sinais	www.interpretels.hpg.com.br.	Também	 foi	
aberto	um	espaço	para	participação	dos	 intérpretes	através	
de	uma	lista	de	discussão	via	e-mail	(Quadros,	2004).
	 Em	2001,	em	Montevidéu	no	Uruguai,	foi	realizado	
um	encontro	internacional	sobre	a	formação	de	intérpretes	de	
língua	de	sinais	com	o	apoio	da	Federação	Mundial	de	Surdos.	
	 A	seguir	são	apresentadas	as	principais	conclusões	
e	 recomendações	 feitas	 por	 ocasião	 deste	 encontro	 respei-
tando	 as	 características	 e	 situação	 de	 cada	 um	 dos	 países	
participantes,	conclui-se	em	primeiro	lugar	que	é	necessário,	
principalmente	(Quadros,	2004,	p.	44):
| a.	Que	a	comunidade	de	pessoas	surdas	seja	consciente	da	im-
portância	de	sua	própria	língua	e	dos	Intérpretes	profissionais;
| b.	Que	as	associações	e	federações	de	pessoas	surdas	se-
141
jam	fortalecidas	em	todos	os	aspectos,	por	si	mesmas,	e	com	
o	apoio	de	organismos	públicos	e	internacionais;
| c.	Que	em	todos	os	países	se	reconheça	a	Língua	de	Sinais	
a	nível;
| d.	Que	exista	reconhecimento	da	profissão	e	titulação	de	
Intérprete	de	Língua	de	Sinais;
| e.	Que	exista	reconhecimento	da	profissão	e	titulação	de	
formador	de	Intérpretes	de	Língua	de	Sinais.
	 E	logo,	no	terreno	da	capacitação	e	formação:	
•	Que	se	dê	importância	equivalente	à	Língua	de	Sinais	e	à	
Língua	Oficial	do	país;
•	Que	os	programas	deformação	incluam	um	estudo	sistemá-
tico	de	ambas	as	línguas;
•	Que	se	estimule	e	favoreça	a	garantia	à	primeira	língua;
•	Que	se	destine	maior	tempo	à	investigação	linguística	com	
respeito	à	Língua	de	Sinais;
•	Que	a	comunidade	de	pessoas	surdas	assuma	um	papel	pro-
tagônico	nos	processos	de	investigação,	junto	com	os	espe-
cialistas;
•	Que	exista	um	trabalho	conjunto	ente	intérpretes	e	pessoas	
surdas	na	formação	de	futuros	intérpretes	e	de	futuros	forma-
dores	de	intérpretes;
• A	elaboração,	execução	e	avaliação	dosprogramas	de	for-
mação	devem	ser	conceitualmente	interculturais	e	 interdis-
ciplinares;
•	Que	os	centros	de	formação	de	intérpretes	façam	o	inter-
câmbio	de	suas	metodologias	e	experiências,	dinamicamente;
142
•	 Preferivelmente	 as	 federações	 ou	Associações	 deveriam,	
em	função	de	sua	capacidade	e	interesse,	liderar	os	cursos;	
•	Que	exista	uma	base	de	 lineamentos	gerais	para	planejar	
um	curso	de	Língua	de	Sinais	como,	por	exemplo:
| a.	objetivos;
| b.	conteúdos;
| c.	tempo;
| d.	metodologia;
| e.	atividades;
| f.	materiais	e	recursos;
| g.	avaliação;
| h.	continuação	e	prática;
•	Que	os	quatro	países	que	atualmente	dispõem	de	cursos	de	
Língua	de	Sinais	 e	 de	 formação	de	 intérpretes	 (Argentina,	
Brasil,	Colômbia	 e	Uruguai)	prestem	seu	 apoio	 aos	países	
que	ainda	não	contam	com	estes	cursos	(Bolívia,	Paraguai,	
Chile,	Equador,	Peru	e	Venezuela)	para	o	qual	cada	um	dos	
primeiros	 quatro	 designará	 a	 duas	 pessoas:	 uma	 ouvinte	 e	
outra	 surda	 especialistas	 em	 formação,	 que	 sirvam	 como	
formadores,	 assessores	 e	 consultores	 dos	 futuros	 agentes	
multiplicadores	de	cada	um	dos	seis	países.	Os	critérios	para	
selecionar	os	agentes	multiplicadores	deverão	ser	desenvol-
vidos.	A	Federação	Mundial	de	Surdos	designará	um	espe-
cialista	que	será	o	coordenador	de	todo	esse	processo;
• Os	agentes	multiplicadores,	com	a	ajuda	do	especialista	co-
ordenador,	contribuirão	para	o	estabelecimento	de	um	pro-
grama	de	capacitação	em	Língua	de	Sinais	e	outro	de	For-
mação	de	Intérpretes	em	cada	país.	Estes	programas	poderão	
aplicar-se	de	forma	sequencial	(primeiro	um	depois	o	outro)	
143
ou	paralelamente	(ambos	os	programas	de	uma	vez,	consi-
derando	 que,	 por	 exemplo,	 os	 intérpretes	 empíricos	 sejam	
os	primeiros	alunos	dos	cursos	de	Formação	de	Intérpretes).	
O	acompanhamento	deste	processo	se	dará	entre	os	quatro	
países	e	o	especialista	coordenador;
•	Os	usuários	devem conhecer	o	código	ético	pelo	qual	 se	
rege	a	interpretação;
•	Que	a	Federação	Mundial	de	Surdos	continue	respaldando	
estes	processos.
