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ESTADO DA PARAÍBA POLÍCIA MILITAR CENTRO DE EDUCAÇÃO ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO CABO BRANCO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DANIEL ALVES DE MOURA E SILVA DANNIEL MACHADO LEITE INTERVENÇÃO EM EMERGÊNCIAS COM GÁS NATURAL JOÃO PESSOA 2013 DANIEL ALVES DE MOURA E SILVA DANNIEL MACHADO LEITE INTERVENÇÃO EM EMERGÊNCIAS COM GÁS NATURAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica do Curso de Formação de Oficiais da Paraíba do Centro de Educação como requisito parcial de avaliação. Orientador: Professor Alexandre Fragoso JOÃO PESSOA 2013 AGRADECIMENTO Agradecemos a todos os amigos, professores e familiares que nos guiaram até então... DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho a toda sociedade paraibana e mato Grossense, as quais ao final do curso, deveremos servir, com o risco da própria vida. RESUMO O estudo buscou habilitar tecnicamente e operacionalmente o Bombeiro Militar para atuarem nos casos em que hajam ocorrências de emergências com o gás natural. Destaca-se que as políticas de proteção ao meio ambiente onde instituições de todo o mundo reuniram-se para analisar as questões ambientais tentando ajustar a desenfreada busca do desenvolvimento com métodos que causem menos danos ao meio ambiente. A busca da adequação a realidade de risco que envolve diversos elementos como no caso do Gás Natural, e considerando que o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, como um dos representantes do poder estadual que tem o dever de manter a preservação do meio ambiente, especificado em sua missão, portanto deve se adequar as políticas e normas de proteção ambiental para ter moral para cobrar do povo o cumprimento das normas específicas. Palavras-chave: Risco; Intervenção; Gás Natural. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 1.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 5 2.1. GÁS NATURAL: CONCEITO E PROPRIEDADES ........................................... 5 2.2. INTERVENÇÃO EMERGENCIAL ................................................................... 14 3. METODOLOGIA .................................................................................................... 25 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................... 25 3.2 SUJEITO DA PESQUISA ................................................................................ 25 3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS............................................... 25 3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS............................................ 25 3.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ...................................................... 26 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................................... 27 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 28 REFERENCIAS ......................................................................................................... 29 ANEXOS ................................................................................................................... 32 3 1. INTRODUÇÃO O Gás natural é uma energia de origem fóssil. Possui uma combustão limpa, com reduzida emissão de poluentes e melhor rendimento térmico, o que possibilita redução de despesas com a manutenção e melhor qualidade de vida para a população. A composição do gás natural é o gás metano, etano, propano, butano e outros gases em menores proporções. A sua combustão é completa, liberando como produtos o dióxido de carbono e vapor de agua. Os dois componentes são menos tóxicos, o que faz do gás natural uma energia mais ecológica e menos poluente. O gás natural é limpo e eficiente e muito valorizado em todo mundo por causa da relação entre energia e o meio ambiente. Assim, o gás natural é um combustível altamente empregado em nosso país, verificamos sua presença em gasodutos, postos de combustíveis e demais instalações de manuseio do produto. A grande aceitação resulta do baixo preço, acrescido de outras características amplamente divulgadas pelo fabricante, tais como: menos poluentes, menos tóxicos, tem densidade inferior ao ar e apresenta fácil dispersão na atmosfera. Entretanto, ainda existem muitas pessoas que se esquecem de que se trata de um gás combustível, bastante inflamável, pois seus principais componentes são os hidrocarbonetos, metano e etano, trazendo grandes riscos de incêndio e explosão em ambientes confinados em presença de fontes de ignição. Catástrofes podem ocorrer si não já ocorreram no Brasil e no mundo com vitimas fatais ou não além dos prejuízos matérias. Os Corpos de Bombeiros Militar necessitam conhecer as propriedades do gás natural, sua área de aplicação, as características que envolvem as emergências e, estabelecer uma prestação de serviço eficiente na realização de procedimentos operacionais quando da intervenção. Neste contexto, quando houver um vazamento de gás em um ambiente fechado há uma maior propensão para ocorrer uma explosão. Assim, por ser um gás muito utilizado no nosso país o corpo de bombeiro deve trabalhar com a prevenção de catástrofes decorrentes deste tipo e, se ocorrer um vazamento, deve saber lidar com a fatalidade, treinando os componentes das unidades táticas de incêndio para 4 fechar válvulas de bloqueio de gás em veículos, gasodutos, postos de combustíveis e demais instalações. Desta forma, questiona-se, por conseguinte, como o bombeiro militar deve agir em caso de vazamento de gás em lugares fechados, e também quando do evento explosão? Outro questionamento está em torno das políticas educativas para que a população que utiliza o gás em suas residências, carros e demais lugares saibam prevenir um sinistro tendo os cuidados necessários com o manuseio de tal substância. 1.1. OBJETIVO GERAL Habilitar tecnicamente e operacionalmente o Bombeiro Militar para atuarem nos casos em que hajam ocorrências de emergências com o gás natural. 1.1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a. Capacitar operacionalmente o efetivo envolvido nessas ocorrências; b. Conhecer os equipamentos necessários a serem utilizados nas diversas ocorrências; c. Dominar as técnicas de extinção; d. Conhecer a composição e propriedades do gás natural. 