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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL – SENAC JOINVILLE CURSO DE CONDUTOR AMBIENTAL LOCAL PROJETO INTEGRADOR ALUNOS ALESSANDRO PEREIRA RAMOS ANGELO CESAR VIEIRA CRISTIANE APARECIDA PRESTES DA MAIA NELY LOPES LINDNER PROPOSTA DE ROTEIRO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MORRO DO FINDER EM JOINVILLE / SC JOINVILLE 2020 ALUNOS ALESSANDRO PEREIRA RAMOS ANGELO CESAR VIEIRA CRISTIANE APARECIDA PRESTES DA MAIA NELY LOPES LINDNER PROPOSTA DE ROTEIRO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MORRO DO FINDER EM JOINVILLE / SC Projeto apresentado como requisito de conclusão da Unidade Curricular de Projeto Integrador no Curso de Condutor Ambiental Local, sob orientação dos Professores Izabela Pacheco Cardoso e Fabricio de Castro Alves. Joinville 2020 SUMÁRIO 1. PROBLEMATIZAÇÃO...........................................................................................4 2. DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4 3. SINTESE................................................................................................................7 3.1 PESQUISA SOBRE VISITAÇÃO DO PARQUE......................................................9 3.2 CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL DE JOVENS E ADOLESCENTES...............13 3.3 EXECUÇÃO DA TRILHA.....................................................................................14 REFERENCIAS.........................................................................................................17 4 1.PROBLEMATIZAÇÃO Joinville está localizada ao Norte do estado de Santa Catarina, é a maior cidade do estado, e é a terceira mais populosa na Região Sul do Brasil, atrás apenas de Porto Alegre e Curitiba. Possui acesso direto ao mar pela Baía da Babitonga, com saídas no bairro dos Espinheiros e Vigorelli. É uma cidade com grande área de mata atlântica preservada, possui diversos morros, entre eles, dois são parques municipais: Parque do Morro Boa Vista e o Parque Municipal Morro do Finder. Dentre os morros e parques urbanos de Joinville, escolhemos o Parque Municipal Morro do Finder por ser um atrativo de grande relevância para a comunidade, com fácil localização e acesso. Criado pelo Decreto Municipal nº 7.056/93, o Parque possui uma área de 50.000m2 delimitada entre os bairros Bom Retiro, Iririú e Aventureiro e que abriga inúmeros exemplares da flora e fauna da Mata Atlântica. Suas trilhas podem ser visitadas por diferentes faixas etárias e se ramificam em diversos caminhos, proporcionando a contemplação e o contato com a natureza através de diferentes modalidades como caminhada, corrida, ciclismo, escalada em rocha e atividades de educação ambiental. 2.DESENVOLVIMENTO De acordo Barretto (1991, p. 47-48) conforme citado por Binfare (2016, p27) o turismo é essencialmente movimento de pessoas e atendimento às suas necessidades, assim como às necessidades das outras pessoas que viajam. O turismo é o fenômeno de interação entre o turista e o núcleo receptor e de todas as atividades decorrentes dessa interação. 5 Dessa forma os equipamentos e atividades de lazer e turismo têm nos parques urbanos uma grande ferramenta de transformação. De certa forma eles refletem o imaginário sobre a natureza e meio ambiente dos cidadãos, e são uma tentativa de religar-se à natureza em meio a selva urbana. Refletir sobre novas perspectivas desse parque urbano, e entender o mesmo como uma parte importante da cidade na construção de novas oportunidades de lazer e turismo de qualidade, são os interesses desse artigo. O parque Municipal Morro do Finder é o primeiro parque de preservação, conservação e educação ambiental de Joinville, criado pelo Decreto nº 7.056/93, tem aproximadamente 50.000m² localizado no morro do Iririú, no bairro que leva o mesmo nome. Sua flora e fauna, de grande exuberância, são exemplos característicos da biota ombrófila que predomina na região, também conhecida como mata Atlântica. Figura 1: Autor: Diego Augusto Moreira (2014) 6 O Parque foi criado em 1992 com o intuito de preservar a área natural em meio a área urbana do município, podendo ser utilizado como espaço de educação ambiental e lazer para os moradores da cidade, com possibilidade de realização de práticas de pesquisa científica e de turismo ecológico. O parque também possui