	 Segundo	 o	 código	 de	 ética	 dos	 intérpretes	 (docu-
mento	orientador	da	profissão),	os	 intérpretes	de	 libras	de-
vem	ter	um	alto	caráter	moral,	ser	honesto,	consciente	e	ter	
equilíbrio	emocional;	 interpretar	fielmente	e	com	o	melhor	
da	sua	habilidade,	sempre	transmitindo	o	pensamento,	a	in-
tenção	e	o	espírito	do	palestrante;	reconhecer	seu	próprio	ní-
vel	de	competência	e	ser	prudente	quanto	a	aceitar	tarefas;	
manter	sempre	uma	atitude	imparcial	durante	o	transcurso	da	
sua	interpretação	e	adotar	uma	conduta	adequada	de	se	ves-
tir,	 sem	adereços,	mantendo	a	dignidade	da	profissão,	 sem	
chamar	a	atenção	indevidamente	sobre	si	mesmo.	
	 Segue	abaixo	o	código	de	ética	dos	intérpretes	que	
é	 parte	 integrante	 do	Regimento	 Interno	 do	Departamento	
Nacional	de	Intérpretes	(FENEIS).	
	 D	-	Registro	dos	Intérpretes	para	Surdos	(em	28-29	
de	janeiro	de	1965,	Washington,	EUA)	Tradução	do	original	
Interpreting	for	Deaf	People,	Stephen	(ed.)	USA	por	Ricardo	
Sander.	Adaptação	dos	Representantes	dos	Estados	Brasilei-
ros	-	Aprovado	por	ocasião	do	II	Encontro	Nacional	de	Intér-
pretes	-	Rio	de	Janeiro/RJ/Brasil	-	1992	(Quadros,	2004,	p.28).
144
 Capítulo 1 - Princípios Fundamentais
	 Artigo	1º.	São	deveres	fundamentais	do	intérprete:		
	 1°.	O	intérprete	deve	ser	uma	pessoa	de	alto	caráter	
moral,	honesto,	consciente,	confidente	e	de	equilíbrio	emo-
cional.	Ele	guardará	informações	confidenciais	e	não	poderá	
trair	confidencias,	as	quais	foram	confiadas	a	ele;	
	 2º.	O	intérprete	deve	manter	uma	atitude	imparcial	
durante	 o	 transcurso	 da	 interpretação,	 evitando	 interferên-
cias	 e	 opiniões	 próprias,	 a	menos	 que	 seja	 requerido	 pelo	
grupo	a	fazê-lo;	
	 3º.	O	intérprete	deve	interpretar	fielmente	e	com	o	
melhor	da	sua	habilidade,	sempre	transmitindo	o	pensamen-
to,	a	 intenção	e	o	espírito	do	palestrante.	Ele	deve	lembrar	
dos	limites	de	sua	função	e	não	ir	além	de	a	responsabilidade;	
	 4°.	O	intérprete	deve	reconhecer	seu	próprio	nível	
de	competência	e	ser	prudente	em	aceitar	tarefas,	procurando	
assistência	de	outros	 intérpretes	e/ou	profissionais,	quando	
necessário,	especialmente	em	palestras	técnicas;	
	 5°.	O	intérprete	deve	adotar	uma	conduta	adequada	
de	se	vestir,	sem	adereços,	mantendo	a	dignidade	da	profis-
são	e	não	chamando	atenção	indevida	sobre	si	mesmo,	du-
rante	o	exercício	da	função.	
 Capítulo 2 - Relações com o Contratante 
 do Serviço
	 6°.	O	intérprete	deve	ser	remunerado	por	serviços	
prestados	e	se	dispor	a	providenciar	serviços	de	interpreta-
ção,	em	situações	onde	fundos	não	são	possíveis;	
	 7°.	Acordos	em	níveis	profissionais	devem	 ter	 re-
145
muneração	de	acordo	com	a	tabela	de	cada	estado,	aprovada	
pela	FENEIS.	
 Capítulo 3 - Responsabilidade Profissional
	 8°.	O	intérprete	jamais	deve	encorajar	pessoas	sur-
das	a	buscarem	decisões	legais	ou	outras	em	seu	favor;	
	 9º.	O	intérprete	deve	considerar	os	diversos	níveis	
da	Língua	Brasileira	de	Sinais	bem	como	da	Língua	Portu-
guesa;	 20°.	 Em	 casos	 legais,	 o	 intérprete	 deve	 informar	 à	
autoridade	qual	o	nível	de	comunicação	da	pessoa	envolvida,	
informando	quando	a	interpretação	literal	não	é	possível	e	o	
intérprete,	 então	 terá	que	parafrasear	de	modo	claro	o	que	
está	 sendo	 dito	 à	 pessoa	 surda	 e	 o	 que	 ela	 está	 dizendo	 à	
autoridade;	
	 11º.	O	intérprete	deve	procurar	manter	a	dignidade,	
o	 respeito	 e	 a	 pureza	 das	 línguas	 envolvidas.	 Ele	 também	
deve	estar	pronto	para	aprender	e	aceitar	novos	sinais,	se	isso	
for	necessário	para	o	entendimento;	
	 12°.	O	intérprete	deve	esforçar-se	para	reconhecer	
os	vários	tipos	de	assistência	ao	surdo	e	fazer	o	melhor	para	
atender	as	suas	necessidades	particulares.	