5 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. GÁS NATURAL: CONCEITO E PROPRIEDADES Segundo Abreu (1995) historicamente a descoberta do gás natural ocorreu no Irã entre 6000 e 2000 AC e que, na Pérsia, utilizavam o combustível para manter aceso o "fogo eterno", símbolo de adoração de uma das seitas locais. O GN (gás natural) já era conhecido na China desde 900 AC, mas foi em 211 AC que o país começou a extrair a matéria-prima com o objetivo de secar pedras de sal. Utilizavam varas de bambu para retirar o GN de poços com profundidade aproximada de 1000 metros. (Gás Natural, 2005) O gás natural só foi descoberto na Europa em 1659, inicialmente não despertando interesse por causa da grande aceitação do gás resultante do carvão carbonizado (town gas), que foi o primeiro combustível responsável pela iluminação de casas e ruas desde 1790. Já nos Estados Unidos, o primeiro gasoduto com fins comerciais entrou em operação na cidade de Fredonia, no Estado de Nova York, em 1821, fornecendo energia aos consumidorespara iluminação e preparação de alimentos. No final século XIX o gás natural passou a ser utilizado em maior escala na Europa frente a invenção do queimador Bunsen, em 1885 (por Robert Bunsen) que misturava ar com gás natural, e a criação de um gasoduto à prova de vazamentos, em 1890. Mesmo assim, as técnicas de construção eram modestas e os gasodutos tinham no máximo 160 km de extensão, impedindo o transporte de grandes volumes a longas distâncias, e, consequentemente, reduzindo a participação do GN no desenvolvimento industrial, marcado pela presença de óleo e carvão. Com a na tecnologia de construção de gasodutos, no final de 1930, viabilizaram o transporte do GN para longos percursos. O mercado industrial do gás natural era relativamente pequeno até a II Guerra Mundial, quando então o GN tornou-se extremamente disponível. Entre 1927 e 1931, já existiam mais de 10 linhas de transmissão de grande porte nos Estados Unidos, mas sem alcance 6 interestadual. A descoberta de vastas reservas também contribuiu para reduzir o preço do GN, que o tornou uma opção mais atraente que o "town gas". O grande crescimento de construções pós-guerra durou até o ano de 1960 e foi responsável pela instalação de milhares de quilômetros de dutos, proporcionado pelos avanços em metalurgia, técnicas de soldagem e construção de tubos. Desde então, o gás natural passou a ser utilizado em grande escala por vários países, devido às inúmeras vantagens econômicas e ambientais. O gás natural apresenta diversas vantagens em relação aos demais combustíveis, principalmente no que se refere ao meio ambiente. Ele é um produto com presença reduzida de contaminantes. Seu processo de queima gera baixo teor de óxido de enxofre, fato que não ocorre com os demais combustíveis, o que o torna isento da produção de particulados, tais como cinza e fuligem. Além disso, como ele é um gás leve, dispersa-se na atmosfera mais rapidamente em casos de vazamentos sem a necessidade de indução mecânica. BERMANN (2002), ressalta que em substituição aos demais combustíveis fósseis, o gás natural provoca uma grande redução nas emissões de gás carbônico (aproximadamente, 32% menos que o óleo combustível e 41% menos que os combustíveis sólidos como o carvão). Porém, ao ser comparado com fontes renováveis como a energia nuclear e a energia hidrelétrica, o gás natural apresenta resultado inferior em termos de emissões gasosas que conduzem ao efeito estufa. No entanto, ele apresenta vantagens significativas quando comparado à energia nuclear na geração de resíduos radioativos de alta periculosidade. Além disso, o gás natural não provoca grandes impactos relacionados à inundação de áreas florestais, ao reassentamento de populações ou obstrução de áreas produtivas, como ocorre com as hidrelétricas. Com relação à facilidade de operação, o gás natural compara-se à energia elétrica. O gás natural pode aproximar-se do usuário final de energia elétrica, evitando etapas intermediárias de transformação energética, pois apresenta queimas praticamente isentas de contaminantes. Essa transposição de estágios normalmente representa grandes ganhos em termos de eficiência e racionalidade do uso do gás natural. 7 Já quando comparado com a gasolina ou o querosene, o gás natural é menos inflamável, apresentando riscos de explosão bem menores em caso de choque no processo de transporte e manipulação, contribuindo sobremaneira para a formação de uma imagem de energia confiável e segura. Com relação a aspectos de confiabilidade e segurança, o gás natural leva grande vantagem em relação ao gás liquefeito de petróleo, já que o GLP é constituído de propano e butano, sendo mais pesado que o ar. Desta forma, em situações de vazamento, o GLP tende a se acumular nos arredores dos locais de escape, podendo gerar explosões na presença de faíscas e centelhas elétricas. Por outro lado, o gás natural sendo composto de metano e etano, é mais leve que o ar e tende a dispersar-se rapidamente. Do ponto de vista econômico, uma característica importante do gás natural é que sua queima não provoca a deposição de impurezas nas superfícies de troca térmica, evitando a corrosão e prolongando a vida útil dos equipamentos. Além disso, o sistema de canalização utilizado para suprimento primário do gás poupa o espaço destinado à estocagem de combustíveis líquidos ou sólidos no local de consumo. Para muitos países, o gás natural representa uma alternativa mais simples e imediata para a redução de sua dependência ao petróleo. No Brasil, esta possibilidade é promissora, já que a totalidade do gás brasileiro, juntamente com parcelas do gás venezuelano, boliviano e argentino existentes podem contribuir para reduzir significativamente as pressões de consumo de petróleo da economia brasileira. BENJAMIN (2000) afirma que a Bolívia e a Argentina não têm outros clientes para o gás que dispõem, devido à localização distante em relação aos grandes centros consumidores. Assim, o Brasil deveria direcionar esforços no sentido de formar uma parceria energética, desejável para nós e inevitável para eles, de modo a criar uma zona regional de cooperação e desenvolvimento centrada