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DE ACORDO COM EDITAL DE Nº 001/PMSG/2020 CONTEÚDO ONLINE GRÁTIS Interpretação de Texto - Tipologia Textual e Tipos de Discurso Informática - LibreOffice Writer CONTEÚDO - Língua Portuguesa - Noções de Informática - História e Geografia de São Gonçalo - Fundamentos da Educação – Noções Básicas da LDB - Legislação Conhecimentos Específicos - Noções Básicas de Políticas Educacionais AUXILIAR DE CRECHE SÃO GONÇALO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO - RIO DE ANEIRO J Cód.: 9088121442504 Prefeitura de São Gonçalo - Rio de Janeiro SÃO GONÇALO-RJ Auxiliar de Creche NV-035MR-20 Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998. Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br. www.novaconcursos.com.br sac@novaconcursos.com.br OBRA Prefeitura Municipal de São Gonçalo - RJ Auxiliar de Creche Edital Nº 001/Pmsg/2020 Atualizada até 03/2020 AUTORES Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco Noções de Informática - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto História e Geografia de São Gonçalo - Profª Elines Francisca Pereira Nojiri Fundamentos da Educação - Profª Ana Maria B. Quiqueto Legislação - Profº Fernando Zantedeschi Conhecimentos Específicos - Profª Ana Maria B. Quiqueto Noções Básicas de Políticas Educacionais - Profª Ana Maria B. Quiqueto PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO Aline Mesquita Leandro Filho DIAGRAMAÇÃO Dayverson Ramon Higor Moreira CAPA Joel Ferreira dos Santos Edição MAR/2020 APRESENTAÇÃO PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO. A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas. Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público. Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afinal corremos contra o tempo, por isso a preparação é muito importante. Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado. Estar à frente é nosso objetivo, sempre. Contamos com índice de aprovação de 87%*. O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta. Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos. Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos online, questões comentadas e treinamentos com simulados online. Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida! Obrigado e bons estudos! *Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição. SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA Compreensão e Interpretação de Textos ............................................................................................................................................... 01 Morfologia: Classes de Palavras Variáveis e Invariáveis: Conceito, Classificação e Emprego............................................ 08 Sintaxe: Frase, Oração, Período Simples e Composto; Termos da Oração ............................................................................... 46 Concordância Nominal e Verbal ............................................................................................................................................................... 56 Regência Nominal e Verbal ......................................................................................................................................................................... 63 Colocação dos Pronomes Átonos ............................................................................................................................................................ 69 Semântica: Sinonímia, Antonímia, Homonímia, Paronímia; Conotação e Denotação; Figuras de Sintaxe, de Pensamento e de Linguagem ...................................................................................................................................................................... 69 NOÇÕES DE INFORMÁTICA Conceito de Internet e Intranet. Ferramentas e Aplicativos de Navegação, de Correio Eletrônico, de Grupo de Discussão, de Busca e Pesquisa ................................................................................................................................................................... 01 Procedimentos, Aplicativos, Dispositivos para Armazenamento de Dados e Para Realização de Cópia de Segurança (Backup)........................................................................................................................................................................................ 16 Principais Aplicativos para Edição de Texto, Planilhas Eletrônicas, Geração de Material Escrito, Audiovisual e Outros .................................................................................................................................................................................................................. 23 HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE SÃO GONÇALO Histórico municipal ........................................................................................................................................................................................ 01 Aspectos Geográficos .................................................................................................................................................................................... 01 Potencialidades do Município. Atividades econômicas. Patrimônio histórico, arte e cultura. Símbolos do Município. .......................................................................................................................................................................................................... 02 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9.394/96: princípios, fins e organização da Educação Nacional; níveis e modalidades de Educação e Ensino .................................................................................................................... 01 O Ensino Fundamental a partir da Lei nº 9.394/96; as diretrizes curriculares nacionais para o Ensino Fundamental ..................................................................................................................................................................................................... 20 Diretrizes para Educação de Jovens e Adultos .................................................................................................................................... 22 Diretrizes para Educação Especial ............................................................................................................................................................ 22 Estatuto da criança e do adolescente - ECA (Lei n.º 8.069, de 13/07/1990)............................................................................ 35 SUMÁRIO LEGISLAÇÃO Lei Municipal nº 050 de 1991 (Estatuto do Servidor Público Municipal do Município de São Gonçalo- RJ). Disposições gerais. Provimento: disposições gerais; nomeação; posse e exercício; estabilidade e estágio probatório; readaptação. Tempo de serviço. Vacância. Direitos e vantagens: remuneração; aposentadoria; gratificações e adicionais; gratificações pelo exercício de cargo em comissão e de função gratificada; gratificação natalina; gratificação por exercício de cargo em tempo integral e dedicação exclusiva; adicional por tempo de serviço; adicional de férias; adicional de produtividade; salário família; auxílio doença; vale transporte; licenças; férias. Regime Disciplinar: deveres; proibições. Acumulação. Responsabilidades. Penalidades. Lei Orgânica do Município ........................................................................................................................................................................................................... 