 Capítulo 4 - Relações Com Os Colegas
	 13°.	Reconhecendo	a	necessidade	para	o	seu	desen-
volvimento	 profissional,	 o	 intérprete	 deve	 agrupar-se	 com	
colegas	profissionais	com	o	propósito	de	dividir	novos	co-
nhecimentos	de	vida	e	desenvolver	suas	capacidades	expres-
sivas	e	receptivas	em	interpretação	e	tradução.	
	 Parágrafo	 único.	 O	 intérprete	 deve	 esclarecer	 o	
público	no	que	diz	 respeito	ao	surdo	sempre	que	possível,	
146
reconhecendo	 que	muitos	 equívocos	 (má	 informação)	 têm	
surgido	devido	à	falta	de	conhecimento	do	público	sobre	a	
área	da	surdez	e	a	comunicação	com	o	surdo.	
	 É	 um	 direito	 do	 surdo	 que	 todas	 as	 instituições,	
tanto	educacionais,	como	financeiras,	comerciais,	públicas	e	
privadas,	disponham	de	profissionais	intérpretes	para	inter-
mediarem	a	comunicação	com	os	surdos.
	 Infelizmente,	a	presença	do	profissional	 intérprete	
em	 todas	 as	 instituições	brasileiras	 ainda	não	 é	 uma	 reali-
dade.	Apesar	de	muitas	Universidades,	escolas	e	até	mesmo	
agências	bancárias,	terem	hoje	em	seu	quadro	de	funcioná-
rios	 intérpretes	de	Libras,	para	promoverem	acessibilidade	
na	 comunicação	entre	 surdos	 e	ouvintes,	 quando	percorre-
mos	as	instituições	e	empresas,	podemos	facilmente	perce-
ber,	que	ainda	falta	muito	para	que	a	acessibilidade	na	comu-
nicação	através	do	intérprete	aconteça	na	sua	totalidade.	
	 O	 intérprete	de	 língua	de	 sinais,	 além	de	 ser	uma	
pessoa	 de	 alto	 caráter	 moral,	 ético,	 se	 faz	 necessário	 que	
possua	 formação	 superior	 em	 nível	 de	 graduação	 ou	 pós-
graduação	e	que	tenha	sido	habilitado	através	da	Proficiência	
em	Língua	de	Sinais	–	Prolibras,	exame	promovido	em	nível	
nacional	que	visa	habilitar	os	intérpretes	e	professores	para	
a	profissão,	mas	que	não	substitui	a	formação	em	todos	os	
níveis	educacionais.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é a 
instituição coordenadora do Prolibras desde 2006.
147
6.6.1 Exame Prolibras
	 O	exame	Prolibras	não	substitui	a	formação	em	to-
dos	os	níveis	educacionais.	
	 Vejamos	o	que	o	Decreto	nº	5.626/2005	artigos	séti-
mo	e	oitavo	regulamentam	sobre	o	Prolibras.	Leia	com	aten-
ção,	pois	atualmente	esse	exame	tem	sido	uma	dos	assuntos	
mais	discutidos	entre	surdose	ouvintes.
	 Art.	7º.	Nos	próximos	dez	anos,	a	partir	da	publi-
cação	 deste	Decreto,	 caso	 não	 haja	 docente	 com	 título	 de	
pós-graduação	ou	de	graduação	em	Libras	para	o	ensino	des-
sa	disciplina	em	cursos	de	educação	superior,	ela	poderá	ser	
ministrada	por	profissionais	que	apresentem	pelo	menos	um	
dos	seguintes	perfis:
|	I.	professor	de	Libras,	usuário	dessa	língua	com	curso	de	
pós-graduação	 ou	 com	 formação	 superior	 e	 certificado	 de	
proficiência	em	Libras,	obtido	por	meio	de	exame	promovi-
do	pelo	Ministério	da	Educação;
|	II.	instrutor	de	Libras,	usuário	dessa	língua	com	formação	
de	nível	médio	 e	 com	certificado	obtido	por	meio	de	 exa-
me	de	proficiência	em	Libras,	promovido	pelo	Ministério	da	
Educação;
|	III.	professor	ouvinte	bilíngue:	Libras	–	Língua	Portugue-
sa,	com	pós-graduação	ou	formação	superior	e	com	certifi-
cado	obtido	por	meio	de	exame	de	proficiência	em	Libras,	
promovido	pelo	Ministério	da	Educação.
	 Art.	8º.	O	exame	de	proficiência	em	Libras,	referido	
no	art.	7º,	deve	avaliar	a	fluência	no	uso,	o	conhecimento	e	a	
competência	para	o	ensino	dessa	língua.
148
	 §1º.	O	 exame	 de	 proficiência	 em	Libras	 deve	 ser	
promovido,	anualmente,	pelo	Ministério	da	Educação	e	ins-
tituições	 de	 educação	 superior,	 por	 ele	 credenciadas	 para	
essa	finalidade.
	 §2º.	A	certificação	de	proficiência	em	Libras	habili-
tará	o	instrutor	ou	o	professor	para	a	função	docente.
	 §3º.	O	 exame	 de	 proficiência	 em	Libras	 deve	 ser	
realizado	 por	 banca	 examinadora	 de	 amplo	 conhecimento	
em	Libras,	 constituída	por	 docentes	 surdos	 e	 linguistas	 de	
instituições	de	educação	superior.	