na própria moeda brasileira. Desta forma, surgiria a possibilidade de trocar o gás natural boliviano e argentino por créditos a serem utilizados na compra de outros produtos dentro de 8 nossa própria economia. Além disto, BENJAMIN (2000) sugere que poderia ser criada uma moeda contábil dentro do Mercosul. Na sua utilização como matéria-prima, o gás natural constitui-se como um insumo fundamental na indústria gasquímica e de fertilizantes, principalmente no processo produtivo da amônia e do metanol. De acordo com SANTOS (2002), o uso do produto coma matéria-prima representa aproximadamente 6% da demanda mundial de gás natural. Outro grande consumo de gás natural ocorre na própria indústria gasífera e petroleira. Na extração do petróleo, parte do gás associado é reinjetado no próprio campo ou em outro campo para manter a pressão do reservatório e aumentar a recuperação do petróleo. Outra parcela do gás associado ao petróleo é injetada nos poços de produção, conferindo maior fluidez ao óleo, além de otimizar sua extração. Ainda na indústria petrolífera, o gás é utilizado para gerar a energia necessária aos equipamentos de separação de óleo e gás e suprir as diversas necessidades energéticas na área de produção, incluindo as bombas e os compressores utilizados para alimentar os gasodutos de transporte. Embora a importância da utilização do gás natural tanto como matéria-prima, quanto na recuperação do petróleo seja considerável, a grande potencialidade do produto está na sua utilização como combustível para a geração de energia nos diferentes setores de consumo do tipo: industrial, veicular, comercial/residencial, geração de eletricidade e cogeração. Em seguida, é apresentada uma ampla discussão sobre o uso do gás natural nestes setores. O gás natural pode ser definido como uma mistura de hidrocarbonetos leves que, sendo constituída em sua maior parte de metano, permanece no estado gasoso à temperatura ambiente e pressão atmosférica, (CONPET, 2000). Na natureza, ele é encontrado em rochas porosas no subsolo, podendo estar associado ou não ao petróleo. Normalmente, apresenta baixos teores de contaminantes, como nitrogênio, dióxido de carbono e compostos de enxofre. Sendo mais leve que o ar, o combustível dissipa-se facilmente na atmosfera em casos de vazamento. 9 O gás natural é uma alternativa ao petróleo e, conseqüentemente, de grande importância estratégica. Suas reservas provadas são significativas, o que permite o consumo mundial por pelo menos 65 anos (PBGÁS, 2002), além de estarem dispersas em mais de 90 países. Ressalta-se ainda que o gás natural é o combustívelfóssil mais limpo e mais seguro, com um custo de produção baixo. As perspectivas atuais de utilização do GN são extremamente positivas, já que a demanda por combustíveis não poluentes para a indústria, comércio e transportes, bem como, para geração termelétrica aumenta expressivamente. (Gás Natural, 2005) Nas indústrias, o uso do gás natural pode ocorrer em vários ramos de atividade, destacando-se os setores de alimentos e bebidas, têxtil, cimento, cerâmicas, vidro, papel e celulose, fundição e siderurgia. Nestas plantas, o gás é utilizado principalmente na geração de vapor para posterior processamento, aliado a sistemas de geração elétrica e cogeração. SANTOS (2002) julga que o papel de maior importância a ser reservado ao gás natural é o de substituir a energia elétrica usada na eletrotermia, isto é, no aquecimento industrial de processos ou na geração de vapor através da eletricidade. No caso específico do Brasil, esta prática representa um ônus severo para o setor elétrico pois a indústria é responsável por 45% do consumo de energia elétrica do país (BEN, 2002). Os principais setores industriais que representam mercados potenciais para o gás natural e que permitem a obtenção de grandes vantagens tanto em termos de qualidade do produto final quanto em economia, conservação e uso racional da energia. Infelizmente, parece que a percepção destas qualidades do gás natural nos países menos desenvolvidos é difícil. No Brasil, os investimentos iniciais para expansão dos sistemas de transportes e distribuição de gás natural são elevados, tornando o preço do combustível pouco atrativo quando comparado com os demais energéticos concorrentes, cujas infra-estruturas logísticas já estão consolidadas. 10 Além disto, o ambiente macroeconômico com elevada taxa de juros, aliado a pouca maturidade da indústria gasífera, se constituem em grandes obstáculos que inibem a disponibilização de recursos financeiros para financiar a troca de equipamentos por parte dos usuários. Por outro lado, surge como grande aspecto favorável para a penetração do gás natural no setor industrial a sua característica marcante de gerar a menor taxa de emissão de CO2 dentre os combustíveis fósseis, contribuindo severamente para a redução do efeito estufa. Até meados da década passada, inexistiam legislações ambientais mais rigorosas que obrigassem o industrial a considerar os custos ambientais do seu consumo energético. Logo, verificava-se uma grande resistência à incorporação do gás natural como novo energético para fins industriais, refletindo total desconhecimento da questão energética e reduzida visão do conceito de competitividade industrial. No entanto, a capacidade do gás natural de reduzir emissões indesejáveis é tão grande que segundo o Instituto de Energia de São Paulo, a cidade de Cubatão, no litoral paulista, só está conseguindo se tornar habitável em função de que 90% das numerosas indústrias ali instaladas fizeram a conversão para o gás natural, abandonando o uso de óleos pesados de refinaria (REVISTA ENGENHARIA, 2000). Esta oportunidade vem se tornando cada vez mais real, pois, com a intensificação das pressões ambientais, foi elaborado o Protocolo de Kyoto, em 1997, no qual os países signatários comprometeram-se a reduzir suas emissões em pelo menos 5,2% dos índices de 1990, no período de 2008 a 2012 (MCT, 2000). Porém, ocorre que os países desenvolvidos têm sérias dificuldades em reduzir suas emissões de CO2 devido ao elevado custo envolvido. De acordo com o Banco Mundial, os custos de redução das emissões internamente nos países desenvolvidos foram avaliados em US$ 580,00 por tonelada de carbono no Japão, enquanto que nos EUA atingiriam US$ 180,00 e na Comunidade Européia este custo seria de US$ 270,00 por tonelada de carbono (MCT, 2000). 