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Direito Constitucional Intertemporal

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Constitucional II 
@piluladc 
Direito Constitucional 
Intertemporal 
 
 
 
 
Terminologia 
Intertemporal, Conflito de normas no 
tempo, Direito ordinário anterior, Direito 
pré-constitucional, D intertemporal latu 
sensu ou dinâmica constitucional. 
 
Estuda os efeitos da chegada de uma 
nova constituição no tempo. Por exem-
plo, a Constituição de 1988 chegou, e 
trocou tudo. Chegando a nova, o que 
acontece com as normas constitucio-
nais anteriores e as infraconstitucio-
nais? 
 
Considerado a partir de duas relações: 
• CF nova X CF antiga 
• CF nova x Normas anteriores 
 
Fenômenos a partir da primeira relação: 
I. Fenômeno da desconstituci-
onalização; 
II. Fenômeno da prorrogação ou 
recepção material das normas 
constitucionais. 
 
Fenômenos a partir da segunda rela-
ção: 
I. Repristinação constitucional 
II. Recepção constitucional 
 
CF nova X CFs antigas 
 
Desconstitucionalização 
Conceito - fenômeno pelo qual a nova 
constituição recebe as normas da 
constituição pretérita como norma in-
fraconstitucional. 
 
A nova constituição entra na pirâmide 
da hierarquia das normas bem no topo, 
e as normas da CF anterior caem de hi-
erarquia. 
Se fosse determinado, em 4 de outubro 
de 1988 quem estava no topo era a 
Constituição de 1969, e no dia seguinte 
ela cai de hierarquia. 
 
Exemplo: CF estadual de SP de 1967, 
no Art. 147 determinou a desconstitu-
cionalização da CF estadual anterior, de 
1947. A anterior continua valendo, mas 
com força de lei, abaixo da CF nova. 
 
Não há adoção no Brasil, como regra, 
deste fenômeno. Aconteceu nesse 
caso de SP, mas não é regra. 
 
O fenômeno tem origem francesa, e é 
útil no direito comparado. Pra acontecer 
aqui, teria que estar escrito na nova 
constituição, mas nada impede que es-
teja. 
 
Indispensável que esteja expressa-
mente estipulado no texto. 
 
No Brasil, quando a CF revoga a preté-
rita, revoga totalmente, ou ab roga a 
constituição anterior. Se fosse adotada 
a desconstitucionalização como regra, 
teríamos muitas constituições antigas, 
bem complicado. 
 
Tem um julgado do STF que deixa essa 
revogação bem clara. 
Constitucional II 
@piluladc 
 
A nova constituição resulta da revoga-
ção sistêmica da CF pretérita. Essa é a 
regra no Brasil. 
 
Prorrogação ou recepção material das 
normas constitucionais 
Conceito – fenômeno pelo qual a nova 
constituição recebe em caráter precário 
(provisório) determinadas normas da 
constituição pretérita. 
 
São recebidas temporariamente, até 
uma certa data, pra evitar um vácuo, 
uma lacuna. 
 
Também não é a regra, mas se estiver 
escrito pode. Tem que estar especifi-
cado no texto da norma nova, pode ser 
só em alguns artigos, como aconteceu 
na de 1988. 
 
Exemplos – Artigos do ADCT 
 
 “Art. 27. O Superior Tribunal de 
Justiça será instalado sob a Presidên-
cia do Supremo Tribunal Federal. 
§ 1º Até que se instale o Superior 
Tribunal de Justiça, o Supremo Tribunal 
Federal exercerá as atribuições e com-
petências definidas na ordem constitu-
cional precedente.” 
 
STJ foi criado com a constituição de 
1988. Estabelece as condições até que 
a criação seja concluída. 
 
“Art. 29. Enquanto não aprova-
das as leis complementares relativas ao 
Ministério Público e à Advocacia-Geral 
da União, o Ministério Público Federal, 
a Procuradoria-Geral da Fazenda Naci-
onal, as Consultorias Jurídicas dos Mi-
nistérios, as Procuradorias e Departa-
mentos Jurídicos de autarquias federais 
com representação própria e os mem-
bros das Procuradorias das Universida-
des fundacionais públicas continuarão 
a exercer suas atividades na área das 
respectivas atribuições.” 
 
Antigamente, o promotor poderia tam-
bém advogar, e a partir da nova CF não 
poderia mais, promotor é só promotor. 
Mas esse artigo tem o parágrafo 4, que 
diz que quem já era promotor antes da 
CF nova poderia optar por manter esse 
direito de ser os dois. 
 
“§ 4º Os atuais integrantes do 
quadro suplementar dos Ministérios Pú-
blicos do Trabalho e Militar que tenham 
adquirido estabilidade nessas funções 
passam a integrar o quadro da respec-
tiva carreira.” 
 
“Art. 34. O sistema tributário na-
cional entrará em vigor a partir do pri-
meiro dia do quinto mês seguinte ao da 
promulgação da Constituição, mantido, 
até então, o da Constituição de 1967, 
com a redação dada pela Emenda nº 1, 
de 1969, e pelas posteriores. 
§ 1º Entrarão em vigor com a 
promulgação da Constituição os arts. 
148, 149, 150, 154, I, 156, III, e 159, I, 
"c", revogadas as disposições em con-
trário da Constituição de 1967 e das 
Emendas que a modificaram, especial-
mente de seu art. 25, III.” 
 
Tributário novo só vale a partir do dia 1o 
de maio de 1989. 
 
 “Art. 70. Fica mantida atual 
competência dos tribunais estaduais 
até que a mesma seja definida na 
Constituição do Estado, nos termos do 
art. 125, § 1º, da Constituição.

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