trilhas de observação para pedestres, pista de mountain bike, pontos para escalada em rocha e áreas de repouso. Figura 2 Autor: Alessandro Pereira Ramos Destacamos na figura 2 a entrada principal ao Parque Municipal Morro do Finder, seu pórtico de acesso e estacionamento, logo abaixo a figura 3 ilustra a Pedra do Veloso, uma das vias de escalada do parque com grau de dificuldade elevado em alguns pontos para a prática de escalada em rocha e rapel. Existe uma área aberta que fica no centro da trilha e que possuí um mirante que necessita de reforma, esse ambiente aberto fornece uma oportunidade para atividades lúdicas onde se tem maior contato com a flora e fauna que transita na trilha e espécies da Mata Atlântica. 7 Figura 3 Autor: Revista Blog de escalada É importante frisar que o município de Joinville não possui plano de manejo para a referida área e também não existe cálculo de carga das trilhas, em recente resposta ao ministério público de Santa Catarina sobre a falta do referido documento, a prefeitura respondeu que não haveria motivo para fazer um estudo específico sobre o tema do plano de manejo de forma urgente, isto porque existe a previsão de tal levantamento a iniciar em 2021, conforme notícia veiculada em jornal de grande circulação do município, a prefeitura informou estar preparando a contratação da empresa para a elaboração do plano de manejo da área de relevante interesse ecológico (ARIE) Iririú, unidade de conservação foi criada em 2012 e tem 525 hectares protegendo o Morro do Iririú e entorno – dentro dessa ARIE está o parque Morro do Finder. 3.SINTESE Considerando que o Parque Morro do Finder possui além da trilha principal, outras que se ramificam ao longo de seus caminhos, cheias de histórias construídas ao longo dos anos. É acessível para todas as idades, e por este motivo, o presente trabalho vai 8 propor algumas melhorias e projetos de acessibilidade, visando além da ideia de conhecer as trilhas, também o despertar para a educação ambiental e sustentabilidade, preservando o local para gerações futuras. Desta forma propomos duas fases, sendo a primeira de melhorias envolvendo projetos sócio ambientais, e a segunda a roteirização, conforme passaremos a descrever como segue: a. Fase 1: da conservação da trilha e projetos sócio ambientais - Toten na entrada contando a história do local; - Conservação e restauro das trilhas, com parceria público/privada; - Placas e mapas de acessos dos caminhos, e um breve relato sobre a característica de cada trilha, inclusive em braile; - Controle por livro auto registro, e recolhimento das informações para levantamento de dados semestralmente, visando uma coleta sobre faixa etária, sexo, cidade de origem, e claro, o número de visitantes; - Instalação de um jardim sensorial onde os visitantes além de ter o contato com a natureza, possam também estimular os seus sentidos;- Parcerias com escolas público/privadas para visitação com condutor local. b. Fase 2: roteirização - Trilha principal: 2200 metros de extensão - 20 minutos tempo aproximado de caminhada. Capacidade de suporte 20 pessoas. - Trilha do Bananal: 1310 metros de extensão – 30 minutos tempo aproximado de caminhada. Capacidade de suporte 15 pessoas. - Trilha do Palmiteiro: 500 metros de extensão – 15 minutos tempo aproximado de caminhada. Capacidade de suporte 15 pessoas. - Trilha da Gruta: 600 metros de extensão – 18 minutos tempo aproximado de caminhada. Para os praticadores de escalada, a Gruta oferece várias vias para a prática desta atividade. - Pista de Mountain Bike: Possui duas trilhas para essa modalidade, uma com 9 2780 metros de extensão - leva em média 20 minutos para percorrer e outra com 2050 metros de extensão e leva cerca de 15 minutos para ser percorrida. Pedra do Veloso: possui várias vias de escalada, algumas inclusive com grampos fixados. 