11 Devido a esses altos custos e as dificuldades de se reduzir tão bruscamente as emissões de CO2 nos grandes centros produtivos foi criada uma fórmula alternativa: o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Portanto, os países desenvolvidos podem optar por financiar ações desta ordem nos países em desenvolvimento, adquirindo, em troca, créditos de carbono, evitando que sua competitividade seja afetada pelos custos da adequação. A priori, se faz necessário antes de adentrarmos no tema, compreendermos o conceito de gás natural; para tanto, de acordo com a enciclopédia livre Wikipédia (2010, s.p): O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o metano tem uma participação superior a 70 % em volume. A composição do gás natural pode variar bastante dependendo de fatores relativos ao campo em que o gás é produzido, processo de produção, condicionamento, processamento, e transporte. O gás natural é um combustível fóssil e uma energia não-renovável. O gás natural é encontrado no subsolo através de jazidas de petróleo, por acumulações em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. É o resultado da degradação da matéria orgânica de forma anaeróbica oriunda de quantidades extraordinárias de micro-organismos que, em eras pré-históricas, se acumulavam nas águas litorâneas dos mares da época. Essa matéria orgânica foi soterrada a grandes profundidades e, por isto, sua degradação se deu fora do contato com o ar, a grandes temperaturas e sob fortes pressões. Lima Costa e outros autores (2005) no Artigo: Componentes químicos presentes no gás natural, na gasolina e no petróleo, elucidam ainda mais o entendimento: É um combustível originado a partir de fósseis de antigos seres vivos isolados do exterior por rochas impermeáveis. Quando é retirado dos reservatórios, o gás natural é constituído por metano, etano, propano, butano, água, compostos de enxofre, partículas sólidas, dióxido de carbono, compostos de nitrogênio, hidrocarbonetos superiores a 4 átomos de carbono e hidrocarbonetos líquidos. Após ser extraído, o gás passa pelas unidades de processamento de gás natural com o objetivo de separar o metano e o etano dos outros constituintes. Depois o refino é enviado para as unidades de processamento do gás natural, onde os componentes são separados em: gás processado ou residual, formado pelo metano e etano, gás liquefeito de petróleo o “gás de cozinha”, formado pelo propano e butano, e a gasolina natural, formada pelo pentano, hexano e heptano. Apesar dos rigorosos processos de purificação do gás natural esse composto apresenta ainda outros constituintes além do metano e do etano, mas em baixas percentagens. 12 Neste diapasão, sabe-se que o Gás Natural trata-se de uma substância tóxica, inflamável e menos densa que o ar e, uma vez propagada em ambientes fechados através de vazamento podem gerar graves problemas, tais quais: explosões e intoxicações, sobretudo pondo em risco a vida dos cidadãos e deixando-os propensos ao evento morte, além de causar prejuízos materiais, como a perda de uma residência em virtude de uma explosão. De acordo com Campos (2001) a História do Gás Natural no Brasil iniciou-se a indústria do gás em 1828, com D. Pedro I licenciando uma empresa para executar a iluminação das ruas da cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo a iluminação iniciou-se em 1872, propiciada pela empresa inglesa denominada The São Paulo Gás Company Ltda. A utilização do Gás Natural no Brasil começou de maneira tímida por volta de 1940, com as descobertas de óleo e gás na Bahia, atendendo a indústrias localizadas no Recôncavo Baiano. Depois de alguns anos, as bacias do Recôncavo, Sergipe e Alagoas eram destinadas quase em sua totalidade para a fabricação de insumos industriais e combustíveis para a refinaria Landulfo Alves e o Pólo Petroquímico de Camaçari. Gás Natural deve grande expansão com a exploração da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro,na década de 80. O desenvolvimento da bacia proporcionou um aumento no uso da matéria-prima, elevando em 2,7% a participação do GN na matriz energética nacional. A primeira empresa a distribuir para uso comercial e residencial foi a CEG no Estado do Rio de Janeiro em 1983. Em 1988, iniciou-se a distribuição deste energético em São Paulo, através da Comgás, que era alimentada pelo gasoduto RJ-SP, que posteriormente foi conectada a Bacia de Santos, e atualmente também está interligada ao Gasoduto Brasil-Bolívia (figura 1) Gás Natural, 2005) 13 Figura 1 Gasoduto Brasil – Bolívia Fonte: GASNET (2005) O gasoduto Brasil – Bolívia recolhe o GN procedente da região de Santa Cruz, na Bolívia e o conduz em três troncos principais, desviadas do eixo Santa Cruz – São Paulo: linha Cuiabá, linha Sudeste e linha Sul, chegando até Porto Alegre. Assim, como se pode observar o Gás Natural encontra-se não somente nas residências, como também no comércio, indústrias e veículos automotivos. Aumentando, desta forma, a probabilidade de emergências com tal substância. 14 Por este motivo, o Corpo de Bombeiros necessita de um maior treinamento e capacitação para lidar com ocorrências emergenciais das quais se deve ter muita cautela haja vista potencial ofensivo do Gás Natural. Abaixo tabela da Composição do Gás Natural segundo o Departamento de Produção da Petrobrás: 2.2. INTERVENÇÃO EMERGENCIAL Segundo Castro (2004) apesar de apresentar um risco mais baixo em relação ao demais gases, o gás natural apresenta riscos de asfixia, incêndio e explosão. Em sua origem poderá ter ou não odor, conforme a presença ou ausência de compostos naturais de enxofre. Na etapa de distribuição, geralmente ele é odorizado, para facilitar sua detecção em vazamentos em concentrações bem mais baixas que o mínimo necessário para provocar combustão ou prejuízo à saúde. O Gás Natural é distribuído através de tubulações enterradas, que servem como meio de transporte eficiente e seguro. A implantação de empreendimentos das concessionárias de serviço público do Estado de Sergipe, assim como a manutenção de infraestruturas