	 Os	 intérpretes	 de	 Libras	 também	 já	 possuem	 um	
projeto	de	lei	que	reconhece	a	sua	profissão.	Faça	uma	leitura	
desse	projeto	e	conheça	mais	sobre	essa	profissão.	
6.6.2 Projeto de Lei que Reconhece a Profissão de Intérprete
Projeto de Lei nº /2004
(Da Sra. Maria do Rosário)
Reconhece	a	profissão	de	Intérprete	da
Língua	Brasileira	de	Sinais	-	Libras
e	dá	outras	providências.
	 Art.	1.º	Fica	 reconhecido	o	exercício	da	profissão	
de	 Intérprete	da	Língua	Brasileira	de	Sinais	–	Libras,	com	
competência	para	 realizar	 a	 interpretação	das	duas	 línguas	
de	maneira	simultânea	ou	consecutiva	e	proficiência	em	tra-
dução	e	interpretação	de	LIBRAS	e	Língua	Portuguesa,	com	
as	seguintes	atribuições:	
|	 I.	efetuar	comunicação	entre	surdos	e	ouvintes;	surdos	e	
149
surdos;	surdos	e	surdos-cegos;	surdos-cegos	e	ouvintes,	atra-
vés	da	Língua	Brasileira	de	Sinais	para	a	Língua	Oral	e	vice-
versa;
|	II.	interpretar,	em	Língua	Brasileira	de	Sinais	/	Língua	Por-
tuguesa,	as	atividades	didático-pedagógicas	e	culturais,	via-
bilizando	o	acesso	aos	conteúdos	curriculares,	desenvolvidas	
nas	instituições	de	ensino	que	ofertam	educação	fundamen-
tal,	de	ensino	médio	e	ensino	superior;
	 Art.	 2.º	Os	 Intérpretes	 de	Libras	 para	 o	 exercício	
de	sua	profissão	deverão	estar	devidamente	habilitados	em	
curso	superior	ou	de	pós-graduação,	em	instituição	regular-
mente	reconhecida	pelo	MEC.
	 Parágrafo	único.	Os	Intérpretes	de	Libras	que	exer-
cem	a	função	sem	a	formação	que	determina	o	‘caput’,	terão	
o	prazo	de	10	anos	para	a	sua	adequação,	podendo	atuar	nes-
te	período	através	de	exame	de	proficiência	em	Tradução	e	
Interpretação	de	Libras	e	Língua	Portuguesa	do	MEC.
	 Art.	3.º	Além	da	habilitação	definida,	o	exercício	da	
profissão	de	intérprete	de	sinais	deverá	atender	os	seguintes	
requisitos:
|	I.	domínio	da	língua	de	sinais;
| II.	conhecimento	das	implicações	da	surdez	no	desenvolvi-
mento	do	indivíduo	surdo;
|	III.	conhecimento	da	comunidade	surda	e	convivência	com	ela;
|	IV.	filiação	a	órgão	de	fiscalização	do	exercício	desta	pro-
fissão;
|	V.	noções	de	linguistica,	de	técnica	de	interpretação	e	bom	
nível	de	cultura;
|VI.	habilitado	na	interpretação	da	língua	oral,	da	língua	de	
150
sinais,	da	língua	escrita	para	a	língua	de	sinais	e	da	língua	de	
sinais	para	a	língua	oral.
	 Art.	3.º.	Esta	lei	entra	em	vigor	120	dias	após	sua	
publicação.
Sala	das	Sessões,	em	dezembro	de	2004.
MARIA	DO	ROSÁRIO	NUNES
Deputada	Federal	PT/RS
Texto	disponível	em:
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/259154.pdf
Acesso	em	26	de	dezembro	de	2009.
Art. 2º. Acessibilidade: possibilidade e condição de 
alcance para utilização, com segurança e autonomia, 
dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das 
edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de 
comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou 
com mobilidade reduzida.
6.7 Acessibilidade
 É	importante	que	você	saiba	que,	outras	leis	promo-
veram	para	a	efetivação	dos	direitos	da	pessoa	surda	em	âm-
bito	nacional.	Uma	delas	é	a	lei	de	acessibilidade	das	pessoas	
portadoras	de	deficiência	ou	com	mobilidade	reduzida,	lei	nº	
10.098	de	10	de	dezembro	de	2000.
151
Art. 18. O Poder Público implementará a formação de 
profissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem 
de sinais e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer 
tipo de comunicação direta à pessoa portadora de de-
ficiência sensorial e com dificuldade de comunicação.
	 Vejamos	primeiramente	o	conceito	de	acessibilida-
de	descrita	na	lei	acima	citada.
	 Em	seu	artigo	17,	lei	nº	10.098,	cita	a	promoção	da	
eliminação	de	barreiras	de	comunicação	e	estabelece	meca-
nismos	e	alternativas	que	tornem	acessíveis	os	sistemas	de	
comunicação	e	sinalização	às	pessoas	portadoras	de	defici-
ência	sensorial	e	com	dificuldade	de	comunicação,	para	ga-
rantir-lhes	o	direito	de	acesso	à	informação,	à	comunicação,	
ao	trabalho,	à	educação,	ao	transporte,	à	cultura,	ao	esporte	e	
ao	lazer.	Veja	também	o	que	propõe	o	artigo	18.