01 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Fundamentos pedagógicos do trabalho nas creches: o educar, o cuidar e o brincar ......................................................... 01 Práticas pedagógicas com bebês ............................................................................................................................................................. 07 Pressupostos legais e as diretrizes curriculares para a Educação Infantil................................................................................. 08 Direitos da criança e do adolescente: disposições preliminares; direito à vida e à saúde; direito à liberdade, ao respeito e à dignidade; direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer .......................................................................... 15 Atribuições do Conselho Tutelar .............................................................................................................................................................. 15 Atribuições dos auxiliares de creche ....................................................................................................................................................... 16 NOÇÕES BÁSICAS DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS Concepções De Educação, Conhecimento E Ensino: As Teorias Críticas E Não-Críticas Na Educação Brasileira; Construtivismo, Sócio Interacionismo E Concepção De Conhecimento; Currículo, Integração E Organização Dos Conteúdos Escolares ...................................................................................................................................................................................... 01 Política Curricular Da Secretaria Municipal De Educação De São Gonçalo: Política Inclusiva, Diversidade E Educação Especial ........................................................................................................................................................................................... 14 A Dimensão Étnico-Racial No Ensino Fundamental E A Lei N° 10.639, De 9/01/03 ............................................................. 51 Fundamentos E Aspectos Organizacionais Da Educação Integral No Ensino Fundamental ............................................. 55 Concepções, Critérios E Instrumentos De Avaliação Do Ensino E Da Aprendizagem Nos Ciclos De Formação ....... 63 Organização Do Trabalho Pedagógico Na Escola: Fundamentos E Formas Dos Diferentes Níveis De Planejamento; Planejamento Participativo E Organização Do Trabalho Docente ............................................................................................... 72 Legislação: O Ensino Fundamental Na Ldb N° 9.394/96 ................................................................................................................. 79 A Lei Do Fundeb N° 11.494, De 20.06.07 E Suas Implicações Para O Financiamento Do Ensino Fundamental E De Suas Modalidades ........................................................................................................................................................................................... 79 LÍNGUA PORTUGUESA ÍNDICE Compreensão e Interpretação de Textos ......................................................................................................................................................... 01 Morfologia: Classes de Palavras Variáveis e Invariáveis: Conceito, Classificação e Emprego...................................................... 08 Sintaxe: Frase, Oração, Período Simples e Composto; Termos da Oração ......................................................................................... 46 Concordância Nominal e Verbal ......................................................................................................................................................................... 56 Regência Nominal e Verbal ................................................................................................................................................................................... 63 Colocação dos Pronomes Átonos ...................................................................................................................................................................... 69 Semântica: Sinonímia, Antonímia, Homonímia, Paronímia; Conotação e Denotação; Figuras de Sintaxe, de Pensamento e de Linguagem ......................................................................................................................................................................................................... 69 1 LÍ N G UA P O RT U G U ES A COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS INTERPRETAÇÃO TEXTUAL Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela- cionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codi- ficar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in- terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, po- derá ter um significado diferente daquele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- rências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fun- damentações), as argumentações (ou explicações), que levam ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, em uma prova, o candidato deve: • Identificar os elementos fundamentais de uma ar- gumentação, de um processo, de uma época (nes- te caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). • Comparar as relações de semelhança ou de dife- renças entre as situações do texto. • Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade. • Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. • Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras. Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei- tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua- lidades do texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; capacidade de raciocínio. Interpretar/Compreender Interpretar significa: Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. Através do texto, infere-se que... É possível deduzir que... O autor permite concluir que... Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Compreender significa Entendimento, atenção ao que realmente está escrito. O texto diz que... É sugerido pelo autor que... De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... O narrador afirma... Erros de interpretação • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten- ção apenas a um aspecto (esquecendo que um tex- to é um conjunto de ideias), o que pode ser insufi- ciente para o entendimento do tema desenvolvido. • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con- clusões equivocadas e, consequentemente, errar a questão. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de concurso, o que deve ser levado em consi- deração é o que o autor diz e nada mais. Os pronomes relativos são muito importantes na in- terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstân- cia, a saber: que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- te, mas depende das condições da frase. qual (neutro) idem ao anterior. quem (pessoa) cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. como (modo) onde (lugar) quando (tempo) quanto (montante) Exemplo: Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O). Dicas para melhorar a interpretação de textos • Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor- mação você absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. • Se encontrar palavras desconhecidas, não interrom- pa a leitura. • Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. • Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão). 