existentes, muitas vezes depende da realização de 15 escavações, que, se realizadas sem o planejamento adequado é a causa principal de acidentes relacionados com o rompimento da rede de distribuição de gás natural. Os rompimentos acidentais ocasionam transtornos, como a interrupção do fornecimento de gás aos clientes, podem causar danos aos equipamentos, além de oferecer risco de vida a trabalhadores e usuários. Por ser mais leve que o ar, o gás natural tende a se acumular nas partes mais elevadas quando em ambientes fechados. Para evitar risco de explosão, devem-se evitar, nesses ambientes, equipamentos elétricos inadequados, superfícies superaquecidas ou qualquer outro tipo de fonte de ignição externa. Em caso de fogo em locais com insuficiência de oxigênio, poderá ser gerado monóxido de carbono, altamente tóxico. A aproximação em áreas onde ocorrerem vazamentos só poderá ser feita com uso de aparelhos especiais de proteção respiratória cujo suprimento de ar seja compatível com o tempo esperado de intervenção, controlando-se permanentemente o nível de explosividade. Os vazamentos com ou sem fogo deverão ser eliminados por bloqueio da tubulação alimentadora através de válvula de bloqueio manual. A extinção do fogo com extintores ou aplicação de água antes de se fechar o suprimento de gás poderá provocar graves acidentes, pois o gás pode vir a se acumular em algum ponto e explodir. Os equipamentos próximos ao fogo e sujeitos à sua ação deverão ser mantidos resfriados com água. Os dispositivos de segurança deverão ser submetidos periodicamente a testes de funcionalidade. Recomenda-se efetuar detecções periódicas de possíveis perdas de gás em válvulas, acessórios e na tubulação de alimentação de gás de modo a assegurar sua estanqueidade. Todos os materiais e equipamentos correspondentes aos sistemas de gás ou que possam repercutir nos mesmos devem ser bem operados e mantidos. Qualquer problema, falha ou reparo devem ser sanados imediatamente. (www.conpet.gov.br) 16 Conforme se pode observar, haja vista elevado número de utilização de Gás Natural no meio social com diversas finalidades; muitas são as ocorrências emergenciais derivadas da utilização desta substância. Por isso, existe uma enorme necessidade de capacitação para que o Corpo de Bombeiros possam de maneira eficaz resolver o problema. Assim, algumas medidas devem ser tomadas, conforme estabelece, por exemplo, o CBMPE segundo levantamento de dados realizado na COPERGÁS, que por sua vez DEFINE O DESÍGNIO DAS AUTORIDADES COMPETENTES ESTABELECENDO TAMBÉM SUAS RESPONSABILIDADES PRA QUE HAJA ORGANIZAÇÃO DA GUARNIÇÃO, BEM COMO QUANTO OS MATERIAIS A SEREM EMPREGADOS E, A ESTRATÉGIA QUE SERÁ UTILIZADA NA EMERGÊNCIA PARA QUE SE OBTENHA UMA RÁPIDA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA COM O EMPREGO DE HOMENS, VIATURAS E EQUIPAMENTOS, conforme (Coletânea do POP e PPI-CBPMESP, 1998 (apud Cap. QOC/BM Márcio Bandeira de Melo Tenório, 2005). Portanto, as medidas básicas que devem ser adotadas quando do evento vazamento de gás sem fogo, são: acionar a empresa de gás responsável da região como, por exemplo, a PBGÁS e a COPERGÁS, em seguida deve-se isolar o local, não permitindo a aproximação de pessoas. Em caso de gás confinado deve-se evitar qualquer fonte de ignição para evitar a explosão e ventilando o local com os meios disponíveis e adequados; e por fim, aguardar a chegada da empresa ao local. No caso de vazamento de gás com fogo no interior de estabelecimento deve- se acionar a empresa de gás da região, fechar a válvula de bloqueio geral (VGB), que uma vez fechada cessa o deslocamento daquele gás, bem como necessita-se ventilar o local e combater o foco de incêndio, trabalho que será exercido pela Corporação dos Bombeiros acionada. Por oportuno, é de suma importância evidenciar que, muito embora sejam acionados, atualmente a Guarnição do Corpo de Bombeiros chamada para resolver o sinistro não detém instrumentos necessários para um amplo socorro. Assim, se houver um foco de incêndio estes deverão cessá-lo, mas também devem acionar a empresa de fornecimento de gás responsável para cessar o vazamento, porquanto estes são os detentores dos equipamentos específicos para agirem diante tais 17 situações, o que de certa forma dificulta o trabalho dos bombeiros, pois não detém estes aprestos. Segundo Suslick (2001) a semelhança ao petróleo, o gás natural precisa ser tratado antes de sua comercialização. Com base nos mapas do reservatório, é definida a curva de produção e a infra-estrutura necessárias para a extração. Assim que o GN (Associado e Não Associado) é retirado de uma jazida, passa por vasos depuradores para separar as partículas líquidas (água e hidrocarbonetos líquidos) e sólidas (pó, produtos de corrosão). Se o nível de resíduos de enxofre estiver em excesso, o gás passa por Unidades de Dessulfurização. Depois, o gás é transferido para as Unidades de Processamento do Gás Natural (UPGN). Parte do gás natural pode ser aproveitado para estimular a recuperação do petróleo através dos métodos de reinjeção de gás. Nas Unidades de Processamento do Gás Natural, o gás natural passa por algumas etapas até estar pronto para comercialização. Inicialmente, é desidratado para retirar o vapor d'água existente, e em seguida, sofre um processo de absorção com refrigeração ou de turbo expansão, com a finalidade de separar as frações pesadas, atendendo às exigências do mercado e do meio ambiente. O resultado final é a produção de gás natural residual (metano e etano), gás natural liquefeito (propano e butano - também conhecido como gás de cozinha) e C5+ (gasolina natural - transportada para asrefinarias para futuro processamento). Segundo a Agência Nacional do Petróleo (2003) das Unidades de Processamento do Gás Natural, o gás seco é transportado até os pontos de entrega para as empresas distribuidoras ou, diretamente para um grande consumidor. O transporte do gás natural pode ser feito por meio de dutos, em cilindros de alta pressão (como GNC - gás natural comprimido ou no estado líquido, como GNL - gás natural liquefeito), ou por meio de navios, barcaças e caminhões criogênicos. O transporte de gás natural mais usual é realizado a partir de gasodutos, que formam uma rede de tubulações de diâmetro elevado que opera em alta pressão e transporta grandes volumes de gás das fontes produtoras até os centros consumidores. 