	 Os	sistemas	de	radiodifusão	sonora	e	de	sons	e	ima-
gens	são	também	responsáveis	pela	promoção	da	acessibili-
dade	ao	surdo.	De	acordo	com	o	art.	19,	eles	devem	adotar	
planos	de	medidas	técnicas	com	o	objetivo	de	permitir	o	uso	
da	linguagem	de	sinais	ou	outra	subtitulação,	a	fim	de	garan-
tir	o	direito	de	acesso	à	informação	às	pessoas	portadoras	de	
deficiência	auditiva.
152
6.8 Símbolo Internacional de Surdez
 Neste	tópico	você	vai	conhecer	os	símbolos	da	sur-
dez	e	a	sua	importância.	Eles	foram	criados	mediante	a	lei	nº	
8.160	de	janeiro	de	1991,	que	dispõe	sobre	a	caracterização	
de	símbolos	que	permitam	a	identificação	de	pessoas	porta-
doras	de	deficiência	auditiva.
Lei No. 8.160 De Janeiro De 1991
O Presidente De República,
	 Faço	saber	que	o	Congresso	Nacional	decreta	e	eu	
sanciono	a	seguinte	lei:
	 Art.	1º.	É	obrigatória	a	colocação,	de	forma	visível,	
do	"Símbolo	Internacional	de	Surdez"	em	todos	os	locais	que	
possibilitem	acesso,	circulação	e	utilização	por	pessoas	por-
tadoras	de	deficiência	auditiva,	e	em	todos	os	serviços	que	
forem	postos	à	sua	disposição	ou	que	possibilitem	o	seu	uso.
	 Art.	2º.	O	"Símbolo	Internacional	de	Surdez"	deve-
rá	ser	colocado,	obrigatoriamente,	em	local	visível	ao	públi-
co,	não	sendo	permitida	nenhuma	modificação	ou	adição	ao	
Imagens	retirada	e	disponíveis	em:	http://www.detran.pe.gov.br/boletim.shtml
153
desenho	reproduzido	no	anexo	a	esta	lei.
	 Art.	3º.	É	proibida	a	utilização	do	"Símbolo	Inter-
nacional	de	Surdez"	para	finalidade	outra	que	não	seja	a	de	
identificar,	assinalar	ou	indicar	local	ou	serviço	habilitado	ao	
uso	de	pessoas	portadoras	de	deficiência	auditiva.
	 Parágrafo	único.	O	disposto	no	caput	deste	artigo	
não	se	aplica	à	reprodução	do	símbolo	em	publicações	e	ou-
tros	meios	de	comunicação	relevantes	para	os	interesses	do	
deficiente	auditivo,	a	exemplo	de	adesivos	específicos	para	
veículos	por	ele	conduzidos.
	 Art.	4º.	O	Poder	Executivo	regulamentará	esta	 lei	
no	prazo	de	noventa	dias,	a	contar	de	sua	vigência.
	 Art.	5º.	Esta	lei	entra	em	vigor	na	data	de	sua	publicação.
	 Art.	6º.	Revogam-se	as	disposições	em	contrário.
	 Brasília,	8	de	janeiro	de	1991;	170º	da	Independên-
cia	e	103º	da	República.
FERNANDO COLLOR 
Jarbas Passarinho 
Margarida Procópio 
Texto	disponível	em:
http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1991/8160.htmAcesso	em	26	de	dezembro	de	2009.
154
E Exercícios
| 1. O	que	é	Audiometria?	
| 2.	O	que	o	Decreto	no.	5.626/2005	artigo	sétimo	regula-
menta	sobre	o	Prolibras?
| 3.	Qual	o	objetivo	do	símbolo internacional	da	surdez?
| 4.	O	que	é	acessibilidade?
| 5.	O	que	a	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional	
(LDB)	de	1996,	no	capítulo	V	descreve?
R
ef
er
ên
ci
as
B Referências Bibliográficas
| LUCIANO,	 Anita	 Holm	 Thomsen.	 A Interpretação si-
multânea sob a ótica da linguística Aplicada.	Dissertação	
de	Mestrado.	113f.	Programa	de	Pós	graduação.	 Instituto	de	
Estudos	da	Linguagem,	Universidade	Estadual	de	Campinas,	
São	Paulo,	2005.	(Disponível	em	http://libdigi.unicamp.br/do-
cument/?	code=vtls000349698).
| PAGURA,	Reynaldo.	A Interpretação de Conferências: 
interfaces com a tradução escrita e implicações para a for-
mação de intérpretes e tradutores.	D.E.L.T.A.,	19,	ESPE-
CIAL,	2003.	p.209-236.	(Disponível	em	http://www.scielo.br/
pdf/delta/v19nspe/13.pdf).
| PERLIN,	G.;	STROBEL, K. Fundamentos da Educação 
dos Surdos.	Florianópolis,	2006.
| PEREIRA,	Maria	 Cristina	 Pires.	 Interpretação interlín-
gue: as especificidades da interpretação de língua de sinais.	
Cadernos	de	Tradução	XXI,	Vol.	1,	p.	135-156.	Florianópolis:	
UFSC,	 PGET:	 2008.	 (Disponível	 em	 http://www.periodicos.
ufsc.br/index.php/traducao/arti	cle/view/8231/7587).
| QUADROS,	 Ronice	 Muller.O tradutor e intérprete de 
Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa.	Secretaria	
de	Educação	Especial;	Programa	Nacional	de	Apoio	à	Educa-
ção	de	Surdos	–	Brasília:	MEC;	SEESP,	2004.
| QUADROS, Ronice	Muller	(org).	Estudos Surdos I	–	Série	
Pesquisas.	Petrópolis,	RJ:	Arara	Azul	Ltda,	2006.