2 LÍ N G UA P O RT U G U ES A • Volte ao texto quantas vezes precisar. • Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor. • Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão. • Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão. • O autor defende ideias e você deve percebê-las. • Observe as relações interparágrafos. Um parágra- fo geralmente mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- que muito bem essas relações. • Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante. • Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta – o que vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as de- mais questões! • Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. • Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- tem a outros vocábulos do texto. SITES Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/09- dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- provas> Disponível em: <http://www.portuguesnarede. com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. html> Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/ cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm> EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística – AOCP-2015) O verão em que aprendi a boiar Quando achamos que tudo já aconteceu, novas ca- pacidades fazem de nós pessoas diferentes do que éramos IVAN MARTINS Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre- dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto especial. Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor- mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci- dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia insuspeitada. Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare- ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou inteiramente. Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra des- coberta temporã. Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes, num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra- va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con- segui boiar. Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor- ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se esqueceram de como tudo isso é bom. Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e isso, curiosamente, não é fácil. Essa experiência me sugeriu algumas considerações so- bre a vida em geral. Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorpo- rando novidades que nos transformam. Somos geneti- camente elaborados para lidar com o novo, mas não só. Também somos profundamente modificados por ele. A cada momento da vida, quando achamos que tudo já aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras. Suspeito que isso tenha importância também para os relacionamentos. Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro, em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frus- tração e a nossa fúria, em permitir que o parceiro flores- ça, em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sentido sexual. Penso em estar mais tranquilo na compa- nhia do outro e de si mesmo, no mundo. Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci- sam ser aprendidas. Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem- po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de for- ma relaxada e consciente um grande amor. 3 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra- pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi- sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser. Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas águas do amor e do sexo. Nos custa boiar. A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me- lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo. O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se pode tentar boiar. http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/ noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To- dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal- ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo. b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona- mentos amorosos para que eles não se desfaçam. c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio- so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam vividos intensamente. d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in- clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode acontecer. Resposta: Letra A Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas sim- ples que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de melhorar = sem- pre há tempo para boiar (aprender). Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten- tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo = correta. Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela- cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam = incorreta – o autor propõe viver intensamente. Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos objetivo nos relacionamentos. Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no- vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo- rosas = incorreta – ser mais emoção. Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos, porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando, não pensando em algo ruim. 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018) Observe a charge a seguir: A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking, destacando o fato de o cientista: a) ter alcançado o céu após sua morte; b) mostrar determinação no combate à doença; c) ser comparado a cientistas famosos; d) ser reconhecido como uma mente brilhante; e) localizar seus interesses nos estudos de Física. Resposta: Letra D Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto Em “b”: mostrar determinação no combate à doença; = incorreto Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante; Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. = incorreto Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que es- távamos esperando”. 3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) Lastro e o Sistema Bancário [...] Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro deposita- do nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse metal é limitado, isso garantia que a produção de dinhei- ro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se deram conta de que ninguém estava interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a re- serva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas economias seguramente guardadas. Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- -ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e principalmente de valores em contas bancárias, já não tendo nenhuma riqueza material para representar, é cria- do a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o 4 LÍ N G UA P O RT U G U ES A banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de uma decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa explicação permaneceu controversa e escondida por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do Bank of England de 2014. Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é criado assim, inventado em canetaços a partir da conces- são de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa números em uma tabela com meu nome e pede que eu devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o di- nheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim, os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa- do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo dinheiro tomei. Assim, o sistema monetário atual funciona com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es- cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante porque é gerada pela simples manipulação de bancos de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e po- der sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos. [...] Disponível em https://fagulha.org/artigos/ inventando-dinheiro/ Acessado em 20/03/2018 De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancá- rio, a reserva fracional foi criada com o objetivo de a) tornar ilimitada a produção de dinheiro. b) proteger os bens dos clientes de bancos. c) impedir que os bancos fossem à falência. d) permitir o empréstimo de mais dinheiro e) preservar as economias das pessoas. Resposta: Letra D Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram conta de que ninguém estava interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que realmente tinham em ouro nos cofres. Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = incorreta Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = incorreta Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência = incorreta Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro = correta Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) A leitura do texto permite a compreensão de que a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos. b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário. c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes. d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”. e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados. Resposta: Letra A Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos = correta Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário = nem todo Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros clientes = deve ao banco, este paga/empresta a ou- tros clientes Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre- -mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre- -mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear. Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi- vidados = desde que não paguem a dívida 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI- RO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge abaixo, publicada no momento da intervenção nas ati- vidades de segurança do Rio de Janeiro, em março de 2018. Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a seguinte informação: a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co- metidos no Rio; b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem-feita; c) a linguagem do personagem mostra intimidade com o interlocutor; d) a presença do orelhão indica o atraso do local da charge; e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre- sença do Exército. 5 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Resposta: Letra D NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se- guinte informação: Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri- mes cometidos no Rio = inferência correta Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen- do bem-feita = inferência correta Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida- de com o interlocutor = inferência correta Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local da charge = incorreta Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam a presença do Exército = inferência correta 6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe a charge abaixo. No caso da charge, a crítica feita à internet é: a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; b) a falta de exercícios físicos nas crianças; c) o risco de contatos perigosos; d) o abandono dos estudos regulares; e) a falta de contato entre membros da família. Resposta: Letra A Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica excessiva; Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = incorreto Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto Em “e”: a falta de contato entre membros da família. = incorreto Através da fala do garoto chegamos à resposta: de- pendência tecnológica - expressa em sua fala. 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo denota, além da agressão física, diversos tipos de impo- sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em nenhum tipo de violência citado nesse segmento é: a) Presa por mensagem racista na internet; b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana; c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico; d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia; e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo. Resposta: Letra C Em “a”: Presa por mensagem racista na internet = como a repressão política, familiar ou de gênero Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura vene- zuelana = como a repressão política, familiar ou de gênero Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô- nico = não consta na Manchete acima Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia = como a repressão política, familiar ou de gênero Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do traba- lho escravo = o desgaste causado pelas condições de trabalho 8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Oportunismo à Direita e à Esquerda Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, conforme estabelecido na legislação. É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami- nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar do barateamento do combustível. Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de elei- ção, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e reforçar seus projetos de po- der, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que está delimitado pelo estado democrático de direito, defendido pelos diversos instrumentos institucionais de que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc. A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan- do, do qual depende a sobrevivência física da população. Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as autoridades desenvolvam planos de contingência. O Globo, 31/05/2018. 6 LÍ N G UA P O RT U G U ES A “É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca- minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar do barateamento do combustível.” Se- gundo esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento. b) garantir-se o direito de reunião e de greve. c) lastrear leis e regras na Constituição. d) punirem-se os responsáveis por excessos. e) concluírem-se as investigações sobre a greve. Resposta: Letra D Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do pen- samento. = incorreto Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = incorreto Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. = incorreto Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a se- rem devidamente contidos e seus responsáveis, pu- nidos, conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa acontecer... = precisa acontecer a punição dos excessos. 9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – CESPE-2018) Texto CG1A1AAA A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, in- dependentemente de idade, sexo, estrato social, crença religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacifica- do, um mundo sob a égide de uma cultura da paz. Mas, o que significa “cultura da paz”? Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças e os adultos da compreensão de princípios como liber- dade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, indivi- dual e coletiva, da violência que tem sido percebida na sociedade, em seus mais variados contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções que advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam impostas do exterior. Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado em sentido negativo, quando se traduz em um estado de não guerra, em ausência de conflito, em passividade e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, condenada a um vazio, a uma não existência palpável, difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concep- ção positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática da não violência para resolver conflitos, a prática do diálogo na relação entre pessoas, a postura democrá- tica frente à vida, que pressupõe a dinâmica da coope- ração planejada e o movimento constante da instalação de justiça. Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pen- samento e a ação das pessoas para que se promova a paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de pala- vras e conceitos que anunciem os valores humanos que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A vio- lência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio social. É hora de começarmos a convocar a presença da paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos. Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges- tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial- mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en- tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às escolas, instituições públicas e outros lo- cais de trabalho por todo o mundo, bem como aos par- lamentos e centros de comunicação e associações. Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as de- sigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento sustentado e o respeito pelos direitos humanos, refor- çando as instituições democráticas, promovendo a liber- dade de expressão, preservando a diversidade cultural e o ambiente. É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento — direitos humanos — democracia” que podemos vislum- brar a educação para a paz. Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educati- vas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações). De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “ges- tão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser con- cebidos como a) obstáculos para a construção da cultura da paz. b) dispensáveis para a construção da cultura da paz. c) irrelevantes na construção da cultura da paz. d) etapas para a construção da cultura da paz. e) consequências da construção da cultura da paz. Resposta: Letra D Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz. = incorreto Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da paz. = incorreto Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. = incorreto Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz. Em “e”: consequências da construção da cultura da paz. = incorreto Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refe- re-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar er- radicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas para construção da paz. 7 LÍ N G UA P O RT U G U ES A 10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) O humor da tira é conseguido através de uma quebra de expectativa, que é: a) o fato de um adulto colecionar figurinhas; b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos; c) a falta de muitas figurinhas no álbum; d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário. Resposta: Letra B Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; = incorreto Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos; Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = incorreto Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; = incorreto Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o con- trário. = incorreto O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema incomum: assuntos sociais. 11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VU- NESP-2015) Leia a tira. (Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado) Com sua fala, a personagem revela que a) a violência era comum no passado. b) as pessoas lutam contra a violência. c) a violência está banalizada. d) o preço que pagou pela violência foi alto. Resposta: Letra C Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto Em “c”: a violência está banalizada. Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. = incorreto Infelizmente, a personagem revela que a violên- cia está banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos. 12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTE- RIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge. (Pancho. www.gazetadopovo.com.br) É correto associar o humor da charge ao fato de que a) os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de com- pleto confinamento. b) os dois personagens estão muito bem informados so- bre a economia, o que não condiz com a imagem de criminosos. c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocupação com a aparência. d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende os personagens, que estão acostumados a pagar caro por eles nos presídios. e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevan- tes para os personagens, dada a condição em que se encontram. Resposta: Letra E Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de completo confinamento. = incorreto Em “b”: os dois personagens estão muito bem infor- mados sobre a economia, o que não condiz com a imagem de criminosos. = incorreto Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocu- pação com a aparência. = incorreto 8 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não sur- preende os personagens, que estão acostumados a pagar caro por eles nos presídios. = incorreto Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes para os personagens, dada a condição em que se encontram. Pela condição em que as personagens se encontram, o aumento no preço dos cosméticos não os afeta. 13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com as figurinhas da Copa Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jor- naleiros estão levando seus estoques para casa quando termina o expediente. Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalha- dos por mensagens de celular. Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa adequada é: a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à cartei- ra como alvo de desejo dos assaltantes; c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que vendem as figurinhas da Copa; d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa nas bancas de jornais; e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin- cipal dos ladrões. Resposta: Letra B Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; = incorreto Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à carteira como alvo de desejo dos assaltantes; Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa nas bancas de jornais; = incorreto Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no alvo principal dos ladrões. = incorreto O título do texto já nos dá a resposta: além do celular e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também passaram a ser alvo dos assaltantes. MORFOLOGIA: CLASSES DE PALAVRAS VARIÁVEIS E INVARIÁVEIS: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E EMPREGO CLASSES DE PALAVRAS 1. ADJETIVO É a palavra que expressa uma qualidade ou caracte- rística do ser e se relaciona com o substantivo, concor- dando com este em gênero e número. As praias brasileiras estão poluídas. Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos (plural e feminino, pois concordam com “praias”). Locução adjetiva Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne- cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mes- ma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Lo- cução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada). Observe outros exemplos: de águia aquilino de aluno discente de anjo angelical de ano anual de aranha aracnídeo de boi bovino de cabelo capilar de cabra caprino de campo campestre ou rural de chuva pluvial de criança pueril de dedo digital de estômago estomacal ou gástrico de falcão falconídeo de farinha farináceo de fera ferino de ferro férreo de fogo ígneo de garganta gutural de gelo glacial de guerra bélico de homem viril ou humano de ilha insular 9 LÍ N G UA P O RT U G U ES A de inverno hibernal ou invernal de lago lacustre de leão leonino de lebre leporino de lua lunar ou selênico de madeira lígneo de mestre magistral de ouro áureo de paixão passional de pâncreas pancreático de porco suíno ou porcino dos quadris ciático de rio fluvial de sonho onírico de velho senil de vento eólico de vidro vítreo ou hialino de virilha inguinal de visão óptico ou ótico Observação: Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo corres- pondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu. Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática): O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuan- do como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). Adjetivo Pátrio (ou gentílico) Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles: Estados e cidades brasileiras: Alagoas alagoano Amapá amapaense Aracaju aracajuano ou aracajuense Amazonas amazonense ou baré Belo Horizonte belo-horizontino Brasília brasiliense Cabo Frio cabo-friense Campinas campineiro ou campinense Adjetivo Pátrio Composto Na formação do adjetivo pátrio composto, o primei- ro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns exemplos: África afro- / Cultura afro-americana Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas América américo- / Companhia américo-africana Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses China sino- / Acordos sino-japoneses Espanha hispano- / Mercado hispano-português Europa euro- / Negociações euro-americanas França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas Grécia greco- / Filmes greco-romanos Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros Flexão dos adjetivos O adjetivo varia em gênero, número e grau. Gênero dos Adjetivos Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, classificam-se em: A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-ame- ricano, a moça norte-americana. Exceção: surdo-mudo e surda-muda. B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o mas- culino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariá- vel no feminino: conflito político-social e desavença político-social. Número dos Adjetivos A) Plural dos adjetivos simples Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas. Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pa- lavra que estiver qualificando um elemento for, original- mente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um substanti- vo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcio- nará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: cami- sas cinza, ternos cinza. 10 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Motos vinho (mas: motos verdes) Paredes musgo (mas: paredes brancas). Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). B) Adjetivo Composto É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- malmente, esses elementos são ligados por hífen. Ape- nas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo com- posto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qua- lificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja: Camisas rosa-claro. Ternos rosa-claro. Olhos verde-claros. Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Observação: Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos cor-de-rosa. O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- mentos flexionados: crianças surdas-mudas. Grau do Adjetivo Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in- tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad- jetivo: o comparativo e o superlativo. A) Comparativo Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte- rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão. Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superioridade Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de Inferioridade Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe- rior, grande/maior, baixo/inferior. Observe que: • As formas menor e pior são comparativos de supe- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente. • Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em compa- rações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos. Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades de um mesmo elemento. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Inferioridade Sou menos passivo (do) que tolerante. B) Superlativo O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela- tivo e apresenta as seguintes modalidades: B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali- dade de um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas formas: • Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado. • Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo. Observe alguns superlativos sintéticos: benéfico beneficentíssimo bom boníssimo ou ótimo comum comuníssimo cruel crudelíssimo difícil dificílimo doce dulcíssimo fácil facílimo fiel fidelíssimo B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser: • De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de todas. • De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de todas. O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, antepostos ao adjetivo. O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons- tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é constituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio – cheíssimo. 11 LÍ N G UA P O RT U G U ES A REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. SITE Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ secoes/morf/morf32.php> 2. ADVÉRBIO Compare estes exemplos: O ônibus chegou. O ônibus chegou ontem. Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio advérbio. Estudei bastante. = modificando o verbo estudei Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio (bem) Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad- jetivo (claros) Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres- centar ideia de: Tempo: Ela chegou tarde. Lugar: Ele mora aqui. Modo: Eles agiram mal. Negação: Ela não saiu de casa. Dúvida: Talvez ele volte. Flexão do Advérbio Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe: A) Grau Comparativo Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o comparativo do adjetivo: • de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- nato fala tão alto quanto João. • de inferioridade: menos + advérbio + que (do que): Renato fala menos alto do que João. • de superioridade: A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato fala mais alto do que João. A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala melhor que João. B) Grau Superlativo O superlativo pode ser analítico ou sintético: B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re- nato fala muito alto. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de modo B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo. Observação: As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são comuns na língua popular. Maria mora pertinho daqui. (muito perto) A criança levantou cedinho. (muito cedo) Classificação dos Advérbios De acordo com a circunstância que exprime, o advér- bio pode ser de: A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco- lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de- fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à dis- tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta. B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan- temente, entrementes, imediatamente, primeira- mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer mo- mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de- pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla- ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa- cientemente, amorosamente, docemente, escanda- losamente, bondosamente, generosamente. D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decer- to, efetivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente. E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro- vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex- cesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades graduáveis). H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores. I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência. J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa. 12 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Saiba que: Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos tarde possível. Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu calma e respeitosamente. Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido Há palavras como muito, bastante, que podem apare- cer como advérbio e como pronome indefinido. Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. Como saber se a palavra bastante é advérbio (não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: 1. Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio 2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei muitos capítulos) = pronome indefinido #FicaDica Advérbios Interrogativos São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referen- tes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Interrogação Direta Interrogação Indireta Como aprendeu? Perguntei como aprendeu Onde mora? Indaguei onde morava Por que choras? Não sei por que choras Aonde vai? Perguntei aonde ia Donde vens? Pergunto donde vens Quando voltas? Pergunto quando voltas Locução Adverbial Quando há duas ou mais palavras que exercem fun- ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi- nariamente por uma preposição. Veja: A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para dentro, por aqui, etc. B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc. C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em geral, frente a frente, etc. D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje em dia, nunca mais, etc. A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, o adjetivo e outro advérbio: Chegou muito cedo. (advérbio) Joana é muito bela. (adjetivo) De repente correram para a rua. (verbo) Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: Essa matéria é mais bem interessante que aquela. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso! O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér- bio: Cheguei primeiro. Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução adverbial desempenham na oração a função de adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân- cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér- bio. Exemplo: Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”) Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- dade e de tempo, respectivamente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. SITE Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- coes/morf/morf75.php> 3. ARTIGO O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- -se como o termo variável que serve para individualizar ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gê- nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural). Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va- riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações “uma”[s] e “uns]). A) Artigos definidos – São usados para indicar seres determinados, expressos de forma individual: O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam muito. B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprova- da! Umas candidatas foram aprovadas! Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. 13 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos) admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O Pedro é o xodó da família. No caso de os nomes próprios personativos estarem no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os Incas, Os Astecas... Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”. Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- dos. (qualquer classe) Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. O artigo também é usado para substantivar palavras pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por- quê de tudo isso. / O bem vence o mal. Há casos em que o artigo definido não pode ser usado: Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas conhecidas: O professor visitará Roma. Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre- sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela Roma. Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria sairá agora? Exceção: O senhor vai à festa? Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o can- didato cuja nota foi a mais alta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- char - Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. SITE Disponível em: <http://www.brasilescola.com/gra- matica/artigo.htm> 4. CONJUNÇÃO Além da preposição, há outra palavra também inva- riável que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras de mesma função em uma oração: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e São Paulo. A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. Morfossintaxe da Conjunção As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- cem propriamente uma função sintática: são conectivos. Classificação da Conjunção De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro. Veja: Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. Podemos separá-las por ponto: Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse- quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”. Já em: Espero que eu seja aprovada no concurso! Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração princi- pal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal). Conjunções Coordenativas São aquelas que ligam orações de sentido completo e independente ou termos da oração que têm a mesma função gramatical. Subdividem-se em: A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda. A sua pesquisa é clara e objetiva. Não só dança, mas também canta. B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres- sando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, tal- vez... talvez. 14 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim. Marta estava bem preparada para o teste, portanto não ficou nervosa. Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. Não demore, que o filme já vai começar. Falei muito, pois não gosto do silêncio! Conjunções Subordinativas São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de- las dependente da outra. A oração dependente, intro- duzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado quando ela chegou. O baile já tinha começado: oração principal quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) ela chegou: oração subordinada As conjunções subordinativas subdividem-se em in- tegrantes e adverbiais: Integrantes - Indicam que a oração subordinada por elas introduzida completa ou integra o sentido da prin- cipal. Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se. Quero que você volte. (Quero sua volta) Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exer- ce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam, classificam-se em: A) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc. Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. B) Concessivas: introduzem uma oração que expres- sa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. C) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da prin- cipal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. Se precisar de minha ajuda, telefone-me. Você deve ter percebido que a conjunção condicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não sei se farei o concurso. = Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto, a oração em destaque exerce a função de objeto direto da oração principal, sendo classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta. #FicaDica D) Conformativas: introduzem uma oração que ex- prime a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme, como (= conforme), segundo, con- soante, etc. O passeio ocorreu como havíamos planejado. E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi- nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal. São elas: para que, a fim de que, que, por- que (= para que), que, etc. Toque o sinal para que todos entrem no salão. F) Proporcionais: introduzem uma oração que ex- pressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos), etc. O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam. Observação: São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que. G) Temporais: introduzem uma oração que acres- centa uma circunstância de tempo ao fato expres- so na oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. A briga começou assim que saímos da festa. H) Comparativas: introduzem uma oração que ex- pressa ideia de comparação com referência à ora- ção principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (com- binado com menos ou mais), etc. O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. 15 LÍ N G UA P O RT U G U ES A I) Consecutivas: introduzem uma oração que expres- sa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do exame. FIQUE ATENTO! Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto (destaque da Zê!). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. SITE Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ secoes/morf/morf84.php> 5. INTERJEIÇÃO Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin- guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto específico. Exemplos: Ah, como eu queria voltar a ser criança! ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Hum! Esse pudim estava maravilhoso! hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição O significado das interjeições está vinculado à ma- neira como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto em que for utilizada. Exemplos: Psiu! contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha- mando! Ei, espere!” Psiu! contexto: alguém pronunciando em um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!” Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! puxa: interjeição; tom da fala: euforia Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! puxa: interjeição; tom da fala: decepção As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimin- do alegria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interessante! B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da minha frente. As interjeições podem ser formadas por: • simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô • palavras: Oba! Olá! Claro! • grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus! Ora bolas! Classificação das Interjeições Comumente, as interjeições expressam sentido de: A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Atenção! Olha! Alerta! B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua! C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Ânimo! Adiante! F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen- te! Essa não! Chega! Basta! I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei- ra Deus! J) Desculpa: Perdão! K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! Ora! O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Q) Silêncio: Psiu! Silêncio! R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa! Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so- frem variação em gênero, número e grau como os no- mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al- gumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata de um processo natural desta classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exem- plos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Locução Interjetiva Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! 16 LÍ N G UA P O RT U G U ES A Toda frase mais ou menos breve dita em tom excla- mativo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise dos termos que a compõem: Macacos me mor- dam!, Valha-me Deus!, Quem me dera! 1. As interjeições são como frases resumidas, sinté- ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe) 2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais podem aparecer como inter- jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora! Francamente! (Advérbios) 3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra- -frase” porque sozinha pode constituir uma men- sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silên- cio! Fique quieto! 4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi- tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- que! Quá-quá-quá!, etc. 5. Não se deve confundir a interjeição de apelo «ó» com a sua homônima «oh!», que exprime admira- ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do «oh!» exclamativo e não a fazemos depois do «ó» vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie- dosa e pura!” (Olavo Bilac) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa - Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. SITE Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ secoes/morf/morf89.php> 6. NUMERAL Numeral é a palavra variável que indica quantidade numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter- minada sequência. Os numerais traduzem, em palavras, o que os núme- ros indicam em relação aos seres. Assim, quando a ex- pressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quan- tidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. Classificação dos Numerais A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi- nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns car- dinais têm sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, década, bimestre. B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou alguma coisa ocupa numa determinada se- quência: primeiro, segundo, centésimo, etc. As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo, final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas são classificadas como adjetivos, não ordinais. C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. Flexão dos numerais Os numerais cardinais que variam em gênero são um/ uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/ duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
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