18 Existem dois tipos de dutos de movimentação, os dutos de transferência que são de uso exclusivo de um único agente, e os dutos de transporte, que são de interesse geral e envolvem mais de um agente. Um duto de transferência pode ser re-classificado como de transporte, se for comprovado o interesse de terceiros em sua utilização. O transporte do gás natural por gasoduto (Figura 15) é o meio mais conveniente para realizar o abastecimento ininterrupto de gás natural a partir da distribuição aos consumidores finais. Gasoduto é um duto (uma tubulação) para conduzir o gás natural introduzido sob pressão por meio de compressores (Hendriks, C. & Jager, D., 2001). A Rede de Tubulação, formada por peças cilíndricas de aço ou de polietileno, que são interconectadas entre si. A seção dos dutos é projetada para atender o fluxo do gás, e a espessura da parede para suportar a pressão de operação e os demais esforços solicitantes sobre o mesmo. Como a tubulação é o componente de maior custo do sistema, são estudados soluções com o objetivo de diminuir o consumo deste material. No caso do material ser ferroso, é adicionado um sistema de eletrodos para efetuar a proteção galvânica, e assim prevenir a ocorrência de corrosão, e também com este propósito, e para diminuir o atrito do gás com a parede interna do duto, é colocado sobre a mesma uma tinta epoxy. Ao longo, da maior parte dos gasoduto há válvulas de bloqueio automático, para manutenção preventiva e isolar trechos no caso de ruptura . Em sua maioria, os gasodutos são terrestres e subterrâneos, estendendo-se em profundidades que variam de 90 cm a 1,5 m, mas também existem os dutos marítimos, que estão quase sempre localizados em áreas de exploração e produção. Por sua grande extensão, os gasodutos normalmente atravessam diversos municípios e até mesmo Estados. Por uma questão de segurança e preservação física, os gasodutos são normalmente recobertos externamente com três camadas de polietileno extrudado para prevenção de corrosão. Durante a formação do duto (soldagem dos tubos para formação da coluna), as “juntas de campo” também são protegidas por uma camada de proteção contra corrosão. 19 Como proteção adicional contra corrosão externa instala-se um sistema de proteção catódica de forma a manter a corrente de proteção apenas no tubo, prevenindo a sua fuga para outros equipamentos . Por força do fluxo, há uma perda de energia por atrito, e a pressão vai caindo ao longo da tubulação, sendo necessária uma estação de compressão para elevar a pressão e permitir a continuidade do fluxo do produto. As estações de compressão são os elementos motores e de controle do sistema de transporte de gás. São responsáveis pela manutenção do nível de pressão pré-estabelecido e compensar as perdas de carga causadas pelo consumo e pelo atrito do gás natural com o próprio duto. Em geral são compostas por linhas de entrada e de saída, linhas de aspiração e filtragem (filtros e separadores de líquidos) e compressores, que podem ser alternativos ou centrífugos, e que são acionados por motores alternativos ou elétricos ou ainda por turbinas a gás. Nestas estações são também encontrados resfriadores e sistemas de segurança e instrumentação. Normalmente as estações de compressão estão localizadas a cada 100 ou 150 km da linha de transmissão. Freqüentemente, adota-se um diâmetro grande para o fluxo inicial previsto, com um espaçamento maior das estações de compressão. À medida que o volume a transportar cresce com o aumento da demanda, introduzem-se estações intermediárias de compressão . A city gate, responsável pela filtragem, aquecimento, regulagem da pressão, e medição do volume de gás fornecido, além de determinar a composição do gás a partir de análise por um cromatógrafo, são estações de entrega do gás na região de interesse. Também conhecido como Estação de Redução de Pressão e de Medição, são compostos por válvulas de redução de pressão, de bloqueio automático e/ou alívio de pressão. Este tipo de estação é instalado em cada ponto de entrega com o objetivo de adequar a pressão para o uso. Os medidores de vazão também servem para registrar o gás natural consumido. Os medidores de vazão existentes no mercado são do tipo turbina, placa de orifício e ultra- sônicos . Nos dutos de transporte de longa distância, as pressões usuais podem atingir de 100 a 150 kgf/cm2 logo após a estação de compressão, caindo, ao longo do duto, 20 até cerca de 30 a 40 kgf/cm2, quando haverá uma outra estação de compressão. Este ciclo pode se repetir várias vezes, permitindo atingir distâncias praticamente ilimitadas (Hendriks, C. & Jager, D., 2001). Nas redes de distribuição para consumo urbano, visando à segurança das comunidades, a pressão é reduzida para 5 a 6 kgf/cm2 nos ramais principais e, nas unidades de consumo, para 15 a 30 cm de coluna d'água (Transpetro, 2004). Hoje a operação dos gasodutos no Brasil são realizadas à distância. A operação centralizada de todo o complexo do gasoduto é realizada por um Sistema Central de Controle, ou seja, uma Estação Central que opera os equipamentos e instalações do gasoduto. O monitoramento é feito por instrumentos ao longo da tubulação, onde a comunicação é realizada a partir da utilização de satélites ou por fibras óticas na faixa de domínio do gasoduto ( as quais são também utilizadas para comunicação de interesse geral). Esta instrumentação acompanha a evolução da pressão na tubulação (para identificar a eventual perda de gás para a atmosfera, emissões fugitivas) e também mede o fluxo que passa ao longo dela, inclusive as saídas nos pontos de entrega aos distribuidores (City gates) , para fins de faturamento (Transpetro, 2004). Nas estações de medição e controle de pressão normalmente não há operadores. A operação é controlada por uma estação central de acompanhamento à distância. No caso de acidente, válvulas automáticas bloqueiam o trecho afetado (Transpetro, 2004). Porém, independentemente de se utilizar este controle à distância, continuamente, são realizadas inspeções terrestres e aéreas ao longo dos dutos, por pessoal