C Referências Complementares
| Declaração	de	Salamanca
(http://www.lerparaver.com/legislacao/internacional_sala-
manca.html)
| Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	(lei	nº	9394/96)
(http://www.rebidia.org.br/noticias/educacao/direduc.html)
| Lei	no	10.172,	de	9	de	janeiro	de	2001
(http://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/
L10172.htm)
| Lei	nº	10.436,	de	24	de	abril	de	2002
(http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/LEIS/2002/
L10436.htm
G
ab
ar
it
o
| 1. É	a	área	que	estuda	a	estrutura	e	os	componentes	perti-
nentes	a	toda	e	qualquer	língua	denomina-se	linguística;	ela	
procura	estudar	cientificamente	os	fatos	linguísticos.
| 2.	Linguagem	é	comumente	utilizada	para	designar	toda	
e	qualquer	forma	de	comunicação,	sejam	sistemas	naturais	
ou	 artificiais.	 Já	 as	 línguas	 são	 sistemas	 complexos,	 capa-
zes	de	comunicar	sentimentos,	emoções,	ideias	abstratas	ou	
simplesmente	 conversações	 cotidianas	 como	 “Oi!”,	 “Tudo	
bem?”.	É	ainda	um	sistema	padronizado	pelo	qual	podemos	
construir	um	número	infinito	de	sentenças
| 3.	Em	1970	e	1980,	Lucinda	Ferreira	Brito	e	outros	pes-
quisadores,	estudando	a	Língua	de	Sinais,	observaram	que	
esta	 também	possui	 os	mesmos	 critérios	que	 a	 classificam	
como	 língua,	 ou	 seja,	 aspectos	 fonológicos,	morfológicos,	
sintaxe,	semântica	e	pragmática.
| 4.	Flexibilidade,	arbitrariedade,	descontinuidade,	criativi-
dade,	dupla	articulação,	padrão	e	dependência	estrutural.
| 5. MITO	1:	A	língua	de	sinais	seria	uma	mistura	de	panto-
mima	e	gesticulação	concreta,	incapaz	de	expressar	concei-
tos	abstratos.	(QUADROS,	2004,	p.	31).
As	línguas	de	sinais	expressam	conceitos	abstratos.	Os	usu-
ários	 podem	discutir	 sobre	 todo	 e	 qualquer	 assunto	 como:	
política,	filosofia,	economia,	matemática,	física	e	psicologia.	
(QUADROS,	2004).
MITO	2:	Haveria	uma	única	e	universal	língua	de	sinais	usa-
01
da	por	todas	as	pessoas	surdas.	(QUADROS,	2004,	p.	33)
A	Língua	de	Sinais	Brasileira	não	é	universal,	cada	país	pos-
sui	a	sua.	Dessa	 forma,	 temos	aqui	no	Brasil	 (Libras),	nos	
Estados	Unidos	(American	Sign	Language	–	ASL)	e	na	Fran-
ça	(Langue	de	Signes	Française	-	LSF).	
| 1.	“O	conjunto	de	sujeitos	surdos	que	não	habitam	no	mes-
mo	local,	mas	que	estão	ligados	por	uma	origem,	tais	como	
a	cultura	surda,	costumes	e	interesses	semelhantes,	histórias	
e	tradições	comuns	e	qualquer	outro	laço”	(STROBEL	apud	
PERLIN	&	STROBEL	2006,	p.	8).
| 2.	Segundo	Skliar	(1998,	p	15),	“é	um	conjunto	de	repre-
sentações	dos	ouvintes,	a	partir	do	qual	o	surdo	está	obrigado	
a	olhar-se	e	narrar-se	como	se	fosse	ouvinte.”
| 3.	As	associações	são	espaços	existentes	em	todo	o	Brasil,	
onde	os	surdos	se	reúnem	para	juntos	lutarem	pelos	seus	di-
reitos.	É	estruturada	através	de	uma	diretoria	composta	por	
surdos,	a	qual	é	responsável	por	administrá-la,	sendo	que,	os	
ciclos	de	eleições	são	regidos	por	estatutos,	havendo	também	
a	participação	e	envolvimento	das	pessoas	ouvintes.
| 4.	A	principal	função	da	Feneis	tem	sido	ministrar	e	divul-
gar	a	Libras	através	de	cursos,	oficinas,	palestras.	A	Feneis	
também	 organiza	 ações	 políticas	 e	manifestações	 em	 prol	
dos	 direitos	 da	 comunidade	 surda	 brasileira.	 É	 ainda	 uma	
02
entidade	filantrópica	com	objetivos	educacionais	e	sociais.
| 5.	 A	 Confederação	 Brasileira	 de	 Desporto	 de	 Surdos	
(CBDs)	é	a	organização	que	visa	promover	a	integração	do	
surdo	por	meio	do	esporte.	Assim,	os	surdos	participam	de	
campeonatos	e	 torneios	nas	mais	diversas	modalidades	em	
todo	o	território	nacional.	