3.1 PESQUISA SOBRE VISITAÇÃO DO PARQUE Para auxiliar a proposta da trilha ecológica foi feita no início de novembro de 2020 uma pesquisa de visitação do parque com auxílio de ferramentas de comunicação e também redes sociais dos integrantes da equipe, dessa forma conseguimos coletar alguns dados que auxiliarão nas propostas de melhoria da trilha e visitação. Também foi oportunizado aos participantes responder de forma aberta algumas opiniões sobre o parque, o resultado foi evidenciado nos gráficos abaixo: 10 11 12 13 Na pesquisa qualitativa houve muitos comentários positivos de que retornariam ao parque, gostam bastante, indicariam aos amigos/familiares e dentre as principais queixas estão relacionados a manutenção do parque, entre as quais citamos a seguir: Que o parque é pouco explorado, podendo oferecer muito se tivesse uma estrutura similar ao Mirante do Morro da Boa Vista, e principalmente se em alguns trechos fosse pavimentado auxiliando o deslocamento durante a visitação. Foi citado insegurança ao realizar a visitação, falta de rondas por parte da PM e Guarda Municipal ou segurança privada pelo parque. Falta de manutenção, sinalização, placas, bem como lixeiras, bancos para descanso. Alguns comentários são sobre os setores de escalada no parque, e que os mesmos deveriam ser incentivados com abertura de novos setores e trilhas, bem como o incentivo de esportes como rapel e arborismo e até a instalação de uma tirolesa. Com a devida pavimentação, restauração das trilhas e iluminação pública os participantes da pesquisa indicam que seria um local muito frequentado pelas pessoas da região como uma opção de lazer e local para a prática de esportes. 3.2 CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL DE JOVENS E ADOLESCENTES Após a coleta dos dados e também da proposta prévia que os autores desenvolveram surge a proposta da trilha ecológica no intuito de estabelecer o contato de muitas crianças com a natureza, de modo que elas possam perceber que fazem parte desse meio também e que necessitam preservá-lo. A educação ambiental na fase da infância é essencial para a formação de mentes críticas e conscientes da condição ambiental. Após uma aula introdutória, é realizada a inspeção para ver se a trilha ecológica está em condições, permitindo o acesso seguro à trilha para executar com os alunos a caminhada ecológica. A trilha ecológica do Finder será dividida em 4 trilhas de diferentes distâncias, nas quais o grupo de visitantes poderá obter informações referentes a diversos temas relativos ao meio ambiente. 14 A visita será guiada pelo professor responsável pela turma e também por algum condutor ambiental qualificado para orientações sobre conduta pessoal durante a visitação em unidade ecológica e sempre frisando a proteção ambiental e a importância da manutenção do ecossistema da floresta. Durante o percurso, os alunos discutem sobre temas como ecologia, natureza, forma de se preservar o meio ambiente e o nosso planeta. Para a realização das atividades, o projeto buscará alunos de escolas estaduais e municipais de Joinville, pertencentes aos anos de 5ª até 9ª série, e através da parceria com a Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Joinville, que poderá ceder o transporte. 3.3 EXECUÇÃO DA TRILHA A proposta inicial é feita através de palestras audiovisuais que podem ser conduzidas pelos professores em ambiente escolar utilizando-se de Datashow, caixa de som e notebook, objetivando transmitir os conceitos socioambientais para os alunos que visitarão a trilha. Para a aplicação da intervenção foram utilizadas 04 aulas, nas quais realizamos atividades mediadas pela professora da turma, podendo ser os discentes de Geografia ou Biologia. Aula 1: Apresentação da ideia do trabalho de campo e definição da trilha ecológica. Explicação da relação da trilha com o assunto que estava sendo trabalhado em sala de aula (Recursos Naturais: água, solo e ar). Aula 2: Aplicação do pré-questionário Aula 3: Realização da caminhada na trilha Aula 4: Aplicação do pós-questionário Durante o ano letivo o(a) professor(a) responsável pela turma irá trabalhar os assuntos e conceitos sobre os recursos naturais: a água, o solo e ar dentro de sua grade curricular normalmente. Durante esse período os alunos serão sensibilizados previamente para o dia da trilha e a importância do que eles estão vendo na sala de aula. 15 Importante frisar que é necessário providenciar as autorizações da pesquisa, inclusive a permissão de saída dos estudantes juntamente com a solicitação do transporte escolar. Aula 2, um dia anterior à trilha, é aplicado um pré-questionário para verificarmos o conhecimento dos alunos com relação ao assunto. Na aula será percorrida a trilha ecológica com as crianças. O trajeto total da trilha será adequando conforme a disponibilidade ou limitação de cada turma, importante verificar se alguma pessoa da sala possui alguma necessidade especial e tentar contornar a situação buscando a devida ajuda para a pessoa poder participar de maneira completa. Aula 3: A trilha deve prosseguir da seguinte forma: 9:00h – Roda de conversa inicial na frente do pórtico que dá acesso a trilha do Parque do Finder – perguntar aos alunos o que eles esperam encontrar no percurso da trilha e relacionar com o que estão estudando na matéria de ciências. 