especializado, para constatação de qualquer eventual ação de terceiros que possa colocar em risco a integridade física das instalações .Para controle e monitoramento das condições operacionais encontram-se ao longo dos gasodutos algumas instalações de segurança. São elas: válvulas de bloqueio, instaladas em áreas específicas junto à faixa de servidão, visam minimizar a ocorrência de vazamentos/emissões para a atmosfera de gás, essas válvulas são fechadas automaticamente por sensores de baixa pressão; instalações de recebimento-lançamento de pigs (instrumentos que tem a finalidade de limpeza interna do duto e monitoramento da 21 redução de sua espessura) para monitorar as principais variáveis ao longo do gasoduto, estaçõesde limitação de pressão, e city gates (Sarno, R., 2002). As operações de recuperação de algum dano nos dutos são relativamente fáceis, desde que a empresa responsável disponha de razoável flexibilidade. O custo de implantação do duto depende fundamentalmente da ocupação humana das áreas atravessadas, das dificuldades impostas pelo relevo, de eventuais obras especiais exigidas (travessias de grandes rios, de auto-estradas etc.) É usual se referir ao custo do duto como um produto do comprimento da tubulação (expresso em metros lineares) pelo seu diâmetro (expresso em polegadas), sendo uma boa referência, atualmente, um valor de US$ 15 a US$ 25/metropol. Ou seja, o custo por metro do duto é de US$ 15 a US$ 25 multiplicados pelo número de polegadas de seu diâmetro nominal . Após a etapa de transporte, o gás natural pode ser comprado pelas concessionárias de distribuição estaduais e então vendido para os consumidores finais a partir dos ramais de distribuição. O gás das distribuidoras é proveniente do segmento de transporte, porém, com a pressão reduzida para que a entrega ao consumidor possa ser realizada por pequenas redes de dutos que operam com volume reduzido de gás e tubulações com diâmetros inferiores aos gasodutos (CTPETRO, 2003). O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves, que, à temperatura ambiente e pressão atmosférica, permanece no estado gasoso. Na natureza, ele é encontrado acumulado em rochas porosas no subsolo, freqüentemente acompanhado por petróleo, constituindo um reservatório. O gás natural é dividido em duas categorias: associado e não-associado. Gás associado é aquele que, no reservatório, está dissolvido no óleo ou sob a forma de capa de gás. Neste caso, a produção de gás é determinada basicamente pela produção de óleo. Gás não-associado é aquele que, no reservatório, está livre ou em presença de quantidades muito pequenas de óleo. Nesse caso só se justifica comercialmente produzir o gás. A composição do gás natural pode variar bastante, de campo para campo, o 22 que depende de ele estar associado ou não ao óleo e também de ter sido ou não processado em unidades industriais. Ele é composto predominantemente de metano, etano, propano e, em menores proporções, de outros hidrocarbonetos de maior peso molecular. Normalmente, apresenta baixos teores de contaminantes, como nitrogênio, dióxido de carbono, água e compostos de enxofre. A figura acima apresenta composições típicas para o gás na forma como é produzido (associado e não-associado) e após processamento numa UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural). Com o intuito de evitar a utilização inadequada do gás natural, listamos a seguir as principais diferenças e semelhanças entre esse e os outros gases disponíveis no mercado: o GLP, o gás de refinaria e o gás de rua. GÁS NATURAL GLP GÁS DE RUA (manufaturado) GÁS DE REFINARIA ORIGEM reservatórios de petróleo e de gás não-associado destilação de petróleo e processamento de gás natural reforma termo- catalítica de gás natural ou de nafta petroquímica processos de refino de petróleo (craq. destilação, reforma e coqueamento) PESO MOLECULAR 17 a 21 44 a 56 16 24 PODER CALORÍFICO SUPERIOR (kcal/m3) rico: 10.900 processado: 9.300 24.000 a 32.000 4.300 10.000 23 DENSIDADE RELATIVA 0.58 a 0.72 1.50 a 2.0 0.55 0.82 PRINCIPAIS COMPONENTES metano, etano propano, butano metano, nitrogênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono hidrogênio, nitrogênio, metano, etano PRINCIPAIS UTILIZAÇÕES residencial, comercial e automotivo: (combustível) industrial: (combustível, petroquímica e siderúrgica) geração termelétrica residencial, comercial e industrial (combustível) residencial e comercial (combustível) industrial: (combustível e petroquímica) PRESSÃO DE ARMAZENAMENTO 200 atm 15 atm -- -- GÁS NATURAL GLP GÁS DE RUA (manufaturado) GÁS DE REFINÁRIA Fonte :www.conpet.gov.br, 2013. O gás natural, após tratado e processado, é utilizado largamente em residências, no comércio, em indústrias e em veículos. Nos países de clima frio, seu uso residencial e comercial é predominantemente para aquecimento ambiental. Já no Brasil, esse uso é quase exclusivo em cocção de alimentos e aquecimento de água. 24 Na indústria, o gás natural é utilizado como combustível para fornecimento de calor, geração de eletricidade e de força motriz, como matéria-prima nos setores químico, petroquímico e de fertilizantes, e como redutor siderúrgico na fabricação de aço. Na área de transportes, é utilizado em ônibus e automóveis, substituindo o óleo diesel, a gasolina e o álcool. A figura ilustra a participação dos diversos setores na utilização do gás, no Brasil. A política de preços para o gás natural importado da Bolívia e o fornecido pela Petrobras às Companhias Estaduais de Gás é de responsabilidade do Governo Federal, através do Ministério das Minas e Energia e do Ministério da Fazenda. Está em andamento uma grande expansão da utilização do gás natural no Brasil. Existem projetos de usinas termelétricas a gás para geração de energia elétrica em diversas regiões do País, algumas já estão em operação. Além disso, existe a expectativa de que, com o avanço da tecnologia de compressão para uso automotivo e com a aplicação da tecnologia de liquefação, transporte e regaseificação, existe a expectativa de que sejam criadas novas oportunidades para diversificação do uso do gás natural, contribuindo para o aumento de sua participação na matriz energética brasileira. Por apresentar a melhor relação custo x benefício, mais seguro e ecologicamente correto, o gás natural também é uma ótima opção para ser utilizado em residências e estabelecimentos comerciais. Sua aplicação abrange: chuveiro, aquecedor de água, máquina de lavar e secar, microondas, refrigerador, fogão, entre outros. Além disso, pode ser aproveitado na climatização de ambientes e no aquecimento de piscinas e saunas. 