| 1. A	Língua	de	Sinais	Brasileira	(Libras)	é	a	 língua	ma-
terna	dos	surdos	brasileiros.	É	uma	língua	viva,	autônoma,	
capaz	de	transmitir	todo	e	qualquer	conceito,	dos	mais	com-
plexos	até	os	mais	abstratos.	Os	usuários	da	Libras,	podem	
discutir	sobre	todo	e	qualquer	assunto,	desde	economia,	po-
lítica,	física,	literatura,	histórias	de	humor	e	etc.	
| 2. A	Língua	de	Sinais	Brasileira	teve	sua	origem	através	
do	 alfabeto	manual	 francês.	A	 convite	 de	D.	Pedro	 II,	 um	
Padre	surdo	da	França,	chamado	Ernest	Huet,	veio	ao	Brasil	
por	volta	de	1857.	Na	cidade	do	Rio	de	Janeiro,	ele	encon-
trou	surdos	cariocas	mendigando	e	perambulando	pelas	ruas,	
sem	saberem	se	comunicar.	Foi	através	do	“método	combi-
nado”,	utilização	da	língua	de	sinais	como	meio	para	o	en-
sino	da	 fala,	que	Ernest	Huet	começou	a	 trabalhar	com	os	
surdos	do	Brasil.
| 3. Línguas	orais-auditivas:	o	canal	emissor	da	comunica-
ção	é	a	voz,	através	da	fala	e	o	canal	receptor	da	comunica-
03
ção	são	os	ouvidos,	através	da	audição.
Línguas	 gestuais-visuais:	 o	 canal	 emissor	 da	 comunicação	
são	as	mãos,	através	dos	sinais	e	o	canal	receptor	da	comuni-
cação	são	os	olhos,	através	da	visão.
| 4. Os	empréstimos	linguísticos,	são	expressões	de	outro	
país	que	são	adotadas	pelos	falantes	de	determinada	nacio-
nalidade.	Por	exemplo,	em	português,	fizemos	o	empréstimo	
linguístico	da	língua	inglesa	de	palavras	como:	show,	rock	in	
roll,	chock,	equalization	etc;	estas	palavras	passaram	a	inte-
grar	o	léxico	do	português.	
| 5. A	datilologia	 é	 a	 soletração	 do	 português	 no	 espaço	
através	do	alfabeto	manual.	É	usada	quando	uma	determina-
da	palavra	em	português	não	possui	um	sinal	próprio,	então	
é	necessário	fazer	soletração	manual,	seguida	da	explicação	
do	conteúdo	semântico.
| 1. Configuração	de	mão,	 locação,	movimento,	 ponto	 de	
articulação	e	expressões	não-manuais.
| 2.	Configuração	da	mão:	é	o	formato	que	a	mão	assume	
para	a	realização	de	um	determinado	sinal.
-	Locação	ou	Ponto	de	Articulação:	Local	onde	incide	a	mão	
predominante,	 ou	 seja,	 lugar	 onde	 é	 feito	um	determinado	
sinal.
-	Movimento:	Alguns	sinais	apresentam	movimento	outros	não.
04
| 3.	As	afetivas	são	as	expressões	 ligadas	a	sentimentos	 /	
emoções.	As	 expressões	 faciais	 gramaticais	 lexicais	 estão	
ligadas	ao	grau	dos	adjetivos.	As	expressões	faciais	gramati-
cais	sentenciais	estão	ligadas	às	sentenças.
| 4. Como	exemplo,	podemos	citar	os	sinais	de	QUERER	e	
QUERER-NÃO,	IR	e	VIR.
| 5.	“As	palavras	da	Libras	e	do	português	se	estruturam	a	
partir	de	unidades	mínimas	sonoras	e	espaciais,	respectiva-
mente.	Essas	unidades	ou	 fonemas,	 são	distintivas,	porque	
quando	substituídas	uma	por	outra,	geram	uma	nova	forma	
linguística	com	um	significado	distinto”.
|1.	O	oralismo	é	um	dos	 recursos	que	usa	o	 treinamento	
de	fala,	leitura	labial,	e	outros.	A	Comunicação	Total	inclui	
todo	o	espectro	dos	modos	linguísticos:	gestos	criados	pelas	
crianças,	língua	de	sinais,	fala	leitura	orofacial,	alfabeto	ma-
nual,	leitura	e	escrita.	O	Bilinguismo	tem	como	pressuposto	
básico	que	o	surdo	deve	ser	Bilíngue,	ou	seja,	deve	adquirir	
como	língua	materna	a	língua	de	sinais,	que	é	considerada	a	
língua	natural	dos	surdos	e,	como	segunda	língua,	a	língua	
oficial	de	seu	país.	
| 2.	Skliar	 apud	Quadros	 (2006,	p.	 25)	 cita	o	 conjunto	de	
resoluções	votadas	no	Congresso	que	demonstram	a	substitui-
ção	da	língua	de	sinais	pela	língua	oral	na	educação	de	surdos:
05
I	 –	 Considerando	 la	 indudable	 superioridad	 de	 la	 palabra	
sobre	los	gestos	para	restituir	al	sordomudo	a	la	 lengua,	el	
Congresso	declara	que	o	método	oral	deve	ser	preferido	al	de	
la	mímica	para	la	educación	e	instrución	de	los	sordo-mudos.