9:30h – Início da trilha - No decorrer do trajeto é necessário fazer intervenções pelo condutor ambiental e pelo professor no sentido de guiar os adolescentes, evitando que elas se distraiam e dispersem a atenção para assuntos distantes do propósito da trilha. Importante ter uma pessoa guiando e outra fechando a fila indiana para que ninguém se perca durante o trajeto. Durante o percurso serão realizadas paradas para evidenciar aos alunos alguns itens da matéria que estava sendo trabalhada na sala de aula, como a importância da água e do solo para as plantas e outros seres vivos. Nesse momento pode-se também fazer uma ligação com a disciplina de história, onde serão abordados aspectos históricos do lugar e sua importância para o município e também a matéria de geografia, utilizando as coordenadas do local para estudar temas como latitude e longitude e também os pontos cardeais. Esse momento também é importante para evidenciar a prática do esporte de montanhismo e escalada, apresentar os conceitos de trekking e hiking e também noções básicas de acampamento e sobrevivência na natureza e principalmente como se portar durante uma trilha e principalmente orespeito a natureza. 16 Caso for possível e houver disponibilidade de alguma empresa ou instrutor de escalada seria de grande valor para a iniciação esportiva de algumas crianças no esporte de escalada e rapel, já que a trilha do morro do Finder possui alguns pontos propícios para a prática de rapel e escalada em rocha, porém isso dependerá da disponibilidade e interesse de empresas e pessoas que puderem ajudar com o projeto. Isso acrescentaria entre 1h até 1:30 ao total do percurso. A última parada é na área aberta que fica no centro da trilha que fornece uma oportunidade para atividades lúdicas, e podem ser introduzidas questões como que tipo de flora e fauna que transita na trilha e espécies avistadas durante o passeio, pode-se utilizar o auxílio das placas que estão distribuídas pelo parque com informações dos animais. Entre 10:30 até 11:30 – Fim da trilha – roda de conversa final e lanche. Por último, na aula 4, um dia após o evento, será aplicado um pós-questionário com o objetivo de os alunos registrarem o que foi verificado na trilha. É necessário realizar registros audiovisuais do evento por todo o percurso com a finalidade de registrar o momento e apontar algumas percepções dos alunos. Objetivamos assim demonstrar aos alunos que podemos viver numa sociedade harmônica e em equilíbrio com o meio ambiente, e que a aula prática in loco será uma valiosa lição para que eles possam mudar as atitudes com o meio ambiente, e entender que um futuro melhor das próximas gerações depende das mudanças que fazemos em nossas atitudes. Deseja-se que após essa aula ao ar livre, os estudantes desenvolvam um pensamento crítico e que eles possam aprender de que forma podem preservar o meio ambiente com atitudes simples, além de aguçar alguns deles a praticar atividades ao ar livre que foram mencionadas anteriormente, sobretudo estimular o pensamento crítico e a percepção deles sobre atitudes tomadas por empresas e governo sobre as questões socioambientais do meio em que vivem. 17 REFERENCIAS Figura 3: https://blogdescalada.com/assista-ao-impressionante-video-de-escalada-em- highball-praticado-no-brasil/ BINFARE, P. W.; CASTRO, C. T.; SILVA, M. V.; GALVÃO, P. L.; COSTA, S. P. Planejamento turístico: aspectos teóricos e conceituais e suas relações com o conceito de turismo. Revista de Turismo Contemporâneo, v. 4, 15 abr. 2016. GONÇALVES, Mônica Lopes et al. Caminho & Trilhas: joinville - são francisco do sul - garuva - itapoá - campo alegre. Joinville: Editora Letradágua, 2004. 88 p. https://blogdescalada.com/assista-ao-impressionante-video-de-escalada-em-highball-praticado-no-brasil/ https://blogdescalada.com/assista-ao-impressionante-video-de-escalada-em-highball-praticado-no-brasil/
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