25 3. METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Trata-se de uma pesquisa descritiva onde pretende avaliar a eficácia da intervenção do Corpo de Bombeiros nas emergências ocasionadas por gás natural. E para tanto analisa o meio social através de pesquisa direta (análise de campo) onde o pesquisador verifica o campo fático da problemática. 3.2 SUJEITO DA PESQUISA Para a análise da temática será objeto da pesquisa a Corporação do Corpo de Bombeiros da Paraíba, quanto o efetivo treinamento e capacitação para um eficaz socorro a vítimas de sinistro oriundo de vazamento de gás natural. 3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS Para a coleta de dados, será utilizado questionário com cerca de 10 perguntas direcionadas aos Oficiais selecionados a respondê-las, bem como serão observados alguns treinamentos de capacitação para intervenção em emergência com gás natural e, para o registro da pesquisa será utilizada uma câmera digital. Outrossim, será feita uma entrevista com o responsável pela capacitação da Corporação no intuito de avaliar a teoria e o plano de intervenção adotado pelos bombeiros na ocorrências por vazamento de gás natural. 3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS Primeiramente coletará a entrevista com o coordenador do treinamento específico para intervenção em emergência com vazamento de gás natural, após isto, será aplicado um questionário com cerca de 10 (dez) Bombeiros; e, por fim, será observado tal treinamento registrando-o por meio de fotografia e filmagem. Será utilizado o seguinte formulário: 26 Questionário de Pesquisa: Intervenção Em Emergências com Gás Natural 1- Sexo do Entrevistado: ( ) Masculinos ( ) Feminino 2- A quanto tempo estáno Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba? ( ) Menos de 5 anos ( ) Entre 6 e 10 anos ( ) Entre 11 e 20 anos ( ) Mais de 20 anos 3- Tem conhecimento para atendimento de emergências com Gás Natural? ( ) Sim ( ) Não 4- Fez ao curso específico para atendimento de emergências com Gás Natural? ( ) Sim ( ) Não 5- Se sente preparado para o efetivo atendimento de emergências com Gás Natural? ( ) Sim ( ) Não 3.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS Frente aos dados coletados, serão os mesmos comparados para averiguação da eficácia no treinamento e na capacitação dos Bombeiros para intervenção com o sinistro aqui abordado. 27 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Pelos dados levantados, fica claro que os profissionais envolvidos no atendimento de emergência encontram-se preparados para atendimento com Gás mas nenhum deles fez um curso específico sobre gás. A emergência pode ser definida como um evento inesperado e indesejável envolvendo produtos como o gás, o qual pode afetar, direta ou indiretamente, a segurança e a saúde da comunidade, impactos ao meio ambiente e danos à propriedade pública e privada, requerendo portanto intervenções imediatas. Inicialmente, tanto para a prevenção com Gás natural, como para uma intervenção eficiente, deve ser a identificação e avaliação dos riscos a que uma região está exposta, de modo que ações possam ser desenvolvidas para a redução destes riscos, seu gerenciamento e planejamento de intervenções emergenciais, o que passa pela preparação dos Bombeiros atendentes. A grande discussão que se levanta refere-se ao planejamento das intervenções de risco com Gás Natural que passa principalmente pela preparação e treinamento, o que deve ser evidenciado pelos profissionais Bombeiros envolvidos. Nesta ação o treinamento consistem em aplicar aos bombeiros como funciona e qual a estrutura do gás natural para que em ações de emergência eles saibam como proceder. 28 CONCLUSÃO Pelo que verifica-se as políticas de proteção ao meio ambiente onde instituições de todo o mundo reuniram-se para analisar as questões ambientais tentando ajustar a desenfreada busca do desenvolvimento com métodos que causem menos danos ao meio ambiente. A busca da adequação a realidade de risco que envolve diversos elementos como no caos do Gás Natural, e considerando que o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, como um dos representantes do poder estadual que tem o dever de manter a preservação do meio ambiente, especificado em sua missão, portanto deve se adequar as políticas e normas de proteção ambiental para ter moral para cobrar do povo o cumprimento das normas específicas. A situação com a utilização de métodos adequados de treinamento de pessoal no enfrentamento de emergências com gás natural deve fazer parte do cotidiano do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. Analisando as características do Gás Natural, considera-se que serão eficientes no desempenho das técnicas de combate aos sinistros na formação dos bombeiros militares. Diante das situações expostas, das legislações estudadas, das políticas de enfrentamento de risco, dos critérios para utilização do gás natural no treinamento utilizando o gás como combustível, que tende a crescer no país. Para finalizar deve-se apresentar que o estudo não buscou determinar completamente os resultados, e esgotar a temática discutida. De forma contrária, buscou incentivar mais estudos sobre dos temas discutidos. 29 REFERENCIAS ABREU, P. L., MARTINEZ, J. A. Gás Natural: o combustível do novo milênio. Porto Alegre, Plural Comunicação, Brasil, 1999. ALVES FILHO, S.E., GOLBARG, M.C. 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(63) Menos de 5 anos (10) Entre 6 e 10 anos ( - ) Entre 11 e 20 anos ( - ) Mais de 20 anos 3- Tem conhecimento para atendimento de emergências com Gás Natural? (55) Sim (18) Não 4- Fez ao curso específico para atendimento de emergências com Gás Natural? ( - ) Sim (73) Não 5- Se sente preparado para o efetivo atendimento de emergências com Gás Natural? (23) Sim (50) Não
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