II	–	Considerando	que	el	uso	simultáneo	de	la	palabra	y	de	
lo	gestos	mímicos	tiene	la	desventaja	de	dañar	la	palabra,	la	
lectura	sobre	los	lábios	y	la	precisión	de	las	ideas,	el	Con-
gresso	declara	que	o	método	oral	debe	ser	preferido	[...]
| 3.	Sánchez	apud	Quadros	(2006,	p.23),	destaca	que	“a	di-
vulgação	dos	trabalhos	do	abade	L’Epée	e	a	adoção	de	seu	
método	pedagógico	em	muitas	escolas	públicas,	permitiram	
aos	surdos,	não	só	da	França,	mas	também	em	países	como	
Rússia,	Escandinávia,	 Itália	 e	Estados	Unidos,	 a	 possibili-
dade	 de	 destacarem-se	 e	 ocuparem	 cargos	 importantes	 na	
sociedade	de	seu	tempo.
| 4.	Thomas	Hopkins	Gallaudet,	o	primeiro	americano	a	se	
interessar	pela	educação	dos	surdos,	ouviu	falar	do	método	
desenvolvido	por	L’Epée	na	França	para	educar	os	surdos	e	
decidiu	viajar	para	aprender	de	perto	sobre	o	método	e	co-
nhecer	 o	 Instituto	 de	Paris,	 pois	 o	 seu	 objetivo	 era	 fundar	
uma	escola	para	surdos	na	América.
Ao	chegar	na	França,	L’Epée	apresenta	Laurent	Clerc,	ins-
trutor	 surdo,	que	passa	a	acompanhar	Gallaudet	ensinando	
a	língua	de	sinais	e	o	instruindo.	Contratado	por	Gallaudet,	
ambos	viajam	para	os	Estados	unidos	com	o	objetivo	de	im-
plantar	a	primeira	escola	pública	para	surdos	naquele	país.	
Em	1817,	eles	conseguem	atingir	o	objetivo	proposto	 fun-
dando	o	que	ficou	conhecida	por	Connecticut	Asylum	for	the	
Education	and	Instruction	of	Deaf	and	Dumb	Persons.
| 5.	Depois	do	Congresso	de	Milão,	a	língua	de	sinais	foi	
proibida	em	todas	as	escolas.	Era	comum	a	prática	de	amar-
rarem	as	mãos	das	crianças	para	trás	a	fim	de	que	evitar	que	
elas	se	comunicassem	através	dos	sinais.	Os	surdos	perderam	
o	seu	emprego	e	houve	uma	queda	na	qualidade	da	educação.	
Oralismo	então	foi	adotado	pelas	escolas	de	toda	a	Europa	
até	os	fins	de	1970.	Porém	a	abordagem	utilizada	nesse	pe-
ríodo	descaracterizou	o	surdo,	subordinando	a	sua	educação	
à	 oralidade.	O	 que	 ficou	 considerado	 como	 um	 retrocesso	
grotesco	na	educação	dos	surdos	do	mundo	todo.
| 1.	Audiometria:	exame	da	audição	realizado	por	meio	de	
instrumentos	 e	 avaliação	 da	 capacidade	 para	 apreender	 os	
diferentes	sons	da	fala	e	de	classificação	de	surdez	em	vários	
graus.
| 2.	Art.	 7º.	Nos	 próximos	 dez	 anos,	 a	 partir	 da	 publica-
ção	deste	Decreto,	caso	não	haja	docente	com	título	de	pós-
graduação	ou	de	graduação	em	Libras	para	o	ensino	dessa	
disciplina	 em	 cursos	 de	 educação	 superior,	 ela	 poderá	 ser	
ministrada	por	profissionais	que	apresentem	pelo	menos	um	
dos	seguintes	perfis:
I	–	professor	de	Libras,	usuário	dessa	língua	com	curso	de	
pós-graduação	 ou	 com	 formação	 superior	 e	 certificado	 de	
proficiência	em	Libras,	obtido	por	meio	de	exame	promovi-
06
do	pelo	Ministério	da	Educação;
II	–	instrutor	de	Libras,	usuário	dessa	língua	com	formação	
de	nível	médio	 e	 com	certificado	obtido	por	meio	de	 exa-
me	de	proficiência	em	Libras,	promovido	pelo	Ministério	da	
Educação;
III	–	professor	ouvinte	bilíngue:	Libras	–	Língua	Portuguesa,	
com	pós-graduação	ou	formação	superior	e	com	certificado	
obtido	por	meio	de	exame	de	proficiência	em	Libras,	promo-
vido	pelo	Ministério	da	Educação.
| 3.	Permitir	a	identificação	de	pessoas	portadoras	de	defi-
ciência	auditiva.
| 4.	Acessibilidade:	 possibilidade	 e	 condição	 de	 alcance	
para	 utilização,	 com	 segurança	 e	 autonomia,	 dos	 espaços,	
mobiliários	 e	 equipamentos	 urbanos,	 das	 edificações,	 dos	
transportes	e	dos	sistemas	e	meios	de	comunicação,	por	pes-
soa	portadora	de	deficiência	ou	com	mobilidade	reduzida.
| 5.	Descreve	as	modalidades	de	educação	oferecidas	aos	
portadores	de	necessidades	educacionais	especiais.	Defende	
que,	de	preferência,	a	educação	dessas	pessoas	deve	aconte-
cer	na	escola	regular.	Assegura	que	é	dever	do	estado	a	oferta	
de	educação	infantil	na	faixa	etária	de	0	a	6	anos	e	confere	
que	 devam	 existir	 ainda	 métodos,	 técnicas	 e	 profissionais	
adequados	com	vistas	a	atender	as	especificidades	das	pes-
soas	especiais.

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